AVALIAÇÃO DA VIDA EM FADIGA DE INSTRUMENTOS...
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Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Odontologia Av. Alfredo Baltazar da Silveira 580 – cobertura
22790-710 - Rio de Janeiro/RJ Tel./ Fax: (0xx21) 2497-8988
RAFAEL MARQUES VILLAGRA
AVALIAÇÃO DA VIDA EM FADIGA DE INSTRUMENTOS
ENDODÔNTICOS SUBMETIDOS A ENSAIOS DE FLEXÃO
ROTATIVA EM DIFERENTES ÂNGULOS RECIPROCANTES
2014
ii
RAFAEL MARQUES VILLAGRA
AVALIAÇÃO DA VIDA EM FADIGA DE INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS
SUBMETIDOS A ENSAIOS DE FLEXÃO ROTATIVA EM
DIFERENTES ÂNGULOS RECIPROCANTES
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Estácio de Sá, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Odontologia (Endodontia).
Orientadores:
Mônica Aparecida Schultz Neves
Hélio Pereira Lopes
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
RIO DE JANEIRO
2014
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AGRADECIMENTOS
Agradeço toda a minha família, que sempre apoiou minhas decisões,
tanto pessoais, quanto profissionais. Vocês são as pessoas que amo mais que
tudo nesse mundo.
Agradeço à Vanessa Bottino Rojas, pela ajudada principalmente nos
primeiros meses de mestrado, quando me senti completamente perdido e você
me deu a luz. Tive a oportunidade de conhecer no decorrer da minha vida, uma
pessoa maravilhosa, um anjo por quem tenho um amor especial, e não
encontro palavras de agradecimento. Obrigado por ter você na minha vida!
Agradeço ao meu pai Rafael Villagra Cristaldo, que me encaminhou
para a endodontia, em um momento que me encontrava indeciso
profissionalmente.
Agradeço em especial ao meu grande professor, mestre e amigo Marcelo
Sendra, pois além de me aceitar no curso de especialização, também foi
responsável pela minha paixão pela endodontia. Sou seu grande fã e você,
meu grande espelho profissional e pessoal. Acredito que dificilmente
conhecerei um profissional tão brilhante e com um caráter tão ímpar. Se hoje
amo o que faço, você é o principal responsável, e lhe serei grato pelo resto de
minha vida.
A todos os meus amigos do mestrado e doutorado do PPGO da
Universidade Estácio de Sá.
Agradeço a professora Mônica Aparecida Schultz Neves, por toda ajuda
e paciência, no desenvolvimento deste trabalho. Obrigado por ser minha
orientadora, professora, amiga, enfim, serei eternamente grato obrigado por
tudo.
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Agradeço ao professor Hélio Pereira Lopes, que contribuiu imensamente
para a realização deste trabalho, me ajudando nos momentos de dificuldade.
Obrigado por fazer parte da minha história. Sua força, disponibilidade e enorme
capacidade de ensinamento, com certeza me fez evoluir profissionalmente.
Ao professor José Freitas Siqueira Júnior e todos os professores do
PPGO da Universidade Estácio de Sá, pessoas sérias e profissionais ao
extremo, todo meu respeito! Me sinto orgulhoso e privilegiado de aprender com
uma equipe tão competente.
Ao Instituto Militar de Engenharia (IME).
À secretária Angélica Pedrosa, pelo carinho e atenção.
“É uma luta entre aqueles que irão dizer o que você não pode fazer
e aquela parte de você que sabe, e sempre soube, que nós somos
mais do que o nosso meio ambiente e que um sonho, apoiado por
uma vontade incessante de alcançá-lo, é verdadeiramente uma
realidade com chegada iminente “
Anthony Robbins
vi
ÍNDICE
Página
RESUMO vii
ABSTRACT viii
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE ABREVIATURAS x
LISTA DE TABELAS xi
1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISÃO DE LITERATURA 3
3. JUSTIFICATIVA 9
4. HIPÓTESE 10
5. OBJETIVOS 11
6. MATERIAIS E MÉTODOS 12
7. RESULTADOS 17
8. DISCUSSÃO 20
9. CONCLUSÃO 23
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
11. ANEXO 29
vii
RESUMO
Objetivos: Este estudo avaliou e analisou a influência da amplitude do ângulo
de rotação empregado no movimento reciprocante, na resistência à fratura por
fadiga do instrumento Reciproc.
