AVALIAÇÃO FÍSICA 01 - AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA - Leonardo de Arruda Delgado - ARTIGO

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHOCENTRO DE CINCIAS DA SADE

    CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAO FSICA

    LEONARDO DE ARRUDA DELGADO

    INTRODUO AVALIAO DA APTIDO FSICA

    So Luis2004

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    AVALIAO DA APTIDO FSICA: Projeto de elaborao de sistema de informaes

    Leonardo de Arruda Delgado

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    SUMRIO

    1 INTRODUO................................................................................................. 42 APTIDO: SIGNIFICADOS E APLICAES................................................... 63 CONCEITOS BSICOS................................................................................. 13

    3.1 Testes ..................................................................................................... 133.2 Protocolos ............................................................................................... 143.3 Medidas .................................................................................................. 143.4 Anlise .................................................................................................... 163.5 Avaliao ................................................................................................ 16

    4 TIPOS DE AVALIAES............................................................................... 184.1 Avaliao diagnstica ............................................................................. 184.2 Avaliao formativa................................................................................. 184.3 Avaliao somativa ................................................................................. 19

    5 PRINCPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAES.............................................. 206 TCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAO......................................... 23

    6.1 Tcnicas de avaliao............................................................................. 236.1.1 Observao...................................................................................... 236.1.1.1 Anedotrio ................................................................................ 246.1.1.2 Lista de checagem.................................................................... 256.1.1.3 Escala de classificao............................................................. 26

    6.1.2 Inquirio ......................................................................................... 266.1.2.1 Questionrio ............................................................................. 276.1.2.2 Entrevista.................................................................................. 286.1.2.3 Sociograma............................................................................... 28

    6.1.3 Testagem......................................................................................... 297 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAO DA AVALIAO............................. 30

    7.1 Fase de preparao................................................................................ 317.1.1 Avaliar o que?.................................................................................. 317.1.2 Avaliar quem?.................................................................................. 337.1.3 Avaliar com o que? .......................................................................... 357.1.4 Para que avaliar? (objetivos) ........................................................... 377.1.5 Quando e onde avaliar?................................................................... 397.1.6 Como avaliar?.................................................................................. 41

    7.1.6.1 Critrios para a seleo dos testes........................................... 417.1.6.2 Conhecimento do teste............................................................. 427.1.6.3 Preciso das medidas .............................................................. 427.1.6.4 Preparao das fichas de registro ............................................ 44

    7.2

    Fase de aplicao dos testes.................................................................. 44

    7.2.1 Estruturao da avaliao funcional ................................................ 457.2.1.1 Avaliao mdica...................................................................... 467.2.1.1.1. Exame mdico......................................................................... 467.2.1.1.2. Exames complementares......................................................... 47

    7.2.2 Avaliao da aptido fsica .............................................................. 487.3 Fase de anlise....................................................................................... 49

    8 AVALIAO DO RISCO CORONARIANO .................................................... 50

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    8.1 Fatores de risco ...................................................................................... 528.2 Fatores influenciveis primrios.............................................................. 54

    8.2.1 Tabagismo ....................................................................................... 548.2.2 Hiperlipidemia .................................................................................. 56

    8.2.2.1 Nveis de colesterol total........................................................... 568.2.2.2

    Nveis de HDL........................................................................... 57

    8.2.2.3 Nveis de LDL e triglicrides ..................................................... 58

    8.2.3 Presso arterial................................................................................ 588.2.4 Inatividade fsica .............................................................................. 628.2.5 Baixo condicionamento cardiorrespiratrio ...................................... 638.2.6 Diabetes........................................................................................... 65

    8.3 Fatores de risco influenciveis secundrios............................................ 678.3.1 Obesidade ....................................................................................... 678.3.2 Colesterol de baixssima densidade (VLDL- Very LDL) ................... 708.3.3 Tenso e estresse ........................................................................... 71

    8.4 Fatores no-influenciveis ...................................................................... 718.4.1 Hereditariedade ............................................................................... 718.4.2 Idade................................................................................................ 728.4.3 Sexo................................................................................................. 728.4.4 Personalidade de risco .................................................................... 738.4.5 Raa ................................................................................................ 74

    9 ANAMNESES................................................................................................. 769.1.1 Estimativa do risco cardaco............................................................ 789.1.2 Estimativa do nvel de aptido fsica................................................ 82

    Anexo I: Questionrio de Estresse ........................................................................ 83Anexo II: ndice de Risco Cardaco (RISKO)......................................................... 84Anexo III: Avaliao dos Fatores de Risco Coronariano ....................................... 85Anexo IV: Questionrio PAR-Q ............................................................................. 86Anexo V: Questionrio Sobre o Estado de Sade(QES)....................................... 87Anexo VI: Avaliao do Nvel de Atividade Fsica................................................. 89REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...................................................................... 90

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    INTRODUO A AVALIAO DA APTIDO FSICA

    1 INTRODUO

    O objetivo do presente trabalho discutir como um programa de

    medidas e avaliao pode assumir um papel de capital importncia no processo

    de ensino aprendizagem, como e quando empregar tcnicas e instrumentos para

    medir e avaliar determinadas caractersticas ou habilidades com preciso,

    resultando em um processo calcado em bases cientficas, dando, desta forma,

    origem a um trabalho mais credvel.

    Com o aumento de informao sobre atividade fsica, cada vez mais

    pessoas descobrem que o exerccio um meio saudvel, para ajudar a evitar

    doenas hipocinticas (coronarianas, hipertenso arterial, diabetes, osteoporose e

    etc), se obter o mximo das capacidades mentais e se sentir bem, energtico,

    alegre e etc.

    A Avaliao da Aptido Fsica vem sendo amplamente estudada, tanto

    para fornecer informaes e/ou classificaes e, como forma de desenvolver uma

    melhor anlise dos efeitos de treinamento com particular ateno ao crescimentoe desenvolvimento do ser humano atravs da determinao dos ndices de

    Aptido Fsica Geral. Com a nossa pesquisa aplicada avaliao da aptido

    fsica, procuramos selecionar dentre os inmeros protocolos, testes e medidas,

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    aqueles que pelas suas caractersticas tivessem uma maior adequao s

    condies de trabalho dos profissionais de educao fsica.

    Para uma boa avaliao fsica temos de analisar muitas variveis:

    antropomtricas; composio corporal; anlise postural; avaliaes metablicas e

    neuromusculares; avaliaes nutricionais, psicolgica e social. Estas duas ltimas

    so essenciais para que um programa de treinamento tenha pleno sucesso,

    porque nos do acesso aos hbitos e personalidade da pessoa.

    Uma avaliao bem feita aquela em que utiliza critrios e protocolos

    bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indique,

    atravs de anlises e comparaes, a real situao em que se encontra o

    avaliado. Em meio a tanto conhecimento tcnico-cientfico, no se pode mais

    permitir a utilizao do protocolo do "achismo", ainda empregado por alguns

    profissionais em suas avaliaes. S possvel fazer um programa de exerccios

    com qualidade e segurana com uma avaliao fsica em que se utilize

    metodologia, protocolos e critrios de avaliao adequados.

    Alm disso, as avaliaes devem ser peridicas e sucessivas,

    permitindo uma comparao para que possamos acompanhar o progresso do

    avaliado com preciso, sabendo se houve evoluo positiva ou negativa. Dessa

    forma, possvel reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas.

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    2 APTIDO: SIGNIFICADOS E APLICAES

    De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.231) desde o surgimento

    dos conceitos de habilidade motora e de aptido, nos anos 20, nfases diversas

    vm sendo dadas ao assunto, conforme a viso de homem, de aptido e do

    prprio sentido que a educao fsica e o movimento vm tendo ao longo dos

    anos.

    Na dcada de 40, a aptido foi inicialmente qualificada como fsica, e

    significativa to somente capacidade de se realizar esforos com um mnimo de

    gasto de energia e de fadiga.

    Nesta linha, a aptido foi e usada, tendo como meta a afirmao

    poltica de naes e a supremacia de raas e ideologias, seja na rea militar, seja

    na esportiva.

    Na rea militar os testes de aptido, sobretudo os cardiovasculares,

    desenvolveram-se a partir da necessidade dos combatentes da Segunda Guerra

    Mundial (1939-1945), onde os soldados deveriam estar preparados o combate e

    na utilizao da performance nos esportes de alto rendimento, como fator de

    afirmao poltica das naes e viso de homem como ser dual: corpo e mente,

    devendo as performances mximas, absolutas, deriva sobretudo de um

    treinamento, com tcnicas e tticas que lhes so impostam para um melhor

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    rendimento; mquina de resultados, engrenagem substituvel no mecanismo do

    triunfo esportivo nacional.

    Nos anos do ps 2a Guerra Mundial, sobretudo a partir da segunda

    metade dos anos 50, a nfase na aptido fsica voltada para a sade, numa

    dimenso profiltica de patologias classificadas como hipocinticas, ganhou

    incremento nos pases do primeiro mundo, por questes meramente econmicas:

    a hipocinesia, gerada pelos avanos da tecnologia e da maquinaria, gerou

    prejuzos s naes desenvolvidas, que precisaram ser prevenidos e superados

    pela atividade. Enfatizaram-se a aptido fsica, mesmo entre no atletas, surgindo

    diferentes movimentos em todo o mundo, que conduziriam a esta direo.

