AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NA FASE … · objetivo desse estudo foi avaliar o...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Anamere de Araújo Gomes
Nayara Cestari Magalhães
Patrícia Petranski Maia
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NA FASE FUNDAMENTAL DE CRIANÇAS EM UMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO DE PIRAJUÍ/SP - ESTUDO COMPARATIVO
LINS – SP
2015
Anamere de Araújo Gomes
Nayara Cestari Magalhães
Patrícia Petranski Maia
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NA FASE FUNDAMENTAL DE CRIANÇAS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DE PIRAJUÍ/SP -
ESTUDO COMPARATIVO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Curso de Fisioterapia, sob a orientação da Profª Ma. Ana Claudia de Souza Costa e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP 2015
Gomes, Anamere de Araújo ; Magalhães, Nayara Cestari ; Maia, Patrícia Petranski
Avaliação do desenvolvimento motor na fase fundamental de crianças em uma instituição de ensino de Pirajuí / SP - estudo comparativo / Anamere de Araújo Gomes; Nayara Cestari Magalhães; Patrícia Petranski Maia. – – Lins, 2015.
59p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2015.
Orientadores: Ana Cláudia de Souza Costa; Jovira Maria Sarraceni
1. Desenvolvimento motor. 2. Instituição de ensino. 3. Estimulação precoce. I Título
CDU 615.8
G612a
“Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas
fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.”
Augusto Cury
Dedico aos meus queridos pais Tomé Gomes Sobrinho e Emília de Araújo Gomes que sempre me apoiaram nessa jornada e acreditaram na minha
capacidade. E ao meu marido Flávio Petranski Maia que não mediu esforços para me ajudar
a chegar até aqui e que sempre incentivou e acreditou em mim.
Anamere de Araújo Gomes
Dedico a minha família que é a minha base e sempre me ajudaram nos momentos que mais precisei e são os grandes responsáveis por eu conseguir
chegar onde cheguei e alcançar essa grande conquista.
Nayara Cestari Magalhães
Dedico este trabalho aоs meus amados pais, Fátima e Flávio e meu irmão Flávio que, cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços para qυе еυ
vencesse mais esta etapa dе minha vida.
Patrícia Petranski Maia
AGRADECIMENTOS
A Deus Que sem dúvidas é o responsável por todas as minhas conquistas e que nunca
permitiu que eu fraquejasse, mesmo nos momentos onde tudo parecia tão complicado.
Aos meus pais
Que não mediram esforços para que ajudar e que foram o maior e melhor exemplo que uma filha pode ter, que me ensinaram que nada nessa vida é
fácil, mas que quando queremos somos capazes de tudo. Devo tudo à vocês.
Ao meu marido Que me acompanhou a cada instante dessa jornada e que me reergueu nos
momentos de dificuldades e nunca permitiu que eu desanimasse, e que sempre me mostrou o lado bom de todas as coisas.
Aos meus irmãos
Rosimeire de Araújo Gomes e Marcos Donizete de Araújo Gomes que foram tão essenciais na minha vida, que me mostraram o quanto é importante termos pessoas que amamos ao nosso lado. E em especial a minha irmã que sempre
acreditou e me incentivou a crescer cada vez mais.
As minhas companheiras Patrícia Petranski Maia e Nayara Cestari Magalhães que me mostraram como a vida é mais bonita quando se tem amigos verdadeiros e que se mantiveram
firmes e unidas para que se fosse feito um bom trabalho.
A orientadora Ana Claúdia de Souza Costa que além de uma professora exemplar é uma
excelente amiga, que esteve comigo no momento mais difícil da minha vida e que sempre me apoiou e me orientou em todos os assuntos.
A XXXI º Turma de Fisioterapia
que sempre se uniu e nunca mediu esforços para que todos os objetivos fossem alcançados, e que mesmo nas dificuldades sempre mantiveram o bom
humor e a união. A todos os professores
Que fizeram parte dessa jornada, que dividiram um pouco de todo seu conhecimento conosco, sempre procurando o melhor em cada um de nós. E
em especial ao Júnior, a Aninha Ogata, e ao Marco Aurélio que foram sempre tão presentes e amigos de toda a turma.
Anamere de Araújo Gomes
A Deus Obrigada Senhor pela minha vida, por todas as oportunidades, por me amparar
em todos os momentos e por permitir que eu realize todos meus sonhos, pois sem o Senhor nada disso seria possível.
A minha mãe Eliete e minha irmã Tayná
Vocês são a minha vida!!! Obrigada por serem minhas amigas, companheiras, por estarem ao meu lado em todos os momentos e por serem as pessoas
maravilhosas que tanto amo. Amo vocês mais que tudo!
A minha família Meus avós Julio e Judite, meus tios Eloisa, Sergio, Marco e Eglé e meus
primos Felipe e Ana Flávia, sei que posso contar com cada um de vocês em qualquer circunstância e sei que se um dia eu precisar, não preciso nem falar
que vocês irão estar ao meu lado. Amo muito cada um de vocês!!!
Meu pai Eriovaldo e minha avó Izaltina
Obrigada por me ajudarem quando preciso e obrigada por todo carinho. Amo vocês!!!
As minhas parceiras Anamere e Patrícia
Com toda certeza não teria escolhido parceiras melhores, que além de parceiras de TCC, trabalhos e muitas outras coisas, são parceiras de vida,
amigas que aprendi a amar e admirar. Amo vocês!!
A minha orientadora Ana Cláudia Também não teria escolhido melhor orientadora. Obrigada Ana por tudo. Te
admiro demais tanto como pessoa, tanto como profissional. Obrigada por me dar força no momento que eu queria desistir. Aprendi muito com você e com
certeza você é alguém que levo como exemplo.
Aos meus professores Aninha, Junior, Marco e Jonathan Aprendi muito com vocês, obrigada por compartilhar todo conhecimento de
vocês e por serem além de professores, grandes amigos que sempre soube que poderia contar. Admiro muito vocês!!
A turma XXXI
Esses 5 anos foram mais do que especiais, vou levar cada um de vocês guardadinho comigo. Uns tive mais contato do que com outros, mas todos vocês são especiais. Vou sentir muita falta das festinhas, das risadas e de
todos os momentos junto com vocês. Amo vocês!!!!
Nayara Cestari Magalhães
A Deus Qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, pоr tеr mе dado saúde е força pаrа
superar аs dificuldades аo longo dе minha vida.
Aos meus pais
Se há algo que faz diferença na formação da personalidade e na vida de uma pessoa é o amor que ela recebe. Vocês me educaram com amor, se dedicaram à minha educação como ser humano, me deram amor. Vocês fizeram de mim a
pessoa que sou hoje, e eu só tenho motivos para agradecer. Eu amo vocês!
A meu noivo Nilton
Que nesses anos esteve do meu lado, mе dando apoio e incentivo nаs horas difíceis, de desânimo е cansaço. Obrigada!Te amo
A orientadora Ana Cláudia
Que além de transmitir seus conhecimentos e suas experiências, soube me apoiar e incentivar nas dificuldades, e além de professora foi uma
amiga que vou levar para a vida toda. Muito Obrigada
As minhas companheiras
Ana e Nayara, pela amizade e companheirismo em todos esses anos e pela dedicação para a realização deste trabalho. Obrigado por estarem
comigo nos momentos bons e ruins, vocês estarão pra sempre em meu coração!
A todos os professores
Que nesses cinco anos de caminhada nos proporcionaram о conhecimento nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е
afetividade dа educação nо processo dе formação profissional. Obrigado por transmitirem todos os conhecimentos e sabedoria conosco, obrigado por nos
fazer sonhar e acreditar em nossa capacidade.
Aos meus colegas de turma
Nem todo o trabalho é difícil quando se tem verdadeiros colegas do nosso lado. Vocês foram um grande apoio e jamais esquecerei os momentos
de companheirismo,que juntos partilhamos.
Patrícia Petranski Maia
RESUMO
Atualmente ocorreu um aumento significativo no ingresso de crianças
nas instituições de ensino, com isso há necessidade de saber se essas crianças estão se desenvolvendo adequadamente de acordo com sua idade. O objetivo desse estudo foi avaliar o desenvolvimento motor de 28 crianças de 2 a 4 anos de idade que estão matriculadas em uma instituição de ensino de Pirajuí-SP, comparando se há diferença entre as crianças que já frequentavam a instituição com as que ingressaram neste ano. Foram dividos em quatro grupos: Grupo 1 (G1) crianças de 2 a 3 anos que começaram a frequentar a instituição de ensino neste ano. Grupo 2 (G2) crianças de 2 a 3 que frequentavam a instituição de ensino nos anos anteriores. Grupo 3 (G3) crianças de 3 a 4 anos que começaram a frequentar a instituição de ensino neste ano. Grupo 4 (G4) crianças de 3 a 4 que já frequentavam a instituição de ensino nos anos anteriores. Foi utilizada a escala de Portage Operacionalizado (IPO) que tem como objetivo avaliar as áreas de cognição, linguagem, autocontrole, socialização e desenvolvimento motor da criança, composta por seis itens como: cuidados próprios, cognitivo, área motora, emissão, compreensão, sociabilização e comportamento. Através dos resultados obtidos verificou-se que não houve uma diferença significativa na maioria das áreas analisadas, observando-se que nas áreas onde obteve diferença, cuidados próprios e área motora, tanto no grupo das crianças de 2 a 3 anos como no grupo de 3 a 4 anos é possível perceber que esse melhor desenvolvimento ocorreu devido essas crianças se encontrarem dentro do ambiente escolar a mais tempo.
Palavras-Chave: Desenvolvimento motor. Instituição de Ensino. Estimulação precoce.