Materiais e Métodos: Quarenta instrumentos Reciproc® R25 com 25mm de
comprimento foram divididos em dois grupos iguais e submetidos aos ensaios
de flexão rotativa estático e dinâmico. A metade de cada grupo foi acionada por
movimento reciprocante em ângulos diferentes: 150º no sentido anti-horário
com 30º horário, e no outro grupo, 75º anti-horário com 15º horário. O tempo
de fratura dos instrumentos foi medido e os dados obtidos, analisados
estatisticamente pelo teste “t” de Student’s, com nível de significância de 5%
(p<0,05). As superfícies fraturadas e os fios de corte dispostos na forma
helicoidal dos instrumentos fraturados foram analisados pelo MEV.
Resultados: Independentemente do ângulo reciprocante, os instrumentos
submetidos ao ensaio dinâmico apresentaram resistência à fratura por flexão
rotativa estatisticamente superior, em comparação ao ensaio estático. Menores
ângulos reciprocantes promoveram um maior tempo de vida em fadiga, com
diferença estatisticamente significante, independente da natureza do ensaio
(estático ou dinâmico).
Conclusões: A redução do ângulo no movimento reciprocante promove um
aumento significativo na resistência à fratura por fadiga. O modelo dinâmico em
relação ao estático, aumenta a vida em fadiga do instrumento Reciproc R25.
Palavras-chave: Instrumentos de NiTi; fratura por flexão rotativa; movimento
reciprocante; ensaio dinâmico; ensaio estático.
viii
ABSTRACT
Objectives: This study evaluated and analyzed the influence of the amplitude
of the rotation angle used in reciprocating motion, on resistance to fatigue
fracture of Reciproc instrument.
Materials and Methods: Forty instruments Reciproc R25 with 25mm in length
were divided into two equal and subjected to rotary bending tests (static and
dynamic). Half of each group was driven under reciprocating movement with
different angles: 150° counter-clockwise and 30º clockwise and in the other
group, 75º counterclockwise with 15º clockwise. The time to fracture for each
instrument was measured, and data obtained statistically analyzed by Student's
t test, with the significance level set at 5% (p <0.05). SEM analyzed the
fractured surfaces and cutting edges arranged in the helical shape of the
fractured instruments.
Results: Regardless of reciprocating angle, instruments undergone to dynamic
test showed fracture resistance by rotary bending statistically superior
compared to static test. Smaller reciprocating angles promoted a longer fatigue
life, with a statistically significant difference, regardless of the nature of the test
(static or dynamic).
Conclusions: The angle reduction in reciprocating movement promotes a
significant increase in resistance to fatigue fracture. The dynamic compared to
the static model increases the fatigue life of the instrument Reciproc R25.
Keywords: NiTi instruments; rotary bending fracture; reciprocating movement;
dynamic test; static test.
