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  • P PEN

    Ins Sim-Sim

    Cristina Duarte

    Manuela Micaelo

    A Compreenso de Textos

    O Ensino da Leitura:

    Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular

    Lisboa/2007

    Colaborao

  • F h n cic a tc i aF h n cic a tc i aF ch cn ci a t i aF ch cn ci a t i a

    1 Edio - (Novembro, 2007)

    Ttulo

    O Ensino da Leitura: A Compreenso de textos

    Ministrio da Educao

    Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular

    Ins Sim-Sim

    Colaborao

    Cristina Duarte

    Manuela Micaela

    Manuela Loureno

    Manuela Loureno

    7500 Exe.

    ???

    978-972-742-267-8

    Editor

    Autor

    Design

    Paginao

    Execuo grfica

    Tiragem

    Depsito Legal

    ISBN

    Ttulo

    Editor

    Autor

    Colaborao

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    Paginao

    Execuo grfica

    Tiragem

    Depsito Legal

    ISBN

    1 Edio - (Novembro, 2007)

    Ttulo

    O Ensino da Leitura: A Compreenso de textos

    Ministrio da Educao

    Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular

    Ins Sim-Sim

    Colaborao

    Cristina Duarte

    Manuela Micaela

    Manuela Loureno

    Manuela Loureno

    7500 Exe.

    ???

    978-972-742-267-8

    Editor

    Autor

    Design

    Paginao

    Execuo grfica

    Tiragem

    Depsito Legal

    ISBN

    Ttulo

    Editor

    Autor

    Colaborao

    Design

    Paginao

    Execuo grfica

    Tiragem

    Depsito Legal

    ISBN

    O Ensino da Leitura: A Compreenso de Textos / Ins Sim-

    Sim...[et al.]. -

    I - M

    CDU

    Biblioteca Nacional - Catalogao Nacional

  • 57

    Introduo

    Seco

    Seco

    Seco

    Bibliografia

    O que os professores precisam de saber sobre o processo

    de compreenso da leitura

    O ensino da compreenso de textos

    Anexos

    1

    2

    3

    2.1.

    2.2.

    2.3. de teatro

    2.4. poesia

    2.5. instrucionais

    O ensino da compreenso de textos informativos

    O ensino da compreenso de textos narrativos

    O ensino da compreenso de textos

    O ensino da compreenso de

    O ensino da compreenso de textos

    .

    .

    .

    Textos informativos

    Textos narrativos

    Textos

    extos

    de teatro

    Poesia

    T instrucionais

    15

    24

    35

    47

    55

    65

    71

    73

    75

    78

    79

    83

    n cdi e

  • Todos reconhecemos que saber ler uma condio indispensvel para o sucesso

    individual, quer na vida escolar, quer na vida profissional. Esta condio individual tem

    uma aplicao directa na vida das comunidades. No por acaso que os pases mais

    ricos e, portanto, com um nvel de desenvolvimento mais elevado, erradicaram o

    analfabetismo mais cedo e apresentam nveis superiores de literacia, o que significa

    que os respectivos cidados tm mais facilidade em aceder informao escrita

    atravs da leitura, e em se expressar eficazmente atravs da produo escrita, do que

    os nativos de pases pobres com nveis elevados de iliteracia.

    Como facilmente constatamos, a utilizao da linguagem escrita imprescindvel na

    vida quotidiana. Torna-se, por isso, indispensvel saber ler fluentemente e escrever de

    forma eficiente para a realizao de muitas das actividades dirias, como ler um jornal

    ou verificar a bula de um medicamento, consultar o extracto bancrio ou um horrio de

    comboios, enviar uma mensagem escrita pelo telemvel ou preencher a declarao de

    impostos, usufruir do prazer de ler um romance ou estudar para um exame.

    Todos reconhecemos tambm que esperado que a escola desempenhe um papel

    imprescindvel na aprendizagem da linguagem escrita. Ao contrrio da lngua oral, que

    a criana adquire no contexto familiar natural e espontaneamente, o domnio da

    vertente escrita da lngua exige o ensino explcito e sistematizado de quem ensina, o

    professor, e a vontade consciente de aprender por parte do aluno.

    Antes de formalmente ensinada, a maioria das crianas descobre a linguagem escrita.

    1

    O ensino da decifrao , que corresponde fase de identificao de palavras escritas,

    o primeiro passo no percurso formal da aprendizagem da leitura, mas ler muito mais

    do que reconhecer uma sequncia de palavras escritas. A essncia da leitura a

    construo do significado de um texto escrito e aprender a compreender textos o

    grande objectivo do ensino da leitura.

    Ensinar a ler , acima de tudo, ensinar explicitamente a extrair informao contida

    num texto escrito, ou seja, dar s crianas as ferramentas de que precisam para

    estratgica e eficazmente abordarem os textos, compreenderem o que est escrito e

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    I t o o n r du

    IntroduoIntroduo

    5

    1

    Conferir, a propsito, a brochura O nsino da eitura: A ecifraoE L D .

  • assim se tornarem leitores fluentes.

    A investigao das ltimas dcadas mostrou-nos que a eficcia da aprendizagem da

    leitura depende do ensino eficiente da decifrao, do ensino explcito de estratgias

    para a compreenso de textos e do contacto frequente com boa literatura. O ensino da

    decifrao assenta no treino da conscincia fonolgica e na aprendizagem da

    correspondncia som/grafema, que preside escrita alfabtica da lngua portuguesa.

    Por sua vez, o ensino da compreenso de textos deve visar a apropriao pelas

    crianas de estratgias de monitorizao da leitura tais como prever, sintetizar,

    clarificar e questionar a informao obtida. A compreenso dos textos e a apreciao

    de boa literatura beneficiam da exposio diria a diferentes tipos de textos e do

    constante incentivo s crianas para que leiam de forma independente para si prprias

    e para os seus pares.

    De entre os factores que afectam o nvel de compreenso de leitura das crianas so de

    realar o conhecimento lingustico, particularmente a riqueza lexical e o domnio das

    estruturas sintcticas complexas, a rapidez e a eficcia com que identificam palavras

    escritas, a capacidade para automonitorizar a compreenso, o conhecimento que tm

    sobre o Mundo e sobre a vida e, muito particularmente, sobre os assuntos abordados

    nos textos lidos.

    So todos estes ingredientes que determinam a construo de um leitor. essencial

    conhec-los e integrar esse conhecimento nas prticas docentes de todos os que

    ensinam a ler. Esta brochura procura respostas para duas questes que inquietam

    pedagogicamente os professores: (i) Como levar os alunos da decifrao de palavras

    compreenso do texto? e (ii) Quais as estratgias a ensinar explicitamente para

    desenvolver a fluncia de leitura?

    6

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    Introduo

  • Ler compreender, obter informao, aceder ao significado

    do texto.

    Por compreenso da leitura entende-se a atribuio de

    significado ao que se l, quer se trate de palavras, de frases

    ou de um texto. Tal como na compreenso do oral, o

    importante na leitura a apreenso do significado da

    mensagem, resultando o nvel de compreenso da interaco

    do leitor com o texto. por isso que, perante o mesmo texto,

    dois leitores podem obter nveis de compreenso diferentes e

    o mesmo leitor, perante dois textos diversos, pode atingir

    nveis de compreenso distintos.

    Tomemos como exemplo duas notcias actuais:

    Compreenso

    da Leitura

    1que o fe s s m de S b r o eO s Pro s ores Preci a a e s br

    oc de C p s o uro Pr esso om reen da Leit a

    7

    Notcia A

    In Expresso on line, 18 de Agosto de 2006

    SE C O

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O que os Professores Precisam de Saber sobre o

    Processo de Co preenso da Leituram

  • Determinantes

    das dificuldades

    de compreenso

    2

    Conferir a propsito a brochura O onhecimento da ngua: Desenvolver a onscincia exical, C L C L .

    Os factores que marcam a diferena na dificuldade de

    compreenso de textos pelo mesmo leitor espelham: (i) o

    conhecimento prvio que o leitor tem sobre o tema (de facto

    maior o conhecimento que a maioria dos leitores tem sobre a

    produo de pra do que sobre telmeros e terapias

    antiparasitrias e (ii) o (des)conhecimento de vocbulos

    utilizados no texto. Se, porm, o leitor for um bilogo ou um

    especialista da sade, o segundo texto no apresentar

    qualquer dificuldade de compreenso. A compreenso beneficia,

    por isso, da experincia e do conhecimento que o leitor tem

    sobre a vida e sobre o Mundo e tambm da riqueza lexical que o

    leitor possui. Simultaneamente, tal como num crculo virtuoso, a

    leitura alarga o conhecimento que o leitor tem sobre a realidade

    e aumenta o leque de vocbulos conhecidos. possvel que aps

    a leitura do segundo texto a palavra leishmaniose passe a

    integrar o nosso lxico e que da prxima vez que encontremos a

    palavra a associemos a uma doena provocada pela picada de

    um insecto.

    Como a compreenso de leitura afectada pelo conhecimento

    prvio que o leitor tem sobre o assunto e pelo conhecimento das

    palavras que surgem no texto h duas ilaes pedaggicas a

    conservar como regra de ouro no ensino da leitura:

    conversar antecipadamente com as crianas sobre o tema do

    texto que elas iro ler em seguida;

    desenvolver intencional e explicitamente o lxico das

    2

    crianas .

    8

    In Revista CH on line, 18 de Agosto de 2006

    Notcia B

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    O que os Professores Precisam de Saber sobre o

    Processo de Compreenso da Leitura

  • Fluncia de

    leitura

    A identificao do significado da palavra escrita o ncleo seminal da

    leitura e quanto maior riqueza lexical, maior velocidade na capacidade da

    anlise interna de palavras desconhecidas e, portanto, melhor

    compreenso da leitura.

    A compreenso da leitura um processo complexo que envolve o que o

    leitor conhece sobre a sua prpria lngua, sobre a vida, sobre a natureza

    dos textos a ler e sobre processos e estratgias especficas para obteno

    do significado da informao registada atravs da escrita. O ensino da

    compreenso da leitura tem de incluir, portanto, estratgias pedaggicas

    direccionadas para o desenvolvimento do conhecimento lingustico das

    crianas, para o alargamento das vivncias e conhecimento que possuem

    sobre o Mundo e para o desenvolvimento de competncias especficas de

    leitura.