    Entrou em jogo um novo fator: a busca da aptido qualificada, fsica ou

    fisiolgica, e que ganhou terreno entre ns a partir de 1968 quando COOPER

    publicou o livro Aerbics, traduzido para o portugus com o ttulo Aptido Fsica

    em Qualquer Idade, onde ele desafia as pessoas a tomarem conta de seus estilos

    de vida para combater as doenas coronarianas, a obesidade e os estresses da

    vida moderna.

    Aps a Copa do Mundo do Mxico, em 1970, coincidindo com a

    publicao por COOPER do livro Capacidade Aerbica que deu origem a

    impulso inicial ao movimento de aptido fsica que se alastrou pelo mundo e a

    difuso da palavra aerbica, representada pela corrida de longa distncia, que

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    geram marcaes dos percursos em praias e parques, sobretudo nos grandes

    centros.

    Correr havia virado panacia: era bom para tudo. Todos corriam mesmo

    quem no podia, por contra-indicao mdica, resultando deste hbito, em abusos

    e mortes desnecessrias. A indispensvel avaliao mdica era esquecida em

    troca de uma pretensa aptido. Corriam o sedentrio, o atleta e o doente. Era a

    poca do mexa-se, do esporte para todos, dos circuitos, das corridas de longa

    distncia e etc., explorados pelo regime poltico ento vigente. A avaliao

    concentrou-se no VO2Max, que passou a ser considerado ndice mgico. Quanto

    maior melhor, e para melhor-lo, valia tudo em matria de esforo, aerbico e

    anaerbico.

    Era a poca do boom das Escolas de Educao Fsica, do crescimento

    das academias, da nfase, nas equipes, da figura do chamado Preparador Fsico

    ou Instrutor de Condicionamento Fsico, que surgiu na seleo Brasileira de

    Futebol em 1968, na Copa da Sucia, mas que, nos anos 70, foi assumida por

    todas as equipes de futebol, e mesmo de outros esportes. O mercado de trabalho

    do profissional de educao fsica atingiu at as clnicas, onde se fazia a

    recuperao e a preveno dos coronariopatas.

    Em 1968, a ento Associao Americana para Sade, Educao Fsica

    e Recreao (AAHPER), citada por BARROW E McGEE (1971,p.131) apud

    FERNANDES FILHO (op. cit.,p.234), definiu a aptido como total, afirmando que

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    a aptido implica a habilidade de cada pessoa viver efetivamente em seu

    ambiente e esclarece: Aptido implica a habilidade de cada pessoa viver mais

    efetivamente com o seu potencial. Usava-se o conceito da totalidade do homem

    que tinha, por sua vez, e em decorrncia, uma aptido tambm total.

    COOPER publicaria ainda o livro Sade Total em 1979,

    acrescentando mais conhecimentos sobre a revoluo da aptido fsica. Ainda na

    dcada de 70, aproveitando a popularizao da atividade aerbica, Jacki

    Sorensen, numa tentativa de popularizar a dana, criou a Dana Aerbica e foi

    seguida por Jane Fonda, Phyllis Jacobson, Richard Simon com outros programas

    de condicionamento fsico.

    No Brasil, esse movimento chegou no incio da dcada de 80, com o

    nome de Ginstica Aerbica, e sua prtica aumentou de maneira jamais vista em

    qualquer atividade fsica. Centenas de academias foram abertas, e sua prtica

    atingiu principalmente a populao jovem. Aparelhos de ginstica, antes restritos

    aos clubes, passaram a ser produzido em sries, podendo ser comprados e

    levados para casa. O agasalho de ginstica e o tnis, antes restritos aos atletas,

    passaram a fazer parte da moda, subitamente se tornaram coisas de prestgio.

    Como observamos em BARBANTI (1990, p. 5-14), na dcada de 80 os

    conceitos de aptido esto todos relacionados a questo fsica, no entanto,

    iniciava-se um movimento de compreenso de homem como ser uno.

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    Na dcada de 90, de acordo com FERNANDES FILHO (op.cit., p.235) o

    movimento humano passa ento a ser cada vez mais valorizado, de modo

    pessoal, dele resultando as adaptaes estruturais, mas tambm emocionais,

    intelectuais e sociais, fatores de construo do eu. O mundo encarado como o

    ambiente que me cerca, e no qual vive o meu eu, em convvio com outros eus.

    Gera-se, no mundo, uma cultura que a tudo influencia inclusive o prprio

    movimento em suas diferentes expresses pessoais e sociais. No h mais

    espaos para limitaes ou fracionamentos do homem apto.

    BOUCHARD (1990), na linha da aptido relacionada sade, nos

    mostrou onde o bem-estar tambm se faz presente. Progressivamente, d-se

    importncia a ludicidade, ao prazer, em substituio exausto, ao sofrimento. A

    atividade fsica no existe para trazer sofrimento, mas para ser prazerosa e

    fortalecer a sade; a aptido para a sade dos canadenses (SHEPHARD,

    BOUCHARD e outros) est intimamente ligada ao bem estar.

    A Organizao Mundial de sade define sade como estado de

    completo bem estar bio-psico-social (multidimensional, portanto). Sade no

    higidez-ausncia de doena, mas ultrapassa este conceito. O simples prevenir

    doenas, como se posicionou durante algum tempo ser um objeto da atividade

    fsica, fica aqum do estado de sade. O movimento humano, hoje, meio para

    se atingir sade e bem-estar, combatendo os efeitos do estresse da vida moderna

    e suas repercusses patolgicas no organismo, gerando o prazer de viver.

    recurso profiltico e que deve ser bem usado.

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    Talvez seja no ambiente educacional, no s no esportivo, sejam eles

    recreativos ou profissionais, ldicos ou competitivos, mas inclusive na educao

    para a vida, na escolaridade, na educao, quando ela se fizer necessria, que os

    reflexos da aptido total sejam sentidos. O ser apto o sujeito de sua existncia

    de si mesmo, em pleno gozo de sua liberdade responsvel. Ora, educao

    posicionamento diante da vida em que se est buscando o essencial em todas as

    situaes, de modo a que pela real capacidade de opo possa o sujeito

    autodeterminar-secomo disse WEINECK (1994, p.54). Este conceito difere dos

    modernos conceitos de aptido? WEINECK (op.cit) disse mais: que a educao s

    justificvel como meio de levar o ser humano a melhor realizar-se como tal.

    assim que o homem torna-se capaz de construir sua vida atravs do seu prprio

    escalonamento de valores.

    Aptido, bem-estar, sade e educao no so coisas que se tem;

    so valoresque se vive, atravs de uma vida ativa, em seus mltiplos aspectos,

    inclusive e a partir do motor. Sem a aptido no existe mudana consciente do

    scio-econmico-cultural, pois o intelecto da pessoa no se modifica e os

    problemas externos so assimilados passivamente por ela.

    Ser apto lutar pela qualidade de vida; melhorar as condies pessoais

    e sociais; encontrar seu lugar na sociedade para o trabalho e qualidade de vida;

    prevenir-se lutar contra a doena hipocintica, mas , acima de tudo, manter a

    sade, em seu contexto multifatorial; gerar seres que ainda que portadores de

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    limitaes (os que ns rotulamos como deficientes, em seus diversos tipos e

    graus, fatores que, de algum modo, todos temos) sejam pessoas aptas, e

    socialmente ativas no mundo do trabalho, combatendo-se a verdadeira deficincia

    e a excluso, sobretudo a social.

    Quando se pensa e se acompanha a aquisio e a manuteno da

    aptido, com este enfoque atual, mais do que nunca se abre espao e se encontra

    valor para sua avaliao.

    Se nos enfoques antigos, quando importava a performance, a aptido

    dita fsica, a avaliao j era importante para que o treinamento no se

    transformasse em fator agressivo, com os aspectos hoje entendidos, quando ser

    apto , em ltima anlise, ter boa qualidade de vida, avaliar para melhorar com

    segurana, para manter ou mesmo para readquirir a aptido, quando se perde por

    doena ou outra causa, a avaliao e o acompanhamento adequado do processo

    de sua recuperao tornam-se elementos fundamentais.

    nesse sentido, do movimento dosado com cuidado, como quem dosa

    uma medicao, em seus mltiplos enfoques, que deve ser entendida hoje a

    avaliao nas cincias do movimento, em seus contextos educacionais, neles

    entendida a atividade fsica em seus mltiplos aspectos, a reeducao motora e a

    sade.

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    3 CONCEITOS BSICOS

    Definiremos a seguir alguns dos conceitos bsicos, relacionados

    avaliao da aptido fsica.

    3.1 Testes

    MARINS (1998, 19) define teste como: ...instrumento, procedimento ou

    tcnica usada para se obter uma informao. J CARNAVAL (1997, 11) diz que

    ...uma pergunta ou um trabalho especfico utilizado para aferir um conhecimento

    ou habilidade da pessoa que se mede....

