Elasticidade. Materiais dúcteis: ex. Alumínio, chumbo, cobre.
Autor: Diogo Piszxzalka do Brasil Técnico em Gestão da ... filelongo da minha graduação no curso...
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Tipos de Alterações
Microestrutural
Autor: Diogo Piszxzalka
Formação: Eng.º Mecânico pela Universidade Luterana
do Brasil
&
Técnico em Gestão da Qualidade (IESE)
www.manufacturing.com.br
Sumário Introdução .................................................................................................... 2
1.0 Objetivo.................................................................................................. 3
2.0 Materiais e Métodos ............................................................................... 3
3.0 Resultados ............................................................................................. 4
3.1 Tempera .............................................................................................. 4
3.2 Normalização ...................................................................................... 7
3.3 Recozimento Pleno ............................................................................. 9
3.4 Ensaios de Temperabilidade (Jominy) .............................................. 11
4.0 Conclusão ............................................................................................ 16
5.0 Referências .......................................................................................... 17
Introdução
Com as várias características existentes entre os elementos e
materiais disponíveis em nosso universo, e, alguns com a capacidade de
alterações em suas propriedades físicas, uma gama de possibilidades nos
ficam disponíveis às nossas aplicações e utilidades, Estas alterações tem
facilitado muito a vida de muitos profissionais em diversas áreas, em
destaque principal área de engenharia. Entender estas alterações, às vezes
não se torna fácil, pois geometricamente as não aparecem, mas possuem
uma forte influência nas características mecânicas dos materiais. Portanto,
através deste trabalho, compartilho uma experiência que desenvolvi ao
longo da minha graduação no curso de engenharia mecânica, realizada na
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), na disciplina de Materiais de
Construção Mecânica, onde se realizou em aula prática no laboratório do
campus. A experiência detém como ênfase, conhecer e analisar o
comportamento do Material Aço SAE 1045, quando submetido aos
processos de Têmpera, Normalização, Recozimento Pleno e Ensaio de
Temperabilidade (Jomminy).
Estes processos são bem conhecidos no meio Metalúrgico, sendo
utilizados por várias indústrias em busca de melhoria nas propriedades
mecânicas dos materiais, através dos diferentes tipos de tratamentos
térmicos. Para cada um destes experimentos, observará se ao final de cada
processo ocorreu alguma modificação estrutural na sua estrutura,
alterações que serão verificadas através da análise da estrutura granular do
material com auxílio de um microscópio.
1.0 Objetivo
Após introdução teórica em sala de aula ministrada pelo professor, Dr:
José Carlos Krauser de Verney deram se início às atividades de
experimento no laboratório, o experimento avaliativo buscou o entendimento
dos diferentes tipos de tratamentos térmicos através de testes que foram
realizados, já sabemos que alguns materiais após serem submetidos a um
aquecimento, e, ao sofrerem diferentes tipos de resfriamentos, possuem
alterações na sua estrutura granular, estas alterações, proporcionam
impactos nas propriedades mecânicas dos materiais, podendo deixar os
materiais mais frágeis ou dúcteis dependendo do tipo de tratamento que os
mesmos receberem, e se assim poderem receber, cabe lembrar que nem
todos os materiais obedecem aos processos que estarei apresentando
abaixo.
2.0 Materiais e Métodos
Durante a Experiência fizeram-se uso dos seguintes materiais; Um
medidor de Dureza para comparação das medições inicial e final do projeto
experimento, utilizou-se de um formo de alta temperatura onde foram
aquecidos as amostras que foram utilizadas durante as análises, lixas das
classificações 120, 320, 600,1200 para realizar o acabamento das
superfícies do corpo, um microscópio eletrônico para comparação da
estrutura granular antes e depois de cada experimento, uma máquina para
ensaio de Jomminy e 4 (quarto) amostra de material Aço SAE 1045. (Obs.
os corpos de prova receberão as seguintes classificações ao longo do
relatório: Corpo (A) Tempera; (B) Normalização; (C) recozimento Pleno e
(D) Ensaio de Temperabilidade – Jomminy).
Todos os experimentos realizaram-se através de uma metodologia,
esta consistia em levar as amostra dos materiais ao forno por um período
de tempo controlado em temperatura de 900ºC, variando apenas na forma
de resfriamento de cada material conforme o tipo de experimento que
estava sendo realizado.