    O grande objectivo do ensino da compreenso da leitura o

    desenvolvimento da capacidade para ler um texto fluentemente, o que

    implica preciso, rapidez e expressividade na leitura. A rapidez de leitura

    envolve o reconhecimento instantneo de palavras, libertando a ateno e

    a memria para a recuperao do significado da frase (e do texto) e

    permitindo o treino da leitura expressiva. Um leitor fluente reconhece as

    palavras automaticamente e sem esforo, agrupa-as, acedendo

    rapidamente ao significado de frases e de expresses do texto.

    Um bom nvel de compreenso da leitura de textos resulta da confluncia

    de quatro vectores: (i) a eficcia na rapidez e na preciso da identificao

    3

    de palavras (automatizao na identificao das palavras) ; (ii) o

    4

    conhecimento da lngua de escolarizao (particularmente o domnio

    5

    lexical) ; (iii) a experincia individual de leitura e (iv) as experincias e o

    conhecimento do Mundo por parte do leitor. As estratgias de ensino

    usadas pelo professor tero, por isso, de contemplar estes quatro pilares. A

    figura 1 expressa esquematicamente a relao interactiva entre os quatro

    vectores em presena.

    3

    4

    5

    Conferir a propsito a brochura O Ensino da Leitura: A Decifrao

    Conferir a propsito a brochura O Conhecimento da Lngua: Percursos de Desenvolvimento.

    Conferir a propsito a brochura O Conhecimento da Lngua: Desenvolver a Conscincia Lexical.

    , , .

    , ,

    , ,

    9

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O que os Professores Precisam de Saber sobre o

    Processo de Co preenso da Leituram

  • Fig 1 - Determinantes da fluncia na compreenso de textos

    O reconhecimento rpido e automtico da palavra escrita o n

    fulcral da leitura. Esse reconhecimento o resultado no s do

    conhecimento consciente dos sons da lngua de escolarizao, i.e.,

    a conscincia fonolgica, e da sua relao com os grafemas que

    lhe correspondem, mas tambm da capacidade para identificar

    6

    globalmente as palavras como unidades grficas com significado .

    Quer a conscincia fonolgica, quer o reconhecimento global de

    palavras escritas esto intimamente ligados ao conhecimento

    lingustico, particularmente ao conhecimento lexical e

    capacidade de elaborao lingustica.

    A elaborao lingustica mobiliza obrigatoriamente um lxico rico

    e variado e o uso de estruturas sintcticas complexas,

    possibilitando a capacidade para analisar e reflectir sobre a lngua

    que usamos para comunicar.

    10

    6

    Conferir, a propsito, as brochuras O Ensino da Leitura: A Decifrao e Conhecimento da Lngua: Desenvolver a

    Conscincia Fonolgica.

    Fluncia na leitura de textosFluncia na leitura de textos

    Domnios de interveno do ensinoDomnios de interveno do ensino

    Compreenso da leitura

    Reconhecimento

    automtico da palavraConhecimento

    da lngua

    Experincia individual

    de leitura

    conscincia fonolgicadesenvolvimento lingustico:

    riqueza de experincias

    interiorizadascorrespondncia som/letra

    (princpio alfabtico)

    estrutura da lngua

    lxico

    reconhecimento global

    de palavrasreflexo sobre a lngua

    conhecimento do tema

    elaborao verbal do

    vivenciado

    estratgias de abordagem

    do texto (automonitorizao

    da compreenso)

    Experincia e

    conhecimento do Mundo

    (Inspirado no modelo cognitivo de avaliao de leitura de McKenne e Stahl, 2003)

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    O que os Professores Precisam de Saber sobre o

    Processo de Compreenso da Leitura

  • Descritores de

    desempenho de

    leitura

    Existe uma relao profunda entre o domnio da lngua que

    usamos para comunicar, as experincias que vivenciamos e o

    conhecimento que temos sobre o Mundo e sobre a vida. Ao

    falarmos sobre o que experienciamos, convocamos o nosso

    conhecimento lingustico para nos expressarmos, clarificando a

    forma como organizamos o que pensamos sobre a realidade. E,

    como j referido, a compreenso do que lemos depende muito do

    que j sabemos sobre o assunto a ler. A escolha das estratgias de

    leitura apropriadas para o objectivo de leitura e para o tipo de texto

    a ler so igualmente importantes na compreenso obtida. Quanto

    mais diversificadas forem as estratgias de abordagem do texto

    por parte do leitor, maior ser a capacidade da compreenso da

    leitura.

    Em sntese, no ensino da compreenso da leitura deve-se

    contemplar intervenes pedaggicas que visem estratgias

    especficas para a aprendizagem da leitura, a promoo para o

    desenvolvimento lingustico dos alunos, a estimulao do seu

    comportamento como leitores e a ampliao do conhecimento

    experiencial que possuem sobre a vida e sobre o Mundo.

    O ensino da compreenso da leitura de textos comea quando,

    antes de a criana saber decifrar, exploramos com ela o contedo

    de um texto, isto , a deixamos ler histrias atravs da nossa

    prpria voz. Este ensino continua em simultneo com a

    aprendizagem da decifrao e prolonga-se por toda a

    escolaridade. Trata-se de um processo em espiral em que

    necessrio garantir uma progresso constante no nvel de

    desempenho de leitura atingido. O ensino de estratgias de

    compreenso de textos deve permitir que, no final do 1 ciclo do

    Ensino Bsico, a criana seja capaz de:

    Apreender o sentido global de um texto.

    Identificar o tema central e aspectos acessrios.

    Distinguir entre fico/no fico; causa/efeito;

    facto/opinio.

    Localizar informa e us-las para cumprir

    instrues

    Sintetizar partes do texto.

    Reconhecer os objectivos do escritor

    es especficas

    .

    .

    11

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O que os Professores Precisam de Saber sobre o

    Processo de Co preenso da Leituram

  • Compreender inferncias, mobilizando informaes textuais

    implcitas e explcitas e conhecimentos exteriores ao texto

    Relacionar a informao lida com conhecimentos exteriores

    ao texto

    Extrair concluses do que foi lido

    Seguir instrues escritas para realizar uma aco

    Inferir o significado de uma palavra desconhecida com base

    na estrutura interna e contexto

    Utilizar estratgias de monitorizao da compreenso

    Ler autonomamente pequenas obras integrais adequadas ao

    interesse da faixa etria em questo.

    .

    .

    .

    .

    no .

    .

    Ler compreender, obter informao, aceder ao significado do

    texto. As experincias de leitura real (textos autnticos, com

    funes de comunicao, informativas ou de recreao) so

    determinantes no desenvolvimento da compreenso da leitura

    (Duke, Purcell-Gates, Hall & Tower, 2007). A tipologia dos textos

    a ler influencia a compreenso obtida, determina objectivos de

    leitura diversos e requer o uso de estratgias especficas de

    compreenso. O quadro 1 procura associar tipologias de textos a

    explorar no 1 ciclo do Ensino Bsico e os respectivos objectivos

    intencionais de compreenso da leitura.

    12

    Tipologias e

    caractersticas

    dos textos a ler

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    O que os Professores Precisam de Saber sobre o

    Processo de Compreenso da Leitura

  • Tipos de textosObjectivos intencionais de

    compreenso da leitura

    Informativos (artigos

    temticos, notcias...)

    Obter informao sobre a vida e sobre o

    mundo natural ou social

    Fico narrativa (histrias,

    textos de teatro...)

    Usufruir do prazer da leitura recreativa

    Poesia

    Usufruir prazer, alimentar o gosto pela

    sonoridade e poder da linguagem potica e

    simblica

    Textos instrucionais (receitas,

    instrues para aco...)

    Realizar algo de acordo com procedimentos

    sequenciais enunciados

    Biografias Aprender sobre a vida de algum

    Textos epistolares (cartas

    pessoais, recados, emails...)

    Estabelecer contacto com algum, partilhar

    acontecimentos e emoes

    Listagens (texto no compositivo) Aceder a informao organizada categorialmente

    Quadro 1Exemplos de textos e respectivos objectivos intencionais de leitura

    Adaptado de Duke, Purcell-Gates, Hall & Tower,

    O ensino da compreenso de textos implica que as crianas sejam

    familiarizadas com tipos variados de textos e lhes sejam ensinadas

    estratgias gerais de automonitorizao da leitura e estratgias

    especficas para abordagem de cada tipo textual. Na seco seguinte

    desta brochura sero abordadas estratgias de ensino de compreenso

    da leitura e exemplificadas actividades de promoo de competncias

    especficas a mobilizar consoante as caractersticas do texto a ler.

    13

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O que os Professores Precisam de Saber sobre o

    Processo de Co preenso da Leituram

  • 14

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    O que os Professores Precisam de Saber sobre o

    Processo de Compreenso da Leitura

  • Estratgias de compreenso

    da leitura

    Estratgias a trabalhar pelo professor

    Explicitar o objectivo da leitura do texto

    Activar o conhecimento anterior sobre o tema

    Formas de operacionalizar estas estratgias por parte

    dos alunos

    SE C O2Ens o o r e d osO in da C mp e ns o e Text

    t s sutilizar ante i a eEs rat gia a de inic ar l iturasante

    Legendas dos smbolos

    15

    Ensinar a compreender ensinar explicitamente estratgias

    para abordar um texto. Estratgias de compreenso so

    ferramentas de que os alunos se servem deliberadamente para

    melhor compreenderem o que lem, quer se trate de fico ou de

    no fico. Essas estratgias ocorrem antes da leitura de textos,

    durante a leitura de textos e aps a leitura de textos. Segue-se

    uma enumerao exemplificativa de estratgias a serem

    ensinadas aos alunos.

    Antecipar contedos com base no ttulo e

    imagens, no ndice do livro, etc.

    O leitor tem o seu papel na obra: enriquece o livro.O leitor tem o seu papel na obra: enriquece o livro.

    Jorge Luis Borges, 2000

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    ??

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • 16

    Para que vou ler este texto?

    O que j sei sobre isto?

