AURAL ambiente interativo aplicado à ... - iar.unicamp.br · Igor Martins Eliane Guimarães Acesso...
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Artemis MoroniDivisão de Robótica e Visão Computacional do Centro de Pesquisas Renato ArcherDRVC/CenPRA
Jônatas ManzolliNúcleo Interdisciplinar de Comunicação SonoraNICS/UNICAMP
ConsultoresDRVC/CenPRA Desenvolvedores
PIBIC/CNPq/CenPRAJosué Jr. Guimarães Ramos
Módulo Supervisor
Integração
Thiago Spina
Lucas SoaresRafael Maiolla
Sidney P. CunhaVisão Omnidirecional Igor Dias
Igor MartinsEliane Guimarães
Acesso remoto
ColaboradoresDRVC/CenPRA
Rubens MachadoHélio Azevedo
Douglas Figueiredo
OX
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Motivação
A automatização visando produção tecnológica “criativa” é possível? Como “medir”, “avaliar”, esta produção? De que forma a
ciência e a tecnologia estão modificando os papéis do artista e da audiência? Como será criada, ouvida e apreciada a música
amanhã?
Machover (1996) acreditava que a prioridade mais elevada para as décadas seguintes seria criar as experiências e os
ambientes musicais que abririam as portas da expressão e da criação a qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer momento.
A exemplo de outras instalações tais como ADA (Wassermann et al., 2003), EyesWeb (Camurri, 2000) ou Very Nervous
System (Rokeby, 1991), Roboser (Wasserman et al., 2000), Brain Opera (Machover, 1996), Foreseen Variations (Moroni et al.,
1991) ou Fractal Art (Moroni et al., 1989), no AURAL, instalação robótica interativa, possibilidades coreográficas, sonoras e visuais,
são apresentadas e disponibilizadas ao público, introduzindo-o a uma linguagem senão nova, ao menos incomum, e convidando-o a
ser mais do que apreciador, também co-criador e componente da obra.
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AURALambiente interativo aplicado à sonificação de trajetórias robóticas
O AURAL propõe a construção de um ambiente sonoro-visual robótico interativo para a criação de “coreografias” para robôs
móveis. O resultado é um ambiente robótico interativo com as características do JaVOX (Moroni et al., 2004), aplicado à produção
sonora, sobre o qual o AURAL está sendo construído. No JaVOX, como no VOX POPULI, seu precursor (Moroni et al., 2000;
2002a), a computação evolutiva é aplicada à produção sonora. Uma área gráfica da interface interativa habilita o usuário a desenhar
curvas com o mouse, associando a elas trajetórias que guiam o processo de sonificação.
Abaixo, à esquerda, é apresentado um conjunto de curvas desenhadas por um usuário-compositor. À direita, a seqüência
sonora resultante das curvas desenhadas.
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JaVox: ambiente evolutivo aplicado à produção sonora
A característica sonora de ambientes de composição baseados em computação evolutiva é descrever o processo de sonificação
através de populações de clusters e acordes, criando uma nova sonoridade a cada passo do processo.
No JaVox, a área gráfica da interface interativa está associada a um espaço conceitual sonoro. As curvas, percorridas a
pequenos intervalos de tempo, são associadas a parâmetros de controle. Dependendo da região na área gráfica aonde está
desenhada a curva, o resultado sonoro é diferente. Abaixo, é apresentada a interface do ambiente evolutivo JaVOX, aplicado à
produção sonora.
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No AURAL, através de uma facilidade similar, as curvas são desenhadas na área gráfica da interface - pad interativo - e
transmitidas sob a forma de trajetórias para um robô móvel. A área gráfica está associada não apenas ao espaço conceitual sonoro,
mas também a um ambiente físico de dimensões 4m x 4m. As curvas são transmitidas para o robô móvel sob a forma de trajetórias.
PÚBLICO
visãoomnidirecional
Nomad
espaço estruturado
Roomba
O robô móvel percorre um espaço físico
associado a um espaço conceitual sonoro, de
acordo com uma trajetória aproximada à trajetória
recebida, e é observado por um sistema de visão
omnidirecional.
Outro(s) robô(s) percorre(m) livremente o
ambiente. O sistema de visão “observa” a trajetória
executada pelos robôs. A proximidade/afastamento
dos robôs modificam os parâmetros de controle de
performance, “disparando” diferentes efeitos
sonoros.
Ao lado, a planta do ambiente físico.
Câmeras e projetores podem ser acrescidos como
cenário.
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O AURAL na DRVC/CenPRA
Abaixo, fotos do robôs da DRVC/CenPRA. Na foto maior, acima, o sistema de visão omnidirecional.
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O Sistema de Visão Omnidirecional
À esquerda, detalhe do sistema de visão omnidirecional. Ao centro, imagem capturada com o espelho do laboratório da
DRVC/CenPRA, ambiente de desenvolvimento do projeto AURAL. À direita, trajetórias dos robôs observadas pelo espelho.
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Arte, Tecnologia e Ciência
Nessa área emergente ligada à interatividade, arte e ciência crescentemente influenciam e fertilizam uma à outra.
Conceitualmente esta proposta se localiza dentro da área de Criatividade Computacional, sub-área da Inteligência Artificial, aplicada
à Computação Musical. Dado o caráter interdisciplinar da proposta, insere-se nas áreas de Arte, Aplicações à Distância, Robótica e
Visão Computacional.