ABSTRACT
Nowadays there is a significant increase in the admission of children in educational institutions, there is the need to know if these children are developing appropriately according to their age. The aim of this study was to evaluate the motor development of 28 children 2-4 years old who are enrolled in an institution from Pirajuí – SP, comparing whether there are differences between children who already attended the institution with those who has joined this year. They were divided in four groups. Group 1 (G1) children 2-3 years old that started to attend the educational institution this year. Group 2 (G2) children 2-3 years old that already attended the educational institution in previous years. Group 3 (G3) children 2-3 years old that started to attend the educational institution this year. Group 4 (G4) children 3-4 years old that already attended the educational institution in previous years. It used the Portage Operationalized scale (IPO) which aims to asses the cognition, language, self-control, socialization and motor development of children, consisting of six items such as own care, cognitive, motor area, emission, understanding, socialization and behavior. From the results obtained it was found that there was no significant difference in the most analyzed areas, it is observed that in the areas where it obtained difference, self-care and motor area, both in the group of 2-3 years old as in the group 3-4 years old it is possible to realize that best development it occurred due these children if econtrarem within the school environment more time.
Keywords: motor development, educational institution, early stimulation
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: As fases do desenvolvimento motor
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Comparação das crianças de 2 a 3 anos
Tabela 2: Comparação das crianças de 3 a 4 anos.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Avaliação Portage Operacionalizado de crianças de 2 a 3 anos.
Quadro 2: Avaliação Portage Operacionalizado de crianças de 3 a 4 anos.
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS G1: GRUPO 1 G2: GRUPO 2 G3: GRUPO 3 G4: GRUPO 4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................16
1 CONCEITOS PRELIMINARES..................................................................17
1.1 Desenvolvimentos Motor....................................................................17
1.1.1 Conceito e característica do desenvolvimento motor.....................18
1.1.2 Etapas do desenvolvimento motor ................................................18
1.1.2.1 Fase Motora Reflexiva...................................................................19
1.1.2.2 Fase de Movimentos Rudimentares...............................................20
1.1.2.3 Fase de Movimentos Fundamentais...............................................20
1.1.2.4 Fase de Movimentos Especializados..............................................21
1.1.3 Reflexos primitivos..........................................................................21
1.1.3.1 Reflexo de Moro..............................................................................22
1.1.3.2 Reflexos de Busca e Sucção..........................................................22
1.1.3.3 Reflexo Buco-Manuais....................................................................23
1.1.3.4 Reflexo Palmar de Preensão..........................................................23
1.1.3.5 Reflexo de Preensão Plantar e de Babinski...................................23
1.1.3.6 Reflexos Corretivos Labirínticos e Visuais.....................................24
1.1.3.7 Reflexo de Levantamento...............................................................24
1.1.3.8 Reflexo de Amortecimento e Apoio................................................24
1.1.3.9 Reflexo de Endireitamento (corretivo) de cabeça e do corpo.........24
1.1.3.10 Reflexo Primário de Caminhar........................................................25
1.1.4 Habilidades fundamentais do desenvolvimento motor...................25
1.2 A Função da Instituição de ensino ................................................27
1.2.1 Fatores ambientais.........................................................................28
1.2.2 Fatores Socioeconômicos e Culturais............................................30
1.3 Família e desenvolvimento.............................................................31
1.4 A importância da estimulação no ambiente escolar.......................32
2 O EXPERIMENTO.............................................................................33
2.1 Condições ambientais ........................................................................ 33
2.2 Casuística e métodos ......................................................................... 33
2.2.1 Casuística .......................................................................................... 33
2.2.2 Métodos ............................................................................................. 34
2.3 Análise Estatística ............................................................................. 42
2.4 Resultados ......................................................................................... 43
2.5 Discussão .......................................................................................... 44
2.4 Conclusão .......................................................................................... 46
REFERÊNCIAS.................................................................................................47
ANEXOS............................................................................................................50
16
INTRODUÇÃO
Nos dias atuais as crianças estão ingressando cada vez mais cedo nas
instituições de ensino, isso acontece devido ao fato das mulheres estarem mais
presentes no mercado de trabalho, necessitando assim deixar seus filhos aos
cuidados de pessoas capacitadas.
Diante dessa situação surge o questionamento, sobre em qual ambiente
essas crianças tem um melhor desenvolvimento motor, em casa com seus
pais, irmãos e familiares ou na instituição com as professoras, cuidadoras e
outras crianças.
Segundo Gallahue e Ozmun (2003) quando a criança ultrapassa os dois
anos de idade ela ainda possui um desenvolvimento acelerado, porém não
tanto quanto no primeiro ano de vida. Essa criança terá um aumento
considerável de altura e peso, entretanto, a maior mudança está ligada a
coordenação motora fina, tendo em vista que no primeiro ano de vida os
movimentos são bem rudimentares e é a partir do segundo ano que a criança
já consegue fazer os movimentos motores mais precisos como o de pinçar algo
com os dedos.
Lampréia (apud MASTROIANNI et al., 1985, p. 179) menciona a
importância do estímulo motor desde a idade mais tenra da criança, de como
os estímulos das pessoas e do ambiente a sua volta são fundamentais e
adverte dos riscos futuros que uma falta de estimulo pode trazer a vida da
criança, tendo em vista que uma criança que não recebe estímulos tem
maiores chances de não se adequar a um ambiente escolar.
Conforme Gallahue e Ozmun (2003) desde bebê a criança deve ser
estimulada a fazer movimentos, mesmo que sejam rudimentares, ela deve
estar sempre em ambientes que lhe forneça estímulos para que assim haja um
aceleramento motor ou em caso de déficits, uma melhora da capacidade
motora dessa criança.
De acordo com Aylward (apud LEITE, MENDONÇA e COSTA, 2004, p.
15) Há extrema importância de se diagnosticar um atraso motor o mais
precocemente possível, pois quanto mais cedo se descobrir maior será as
chances de se minimizar possíveis problemas na vida dessa criança.
17
Diante disso é possível notar como é importante avaliar se uma criança
esta tendo os estímulos necessários no ambiente em que vive, seja este a
instituição ou sua casa, para que através dos resultados seja feita uma possível
intervenção para que futuramente essa criança não venha sofrer as
consequências por não terem recebido os estímulos necessários.
O objetivo do estudo é avaliar o desenvolvimento motor de crianças de 2
a 4 anos de idade que frequentam uma instituição de ensino municipal,
comparando se há diferença entre as crianças que já frequentavam a
instituição com as que ingressaram neste ano.
Nos conceitos preliminares a abordagem é sobre desenvolvimento
motor, suas características e etapas, reflexos primitivos e a função da
instituição de ensino, seguidos do experimento, resultados, discussão e
conclusão.
1 CONCEITOS PRELIMINARES
1.1 Desenvolvimento motor
“O desenvolvimento motor é um processo contínuo que se inicia desde a
concepção até a morte.” (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p. 6)
O desenvolvimento motor é caracterizado por diferentes mudanças de
movimentos ao longo da vida, essas mudanças ocorrem gradualmente e de
maneira contínua conforme a faixa etária.
O desenvolvimento inclui todos os aspectos do comportamento humano e, como resultado, somente artificialmente pode ser separado em “áreas”, “fases” ou “ faixas etárias”. [..] Muito pode ser ganho com os aprendizado do desenvolvimento motor em todas as idades e com a analise desse desenvolvimento como um processo que dura toda a vida.(GALLAHUE; OZMUN, 2003, p. 6)
Segundo Rocha, Marciano e Pilé (2014), o individuo adquire habilidades
através do seu meio evolutivo e adapta-se a elas. Cada indivíduo possui uma
idade cronológica para desenvolver essas habilidades.
“Desenvolvimento motor é o estudo das mudanças que ocorrem no
comportamento motor humano durante as várias fases da vida, os processos
18
que servem de base para essas mudanças e os fatores que os afetam.”
(PAYNE; ISAACS, 2007, p. 2)
1.1.1 Conceito e característica do desenvolvimento motor
“O desenvolvimento motor é uma alteração contínua no comportamento
motor ao longo do ciclo da vida.” (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.22)
Ao longo da vida o ser humano vai adquirindo habilidades motoras, que
vão desde simples e desorganizados movimentos até movimentos mais
uniformes e complexos.
Como um processo, o desenvolvimento motor envolve as necessidades biológicas subjacentes, ambientais e ocupacionais, que influenciam o desempenho motor e as habilidades motoras dos indivíduos desde o período neonatal até a velhice. (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p. 22)
O termo motor quando citado sozinho, está se referindo a fatores
biológicos e mecânicos, que são fatores que influenciam o movimento.
(GALLAHUE; OZMUN, 2003)
“O termo desenvolvimento, no que se aplica aos seres humanos, em
geral é considerado à medida que passamos pela vida.” (PAYNE; ISAACS,
2007, p.5)
Portanto, caracteriza-se por desenvolvimento motor as habilidades
motoras que o ser humano vai adquirindo ao longo da vida.
1.1.2 Etapas do desenvolvimento motor
Desde o nascimento, os seres humanos passam por varias etapas de
desenvolvimento motor, desde os simples movimentos reflexos, até os
movimentos mais maduros. Os primeiros movimentos chamados de
movimentos reflexos são movimentos primitivos que desaparecerão e darão
origem aos movimentos especializados.
O processo de desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações no comportamento motor. Todos nós – bebês, crianças, adolescentes e adultos – estamos envolvidos no processo permanente de aprender e mover-se com o controle e
19
competência, em relação aos desafios que enfrentamos diariamente em um mundo em constate mutação. (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.98)
O desenvolvimento motor humano é compreendido em quatro fases:
fase motora reflexiva, fase motora rudimentar, fase motora fundamental e fase
motora especializada.
A figura abaixo representa as etapas do desenvolvimento motor citadas
por Gallahue e Ozmun (2003).
Figura 1. As fases do desenvolvimento motor
Fonte: Gallahue e Ozmun, 2003.
