AVALIAÇÃO DO INDICADOR DO MEIO AMBIENTE PARA SELECIONAR UM SISTEMA MARÍTIMO DE...

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i MAIARA MOREIRA GONÇALVES AVALIAÇÃO DO INDICADOR DO MEIO AMBIENTE PARA SELECIONAR UM SISTEMA MARÍTIMO DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO CAMPINAS 2014

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MAIARA MOREIRA GONÇALVES

AVALIAÇÃO DO INDICADOR DO MEIO AMBIENTE

PARA SELECIONAR UM SISTEMA MARÍTIMO DE

PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

CAMPINAS

2014

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DEDICATÓRIA

Dedico à minha mãe.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho não poderia ser terminado sem a ajuda de diversas pessoas, como minha

família, amigos e companheiros do departamento.

Gostaria de agradecer à ANP – PRH-ANP e ao CEPETRO pelo apoio financeiro dado

durante o tempo em que este trabalho foi produzido, para que se pudesse agir com segurança.

Ao meu orientador, Prof. Morooka que me mostrou os caminhos a serem seguidos e que

sempre insistiu no meu trabalho, não deixando de auxiliar-me nos momentos mais críticos e

difíceis.

Ao Prof. Ivan pelo apoio.

Aos funcionários e amigos Alice, Délcio, Fátima, Gisele e Michele, Sônia pela ajuda

fornecida nos momentos de maior sufoco.

A todos os professores e colegas do departamento.

E finalmente, aos parceiros de laboratório: Natália, uma irmã que o Professor Morooka me

deu a honra de conhecer, e ao pessoal do laboratório que lá ainda se encontram e aos que já foram

seguir seus rumos: Raquel, Eva, Lucas, Bruno, Raphael, André, Diego, Carlos, Marcus,

Humberto, Adriana e a Estagiária.

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“Gosto da minha condição inacabada, da

possibilidade de mudar todos os dias. Para mim,

descobrir coisas novas é “um meio” e não o fim.

Não quero deixar o que eu penso tornar-se

definitivo nunca. Há tanta coisa para aprender,

tanta informação para absorver. Se tudo na vida é

uma questão de “ponto” de vista, o meu,

certamente, é reticências…” Fernanda Gaona.

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RESUMO

O desenvolvimento de um sistema marítimo de produção de petróleo corresponde a um

conjunto de equipamentos para viabilizar a extração de petróleo e gás, a partir de um reservatório

de petróleo. Para uma melhor compreensão do processo, a definição deste sistema de produção

pode ser dividida em fases. Fase I corresponde à seleção do número de poços e tipo do poço.

Então, seguindo trabalhos anteriores (FRANCO, 2003), na Fase II, o arranjo de poços e a

Unidade Estacionária de Produção (UEP) são selecionados. E, na Fase III, a alternativa para o

armazenamento e escoamento de óleo e gás produzidos é escolhida.

O presente trabalho tem como objetivo identificar os impactos ambientais associados com

cada componente de um sistema marítimo de produção de óleo e gás, e quantificar cada um deles

por meio de índices. É esperado que esta ferramenta irá apoiar os tomadores de decisão ao

selecionarem o sistema que melhor se ajuste a um determinado campo marítimo de petróleo. A

crescente necessidade de petróleo na matriz energética do Brasil, concomitante com a

preocupação da sociedade em manter o meio ambiente limpo, torna a inclusão de um índice

relacionado com o meio ambiente uma importante contribuição para melhorar o processo de

seleção e decisão sobre o sistema marítimo de produção e sua inclusão, além dos índices técnicos

e tecnológicos geralmente usados em tal processo. Particularmente, será fundamental para a

produção de petróleo em condições adversas do cenário pré-sal, que está localizado em lâminas

d’água cada vez mais profundas.

A metodologia proposta segue um procedimento semelhante à avaliação dos impactos

ambientais através da utilização do Índice de Sensibilidade Ambiental (ISA) e do uso de matriz

de impacto (NOAA, 1997; PATIN, 1999; MARIANO; LA ROVERE, 2006). Para a estimativa dos

impactos ambientais, foi definido o ISA da área a ser desenvolvida, e foi construída uma matriz

de impacto com base nas atividades envolvidas na instalação de plataforma, fase operacional e

descomissionamento de uma UEP e os elementos do meio ambiente. Portanto, essa abordagem

sistemática e estruturada permitiu incorporar ao processo de seleção do sistema marítimo de

produção para um campo de óleo e gás, a seleção da melhor alternativa, que combina as melhores

características técnicas e tecnológicas com os melhores aspectos do ambiente.

