AULATOXICIDADE

PROGRAMA DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

Eugênio Pacelli



• Toxicidade quimioterápica

O quimioterápico tem sua ação direcionada para as células de rápida divisão Esse tratamento não é especifico para as células neoplásicas As células normais também sofrem os efeitos da quimioterapia, gerando os efeitos colaterais




- Efeitos colaterais agudos

São aqueles que ocorrem poucas horas ou dias após o início do tratamento. - Efeitos colaterais crônicos

São aqueles que surgem meses ou anos após o término do tratamento.




- Toxicidade hematológica

Decorrem da alteração da função da medula óssea, levando a uma mielossupressão. Ocorre uma diminuição na produção dos elementos do sangue, que vai se manifestar por ANEMIA, TROMBOCITOPENIA e LEUCOPENIA.




- Anemia

Redução da concentração de hemoglobina e da massa de glóbulos vermelhos. Clínica: fadiga, dispneia aos esforços, taquicardia, taquipneia. Sinais: palidez cutâneo-mucosa, hepatomegalia, esplenomegalia.




- Anemia

Tratamento: concentrado de hemácias (10mL/kg) quando a Hb estiver em torno de 7,0g/dL. Hb entre 8,0-10,0g/dL e com clínica: transfundir. Usar hemácias filtradas e irradiadas, a fim de se evitarem reações transfusionais.




- Trombocitopenia (plaquetopenia)

Diminuição anormal do numero de plaquetas. Pode levar o paciente à hemorragia. Sinais: gengivorragia, epistaxe, petéquias, equimoses. RISCO DE SANGRAMENTO GASTROINTESTINAL E DO SNC SE PLAQUETAS MENORES QUE 20.000/mm3.




- Trombocitopenia (plaquetopenia)

Tratamento: concentrado de plaquetas (01 U/6kg) quando as plaquetas estiverem em torno de 20000/mm3. Pode haver alteração nos fatores de coagulação. Nesse caso, usar plasma fresco (10mL/kg), se o TAP estiver abaixo de 70%.




- Leucopenia

Diminuição nas células que compõem a série branca do sangue (abaixo de 1.000gran/mm3). Leva à diminuição da imunidade, fazendo com que o paciente se torne susceptível à infecções. O risco de uma infecção grave se torna muito maior se os granulócitos estiverem abaixo de 500gran/mm3).




- Leucopenia

Vigiar a ocorrência de febre. Nesse caso, há grande probabilidade do uso de antibióticos. Período de maior vigilância: até 14 dias após o término do ciclo quimioterápico. Algumas neoplasias permitem o uso de fatores de crescimento de granulócitos após a quimioterapia.




- Toxicidade gastrointestinal

Vários são os efeitos gastrointestinais que ocorrem durante o tratamento oncológico. Eles podem ir desde uma leve náusea até um quadro de tiflite. São ainda exemplos de efeitos gastrointestinais: diarreia, vômitos, constipação, anorexia e mucosite.




- Náuseas e vômitos

São os efeitos gastrointestinais mais comuns. Costumam ocorrer durante infusão do quimioterápico, razão pela qual são pouco frequentes em domicílio. Em alguns casos, pode haver DESIDRATAÇÃO.




- Mucosite oral

Inflamação da mucosa oral, induzida por quimio e radioterapia. Pode envolver todo o trato gastrointestinal. Inicia-se com ressecamento da boca e evolui para eritema, disfagia e ulceração.




- Mucosite oral

Tratamento: antibioticoterapia tópica e sistêmica. Uso de preparações tópicas com a finalidade de combater as lesões e recuperar o epitélio. Pode haver necessidade de nutrição parenteral.




- Toxicidade dermatológica

São exemplos de toxicidade dermatológica: urticária, hiperpigmentação, fotossensibilidade, alterações das unhas e alopécia. Alopécia: pode necessitar de acompanhamento psicológico.




- Toxicidade dermatológica

Cuidados com os cabelos: lavar com xampu suave em intervalos de 4 a 7 dias; não escovar excessivamente; proteger a cabeça e o couro cabeludo da exposição solar; estimular o autocuidado.



• Complicações infecciosas

Principal causa de morbimortalidade na criança em tratamento oncológico Letalidade na sepse em oncologia maior que na população em geral As complicações infecciosas devem ser consideradas uma emergência médica




Principal sintoma: febre O paciente deve ter termômetro em sua residência Mesmo que o paciente não apresente febre, possuindo qualquer foco infeccioso e estando neutropênico, o mesmo deve ser tratado como infecção grave




Medicações intramusculares devem ser evitadas Infecção pelo vírus varicela-zoster: encaminhar para tratamento endovenoso com Aciclovir. O risco de complicações graves é muito grande no paciente imunocomprometido



• Vacinação

Nem todas as vacinas podem ser administradas Os riscos advindos das vacinas são extremamente graves Vacinas de vírus atenuados devem ser evitadas



• Vacinação TABELA 1 – RELAÇÃO DAS VACINAS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TRATAMENTO DE CÂNCER

Vacinas liberadas Vacinas sob Consulta Vacinas Proibidas

Tríplice (DPT – difteria, coqueluche ou tétano ou tríplice acelular (DPaT – difteria, coqueluche e tétano)

Pneumococo (pneumonia e meningite)

Haemophilus influenza b ou Hib (pneumonia e meningite)

Poliomielite

BCG (tuberculose)

Hepatite A Meningococo MMR (sarampo, caxumba e varicela)

Hepatite B Febre tifóide Varicela (catapora)

Influenza (gripe) Raiva Febre amarela

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