1.1.2.1 Fase motora reflexiva
“Os reflexos são movimentos involuntários, controlados
subcorticalmente, que formam a base para as fases do desenvolvimento
motor.” (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.99)
20
Todas as reações que o bebê possui, ao toque, a luz, a sons, provocam
atividades motoras involuntárias. Esses movimentos involuntários e grande
atividade cortical nos primeiros meses de vida auxiliam o bebê no
conhecimento do seu corpo e meio externo. (GALLAHUE; OZMUN, 2003)
Os reflexos primitivos são classificados como “agrupadores de
informações, caçadores de alimentação e de reações protetoras”. São
agrupadores de informações pois auxiliam e estimulam o desenvolvimento. Os
reflexos primitivos de sugar, buscar através do olfato, são mecanismos de
sobrevivência, pois através deles que o recém-nascido busca seu alimento.
(GALLAHUE; OZMUN, 2003)
Segundo Gallahue e Ozmun (2003), os reflexos posturais são a segunda
forma de movimentos involuntários e esses movimentos são similares a
comportamentos voluntários. Esses reflexos servem de testes neuropsicomotor
que mais tarde serão usados com controle consciente.
Os movimentos involuntários presentes nos bebês servem como base
para movimentos voluntários futuros.
“O reflexo primário de pisar e o reflexo de arrastar-se, por exemplo,
relembram intimamente os comportamentos de caminhar voluntário posterior e
de engatinhar.” (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.101)
1.1.2.2 Fase de movimentos rudimentares
Os primeiros movimentos voluntários são os movimentos rudimentares.
Esses movimentos são encontrados no bebê desde o nascimento e se
estendem até aproximadamente os 2 anos de idade. Esses movimentos
acontecem de maneira previsível, porem o nível com que essas habilidades
aparecem variam de criança para criança. (GALLAHUE; OZMUN, 2003)
As habilidades motoras rudimentares do bebê representam as formas básicas de movimento voluntário que são necessárias para a sobrevivência. Elas envolvem movimentos estabilizadores, como obter controle da cabeça, pescoço e músculos do tronco; as tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar; e os movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar. (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.102)
1.1.2.3 Fase de movimentos fundamentais
21
“As crianças que estão desenvolvendo padrões fundamentais de
movimento estão aprendendo a reagir com controle motor e competência
motora a vários estímulos.” (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.103)
A fase de movimentos fundamentais é a fase onde a criança apresenta
movimentos voluntários mais específicos, estão em constante exploração e
experimentação da sua capacidade motora. É o período em que a criança está
descobrindo como desempenhar uma variedade de movimentos
estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro de forma isolada e mais
tarde executando movimentos combinados. (GALLAHUE; OZMUN, 2003)
Os padrões de movimento fundamentais são padrões observáveis básicos de comportamento. Atividades locomotoras (correr e pular), manipulativas (arremessar, apanhar) e estabilizadoras (andar com firmeza e equilíbrio em um pé só) são exemplos de movimentos fundamentais que devem ser desenvolvidos nos primeiros anos da infância. (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.103)
1.1.2.4 Fase de movimentos especializados
A fase de movimentos especializados é resultado da fase de
movimentos fundamentais. A Criança agora realiza “atividades motoras
complexas” do dia a dia. Os movimentos fundamentais que eram simples
antes, como saltar e pular em um pé só agora podem ser associados com
atividades mais complexas como pular corda e práticas esportivas como salto
triplo. (GALLAHUE; OZMUN, 2003)
“Esse é o período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e
manipulativas fundamentais são progressivamente refinadas, combinadas e
elaboradas para uso em situações crescentemente exigentes.” (GALAHUE;
OZMUN, 2003, p. 105)
1.1.3 Reflexos primitivos
Os reflexos primitivos são reações involuntárias em resposta a um
estímulo externo e são as primeiras formas de movimento humano. Eles
22
aparecem antes do nascimento e vão desaparecendo conforme as atividades
motoras voluntárias vão surgindo.
Os bebês apresentam dois tipos de reflexos: os reflexos primitivos de
sobrevivência, como por exemplo o de sucção e os reflexos primitivos
posturais, que darão origem aos movimentos voluntários.
Durante os últimos 4 meses de vida pré-natal e os primeiros 4 meses após o nascimento, o repertório da motricidade do ser humano inclui os movimentos que são da natureza reflexa; isto é, cada movimento é uma resposta estereotipada involuntária a um determinado estímulo. Como por exemplo, quando é tocado a mão do bebê, a mão estimulada se fecha em uma resposta habitual ou estereotipada [...] (PAYNE; ISAACS, 2007, p.215)
1.1.3.1 Reflexo de Moro
Segundo Gallahue e Ozmun (2001) o reflexo de moro existe desde o
nascimento e segue até os seis meses de idade do bebe. Este reflexo tem sido
um dos instrumentos mais utilizados para diagnosticar alguma alteração
neurológica no bebe pequeno. Esse reflexo pode ser notado toda vez que a
criança sentir-se insegura, ele pode ser notado a um ruído alto ou o seu próprio
espirro. Esse movimento ocasiona a extensão dos braços, dedos e pernas. Os
membros então retornam a posição de flexão normal contra o corpo. A
prolongação desse reflexo além do sexto mês pode indicar algum problema
neurológico.
Conforme descrito por Payne e Isaacs (2007) a permanência do reflexo
após o período esperado, atrasara a capacidade do bebe em tomar uma
posição sentada, o domínio da cabeça e diversas propriedades motoras.
1.1.3.2 Reflexos de Busca e Sucção
Os dois reflexos estão relacionados com um mesmo objetivo conseguir o
alimento. O reflexo de busca auxilia o bebê encontrar a fonte de sustento, e o
reflexo de sucção por sua vez, faz com que o bebe possa ingeri-lo. (PAYNE e
ISAACS, 2007)
Segundo Gallahue e Ozmun (2001) ambos os reflexos estão existentes
em todos os neonatos considerados normais. O reflexo de busca pode
23
permanecer até o fim do primeiro ano de vida, já o reflexo de sucção
desaparece ao termino do terceiro mês, mas segue como uma reação
voluntária.
1.1.3.3 Reflexo Buco-Manuais
De acordo com Gallahue e Ozmun (2001) existem dois tipos de reflexo
buco-manuais no neonato, que podem ser observados do primeiro mês de vida
até o terceiro mês. O reflexo plantar-mental, é caracterizado pela estimulação
de uma coceira na palma da mão, ocasionando uma contração dos músculos
do queixo levantando-o para cima. Já o reflexo palmar-mandibular consiste na
realização de uma pressão na palma das mãos. O bebê vai gerar respostas
como abrir a boca, fechar os olhos e gerar uma flexão da cabeça pra frente.
1.1.3.4 Reflexo Palmar de Preensão
Este reflexo é evidenciado desde o nascimento até os quatro meses e
consiste em estimular a palma da mão do bebê com um objeto, e em resposta
desse estimulo, ele fechará a mão envolvendo-o sem o uso do polegar. Caso o
aperto seja avaliado como fraco ou continue após o primeiro ano de vida pode
ser um sintoma de atraso no desenvolvimento motor ou hemiplegia.
(GALLAHUE e OZMUN, 2001)
1.1.3.5 Reflexo de Preensão Plantar e de Babinski
O reflexo de babinski está presente desde o nascimento. Incide em
realizar um choque na sola do pé do bebê, provocando um estiramento dos
dedos. Conforme o sistema neuromuscular amadurece, após quatro meses até
um ano de vida, esse reflexo é trocado pelo reflexo de preensão plantar.
(GALLAHUE e OZMUN, 2001)
Segundo Payne e Isaacs (2007) O reflexo de preensão plantar consiste
em aplicar uma rápida pressão na sola do pé, com isso promove a flexão de
todos os dedos do pé.
24
1.1.3.6 Reflexos Corretivos Labirínticos e Visuais
Ambos os reflexos podem ser estimulados quando se inclina o corpo do
bebê para frente, para trás ou para o lado. A criança reage mantendo a cabeça
ereta no sentido oposto do deslocamento. A única diferença do reflexo visual é
o fato de que os olhos do bebê seguem a direção acima da cabeça.
(GALLAHUE e OZMUN, 2001)
1.1.3.7 Reflexo de Levantamento
Conforme descrito por Payne e Isaacs (2007) esse tipo de reflexo pode
ser observado a partir do terceiro mês e se prolonga até o primeiro ano de vida.
Consiste em inclinar o bebê a qualquer direção, este estímulo faz com que a
criança estenda ou flexione os braços para alcançar a posição ereta.
1.1.3.8 Reflexo de Amortecimento e Apoio
Segundo Gallahue e Ozmun (2001) o reflexo de amortecimento é
evidenciado quando a criança está em posição ereta e é inclinada em direção
ao solo. Este estímulo faz com que a ela, na tentativa de amortecer a queda,
estenda os braços para baixo. O reflexo de apoio pode ser observado quando é
causado um desequilíbrio na criança na posição sentada. Todas as reações do
bebê permanecem além do primeiro ano de vida, e são de grande importância
para que a criança possa desenvolver a marcha.
1.1.3.9 Reflexo de endireitamento (corretivo) de cabeça e do corpo
De acordo com Payne e Isaacs (2007), esses dois reflexos estão
relacionados com os movimentos de rolamento. O reflexo de endireitamento
corretivo da cabeça ocorre logo no primeiro mês de vida, esse reflexo pode ser
descrito como o acompanhamento da cabeça do bebê com o movimento do
corpo, ou seja, quando o bebê se encontra na posição supina e seu corpo é
virado para o lado a cabeça acompanha esse movimento virando para o
mesmo lado do corpo. Já o reflexo de endireitamento (corretivo) do corpo é o
25
contrário do endireitamento da cabeça, nele ao se virar a cabeça do bebê ele
tende a virar o corpo para o mesmo lado da cabeça “endireitando” o corpo,
para assim recuperar a relação com fronte para frente entre a cabeça e os
ombros. Esse reflexo pode não ser identificado até o quinto mês da primeira
infância.
