Autonomia e Cooperação em EAD

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AUTONOMIA E COOPERAÇÃO: INTERAÇÕES QUE CONSTITUEM PELO DIÁLOGO ENTRE DIFERENTES APRENDENTES A POSSIBILIDADE EDUCACIONAL DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA Maria Lúcia Serafim * RESUMO Neste texto a autora assinala algumas reflexões em torno da autonomia e cooperação como atitudes que se constituem como possibilidades de favorecimento para a aprendizagem de diferentes aprendentes em novos espaços de aprendizagem colaborativa na sociedade da informação, onde as interações estabelecidas, através e pelas tecnologias digitais são constructos cooperativos que irão emergir e ressignificar a aprendizagem pessoal e coletiva. Palavras-chave: Sociedade da Informação, cooperação, autonomia, tecnologias digitais.

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AUTONOMIA E COOPERAÇÃO: INTERAÇÕES QUE CONSTITUEM PELO DIÁLOGO ENTRE DIFERENTES APRENDENTES A POSSIBILIDADE EDUCACIONAL DE APRENDIZAGEM

COLABORATIVA

Maria Lúcia Serafim*

RESUMO

Neste texto a autora assinala algumas reflexões em torno da autonomia ecooperação como atitudes que se constituem como possibilidades defavorecimento para a aprendizagem de diferentes aprendentes em novosespaços de aprendizagem colaborativa na sociedade da informação, onde asinterações estabelecidas, através e pelas tecnologias digitais são constructoscooperativos que irão emergir e ressignificar a aprendizagem pessoal e

coletiva.

Palavras-chave: Sociedade da Informação, cooperação, autonomia, tecnologiasdigitais.

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* Ms. Em Ciências da Sociedade – Escola e Poder, Pedagoga, habilitada empsicologia da aprendizagem e do Desenvolvimento, em Novas tecnologias naeducação, Professora do depto de educação da UEPB, atua no curso deLicenciatura em computação – CCT. E-mail: [email protected]

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Na sociedade da informação, todos nós estamos reaprendendo a conhecer, acomunicar, a ensinar e principalmente a integrar o humano e o tecnológico, oindividual, o grupal e o social. Nesta era que se quer também a era doconhecimento quem ensina não mais pode continuar assumindo o papel demero transmissor de informações quer seja na educação presencial ou àdistância. Por conseguinte, o aluno também já não é mais o receptáculo adeixar-se encher de conteúdos sem significados para a sua vida de formaçãopessoal, profissional e cidadã. Hoje, o aluno deve ser impulsionado a gerir e arelacionar informações para as transformar no seu conhecimento. A rápidaevolução dos conhecimentos, conjugada à célere evolução das necessidades dasociedade, exigem de todos nós uma permanente aprendizagem individual ecoletiva. As possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas.Inúmeros cursos poderão ser realizados a distância comsom, imagem, principalmente cursos de atualização e extensão.

INTRODUÇÃO

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O ensino será uma interface de tecnologias com momentospresenciais, outros de ensino on-line, voltando-se para uma adaptação aoritmo pessoal, mais interação grupal, e sempre buscando um processoavaliativo que ofereça tanto ferramentas personalizadas como níveisdiferenciados de visão pedagógica. É inegável que a desigualdade social, a faltade acesso, de motivação pessoal, de políticas públicas bemequacionadas, torna o processo lento e por vezes desalentador. Mas amudança em relação a este novo ou ressignificado ambiente/espaço de ensinoe aprendizagem ocorre aos poucos e historicamente, tanto na sua aceitaçãocomo na convivência com a modalidade educação à distância.