ix
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 - Instrumento Reciproc R25 VDW........................................................12
Figura 2 - Tubo de aço inoxidável contendo o canal artificial............................13
Figura 3 - Desenho esquemático do canal empregado no ensaio de flexão
rotativa.............. ............................................................................................... 13
Figura 4 - Motor elétrico I-Endo Dual.................................................................14
Figura 5 - Dispositivo para fixação do canal simulado e motor.........................15
Figura 6 - MEV Quanta FEG 250-FEI................................................................16
Figura 7 - Ponta e início da haste de corte do instrumento Reciproc................18
Figura 8 - Secção na reta transversal na forma de S com o fio de corte voltado
à esquerda .................................................................................... .................18
Figura 9 - Superfície fraturada sem deformação plástica no eixo helicoidal
(100x) ...............................................................................................................19
Figura 10 - Superfície de fratura mostrando característica morfológicas do tipo
dúctil (200x) ......................................................................................................19
x
LISTA DE ABREVIATURAS
NiTi – Níquel-Titânio
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura
PQM –Preparo Químico-Mecânico
IME – Instituto Militar de Engenharia
Rpm – Rotações por minuto
xi
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 - Tempo médio de fratura (segundos) e desvio padrão dos
instrumentos submetidos aos ensaios estático e dinâmico com diferentes
ângulos reciprocantes .......................................................................................17
1
1. INTRODUÇÃO
Após a introdução da liga de níquel-titânio (NiTi) na endodontia (WALIA
et al., 1988), a confecção e o uso de instrumentos acionados a motor com esta
liga metálica vêm revolucionando o tratamento endodôntico. Segundo alguns
autores (GLOSSEN et al., 1995; PARK, 2001; PETERS, 2004), a
instrumentação mecanizada em NiTi, reduz a fadiga física do operador e o
tempo de tratamento, além de minimizar os erros associados aos instrumentos
de aço inoxidável, o que é extremamente relevante no preparo de canais
curvos (SCHÄFER & VLASSIS, 2004; GERGI et al., 2010). Todavia, a fratura
de instrumentos endodônticos de NiTi acionados a motor, durante a
instrumentação de canais radiculares curvos ainda preocupa, pois ela pode
ocorrer sem sinal de deformação plástica visível previamente (PRUETT et al.,
1997; SATTAPAN et al., 2000; VARELA-PATINO et al., 2005). Assim sendo, a
falha desses instrumentos tem sido um aspecto problemático, uma vez que ela
poderá ocorrer devido à flexão rotativa (tensões trativas e compressivas) e por
suas combinações com tensão de torção (CHEUNG & LIU, 2009).
Consequentemente, não só surgiram novos instrumentos com desenhos e
conicidades variáveis, mas também, com ligas metálicas oriundas de
tratamentos termomecânicos da liga NiTi convencional.
Quanto ao acionamento, novos dispositivos mecânicos têm sido
propostos comercialmente, objetivando melhorar o comportamento mecânico
desses instrumentos em relação à fratura, limpeza e modelagem do canal
radicular. Esses dispositivos (motores) além do giro contínuo, executam um
2
movimento denominado de alternado ou reciprocante, com diferentes ângulos
de rotação (GAMBARINI et al., 2012b).
Novos instrumentos de NiTi recentemente introduzidos como o Reciproc
(VDW, Munique, Alemanha) feito de uma liga de NiTi-especial chamado M-Wire
foram criadas através de um processo de tratamento térmico inovador. Dentre
os benefícios desta liga (M-Wire), temos o aumento da flexibilidade dos
instrumentos e maior resistência à fadiga (Bürlein et al., 2012).
Assim sendo, essas inovações precisam ser investigadas para
determinar, qual a opção mais conveniente e segura para o tratamento do
elemento dentário.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Fraturas dos Instrumentos Endodônticos
A fratura de instrumentos endodônticos é uma grande preocupação na
clínica diuturna. Os instrumentos de aço inoxidável geralmente demonstram
alguma deformação plástica antes da fratura por flexão rotativa, permitindo que
o profissional avalie as alterações no instrumento, indicando quando este deve
ser descartado, diminuindo assim um possível acidente. Entretanto, os
instrumentos de NiTi podem sofrer uma fratura dentro de seu limite elástico,
porém sem antes apresentar algum sinal de deformação plástica (PRUETT et
al., 1997; DE DEUS et al., 2010).
A fratura dos instrumentos endodônticos pode ocorrer por torção ou por
flexão rotativa. A fratura por torção ocorre quando a ponta ou outra parte do
instrumento prende dentro do canal, enquanto a haste permanece com seu
movimento de rotação, ultrapassando o limite de resistência do material,
tornando a fratura inevitável. O instrumento fraturado por torção, muitas vezes
pode demonstrar sinais específicos, tais como uma deformação plástica
(PLOTINO et al., 2009; LOPES et al., 2010b).
4
Segundo GAMBARINI et al. (2012a), a fratura por flexão rotativa ocorre
quando o instrumento é submetido a ciclos repetitivos de tensão e compressão.
Para esses autores, o risco pode aumentar quando o instrumento for submetido
a um canal de curvatura acentuada e com menor raio de curvatura.
