Avaliação, Gerenciamento e Comunicação do risco sanitário ... · ou capacidade para...

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6/6/2013 Seminário Internacional: Redução do Risco para a Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde Avaliação, Gerenciamento e Comunicação do risco sanitário: quais caminhos? •Mesa 4. Elementos conceituais da gestão do risco em serviços de saúde Patricia Fernanda Toledo Barbosa Coordenação de Vigilância em Serviços Sentinela

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6/6/2013

Seminário Internacional: Redução do Risco para a Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde

Avaliação, Gerenciamento e Comunicação do risco sanitário: quais

caminhos?

•Mesa 4. Elementos conceituais da gestão do risco em serviços de saúde

Patricia Fernanda Toledo BarbosaCoordenação de Vigilância em Serviços Sentinela

6/6/2013

Incerteza

Risco

Probabilidade

DanoFalha

ErroEA Incidente

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Risco Sanitário

“(...) risco é a probabilidade de ocorrência de efeitos adversos relacionados a objetos submetidos a controle sanitário.”

(Costa E., 2000)

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Evento Adverso

• Qualquer definição deve incorporar trêselementos: a natureza negativa do evento, oimpacto no paciente e a origem deve serprovável a alguma parte do cuidado.Fonte: Walshe K. Adverse events in health care: issues in measurement.Quality in Health Care 2000; 9:47-52.

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Evento Adverso Risco

Passado/ Reação

Futuro/

Proação/Prevenção

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Por que as pessoas

assumem riscos?

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Análise de Risco e Percepção de

Risco – Coisas Distintas –

Análise de Risco

• Na análise de risco

identificam-se as ameaças mais prováveis resultantes da ocorrência de um determinado evento e analisam-se as vulnerabilidades encontradas.

O risco é uma função da frequência de um acontecimento e da gravidade das suas consequências.

Percepção de Risco

• A percepção de risco é produto do cruzamento dos perigos das ameaças naturais com as experiências vividas

Depende da inserção de indivíduos num dado evento, da posição que ocupam, no contexto social, aspectos culturais, história de vida e pressões ambientais.

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Percepção do Risco

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O Ciclo da Gerenciamento do Risco

Identificação de Riscos

Análise

Avaliação do Risco

Planejamento de Respostas

Monitoramento

COMUNICAÇÃO

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Gerenciamento de Riscos em

Saúde

• O gerenciamento de risco em serviços de saúde, como processo, começou a ser incrementado nos EUA a partir a da década de 70, com o aumento da complexidade hospitalar .

– De início, proteção às consequências econômicas responsabilidade civil => “crise do seguro da má prática”

� Programa de Gestão de Risco Hospitalar

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• Na Europa, história mais recente que nos EUA:

– Responsabilidade profissional

– Reclamações por responsabilidade direta, solidária ou objetiva da administração pública

“Não há como duvidar de que a metodologia introduziu-se no

contexto das reformas dos sistemas públicos como uma

medida para melhorar a qualidade da assistência, a

segurança do paciente e dos profissionais e para minimizar os

gastos evitáveis.”(Feldman, 2008)

Gerenciamento de Riscos em

Saúde

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Gestão de Risco no Século XXI• Encontra-se no seio das corporações;• Não apenas prevê programas de seguros de uma empresa;• Passa pela construção de uma normatização

– preventiva, – corretiva,– e contingente,

• Parte de uma política institucional• Focos:

– processo de trabalho– Contínua redução dos danos e perdas

� ATUAÇÃO POSITIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS, MODELOS E CULTURA de Gestão de Riscos

Fonte: adaptado de Feldman, 2008.

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O Caminho do Usuário no EAS

• Recepção

• Registro/cadastro/abertura de prontuário

• Classificação de risco clínico

• Encaminhamento ao setor/serviço correspondente

• Comunicação

Entrada

• Diagnóstico

• Tecnologias

• Processos de cuidado

• Comunicação

Permanência

• Tempo

• Comunicação

• Plano de continuidade do cuidado –tecnologias (ou não)

Saída

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Cenário Nacional

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Queixa técnica (exceto sangue);

18.114; 48%

Intoxicações; 3.080; 8%

Evento adverso;

16.547; 44%

Percentual de notificações de eventos adversos, queixas técnicas e intoxicações por tipo de

notificante, Brasil, 2012*

6/6/2013

2.267 2.2982.364

2.688

3.4033.635

3.3833.461

3.850

3.201

3.552

3.071

2.835

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Media2010

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2.267 2.2982.364

2.688

3.4033.635

3.3833.461

3.850

3.201

3.552

3.071

2.835

0

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1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Media2010

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Número de notificações por mês de eventos adversos, queixas técnicas e intoxicações, Brasil,