    O que que o ttulo e/ou as imagens me fazem lembrar?

    Que informaes posso retirar do ndice?

    Que pistas posso encontrar no texto?

    Filtrar o texto para encontrar chaves contextuais

    (indcios grficos e marcas tipogrficas)

    Exemplos de formas de autoquestionamento por parte do aluno sobre

    explicitao dos objectivos de leitura, de activao de conhecimento

    prvio, de antecipao e de identificao de chaves:

    Ex: Texto ndice do livro Animais em Famlia: Golfinhos (p. 80)

    Que o livro sobre a vida dos golfinhos, como so os golfinhos,

    como nascem e se desenvolvem, como se relacionam com os

    outros e como se defendem dos perigos.

    Ex: Texto Bolo de chocolate (pp. 79-80)

    Pela lista de ingredientes, acho que uma receita.

    Ex: Texto Sbios como camelos (pp. 73-74)

    Que os camelos sabem muito.

    Ex: Texto Parece que mas no (pp. 71-72)

    Que so animais que vivem na gua e que so muito inteligentes.

    Ex: Texto A conservao do panda gigante (p. 71)

    Para aprender sobre os pandas.

    Ex: Texto Bolo de chocolate (pp. 79-80)

    Para fazer um bolo.

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

    ??

  • 17

    Sei para que vou ler?

    Percebi pelo ttulo qual o assunto do texto?

    Revi o que j sei sobre o assunto?

    An

    tes d

    a L

    eit

    ura

    NoSim

    Lista de autoverificao para antes da leitura

    Estra gias a utiliz r u ted ran a eitu a t a l r

    No sentido de garantir a eficcia do uso de estratgias de

    abordagem do texto, ser importante a automonitorizao

    consciente e deliberada por parte das crianas. O exemplo

    abaixo mostra uma possvel lista de autoverificao a ser usada

    antes da leitura de qualquer texto.

    Fazer uma leitura selectiva

    Criar uma imagem mental (ou mapa mental) do que foi

    lido (associaes, experincias sensoriais cheiros, sabores sentimentos, etc.)

    Sintetizar medida que se avana na leitura do texto

    Adivinhar o significado de palavras desconhecidas

    Se necessitar, usar materiais de referncia (dicionrios,

    enciclopdias...)

    Automonitorizao

    antes da leitura

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Parafrasear partes do texto

    Sublinhar e tomar notas durante a leitura

    De que imagens me lembro quando leio o texto?

    O que tenho de ler devagar e com muita ateno?

    O que posso ler mais depressa?

    O que no preciso de ler?

    O que tenho de reler?

    Qual a informao mais importante deste pargrafo?

    Como posso dizer a informao importante em poucas

    palavras?

    Exemplos de formas de autoquestionamento do aluno durante a leitura

    do texto:

    Ex: Texto Programao da TV ( . 79)

    Se quero saber a que horas so os desenhos animados do

    Noddy, no canal Panda, no preciso de ler a programao dos

    restantes canais. Posso ler depressa o nome dos programas

    at chegar ao Noddy.

    p

    Ex: Texto Bolo de chocolate ( . 79-80 )

    O sabor doce do bolo de chocolate.

    Ex: Texto Sbios como camelos ( . 73-74)

    O calor da areia e do ar no deserto.

    pp

    pp

    Ex: Texto A conservao do panda gigante ( . 71), ltimo

    pargrafo

    preciso proteger os pandas.

    p

    18

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

    ??

  • No percebo bem esta palavra, onde posso procurar o

    seu significado?

    Quero saber mais sobre este assunto, onde posso

    procurar mais informao?

    Como que descubro o significado da palavra? O que

    que a palavra me faz lembrar? (associao de ideias)

    Que pistas posso encontrar se ler o que est antes e

    depois da palavra?

    Como posso dizer o mesmo que o autor, usando outras

    palavras?

    Que informao devo destacar (sublinhando ou

    colocando notas ao lado do texto) para mais facilmente

    me lembrar ou localizar mais tarde?

    Ex: Texto Parece que mas no ( . 71- 72)

    A palavra eco-localizao faz-me lembrar a palavra eco.

    Se juntar a palavra localizao percebo que com o eco os

    golfinhos conseguem localizar coisas.

    pp

    Ex: Texto Sbios como camelos ( . 73-74)

    No sei o que quer dizer incrdulo mas vou consultar um

    dicionrio.

    pp

    Ex: Texto Sbios como camelos ( . 73-74)

    Veio a noite e quando o Sol nasceu o gro-vizir olhou em redor e

    no foi capaz de descobrir um nico dos quatrocentos camelos.

    Quando amanheceu o gro-vizir no viu nenhum camelo.

    pp

    Ex: Texto Parece que mas no ( . 71-72), 8 pargrafo

    mamfero

    pp

    19

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • i depois dEstratgias a ut lizar a leitura

    Formular questes sobre o lido e tentar responder

    Confrontar as previses feitas com o contedo do texto

    Discutir com os colegas o lido

    Reler

    Exemplos de formas de autoquestionamento do aluno aps a leitura do

    texto:

    O que aprendi com o texto?

    Quais so as ideias mais importantes do texto?

    Como posso dizer em poucas palavras a mensagem do

    texto?

    Ex: Texto A conservao do panda gigante ( . 71)

    Existem poucos pandas vivos.

    Os pandas tiveram que fugir das florestas porque os

    homens cortaram as rvores.

    ...

    ...

    p

    Ex: Texto A conservao do panda gigante (p. 71)

    preciso ter cuidado e proteger os pandas para no

    desaparecerem.

    20

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

    ??

  • O que acho importante perguntar aos meus colegas

    sobre o texto?

    O que acho importante dizer ao meus colegas sobre o

    texto?

    As minhas previses sobre o contedo do texto estavam

    correctas?

    Que partes do texto devo voltar a ler para tentar

    perceber melhor?

    Que partes do texto devo voltar a ler porque so

    importantes?

    Juntando a informao do texto com o que j sabia, o

    que sei agora sobre o assunto?

    Ex: Texto Parece que mas no ( . 71-72)

    No, porque eu pensava que os golfinhos eram peixes.

    pp

    Ex: Texto Ulisses ( .75)

    Acham que Ulisses voltou para taca? Porqu?

    p

    Ex: Texto Ulisses

    O para perceber h quanto tempo tinha Ulisses

    sado de taca.

    ( .75)

    1 pargrafo

    p

    Ex:Texto A conservao do panda gigante ( . 71)

    Que os pandas so animais que preciso proteger porque esto

    em vias de extino.

    p

    Tal como importante que antes de iniciar a leitura de um texto o aluno

    se centre nos objectivos da leitura que vai realizar e antecipadamente

    se prepare para a escolha das estratgias mais apropriadas, aps

    terminar a leitura fundamental que automonitorize o que

    compreendeu sobre o texto lido. A lista de autoverificao da pgina 22

    contm um conjunto de itens teis para usar aps a leitura de cada

    texto. A interiorizao de rotinas de autoquestionamento torna mais

    eficaz a autoverificao da compreenso.

    21

    Autoverificao

    da compreenso

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • r iLista de autoverificao pa a depois da le tura

    Compreendi o sentido global do texto?

    Aprendi palavras novas com o texto?

    Fiquei com vontade de saber mais sobre o

    assunto do texto?

    Consigo dizer o que aprendi com este texto?

    Tomei notas sobre algumas partes do texto?

    Apetece-me falar do texto que li a algum?

    Percebi todas as palavras do texto?

    J reli o texto?

    Dep

    ois

    da L

    eit

    ura

    NoSim

    Nem sempre o ensino explcito da compreenso da leitura de textos foi

    uma prtica docente comum. O ensino da leitura foi muitas vezes

    reduzido ao ensino da decifrao, sendo deixado aos alunos o papel de

    "adivinhar" o que deveriam fazer para se tornarem leitores de sucesso.

    Como os dados da investigao de estudos internacionais e os

    resultados nacionais de desempenho tm mostrado, muitos alunos no

    conseguem descobrir como abordar um texto e, perante textos de

    complexidade variada, no so capazes de colher a informao neles

    contida e com ela construir o conhecimento de que precisam para

    estudar, trabalhar e at mesmo fruir o prazer da leitura recreativa. Os

    hbitos de leitura dos portugueses e os resultados obtidos pelos nossos

    alunos em provas nacionais e internacionais reflectem esta realidade.

    22

    Importncia do

    ensino explcito

    da compreenso

    da leitura

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • O ensino explcito da compreenso de textos tem por objectivo o

    desenvolvimento de capacidades metacognitivas que permitam ao

    aluno transferir informao e estratgias aprendidas para novas

    situaes de leitura e facultem a automonitorizao da compreenso

    medida que se l um texto. A leitura um processo complexo em que,

    para alm da decifrao, o leitor tem que mobilizar chaves de

    interpretao que incluem o uso de conhecimentos extra-textuais, a

    compreenso de que a ilustrao do texto transporta informao

    suplementar, o uso de processos de inferncia e de apreciao de

    contextos metafricos no reconhecimento de ideias e de sentimentos

    implcitos, como o caso do sofrimento, da ironia ou do humor

    (Hancock,1999).

    Consoante a tipologia textual, o leitor tem de saber escolher quais as

    estratgias apropriadas para a respectiva finalidade de leitura. Um

    leitor fluente sabe que para estudar necessrio saber salientar a

    informao determinante, tirar notas e fazer esquemas de textos

    informativos. Sabe tambm fruir silenciosamente o prazer de um texto

    narrativo, ou tirar partido da leitura oralizada para "sentir" a sonoridade

    de uma poesia ou "ouvir" um bom texto de teatro. Igualmente conhece

    as estratgias eficazes para ler e seguir as instrues do preenchimento

    de um impresso ou da bula de um medicamento. A leitura, como uma

    forma de fruir arte, ou como um meio de obter informao, requer uma

    aprendizagem consciente. Um jovem aluno tem de aprender as

    estratgias especficas para abordar textos de tipologia variada. Esta

    aprendizagem requer, na maioria dos casos, um ensino explcito da

    compreenso que implica explicar, mostrar e providenciar prticas do

    uso das estratgias em causa.