A maior preocupação do profissional durante o acionamento do
instrumento de NiTi mecanizado em movimento de alargamento por rotação
contínua, é a fratura por fadiga de baixo ciclo. A resistência à fratura por fadiga
de baixo ciclo, refere-se ao número de ciclos que um instrumento pode
suportar, antes de ocorrer a fratura (LOPES et al., 2010b).
BARDSLEY et al. (2011) afirmaram que a força exercida no sentido
apical e o torque, representam alguns dos fatores que podem influenciar
diretamente na incidência de fratura do instrumento endodôntico.
Para YOU et al. (2010), a utilização de instrumento de NiTi reduz o risco
de fratura por torção quando comparado ao instrumento de aço inoxidável.
Além disso, a confecção de um pré-alargamento cervical durante o preparo
químico-mecânico, também pode diminuir a tensão sobre o instrumento e
consequentemente, seu risco de fratura.
De acordo com SHEN et al. (2011), a presença de algumas variáveis
durante os ensaios que avaliam o comportamento mecânico dos instrumentos
de NiTi em relação à fratura por fadiga, pode representar uma desvantagem
nos exames laboratoriais. Dentre essas, as propriedades mecânicas do
material, o desenho e as dimensões do instrumento.
Segundo YOU et al. (2010), durante a preparação de um canal radicular,
dois ou mais instrumentos rotatórios de NiTi podem ser utilizados
5
sequencialmente ou em combinação, de acordo com a variação anatômica do
canal. Ao se utilizar de uma série de instrumentos, alguns desses podem sofrer
maior desgaste em relação a outros. Por essa razão, não se pode afirmar com
precisão, o real tempo de vida em fadiga de um instrumento endodôntico.
O acabamento superficial de um instrumento endodôntico também pode
influenciar na fratura por fadiga. Em um estudo realizado por LOPES et al.
(2010c), os instrumentos fabricados com acabamento superficial por
eletropolimento, apresentaram aumento significativo na resistência à fratura por
fadiga.
GAVINI et al. (2012) testaram a resistência à fratura por fadiga do
instrumento Reciproc em movimentos de alargamento em rotação contínua e
alternada, utilizando dezoito instrumentos em cada grupo. Os resultados
demonstraram que a cinemática do movimento influenciou significantemente na
resistência à fratura por fadiga, ou seja, o número de ciclos do movimento
alternado foi quase o dobro, em relação ao movimento contínuo.
2.2. Ensaios de Flexão Estático e Dinâmico
Flexibilidade pode ser definida como a flexão elástica de um instrumento
endodôntico, quando submetido a uma carga aplicada na sua extremidade e na
direção perpendicular ao longo do eixo do instrumento. Um instrumento menos
flexível será automaticamente mais rígido, quando apresenta maior resistência
à flexão elástica (LOPES et al., 2013).
A fratura dos instrumentos endodônticos de NiTi por fadiga é uma
grande preocupação para o profissional, pois geralmente surge sem aviso
6
prévio. A fratura por fadiga ocorre devido à repetição de tensões alternadas
compressivas e trativas, acumuladas no ponto de flexão máxima do
instrumento, dentro do limite elástico, em rotação em um canal curvo (LOPES
et al., 2013).
O teste de flexão rotativa empregado para avaliar a resistência à fadiga
pode ser estático ou dinâmico. No ensaio estático, o instrumento gira no interior
de um canal artificial curvo mantendo uma distância fixa, ou seja, sem realizar
um deslocamento longitudinal de avanço e retrocesso. De maneira oposta, no
ensaio dinâmico, o instrumento realiza movimentos longitudinais de avanço e
retrocesso, enquanto gira no interior de um canal curvo (LOPES et al., 2013).
Segundo YAO et al. (2006), a maioria dos estudos sobre fadiga
disponível na literatura, se utilizou de um modelo estático sob condições
experimentais bem controladas. LOPES et al. (2013) utilizaram também um
modelo dinâmico, incorporando um movimento cíclico axial, simulando melhor
a realidade do ambiente clínico. Por meio desta metodologia, pode-se constatar
que o movimento axial, aumenta significativamente a vida útil dos instrumentos
de NiTi rotatório.
