Avaliação dos efeitos da irradiação na composição química ... · bioatividade de plantas...

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Avaliação dos efeitos da irradiação na composição química e bioatividade de plantas usadas na indústria farmacêutica e/ou alimentar Eliana Pereira a,b , Lillian Barros a , Amilcar Antonio a , Albino Bento a , Celestino Santos-Buelga b , Isabel C.F.R. Ferreira a a Centro de Investigação da Montanha (CIMO), ESA, Instituto Politécnico de Bragança, Campus de Santa Apolónia, 1172, 5301-253 Bragança, Portugal. b GIP-USAL, Faculdade de Farmácia, Universidade de Salamanca, Campus Miguel de Unamuno, 37007 Salamanca, Espanha. Algumas plantas são uma fonte natural de compostos bioativos, tais como polifenóis, vitaminas, carotenóides e ácidos gordos insaturados. Esta diversidade de biomoléculas permite a sua utilização em diversas áreas, especialmente como aditivos alimentares e ingredientes naturais para promoção da saúde. Estes fitoquímicos têm sido utilizados na industria farmacêutica, bem como na formulação de suplementos dietéticos, alimentos funcionais e nutracêuticos. No entanto, a utilização de matérias-primas de boa qualidade microbiológica é um dos requisitos essenciais na indútria, uma vez que os microrganismos podem contaminar o produto final, levando à sua deterioração. Assim, a irradiação é creditada para que a sua aplicação seja permitida em ingredientes secos, sendo cada vez mais reconhecida mundialmente, devido à eficiência na redução das perdas causadas por processos fisiológicos naturais (brotamento, maturação e envelhecimento), para eliminar ou reduzir microorganismos, parasitas e pragas, sem que ocorra qualquer alteração (química ou organoléptica) no alimento, tornando-o mais seguro para o consumidor [1-3]. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da aplicação de diferentes doses de radiação gama e feixe de eletrões na composição química e bioatividade de várias plantas (Ginkgo biloba L., Melissa officinalis L., Melittis melissophyllum L., Mentha piperita L., Aloysia citrodora Palàu, Arenaria montana L. e Thymus vulgaris L.). Amostras estudadas Melissa officinalis Ginkgo biloba Mentha piperita Aloysia triphylla Arenaria montana Melittis melissophyllum Thymus Vulgaris Cor Colorímetro (mCR-400, Konica) Deteção de Toxinas Aflatoxina (AFB 1) e ocratoxina A (OTA) Valor Nutricional Proteinas Gordura Hidratos de carbono Cinzas Energia Bioactividade (extracto metanólico e infusões) Atividade antioxidante (atividade captadora de radicais DPPH; poder redutor; inhibição da peroxidação lipidica) Citotoxicidade Compostos lipofilicos Ácidos gordos Tocoferóis Compostos Hidrofílicos Açúcares livres Ácidos orgânicos Compostos fenólicos Doses de irradiação usadas 0 kGy (amostra controlo) 1 kGy 2 kGy 5 kGy 10 kGy Tempo = 0 meses Tempo = 12 meses Tempo = 18 meses

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Avaliação dos efeitos da irradiação na composição química e bioatividade de plantas usadas na indústria

farmacêutica e/ou alimentar

Eliana Pereiraa,b, Lillian Barrosa, Amilcar Antonioa, Albino Bentoa, Celestino Santos-Buelgab, Isabel C.F.R. Ferreiraa

aCentro de Investigação da Montanha (CIMO), ESA, Instituto Politécnico de Bragança, Campus de Santa Apolónia, 1172, 5301-253 Bragança, Portugal. bGIP-USAL, Faculdade de Farmácia, Universidade de Salamanca, Campus Miguel de Unamuno, 37007 Salamanca, Espanha.

Algumas plantas são uma fonte natural de compostos bioativos, tais como polifenóis, vitaminas, carotenóides e ácidos gordos insaturados. Esta diversidade de biomoléculas

permite a sua utilização em diversas áreas, especialmente como aditivos alimentares e ingredientes naturais para promoção da saúde. Estes fitoquímicos têm sido utilizados

na industria farmacêutica, bem como na formulação de suplementos dietéticos, alimentos funcionais e nutracêuticos. No entanto, a utilização de matérias-primas de boa

qualidade microbiológica é um dos requisitos essenciais na indútria, uma vez que os microrganismos podem contaminar o produto final, levando à sua deterioração. Assim, a

irradiação é creditada para que a sua aplicação seja permitida em ingredientes secos, sendo cada vez mais reconhecida mundialmente, devido à eficiência na redução das

perdas causadas por processos fisiológicos naturais (brotamento, maturação e envelhecimento), para eliminar ou reduzir microorganismos, parasitas e pragas, sem que ocorra

qualquer alteração (química ou organoléptica) no alimento, tornando-o mais seguro para o consumidor [1-3].

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da aplicação de diferentes doses de radiação gama e feixe de eletrões na composição química e bioatividade de várias plantas

(Ginkgo biloba L., Melissa officinalis L., Melittis melissophyllum L., Mentha piperita L., Aloysia citrodora Palàu, Arenaria montana L. e Thymus vulgaris L.).

Amostras estudadas

Melissa officinalis

Ginkgo biloba

Mentha piperita

Aloysia triphylla

Arenaria montana

Melittis melissophyllum

Thymus Vulgaris

Cor

•Colorímetro (mCR-400, Konica)

Deteção de Toxinas

• Aflatoxina (AFB1) e ocratoxina A (OTA)

Valor Nutricional

•Proteinas •Gordura •Hidratos de carbono •Cinzas •Energia

Bioactividade (extracto metanólico e

infusões)

•Atividade antioxidante (atividade captadora de radicais DPPH; poder redutor; inhibição da peroxidação lipidica)

•Citotoxicidade

Compostos lipofilicos

•Ácidos gordos •Tocoferóis

Compostos Hidrofílicos

•Açúcares livres •Ácidos orgânicos •Compostos fenólicos

Doses de irradiação

usadas

•0 kGy (amostra controlo) •1 kGy •2 kGy •5 kGy •10 kGy

Tempo = 0 meses

Tempo = 12 meses

Tempo = 18 meses