No AURAL, através de traços simples desenhados numa interface gráfica, o usuário envia uma trajetória a um robô que, ao
se locomover, dispara um processo de produção sonora. A interação com outro(s) robô(s) movimentando-se livremente no ambiente
modifica a execução da seqüência.
Desta forma, ambiente e usuário exercitam a arTEbitrariedade que, como definida na tese de doutorado da pesquisadora
Artemis Moroni (2003; Moroni et al., 2002b) refere-se ao tratamento computacional da criatividade e à busca por formas automáticas
ou parcialmente automáticas de produção artística.
Submetido na modalidade “Apoio a Jovens Pesquisadores” à FAPESP (processo 05/56186-9), o AURAL configura uma
parceria entre a Divisão de Robótica e Visão Computacional do Centro de Pesquisas Renato Archer (DRVC/CenPRA) e o Núcleo
Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS/UNICAMP). Está vinculado ao escopo do Instituto Virtual MusArtS/Ircam-Brasil.
Palavras chave: computação evolutiva; computação musical; criatividade computacional; instalações interativas; percepção
avançada; robótica.
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Histórico
A arTEbitrariedade, como definida na tese de doutorado da pesquisadora Artemis Moroni (2003) refere-se ao tratamento
computacional da criatividade e à busca por formas automáticas ou parcialmente automáticas de produção artística. A
arTEbitrariedade utiliza-se de ambientes que aplicam técnicas de Computação Evolutiva e outras técnicas populacionais para busca
exploratória, nos domínios sonoro e visual. O conceito da arTEbitrariedade suscitou um conjunto de indagações e caminhos para a
pesquisa que culminaram com esta proposta, consoante com o estado da arte da pesquisa na área e calcada na experiência da
pesquisadora na construção de instalações interativas sonoras nos contextos artístico, tecnológico e científico. Tal experiência teve
início com a instalação Fractal Art, apresentada na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, onde algoritmos fractais eram usados
para a geração de música em tempo real. Neste ambiente, a variação de luz na sala, ocasionada pelo trânsito das pessoas e
medida por sensores, era usada como parâmetro e interferia na composição sonora, de autoria do compositor Wilson Sukorski. Já
na instalação robótica interativa Foreseen Variations, apresentada na 21ª Bienal Internacional de São Paulo (Moroni et al., 1991;
1993), o robô Puma do Centro Tecnológico para Informática (antigo CTI, hoje CenPRA) executava coreografias programadas. O
ambiente robótico foi projetado e construído pelo Dr. Josué Ramos, na época chefe da Divisão de Robótica do CTI, com o apoio do
seu grupo. Neste ambiente, o robô Puma acompanhava músicas criadas com o auxílio do computador, compostas pelo compositor
José Augusto Mannis, professor do Departamento de Música da Unicamp. Com relação a este trabalho, Foreseen Variations, no
ano de 2005, ano do Brasil na França, Artemis Moroni foi convidada a enviar material sobre a instalação robótica para o catálogo do
@rt Outsiders Festival que aconteceu em Paris, dedicado à nova mídia arte brasileira.
Da instalação Foreseen Variations derivou a instalação robótica interativa Seres de Aurora (Moroni et al., 1992; 1993),
também projetada e construída pelo Dr. Josué Ramos e seu grupo. Esta instalação, apresentada no SESC Pompéia em São Paulo
(maio – julho, 1992), crianças atuavam como artistas e engenheiros, programando coreografias para o robô Puma, usando amostras
musicais do compositor José Augusto Mannis. No AtoContAto (Moroni et al., 1997; 1998), já numa parceria com o Prof. Dr. Jônatas
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Manzolli, do NICS/Unicamp, foi desenvolvido um sapato eletrônico que, conectado a um computador, era usado numa performance
de sapateado que produzia sons eletrônicos. Também em parceria com o compositor Jônatas Manzolli foi desenvolvido o sistema
VOX POPULI), ambiente de computação evolutiva aplicado à produção sonora. O sistema VOX POPULI recebeu menção honrosa
no evento Dream Centenary Computer Graphics Grand Prix 99, em Aizu, Japão, na categoria instalação interativa (Moroni et al.,
2000; 2002a; 2002b). Os ambientes VOX POPULI e Art Lab, desenvolvidos durante a pesquisa de doutorado de Artemis Moroni,
foram integrados ao ambiente JaVox, apresentado na exposição Cinético_Digital, no Itaú Cultural (Junho – Setembro, 2005).
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Referências
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and Affect Recognition in Interactive Dance and Music Systems". Computer Music Journal, 24:1, pp.57-69, 2000.
MACHOVER, T. “The story of the Brain Opera”, http://brainop.media.mit.edu/libretto/todarticle.html, 1996.
MORONI, A. ArTEbitrariedade: uma Reflexão sobre a Natureza da Criatividade e sua Possível Realização em Ambientes Computacionais. Tese
de Doutorado defendida na FEEC/Unicamp orientada pelo Prof. Dr. Fernando José Von Zuben (DCA/FEE/Unicamp) e co-orientada pelo Prof.
Dr. Jônatas Manzolli (NICS/Unicamp), 2003.
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Bienal de São Paulo, Fundação Bienal de São Paulo, 1989.
MORONI, A., COHN, P., RAMOS, J., MANNIS, J. A., LAURENTIZ, S., RENTES, A., COSTA, L., COSTA, D., BOTTESI, C. “Grupo *.*:
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MORONI, A., MANZOLLI, J., MATALLO, C., “AtoContAto: new media performance for video and interactive tap shoes music”, Bristol,
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