1.1.3.10 Reflexo primário de caminhar
Segundo Payne e Issacs (2007), o reflexo de caminhar será o sinal
inicial para o importante movimento que é o caminhar. Este reflexo será
induzido quando se segurar o bebê na posição vertical com os pés apoiados a
uma superfície de apoio, por haver uma pressão sobre a sola dos pés do bebê
isso permitirá que suas pernas sejam levantadas e, a seguir, abaixadas de
forma alternada, parecendo-se muito com uma forma imatura de caminhar.
1.1.4 Habilidades fundamentais do desenvolvimento motor
É por volta dos dois anos de idade que a criança dá um enorme salto no
que diz respeito ao desenvolvimento motor.
“Essas habilidades motoras formam a base sobre a qual cada criança
desenvolve ou refina os padrões motores fundamentais do inicio da infância e
as habilidades motoras especializadas da infância posterior e da adolescência.”
(GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 257).
De acordo com Payne e Isaacs (2007) é nessa fase que a criança
começa a desenvolver habilidades motoras fundamentais como caminhar,
correr, saltar, pular, além disso, ela ainda possui a capacidade de combinar
essas habilidades, como por exemplo, combinando o correr com o pular surge
o galope. Nessa fase a criança não está mais restrita a movimentos simples ela
já possui a capacidade de fazer movimentos com maior dificuldade.
É através das experiências vividas no cotidiano da criança que ela terá
condições de desenvolver suas habilidades e ter controle sobre elas. Quando a
criança começa a desenvolver essas habilidades elas são grosseiras, pois a
criança ainda não tem total controle de seus movimentos, mas com as
26
situações do dia a dia ela aprende a “lapidar” esses movimentos podendo
assim desempenha-los com maior precisão.
O domínio das habilidades motoras fundamentais é básico para o desenvolvimento motor de crianças. As experiências motoras, em geral, fornecem múltiplas informações sobre a percepção que as crianças têm de si mesmas e do mundo que as cerca. (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 258).
Segundo Papalia e Olds (apud CASTRO, 2008) esse período de
desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais é um período rico de
experiências e vivencias devido as descobertas no ambiente vivido pela
criança. Nessa fase a criança já possui uma melhor aptidão física, ela é mais
forte, mais ágil e mais veloz e essas aptidões só tendem a se desenvolver
ainda mais, pois o aprendizado da criança apresenta modificações diárias e
sequenciais. É uma fase de intensa movimentação, intensa atividade e intensa
progressão motora.
Quando se fala em habilidades motoras fundamentais é necessário
saber que existem vários estágios de desenvolvimento para cada padrão de
movimento e que também existem diferenças entre as crianças, pois o
desenvolvimento de uma criança nunca será igual ao da outra. (GALLAHUE;
OZMUN, 2001).
A sequência de progressão ao longo dos estágios iniciais, elementar e amadurecido é a mesma para a maioria das crianças. O ritmo, entretanto, variará, dependendo tanto dos fatores ambientais quanto dos fatores hereditários. (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 265).
Gallahue e Ozmun (apud CASTRO, 2008) dividem os movimentos
fundamentais em três estágios, sendo estes: estágio inicial que ocorre entre os
2 a 3 anos e representa as primeiras tentativas da criança, onde os
movimentos ainda são bem rudimentares e imprecisos; estágio elementar que
ocorre entre os 4 a 5 anos e é quando a criança já apresenta melhor controle e
precisão de seus movimentos fundamentais, em geral quando oportunidades
são adequadas; e por fim o estágio maduro que se dá entre os 6 a 7 anos se
as condições ambientais e de maturação forem propícias, é caracterizado por
movimentos precisos e eficientes, coordenados e controlados.
27
É importante ressaltar que haverá variações de uma criança para outra,
pois cada uma terá sua particularidade, nenhum individuo é igual ao outro,
então não se pode esperar que todos se desenvolvam da mesma forma, os
estágios dos movimentos fundamentais vão variar de uma criança para outra,
algumas podem alcançar um estágio mais avançado antes da idade prevista
como também algumas podem ter um atraso para alcançar um certo estágio, e
isso não necessariamente representará algum problema no desenvolvimento
dessa criança, pode ser uma simples influência do ambiente em que esta
criança vive.
1.2 A função da instituição de ensino
Atualmente a instituição de ensino possui um papel ainda maior na vida
das crianças, pois ao se analisar os dias atuais pode-se perceber que o
ingresso de crianças a instituição de ensino foi muito maior nos últimos anos,
isso se dá pela circunstância da mulher estar muito mais presente no mercado
de trabalho, e como na maioria dos casos essas mulheres precisam de alguém
para cuidar de seus filhos acabam por recorrer às creches que é onde essas
mães acreditam haver pessoas qualificadas para cuidarem de seus filhos.
As referências históricas da creche são unânimes em afirmar que ela foi criada para cuidar das crianças pequenas, cujas mães saiam para o trabalho. Está, portanto, historicamente vinculada ao trabalho extradomiciliar da mulher. Sua origem, na sociedade ocidental, está no trinômio mulher-trabalho-criança. Até hoje a conexão desses três elementos determina grande parte da demanda, da organização administrativa e dos serviços da creche. (DIDONET, 2001, p. 12).
Segundo Didonet (2001) a instituição de ensino hoje possui não só o
cuidar, como também o educar e o ensinar, e é um direito de todos, então ela é
tanto para as mães que deixam seus filhos para poderem exercer uma
profissão, quanto para as mães que não trabalham, no ponto de vista dele a
instituição de ensino é extremante importante para o desenvolvimento da
criança, pois a mesma possui pessoas qualificadas e é um ambiente adequado
para ajudar num melhor desenvolvimento infantil.
28
Segundo Cavicchia (2002) no primeiro ano de vida o intermédio entre a
criança e o ambiente é feito basicamente através do adulto, pois é ele quem
alimentará, dará banho, brincará coma criança. E o adulto deve saber utilizar
disso para estimular essa criança nos critérios físicos, motores, intelectuais,
sociais e afetivos. O segundo ano de vida dessa criança é marcado pelo
desenvolvimento motor que permite a ela explorar cada vez mais o ambiente
aumentando assim o seu desempenho e possibilitando a essa criança a maior
interação com o ambiente e as pessoas ao seu redor.
A instituição de ensino possui papel fundamental no desenvolvimento da
criança, pois é lá que a criança passará a maior parte de seus dias, e é lá que
ela terá maior parte de suas experiências que alavancarão o seu
desenvolvimento, então os profissionais da instituição de ensino precisam estar
preparados para saberem lidar com essas crianças, é claro que o
desenvolvimento ocorre de maneira natural, mas com estímulos a crianças se
desenvolverão bem melhor.
O trabalho da creche e sua responsabilidade consistem em dar espaço, oportunidade e estímulo, de base social-afetiva, para a criança crescer e oferecer situações de sucesso, a fim de que ela possa querer continuar crescendo, de forma natural, segura e feliz. É necessário um trabalho, em parte semelhante ao que ocorre dentro de uma grande família, que acompanha e supervisiona brincadeiras no jardim, banho de sol, brincadeiras com água no quintal, jogos, histórias, desenhos, pinturas e modelagem, bonecas, carrinhos e caminhões, banho, sono e alimentação. As atividades pedagógicas devem ser, em tudo, semelhantes a uma boa escola maternal ou de educação infantil, gozando de maior informalidade, devem ser planejadas e controladas com profissionalismo. (RIZZO, 2000, p.80 apud
COSTA, 2010, p.3).
1.2.1 Fatores Ambientais
O ambiente está intimamente interligado com o desenvolvimento físico,
psiquico e motor, pois é através dele que a criança começa a ter percepção do
que pode ou não fazer.
“A partir do nascimento os bebês iniciam um processo do aprendizado
de como interagir com o ambiente. Essa interação é um processo tão
perceptivo quanto motor.” (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p.213).
29
Para um melhor desenvolvimento da criança é necessário que o
ambiente lhe proporcione situações em que a criança precise pensar em como
deve agir, daí a importância de um ambiente com brinquedos lúdicos para que
essa criança possa ativar sua imaginação. Estar em um local com a presença
de mais crianças também é importante para o desenvolvimento desta.
[...] É necessário que as crianças se deparem, nesse ambiente, com solicitações que lhes possibilitem construir seus conhecimentos e estabelecer mais e novas relações entre objetos e pessoas, que encontrem “alimentos” para a formação de novas conexões cerebrais, já que se acham numa fase essencial para o desenvolvimento intelectual, afetivo, físico e social. (COSTA, 2010 , p.9).
De acordo com Gallahue e Ozmun (2001) um fator que influencia muito
no desenvolvimento de uma criança é o brincar, pois é através das brincadeiras
que a criança começa a ter consciência de seu próprio corpo e de sua
capacidade motora, brincar também serve para facilitar o desenvolvimento
cognitivo e afetivo dessa criança e ainda ajuda a desenvolver a capacidade
motora fina e rudimentar, por isso a importância de um ambiente propício às
brincadeiras para essa criança.
O ambiente familiar precisa ser um local onde a criança possa se
desenvolver de uma forma saudável, pois um lar onde não há estímulos e
cuidados necessários para a criança só irá atrapalhar o seu desenvolvimento,
então é necessário haver estímulos dos familiares na vida dessas crianças
desde as atividades mais simples.
A interação da criança com o adulto ou com outras crianças é um dos principais elementos para uma adequada estimulação no espaço familiar. Os processos proximais são mecanismos constituintes dessa interação, contribuindo para que a criança desenvolva sua percepção, dirija e controle seu comportamento. Além disso, permite adquirir conhecimentos e habilidades, estabelecendo relações e construindo seu próprio ambiente físico e social. (BRONFENBRENNER , 1994 apud ANDRADE et al., 2005 p. 607).