    Nas pginas seguintes sero abordadas estratgias particulares e

    exemplificaes de actividades para uma aprendizagem da

    compreenso da leitura de textos, consoante as respectivas

    caractersticas. Embora no sejam exclusivas para cada tipo de texto,

    as actividades descritas procuram ilustrar caminhos para o

    desenvolvimento de competncias fulcrais na compreenso da leitura.

    So apenas exemplos e, de modo algum, opes nicas.

    Para ancorar as actividades, e privilegiando a diversidade textual,

    foram escolhidos textos, disponveis em anexo, com dimenso e

    complexidade variadas. As actividades propostas destinam-se ao

    ensino da compreenso, implicando sempre a presena activa do

    professor.

    23

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Estratgias

    para a

    compreenso

    da leitura

    de textos

    informativos

    Por textos informativos entendemos aqui textos no ficcionais que

    descrevem, explicam e transmitem informao factual ou opinies

    sobre um determinado assunto.

    Na compreenso da leitura de um texto informativo o leitor presta

    ateno informao do texto, retm na memria os aspectos mais

    relevantes da informao recolhida e relaciona-os com o que sabe

    sobre o assunto, reformulando o conhecimento prvio que possua.

    O ensino da compreenso de textos informativos implica ensinar

    estratgias que ajudem (i) a identificar o tema central e o seu

    desenvolvimento; (ii) a escolher os aspectos mais salientes para o

    objectivo de leitura; (iii) a reconhecer a estrutura do texto (descritivo;

    de causa/efeito; apresentao de um problema/soluo; de

    informao sequencial; de comparao/contraste) para melhor poder

    compreender, recordar e verbalizar o lido.

    As estratgias especficas de ensino da compreenso de um texto

    informativo devem contemplar:

    O Ensino da Compreenso de Textos I formativosn

    a mobilizao do conhecimento prvio sobre o tema;

    o ensino de vocabulrio especfico presente no texto;

    o ensino de estratgias de mapeamento visual da estrutura

    do texto e da relao entre as ideias expostas;

    o questionamento com vista construo de um modelo

    mental do texto;

    a sintetizao da informao.

    s eExemplo de actividades para o desenvolvimento d competncias

    e d sesp cficas e compreenso de texto informativos

    Actividade 1: Desenvolvimento de estratgias de antecipao com base no ttulo do

    texto

    Objectivo: Mobilizar o conhecimento prvio sobre o tema e antecipar

    contedos

    Texto A conservao do panda gigante (T exto n 1, p. 71)

    24

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Descrio da actividade:

    Descrio da actividade:

    a) Pedir a um aluno para ler o ttulo do texto.

    b) Perguntar aos alunos se acham que um texto de fico (uma histria) ou no

    e pedir-lhes razes que justifiquem a sua opinio.

    c) Pedir para "adivinharem" o assunto abordado no texto e justificarem a sua

    opinio.

    d) Incentivar os alunos a dizerem o que sabem sobre o assunto e o que gostariam

    de aprender.

    a) Apresentar aos alunos uma lista de expresses extradas do texto.

    Como suporte discusso colectiva poder ser usada uma ficha individual de

    registo, orientadora da actividade.

    Eu penso que um texto ___________________________porque__________________

    _______________________________________________________________________.

    Eu acho que o texto sobre ____________________________ porque ____________

    _______________________________________________________________.

    ______________________________

    ______________________________

    ______________________________

    ______________________________

    __________________________________

    ______________________________

    ______________________________

    ______________________________

    O que gostava de saberO que sei sobre o assunto

    Exemplo de uma ficha de registo

    Actividade 2: Desenvolvimento de estratgias de antecipao com base em expresses

    previamente seleccionadas do texto

    Texto A conservao do panda gigante (T exto n 1, p. 71)

    25

    Panda gigante - empurrados para as montanhas - caa - fornecer jardins

    zoolgicos - peles para casacos e cobertores - extino - capturar crias

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • b) Em pequenos grupos de trabalho, pedir aos alunos que relacionem as

    diferentes expresses e antecipem o assunto do texto.

    c) Cada grupo apresenta a sua proposta sobre o contedo do texto, explicando as

    associaes de ideias ou conceitos que a justificam.

    d) Discusso colectiva sobre as propostas apresentadas.

    e) Distribuio do texto e leitura em pequenos grupos.

    Descrio da actividade:

    a) O professor elabora um questionrio com afirmaes contidas no texto e com

    afirmaes que expressam eventuais concepes erradas sobre os golfinhos.

    Actividade 3: Mobilizao de conhecimento prvio sobre o tema e posterior verificao

    das concepes

    Texto Parece que mas no (Texto n 2, pp. 71-72)

    A minha

    resposta estavaEu penso que

    No Certa

    Os golfinhos comem essencialmente peixes.

    Os golfinhos comunicam emitindo sons.

    Em Portugal h golfinhos.

    Os golfinhos vivem em grupos.

    Os golfinhos respiram o oxignio do ar.

    Os golfinhos so peixes.

    ErradaSim

    b) Antes de ler o texto, os alunos respondem individualmente coluna "Eu penso

    que".

    c) Segue-se a leitura do texto e a discusso colectiva do mesmo.

    d) Os alunos respondem depois individualmente coluna "a minha resposta

    estava".

    e) Discusso em grande grupo, com vista tomada de conscincia do processo de

    reformulao do conhecimento previamente expresso.

    26

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Actividade: Apropriao de um conceito presente no texto ("extino de espcies")

    Objectivo: Enriquecer o lxico

    Texto A conservao do panda gigante (T exto n 1, p. 71)

    Descrio da actividade:

    a) Consulta pelos alunos no dicionrio do significado da palavra "extino"

    (extermnio, destruio, acabamento).

    b) Identificao colectiva de exemplos de espcies animais que desapareceram

    da Terra (induzir a resposta, provavelmente conhecida, dos dinossauros).

    c) Organizao de grupos de pesquisa na Internet e em enciclopdias sobre

    animais actualmente em vias de extino, com registo dos animais encontrados,

    por continente, e sobre causas da provvel extino.

    d) Realizao individual de uma "sopa de letras" com os nomes de alguns dos

    animais que se encontram actualmente em perigo de extino (panda, baleia,

    cegonha, morcego, koala, lince).

    Exemplo de sopa de letras

    B L E I A B V

    U Z C E G O N H A T

    K O A L A X E X E I

    P P A N D A R L V S Q

    S A

    P P I H M O R C E G O

    27

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Actividade 1: Identificao de relaes de causa/efeito

    Objectivo: Identificar e organizar visualmente informao determinante

    Texto A conservao do panda gigante (Texto n 1, p. 71)

    Descrio da actividade:

    a) Aps a leitura do texto, realar, atravs de questes, a relao entre as causas

    de extino dos pandas e o efeito do seu desaparecimento.

    Para encontrar a causa, perguntar:

    b) Servindo-se das questes, pedir s crianas que identifiquem nos 3 e 4

    pargrafos do texto as causas de extino dos pandas.

    c) Apresentao pelo professor de um esquema grfico que traduza a relao

    multicausal da extino dos pandas.

    d) Preenchimento por cada criana do esquema com as causas encontradas.

    Alternativa: Construo pelos alunos de um esquema grfico que traduza essas

    relaes.

    Por que esto os Pandas em perigo de extino?

    Para encontrar o efeito, perguntar:

    CAUSAS

    Pe sr ai dgo n ad pe se ox dt oin

    EFEITO

    O que est a acontecer aos Pandas?

    28

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Actividade 2: Sublinhar e tirar notas como formas de realar aspectos determinantes

    do texto

    Actividade 3: Reduo da informao a esquema

    Texto A conservao do panda gigante (Texto n 1, p. 71)

    Texto Parece que mas no (Texto n 2, pp. 71-72)

    Descrio da actividade:

    Descrio da actividade:

    Aps a identificao das causas da extino, cada criana sublinha no texto as

    referidas causas.

    a) Aps a leitura do texto, recolha em pequenos grupos de dados relativos a cada

    uma das categorias apresentadas pelo professor (ex: identificao do animal,

    classe a que pertence e justificao, caractersticas fsicas, alimentao, habitat,

    comportamento).

    b) Discusso colectiva e procura adicional no texto, se necessria.

    c) Apresentao e explicao turma de uma estrutura de mapeamento visual

    com uma unidade central (os golfinhos) da qual derivam ideias importantes .

    Alternativa: Em vez de sublinhar, as crianas podero tomar notas das causas nas

    margens dos respectivos pargrafos.

    CLASSE HABITAT ALIMENTAOCARACTERSTICAS

    FSICAS

    COMPORTAMENTO

    IDENTIFICAO

    29

    d) Preenchimento pelas crianas do esquema referido em c).

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Actividade : Sntese organizada da informao

    Actividade 1: Questionamento sistemtico sobre o texto

    Objectivo: Sintetizar a informao tratada

    Objectivo: Aprofundamento do conhecimento sobre a temtica

    Texto Qualquer texto informativo

    Texto A conservao do panda gigante (Texto n 1, p. 71)

    Descrio da actividade:

    Descrio da actividade:

    Aps o trabalho sobre o texto, pedir aos alunos que sintetizem a informao por

    categorias:

    O que j sabia sobre o tema;

    O que aprendi com a leitura do texto;

    O que tive dificuldade em compreender ;

    O que gostava ainda de aprender sobre o tema;

    Onde posso procurar mais informao sobre o tema.

    a) O professor l o texto em voz alta turma.

    b)Em pequenos grupos de trabalho, os alunos preenchem o Roteiro de Leitura do

    Texto. Cada grupo dispe de um computador e de uma lista de sites, previamente

    seleccionados pelo professor, bem como de um mapa do mundo.

    Exemplo de uma ficha de registo

    30

    O que sabia

    sobre o assunto

    O que aprendi

    com o texto

    O que no

    percebi bem

    O que gostava

    ainda de saber

    Onde posso

    procurar mais

    informaes

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • A. L o 1 pargrafo do texto.

    J viste algum panda gigante? Onde?

    Por que que poucas pessoas viram um panda gigante verdadeiro sem ser

    na televiso?

    Escreve o nome das vrias espcies de pandas que existem.

