Aula - Jornalismo Comunitário
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Globalização
Nações periféricas do capitalismo
Abertura e integração das economias ao mercado global.
Aumento da concentração de renda e da exclusão social.
Globalização
Crescimento do desemprego e do trabalho informal.
Flexibilização: capital e relações trabalhistas
Mídia - Globalização
Mídia global sustentada por corporações e transnacionais.
Conglomerados de mídia desempenham também o papel de agentes econômicos globais.
Todos eles figuram entre as 300 maiores empresas não-financeiras do mundo.
Mídia - Globalização
Estimula padrões de consumo que poucos podem ter, contribuindo para estimular revolta e violência nos bairros periféricos das grandes metrópoles.
Discurso hegemônico: Não apenas legitimam o ideário global, como também o transformam no discurso social hegemônico.
Hegemonia
Conceito do filósofo italiano Antonio Gramsci.
Aceitação da ideologia das classes dominantes.
Consenso consentido
Uso de meias verdades (troca da parte pelo todo).
Hegemonia
Gramsci entende que o aparelho responsável por esse consenso engloba escolas, igrejas, sindicatos e, principalmente, a comunicação social.
Os meios de comunicação exercem um papel importante na expansão da hegemonia, ao dar visibilidade para acontecimentos, interpretações e ideias que dão sustentação ideológica para a classe dominante.
Contra-hegemonia
Capitalismo global
Concentração econômica: um conjunto restrito de centenas de empresas gigantes, líderes das principais cadeias de produção, decidir o que, como, quando, quanto e onde produzir os bens e os serviços (marcas e redes globais) utilizados pela sociedade contemporânea.
Capitalismo global
Fragmentação da produção: grande quantidade de empresas menores que alimentam a cadeia produtiva central, com custos mais baixos (terceirizações, franquias e informalização).
Precarização do trabalho
Capitalismo global
Exclusão x Inclusão (DUPAS, 2001):
Desemprego estrutural crescente
A queda do preço dos produtos globais incorpora continuamente mercados que estavam à margem do consumo por falta de renda.
Desenvolvimento econômico x Desenvolvimento social.
Movimentos sociais
São movimentos dinâmicos, criativos, que visam superar a passividade: é a resistência popular, mesmo diante da globalização (PERUZZO, 1989).
Movimentos sociais
“Submetido a um processo de pobreza, o povo se agrupa para denunciar, resistir, pressionar e
reivindicar o acesso à riqueza através de melhores condições de vida e o direito de participação política”
(PERUZZO, 1989). .
Comunidade
Revolução x Reforma:
A cultura política feita nos bairros não é a dos “trabalhadores” (anarquistas ou socialistas) (BARBERO, 1989).
“Cultura mais reformista que olha a sociedade como algo que poderia ser melhorado”.
Rejeita uma revolução da classe trabalhadora visando a mudança social, mas propõe uma “uma organização mais justa” na sociedade existente.
Comunidade Associações comunitárias: representação frente às
autoridades, frente ao Estado.
Identidade cultural: a luta das populações por habitação, serviços de energia elétrica e de água, transporte mínimo e saúde (BARBERO, 1989).
Jornalismo Comunitário
“O jornalismo comunitário atende às demandas da cidadania e serve como
instrumento de mobilização social. (...) O jornalista de um veículo comunitário deve enxergar com os olhos da comunidade”
(PENA, 2005).
Jornalismo Comunitário
“Uma imprensa só pode ser considerada
comunitária quando se estrutura e funciona como meio de comunicação
autêntico de uma comunidade. Isto significa dizer: produzido pela e para a
comunidade” (DE MELO, 2006).
Jornalismo Comunitário
“A proximidade entre as pessoas é a
principal característica do meio comunitário. As pessoas se conhecem e
se reconhecem nos seus problemas, angústias, alegrias e ritos cotidianos”
(CAMPOS, 2007).
Jornalismo Comunitário
Instrumento de organização e resistência
Espaço e voz para os excluídos
“Dar voz para àqueles que não têm voz”.
Características do Jornalismo Comunitário
a) Valorização da realidade local (proximidade);
b) Participação da comunidade durante todo o processo de produção;
c) Consagração das ideias da mobilização e da transformação;
d) Resgate de um viés pedagógico e educativo;
e) Articulação com a produção independente e de resistência.
Pautas do Jornalismo Comunitário
Projetos culturais e sociais, cenários de violência e exclusão, problemas como o desemprego e a falta de escolas ou de postos de saúde, etc.
Reportagem que estabeleça relações de interesses entre temas mais amplos e os impactos específicos na comunidade.
Processo de produção do Jornalismo Comunitário
Participação da comunidade, por meio de conselhos e de representantes, do processo de produção, da discussão das pautas à distribuição ou veiculação das notícias.
O público deve ser encarado como cidadão protagonista, ativo, pensante e atuante.
A hierarquia de certa forma se rompe e o diálogo se manifesta no sentido horizontal.
Papel do Jornalismo Comunitário
Estimula mobilizações e lutas coletivas capazes de produzir transformações.
Estimula a reflexão crítica sobre os mais diversos assuntos, transformando informação em conhecimento.
Democratiza a informação e incentiva as ações da cidadania.
Papel do Jornalismo Comunitário
Jornalismo alternativo - Ação contra-hegemônica
Agenda alternativa: abre espaço para temas não costumeiramente tratados pela grande imprensa.
Enquadramento alternativo: outros enfoques e tratamentos de assuntos abordados pela grande mídia, voltados para as demandas e realidades das populações menos favorecidas.
Jornalista como agente social
(...) Aquele que primeiramente é capaz de promover e de potencializar a articulação comunitária, seja via instituições (desde
prefeituras, órgãos municipais e organismos não-governamentais) ou por meio da evocação de uma comunidade
determinada (PAIVA, 2003).
Referências
SEQUEIRA, Cleofe; BICUDO, Francisco. Jornalismo Comunitário – Conceitos, Importância e Desafios Contemporâneos. Intercom - XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Santos – 29/08 a 02/09/2007.
MORAES, Dênis. A lógica da mídia no sistema de poder mundial. Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y Comunicación, Vol. VI, n. 2, Mai – Ago. 2004.