    Segundo o dicionrio AURLIO, teste o conjunto de provas que se

    aplicam a indivduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptido e

    outras, provas que se executam para aferir a eficincia ou os outros efeitos de

    determinadas substncias.

    Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau

    de certas qualidades ou condies que formam a base para a tomada de

    decises. Na realidade, na nossa vida diria ns estamos constantemente

    testando ou coletando informaes.

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    FARINATTI & MONTEIRO (2000, p193) diz que quanto maior a

    preciso da medida, maior ser a segurana para sua aplicao. Da a

    necessidade de treinamento prvio do investigador no sentido de dominar bem a

    sua tcnica. Alm disso, a padronizao influencia diretamente nos resultados

    obtidos, e medidas que no se apresentem de forma clara, no devem ser

    utilizadas.

    FERNANDES (op.cit., p.25) lembra que, h contudo, situaes em que

    a resposta no se pode ser plenamente quantificada e qualificada, mas julgada, a

    partir de alguns parmetros e categorias. Como quantificar motivao, ateno,

    liderana, conceitos estticos, emocionais, comportamentais, e outros elementos

    deste tipo a resposta pode, contudo ser qualificada de forma gradativa: muito,

    mediana, regular, pouco ou insuficiente, a partir de um dado de referncia.

    Sobre essa afirmao MATHEWS (1980), apud FARINATTI &

    MONTEIRO (op. cit), enfatiza que medidas objetivas como fora e velocidade so

    simples e diretas, frequentemente produzindo resultados de mais confiana do

    que aquelas que envolvem personalidade, inteligncia e atitudes.

    Finalizando este conceito gostaramos de utilizar a reflexo de

    FARINATTI & MONTEIRO (op. cit), ao ressaltar que para perfeita aplicao da

    medida, deve-se conhecer a resposta para trs questes bsicas que so

    apresentadas a seguir:

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    - O que medir?

    - Por que medir?

    - Como medir?

    Somente a partir destes conhecimentos poderemos delimitar com

    clareza a atuao e limitao das diversas formas de medida.

    3.4 Anlise

    So tcnicas que permite visualizar a realidade do trabalho que se

    desenvolve, criando condies para que se entenda o grupo e situe-se um

    indivduo dentro deste grupo.

    So exemplos de analises comparaes entre as medidas de um

    indivduo com as medidas padres e as medidas relativas dele com ele mesmo e

    ocasies diferentes.

    3.5 Avaliao

    um processo pelo qual, utilizamos as medidas, se podesubjetivamente e objetivamente, exprimir critrios. A avaliao julga oquanto foi eficiente o sistema de trabalho com um indivduo ou com umgrupo de indivduos.

    (CARNAVAL, op.cit)

    Determina a importncia ou valor da informao coletada. Deve refletir afilosofia, as metas e os objetivos do profissional, faz comparaes comalgum padro.

    (MARINS, op.cit)

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    De modo geral, podemos dizer que avaliao julgar ou fazer a

    apreciao de algum ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores.

    Assim sendo, avaliar consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos e na

    interpretao desses resultados com base em critrios previamente definidos,

    fornecendo subsdios capazes de favorecer o desenvolvimento e a aplicao de

    conhecimentos.

    Para FARINATTI & MONTEIRO (op. cit, p.194) a avaliao abrange um

    aspecto qualitativo, podendo tomar dimenses de grande ou pequena

    complexidade em funo de:

    - Objetivos propostos;

    - Condies de trabalho;

    - Seleo dos procedimentos.

    O investigador experiente deve avaliar um dado sob diversos prismas e

    tentar detectar qual o caminho mais aconselhado a ser colocado em prtica.

    Podemos exemplificar uma avaliao quando dizemos a nota da prova

    regular em considerao a mdia das notas dos alunos de uma determinada

    classe, ou que o percurso realizado pelo aluno, de acordo com o seu sexo e faixa

    etria classificado como bom.

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    4 TIPOS DE AVALIAES

    Dependendo do objetivo, o avaliador pode lanar mo de trs tipos de

    avaliao: Diagnstica, Formativa e Somativa.

    4.1 Avaliao diagnstica

    Nada mais do que uma anlise dos pontos fortes e fracos do

    indivduo, ou da turma, em relao a uma determinada caracterstica.

    Esse tipo de avaliao, comumente efetuado no incio do programa,

    ajuda o profissional a calcular as necessidades dos indivduos e, elaborar o seu

    planejamento de atividades, tendo como base essas necessidades ou, ento a

    dividir a turma em grupos (homogneos ou heterogneos), visando facilitar o

    processo de assimilao de tarefas propostas.

    4.2 Avaliao formativa

    Este tipo de avaliao informa sobre o progresso dos indivduos, no

    decorrer do processo ensino aprendizagem, dando informaes tanto para os

    indivduos quanto para os profissionais, indicando aos profissionais se ele est

    ensinando o contedo certo, da maneira certa, para as pessoas certas e no tempo

    certo.

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    A avaliao realizada quase que diariamente, quando a performance

    do indivduo obtida, avaliada e em seguida feita uma retroalimentao,

    apontando e corrigindo os pontos fracos at atingir os objetivos propostos.

    4.3 Avaliao somativa

    Refere-se aos instrumentos que pretendem avaliar o final de um

    processo de aquisio de um contedo. a soma de todas as avaliaes

    realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um

    quadro geral da evoluo do indivduo.

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    5 PRINCPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAES

    Para que um programa de medidas e avaliaes tenha sucesso, deve-

    se ter em mente certos princpios que so fundamentais durante o processo de

    medidas e avaliaes:

    - A avaliao um processo contnuo e sistemtico. Portanto, ela

    no pode ser espordica, mas, ao contrrio, deve ser constante e

    planejada. Nessa perspectiva, a avaliao faz parte de um sistema

    mais amplo que o processo ensino aprendizagem, nele se

    integrando.

    - A avaliao funcional, porque se realiza em funo de objetivos,

    ou seja, para se avaliar, efetivamente, todas as medidas devem ser

    conduzidas com os objetivos do programa em mente.

    - Devem ser conduzidos e supervisionados por profissionais

    treinados. No qualquer pessoa que pode administrar

    efetivamente um programa de medida e avaliao, as decises

    podero afetar importantes aspectos da vida de um indivduo.

    - A avaliao integral, pois, os resultados devem ser interpretados

    em termos do indivduo como um todo: social, mental, fsico e

    psicolgico; Se um indivduo sai-se mal num teste, o profissional

    consciente ir verificar quais as razes que levaram a tal resultado

    e, na medida do possvel e se necessrio, prover assistncia

    especial a pessoa. As razes de resultados "fracos" em um teste

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    fsico podem ser vrias; entretanto, se a razo for fsica, o bom

    profissional dever descobrir qual o ponto fraco do indivduo e dirigir

    um programa para que ele possa superar tal deficincia (Kirkendall

    et ai, 1980).

    - A avaliao orientadora, pois no visa eliminar alunos, mas

    orientar o seu processo de aprendizagem para que possam atingir

    os objetivos propostos.

    - Tudo que existe pode ser medido, em outras palavras, qualquer

    assunto includo em um programa de Educao Fsica deve ser

    medido.

    - Nenhum teste ou medida perfeito; os profissionais, s vezes,

    depositam tanta confiana nos testes e medidas que acabam

    acreditando que eles so infalveis. Deve-se usar sempre o melhor

    teste possvel, mas ter sempre em mente que podem existir erros.

    - No h teste que substitua o julgamento profissional, este talvez

    seja o mais importante princpio da avaliao. Como problema de

    fato, a avaliao julgamento. Algumas vezes os profissionais

    tentam substituir medidas objetivas por julgamentos, entretanto, as

    primeiras no podem nunca tomar o lugar dos segundos. Se no

    houvesse lugar para o julgamento em medidas e avaliao, ento o

    profissional poderia ser substitudo por uma mquina ou por um

    tcnico. Por outro lado, julgamentos feitos sem dados substanciais

    so sempre inaceitveis. As medidas fornecem os dados que levam

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    o profissional a fazer um melhor julgamento ou tomar uma melhor

    deciso

    - Deve sempre existir a reavaliao para se observar o

    desempenho. Se a habilidade inicial do indivduo no for medida,

    ento no se ter conhecimento sobre o seu desempenho no

    programa de Educao Fsica. No possvel reconhecer as

    necessidades do indivduo sem se saber por onde comear, como,

    tambm, no se pode determinar o que os indivduos aprenderam

    ou melhoraram, se no se souber em que nvel eles estavam antes

    de comear o programa. Se a habilidade dos indivduos for medida

    somente no fim da unidade, aula ou semestre, o teste s vai

    informar onde eles esto naquele espao de tempo, isto , no ir

    esclarecer nada sobre os efeitos que o programa exerceu nos

    mesmos. Em outras palavras, se no forem medidos tanto o comeo

    como o final do programa, os mtodos e materiais empregados

    permanecero desconhecidos, sem que possam ser avaliados.