    Existe apenas um pas onde o panda gigante vive na natureza. Escreve o

    nome desse pas.

    Localiza esse pas no mapa.

    Escreve o nome dos jardins zoolgicos onde existem pandas.

    Localiza no mapa os pases onde se situam esses jardins zoolgicos.

    Exemplo de um roteiro para a leitura do texto

    Legenda dos smbolos

    31

    Perguntas para pensares.

    Perguntas para procurares no texto.

    Indicaes para procurares informaes

    na Internet.

    Indicaes para localizares pases no mapa.

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • B. L os 2 e 3 pargrafos do texto.

    Como sabemos que o panda gigante no come s bambu?

    Regista o nome de outros alimentos que os pandas usam na sua

    alimentao.

    Quais so as duas grandes ameaas destruio dos pandas?

    De que forma est o Homem a destruir o habitat natural dos pandas?

    Por que que os homens cortaram as rvores das florestas onde viviam os

    pandas?

    Por que que os homens vendem as peles dos pandas?

    Qual a opinio do autor do texto sobre o futuro desta espcie animal?

    Indica se j foram tomadas medidas de proteco aos pandas. Que medidas

    foram essas? Qual foi o resultado?

    O que achas que podemos fazer para proteger os pandas?

    C. L o 4 pargrafo do texto.

    32

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Actividade 2: Comparao da informao sobre peixes e golfinhos

    Texto Parece que mas no (Texto n 2, pp. 71-72)

    Descrio da actividade:

    a ) Leitura do texto para a turma feita por um aluno.

    b) Apresentao pelo professor de um esquema e de questes de suporte

    localizao de informao no texto que permita comparar os golfinhos com os

    peixes.

    Para encontrar as semelhanas, perguntar:

    c) Preenchimento do esquema pelos alunos.

    d) Pesquisa na Internet e em enciclopdias de mais informao sobre peixes e

    golfinhos.

    e) Novo preenchimento do esquema, incluindo a informao recolhida atravs da

    pesquisa.

    f) Apresentao dos trabalhos dos diferentes grupos turma.

    Em que que os golfinhos e os peixes so parecidos?

    Para encontrar o diferenas, perguntar:

    Em que que os golfinhos so diferentes dos peixes?

    Em que que os peixes so diferentes dos golfinhos?

    Exemplo de um esquema para comparao

    SOH

    N

    IF

    LO

    G

    PEIXE

    S

    1 32

    Indicaes:

    Em 1, escreve as respostas questo 1.

    Em 2, escreve as respostas questo 2.

    Em 3, escreve as respostas questo 3.

    33

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

    1.

    2.

    3.

  • 34

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Estratgias para

    a compreenso

    da leitura de

    textos

    narrativos

    Uma narrativa uma descrio de eventos, baseados em experincias,

    ocorridas ou ficcionadas, seleccionados por quem escreve ou conta e

    descritos de acordo com uma organizao (Grasser, Golding & Long,

    1991) estrutural que permite a antecipao de quem ouve ou l.

    Na sua essncia a narrativa um meio de comunicao entre quem

    conta ou escreve e quem l ou ouve. O grande objectivo da narrativa a

    recreao de quem l ou ouve, provocando respostas emocionais

    (surpresa, curiosidade, medo, satisfao) no leitor ou no ouvinte.

    As principais componentes da narrativa so as personagens, que tm

    objectivos e motivos para realizar determinados actos; os contextos

    espacial e temporal em que ocorrem os eventos; a existncia de

    problemas, conflitos ou complicaes com que se confronta a principal

    personagem; a trama, ou srie de episdios descritos segundo uma

    estrutura discursiva que provocam a resoluo da complicao.

    A aquisio precoce da estrutura narrativa bsica, na verso oral, por

    volta dos 4/5 anos de idade, e as emoes gratificantes geradas pela

    narrativa so dois dos factores que afectam o gosto por este tipo de

    textos e a consequente compreenso dos mesmos.

    Explorar a compreenso dos textos narrativos implica trabalhar

    histrias curtas, pequenas novelas e obras completas adequadas

    idade e interesse das crianas, fomentando o raciocnio dedutivo, a

    anlise de aces, a antecipao de acontecimentos, a previso de

    consequncias, o raciocnio inferencial e a apreciao valorativa do

    texto.

    O ensino explcito da compreenso de textos narrativos deve incluir

    estratgias:

    O Ensino da Compreenso de Textos Narrativos

    que visem uma compreenso global de todo o texto ou de

    partes especficas do mesmo (captulos, pargrafos, frases,

    expresses, palavras) e interligaes entre as partes

    especficas;

    que desenvolvam a interpretao, i.e., o relacionamento

    entre a compreenso do texto e a experincia individual do

    leitor;

    que contemplem a anlise da estrutura intratextual

    (organizao e forma: como se ligam os captulos numa obra,

    ou os pargrafos num texto; como expressa o autor a

    35

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • passagem do tempo; como so caracterizadas as

    personagens; quais as palavras que melhor descrevem algo,

    etc.);

    que explorem o tema central, as personagens principais, os

    acontecimentos determinantes, os pequenos detalhes;

    que tomem em linha de conta todos os elementos da

    narrativa, i.e., eventos, personagens, contextos espacial e

    temporal, conflitos e a sua resoluo;

    que explorem o significado mais profundo do texto

    (subjacente ou explcito), atravs da discusso colectiva,

    para que as crianas aprendam acerca da vida, delas prprias

    e do poder da leitura de boas obras.

    x s d s a s i o e oE emplo de activi ade p ra o de envolv ment d c mpetncias

    e e d e e xt s ssp cficas e compre ns o d te o narrativo

    Actividade: Estimular a curiosidade e o apetite pela leitura da histria, atravs da

    apresentao da mesma por um aluno (ou pequeno grupo de alunos)

    Objectivo: Suscitar o interesse pela leitura da histria

    Texto (TSbios como camelos exto n 3, pp. 73-74)

    Descrio da actividade:

    a) Escolha pelo professor de um aluno (ou de um pequeno grupo de alunos) que

    ler previamente a histria e seleccionar (com ou sem o professor) a informao

    relevante sobre a mesma.

    b) Sistematizao pelo aluno escolhido da informao seleccionada (ttulo, nome

    do autor, assunto tratado na histria e listagem de razes consideradas

    importantes para que a mesma seja lida por todos) e registo escrito dessa

    informao.

    c) Escolha pelo aluno da forma de apresentao do conto (Sbios como camelos)

    turma, respeitando os seguintes parmetros para convencer os colegas a ler a

    histria: (i) no permitido o resumo da mesma; (ii) pode ser lida uma ou outra

    frase que estimule o interesse; (iii) necessrio mobilizar conhecimentos prvios

    da turma (neste caso, sobre camelos, desertos, perigos das tempestades no

    36

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • deserto, fbulas conhecidas, etc.); (iv) evocar o prazer da leitura de uma histria

    e o que podemos aprender com ela.

    d) Apresentao formal da histria turma pelo aluno seleccionado e de acordo

    com os parmetros referidos em b) e c).

    e) Discusso sobre o interesse suscitado pela apresentao oral da histria.

    f) Leitura do conto pela turma.

    Alternativas: Escolher rotativamente um aluno ou um pequeno grupo de alunos para

    trabalhar uma narrativa (conto ou obra integral) que ser depois apresentada turma

    para suscitar colectivamente o interesse pela leitura. Poder ser construda uma

    programao de apresentaes para todo o perodo ou ano lectivo. Esta apresentao

    poder ser partilhada noutras turmas da escola. Os apresentadores podero ser

    considerados os mensageiros da obra, responsabilizando-se por criar as condies

    para apresentaes criativas. Estimular a apresentao criativa das histrias: com

    diapositivos (powerpoint), com dilogos, atravs de ilustraes construdas pelas

    crianas, etc.

    Actividade 1: Relao sequencial dos componentes da histria

    Objectivo: Desenvolver a compreenso global do texto

    Texto Sbios como camelos (Texto n 3, pp. 73-74)

    Descrio da actividade:

    a) Construo prvia, pelo professor, da estrutura de uma prancha que permita a

    representao sequencial da histria, colocando em evidncia a estrutura e

    elementos da narrativa.

    b) Aps a leitura do texto, solicitar aos alunos que preencham a prancha da

    histria.

    37

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Exemplo de uma prancha de histrias

    Alternativa: A prancha poder ser concebida em powerpoint, correspondendo cada

    quadrado a um diapositivo, e apresentada com suporte informtico. Para tal, levar os

    alunos a procurar na Internet imagens (gro-vizir, camelos, pastor, palcio,

    palmeiras ...) para construir os vrios cenrios da aco. As imagens podem tambm

    ser desenhadas pelos alunos, com um programa informtico de desenho.

    Desenha em cada quadrado uma imagem e escreve por baixo um pequeno texto,

    respeitando as seguintes indicaes:

    Escreve o ttulo da histria e o nome do autor.

    Diz onde e quando se passou a histria e indica as personagens.

    Conta um acontecimento importante do incio da histria problema que surgiu.

    Conta um acontecimento importante do meio da histria.

    Conta um acontecimento importante do fim da histria como se resolveu o

    problema.

    1

    1

    2

    54

    3

    6

    2

    3

    4

    5

    6

    Era uma vez Um dia

    A partir daquele dia

    38

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Actividade 2: Reconto oral com suporte visual (mapeamento de histrias)

    Texto Sbios como camelos (Texto n 3, pp. 73-74)

    Descrio da actividade:

    b) Leitura da histria pelas crianas.

    c) Preenchimento escrito das "caixas" referentes s personagens, aos contextos,

    ao problema e ao objectivo de resoluo, aos episdios e forma de resoluo

    encontrada.

    d) Debate colectivo sobre o contedo de cada caixa para esclarecer dvidas ou

    acertar pormenores.

    e) Reconto oral individual com suporte do mapeamento construdo.

    a) Distribuio prvia e explicao de um modelo de mapeamento visual de histrias.

    Exemplo adaptado de Caldwell & Leslie, 2005

    Personagens: Quem?

    Qual o problema,

    conflito ou

    complicao?

    Qual o

    0bjectivo

    central?