A criança necessita que o ambiente que ela esteja seja um local que lhe
ofereça oportunidades de se desenvolver, seja este a sua casa ou a instituição
de ensino, é preciso que todos a sua volta estejam dispostos a enriquecer este
ambiente para assim proporcionar uma melhor qualidade de vida a essa
30
criança. É importante ressaltar que esse ambiente acima de tudo deve ter
qualidades higiênicas para essa criança, uma boa alimentação, um bom local
de descanso, pois tudo isso é um conjunto de necessidades de qualquer ser
humano e quando se trata de uma criança a atenção deve ser redobrada, pois
ela é dependente do adulto para quase tudo e é o adulto que será o espelho
dessa criança para suas ações futuras.
Atendendo a crianças durante nove e até dez horas diárias, a creche assume um papel importante em suas vidas. Nessa instituição, aprenderão a se relacionar com os iguais vivendo num espaço coletivo; a se alimentar; a cuidar de sua higiene; aprenderão que existem pessoas que se interessam por elas, que as respeitam em suas necessidades e possibilidades e que trabalham para promover situações que lhes favoreçam o desenvolvimento. Além dos cuidados de saúde e alimentação [...], aprendam a conviver em um ambiente que tenha como princípios a igualdade, o respeito, a justiça e a dignidade. (COSTA, 2010, p.7)
1.2.2 Fatores socioeconômicos e culturais
Muitos estudos mostram que os fatores sociais estão intimamente
ligados com o desenvolvimento da criança, pois crianças que não vivem em
condições adequadas por não terem uma renda que lhes proporcione uma vida
melhor sofrem atraso de desenvolvimento.
Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. (BUSS ; PELLEGRINI. 2007, p. 78)
Evidentemente pais que não possuem um bom poder aquisitivo não
podem proporcionar a seus filhos muitos brinquedos, e muitas vezes por terem
que trabalhar por uma carga horária maior também não têm muito tempo para
ficarem com seus filhos, muitas vezes ocorre desses ficarem mais estressados
devido a vida corrida e cheia de problema o que influencia diretamente na
criança que acaba ficando mais agressiva e se distanciando das outras
pessoas.
31
[...] as familias pobres também vivem em habitações menores e menos adequadas, frequentemente em bairros decadentes e com altas taxas de violência e muitas delas se mudam frequentemente, portanto, seus filhos mudam muito de escolas. Os pais tem menor possibilidade de sentir que tem apoio adequado e as crianças com frequencia não tem um grupo estável de amigo. De modo geral ambientes pobres são mais caóticos e as pessoas que vivem na pobreza são mais altamente estressadas com menos recursos psicológicos e sociais. (BEE; BOYD, 2011 p. 408)
1.3 Família e desenvolvimento
A família sem duvidas são as pessoas mais importantes para ajudar num
bom desenvolvimento da criança, um ambiente familiar adequado só tem a
agregar na vida da criança. A criança precisa de uma família unida que lhe
estimule e lhe proporcione uma vida saudável e adequada.
O grupo familiar tem um papel fundamental na constituição dos indivíduos, sendo importante na determinação e na organização da personalidade, além de influenciar significativamente no comportamento individual através das ações e medidas educativas tomadas no âmbito familiar PRATTA; SANTOS, 2007, apud DRUMMOND FILHO. 1998, p.1).
Segundo Pratta e Santos (2007) as famílias vem sofrendo constantes
mudanças e isso afeta diretamente na vida dos filhos, atualmente os casais
estão se divorciando mais e isso mexe diretamente com a vida da criança,
então cabe aos pais saberem lidar com essa situação para que nenhum deles
fiquem ausentes na vida dessa criança.
A família deve ter consciência de como ela é importante na vida da
criança, e entender que mesmo que essa criança frequente uma instituição de
ensino os familiares não podem querer transferir a responsabilidade para a
instituição, pois é claro que lá essa criança terá atenção, carinho, cuidados,
mas nada substitui o carinho da família e a criança precisa desse apoio, ela
tem que ter a consciência de que a sua família está em casa, e não o contrário.
A família deve estar sempre em contato com a instituição de ensino, saber
como foi o dia da criança e como ela está se comportando, sempre que
possível devem participar das atividades e levá-las para o cotidiano da criança
em casa.
32
Existem varias oportunidades de incluir a família nos programas de desenvolvimento da criança. A comunicação mais individualizada entre a creche e a família deve ocorrer desde o inicio, ainda quando as crianças são matriculadas. Após os primeiros contatos, a rotina da comunicação podem se tornar mais frequentes e mais informal e bastante ativa. O contato não deve ser substituído por comunicações impessoais, mas sim provocar o encontro com os pais, por meio de reuniões, atividades em conjunto com as crianças, e formas variadas de participação, de modo a atender as necessidades e interesses diversificados. (CUNHA, 2013, p.122)
1.4 A importância da estimulação no ambiente escolar
O ambiente escolar e o ambiente domiciliar tem papel extremamente
importante no desenvolvimento da criança, pois são nesses dois locais que a
criança passa a maior parte de seu tempo e tudo que as pessoas a sua volta
fazem refletem nessa criança, se essa criança vai mal em casa e na escola,
quer dizer que algo está errado não somente com ela mas com as pessoas a
sua volta, pois os adultos são o “espelho” da criança.
A forma como os pais interagem e educam seus filhos é crucial à promoção de comportamentos socialmente adequados ou de comportamentos considerados, pelos pais e/ou professores, como inadequados, os quais são entendidos como “déficits ou excedentes comportamentais que prejudicam a interação da criança com pares e adultos de sua convivência”. (SILVA, 2000, apud SILVA: MARTURANO, 2002, p.1)
Segundo Delvan, Ramos e Dias (apud SCOPEL, SOUZA e LEMOS
2002) a instituição de ensino é um dos locais que maior tem condições de
proporcionar o desenvolvimento infantil e cabe a essas instituições criar
situações de aprendizagem para a criança, pois são nos primeiros anos de vida
que a criança precisa de mais atenção para poder explorar o mundo a sua volta
e a instituição de ensino precisa estar sempre atenta para ajudar a criança
nessa fase da vida.
As crianças estão sendo colocadas cada vez mais cedo e num período maior de tempo em instituições de educação infantil, portanto é importante que o ambiente escolar também seja avaliado, de forma que esse possa oferecer as melhores
33
condições possíveis para o desenvolvimento infantil.( SCOPEL; SOUZA e LEMOS, 2012, p.1)
Cabe tanto a instituição de ensino quanto a família estar sempre atentos
a como essa criança está sendo estimulada, pois escola e família devem
caminhar juntas para que isso se reflita na criança, a infância é a fase mais
importante da vida de uma pessoa, pois essa é uma fase de descobertas e
aprendizados que serão levados para o resto da vida e tudo que essas
crianças aprendem elas irão aplicar em seu cotidiano. Por isso essas crianças
devem ser muito estimuladas na parte física, motora, afetiva, social para assim
terem uma infância saudável com deve ser e poderem futuramente passar isso
adiante.
2 O EXPERIMENTO
2.1 Condições ambientais
Após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Unisalesiano,
Parecer no. 1.093.666 de 25 de maio de 2015 (ANEXO A) foi realizada uma
pesquisa experimental objetivando avaliar o desenvolvimento motor de
crianças de 2 a 4 anos de idade que frequentam uma instituição de ensino
municipal, comparando se há diferença entre as crianças que já frequentavam
a instituição com as que ingressaram neste ano.
2.2 Casuísticas e métodos
2.2.1 Casuísticas
Participaram do estudo 28 (vinte e oito) crianças escolhidas de forma
aleatória, de ambos os gêneros biológicos e com faixa etária de 2 a 4 anos.
Foram dividas em quatro grupos: Grupo 1 (G1) crianças de 2 a 3 anos
que começaram a frequentar a instituição de ensino neste ano. Grupo 2 (G2)
crianças de 2 a 3 que já frequentavam instituição de ensino nos anos
anteriores. Grupo 3 (G3) crianças de 3 a 4 anos que começaram a frequentar a
34
instituição de ensino neste ano. Grupo 4 (G4) crianças de 3 a 4 que já
frequentavam instituição de ensino nos anos anteriores.
Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(ANEXO B) e o Termo de Assentimento (ANEXO C).
2.2.2 Métodos
Para a realização da pesquisa foi utilizado o Inventário Portage
Operacionalizado (IPO), que tem como objetivo avaliar as áreas de cognição,
linguagem, autocontrole, socialização e desenvolvimento motor da criança,
composta por seis itens como: cuidados próprios, cognitivo, área motora,
emissão, compreensão, sociabilização e comportamento. Cada item contém
varias questões, e sua pontuação varia entre 0, 0,5 e 1. Sendo que 0 a criança
não consegue realizar o que lhe foi proposto, 0,5 ela realiza com dificuldade e 1
consegue realizar sozinha. A instituição de ensino escolhida foi a CEMEI
Primeiros Passos é da rede pública e está localizada na cidade de Pirajuí-SP.
Segue abaixo as avaliações utilizadas:
Quadro 1: Avaliação Portage Operacionalizado de crianças de 2 e 3
anos.
IDADE- 2 A 3 ANOS PO
I – CUIDADOS PRÓPRIOS
01- Alimenta-se utilizando colher e xicara, derramando um pouco
02- pega toalha de papel da mão do adulto, passa na mão e no rosto
03- espeta alimento com garfo
04- mastiga e engole somente substâncias comestíveis
05- urina ou evacua no urinol, pelo menos 3x ao dia quando ali colocado
06- tira a calça quando aberta
07- fecha e abre o zíper grande sem enganchar os terminais
08- tira as meias
09- tira o casaco quando aberto
10- tenta colocar o próprio sapato
35
11- gestos ou palavras que indiquem querer ir ao banheiro, mesmo que
tarde
12- escova os dentes com ajuda
13- tira camiseta com ajuda
14- usa o banheiro para evacuar, com 1 acidente diurno por semana
15- pega agua na torneira, com ajuda, fornecida a ela banco ou degraus
16- lava as mãos e o rosto usando sabonete, quando o adulto regula
agua
17- pede para ir ao banheiro durante o dia, com temo para evitar
acidentes
18- permanece seca durante sonecas diurnas
19- evita perigos tais como cantos pontiagudos, escadas, etc.