Um estudo realizado por LI et al. (2002), buscou investigar sobre a
possível relação entre o número de avanços e retrocessos, e a fratura por
fadiga em instrumentos de NiTi rotatório. Os resultados revelaram que esse
movimento (avanço e retrocesso), pode ser um fator crucial na prevenção da
fratura por fadiga do instrumento.
2.3. Movimento Reciprocante ou Alternado
7
Recentemente, foram introduzidos no mercado, novos sistemas de NiTi
mecanizado, que utilizam o movimento de alargamento alternado
(reciprocante). Entre esses podemos destacar os sistemas Reciproc (VDW,
Munique, Alemanha) e WaveOne (Dentsply Tulsa Dental Specialties, Tulsa,
OK, EUA). De acordo com os fabricantes, o movimento reciprocante reduz a
tensão de rotação sobre o instrumento, devido à inversão periódica do ângulo
de rotação. Os instrumentos WaveOne giram 170° no sentido anti-horário,
seguido de uma rotação de 50° no sentido horário, enquanto que os
instrumentos Reciproc, 150º no sentido anti-horário, seguido de uma rotação
de 30º no sentido horário.
Em um estudo, KIM et al. (2012) avaliaram a resistência à fratura por
fadiga e a resistência à fratura por torção, em três marcas de instrumentos:
Reciproc, WaveOne e ProTaper (Dentsply Tulsa Dental Specialties, Tulsa, OK,
EUA). De acordo com a metodologia desse estudo, os resultados revelaram
que o instrumento Reciproc apresentou maior resistência à fratura por fadiga
entre os grupos, enquanto que o WaveOne, demonstrou significantemente
maior resistência em relação ao ProTaper. Quanto à resistência à fratura por
torção, o WaveOne foi significantemente superior, seguido pelo Reciproc e
ProTaper.
GAVINI et al. (2012) realizaram uma pesquisa avaliando a resistência a
fadiga de trinta e seis instrumentos Reciproc R25, divididos em dois grupos.
Um grupo utilizou movimento rotatório e o outro, movimento reciprocante, e
todos sob ensaio dinâmico. Os resultados mostraram que o movimento
8
reciprocante, aumenta a resistência à fadiga no instrumento Reciproc R25,
quando em comparação com o movimento de rotação contínua.
LOPES et al. (2013), demonstraram que os instrumentos Reciproc
apresentam maior vida em fadiga, quando comparados aos instrumentos Mtwo
(VDW, Munique, Alemanha). Esses resultados confirmam que o aumento da
flexibilidade e o movimento reciprocante dinâmico, influenciam no aumento da
resistência à fadiga, de instrumento de NiTi mecanizado, durante a
instrumentação de canal radicular curvo.
Recentemente, PLOTINO et al. (2014) empregaram diferentes ângulos
no movimento reciprocante aos instrumentos Reciproc e WaveOne, objetivando
avaliar a eficiência de corte desses instrumentos. Os resultados revelaram
maior eficiência de corte para o Reciproc, em todos os ângulos utilizados.
9
3. JUSTIFICATIVA
A avaliação da vida em fadiga de instrumentos endodônticos acionados
em diferentes ângulos de rotação no movimento reciprocante, quando
submetidos a ensaios mecânicos dinâmicos e estáticos, ainda não está bem
documentada pela literatura, devido ao pouco tempo disponível no mercado.
10
4. HIPÓTESE
A redução do ângulo de rotação de um instrumento endodôntico de NiTi
mecanizado no movimento reciprocante, durante ensaios mecânicos estático e
dinâmico em flexão rotativa, aumenta sua resistência à fratura por fadiga.
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5. OBJETIVOS
Objetivo geral:
Avaliar e analisar a influência da amplitude do ângulo de rotação
empregado no movimento de alargamento reciprocante, na resistência à
fratura por fadiga, do instrumento Reciproc R25.
Objetivos específicos:
Avaliar e analisar a resistência à fratura por fadiga do instrumento Reciproc
R25, em ensaios estático e dinâmico, em diferentes ângulos reciprocantes.
Analisar por meio do microscópio eletrônico de varredura, as características
das superfícies de fratura e a configuração das hastes de corte helicoidais
dos instrumentos fraturados.