    Contextos:

    Onde e quando

    aconteceu?

    Que soluo?

    Que acontecimentos ou

    episdios so importantes

    na histria?

    1.

    2.

    3.

    4.

    39

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • f) Avaliao pela turma da qualidade do reconto (clareza da exposio,

    organizao e coerncia da estrutura, interesse dos pormenores escolhidos,

    induo de prazer aos ouvintes).

    Alternativa: Preparao do reconto em pequenos grupos, com escolha do relator.

    Escolha de um relator para ir contar a histria a um grupo de crianas do jardim de

    infncia mais prximo.

    Actividade 3: Segmentao do conto em grandes unidades de significado

    Texto Sbios como camelos (Texto n 3, pp. 73-74)

    Descrio da actividade:

    a) Propor aos alunos trabalhar o conto e organiz-lo graficamente, construindo

    verses diferentes e criativas.

    b) Organizar a turma em pequenos grupos e pedir a cada grupo que divida o texto

    em trs partes, de modo a ser possvel ler o conto como se estivesse organizado

    em captulos.

    c) Comparar as divises propostas pelos vrios grupos e discutir as respectivas

    justificaes de diviso.

    d) Sempre que a diviso obedecer a uma lgica de unidade de significado, aceit-

    -la; quando tal no acontecer, levar o grupo a procurar uma segmentao

    justificada.

    e) Pedir um ttulo para cada seco/captulo da histria com a respectiva

    ilustrao feita pelo pequeno grupo.

    f) Elaborar pequenos livros com a histria organizada, em que os nomes dos

    ilustradores figurem nas respectivas capas.

    Actividade: Questionamento sistemtico sobre o texto

    Objectivo: Aprofundar a compreenso da histria

    Texto Ulisses (Texto n 4, p. 75)

    40

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Descrio da actividade:

    a) O professor segmenta antecipadamente o texto em grandes unidades de

    sentido, por exemplo:

    f) Pede a uma criana que leia o segundo segmento do texto.

    g) Questiona o grupo sobre:

    b) Com a ajuda de um mapa, o professor situa no espao taca (pequena ilha

    grega localizada no mar Jnico) e no tempo 1200 anos A.C. (com referncia

    actualidade e ao ano do nascimento de Cristo).

    c) O professor l em voz alta para a turma todo o texto.

    d) Pede a uma criana que leia o primeiro segmento.

    e) Questiona o grupo sobre:

    Alternativas: Distribuir cada segmento do texto e o respectivo bloco de questes por

    pequenos grupos, seguindo-se uma abordagem colectiva de toda a turma. Aps o trabalho

    colectivo em grande grupo, distribuir todas as questes a cada criana para uma resposta

    escrita individual.

    1

    2

    3

    4

    segmento at o pai de Telmaco, no tivesse regressado a casa;

    segmento at que sonhava dia e noite com o pai;

    segmento at onde vivia uma deusa solitria, Calipso;

    segmento at ao final do texto.

    1

    2

    3

    4

    Como nos diz o autor que passaram muitos anos desde que Ulisses partiu

    para a guerra?

    Como sabemos contra quem Ulisses tinha combatido?

    Como nos diz o autor a idade aproximada de Telmaco?

    Como sabemos que os habitantes de taca julgavam que Ulisses tinha

    morrido?

    Por que no aceitou Penlope nenhum dos seus pretendentes?

    Quem era a nica pessoa que tinha a certeza que Ulisses estava vivo?

    Como sabemos que a viagem de Ulisses, no regresso de Tria, foi muito

    atribulada?

    O que sabemos sobre como Ulisses conheceu a deusa Calipso?

    Como sabemos que a deusa Calipso gostava muito de Ulisses?

    Como nos diz o autor que Ulisses amava muito Penlope e Telmaco?

    h) Pede a uma criana que leia o terceiro segmento do texto.

    i) Questiona o grupo sobre:

    j) Pede a uma criana que leia o ltimo segmento do texto.

    k) Questiona o grupo sobre:

    41

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Actividade 1: Identificao de palavras-chave importantes para a compreenso do

    texto

    Actividade 2: Sequencializao das ideias centrais da histria

    Objectivo: Desenvolver a compreenso intratextual

    Texto Ulisses (Texto n 4, p. 75)

    Texto Sbios como camelos (Texto n 3, pp. 73-74)

    Preencher um quebra-cabeas, usando palavras importantes para a

    compreenso do texto.

    Descrio da actividade:

    Exemplo de um quebra-cabeas baseado no texto

    S

    E

    S

    S

    I

    L

    U

    7 7

    6 6

    5 5

    4 4

    3 3

    2 2

    1 1

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    - O que fez Ulisses perder a nau e todos os seus companheiros.

    - Onde passou a viver Ulisses.

    - Ilha grega onde vivia Ulisses, Penlope e Telmaco.

    - O que Calipso queria fazer de Ulisses.

    - Nome da deusa solitria que vivia em taca.

    - Nome do filho de Ulisses.

    - Aps a conquista de Tria, Ulisses viveu muitas.

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7 .

    Alternativas: Apresentao ou no das solues.

    Realizao individual ou em pequenos grupos.

    Solues: 1 - naufrgio. 2 - ilha. 3 - taca. 4 - deus. 5 -Calipso. 6 - Telmaco. 7 - aventuras

    Materiais:

    Conjunto de sete tiras de carto, uma em branco, e as restantes contendo ideias

    importantes do texto. Exemplos de possveis tiras:

    42

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • O pastor foi salvo.

    Para os camelos no morrerem de fome o pastor deu-lhes os livros a comer.

    Um dos camelos contou ao gro-vizir que tinham decorado os livros e que

    podiam contar-lhe histrias.

    O gro-vizir regressou muito triste ao seu palcio.

    As tropas do gro-vizir encontraram o pastor e os camelos.

    Um gro-vizir da Prsia, que gostava muito de ler, sempre que viajava levava os

    camelos carregados de livros.

    Descrio da actividade:

    a) Distribuir a cada aluno (ou grupo de alunos) o conjunto desordenado das sete

    tiras e pedir uma organizao sequencial das frases, de acordo com a histria.

    b) Pedir em seguida a identificao de uma ideia importante em falta, com escrita

    da mesma e insero no local certo da sequncia.

    c) Cotejo das ordenaes individuais ou em grupo e discusso sobre as solues

    propostas pelos alunos, salientando a questo da relevncia das ideias

    identificadas como importantes.

    Alternativa: Em vez da existncia inicial de uma tira em branco, incluir uma tira a excluir por

    conter uma frase no relacionada com a histria ou apenas uma qualquer ideia meramente

    acessria da histria.

    Actividade 3: Identificao de expresses que espelhem relaes temporais entre

    acontecimentos

    Texto Sbios como camelos (Texto n 3, pp. 73-74)

    a) Solicitar aos alunos que procurem no texto e sublinhem todas as expresses

    que nos indiquem a passagem do tempo Um dia; durou a tarde inteira; Veio

    a noite; e quando o sol nasceu; Durante muito tempo; Ao fim de quinze

    dias; No dia seguinte; Trezentos e noventa e oito dias depois; a partir

    daquele dia).

    Descrio da actividade:

    43

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

  • b) Identificar os acontecimentos significantes relacionados com a passagem dos

    dias aps a tempestade de areia.

    c) Solicitar a construo de uma linha do tempo durante o perodo em que os

    camelos estiveram perdidos, associando os marcadores da passagem dos dias

    aos acontecimentos ocorridos em cada um desses dias.

    Exemplo de uma linha do tempo

    Liga os acontecimentos ao dia em que ocorreram

    Primeiro dia da tempestade 15 dias depois

    Os camelos

    comearam a comer

    os livros de Aba.

    A caravana

    perdeu-se

    no deserto.

    A caravana foi

    encontrada pelas

    tropas.

    Os camelos

    acabaram de

    comer todos

    os livros.

    Os camelos

    comeram os livros

    de Baal.

    Nos dias seguintes 398 dias depois

    Actividade 4: Identificao justificada das palavras que estabelecem a transio

    entre pargrafos

    Texto Ulisses (Texto n 4, p. 75)

    Descrio da actividade:

    Leitura do texto pelo professor.

    Identificao pelas crianas dos trs pargrafos do texto, com recorte dos

    mesmos pelas crianas.

    Discusso colectiva, orientada pelo professor, sobre a organizao do texto em

    pargrafos.

    Identificao das expresses ou frases de ligao/transio entre os

    pargrafos (To estranho 1 e 2 pargrafos e Na verdade Ulisses no

    morrera 2 e 3 pargrafo) que do pistas sobre a sequncia do texto to

    estranho refere-se a uma ideia presente no 1 pargrafo; s no 2 pargrafo

    referida a existncia do boato de que Ulisses teria morrido).

    Trabalho em pequenos grupos sobre a justificao da existncia das referidas

    expresses.

    Discusso, em grande grupo, sobre a pertinncia das justificaes

    encontradas.

    44

    a)

    b)

    c)

    d)

    e)

    f)

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    Introduod O Ensino a Compreenso de Textos

  • Actividade 5: Reconhecimento dos percursos de vida das personagens

    Texto Ulisses (Texto n 4, p. 75)

    Descrio da actividade:

    a) Aps a leitura da histria, pedir aos alunos que, usando quatro marcadores

    grossos de diferentes cores, uma para cada personagem (Telmaco, Penlope,

    Ulisses e Calipso), assinalem, com um trao horizontal, todas as palavras

    correspondentes a cada personagem (nomes prprios e substitutos dos nomes,

    e.g. pronomes), seguindo o seu "percurso" ao longo da narrativa.

    b) Construir em seguida as "histrias de vida" das quatro personagens.

    Exemplo de um esquema de suporte construo das histrias de vida

    45

    Ulisses

    Telmaco

    Calipso

    Penlope

    Era rei

    Era um prncipe

    Era uma deusa

    Era casada com

    Ulissesqueria casar com

    Ulisses

    conheceu Ulisses

    vivia numa ilha

    acreditava que o

    pai ia voltar

    no sabia se o

    marido tinha

    morrido na guerra

    desde beb que

    no via o pai

    nunca quis

    voltar a casarfoi para a guerra e

    naufragou numa

    ilha

    ficou a viver na ilha

    com uma deusa

    Liga cada uma das personagens da histria s frases atravs de uma linha, de tal modo

    que fiques com uma histria de vida para cada personagem.