3.0 Resultados
3.1 Tempera
O Processo tempera é um processo utilizado para alterar as
características mecânicas dos materiais, este processo constitui-se
normalmente no aumento da dureza e perda da ductilidade do material.
Para realização deste experimento, utilizou-se o corpo de prova (A), com a
finalidade de verificar-se há aumento da dureza e consequentemente perda
da ductilidade após o processo. O Procedimento da têmpera consistiu-se
em duas etapas: aquecimento e esfriamento rápido ou brusco. No
aquecimento realizado o objetivo obter a organização dos cristais do metal,
numa fase chamada austenitização. Após o aquecimento das amostras a
uma temperatura de 900ºC durante um intervalo de tempo de
aproximadamente 18mim, após atingir esta temperatura, submeteu-se o
corpo de prova ao esfriamento brusco onde se obteve uma estrutura
martensita. (supersaturada em carbono). Para realizar a tempera no corpo
de prova (A) o aquecimento precisou-se ser superior à temperatura crítica,
que é de 727ºC, conduzindo o metal a uma fase na qual se obtém o melhor
arranjo possível dos cristais do metal, e, no entanto, a futura dureza
esperada.
O tempo de aquecimento de um material varia conforme o tamanho de
sua Geometria, na prática utiliza-se 1pol/h.
Algumas propriedades mecânicas do corpo de prova devem ser
levadas em consideração antes dos experimentos, como base para o
dimensionamento destes resultados, considerou-se apenas a verificação da
dureza do corpo de prova (A) antes e depois do processo de tempera. A
tabela e o gráfico abaixo mostram a diferença de dureza da peça no início e
após o tratamento térmico, seguida das imagens da alteração granular pelo
processo de tempera.
Processo Tempera Corpo de Prova (A)
Dureza Inicial Dureza Final
28 HRC 60 HRC
30 HRC 58 HRC
25 HRC 63 HRC
Média 27 HRC Média 60 HRC
Tabela 1: Comparação das durezas antes e depois da tempera.
Gráfico 1: Comparação das durezas antes e depois do processo de tempera.
Conforme análise do corpo de prova (A), após o esperimento do
processo de tempera, observou-se que há uma alteração granular do
material, antes do processo de tempera tinhamos uma estrutura granular na
classe de Ferrita mais Perlita, pós tempera verificou-se um estrutura
granular Martensítica onde se obteve um aumento de dureza susperficial de
aproximadamente 100% em relação ao material recebido da indústria.
Figura 1: Estrutura Granular Normal
Figura 2: Estrutura Granular Pós Tempera.
3.2 Normalização
Tratamento térmico que consistiu no aquecimento do aço a uma
temperatura acima da zona Crítica. Este Processo é realizado através do
processo de normalização, verificando a refinação granular grosseira do
corpo de prova (B), seja ele laminado ou forjado, para este processo usou-
se o material Aço SAE 1045, onde aquecido a uma temperatura de 900ºC
acima da zona crítica que é considerada 727ºC, durante um intervalo de
tempo de 18min, o corpo de prova foi retirado do forno e submetido ao
refriamento sobre temperatura ambiente contribuindo assim para o
processo de normalização.
Algumas propriedades mecânicas do corpo de prova(B) também
devem ser levadas em conta antes dos experimentos, novamente como
base para o resultado considerou-se apenas a verificação da dureza do
corpo de prova(B) antes e depois do processo de Normalização. A tabela e
o gráfico abaixo mostram a diferença de dureza da peça antes e após o
processo de normalização, seguida das imagens da alteração granular do
processo de normalização.
Processo Normalização Corpo de Prova B
Dureza Inicial Dureza Final
28 HRC 10 HRC
30 HRC 11 HRC
25 HRC 4 HRC
Média 27HRC Média 8HRC
Tabela 2: Dureza inicial x Processo de Normalização
Gráfico 2: Comparação das durezas antes e depois da tempera por normalização.
Analisando-se o corpo de prova (B) após o esperimento realizado pelo
processo de Normalização, observou-se uma refinação granular do
material. Antes do processo de Normalização, tinhamos uma estrutura
granular Ferrita mais Perlita grosseira, pós-normalização verificou-se uma
estrutura granular de forma mais refinada, onde se obteve a dimunição da
dureza susperficial conforme podemos observar no gráfico acima, e, o metal
passou a ser mais ductil em relação ao material recebido da indústria.