    - Usar os testes que mais vlidos, fidedignos e objetivos e que se

    aproximam da situao da atividade. Os testes devem refletir as

    situaes da atividade. Por exemplo, um jogador de futebol chuta a

    gol, tendo por objetivo que a bola entre na meta. O teste deve ser

    construdo de tal maneira que, com um certo nmero de tentativas, o

    indivduo deva chutar a bola a uma determinada distncia e atingir

    um alvo.

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    A observao uma tcnica que permite ao profissional conseguir

    informaes sobre atitudes, hbitos de estudo, ajustamento social, qualidade de

    liderana e habilidades fsicas, podendo ser empregada tambm, em menor

    escala, para se obter informaes acerca de habilidades cognitivas.

    Quando do contato com os indivduos, durante as sesses de

    atividades fsicas, tem-se uma excelente oportunidade para observar os

    comportamentos que no so considerados como sendo normais; estes devem

    ser registrados a fim de ser estudados e, se possvel, solucionados.

    Para se fazer uma anlise objetiva, devem ser empregados

    instrumentos adequados para registrar o que foi observado. Entre os instrumentos

    de observao, os mais utilizados na Educao Fsica so: Anedotrio, Lista de

    checagem, Escala de classificao.

    6.1.1.1 Anedotrio

    uma breve descrio daquilo que ocorreu durante um certo tempo.

    Estas anotaes podem formar a base e/ou prover o profissional de um

    instrumento de consulta para entender e/ou ajudar os indivduos cujos

    comportamentos esto fora dos padres considerados como sendo normais.

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    Exemplo de Registro Anedotrio:

    21/03/95 Hoje comeou nossa unidade em ginstica. Pedro, que est alm do

    seu peso ideal, foi ridicularizado pelos demais elementos da equipe por no

    conseguir fazer puxadas na barra. Logo aps este episdio pediu para ser

    dispensado porque estava se sentido enjoado.

    25/04/95 Pela segunda vez Pedro pediu para ser dispensado, desta vez com

    uma nota de pedido de dispensa. Durante uma conversa admitiu sentir-se

    embaraado por causa dos fracassos sucessivos diante da equipe. Ele se

    prontificou a fazer um regime.

    6.1.1.2 Lista de checagem

    Consta, em geral, de uma srie de comportamentos relacionados na

    ordem em que se espera que ocorram. O profissional marca, com um sinal

    convencionado, os comportamentos, medida que vo ocorrendo. A lista de

    checagem pode ser construda em folhas individuais ou constituir um quadro para

    a equipe (Quadro 1.1).

    Comportamento/aluno Obedeceregras

    Acata asdecises dos

    rbitros

    No discutecom os

    companheiros

    No discutecom os

    adversriosCludio X X X XCarlos X XPedro X X XArnaldo X X

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    6.1.1.3 Escala de classificao

    Constitui-se de uma srie de caractersticas, seguidas de um contnuo,

    que descreve a maneira pela qual cada uma delas se manifesta.

    Exemplo de escala de classificao

    Participao dos alunos nas aulas:

    Nenhuma ( )Pouca ( )Razovel ( )

    Boa ( )tima ( )

    O avaliador deve ter cuidado, ao preparar a escala de classificao,

    para que os termos usados realmente representem os diferentes pontos do

    contnuo da caracterstica em questo.

    6.1.2 Inquirio

    Segundo o dicionrio, inquirir : procurar informaes sobre; indagar;

    investigar; pesquisar sobre; fazer perguntas a.

    Esta tcnica bastante utilizada na obteno das seguintes

    informaes:

    a) Opinio do indivduo sobre determinada atividade;

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    b) Quem o indivduo admira; e

    c) Interesse do indivduo.

    Muitas informaes sobre o domnio afetivo podem ser obtidas,

    rapidamente, atravs de uma inquirio sistemtica. Entre os instrumentos de

    inquirio podem ser citados: Questionrio, Entrevista e Sociograma.

    6.1.2.1 Questionrio

    Constitui-se de uma lista de perguntas feitas por escrito, onde o

    respondente solicitado a dar uma resposta. mais utilizado para se obter

    informaes sobre as opinies e as atitudes dos respondentes.

    No deve ser confundido com o conjunto de perguntas pertencentes ao

    contedo de diferentes disciplinas. Este tipo de instrumento pertence testagem.

    Os questionrios tm aplicaes e obedecem a tcnicas especficas de

    construo de acordo com a sua finalidade.

    H dois tipos principais de questionrio: Inventrio e Escala de atitudes.

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    - Inventrio: um instrumento que se constitui de uma srie de

    informaes; pedido ao respondente que assinale aquelas com as

    quais concorda.

    - Escala de atitudes: um misto de caractersticas do inventrio e da

    escala de classificao; solicitado ao respondente sua atitude em

    relao a determinada afirmao, assinalando sua resposta dentro

    de uma escala em um contnuo.

    6.1.2.2 Entrevista

    Podem ser divididas em dois tipos: Formais e Informais.

    - Formais: seguem um plano preestabelecido, em que o entrevistador

    segue um roteiro de perguntas anteriormente formuladas.

    - Informais: so mais livres; nelas o entrevistador vai formulando as

    perguntas de acordo com o desenrolar da entrevista.

    6.1.2.3 Sociograma

    um instrumento usado para revelar caractersticas sociais do

    indivduo perante o grupo, diferenciando os populares e os rejeitados pela equipe.

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    6.1.3 Testagem

    Segundo o dicionrio, teste : conjunto de provas que se aplicam a

    indivduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptido e outras;

    provas que se executam para aferir a eficincia ou os efeitos de determinadas

    substncias.

    Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau

    de certas qualidades ou condies que formam a base para a tomada dedecises. Na realidade, na nossa vida diria ns estamos constantemente

    testando ou coletando informaes. De uma maneira geral os testes podem ser

    divididos em dois tipos: Testes de escolaridade (no sero tratados aqui por no

    constiturem o propsito deste estudo) e Testes padronizados.

    Geralmente os testes padronizados so organizados em baterias de

    testes e comercialmente distribudos. Para a escolha e aplicao dos testes h

    necessidade de pessoal especializado no campo (psiclogos, orientadores

    educacionais, profissionais de Educao Fsica). Dentre os testes padronizados

    encontram-se os de inteligncia, os vocacionais, os de personalidade e os de

    aptido, onde esto includos os antropomtricos, os fsicos e motores e oscardiorrespiratrios.

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    7 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAO DA AVALIAO

    A construo de um programa de avaliao pressupe que se tenha

    definido, a priori, alguns parmetros bsicos. Definir o plano de avaliao, sua

    filosofia, seus princpios, sua estrutura e sua finalidade, deve anteceder, sempre,

    qualquer elaborao programtica.

    Para que um programa de avaliao funcione adequadamente e

    fornea, a quem o utiliza, informes verdadeiros e consistentes, capazes de

    produzir dados utilizveis, sobretudo quando se lida com a rea do movimento

    humano em toda a sua potencialidade atualmente explorada, indispensvel que

    haja uma administrao adequada do processo. O xito depende de uma srie de

    diferentes e cuidadosas atitudes, nas quais, havendo falha em um segmento, o

    todo fica comprometido, e que podem ser grupados em trs momentos

    interdependentes e seqenciais: Fase de preparao, Fase de aplicao dos

    testes e Fase de anlise.

    Sendo a avaliao um processo que pressupe a aplicao de testes, a

    coleta dos resultados e o seu tratamento e interpretao analtica, em etapas

    peridicas, necessria uma absoluta segurana de atuao durante todo o

    processo, mantendo-se rgidas diretrizes, passveis de serem expresso fiel dos

    indicadores que nortearo a interpretao dos resultados, para que possam

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    orientar o processo de utilizao, seja num contexto formativo-educativo, seja num

    de manuteno ou de recuperao ou de reeducao.

    7.1 Fase de preparao

    Geralmente os testes padronizados so organizados em baterias e

    comercialmente distribudos. H perguntas que no podem deixar de ser

    respondidas: Avaliar o que? Quem avaliar? Com que avaliar? Para que? Quando

    e onde avaliar? Como? e submet-los aprovao segundo determinado critrio.

    7.1.1 Avaliar o que?

    Dentre as variveis de condicionamento que podem ser treinadas na

    escola e/ou academias, podemos citar:

    Variveis Mdicas

    - Histrico mdico

    - Presso arterial, freqncia cardaca, temperatura;

    - Nveis de lipdios sanguneos, glicose e etc

    Variveis Cineatropomtricas

    - Composio corporal

    - Somatotipo

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    - Proporcionalidade

    - Estado nutricional

    - Crescimento e desenvolvimento

    Variveis Metablicas (cardiopulmonares)

    - Sistema energtico aerbico

    - Sistema energtico anaerbico altico

    - Sietama energtico anaerbico ltico

    Variveis Neuromusculares

    - Fora- Potncia

    - Resistncia muscular localizada e flexibilidade

    Variveis Psicomotrizes

    - Velocidade

    - Coordenao

    - Ritmo

    - Agilidade

    - Equilbrio

    - Descontrao

    Variveis Tcnicas

    - Biomecnica do movimento- Eficincia tcnica

    Variveis Psquicas

    - Ansiedade

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    - Motivao

    - Inteligncia

    - Personalidade

    7.1.2 Avaliar quem?

    Na rea da cincia da motricidade humana o quem sempre ser um

    homem que, pela sua situao atual, pode revelar diversas condies que, para o

    xito do trabalho, devem ser consideradas. H questes, nitidamente pessoais,

    que devem ser respondidas: se h atividade prvia ao teste que possa alterar a

    fisiologia normal; uso de medicamentos, lcool, fumo o outras drogas; hora e tipo

    da ltima alimentao; horas de sono normal e imediatamente anteriores ao teste,

    e outras.

    fundamental, de incio, saber se:

    - Esse homem apresenta ou no algum desvio da normalidade, capaz

    de interferir no seu agir, seja em que rea este agir se posicione/

    - Estamos diante de uma pessoa de vida ativa habitual?