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • 46

    Descrio da actividade:

    Dividir a turma em pequenos grupos, metade dos grupos assumem o papel de

    "Ulisses" e a outra metade de "Telmaco".

    Ulisses ter de escrever uma carta ao filho, onde relatar os perigos que viveu,

    falar dos seus sentimentos e explicar o motivo porque ainda no voltou.

    Telmaco ter de escrever uma carta ao pai, falando dos seus sentimentos e

    explicando-lhe por que "pensava dia e noite no pai".

    Leitura e discusso colectiva das cartas redigidas.

    Nova leitura do texto.

    Nota: Ao escreverem as cartas os alunos tero de mobilizar conhecimentos que tm sobre

    naufrgios, guerras e sentimentos vividos (de separao, saudades, medo). A discusso das

    diversas cartas escritas permitir convocar conhecimentos que facilitaro, numa segunda

    leitura do texto, uma interpretao mais profunda.

    a)

    b)

    c)

    d)

    e)

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

    Actividade: Relacionamento de factos e sentimentos das personagens da histria

    com as vivncias e sentimentos do leitor.

    Texto Ulisses (Texto n 4, p. 75)

    Objectivo: Desenvolver a interpretao

  • O Ensino da Compreenso de Textos de Teatro

    Aspectos prosdicos:

    entoao, pausas,

    ritmo

    A leitura de textos de teatro e a representao dos mesmos pelas

    crianas de grande importncia no desenvolvimento sociocognitivo

    dos alunos. A interiorizao dos dilogos, numa actividade verbal

    colectiva como a dramatizao, favorece o desenvolvimento de

    processos auto-reguladores do discurso interior da criana

    (Vygotsky,1962). O ensaio de um texto de teatro para o apresentar

    perante uma audincia fomenta o aprofundamento da compreenso do

    texto e, consequentemente, a expressividade da leitura oralizada. Por

    sua vez, a repetio da leitura em voz alta aumenta a rapidez de

    processamento e permite o treino de aspectos prosdicos durante o

    acto de ler. Um texto de teatro um meio natural e autntico para

    promover a repetio activa da leitura em voz alta, permitindo o ensaio

    para recitar ou actuar perante um pblico. o treino dos aspectos

    entoacionais na leitura oralizada que faz com que a mesma parea

    linguagem falada.

    A expressividade na leitura um ptimo indicador de fluncia. A leitura

    oralizada mais atractiva quando acompanhada de gestos e

    movimentos, os quais contribuem para uma maior facilidade na

    memorizao dos textos. A investigao tem mostrado que o trabalho

    com textos de teatro um bom meio para cativar o interesse das

    crianas na prtica de actividades de leitura oralizada. A leitura

    expressiva e, consequentemente, a fluncia so afectadas

    positivamente pela repetio monitorizada da leitura oralizada.

    Num texto de teatro, o leitor encontra as falas das personagens e as

    instrues cnicas que no se destinam a ser ditas pelas personagens,

    as didasclias, escritas geralmente entre parntesis ou/e em itlico,

    que situam a aco contextualmente e que do indicaes ao

    encenador.

    47

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • explorao da compreenso do texto e da prtica cnica

    leitura oralizada pela classe

    recitao;

    leitura em coro.

    Ex mp os d activid es par es n l imen o de co e cie l e ad a o d e vo v t mp t n as

    e pe ica de mp ee so de t xtos d tea ros c f s co r n e e t

    Actividade: Despertar o interesse pelo mundo do teatro

    Objectivo: Mobilizar os conhecimentos prvios sobre o teatro

    do vocabulrio, do papel (idade, influncia e funo) de

    cada personagem;

    das interaces entre personagens;

    do uso do discurso directo e das indicaes cnicas;

    das relaes entre a histria e o espao cnico;

    treino de falas, de escuta de deixas, de entradas

    atempadas;

    treino de voz, de expresso e de gestos, de acordo com a

    personagem;

    O professor incentiva os alunos a falarem sobre as suas experincias e

    conhecimentos acerca do mundo do teatro (por exemplo: idas a espectculos

    teatrais; dramatizaes/representaes realizadas em contexto familiar e em

    contexto escolar; visitas ao espao fsico de um teatro: palco, bastidores, plateia,

    etc.; termos relativos representao: actor, encenador, cenrio, adereos,

    guarda-roupa, etc.; cdigos da relao actores/pblico: bater palmas, bater

    palmas de p, apupar, etc.).

    48

    Estratgias para

    a compreenso

    da leitura de

    textos de teatro

    O ensino da leitura de textos de teatro deve incluir a compreenso do

    texto, a explicao do significado de palavras desconhecidas das

    crianas, a leitura oralizada do texto, a repetio activa da leitura do

    texto (leitura em voz alta, a audio da leitura por outros, a recitao

    com entoao e gestos) e, sempre que possvel, a memorizao de

    passagens do texto (Flynn, 2005).

    As estratgias especficas de ensino da leitura de um texto de teatro

    devem contemplar:

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Actividade: Leitura e questionamento sistemtico sobre o texto

    Objectivo: Desenvolver a compreenso global do texto

    a) O professor prepara a leitura da cena, escrevendo no quadro o ttulo da pea:

    Sonho de Uma Noite de Vero e pergunta aos alunos o que que o ttulo lhes

    sugere e se gostariam de ver esta pea representada.

    b) O professor explica aos alunos que vo ler um excerto de uma pea de um dos

    maiores autores de textos de teatro do mundo: William Shakespeare, autor ingls

    que nasceu no sculo XVI e morreu no sculo XVII.

    c) O professor segmenta antecipadamente o texto em seis grandes unidades de

    sentido, numerando as falas das personagens:

    e) O professor solicita aos alunos que copiem a didasclia inicial e que

    acrescentem a forma como cada personagem vem vestida.

    f) O professor pede aos alunos para escolherem os papis que querem

    representar (se for necessrio, as falas das personagens de Marmelo e de Canelas

    podem ser lidas por alunos diferentes, de acordo com os segmentos).

    g) Pede-lhes, em seguida, para sublinharem com um marcador de cor o nome da

    personagem nas falas que vo ler, para no se enganarem.

    a) O professor pede a duas crianas que leiam o segmento, representando uma

    Marmelo e a outra Canelas, de acordo com a distribuio de papis anteriormente

    feita.

    d) O professor l em voz alta a didasclia inicial e questiona o grupo sobre o incio

    do texto:

    Quantas personagens entram nesta cena?

    O que faz um carpinteiro? O que ser marceneiro? E tecelo?

    O que um fole? O que faz um funileiro? E um alfaiate?

    Poderemos chamar a estas personagens artesos? Porqu?

    Quais os nomes das personagens que parecem estar relacionados com a

    profisso?

    1 2

    3

    4

    5

    segmento da primeira sexta fala

    segmento da stima dcima segunda fala

    segmento da dcima terceira vigsima segunda fala

    segmento da vigsima terceira vigsima nona fala

    segmento da trigsima fala at ao fim

    1 segmento da primeira sexta fala

    49

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • b) Convida os alunos a sublinharem todas as palavras relacionadas com teatro

    (companhia, papis, representar, peazinha, pea, actores, comdia).

    c) Questiona os alunos sobre:

    O que pretendem fazer as personagens?

    Que acontecimento importante motiva o encontro entre as personagens?

    Qual o ttulo da pea que o grupo vai representar?

    Quais as palavras do ttulo que nos dizem que a histria vai fazer chorar?

    Qual a palavra do ttulo que nos diz que a histria vai fazer rir? Regista as

    palavras do ttulo.

    Quando Canelas diz que a pea muito divertida est a falar a srio ou a

    brincar?

    A quem se dirige Canelas na ltima fala?

    Que conselhos d Canelas a Marmelo? Escrevam esses conselhos.

    O que sabemos sobre a personagem que Canelas vai representar?

    O que diz Canelas que mostra que ele sabe o que deve fazer para representar

    bem o papel?

    Canelas gosta mais de representar papis mais sentimentais ou mais cruis?

    Como sabemos como vai reagir o pblico na noite da representao?

    Quais so as palavras ou expresses do texto em verso que Canelas diz que

    se relacionam com as caractersticas de um tirano?

    Como sabemos que Gaitinhas no apreciou o papel que lhe foi atribudo?

    Que motivo apresenta Gaitinhas para tentar escapar pouca sorte de

    representar a mida por quem Pramo se apaixona?

    O que deve fazer Gaitinhas para se disfarar de mulher?

    Por que que Canelas se intromete no dilogo entre Marmelo e Gaitinhas?

    a) O professor pede aos dois alunos que fazem de Marmelo e de Canelas para

    lerem as falas que correspondem a este segmento.

    b) Questiona o grupo sobre:

    a) O professor pede aos trs alunos que fazem de Marmelo, de Gaitinhas e de

    Canelas para lerem as falas que correspondem a este segmento.

    b) Questiona o grupo sobre:

    c) O professor pede a um aluno que leia em voz alta e com mmica os sete versos

    que mostram a tirania da personagem.

    2 segmento da stima dcima segunda fala

    3 segmento da dcima terceira vigsima segunda fala

    50

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • Como sabemos que um dos elementos da companhia no possui boa

    memria?

    Qual o elenco completo dos actores que vo representar na noite do

    casamento do Duque e da Duquesa?

    O que que significa a palavra improvisar?

    Por que motivo Canelas quer mais uma vez fazer o papel distribudo a outro

    arteso-actor?

    Qual a palavra que mostra que Canelas, para alm do seu, quer fazer os

    papis de outros?

    Se Canelas representasse todos os papis que deseja, quantos actores

    seriam precisos para os restantes papis?

    O que que poderia acontecer se Canelas rugisse com demasiada

    intensidade?

    Como sabemos que a cerimnia do casamento do Duque e da Duquesa vai

    ser realizada em breve?

    Por que que as palavras facilissimamente e bravidez aparecem escritas de

    uma maneira diferente das outras?

    Quais so as personagens que, para alm do apelido, tm nome prprio?