Figura 3: Estrutura granular antes processo normalização.
Figura 4: Estrutura granular pós-processo de normalização.
3.3 Recozimento Pleno
Tratamento térmico que consistiu no aquecimento do aço a uma
temperatura também acima da zona Crítica (727ºC). O objetivo do processo
de recozimento pleno visa em reduzir a dureza e obter uma maior
usinabilidade da peça quando necessário. Este processo é realizado de
maneira lenta, dentro do próprio forno ou também pode ser em caixas
apropriadas quando o recurso for disponível, quanto maior o tempo de
exposição a uma dada temperatura e tempo de resfriamento também longo,
obtém-se as características básicas do recozimento. Para este processo de
recozimento utilizou-se o corpo de prova (C) da classe Aço SAE 1045.
Algumas propriedades mecânicas do corpo de prova (C) foram
levadas em conta ante do experimento, como base para o resultado
considerou-se apenas a verificação da dureza do corpo de prova, antes e
depois do processo de recozimento. A tabela e o gráfico abaixo mostram a
diferença de dureza da peça inicial e pós-experimento do processo, seguida
das imagens da alteração granular após processo de recozimento pleno.
Processo recozimento pleno do corpo de prova C
Dureza Inicial Dureza Final
28 HRC 16 HRC
30 HRC 16 HRC
25 HRC 11 HRC
Média 27HRC Media 8HRC
Tabela 3: Dureza inicial x Processo recozimento pleno
Gráfico 3: Comparação gráfica entre a dureza inicial do material x Processo de tempera por recozimento pleno.
Analisando-se o corpo de prova (C) após a experiência realizada pelo
processo de Recozimento Pleno, notou-se que o material teve uma grande
perda de dureza e possivelmente um aumento de ductilidade, conforme
podemos observar no gráfico acima, com isso, o material passou a ser mais
ductil em relação ao material recebido da indústria.
Figura 5: Imagem estrutura granular recebido da indústria
Figura 6: Estrutura granular após o recozimento pleno
3.4 Ensaios de Temperabilidade (Jominy)
Desenvolvido por Walter Jomminy e seus colaboradores [Callister
Jr.,1997], é o ensaio mais usado na indústria, pois a partir de um único
corpo de prova é possível determinar-se a diminuição do teor de martensita
no aço, como função do seu tamanho, levando-se em consideração a ação
de diferentes taxas de resfriamento ao longo do seu comprimento. O ensaio
consiste na austenitização, seguido do um resfriamento rápido, de um corpo
de prova. Como a estrutura inicial tem uma importância muito grande na
Temperabilidade, o corpo de prova é submetido a um tratamento térmico de
normalização antes de ser ensaiado. Este consiste de um reservatório para
água servida, com adequada adaptação hidráulica para provocar o
resfriamento de uma das extremidades do corpo de prova. A válvula
hidráulica deve ser de abertura rápida, o que permite fluxo e pressão
adequados ao ensaio conforme prevê a norma.
Depois da peça resfriada até a temperatura ambiente, são feitos
planos longitudinais paralelos na mesma de 0,5 a 0,9 mm de profundidade,
através de operação de retífica, e então são realizadas medições de dureza
Rockwell para distâncias de até 50 mm ao longo do plano retificado, a partir
da extremidade resfriada pelo jato de água; para os primeiros 12,8 mm, as
leituras de dureza são feitas no intervalo de 1/16” (1,6 mm) e para os
restantes 38,4 mm todas a 1/8” (3,2 mm).
Para que o ensaio tenha êxito é importante que alguns cuidados
sejam observados ao executar-se o tratamento térmico, tal como segue
abaixo:
Período de tempo entre a retirada do corpo de prova do forno e início
da têmpera pela água deve ser no máximo de 5 segundos;
O dispositivo de têmpera deve estar seco;
Acionamento do dispositivo de abertura rápida da água, dando início
à têmpera, evitar agitação do ar ambiente em torno do corpo de
prova;
Deixar a água aplicada à superfície de têmpera fluir durante no
mínimo 10 minutos;
Decorrido o período de tempo previsto no item anterior, considera-se
terminada a têmpera, podendo então o corpo de prova ser
indiferentemente mergulhado em água ou deixado ao ar até atingir a
temperatura ambiente.