    - De um sedentrio?

    - De um paciente em recuperao de uma patologia?

    - De um portador de algum tipo de limite: sensorial, comportamental,

    motor, social, intelectual, cultural, ou de outro tipo?

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    Com o objetivo de direcionar um trabalho mais coerente, GOMES

    (1995, p.6), realizou a seguinte analise do perfil do perfil das pessoas que

    praticam atividade fsica.

    Quanto aos motivos que o levaram a procurar a atividade fsica, o autor

    cita os seguintes:

    - Social: muitos alunos inicialmente procuram a atividade,

    principalmente em academias, com a expectativa de um saudvel

    convvio social.

    - Moda: esta na moda ter corpos malhados e com o mnimo possvel

    de gordura.

    - Esttico: a busca incessante pelo corpo perfeito, valendo de tudo

    desde silicone, lipoaspirao, dietas malucas e que podem levar a

    estados patolgicos como anorexia, cncer e etc.

    - Lazer: muitas pessoas procuram a atividade fsica como um meio

    de ocupar o seu tempo livre de maneira a lhe proporcionar o to

    almejado prazer.

    - Clnicos: normalmente indicados pelos profissionais de sade,

    enquadram-se aqui os portadores de vcios posturais e

    necessidades especiais e de reabilitao, cardacos, hipertensos,

    diabticos, obesos e etc.

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    - Preparao fsica: visando a melhora da condio fsica, neste

    grupo podemos definir dois trabalhos distintos a preparao fsica

    desportiva e o condicionamento fsico para sedentrios.

    Quanto ao estado inicial de condicionamento fsico, analisando o

    comportamento de indivduos que nunca ou h muito tempo no praticam

    atividade fsica periodicamente, observamos que alguns deles, s vezes, podem

    apresentar um bom nvel de aptido inicial devido a sua carga gentica. Portanto,

    para melhor compreenso, apresentaremos alguns aspectos que de alguma

    maneira, identificam um baixo nvel de aptido:

    - Baixa capacidade aerbica (VO2MAX);

    - Fora reduzida;

    - Amplitude articular reduzida (flexibilidade);

    - Baixo nvel de coordenao.

    7.1.3 Avaliar com o que?

    Muitos so os fatores que iro interferir para realizao de uma boa

    avaliao e o primeiro passo fazer uma boa medida. VICTOR MATSUDO (1999)

    no CD-ROM Testes em cincias do esporte, lembrar alguns aspectos que

    ajudaro bastante nesse sentido. Segundo ele, para analisarmos o nvel de

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    - Calibrao: todo instrumento de medida dever ter sua calibrao

    conferida antes do inicio dos testes. Lembre-se que uma simples

    balana mal calibrada poder por todo seu trabalho por terra.

    - Conservao: os equipamentos sempre significam um investimento

    financeiro e prolongar sua vida mdia de uso um hbito que o

    avaliador deve cultivar. Assim, devemos ter ateno com: limpeza

    adequada; o uso somente por pessoa habilitada ou sob superviso;

    manuteno em local seguro, com boas condies de ventilao.

    7.1.4 Para que avaliar? (objetivos)

    Dentre os diversos tipos objetivos da avaliao da aptido fsica,

    podemos citar:

    - Obter informaes quanto ao estado inicial do indivduo ao iniciar um

    programa de treinamento e ou condicionamento;

    - Determinar e acompanha o progresso do indivduo;

    - Classificar e selecionar os indivduos;

    - Impedir que a atividade fsica seja um fator de agresso;

    - Motivar no sentido de melhorar sua performance;

    - Manter padres de performances e servir como feedback durante o

    processo de treinamento;

    - Experincia indivduo/profissional e diretrizes para pesquisa;

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    - Se a abrangncia e intensidade dos estmulos foram avaliadas

    corretamente;

    - Se o programa e o perodo planejados para o treinamento foram

    respeitados;

    - Se os mtodos e o programa de uma sesso (ou bloco de sesses)

    de treinamento correspondem ao objetivo preestabelecido

    (adequao ao objetivo geral do treinamento);

    - Se a relao entre o estmulo e a recuperao foi adequadamente

    avaliada.

    7.1.5 Quando e onde avaliar?

    Este aspecto relaciona-se questo espao-temporal como:

    - Quais as condies que sero encontradas no local da avaliao?

    - De que instalaes e equipamentos se dispem?

    - Adequam-se realidade de nosso avaliado?

    - Quando ser efetuada: dia, hora?

    - Quanto tempo encontra-se disponvel para um procedimento de

    avaliao?

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    Condies adequadas para avaliao fsica:

    - Dimenso: mnima 20m e mxima 48 m, com decorao discreta

    e existncia de um telefone e de uma pia.

    - Luz: de boa qualidade.

    - Som: o mnimo possvel

    - Temperatura: 21 a 24 C

    - Condies climticas: a umidade relativa do ar, com valores

    oscilando entre 40 e 60%.

    - Condies do solo: importante que o piso seja firme,

    antiderrapante, sem desnveis ou imperfeies.

    - Segurana: o procedimento de segurana habitual inclui a presena

    de pelo menos dois avaliadores, sendo, preferencialmente, um deles

    mdico e de equipamentos de emergncia que deveram estar

    guardados em local discreto, para no assustar o avaliado. Dentre

    os equipamentos mdicos podemos citar: luvas, gaze, algodo e

    materiais convencionais para curativos, solues glicosadas,

    solues de eletrlitos, analgsicos, antitrmicos e etc.

    - Trnsito de pessoal: importante que durante a avaliao evitar o

    transito de pessoas no local.

    Alguns testes, como o cicloergomtrico em bicicleta eletromagntica,

    exigiro a presena de rede eltrica. Por outro lado, quando possvel a medida de

    presso atmosfrica e umidade relativa do ar uma prtica recomendvel.

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    7.1.6 Como avaliar?

    Geralmente os testes padronizados so organizados em baterias e

    comercialmente distribudos. Para a seleo dos testes, deve-se submet-los

    aprovao segundo determinado critrio.

    7.1.6.1 Critrios para a seleo dos testes

    Esta uma das mais importantes fases do programa de medidas e

    avaliaes. Para que se possa fazer uma seleo adequada dos testes que iro

    medir o que se quer eles meam, alguns pontos importantes devem ser levados

    em considerao:

    Validade: quo bem um teste mede o que se quer medir. Diz-se que

    um teste vlido quando o mesmo mede o objetivo proposto.

    Confiabilidade ou Fidedignidade: grau de consistncia dos

    resultados de um teste em diferentes testagens, utilizando-se

    sempre os mesmos sujeitos. Est ligada consistncia da medio.

    Em outras palavras podemos dizer que ao realizarmos uma

    determinada medida (por exemplo: dobra cutnea), em determinado

    indivduo, devemos esperar que minutos depois, ao repetir a mesma

    medida, sobre as mesmas condies, est apresente resultado

    idntico.

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    Objetividade: grau de concordncia dos resultados de um teste

    entre os testadores. Depende da tcnica e habilidade dos

    avaliadores para reproduzirem resultados idnticos. As direes e

    procedimentos devem ser padronizados e rigorosamente seguidos

    para que no haja interferncia nos resultados obtidos.

    SAFRIT (1981) apud MARINS (op cit., 28) sugere a seguinte tabela:

    Tabela 1 Tabela de validade, fidedignidade e objetividade.

    Aceitabilidade Validade Fidedignidade Objetividade

    Excelente 0,80-1,00 0,90-1,00 0,95-1,00Bom 0,70-0,79 0,80-0,89 0,85-0,94

    Regular 0,50-0,69 0,60-0,79 0,70-0,84Fraco 0,00-0,49 0,00-0,59 0,00-0,69.

    7.1.6.2 Conhecimento do teste

    Os testadores devem ter perfeito conhecimento da tcnica e doprocedimento de aplicao do teste. Para isto necessrio que o teste seja

    entendido tambm por quem a ele se submete.

    7.1.6.3 Preciso das medidas

    A preciso das medidas depende, em primeiro lugar, da exatido dos

    instrumentos. Quanto mais refinado ele for melhor ser o resultado da medida.

    Existem dois tipos de erros comuns: Erro de Medida e Erro Sistemtico.

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    Erro de Medida: nos erros de medidas encontram-se inseridos:

    - Erro de Equipamentos: quando o equipamento no aferido

    previamente; por exemplo balana no tarada, cronmetro no

    zerado, treina defeituosa e etc.