Palavras Chave: Sistema Marítimo de Produção, Desenvolvimento de Campos Marítimos,

Plataformas Marítimas, Índice de Sensibilidade Ambiental.

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ABSTRACT

The development of an offshore petroleum production system corresponds to define a set of

equipment to make possible oil and gas extraction from an underwater petroleum reservoir. To

better comprehension of the process, definition of this production system can be divided into

phases. Phase I corresponds to the selection of number of wells and type of the well. Then,

following the previous work (FRANCO, 2003), in the Phase II, the layout arrangement of wells

and the set of the stationary Floating Production Unit (FPU) are selected. And, in the Phase III,

storage and offloading alternatives for the produced oil and gas are selected.

The present paper aims to identify environmental impacts associated with the each

component of an offshore system for oil and gas production, and quantify each of them through

indexes. It is expected to support the decision makers to select the best fitted system for a given

offshore petroleum field. The increasing needs of petroleum to fulfill the energy matrix

demanded in Brazil, the growing concern of the society for keeping the environment clean and

the inclusion of an index related to the environment besides the technical and technological

indexes usually taken makes it an important contribution to improve the process for selection and

decision about the offshore production system. Particularly, it will be fundamental in the adverse

condition of the Pre-salt scenario of petroleum production, in ultra-deep water depth and oil and

gas with more aggressive contaminants to the system.

The proposed methodology follows a similar procedure for the assessment of environmental

impacts through the use of environmental sensitivity index (ESI) and the use of impact matrix

(NOAA, 1997; PATIN, 1999; MARIANO; LA ROVERE, 2006). For the estimation of

environmental impacts, it was defined the ESI of the area to be developed, and it was constructed

an impact matrix based on the activities involved in the installation of platform, operational phase

and decommissioning of a FPU and the elements from environment. Therefore, this systematic

and structured approach allowed incorporating to the process of selection of the offshore

production system for an oil and gas field the selection of alternative which combines the best

technical and technological characteristics with better aspects from the environment.

Key Word: Offshore Production System, Offshore Fields Development, Offshore Platforms,

Environmental Sensitivity Index.

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

2. SISTEMA MARÍTIMO DE PRODUÇÃO .............................................................................. 6

2.1. Número de Poços .............................................................................................................. 8

2.2. Tipo de Poço ................................................................................................................... 12

2.3. Equipamentos Submarinos ............................................................................................. 13

Completação ........................................................................................................................... 14

Manifold ................................................................................................................................. 15

Riser ....................................................................................................................................... 16

2.4. Arranjo dos Poços ........................................................................................................... 17

2.5. Unidade Estacionária de Produção ................................................................................. 18

UEPS Fixas ................................................................................................................................ 19

Jack-up (Plataforma Auto-Elevatória)................................................................................... 19

Jaqueta ................................................................................................................................... 20

Torre-Guia ............................................................................................................................. 21

Plataforma de Gravidade ....................................................................................................... 22

UEPs Flutuantes ......................................................................................................................... 23

Spar ........................................................................................................................................ 23

Semissubmersíveis .................................................................................................................. 24

FPSO ...................................................................................................................................... 25

TLP - Plataforma de Pernas Atarantadas.............................................................................. 26

2.6. Escoamento e Estocagem de Óleo .................................................................................. 27

3. FUNDAMENTOS BÁSICOS ................................................................................................ 28

3.1. Índice de Sensibilidade Ambiental - Isa ......................................................................... 28

Aspectos do ISA ...................................................................................................................... 28

Classificação do ISA .............................................................................................................. 30

3.2. Impactos Ambientais ...................................................................................................... 32

Impactos Ambientais na Perfuração de Poços ...................................................................... 34

Efeitos do Derramamento de Óleo ......................................................................................... 35

Impactos Ambientais no Desenvolvimento do Campo de Petróleo........................................ 37

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3.3. Análise de Risco: Matriz de Impacto Ambiental ............................................................ 37

3.4. Metodologia de Avaliação de Impactos e Riscos Ambientais ........................................ 37

Matrizes de Avaliação dos Impactos e dos Riscos ambientais .............................................. 39