    Quantas so as falas de cada uma das personagens que fazem de actores?

    a) O professor pede aos trs alunos que fazem de Marmelo, de Biquinho e de

    Atarrachado para lerem as falas que correspondem a este segmento.

    b) Questiona o grupo sobre:

    a) O professor pede a todos os alunos que leiam silenciosamente o texto que

    corresponde a este segmento.

    b) Questiona o grupo sobre:

    c) O professor pede aos alunos que desenhem o ensaio, de acordo com a

    informao do texto (personagens, tempo, lugar).

    4 segmento da vigsima terceira vigsima nona fala

    5 segmento da trigsima fala at ao fim

    Actividade 1: Registo da identificao e da importncia de cada personagem

    Objectivo: Sistematizar aspectos da compreenso global do texto

    a) O professor solicita aos alunos que respondam por escrito, individualmente ou

    em pequenos grupos, ao seguinte questionrio:

    51

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Pe por ordem os seus nomes, de acordo com o nmero de falas de cada

    personagem.

    No teatro o nmero de falas de cada personagem est relacionado com a sua

    importncia na histria. Quem so as duas personagens mais importantes?

    Qual o actor deste grupo que parece ter mais jeito para representar?

    b) Discusso colectiva orientada sobre as respostas ao questionrio.

    Actividade 2: Registo-sntese sobre as personagens do texto

    Actividade 3: Seleco de falas e personagens

    Preenchimento de um quadro-sntese sobre os actores e as personagens que vo

    representar a pea: A tristssima comdia e a ainda mais cruel morte de Pramo e de

    Tisbe.

    a) O professor pede a cada aluno ou a pequenos grupos de alunos que escolham a

    fala mais engraada e a personagem mais divertida de toda a cena.

    b) Discusso colectiva sobre as escolhas e eleio da personagem mais divertida

    da cena.

    52

    Actividade 1: Construo de uma histria com suporte visual

    Objectivo: Aprofundar a compreenso do texto

    O professor pede aos alunos que imaginem e escrevam a histria da pea A tristssima

    comdia e a ainda mais cruel morte de Pramo e de Tisbe. Como preparao para esta

    tarefa, em grande grupo, proceder-se- recolha de toda a informao presente no

    texto, relembrando tudo o que foi dito sobre o prprio ttulo da pea.

    Nome

    do actor

    Atarrachado carpinteiro Leo Tem de rugir

    Profisso Nome da

    personagem

    Como tem de

    representar

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • 53

    1 - Figura a acenar 2 - Os Noivos

    4 - O Leo3 - Ai que aconteceu uma grande desgraa

    5 - Parece mesmo que est a fingir que est a chorar

    (Reproduo autorizada pelo autor)

    Desenho do aluno

    Como estmulo escrita do pequeno texto, apresentada pelo professor a seguinte

    sequncia de pinturas de Manuel Amado, da srie "O espectculo vai comear".

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Nota: Os ttulos dos quadros devem ser bem visveis e o professor deve explorar os sentidos

    de cada um desses ttulos de modo a constiturem pontos de referncia relevantes quer para

    a sequncia da intriga da "peazinha", quer para a compreenso da relao

    actor/personagem:

    1 Pramo

    2 Pramo e Tisbe

    3 O leo

    4 Pai de Tisbe e pai de Pramo

    5 Me de Tisbe

    Actividade 2: Sntese para divulgao da informao

    O professor pede s crianas que escrevam um convite para a cerimnia do casamento

    que inclua informao sobre a representao da pea.

    a apresentao de quem faz o convite (Duque e Duquesa);

    a indicao da data (dia, ms, hora) e do local da representao;

    a indicao do ttulo da pea e do nome do autor (A tristssima comdia e a ainda

    mais cruel morte de Pramo e de Tisbe, escrita por Pedro Marmelo);

    a indicao do nome da companhia de teatro;

    o pedido de confirmao da presena do convidado.

    A estrutura do convite deve conter:

    54

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • O Ensino da Comp eenso de Poesiar

    Estratgias para

    a compreenso

    da leitura de

    poemas

    A leitura de poesia alimenta o gosto pela sonoridade da lngua (rima,

    ritmo, som das palavras aliteraes e onomatopeias), pelo poder da

    linguagem (sentido literal, sentido figurativo) e pelo uso da linguagem

    potica e simblica.

    O ensino da leitura de poesia implica encorajar as crianas (i) a ler

    poesia; (ii) a desenvolver a compreenso da leitura de poemas; (iii) a

    treinar a leitura em voz alta e em coro; (iv) a memorizar e a recitar

    poesia; (v) a explorar o ritmo e as sonoridades da lngua e (vi) a

    desenvolver o raciocnio metafrico. Tal como na leitura de textos de

    teatro, a repetio monitorizada da leitura oralizada e expressiva de

    poesia afecta positivamente a compreenso e a fluncia.

    As estratgias especficas de ensino da compreenso de um poema

    devem incluir:

    a escolha antecipada do poema pelo professor (com humor,

    nonsense, alusivo a uma data ou tpico, com dilogos...);

    a leitura do poema em voz alta pelo professor;

    a releitura em coro (professor/alunos);

    a explicao de palavras desconhecidas ou de um segundo

    sentido da palavra;

    a identificao de pontos chave (contedo, forma);

    associaes de sentimentos, emoes e sensaes

    individuais ao poema;

    interrogar o autor sobre o sentido do poema, o uso de

    repeties ou expresses...

    a realizao de actividades com base no poema (rimas,

    parfrases, sinnimos...reescrita);

    a partilha de leitura (partes do poema por crianas

    diferentes);

    a memorizao do poema pelas crianas;

    a recitao do poema;

    a criao de uma antologia pessoal com os poemas

    preferidos por cada criana.

    55

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • Ex mp o e d es p ra o d e vo vi n d mp tn ie l s d activi ad a es n l me to e co e c as

    e p c cas de c pree s o d oes e fi om n e p mas

    Actividade 1: Identificao de vivncias sensoriais pessoais evocadas pelo poema

    Actividade 2: Converso de imagens poticas em ilustraes do poema

    Objectivo: Estabelecer relaes entre o mundo pessoal e o universo textual

    Texto O Vento (Texto n 6, p. 78)

    Texto O Vento (T exto n 6, p. 78)

    Descrio da actividade:

    Descrio da actividade:

    a) O professor escreve no quadro o ttulo do poema e pede aos alunos para

    explicarem o que o vento.

    b) Evocao, em pequenos grupos, de sensaes provocadas pelo vento,

    escolhendo-se, para apresentar turma, 3 ou 4 exemplos de tipo diferente.

    c) Apresentao das evocaes de cada grupo, de modo a activar experincias

    sensoriais guardadas na memria.

    d) Elaborao pela turma, a partir das experincias relatadas, de um pequeno

    inventrio de vivncias sensoriais associadas ao vento. Exemplo:

    Leitura do poema pelo professor.

    Troca de impresses na turma sobre as sensaes experimentadas durante a

    audio do poema.

    Identificao das sensaes que esto representadas no poema (auditivas e

    visuais: arrasta folhas consigo e arrastou at a folha, / onde eu estava a

    escrever!.

    Sensaes tcteis: Sentir o vento a acariciar os cabelos, a roar o rosto

    Sensaes auditivas: Ouvir o vento a sussurrar

    Sensaes visuais: Ver a ondulao provocada pelo vento, ver as folhas das

    rvores a abanar

    a) Ilustrao individual do poema, aproveitando, por exemplo, as imagens das

    plantas (tlia, bambu, buganvlia) vistas num dicionrio ilustrado e na Internet,

    ou fazendo a colagem de folhas secas de rvores. A representao do vento a

    dormir, num abrigo, um elemento visual muito forte que deve ser contemplado,

    bem como a folha do prprio poema a ser levada pelo vento.

    56

    e)

    f)

    g)

    O e s n da Le ra A om r e s o T xt s n i o itu : C p e n de e o

    d O Ensino a Compreenso de Textos

  • 57

    b) Apreciar, em conversa de grande grupo, as diferentes estratgias de ilustrao

    seleccionadas pelos alunos.

    a) Os alunos sublinham as palavras desconhecidas. Por exemplo: tlia, bambu,

    buganvlia.

    b) Com base no contexto, a turma tira concluses sobre o significado dessas

    palavras (so nomes de plantas, de rvores).

    c) Em pequenos grupos, as crianas consultam um dicionrio ilustrado ou

    pesquisam na Internet imagens dessas plantas (porte, cores e, se possvel,

    recorte das folhas).

    Alternativas: Solicitar a uma biblioteca municipal a exposio das ilustraes do

    poema. Com o propsito de divulgar essa exposio, elaborar um cartaz com a

    ilustrao escolhida pela turma.

    Actividade: Explorao de palavras desconhecidas do texto

    Objectivo: Enriquecimento do lxico

    Objectivo: Sensibilizar para aspectos formais da construo do poema

    Texto O Vento (T exto n 6, p. 78)

    Texto O Vento (T exto n 6, p. 78)

    Actividade 1: Explorar o ritmo e as sonoridades da lngua

    Descrio da actividade:

    Descrio da actividade:

    a) Aps leitura, os alunos copiam o poema, utilizando uma cor para os nomes e

    outra para os verbos que se repetem no poema. Exemplo:

    Por mais que tente,

    no consegue

    se no tiver nada para ler.

    Seja uma de tlia,

    de bambu ou buganvlia.

    por isso que

    consigo,

    at encontrar um abrigo,

    onde possa .

    - at a ,

    onde eu estava a escrever!

    o vento

    o vento

    adormecer

    adormecer

    folha

    folhas

    folha

    arrasta

    arrastou

    e s d e r e s o T x s O n ino a L itura: A Comp e n de e to

    O Ensino da Compreenso de Text so

  • b) Depois, sublinham ou escrevem, com outras cores, os sons semelhantes

    que se encontram nas palavras do fim dos versos. Exemplo:

    c) Registo, numa tabela, dos resultados da tarefa, de modo a que a

    informao recolhida seja verbalizada de modo rigoroso.

    Por mais que tente,

    no consegue adormec

    se no tiver nada para l .

    Seja uma folha de