    - Erro do Medidor: quando o medidor erra ao fazer uma leitura do

    cronmetro, na contagem do nmero de vezes de execuo, na

    leitura da trena, na leitura do instrumento pela colocao incorreta

    perante o aparelho e outros.

    - Erro Administrativo: quando existe algo errado na administrao

    do teste; por exemplo, bola fora dos padres normais de medidas,

    aquecimento prvio para a execuo do teste, quando no esteja

    contido nas normas do teste, uma bateria que deveria ser aplicada

    em dois dias e o foi em apenas um dia e outros.

    Erro Sistemtico: como erro sistemtico pode-se citar as diferenas

    biolgicas; por exemplo, se a medida da estrutura de um indivduo for realizada

    nas primeiras horas da manh, ter-se- uma medida, se for realizada tarde

    haver uma diferena na medio do mesmo indivduo, devida a influencia da

    fora da gravidade sobre o corpo, principalmente nos espaos intervertebrais;

    onde existe uma diminuio, ocasionando a diferena de estatura obtida nas duas

    medidas.

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    7.1.6.4 Preparao das fichas de registro

    Procurar ter nas fichas todas as informaes necessrias identificao do indivduo, (nome, sexo, idade,...) assim como dados a respeito do

    teste.

    7.2 Fase de aplicao dos testes

    De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.255) o trabalho bem

    planejado expectativa de acertos e de xito de aplicao. Tudo estando

    previamente estruturado deve a execuo acontecer com um mnimo de

    problemas, pois sempre possvel a falha de algum equipamento, a interferncia

    de fatores externos como o clima.

    Existem alguns aspectos que iro influenciar a aplicao do teste e que

    precisam merecer nossa ateno, tais como:

    1) Quanto ao nmero de avaliados, pois alguns testes como na maioria

    deste manual so estritamente individuais, enquanto outros podem

    ser coletivos.

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    (1993, p.240-233) os procedimentos de avaliao necessrios para que os

    indivduos integrantes de um programa de atividades fsicas possam dele

    participar com segurana, envolvem geralmente sua histria clinica, a analise dos

    fatores de risco para o desenvolvimento de Doenas Arterial Coronria (DAC),

    alm de uma avaliao do condicionamento fsico do indivduo em questo. A

    avaliao do condicionamento ou da aptido fsica envolve as seguintes reas:

    Cardiorrespiratria (capacidade funcional), composio corporal, flexibilidade,

    endurance e fora muscular.

    7.2.1.1 Avaliao mdica

    A Avaliao Mdica deve ser realizada por um mdico, se possvel com

    formao em Medicina do Esporte. Um exame clnico consta, basicamente, de

    duas partes. Na primeira realizado o exame mdico, e na segunda, sero ser

    solicitados alguns exames complementares. A ACSM recomenda a realizao de

    uma rotina mnima de exames fsicos e laboratoriais como parte integrante da

    avaliao mdica.

    7.2.1.1.1. Exame mdico

    Nesta etapa, dever ser realizado um exame sumrio abrangendo

    aspectos cardiovasculares, pulmonares e ortopdicos, incluindo-se ai os seguintes

    tpicos: freqncia e regularidade de pulso; presso arterial deitado, sentado e de

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    p; ausculta pulmonar com ateno especial para a uniformidade dos sons

    respiratrios em todas as reas (ausncia de estertores, roncos e sibilos);

    palpao do impulso cardaco apical; ausculta cardaca com ateno especial para

    os sopros, galopes, cliques e atritos; palpao e ausculta das artrias cartidas,

    abdominais e femorais; palpao e inspeo dos membros inferiores para

    verificao de edema e de pulsos arteriais; ausncia ou presena de xantomas ou

    xantelasmas; problemas ortopdicos.

    7.2.1.1.2. Exames complementares

    Feito em consultrio ou laboratrio, dependendo do exame. Serve para

    confirmar ou controlar com mais preciso o perfil patolgico do avaliado. Em geral,

    enquadram-se os exames:

    - Dentrio: semestralmente ou anualmente uma visita ao dentista

    para tratamento ou para evitar futuros problemas nos dentes que

    podero vir a afetar a sade;

    - Otorrinolaringolgico: para evitar focos nas amdalas, carne

    esponjosa obstruindo o nariz ou desvio no septo.

    - Radiolgico: serve para assegurar ao mdico a integridade do

    corao, pulmes e vsceras, alm de controle pela comparao dos

    exames posteriores com o inicial.

    - Oftalmolgico: tem por finalidade verificar a viso.

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    - Sangue: constitui-se num exame importantssimo, pois verifica a

    quantidade de hemcias ou glbulos vermelhos, leuccitos ou

    glbulos braos, taxa de colesterol, glicose e etc.

    - Urina: verificam os elementos anormais, microscopia da

    sedimentao, densidade e reao;

    - Fezes: verificao da existncia ou no de parasitas intestinais,

    ainda que na sua forma ovular.

    7.2.2 Avaliao da aptido fsica

    As avaliaes mais utilizadas para determinao do estado inicial e de

    desenvolvimento das componentes da aptido fsica relacionada com a sade

    so:

    - Anamnese: entrevista inicial onde se visa recolher todas as

    informaes sobre o aluno. O formulrio da anamnese deve incluir

    um registro da histria pessoal e familiar de coronariopatias e dos

    fatores de risco associados, a medicao e o tratamento a que est

    submetido, os hbitos alimentares e uma anlise da dieta, histria

    de tabagismo e os padres atuais de atividade fsica. Alm disso,

    quaisquer outros problemas clnicos pertinentes ou incapacidades

    fsicas devem ser registrados.

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    8 AVALIAO DO RISCO CORONARIANO

    As doenas cardiovasculares esto em primeiro lugar entre as causas

    de morte no Brasil, vitimam 300.000 brasileiros ao ano so 820 bitos por dia 34

    por hora um evento fatal a cada dois minutos. So a principal causa de gastos em

    assistncia mdica (16,22% do total), implicando 10,74 milhes de dias de

    internao pelo Sistema nico de Sade (SUS).

    Dentro do grupo das doenas circulatrias, o infarto do miocrdio e as

    doenas crebro-vasculares (AVCs) so aquelas com maiores ndices de

    mortalidade. Alm disso, muitos que sobrevivem com esses problemas tm

    grandes limitaes em suas vidas. Dentro do termo genrico - Doenas

    Cardiovasculares, esto as coronariopatias, a hipertenso, os acidentes

    vasculares cerebrais (AVCs), a insuficincia cardaca, as valvulopatias e a

    cardiopatia reumtica.

    As coronariopatias quase sempre so resultantes de arterioclerose, de

    que resulta uma estenose das artrias coronarianas, ou seja, das artrias que

    irrigam o msculo cardaco (ou miocrio).

    A hipertenso a forma de doena cardiovascular mais prevalente. A

    hipertenso nada mais do que uma condio na qual a tenso arterial encontra-

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    Esses fatores denominados de risco esto altamente relacionados ao

    desenvolvimento prematuro de doenas cardiovasculares, podendo os mesmos,

    serem ento classificados e modificados ou no, segundo a possibilidade de

    interveno preventiva, maior ou menor conforme sua importncia.

    8.1 Fatores de risco

    PY (1998, p36) define fatores de risco, como parmetros ambientais,

    circunstanciais, constitucionais e genticos que quando identificados indicam

    maior suscetibilidade do indivduo a desenvolver doena cardiovascular. Dados

    epidemiolgicos apresentados em trabalhos cientficos e de pesquisa em todo o

    mundo revelam maior incidncia das doenas do sistema cardiovascular quando

    um ou mais fatores de risco esto presentes.

    Atualmente, os fatores de risco para a doena coronariana so

    classificados em duas categorias, a saber: fatores de risco primrio e fatores de

    risco secundrios, ou de contribuio.

    - Fator de risco primrio: o fator que sozinho pode causar dano ao

    rgo correspondente, ou seja, so aquelas caractersticas que

    esto altamente associadas a um problema de sade especfico,

    independentemente de outras variveis.

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    - Fator de risco secundrio: esto altamente associados ao

    problema de sade somente quando outros fatores de risco esto

    presentes, ou seja, corresponde ao que o fator em combinao com

    outro pode causar de doena ao rgo.

    - Fatores de risco no influenciveis: nos fatores de risco no

    influenciveis, trata-se de fatores endgenos, a cuja influncia todo

    homem est exposto. Entretanto, sua influncia, no conjunto,

    menor que a influencivel ou evitvel (AHLHEIM 1980, 434, apud

    WEINECK, 1991, p.382).

    - Fatores de risco influenciveis: do ponto de vista preventivo, os

    fatores de risco influenciveis tem maior significado que os no

    influenciveis, pois eles abrangem s pessoas possibilidades de

    influncia.

    De acordo com HOWLEY & FRANKS (2000, p. 20-21) uma nova

    reviso sobre os fatores de risco, concluram que a inatividade fsica e a diabetes,

    que eram fatores de risco secundrios, e o condicionamento cardiorrespiratrio

    que nem estava listado sob nenhuma categoria de risco, so agora classificados

    como fatores de risco primrios.