3.5. Fundamentos da Teoria dos Conjuntos Nebulosos ......................................................... 41

Conjuntos Nebulosos .............................................................................................................. 41

Modelo do Sistema de Seleção ............................................................................................... 44

4. METODOLOGIA PARA SELEÇÃO DO SISTEMA MARÍTIMO ..................................... 45

4.1. Metodologia .................................................................................................................... 46

Fase I – Número de Poços e Tipo de Poço ............................................................................ 47

Fase II – Arranjo dos Poços .................................................................................................. 49

Fase II - UEP ......................................................................................................................... 50

Fase III - Escoamento e Estocagem de Produção ................................................................. 66

4.2. Sistema de Seleção .......................................................................................................... 67

Conjuntos Nebulosos .............................................................................................................. 70

Base de Conhecimento ........................................................................................................... 74

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 83

5.1. Estudo de Caso ................................................................................................................ 83

5.2. Resultados ....................................................................................................................... 85

5.3. Análise dos Resultados ................................................................................................... 89

Campos de Petróleo com Indicador de Sensibilidade Ambiental Médio ............................... 90

Campos de Petróleo com Indicador de Sensibilidade Ambiental Alto .................................. 95

6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 100

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 101

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Típico Sistema Marítimo de Produção de Petróleo composto por diferentes

componentes do sistema. ................................................................................................................. 3

Figura 2 – Sondas de Perfuração: Jack-up, Semi-submersível e Navio-sonda, respectivamente. .. 7

Figura 3 – Blowout Preventer. ....................................................................................................... 10

Figura 4– Tipos de Poços. ............................................................................................................. 13

Figura 5 – Árvore de Natal Molhada. ............................................................................................ 15

Figura 6 – Manifold Submarino..................................................................................................... 16

Figura 7 – Riser rígido e flexível, respectivamente. ...................................................................... 17

Figura 8 - Plataforma Jackup. ........................................................................................................ 20

Figura 9 – Plataforma Jaqueta. ...................................................................................................... 21

Figura 10 – Plataforma Torre-Guia. .............................................................................................. 22

Figura 11 – Plataforma Gravidade................................................................................................. 23

Figura 12 – Plataforma Spar .......................................................................................................... 24

Figura 13 – Plataforma SS. ............................................................................................................ 24

Figura 14 – Plataforma FPSO com sistema de ancoragem turret. ................................................ 26

Figura 15– Plataforma TLP. .......................................................................................................... 27

Figura 16 – Exemplo da aplicação da Matriz de Impacto Ambiental ........................................... 40

Figura 17 – Variável Linguística da Área do Reservatório (Franco, 2003). ................................. 43

Figura 18 – Fluxograma Metodológico ......................................................................................... 46

Figura 19– Classificação do ISA ................................................................................................... 46

Figura 20- Fases de Desenvolvimento de um Sistema de Produção de Petróleo. ......................... 47

Figura 21 - Determinações do Número de Poços e do Tipo de Poço (Fase I) .............................. 49

Figura 22 - Determinação do Arranjo dos Poços (Fase II). ........................................................... 50

Figura 23 – Diagrama de Causa e Efeito de uma UEP .................................................................. 51

Figura 24 – Matriz de Impacto Genérica para uma UEP. ............................................................. 52

Figura 25 - Procedimento de Estimativa da Probabilidade de Ocorrência de um Impacto do Meio

Ambiente (MARIANO, 2007). ...................................................................................................... 53

Figura 26 – Matriz de Impacto da Plataforma Jaqueta. ................................................................. 56

Figura 27 – Matriz de Impacto da Plataforma Torre-Guia. ........................................................... 57

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Figura 28 – Matriz de Impacto da Plataforma Jackup ................................................................... 58

Figura 29 – Matriz de Impacto da Plataforma Gravidade. ............................................................ 59

Figura 30 – Matriz de Impacto da Plataforma Spar....................................................................... 60

Figura 31 – Matriz de Impacto da Plataforma SS. ........................................................................ 61

Figura 32 – Matriz de Impacto da Plataforma FPSO. ................................................................... 62

Figura 33 – Matriz de Impacto da Plataforma TLP. ...................................................................... 63

Figura 34 - Indicador Total de Meio Ambiente da UEPs. ............................................................. 64