12
6. MATERIAIS E MÉTODOS
Nesse estudo foram selecionados aleatoriamente, quarenta instrumentos
Reciproc R25 (VDW, Munique, Alemanha). Todos os instrumentos tinham
diâmetros nominais de 0,25 mm em D0 e comprimento de 25 mm. A conicidade
é variável, sendo de 0,08 mm nos três milímetros a partir da ponta. Desses,
dez foram utilizados em cada ensaio (Figura 1).
Figura 1 - Instrumento Reciproc® R25
(FONTE: www.vdw-dental.com).
6.1. Teste de Flexão Rotativa
Determina o comportamento de materiais quando submetidos a cargas
flutuantes. Uma carga alternada é aplicada a um corpo de prova (instrumento
endodôntico) e o número de ciclos necessários para produzir o colapso
(período de fadiga) é registrado.
Para o ensaio de flexão rotativa foi utilizado um canal artificial de tubo de
aço inoxidável (Figura 2), medindo 1,4 mm de diâmetro interno e 19 mm de
comprimento total. O comprimento do arco foi de 9 mm de comprimento e 6
mm de raio (medido na superfície interna côncava do tubo). O arco está situado
entre dois segmentos retos, medindo o superior 7 e o inferior 3 mm de
comprimento (Figura 3). A fim de reduzir a fricção do instrumento minimizando
13
a liberação de calor durante os ensaios, o canal foi preenchido com glicerina,
tanto na condição estática, como na dinâmica.
Figura 2 - Tubo de aço inoxidável com o canal artificial (FONTE: LOPES et al., 2010a).
Figura 3 – Desenho esquemático do canal empregado no ensaio de fadiga. (FONTE: LOPES et al., 2010a).
14
6.1.1. Ensaio de Flexão Rotativa Estático
No ensaio de flexão rotativa estático foi utilizado um aparato mecânico
específico, previamente desenvolvido e descrito por LOPES et al. (2010a).
Depois de fixado em uma peça de mão W&H Dentalwerk (Bürmoos GMBH,
Áustria) com redução de 16:1, os instrumentos foram operados na velocidade
de 300 rpm, por meio de um motor elétrico I-Endo Dual (SALETEC®, ACTEON®
Group, Merignac, França) (Figura 4), o qual possui rotação de 360º e controle
de torque. Os ângulos reciprocantes utilizados foram: 150º anti-horário com
retorno horário de 30º e 75º anti-horário com retorno de 15º horário. Os
instrumentos foram ensaiados em um comprimento fixo ou seja, sem oscilação
axial (ensaio mecânico de flexão rotativa estático).
Figura 4 - Motor elétrico I-Endo Dual
(Fonte: www.acteongroup-products.com).
6.1.2. Ensaio de Flexão Rotativa Dinâmico
Os instrumentos foram submetidos ao mesmo protocolo descrito no
ensaio estático, porém neste, um aparato mecânico (Figura 5) promoveu um
15
movimento axial (vai e vem) com 3 mm de amplitude, oscilando a cada dois
segundos.
Em ambos os testes, o tempo de fratura foi controlado por um mesmo
avaliador, com auxílio de um relógio digital (Technos, Manaus, Brasil). O tempo
no momento da fratura foi determinado de forma visual e/ou audível.
Os dados obtidos nos ensaios de flexão rotativa foram estatisticamente
analisados pelo teste t de Student, com nível de significância de 5% (p<0,05).
Figura 5 - Dispositivo para fixação do canal simulado e motor (FONTE: LOPES et al., 2010a.) Pediram para trocar de foto
6.2. Análise por MEV
Após a fratura, os segmentos maiores dos instrumentos foram
acondicionados em frascos de Becker contendo acetona e submetidos à
limpeza em unidade ultrassônica (THORTON MOD T14C/Timer P 110 v – 60
Hz, Belo Horizonte, Minas Gerais). Após a secagem, os instrumentos foram
16
observados através do microscópio eletrônico de varredura Quanta FEG 250
(FEI, Europe NanoPort, Eindhoven, Holanda) (Figura 6), do laboratório do
Instituto Militar de Engenharia (IME).