20- quando lembrado, usa guardanapos
21- junta alimentos com o garfo e os leva à boca
22- põe liquido de uma jarra pequena em um copo com ajuda
23- inicia tomar banho sozinha
24- coloca meias com ajuda
25- encontra as mangas iniciando o vestir (camisa, suéter, casaco)
26- acorda seca 2 manhãs em 1 semana
27- inicia o desabotoar botões grandes na prancha
TPR- 27 TPO -
II - COGNITIVO
01- completa prancha de forma de 3 peças
02- combina objetos semelhantes
03- desenha uma linha vertical imitando
04- desenha uma linha horizontal imitando
05- desenha um círculo em imitação
06- aponta 3 cores quando nomeadas
07- enfia 4 contas grandes
08- vira maçaneta de porta, cabos, etc.
36
09- constrói torre com 5 ou 6 cubos imitando
10- vira páginas uma de cada vez
11- desembrulha objetos pequenos
12- dobra papel pela metade imitando
13- desmonta e monta de novo brinquedo desmontável
14- desparafusa brinquedo de encaixe
15- faz bolas de argila
16- aponta para o pequeno e para o grande quando lhe pedem
17- combina 3 cores
18- coloca objetos “em cima de”, “em baixo de”, “dentro”, “fora”
19- monta um brinquedo de encaixe de 4 partes (ovos ou barris)
20- combina uma forma geométrica com a figura correspondente
21- reconhece músicas que lhe são familiares
TRP- 21 TPO -
III- ÁREA MOTORA
01- enfia 4 contas grandes em 2 minutos
02- vira trincos, maçanetas de portas
03- salta sobre dois pés
04- Salta o último degrau da escada com um pé na frente do outro
05- caminha para trás
06- desce escada com ajuda
07- atira bola para adulto a 1 metro e meio sem o adulto mover os pés
08- constrói torre de 5 a 6 cubos
09- vira uma pagina de cada vez
10- desembrulha objetos pequenos
11- dobra papel imitando
12- separa e junta brinquedo que se completam de forma simples
13- desparafusa brinquedos de encaixe
14- dá pontapés em bolas grandes
15- faz bolas de argila
37
16- dá cambalhotas para frente com ajuda
TPR- 16 TPO -
IV- EMISSÃO
01- nomeia 4 figuras
02- responde a pergunta “onde”?
03- nomeia objetos que emitem sons
04- combina verbo/substantivo com “este”, “aqui” com 2 palavras
(cadeira aqui)
05- combina “é” em frases de e itens
06- combina substantivo + adjetivo em frases de 2 palavras (bola-feia)
07- combina 2 palavras para exprimir posse (papai vai)
08- combina substantivo + verbo em frases de 2 palavras (papai vai)
09- refere-se a si mesmo pelo próprio nome
10- responde a pergunta “o que está fazendo?” para atividades normais
11- usa palavra para necessidade de ir a banheiro
12- diz se é menino ou menina se lhe apontam
13- usa artigo na fala
14- aplica regra regular do gênero
15- usa gerúndio
16- usa algumas formas de presente
17- usa algumas formas de passado
18- pergunta “o que é isso”
19- diz “por favor”, “com licença”, “muito obrigado”, quando lembrado
20- controla volume de voz 90% do tempo
21- responde a pergunta “quem?” com o nome
22- aplica algumas regras de plural regular (nome-verbo)
23- usa alguns substantivos por classe (brinquedo-animal)
TPR- 23 TPO -
V- COMPREENSÃO
01- presta atenção na música por 5 a 10 minutos
38
02- executa uma série de 3 ordens relacionadas
03- aponta para gravura de objeto comum, descrito por seu uso
04- ergue os dedos para dizer a idade
05- vira as paginas do livro, de 2 a 3 de 1 vez para achar gravura
designada
06- aponta para grande e pequeno a pedido
07- coloca objetos em cima de, em baixo de, dentro, a pedido
08- dá mais de um objeto, quando lhe pedem, usando o plural (cubos)
09- aponta objetos que “não é”
TPR- 09 TPO -
VI- SOCIABILIZAÇÃO E COMPORTAMENTO
01- coopera com pedido de adulto as vezes
02- pode trazer ou levar objetos dentro da sala, quando estimulada
03- presta atenção à música por 5 a 10 minutos
04- tenta ajudar o adulto em parte da tarefa (segura a pá de lixo)
05- entrega um livro ao adulto para que leia ou compartilhe com ela
06- brincar de fantasiar-se
07- faz escolha quando lhe pedem
08- pede ajuda quando está em dificuldade (ir ao banheiro, tem sede)
09- expressa compreensão de sentimentos com amor, zanga, tristeza,
alegria
10- permanece na sala de terapia – banheiro ou refeitório
TPR- 10 TPO -
Fonte: elaborado pelas autoras, 2015.
Quadro 2: Avaliação Portage Operacionalizado de crianças de 3 a 4
anos.
IDADE- 3 A 4 ANOS PO
I- CUIDADOS PRÓPRIOS
01- abre colchete de pressão ou gancho
02- no lanche, alimenta-se sozinho, sem exigir muita atenção
39
03- seca as mãos sem ajuda, quando lhe dão a toalha
04- coloca camiseta com ajuda
05- limpam o nariz quando lhe lembram
06- o menino urina no toalhete permanecendo em pé
07- despe-se e veste-se com pouco auxilio, executando-se os fechos
08- assoa o nariz quando lembrado
09- inicia o fechar ou enganchar fecho de colchete de pressão e gancho
10- evita perigos simples (fogão quente e vidro quebrado)
11- coloca o casaco no gancho colocado a sua altura
12- escova os dentes quando lhe dão instruções verbais
13- desabotoa botões grandes sobre a prancha ou jaqueta sobre a mesa
14- calça sapatos
15- coloca meias
16- dadas as instruções, coloca o casaco no cabide e recoloca o cabide
no lugar
17- corta alimentos macios com a faca (salsicha, banana)
18- reconhece a parte da frente da roupa
TPR- 18 TPO -
II- COGNITIVO
01- encontra livro específico quando lhe pedem
02- aponta 10 partes do corpo seguindo uma ordem verbal
03- junta duas partes para formar um todo (figuras)
04- combina 1 a 3 ou mais objetos
05- desenha uma cruz em imitação
06- a criança diz quais objetos que se usam junto, por imitação
07- constrói uma ponte com 3 cubos, imitando
08- combina sequência ou padrão de cubos ou contas
09- copia linha ondulada
10- acrescenta pernas e/ou braços ao desenho incompleto de uma
pessoa
40
11- aponta 3 figuras simples quando nomeadas
12- combina texturas
13- junta quebra cabeça ou prancha de formas de 3 peças
14- martela 5 pinos
15- corta com tesoura
16- utiliza molde
17- corta pelo menos ¼ de uma linha reta de 24 cm
18- segura lápis entre o polegar e o indicador, descansando no 3° dedo
TPR- 18 TPO -
III- ÁREA MOTORA
01- martela 5 pinos
02- junta quebra cabeças de 3 peças, ou prancha de formas
03- corta com tesoura
04- pula de uma altura de 24 cm com os pés juntos
05- dá pontapé em uma bola grande quando rolam para ela
06- anda na ponta dos pés
07- pedala triciclo
08- corre 10 passos com movimento dos braços coordenados
09- balança no balanço quando posto em movimento
10- trepa e escorrega para baixo em escorregador de 4/6 pé
11- dá cambalhota para frente
12- sobe escada, alternando os pés
13- marcha
14- agarra a bola com as 2 mãos
15- usa molde
16- recorta uma linha reta de 20 cm, ou ¼ de linha
17- segura lápis entre o polegar e o indicador, descansando o 3° dedo
TPR- 17 TPO -
IV- EMISSÃO
01- nomeia seus próprios desenhos
41
02- canta e dança conforme a música
03- saúda o adulto, familiares, sem precisar sem lembrado
04- diz eu, meu, mim, e vez do próprio nome
05- pede permissão para usar o brinquedo, com o qual o companheiro
está usando
06- diz „Poe favor” 80% do tempo e “obrigado”, sem precisa sem
lembrado
07- responde ao telefone, chama o adulto, ou conversa com a pessoa se
lhe é familiar
08- dá nome completo, quando lhe pedem
09- respinde a perguntas simples “como?”
10- relata experiências imediatas
11- diz como são usados objetos comuns
12- expressa ocorrências futuras
13- usa alguns plurais irregulares comuns
14- relata 2 acontecimentos em ordem de ocorrência
15- designa pelo nome objetos grandes e pequenos
16- nomeia noções espaciais: em cima, em baixo, dentro, atrás
17- diz se um objeto é pesado ou leve
18- descreve 2 eventos ou personagens de história conhecida
19- repete brincadeiras de dedos com palavras e ações
20- diz quais os objetos se comunicam
21- conta até 3 em imitação
22- conta até 10 objetos imitando
23- nomeia objetos com iguais e diferentes
24- nomeia cores a pedido
25- nomeia 3 formas
TPR- 25 TPO -
V- COMPREENSÃO
01- pode trazer ou levar objetos ou chamar em outra sala, quando
42
instruída
02- coopera com pedidos dos adultos, 75% do tempo
03- compreende texturas duro, mole, macio, duro
04- presta atenção por minutos, enquanto é lida uma história
05- executa uma série de 2 ordens não relacionadas
06- aponta para 10 partes do corpo, obedecendo a ordem verbal
07- aponta para menino e/ou menina por ordem verbal
08- segue regras imitando outras crianças
TPR- 08 TPO -
VI- SOCIABILIZAÇÃO E COMPORTAMENTO
01- ao escutar musica canta e dança
02- segue regras imitando ações de outras crianças
03- saúda adultos que lhe são familiares sem ser lembrado
04- segue regra de jogos do grupo conduzidos por adulto
05- diz por favor quando lembrado
06- responde ao telefone, dramatizando conversas com pessoas
familiares
07- espera a vez em um grupo de 5 crianças
08- coopera com pedidos do adulto a maioria das vezes
09- interage com outras crianças, enquanto trabalha em sua própria
tarefa
10- pode trazer/levar objetos ou chamar pessoas em outra sala, quando
instruído
TPR- 10 TPO -
Fonte: elaborado pelas autoras, 2015.