Com a descrição do processo acima para o Ensaio Jominy, procurou-
se medir a temperabilidade de um aço, observando a sua capacidade de
adquirir dureza a uma dada profundidade. Um corpo de prova (D), Material
de caracteristica Aço SAE 1045. Foi submetido ao experimento, com
objetivo avaliar a capacidade de se obter uma estrutura martensita ao
longo de sua profundidade. O experimento constituiu-se em um dispositivo,
onde se colocou um corpo de prova cilíndrico, austenitizado, durante um
tempo de 18mim a uma temperatura de 900ºC. Após este aquecimento
colocou-se o corpo de prova sobre um jato de água, até o seu resfriamento
a temperatura ambiente. Em seguida verificou-se a medida da dureza do
corpo de prova (D) ao longo de todo o seu eixo axial, analisando as
variações da dureza de acordo com a profundidade do material. Vejam
valores apresentados na tabela e gráfico abaixo.
Distância Dureza
1,5 mm 55 HRC
3 mm 54 HRC
5 mm 51 HRC
10 mm 47 HRC
15 mm 41 HRC
20 mm 35 HRC
25 mm 30 HRC
30 mm 27 HRC
35 mm 26 HRC
40 mm 25 HRC
50 mm 24 HRC
Tabela 4: Comparação de durezas da superfície externa para centro da peça.
Gráfico 4: Curva dureza da superfície externa para centro da peça.
Analisando as informações acima podemos concluir que a dureza
diminuiu da superfície para o Núcleo, assim temos na superfície uma
estrutura Martensítica e no núcleo uma estrutura ferrita mais Perlita.
Figura 7: Resfriador de corpos de prova para ensaio Jomminy
55 5451
47
41
35
3027 26 25 24
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Curva do Ensaio Jominy (Escala HRC)
(mm)
(HRC)
Figura 8: Variação da Dureza ao longo corpo de prova.
Figura 9: Variação granular de acordo com a profundidade do material.
4.0 Conclusão
Com base nos experimentos realizados, identificaram-se ao longo do
processo que os corpos de provas que foram submetidos aos ensaios,
sofreram variações na sua estrutura cristalina granular, variações ocorridas
através do aquecimento a temperaturas acima da zona critica de 727ºC.
Todas estas variações estão diretamente ligadas à forma de resfriamento
sofrida pelos materiais, estas formas de resfriamento podem ser de maneira
rápida ou brusca, como também pode ser de forma lenta, a temperatura
ambiente ou dentro de um forno retardando o processo de resfriamento.
Os materiais das amostras (corpos de prova) que foram submetidos
aos processos de experimento acima sofreram diferentes formas de
resfriamento, gerando diferentes tipos de alterações na sua estrutura
granular, variações ocorridas apenas pelo tempo de resfriamento,
impactando diretamente nas propriedades mecânicas do material. No caso
da tempera, concluiu-se que o carpo de prova (A) obteve um aumento de
100% da sua dureza na superfície, já o corpo de prova (B), no processo de
normalização, obtivemos a redução da dureza e ganho na ductilidade do
material, a mesma avaliação aplicou-se para o corpo de prova (C), aonde o
material sofreu uma variação ainda mais significativa na sua dureza,
permitindo uma maior usinabilidade através do processo de recozimento
pleno. Para o corpo de prova (D), ensaio de Jomminy, o objetivo foi verificar
a variação da dureza da superfície para o Núcleo, onde se formou uma
estrutura martensítica na superfície, e, ferrita mais perlita no núcleo do
corpo de prova, obtendo maior resistência mecânica na sua superfície e
ductilidade ao núcleo do material.
5.0 Referências
https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6445-o-teste-jominy#.WoGtDa6nHIU
https://www.google.com.br/search?q=ensaio+de+jominy+para+determinação+da+temperabilida
de+dos+aços&source
Materiais Metálicos para construção mecânica. / José Carlos Krauser de
Verney - Canoas: Ed. ULBRA, 2002.
http://slideplayer.com.br/slide/11599082/