    Outros acreditam, com base em algumas evidncias, que a obesidade,

    uma dieta alta em gordura ou o fibrinognio alto so fatores de risco primrio, e

    no secundrios. Logo a tabela de fatores de risco primrios e secundrios de

    doenas cardacas sofreu modificaes.

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    Tabela 2 Fatores de risco

    Fatores de RiscoNo Influenciveis Influenciveis

    Histrico familiarIdade avanadaSexo masculinoPersonalidade de riscoRaa

    Fatores de Risco PrimrioFumo (Tabagismo)Colesterol total alto

    Colesterol de baixa densidade (LDL) altoColesterol de alta densidade (HDL) baixoHipertenso (presso arterial alta)Inatividade fsicaCondicionamento cardiorrespiratrio baixoDiabetes

    Fatores SecundriosObesidadeColesterol de muito baixa densidade (VLDL) altoIncapacidade de lidar com o estresse e tensoDieta alta em gorduraFibrinognio alto

    8.2 Fatores influenciveis primrios

    8.2.1 Tabagismo

    O resultado de mais de 100.000 pesquisas cientficas sobre as

    conseqncias negativas do fumo sobre o organismo humano resumido em uma

    nica frase pelo OMS:

    Atravs de nenhuma outra medida isolada puderam ser salvas maisvidas humanas e evitadas mais doenas do que pelo no-fumar.

    O fumo crnico de cigarros hoje o fator de risco de longe mais

    importante para a formao de doenas crdio-circulatrias degenerativas.

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    O tabagismo pode ser um dos melhores prognsticos de coronariopatia

    e o risco est relacionado diretamente ao nmero de cigarros fumados. A

    probabilidade de morte por doenas cardacas nos fumantes quase duas vezes

    maior que nos no fumantes.

    As doenas cardio-circulatrias degenerativas incidem cerca de 4 vezes

    mais freqentemente nos fumantes que nos no fumantes. O risco de sofrer

    infarto 7 vezes maior nos jovens fumantes, quando comparados com pessoas da

    mesma idade.

    A mortalidade nos fumantes com menos de 10 cigarros por dia cerca

    de 26% maior que a mortalidade mdia estatstica; nos fumantes com 10-19

    cigarros por dia, 116%; e os fumantes com mais de 40 cigarros por dia, cerca de

    142%.

    Em primeiro lugar das causas de morte atravs de tabagismo, esto as

    doenas do corao (84%), dos quais 77% somente de doenas dos vasos

    arteriais cerebrais (10%), aneurisma da aorta (4%) e outras doenas circulatrias

    (2%).

    Ao parar de fumar, o risco de coronariopatia costuma igualar-se ao dos

    no fumantes. O tabagismo pode aumentar o risco de cardiopatia atravs de seu

    efeito sobre as lipoprotenas sricas; os indivduos que fumam apresentam nveis

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    mais baixos de colesterol HDL, em comparao com os no-fumantes. A boa

    notcia que, ao parar de fumar, o HDL pode retornar aos nveis normais.

    8.2.2 Hiperlipidemia

    Um maior nvel de lipdeos no sangue recebe a designao de

    hiperlipidemia ou dislipidemias. H uma relao direta entre dislipidemias e

    aterosclerose, especialmente com relao a nveis elevados de colesterol total,

    triglicrides, LDL ou valores reduzidos de HDL.

    O Conselho Brasileiro de Dislipidemias recomenda que todos os adultos

    com idade superior a 20 anos conheam seu perfil lipdico (colesterol total,

    triglicrides, HDL e LDL). Obtendo-se um perfil desejvel e na ausncia de outros

    fatores de risco, as determinaes laboratoriais devem ser repetidas a cada cinco

    anos.

    8.2.2.1 Nveis de colesterol total

    Um valor do colesterol de 230 mg/dl aumenta o risco de ataque

    cardaco para aproximadamente duas vezes aquele de uma pessoa com 180

    mg/dl, enquanto um valor de 300 mg/dl aumenta o risco quatro vezes.

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    A tabela abaixo apresenta os nveis desejveis de colesterol total

    (mg/dl) e nveis acima dos quais os adultos devem receber tratamento, de acordo

    com a National Institutes of Consensus to Prevent Heart Development Conference

    Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460).

    Tabela 3 Nveis de Colesterol sanguneo Total e sua Classificao. Fonte SCOTT GRUNDY, 1989,apud DOMINGUES FILHO, 2002, 104.

    Tabela Referente aos Nveis de Colesterol Sanguneo Total e sua Classificao

    Desejvel

    LimtrofeAlto

    < 200 mg/dl

    200-239 mg/dl>240 mg/dl

    Tabela 4 Nveis de Colesterol Total e Risco Coronariano. Fonte: National Institutes of Consensusto Prevent Heart Development Conference Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460)

    Idade Objetivo Risco moderado Alto risco20-29 < 180 mg/dl 200-220 mg/dl >220 mg/dl30-39 < 200 mg/dl 200-240 mg/dl > 240 mg/dl> 40 < 200 mg/dl 240-260 mg/dl > 260 mg/dl

    8.2.2.2 Nveis de HDL

    WEINECK (1991, p.390) apresenta uma tabela com os valores de

    colesterol HDL em homens e mulheres com relao ao risco coronariano. Tabela 5

    Nveis de HDL para homens e mulheres.

    Tabela 5 Nveis de HDL para homens e mulheres

    Frao de colesterol Prognsticofavorvel (mg/dl)

    Risco padro (mg/dl) Indicador de risco(mg/dl)

    Homens > 55 35-55 < 35Mulheres > 65 45-65 < 45

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    8.2.2.3 Nveis de LDL e triglicrides

    Em relao aos nveis de triglicrides e LDL, vale:

    - LDL abaixo de 150 mg/dl s necessita de tratamento quando

    simultaneamente a taxa de triglicrides estiver acima de 200 mg/dl

    (MAHR 1980, 405, apud WEINECKop. cit, 390);

    - Quando a parcela de LDL de 150-180 mg/dl, outros fatores de

    risco, que estejam atuando, bem como o nvel HDL baixo, decide-se

    sobre possvel tratamento medicamentosos;

    - Uma taxa de LDL acima de 180 mg/dl necessita de tratamento,

    tambm quando h uma taxa alta de HDL (SEIDEL 1983, 28).

    Tabela 6 Nveis de LDL e Triglicerideos

    Nveis LDL Triglicrides (mg/dl)Valores idias

    Valores limitesValores de interveno

    180

    200

    8.2.3 Presso arterial

    A presso arterial a presso que o sangue bombeado pelo corao

    exercer dentro do sistema arterial durante um ciclo cardaco. WEINECK (1991, 94)define a PA como a fora motriz da circulao do sangue, provocada pelo

    bombeamento do corao que oscila entre presso sangunea sistlica (16 kPA =

    120 mmHg) e diastlica (10 kPa = 80 mmHg).

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    De acordo com a Organizao Mundial de Sade (O.M.S.), hipertenso

    arterial definida como sendo uma presso sangunea sistlica elevada, igual ou

    superior 160mm de Hg e uma presso sangunea diastlica igual ou superiora

    95mm de Hg, estando o indivduo em repouso fsico e mental.

    O Instituto para o Desenvolvimento da Sade Universidade de So

    Paulo, no seu Manual de Condutas Mdicas (2002, p.276), revisou esse critrios

    e, estabeleceu que o limite arbitrrio adotado operacionalmente que um

    indivduo adulto considerado hipertenso quando os nveis da presso arterial so

    iguais ou maiores do que 140/90mmHg. A tabela abaixo apresenta a classificao

    dos nveis da presso arterial para pessoas adultas.

    Tabela 7 Classificao da presso arterial em repouso em maiores de 18 anos.

    Variao da PA mmHg CategoriasPresso Sistlica (PAS)

    179

    NormalNormal LimtrofeHipertenso Leve (Estgio 1)

    Hipertenso Moderada (Estgio 2)Hipertenso Grave (Estgio 3)

    Presso Diastlica (PAD)109

    NormalNormal Limtrofe

    Hipertenso Leve (Estgio 1)Hipertenso Moderada (Estgio 2)

    Hipertenso Grave

    Obs: em recentes congressos a recomendao de presso normal que antes era120/80 mmHg, hoje de 110/70 mmHg.

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    Procedimentos para mensurao da PA em repouso

    A mensurao da PA na artria braquial pode ser feita de maneira

    simples, seguindo as seguintes etapas:

    - Certifique-se que o avaliado no est com bexiga cheia, no

    praticou exerccio fsico, no ingeriu bebidas alcolicas, alimentos

    ou caf e nem mesmo fumou 30 minutos antes da medida;

    - Deixe o avaliado descansar 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com

    temperatura agradvel;

    - Localizar artria braquial por palpao;

    - Colocar manguito adequando ao tamanho do brao, firmemente, 2-3

    cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha

    sobre a artria braquial. A largura da bolsa de borracha do manguito

    deve corresponder a 40% da circunferncia do brao e seu

    comprimento, envolver pelo menos 80% do brao.