2012*

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0,1

0,20,2

0,2

30,6

1,31,1

1

0,5

0,5

0,3

0,3

0,7

0,9

2,73,1

3,5

4

4,57,2

3,8

2,5

1,3

1,8

11,2

0 10 20 30 40 50

TOSEROMTACMSALPIGOPEPBAMESRNMAPADFMGSCBACEPRRSRJSP

0,1

0,20,2

0,2

30,6

1,31,1

1

0,5

0,5

0,3

0,3

0,7

0,9

2,73,1

3,5

4

4,57,2

3,8

2,5

1,3

1,8

11,2

0 10 20 30 40 50

TOSEROMTACMSALPIGOPEPBAMESRNMAPADFMGSCBACEPRRSRJSP

Percentual de notificações de eventos adversos por UF, Brasil, 2012*

%

N = 16.547 (2.726 notificações sem informação da UF)

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1,31,31,4

1,71,922,32,42,6

3

4,64,9

12,2

18,3

4,5

6,17

7

8,7

9,610,8

7,9

6

5,25,8

11,8

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

MTTOSEPEMSGOROALMGPIBAPBMAAMPAACESRNPRCEBRSCRSRJSPDF

1,31,31,4

1,71,922,32,42,6

3

4,64,9

12,2

18,3

4,5

6,17

7

8,7

9,610,8

7,9

6

5,25,8

11,8

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

MTTOSEPEMSGOROALMGPIBAPBMAAMPAACESRNPRCEBRSCRSRJSPDF

N = 16.547 (2.726 notificações sem informação da UF)

Taxa de notificação de eventos adversos por UF,

Brasil, 2012*

P/ 100.000 hab.

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Alguns estudos

• Quarenta e dois médicos fez 344 relatórios (EUA):– 284 (82,6%), surgiu a partir de disfunção sistemas de cuidados de saúde;

– 46 (13,4%) foram erros devido a lacunas de conhecimento ou habilidades;

– 14(4,1%)eventos adversos, não erros.

– As principais subcategorias foram: falhas administrativas (102, 30,9% daserros), falhas de investigação (82, 24,8%), lapsos no tratamento ofertado (76, 23,0%),falta de comunicação(19, 5,8%), os problemas de sistemas de pagamento (4, 1,2%), oerro na execução de uma tarefa clínico (19, 5,8%),decisão de tratamento errado (14; 4,2%), e o diagnóstico errado (13; 3,9%).

Fonte: Dovey, S. M. et al. A preliminary taxonomy of medical errors in family Practice.Qual Saf Health Care 2002;11:233–238

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Sociologia do “lado escuro das organizações”

“Nós começamos com a divisão do trabalho”...

o A compartimentalização do trabalho aumenta os eventosadversos ao introduzir a necessidade de comunicação emonitoramento, pois traz consigo problemas decoordenação, comunicação e cooperação; indivíduos queintegram a equipe de saúde, mas são formadosseparadamente, têm um entendimento limitado do papeldo outro

o Responsabilidades difusas (“many hands”)

Fonte: Vaughan D. The dark side of organisations: mistake,misconduct and disaster. Ann Rev Sociol 1999;25:271.

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“Intimidade Estrutural” em Organizações Complexas

• Implicações:� A informação e o conhecimento sempre serão parciais ou

incompletos;

� O potencial para coisas erradas progredirem quando tarefas ouinformações atravessam fronteiras internas;

� Conhecimento segregado minimiza a habilidade para detectar eprevenir atividades que desviam dos padrões normativos eexpectativas.

� Mecanismos de comunicação formal;

� Argumento para simplificação de estruturas e processos.

Fonte: Vaughan apud West, 2000.

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Caminhos

Componentes de um Sistema

AtividadesOutput

(Saída)

Objetivos

Controle

e Avaliação

Retroalimentação

Processos da Gestão de Riscos

Planejamento do Gerenciamento de Riscos

Identificação dos Riscos

Análise do Riscos

Qualitativa x Quantitativa

Planejamento das Respostas aos Riscos

Controle e Monitoramento dos Riscos

Pro

cess

os

De

Pla

ne

jam

en

to

Processos de Controle

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12

6

1

18

9

17

21

5

4

2

2

1

2

0

8 4

3

1

2

0

6

9

0

12

1

RS SC

PR

SP

RJ

ES

BA

DFGO

TO

MA

PI

CE

RNPBPE

ALSEMT

MS

PA

AP

RR

AM

RO

AC

54

TOTAL:

193 Instituições

DISTRIBUIÇÃO DA REDE SENTINELA

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Gestão de Risco

• Gestão de risco pode ser entendida como a aplicação

sistemática de políticas de gestão, procedimentos e práticas

para atividades de comunicação, consultoria, criação do

contexto de identificação, análise, avaliação, tratamento,

acompanhamento e nova análise do risco.

• Um dos princípios da gestão de riscos é que o processo degerenciar riscos deve ser parte integrante de todos osprocessos organizacionais.

• A gestão de riscos é parte do processo decisório.