2.3 Análises estatísticas
A análise dos dados foi realizada com os procedimentos estatísticos,
variância e ênfase no percentual para comparação entre os grupos.
43
2.4 Resultados
Tabela 1- Comparação das crianças de 2 a 3 anos.
Crianças de 2 a 3 anos (Média e desvio padrão)
Novos Antigos P
Cuidados próprios 18,58 ± 4,71 19,25 ± 2,54 0,803
Cognitivo 12,33 ± 1,60 12,25 ± 1,17 0,918
Área motora 11,33 ± 0,40 13,16 ± 0,40* 0,003
Emissão 19,33 ± 0,51 17,33 ± 5,93 0,469
Compreensão 6,75 ± 0,41 7,5 ± 1,73 0,320
Sociabilização e
comportamento
10 ± 0,0 9,16 ± 1,03 0,105
Fonte: elaborado pelos autores, 2015. *p≤0,05 em relação aos novos.
Na tabela 1, observa-se que ocorreu uma diferença significativa na área
motora, onde as crianças que já frequentavam a instituição de ensino
apresentam melhor desempenho nessa área do que as crianças que iniciaram
este ano na instituição.
Tabela 2- Comparação das crianças de 3 a 4 anos.
Crianças de 3 a 4 anos
Novos Antigos P
Cuidados próprios 14,18 ± 0,96 16,50 ± 0,70* 0,0001
Cognitivo 10,12 ± 1,55 16,62 ± 1,38 1,331
Área motora 12,75 ± 1,03 16,43 ± 0,72 3,033
Emissão 18,75 ± 1,03 23,25± 0,75 1,659
Compreensão 6,68 ± 0,25 7,93 ± 0,17 3,297
Sociabilização e
comportamento
9,25 ± 0,26 9,75 ± 0,53 0,067
Fonte: elaborado pelos autores, 2015. *p≤0,05 em relação aos novos.
Na tabela 2, observa-se que houve diferença apenas na área de
cuidados próprios, onde as crianças que já frequentavam a instituição possuem
melhor desempenho do que as crianças que iniciaram na instituição esse ano.
44
2.5 Discussão
Os resultados do presente estudo demonstraram que entre os grupos
avaliados, o grupo de crianças entre 2 e 3 anos não apresentaram diferenças
significativas entre a maioria das áreas de desenvolvimento, a única área onde
foi percebido uma maior diferença foi na área motora. O mesmo foi percebido
no grupo de 3 a 4 anos, onde só houve diferença significativa em uma área,
sendo essa a de cuidados próprios.
O estudo de Murta et al (2011) sobre cognição, motricidade,
autocuidados, linguagem e socialização no desenvolvimento de crianças em
creche fala sobre o desenvolvimento motor, que é interessante observar que
ele melhora a partir do momento em que as crianças passam a frequentar uma
creche, entretanto alguns autores colocam em questão se isso ocorre devido
exclusivamente à família, à creche ou a ambos. Creche de boa qualidade pode
ser uma excelente oportunidade para as crianças estarem em um local seguro,
onde possam brincar, além de se alimentarem satisfatoriamente e terem
companhia de outras da mesma idade. O que se assemelha a este estudo
onde se comparando os grupos de crianças entre 2 e 3 anos percebe-se que
não houve grande diferença de desenvolvimento na maioria das áreas devido
ao fato dessas crianças não terem realizado atividades que estimulassem o
seu desenvolvimento nos anos anteriores, tanto as que frequentavam a
instituição de ensino quanto as que ficavam em casa. A única área onde a
diferença foi perceptível foi a motora, acredita-se que isso tenha ocorrido pelo
fato das crianças que frequentavam a instituição precisarem se locomover
mais, terem mais iniciativa, ou seja, quando querem algo elas precisam ir atrás
pois não têm quem o façam por elas, já o mesmo não ocorre em casa pois
quando a criança passa a maioria de seu tempo com os pais os mesmos
acabam realizando todos os afazeres por ela. Um outro fator que também pode
explicar essa diferença é que na instituição de ensino todos os dias são dadas
atividades que estimulam o desenvolvimento motor dessas crianças, já o
mesmo não ocorre em casa.
No caso das crianças de 3 a 4 anos a maior diferença se deu na área de
cuidados próprios, isso se da devido a essas crianças já frequentarem a
instituição de ensino desde os anos anteriores, e precisaram aprender a ter
45
certa independência, tendo em vista que por haver varias crianças elas
necessitavam em muitos momentos desenvolverem seus afazeres sozinhas,
como escovar os dentes, tomar banho e se alimentar, pois não havia uma
atenção especial somente para uma criança como ocorre em casa pelos pais.
Este estudo se assemelha a pesquisa feita por Lordelo et al. (2007),
sobre o Contexto e Desenvolvimento Cognitivo: Frequência à Creche e
Evolução do Desenvolvimento Mental, que mostra que em todas as avaliações,
as crianças que frequentam a creche obtiveram resultados bastante próximos
dos encontrados entre as crianças que permanecem em casa, mas sempre um
pouco acima, embora não o suficiente para descartar a possibilidade de um
resultado casual. Entretanto, devido ao pequeno tamanho da amostra, não se
pôde descartar a possibilidade de que essa diferença, que favoreceria as
crianças que frequentam a creche, exista de fato.
Já na pesquisa de Willrich, Azevedo e Fernandes (2008) onde foi
estudado o desenvolvimento motor na infância sobre a influência dos fatores de
risco e programas de intervenção, mostrou que a influência do ambiente na
aquisição de habilidades motoras em crianças pré-escolares sofreu influencias
negativas dos fatores de risco ambientais, tais como a utilização de brinquedos
inadequados para a faixa etária e a falta de orientação pedagógica em
instituição de ensino pública. O que se difere do presente estudo, pois o fato
das crianças se desenvolverem melhor deve-se a uma equipe de profissionais
habilitados e a influencia de brinquedos pedagógicos adequados a cada faixa
etária.
De acordo com Dantas (2015) no estudo sobre Crianças em Creche: um
espaço onde o cuidar e o educar caminham juntos, o cuidar e o educar são
essenciais no desenvolvimento cognitivo, afetivo, físico e linguístico da criança;
que todas as situações diárias na creche são atos educativos, pois as
brincadeiras, os jogos, as atividades dirigidas, enfim, as rotinas diárias devem
buscar autonomia e a formação da identidade, a construção de hábitos
saudáveis, e tudo isso, é cuidar e educar as crianças em creches para a vida.
Comparando-se ao presente estudo observa-se que os dois assemelham-se no
que diz respeito ao papel de cuidar, educar e dar autonomia a criança, pois
esse é o papel da instituição, ensinar a criança que ela pode ser independente
em várias áreas de seus cuidados pessoais.
46
Entretanto o Estudo sobre Creche como ambiente de desenvolvimento
de Lima e Bhering (2006) mostram que resultados de turmas de três anos
revelam a necessidade de maior atenção ao tratamento das crianças mais
velhas. As médias dessas turmas encontram-se no nível baixo de qualidade.
Observou-se que nessas turmas havia uma tendência mais escolarizante e
uma limitação das oportunidades para o desenvolvimento da autonomia e
possibilidades de expressão. A rotina de cuidados pessoais incluem itens que
avaliam os momentos de chegada e saída, das refeições e merendas, do sono,
do uso do banheiro e das práticas de saúde e segurança e está entre os
fatores que merecem maior atenção em todos os centros. Contrastando assim
com o presente estudo, que mostra que as crianças que frequentam a creche
possuem maior autonomia no que diz respeito aos cuidados próprios.
2.6 Conclusão
Com analise dos resultados, não houve uma diferença significativa na
maioria das áreas analisadas, observa-se que nas áreas onde obteve
diferença, tanto no grupo das crianças de 2 a 3 anos como no grupo de 3 a 4
anos, as crianças se encontram dentro do ambiente escolar a mais tempo.
Com isso, conclui-se que o ambiente escolar oferece maiores estímulos
para as crianças.
É importante acrescentar que é fundamental ter profissionais
qualificados dentro das creches que estimulem o desenvolvimento das
crianças.
Propõe-se novos estudos, com intervenções dentro das creches, para se
obter maiores resultados e melhoras significativas em outras áreas.
47
REFERÊNCIAS ANDRADE et al. Ambiente familiar e desenvolvimento cognitivo infantil: uma abordagem epidemiológica. Revista Saúde Pública, São Paulo, 2005. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v39n4/25533. Acesso em: 30 mai. 2015.