    - Manter o brao na altura do corao;

    - Posicionar os olhos no mesmo nvel da coluna de mercrio ou do

    mostrador do manmetro aneride;

    - Palpar o pulso radial, inflar o manguito at seu, para estimar o nvel

    da presso sistlica, desinflar rapidamente e aguardar 15-30

    segundos antes de inflar novamente.

    - Colocar o estetoscpio nos ouvidos com curvatura voltada para

    frente;

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    - Posicionar campnula do estetoscpio sobre artria braquial, na

    fossa antecubital, evitando compresso excessiva;

    - Solicitar ao avaliado para no falar durante a medida;

    - Inflar rapidamente, 10-10 mmHg por segundo, at o nvel estimado

    da presso sistlica;

    - Desinflar lentamente 2-4 mmHg por segundo;

    - Determinar presso sistlica no aparecimento do primeiro som

    (Fase I de Korotkoff), que se intensifica com aumento da deflao;

    - Determinar presso diastlica no despareciemtno do som (fase V de

    Korotkoff). Auscultar 20-30mmHg abaixo do ltimo som para

    confirmar seu desaparecimento e proceder deflao rpida e

    completa. Quando os sons persistirem at o zero, determinar a

    diastlica no abafamento dos sons (Fase IV de Korotkoff);

    - Registrar os valores da presso realmente obtidos na escala do

    manmetro, que varia de 2 em 2 mmHg, evitando arredondar para

    valores terminados em zero ou cinco.

    - Esperar um a dois minutos antes de realizar nova medida;

    - O avaliado deve ser informado sobre os valores da presso e

    possvel necessidade de acompanhamento.

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    8.2.4 Inatividade fsica

    O risco relativo a DCC fatal entre os sedentrios cerca de duas vezes

    maior que para os indivduos mais ativos. Tanto para homens como para

    mulheres, a manuteno da aptido fsica por toda a vida tambm proporciona

    uma proteo significativa em termos tanto dos fatores de risco quanto da

    ocorrncia de doena real.

    Numerosos estudos tm demonstrado que pessoas mais ativasapresentam um risco menor de doenas cardacas que indivduos sedentrios;

    entretanto, antigamente, a inatividade fsica era considerada menos importante

    que o controle de colesterol srico, a presso arterial e o tabagismo.

    Estudos recentes indicam que a atividade fsica (com o gasto de 2.000

    kcal por semana em exerccios) e os altos nveis de condicionamento

    cardiorrespiratrio (como agentar por bastante tempo um teste de esteira) so os

    principais fatores relacionados preveno de doenas cardacas e mortalidade

    por qualquer causa. A inatividade fsica e os baixos nveis de condicionamento

    merecem ser includos com a mesma nfase nos fatores de risco primrios

    tradicionais.

    A atividade fsica contribui para a manuteno da fora muscular, da

    estrutura e funo das articulaes e para o desenvolvimento sseo adequado na

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    infncia e na juventude, o que lhe confere um papel importante na preveno e no

    controle de problemas articulares e de desenvolvimento de osteoporose.

    Adicionalmente as possibilidades de manter uma vida autnoma e independente.

    H evidncias que o exerccio regular esteja relacionado reduo do

    risco de desenvolvimento Doenas Cardacas, resultando em uma melhora nos

    nveis de colesterol srico, na presso arterial, na tolerncia glicose, no

    fibrinognio e na gordura corporal. Alm de influenciar em outros fatores como:

    Ansiedade, dor nas costas, cncer, doenas pulmonares crnicas, depresso,

    diabetes, hipertenso, obesidade, osteoporose, acidentes vasculares cerebrais

    (AVCs) e etc.

    8.2.5 Baixo condicionamento cardiorrespiratrio

    A introduo usual do condicionamento cardiorrespiratrio (CCR), como

    fator primrio, em termos de Doenas Crnicas Degenerativas, ocorreu devido ao

    consenso geral entre as investigaes mais recentes que preceitua uma relao

    constante emerge entre um estilo de vida sedentrio e uma maior probabilidade de

    cardiopatia.

    Existe um consenso entre os autores FOX (1979 & 1991), WEINECK

    (1986, 1991 & 1999), McARDLE (1991), GOMES (1995), LEITE (1996) &

    MONTEIRO (2000 & 2001), no sentido de se atribuir ao VO2 Mx a funo de

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    medida mais representativa da aptido cardiorrespiratria, pois, em geral, ele

    resume o que ocorre no sistema de transporte de oxignio, podendo tambm ser

    chamado de potncia aerbica mxima.

    A medida do VO2Mx expressa as adaptaes do treinamento e as

    potencialidades genticas atravs dos diversos fatores relacionados com o

    sistema cardiovascular e com a musculatura esqueltica, por isso que aceito

    como um dos principais indicadores de sade cardiorrespiratria.

    De uma maneira geral a classificao da Aptido Fsica

    Cardiorrespiratria deve ser especifica em funo do sexo, idade e populao

    avaliada. Citaremos como referncia duas classificaes a proposta da American

    Heart Association (1980) que foi estabelecida a partir de indivduos sadios no

    atleta e pode ser utilizada como meio de acompanhamento da aptido

    cardiorrespiratria, e a de Cooper (1982), segundo GOMES (1995, 64).

    Tabela 7 Nvel de Aptido Fsica do American Heart Association para Homens e Mulheres emVO2Mx em ml(kg.min)-1. Fonte: A.C.S.M, 1980

    Mulheres em ml/Kg.minF. Etria Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente

    20-29 < 24 24-30 31-37 38-48 >4830-39 < 20 20-27 28-33 34-44 >4440-49 < 17 17-23 24-30 31-41 >4150-59 < 15 15-20 21-27 28-37 >3760-69 < 13 13-17 18-23 24-34 >34

    Homens em ml/Kg.minF. Etria Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente20-29 < 25 25-33 34-42 43-52 >5230-39 < 23 23-30 31-38 39-48 >4840-49 < 20 20-26 27-35 36-44 >4450-59 < 18 18-24 25-33 34-42 >4260-69 < 16 16-22 23-30 31-40 >40

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    Tabela 8 Classificao da Aptido Cardiorrespiratria de Cooper para Homens e MulheresVO2max ml(kg.min)-1.Fonte: COOPER, 1982

    HomensF. Etria Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior

    13-19 < 35 35,1-38,3 38,4-45,1 45,2-50,9 51,0-55,9 >56,020-29 < 33 33,1-36,4 36,5-42,4 42,5-46,4 46,5-52,4 >52,5

    30-39 49,540-49 < 30,2 30,3-33,5 33,6-38,9 39,0-43,7 43,8-48,0 >48,150-59 < 26,1 26,2-30,9 31,0-35,7 35,8-40,9 41,0-45,3 >45,4> 60 20,5 20,6-26,0 26,1-32,2 32,3-36,4 36,5-44,2 >44,3

    MulheresF. Etria Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior

    13-19 42,020-29 41,030-39 40,140-49 37,050-59 35,8> 60 31,5

    8.2.6 Diabetes

    A Diabete tambm foi removido da lista de fatores secundrios para a

    lista de fatores primrios. A Diabetes Mellitus uma patologia que se caracteriza

    pelo comprometimento da produo de insulina pelo pncreas e/ou pela

    diminuio do nmero ou da afinidade dos receptores de insulina, causando o

    aumento dos nveis de glicose sangunea, mesmo a pessoa estando em jejum.

    CARNAVAL (1995, p.118)

    WEINECK (op.cit., 394) diz que a Diabets Mellitus, tambm conhecida

    como doena do acar, existe, quando a taxa de acar no sangue est

    constantemente elevada. As taxas de acar no sangue, em jejum, abaixo de

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    120mg% so consideradas normais; as taxas que ultrapassam 140 mg% devem

    ser classificadas como diabticos, segundo a recomendao da OMS.

    Tabela 8 Tabela de valores de referncia para glicemia, segundo a Sociedade Brasileira deCardiologia, 1996.

    Classificao GlicoseNormal At 100 mg/dlElevado 100 - 139 mg/dlDiabetes Maior de 140 mg/dl

    Pode ter como causas vrios fatores tais como a hereditariedade, a

    obesidade, a inatividade fsica, o estresse, a alimentao inadequada, a gravidez,o envelhecimento e etc. est estreitamente correlacionada com um grande nmero

    de fatores de risco, como por exemplo, a presso sangunea alta, a hiperlipidemia

    e a hiperiuricemia.

    A Diabetes age sobre os vasos sanguneos de forma semelhante

    hipertonia, ou seja, a longo prazo e de forma difusa. Como mecanismos

    patolgicos, discutem-se a taxa de insulina, compensatria aumentada, que deve

    perturbar determinados mecanismos reguladores (lipoproteinlipase), que deve

    cuidar da mobilizao e transporte das gorduras: a gordura excedente, ento,

    penetra na parede do vaso, levando ao aparecimento de focos ateromatosos.

    Alm do maior risco do diabtico em relao ao aparecimento de

    doenas coronarianas, a freqncia de doenas como apoplexia e angiopatia

    tambm maior, chegando a ser 2-3 vezes maior que nas pessoas normais,

    assim como a freqncia da gangrena (necrose de tecidos), que 10 vezes maior.

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