Figura 35 – Determinação da UEP. ............................................................................................... 65

Figura 36 - Determinação da Estocagem e do Escoamento de Óleo (Fase III). ............................ 66

Figura 37 - Arquitetura do Sistema de Seleção utilizado para auxiliar a escolha de um Sistema

Marítimo de Produção. .................................................................................................................. 68

Figura 38 – Janela do Sistema de Seleção no Programa MATLAB 7.0. ...................................... 69

Figura 39 – Janela de Saída do Sistema de Seleção no Programa MATLAB 7.0. ........................ 69

Figura 40 – Variável Linguística de Reservas (Lima, 2003). ........................................................ 70

Figura 43 – Variável Linguística da Área do Reservatório (Franco, 2003). ................................. 71

Figura 45 – Variável Linguística de Distância da Costa (Franco, 2003). ..................................... 72

Figura 47– Quantificação dos Campos de Petróleo em relação ao ISA. ....................................... 86

Figura 48 - Resultados da comparação do Sistema de Seleção com os casos reais. ..................... 90

Figura 49 - Resultados da comparação da base de dados dos campos petróleo (ISA Médio). ..... 91

Figura 50 – Número de Poços dos Campos de Petróleo de ISA médio. ....................................... 91

Figura 51 – Tipo de Poço dos Campos de Petróleo de ISA médio. .............................................. 93

Figura 52 – UEP dos Campos de Petróleo de ISA médio. ............................................................ 94

Figura 53 - Resultados da comparação da base de dados dos campos petróleo (ISA Alto). ......... 96

Figura 54 - Número de Poços dos Campos de Petróleo de ISA alto. ............................................ 96

Figura 55 – Tipo de Poço dos Campos de Petróleo de ISA Alto. ................................................. 97

Figura 56 – Arranjos dos Poços dos Campos de Petróleo de ISA Alto. ....................................... 98

Figura 57 – UEP dos Campos de Petróleo de ISA Alto. ............................................................... 99

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Descrição dos tipos de ISA (adaptado de MMA, 2002 e MMA/SQA, 2004). ............. 31

Tabela 2. Apresenta um sumário dos impactos ambientais e seus respectivos aspectos ambientais

(Adaptado MARIANO, 2007). ...................................................................................................... 33

Tabela 3. Critérios Gerais para as Medidas Qualitativas das Consequências dos Impactos e Riscos

Ambientais. (Adaptado de MARIANO, 2007; PATIN, 1999). ..................................................... 38

Tabela 4. Distribuição da UEPs de acordo com o ISA e a lamina d’água. ................................... 65

Tabela 5 - Fase I - Número de Poços............................................................................................ 74

Tabela 6– Fase I - Tipo de Poço. ................................................................................................... 75

Tabela 7 – Fase II – Arranjo de Poços........................................................................................... 75

Tabela 8 – Fase II – UEP: Jackup.................................................................................................. 76

Tabela 9 – Fase II – UEP: Gravidade. ........................................................................................... 77

Tabela 10 – Fase II – UEP:Jaqueta. ............................................................................................... 77

Tabela 11 – Fase II – UEP: Torre-Guia. ........................................................................................ 78

Tabela 12 – Fase II – UEP: Spar. .................................................................................................. 78

Tabela 13 – Fase II – UEP: TLP.................................................................................................... 79

Tabela 14 – Fase II – UEP: SS. ..................................................................................................... 79

Tabela 15 – Fase II – UEP: FPSO. ................................................................................................ 80

Tabela 16 - Fase III – Estocagem e Escoamento de Óleo. ............................................................ 81

Tabela 17 - ISA dos Campos de Petróleo. ..................................................................................... 84

Tabela 18. Testes de validação do Sistema de Seleção comparando com o banco de dados de

Franco (2003). ............................................................................................................................... 87

Tabela 19 - Os resultados do sistema em comparação com casos reais e Franco (2003). ............ 88