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CAVICCHIA, D.C., Um Projeto Pedagógico, 3 Ed., São Paulo: Editora Loyola, 2002. CASTRO, M,B. A influência do contexto nas habilidades motoras fundamentais de pré-escolares e escolares, 2008. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
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48
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49
PAYNE, G. V; ISAACS, D.L. Desenvolvimento motor humano: uma abordagem vitalícia, 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. PRATTA, E. M. M.; SANTOS. Familia e adolescência: A influencia do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros. Psicologia em Estudo. Paraná, 2007. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a05. Acesso em: 28 mai 2015. RIZZO, G; Creches: Realidades e necessidades em um mundo contemporâneo. Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia, Goiás, 2010. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/ritref/article/viewFile/20359/11849 Acesso em: 30 mai. 2015. ROCHA, A. P; MARCIANO, G. F. B; PILÉ, N. S. Avaliação do desenvolvimento motor de crianças de 6 a 18 meses – um estudo comparativo, 2014. Monografia, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. SCOPEL, R.S.; SOIZA, V.C.; LEMOS, S.M.A. A Influência Do Ambiente Familiar E Escolar Na Aquisição E No Desenvolvimento Da Linguagem: Revisão De Literatura. Revista CEFAC. Minas Gerais, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v14n4/33-11.pdf. Acesso em: 27 mai 2015 SILVA, A.T.B.; MATURANO, E.M. Práticas educativas e problemas de comportamento: uma análise à luz das habilidades sociais. Estudo de Psicologia, Natal, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2002000200004&script=sci_arttext. Acesso em: 30 mai. 2015. WILLRICH, A.; AZEVEDO, C.C.F.; FERNANDES, J.O. Desenvolvimento motor na infância: influência dos fatores de risco e programas de intervenção. Revista Neurociência. Porto Alegre, v.17, n.1, p. 51-57, jan 2008.
50
ANEXOS
51
ANEXO A - Parecer consubstanciado do CEP
52
53
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Escarecido
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO (Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL
1. Nome do Paciente:
Documento de Identidade nº
Sexo:
Data de Nascimento:
Endereço:
Cidade: U.F.
Telefone:
CEP:
1. Responsável Legal:
Documento de Identidade nº
Sexo: Data de Nascimento:
Endereço:
Cidade: U.F.
Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
Título do protocolo de pesquisa: Avaliação do desenvolvimento motor na fase fundamental de
crianças em uma Instituição de Ensino de Pirajuí/SP - Estudo Comparativo.
1- Pesquisador responsável: Ana Cláudia de Souza Costa
Cargo/função:
Fisioterapeuta
Inscr.Cons.Regional:
Crefito – 3 / 53967 - F
Unidade ou Departamento do Solicitante:
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium- UniSALESIANO - Lins
3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como
conseqüência imediata ou tardia do estudo).
SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO
MAIOR
54
4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar):
Nos dias de hoje, com a vida corrida dos pais, as crianças estão frequentando cada
vez mais cedo creches e escolas. Com isso as escolas precisam estar muito bem preparadas,
com profissionais treinados para que essas crianças sejam estimuladas de maneira correta,
para que não haja problemas no desenvolvimento dessas crianças, pois um atraso pode
acarretar problemas que poderão se estender até sua vida adulta.
Diante dessa situação surge o questionamento, sobre em qual ambiente essas
crianças tem um melhor desenvolvimento motor, em casa com seus pais, irmãos e
familiares ou na creche com as professoras, cuidadoras e outras crianças.
Diante disso é possível notar como é importante avaliar se uma criança esta tendo
os estímulos necessários no ambiente em que vive, seja este a creche ou sua casa, para que
através dos resultados seja feita uma possível intervenção para que futuramente essa
criança não venha sofrer as consequências por não ter recebido os estímulos necessários.
O objetivo do estudo é avaliar o desenvolvimento motor de crianças de 2 a 4 anos
de idade que frequentam uma instituição de ensino municipal, comparando se há diferença
entre as crianças que já frequentavam a escola com as que ingressaram neste ano, com isso
analisando onde essas crianças estão sendo melhor estimuladas ou se estão sendo
estimuladas igualmente tanto no ambiente escolar como no ambiente familiar.
5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: (explicitar)
Trata-se de uma pesquisa experimental-comparativa com abordagem quantitativa.
Após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa e assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento, a pesquisa será realizada
com crianças que se encontram na fase fundamental do desenvolvimento motor. As
crianças estudadas possuem idade de 2 a 4 anos e frequentam a instituição de ensino
CEMEI Primeiros Passos na cidade de Pirajuí, SP.
Segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), as crianças que se encontram na fase
fundamental de movimentos aprendem a responder a uma variedade de estímulos com
controle motor e competência de movimentos. Elas adquirem um controle cada vez maior
sobre uma performance de movimentos distintos, seriais e contínuos por sua habilidade de
acolher mudanças nas exigências das tarefas. As atividades de locomoção, como correr e as
atividades de estabilização como equilibrar-se em um pé, são exemplos de movimentos
fundamentais adquiridos na primeira infância.
O Inventário Portage Operacionalizado (IPO), possui 580 componentes a serem
55
observados nas crianças nas áreas de socialização, cognição, autocuidados, linguagem e
desenvolvimento motor. (PRADO et al., 2012, p.12) Para este estudo será utilizado parte
deste inventário, ou seja, apenas os critérios que se direciona às características especificas
das crianças na faixa etária de 2 a 4 anos.
Após a avaliação, para a análise dos resultados, as crianças serão divididas em dois
grupos: crianças que já frequentavam a instituição de ensino e as crianças que estão
iniciando este processo. Será feita uma analise se existe diferença no desenvolvimento
motor das crianças que frequentavam o ambiente escolar e as que não frequentavam para
analisar se as crianças estão sendo estimuladas de maneira correta tanto em ambiente
escolar, quanto no ambiente familiar.
Número de participantes: 28 crianças
Critérios de inclusão: crianças que se encontram na fase de desenvolvimento motor
fundamental e estejam na faixa etária de 2 a 4 anos, que frequentam a instituição de ensino
e que os pais tenham assinado os termos de consentimento e assentimento.
Critérios de exclusão: crianças que apresentarem algum tipo de patologia que alterem o
desenvolvimento motor.
6. Desconfortos e riscos esperados: (explicitar)
Não atingir os objetivos através das técnicas de avaliação propostas ou a não adaptação das
crianças aos autores, tornando difícil a execução destas. Risco este que será amenizado com
a imediata substituição das técnicas ou exclusão da criança que não se adaptar.
7. Benefícios que poderão ser obtidos: (explicitar)
Mostrar a importância de se identificar possíveis atrasos no desenvolvimento motor da
criança e intervir enquanto a criança ainda possui uma grande capacidade de aprendizagem,
para que essa criança não tenha prejuízos na vida adulta.
8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: (explicitar)
Não se aplica
9. Duração da pesquisa:
3 meses após aprovação do CEP
10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de
pesquisa em / /
56
III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL
1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.
2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e
deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.
3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.
4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas
durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar
participando da pesquisa.
5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos
decorrentes da pesquisa.
Observações complementares.
IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador
responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da
Resolução 466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de
participante da pesquisa, do Projeto de Pesquisa (colocar o nome do projeto de
pesquisa).
57
________________________________
Assinatura
Lins, 15 de Abril de 2015.
____________________________________
Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
____________________________________
Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
58
ANEXO C – Termo de Assentimento
TERMO DE ASSENTIMENTO
Você está sendo convidado como voluntário a participar da pesquisa “Avaliação do desenvolvimento motor na fase fundamental de crianças em uma Instituição de Ensino de Pirajuí/SP - Estudo Comparativo”. Neste estudo pretendemos avaliar o nível de desenvolvimento motor em crianças que se encontram na fase motora fundamental que frequentam instituição de ensino
O motivo que nos leva a estudar esse assunto é que Toda criança durante a sua evolução necessita ser estimulada para que alcance condições favoráveis ao seu desenvolvimento e crescimento, visto que um ambiente desfavorável ou pobre em estímulo e com problemas socioeconômicos podem ocasionar à criança desvios ao longo do seu processo de desenvolvimento. Para essas crianças, os cuidados e a aplicação imediata da estimulação precoce são de grande eficácia em seus aspectos preventivo e assistencial.
Para este estudo adotaremos os seguintes procedimentos: A pesquisa será realizada com crianças que se encontram na fase fundamental do desenvolvimento motor. As crianças estudadas possuem idade de 2 a 4 anos e frequentam a instituição de ensino CEMEI Primeiros Passos na cidade de Pirajuí, SP.
Para participar deste estudo, o responsável por você deverá autorizar e assinar um termo de consentimento. Você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se. O responsável por você poderá retirar o consentimento ou interromper a sua participação a qualquer momento. Você não será identificado em nenhuma publicação. Este estudo apresenta risco mínimo, isto é, o mesmo risco existente em atividades rotineiras como conversar, tomar banho, ler etc. Apesar disso, você tem assegurado o direito a ressarcimento ou indenização no caso de quaisquer danos eventualmente produzidos pela pesquisa.
Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que indique sua participação não será liberado sem a permissão do responsável por você. Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um período de 5 anos, e após esse tempo serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida a você.
Eu, _________________________, portador do documento de Identidade ____________________ (se já tiver documento), fui informado dos objetivos do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu responsável poderá modificar a decisão de participar se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu responsável já assinado, declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo assentimento e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.
59
Lins, 08 de junho de 2015.
________________________________
Assinatura do menor
_________________________________
Ana Cláudia de Souza Costa
CPF: 261.519.338-42
Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar:
Pesquisador(a) Responsável: Ana Cláudia da Souza Costa
Endereço: Av. Ernesto Monte, nº06
Promissão/SP - CEP: 16370-000
Fone: (14) 3541 1802 / E-mail: [email protected]
Pesquisadora Assistente: Anamere Gomes de Araújo
Endereço: Rua das Araras, 80
Pirajuí /SP - CEP: 16600-000
Fone: (14)998171902/ E-mail: [email protected]
Pesquisadora Assistente: Nayara Cestari Magalhães
Endereço: R: Melchiades Melges de Andrade, 540
lins/SP - CEP: 16.402-161
Fone(14)996544886/ E-mail: [email protected]
Pesquisadora Assistente: Patrícia Petranski Maia
Endereço: R: Galeno Mota, 270
Pirajuí/SP - CEP: 16.600-000
Fone(14)997184698/ E-mail: [email protected]