As superfícies fraturadas e os fios de corte dispostos na forma helicoidal
dos instrumentos fraturados foram analisados, objetivando identificar o tipo de
fratura e a possível presença de deformação plástica no eixo helicoidal.
Figura 6 – Microscópio eletrônico de varredura Quanta FEG 250
17
7. RESULTADOS
7.1. Ensaios de Flexão Rotativa
As médias e desvios-padrão dos tempos de fratura nos ensaios em
flexão rotativa realizados são mostrados na Tabela 1. Independentemente do
ensaio estático ou dinâmico, a vida em fadigado instrumento Reciproc R25 foi
significativamente maior nos ensaios com ângulos de rotação menores.
O movimento reciprocante submetido a menores ângulos comprovou
que o tempo de vida em fadiga do instrumento até a fratura foi
significantemente maior se comparados aos ângulos propostos pelo fabricante.
Tabela 1. Tempo médio de fratura (segundos) e desvio padrão dos instrumentos submetidos aos ensaios estático e dinâmico com diferentes ângulos reciprocantes
7.2. Análise do MEV
Três instrumentos Reciproc®R25 foram selecionados para análise no
MEV. Observou-se uma ponta cônica circular de vértice truncado,
apresentando curva de transição na passagem da base da ponta, para a aresta
de corte (Fig. 7). A seção reta transversal na forma de “S” invertido, apresentou
duas arestas cortantes em forma de filete e dois canais helicoidais com perfil
ENSAIO MECÂNICO
ÂNGULO RECIPROCANTE
150º anti-horário - 30º horário 75º anti-horário - 15º horário
Dinâmico
Estático
469 (58)
617 (68)
374 (46,50)
462 (42,12)
18
sinuoso e fio de corte voltado à esquerda (Figura 8). Os fios de corte estavam
distantes 180º.
Figura 7- Ponta e início da haste de corte do instrumento Reciproc®.
Figura 8- Seção reta transversal do instrumento Reciproc® na
forma de “S” com fio de corte voltado à esquerda.
Após os ensaios de flexão rotativa, três instrumentos de cada grupo
foram selecionados para análise no MEV. Nenhuma deformação plástica foi
observada no eixo helicoidal das hélices dos instrumentos, junto à superfície de
MEV 20kv x 150
MEV 20kv x 150
19
fratura (Figura 9). A superfície fraturada revelou características morfológicas do
tipo dúctil (Figura 10).
Figura 9 - Instrumento fraturado sem deformação plástica nas hélices (100x).
Figura 10 - Superfície de fratura mostrando características morfológicas
do tipo dúctil (500x).
20
8. DISCUSSÃO
Este estudo comparou e avaliou a influência do ângulo reciprocante
sobre a vida em fadiga dos instrumentos endodônticos Reciproc R25,
submetidos a ensaios de flexão rotativa estáticos e dinâmicos.
Os ensaios estáticos e dinâmicos foram conduzidos num único canal
metálico, a fim de garantir a padronização das dimensões do canal (LOPES et
al., 2010a). O uso de canais artificiais padronizados em ensaios de fadiga
minimiza a influência de outras variáveis (YAO et al., 2006). No presente
estudo, um tubo metálico foi utilizado objetivando padronizar a totalidade do
comprimento do canal, o comprimento do raio de curvatura, e o comprimento
do arco. No entanto, deve-se ter em mente que os comprimentos reais do arco
e o raio do canal cilíndrico curvo, não são os mesmos que os do instrumento
posicionado no interior do tubo (PLOTINO et al., 2009). Estas discrepâncias
ocorrem devido à flexibilidade do instrumento e a relação entre o diâmetro do
instrumento e o diâmetro interior do canal, podendo contribuir para variações
na vida em fadiga de instrumentos endodônticos, testados em canais
cilíndricos.
No ensaio de flexão rotativa, os dois parâmetros estudados são a
natureza do ensaio (estático ou dinâmico) e o valor do ângulo do movimento
alternado (reciprocante). Em relação à natureza do ensaio, os nossos
resultados revelaram que o tempo para ocorrer a fratura de instrumentos
endodônticos acionados em canais curvos, foi significativamente superior no
21
ensaio dinâmico, em comparação ao ensaio estático. Esta observação está de
acordo com outros estudos (LI et al., 2002; LOPES et al., 2010a).