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANP

CALM

CONAMA

FPSO

FSO

Agência Nacional de Petróleo

Catenary Anchor Leg Mooring

Conselho Nacional do Meio Ambiente

Floating Production Storage and Offloading

Floating Storage and Offloading

IBAMA

IEA

IMO

IPIECA

ISA

ISL

LDA

MMA

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

International Energy Agency

Organização Marítima Internacional

International Petroleum Industry Environmental Conservation Association

Índice de Sensibilidade Ambiental

Índice de Sensibilidade do Litoral

Lâmina d’água

Ministério do Meio Ambiente

MME

NOAA

SALM

SPM

SQA

SS

TLP

UEP

Ministério de Minas e Energia

National Oceanic and Atmospheric Administration

Single Anchor Leg Mooring

Single Point Mooring

Secretária de Qualidade Ambiental

Semisubmersible (Semi-Submersível)

Tension Leg Platform

Unidade Estacionária de Produção

RIMA Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente

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Glossário

Offshore: Mar adentro. Região da plataforma continental com lâmina d’água superior a 10 m.

Topside: Terminologia utilizada, muitas vezes de forma intercambiável, que correspondem a

equipamentos de perfuração, produção, processamento, utilização, acomodação e sustentação da

subestrutura. Correspondem a todos os equipamentos localizados acima da linha d’água.

Onshore: Terra adentro. Designação dos levantamentos geofísicos realizados em terra firme.

Riser: Um duto através do qual o líquido ou o gás escoa para cima até a unidade estacionária de

Produção.

Manifold: Conjunto de tubulações munidas de válvulas.

Flowlines: Linhas flexíveis utilizadas para o escoamento do petróleo.

Heave: Afundamento. Movimento vertical ocasionado pelo movimento das ondas.

Roll: Balanço – rotação em torno do eixo X no plano YZ.

Pitch: Arfagem – rotação em torno do eixo Y no plano XZ.

Poontoon: Flutuadores das plataformas flutuantes.

Offloading: Transferência do petróleo produzido para a costa marítima.

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1. INTRODUÇÃO

A energia é um dos principais constituintes da sociedade moderna. Ela é necessária para se

criar bens a partir dos recursos naturais e para fornecer muitos dos serviços dos quais as pessoas

têm se beneficiado.

A partir da Revolução Industrial os combustíveis fósseis passaram a ter maior importância

na geração de energia. Primeiramente o carvão mineral foi amplamente utilizado até a invenção

do motor de combustão interna, na década de 1870, que induziu o aumento do consumo do

petróleo e seus derivados. Suas características de queima relativamente limpas eram desejáveis

por razões ambientais e, consequentemente, o carvão foi substituído pelo petróleo nas indústrias e

nas usinas de energia (HINRICHS; KLEINBACH, 2008).

Apesar de o petróleo ter tido seu uso intensificado a partir do século XX, ele foi descoberto

por volta de 2500 a.C. no antigo Egito e Babilônia; piche de asfalto (derivado do petróleo) era

utilizado para impermeabilização de ruas. Já em1000 a.C. os chineses perfuraram poços em busca

de petróleo e gás para aquecimento e iluminação. Entretanto o primeiro poço comercial de

petróleo foi perfurado em Titusville, Pensilvânia, em 1859.

Inicialmente a maior parte da extração de petróleo foi realizada em terra (onshore). A partir

dos eventos políticos, como o Embargo do Petróleo em 1973, a Revolução Iraniana de 1973 e a

Guerra do Golfo Pérsico de 1991, iniciou-se novas buscas por fontes de petróleo e por novas

reservas fora do Oriente Médio, mais precisamente no ambiente marinho (VIGLIANO, 2010).

Metade das reservas mundiais comprovadas de petróleo encontram-se no mar e se estima

que mais de dois terços de todas as descobertas futuras de petróleo também estarão localizadas no

meio marítimo. Esse é o caso das reservas offshore do Brasil, que representam quase a totalidade

das reservas nacionais, sobretudo após a descoberta da camada pré-sal (ANP, 2010).

No atual contexto de produção e consumo de energia mundial, o petróleo corresponde a

35% das necessidades energéticas mundiais (IEA, 2009). A participação do petróleo no Brasil

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2

aumentou de 34%, em 1970, para 46% no ano de 2000, (MME, 2007), devendo aumentar ainda

mais, devido à descoberta de novas reservas.

O desenvolvimento de campos de petróleo em regiões como nas do pré-sal, localizadas em

locais remotos e de difícil acesso, tornam necessárias complexas infraestruturas, compostas por

redes de transferência de petróleo entre os sistemas marítimo de produção e os pontos de

recepção em terra.