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Perfis para Credenciamento

1) PARTICIPANTE: Existência e funcionamento da gerência de risco, com

alimentação regular dos bancos de dados da VIGIPÓS. É o perfil de entrada

na Rede Sentinela, obrigatório para a permanência na mesma;

2) COLABORADOR: Capacidade para desenvolvimento de estudos de

interesse do Sistema de Saúde Brasileiro;

3) CENTRO DE COOPERAÇÃO: Cooperação horizontal para atividades de

formação de pessoal e educação continuada a outras instituições de saúde

ou capacidade para desenvolvimento de material instrucional;

4) CENTRO DE REFERÊNCIA: Coordenação e ou supervisão de sub-redes

com foco em temas ou tecnologias específicas.

6/6/2013

0,01

0,010,010,1

0,10,2

0,3

0,50,8

1,8

2,7

6,58

9

19,6

50,3

0 10 20 30 40 50 60

Prefeitura MunicipalLacen

Universidades/centros de pesquisaVisa Regional Estadual

Secretaria Estadual de SaúdeEstabelecimento de Saúde

Universidades/centros de pesquisaVisa EstadualVisa Municipal

Secretaria Municipal de SaúdeAnvisa

HemocentroProfissional de saúde liberal

Empresa privadaHospital

Hospital da Rede Sentinela

0,01

0,010,010,1

0,10,2

0,3

0,50,8

1,8

2,7

6,58

9

19,6

50,3

0 10 20 30 40 50 60

Prefeitura MunicipalLacen

Universidades/centros de pesquisaVisa Regional Estadual

Secretaria Estadual de SaúdeEstabelecimento de Saúde

Universidades/centros de pesquisaVisa EstadualVisa Municipal

Secretaria Municipal de SaúdeAnvisa

HemocentroProfissional de saúde liberal

Empresa privadaHospital

Hospital da Rede Sentinela

N = 16.853

Percentual de notificações de eventos adversos e queixas técnicas

por tipo detalhado do notificante, Brasil, 2012*

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Desafios

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Taxonomia e comunicação

A categorização e classificação abrangente e consistente com as necessidades de gestão de riscos pressupõe:

• Considera paciente, funcionário e visitante nos seus “domínios” de segurança

• Acomoda e inclui categorias para várias configurações de atendimento ao paciente (por exemplo, aguda, a longo prazo, ambulatório);

• Inclui domínios / serviços não-médicos: por exemplo, admnistrativo, serviços de apoio segurança, serviços de instalação;

• Captura de eventos reais e possíveis (near miss);

• Inclui informações completas do paciente (idade, sexo, etnia, diagnósticos primários, procedimentos, comorbidades);

• Inclui informações prestador de cuidados no que se refere a evento (equipe);

• Descreve onde no processo de cuidado do evento aconteceu e em que momento foi descoberto;

• Captura fatores causais / contributivo (por exemplo, falhas no conhecimento e cultura subjacentes, estrutura física, processos, comportamento humano, as condições e fatores de risco);

• Inclui gravidade do impacto real ou potencial;

• Captura funcionamento paciente após as ações corretivas;

• Inclui a probabilidade de recorrência.

Fonte: Simmons, S. Tackling patient safety taxonomy: a must for risk managers. J Healthc

Risk Manag. 2008;28(1):7-17

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Separação ou aproximação?

�Cuidado:

�“Atenção, aplicação a alguma coisa, precaução, cautela, zelo, diligência, desvelo, encargo, responsabilidade, pensado, meditado, previsto.”

�Assistência/Atenção:

�“Ato de assistir, presença, auxílio, amparo, assiduidade, ação de ajudar, de vir em auxílio.”

�Vigilância:

�“Ato ou efeito de vigiar, estado ou qualidade de quem é vigilante, observação, atenção, cautela, precaução, zelo.”

6/6/2013

Separação ou aproximação?

�Cuidado:

�“Atenção, aplicação a alguma coisa, precaução, cautela, zelo, diligência, desvelo, encargo, responsabilidade, pensado, meditado, previsto.”

�Assistência/Atenção:

�“Ato de assistir, presença, auxílio, amparo, assiduidade, ação de ajudar, de vir em auxílio.”

�Vigilância:

�“Ato ou efeito de vigiar, estado ou qualidade de quem é vigilante, observação, atenção, cautela, precaução, zelo.”

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Vigilância

• Epidemiológica

• Sanitária

• Ambiental

• Saúde do Trabalhador...

Assistência/

Atenção

• Primária

• Média e Alta Complexidade

Cuidado

• Prevenção

• Proteção

• Promoção

• Recuperação

Paciente/

Usuário/

Sujeito

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Estruturas de Gerenciamento de Risco

Integração Responsabilização

TerminologiaProcessos deGerenciamento de Risco

“Os Anéis Olímpicos do Risco”

MUITO OBRIGADA!MUCHAS GRACIAS!

THANK YOU VERY MUCH!

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