No ensaio estático, o instrumento não se move axialmente. Portanto, as
tensões alternadas de compressão e tração, ficam concentradas em uma
pequena área do instrumento, induzindo alterações microestruturais da liga
metálica. Inversamente, no modelo dinâmico, o instrumento se move
axialmente ao longo da curvatura, o que permite que as tensões sejam
distribuídas ao longo do eixo do instrumento. Ao impedir a concentração de
tensões na mesma área, a vida em fadiga do instrumento é prorrogada.
Em relação ao valor do ângulo reciprocante, independentemente da
natureza do ensaio (estático ou dinâmico), a vida em fadiga foi
significativamente maior, quando os instrumentos foram impulsionados pelo
movimento de rotação alternada (reciprocante), com ângulos menores (75°
para a esquerda e 15° no sentido horário). Estes resultados estão de acordo
com outros estudos (GAMBARINI et al., 2012b; GAVINI et al., 2012; KIM et al.,
2012; PLOTINO et al., 2012; SHIN et al., 2014). Quando operado dentro de um
canal curvo, o instrumento rotatório experimenta tensões alternadas de tração
e compressão, que podem levar à sua ruptura. Um instrumento em movimento
reciprocante, também é submetido a estas tensões alternadas, embora em
valores mais baixos, devido à menor distância angular, percorrida pelo
instrumento em cada ciclo (75° para a esquerda e 15° no sentido horário).
Consequentemente, o instrumento utilizado no movimento reciprocante pode
ser empregado na instrumentação de canais radiculares curvos por períodos
mais longos, antes de ocorrer a fratura (LI et al., 2002; WAN et al., 2011). Isto
22
pode ser explicado pelo fato de que, quando o instrumento é acionado por
movimentos com ângulos menores em cada ciclo realizado, as tensões trativas
e compressivas são distribuídas em torno (ao redor) de diferentes pontos
circundantes da haste helicoidal do instrumento endodôntico.
De modo semelhante a estudos anteriores (PLOTINO et al., 2012;
GAMBARINI et al., 2012a), a vida em fadiga foi avaliada pelo tempo e não pelo
número de ciclos até a fratura (NCF), tal como utilizado por outros trabalhos
(KIM et al., 2012; GAVINI et al., 2012). O tempo até a fratura representa
informação de maior relevância clínica, porque é muito mais fácil para o
operador controlar o tempo, do que o valor do número de ciclos do instrumento
(WAN et al., 2011). A avaliação do NCF durante o movimento alternado não
pode ser obtida por meio da multiplicação da velocidade de rotação, pelo
tempo decorrido até a fratura por fadiga. Em vez disso, para determinar o NCF
nesta situação, é necessário conhecer a amplitude (ângulo) do movimento de
oscilação em cada ciclo, assim como, a frequência de oscilação dentro de uma
unidade de tempo constante, que normalmente não são parâmetros fornecidos
pelos fabricantes. Isso explica porque no presente estudo não optamos por
considerar o NCF, na avaliação da resistência à fratura por fadiga.
A análise por MEV revelou características morfológicas de fratura tipo
dúctil e ausência de deformação plástica na haste helicoidal dos instrumentos
ensaiados. Isto está em consonância com estudos anteriores (GAMBARINI et
al., 2012a; LOPES et al., 2007). A morfologia da fratura não foi afetada pelos
parâmetros sob investigação.
23
9. CONCLUSÃO
Dentro dos parâmetros avaliados deste estudo, concluiu-se que:
A redução do ângulo do movimento alternado (reciprocante) aumenta o tempo
na fratura por fadiga do instrumento Reciproc R25.
O tempo para a fratura dos instrumentos Reciproc R25 submetidos a ensaios
de rotação em flexão rotativa foi maior no ensaio dinâmico, em comparação
com o modelo estático.
Pela análise através do MEV, as superfícies de fratura apresentaram
características tipo dúctil e ausência de deformação plástica na configuração
das hastes de corte helicoidais dos instrumentos fraturados.
24
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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