INTRODUÇÃO

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AMBIENTES DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA

Numa sociedade que aprende e se desenvolve (TAVARES, 1996), ser aluno é seraprendente em constante interação com as oportunidades que o mundo oferece.Neste contexto, ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmosos paradigmas convencionais do ensino. Daí, a importância da educação adistância como possibilidade, através do uso das novas tecnologias, maisespecificamente a Internet como meio de comunicação que pode ajudar arever, ampliar e modificar muitas das formas atuais de ensinar e aprender. Novasexperiências pedagógicas podem surgir na conexão coma novas tecnologiasdigitais, impactar o ambiente de aprendizagem e transformá-lo em múltiplosambientes cooperativos, abertos e exploradores de outros mundos contextuaiscom suas linguagens inovadoras. Ambientes ricos emdiscursos, imagens, sentimentos e signos que constituem a construção do serhumano, que está sempre inacabada.

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Reforçando essa questão Moran(2003) reflete que:

Com o uso da Internet as experiências de aprendizagemultrapassam o espaço físico da sala de aula, os limites dasdisciplinas e expressam a dinâmica da vida, o conhecimentovivo, que não fragmenta o mundo e os seus fenômenos. Sãovivências em espaços de conhecimento que avançam do currículounificado para um currículo transdiciplinar e consideram ossaberes e as competências individuais dos sujeitos envolvidos, quese tornam relevantes e integrados. A aprendizagem é vista demaneira mais imediata, real e pessoal e acontece num espaçoinvisível de construção de novos caminhos, de ressignificação deoutros, transformando o pensamento linear em pensamento emrede, hipertextual, mais ligado à vida.

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Vale salientar que na educação a distância ou semipresencial o professor/tutorestá incumbido de muitos desafios dentre eles, o de manejar criticamente aoferta tecnológica e a orientação ao aluno em seu esforço pessoal reconstrutivo.Certamente, há uma previsão esperançosa de que o presente e o futuroprivilegiarão modos de aprendizagem a distância, desde que se saiba usar ainstrumentação eletrônica assentada numa prática docente, de planejamento eavaliação voltada para a construção de conhecimento individual e coletiva deconhecimento pertinente. Segundo Morin (2000, 15) “o conhecimentopertinente é o conhecimento que é capaz de situar qualquer informação em seucontexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita”. Diante do exposto aeducação a distância precisa naturalmente de “cenário”. Não é a sala de aula. Éum laboratório de aprendizagem, capaz de compor com graça e arte, a relaçãoentre os meios eletrônicos e a didática ativa.

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Dessa forma, ao compreendermos a educação a distância como espaçocolaborativo de aprendizagem reforça-se que o diálogo, a interação, acriatividade, sejam elementos que compõem novas dimensões deatuação, onde se acredita que não há trabalho docente fecundo se não houverenvolvimento pleno e isso se aplica aos processos da educação presencial e adistância. Portanto, de acordo com Moraes (1997, p.66) o processo deaprendizagem colaborativa precisa ter presente que:

...o ser se constrói na relação, que o conhecimento é produzidona interação como mundo físico social, a partir do contato doindivíduo com sua realidade, com os outros, incluindo aqui suadimensão dialógica, inerente à própria construção dopensamento.

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TECENDO CONSIDERAÇÕES FINAIS

Recorro à convicção de Edgar Morin de que em todo e emqualquer movimento de aprendizagem é preciso organizar opensamento para compreender e poder atuar. Somente assim asnovas modalidades de ensino e aprendizagem, os processoseducativos, os novos recursos tecnológicos e a criação deambientes/cenários colaborativos serão de fato um processocontínuo de inovação onde a interação com as tecnologias digitaisda informação e da comunicação por si só não geram revoluçãometodológica em si mesma, mas potencializam o distanciamento deum ensino tradicional e a aproximação com um ensino mais crítico ereflexivo, numa relação social compartilhada, provocadora edesenvolvimento.

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E neste contexto, a educação a distância pode ser umapossibilidade em que a Internet e o ciberespaço podem sersuportes as práticas educativas ressignificadas. Pode-se dizerque a aprendizagem em rede, facilitada pelos processos àdistância vinculados as novas tecnologias é emancipatória, pois éampla, e dinâmica permitindo que as pessoas sintam -se sujeitose atores, do seu aprendizado.