A legislação que rege o petróleo de quase todos os países atribui ao Estado o domínio desse

mineral encontrado em seu subsolo. O exercício desse direito, associado a políticas nacionalistas

e a estratégias de segurança e de desenvolvimento econômico, têm levado os governos a

regulamentar e controlar as operações e até a estabelecer o monopólio estatal da indústria de

petróleo. Por outro lado, na diversidade dessa indústria tem-se comprovado que poucos países

contam com os imprescindíveis recursos financeiros, tecnológicos e humanos, com autonomia e

no ritmo adequado para o aproveitamento dos seus recursos petrolíferos (MARTINS, 1997).

As etapas iniciais (usptream) da indústria de petróleo são a exploração (ou pesquisa), o

desenvolvimento e a produção de petróleo. As etapas seguintes (downstream) são o transporte, o

refino e a distribuição de derivados. A atração da indústria de petróleo está no upstream, devido

suas várias incertezas da exploração inicial. A exploração e o desenvolvimento são etapas de alto

custo e risco, cujos componentes são de natureza geológica, econômica, tecnológica, política e

ambiental (MARTINS, 1997).

O projeto do desenvolvimento de um sistema marítimo de produção de óleo e gás é

constituído por diferentes fases: Fase I, da escolha do número de poços e tipo de poço; Fase II,

como em Franco (2003), da escolha o arranjo de poços e definição da Unidade Estacionária de

Produção (UEP); e Fase III, da escolha do tipo do sistema para o escoamento e o armazenamento

de óleo e gás produzido, como pode ser visto na Figura 1.

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Figura 1- Típico Sistema Marítimo de Produção de Petróleo composto por diferentes

componentes do sistema.

A cadeia produtiva marítima de petróleo, nas suas fases de levantamento sísmico de dados,

perfuração, produção, escoamento e descomissionamento, geram impactos e efeitos adversos

sobre o meio ambiente marinho (SCHAFFEL, 2002). Em função disso, a normativa ambiental,

cada vez mais rigorosa tanto no âmbito internacional quanto no nacional, força as companhias e

operadoras do setor petroleiro a se adequarem à legislação, a fim de atendê-la.

No Brasil, o instrumento utilizado para licenciar as atividades de exploração e produção de

petróleo e gás natural é o licenciamento ambiental e Avaliação de Impactos Ambientais (AIA),

(BRASIL. Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997, 1997). O licenciamento

ambiental é um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental IBAMA (Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) autoriza atividades como

pesquisa sísmica, implantação e operação de plataformas, gasodutos, terminais portuários,

oleodutos e refinarias, das quais irão utilizar recursos ambientais, resultando em ações

potencialmente poluidoras, causadoras de degradação ambiental (BRASIL, Lei nº 6.938, de 31 de

agosto de 1981).

A licença ambiental nas atividades envolvidas com o petróleo dependerá da avaliação dos

impactos ambientais, que utiliza como instrumento o Estudo de Impacto Ambiental e seu

respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/RIMA). O Estudo de Impacto

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Ambiental é um relatório técnico, no qual são avaliadas as consequências decorrentes de um

determinado projeto para o ambiente, através de matrizes de impactos ambientais e índices de

sensibilidade. A análise das variáveis pertinentes ao EIA é realizada na fase de planejamento do

empreendimento. Assim inicia-se o processo de licenciamento ambiental, o qual exerce controle

prévio das atividades que tendem a causar alterações no ambiente.

No desenvolvimento de um sistema marítimo de produção, normalmente são utilizados

indicadores técnicos e tecnológicos. Neste contexto, a inclusão do indicador de meio ambiente

agregará uma contribuição importante no processo de decisão e de seleção, já que o petr leo, por

constituir umas das principais fontes de energia, gera preocupações quanto a sua interação com o

ambiente, por se tratar de uma substância potencialmente poluidora.

Os efeitos indesejados das atividades relacionadas e ploração e produção mar tima de

petr leo recaem sobre o ambiente marinho, e nele afeta a qualidade de vida. Cerca de metade do

petr leo consumido ho e no mundo é transportada pelo mar, por isso são frequentes os

derramamentos de petr leo. A poluição causada por derramamentos nos mares é muito vis vel e

causa sérios danos fauna e flora marinha, e às populaç es costeiras, localizadas pr imas s

áreas afetadas (GRIMONI et al, 2004).

Tendo em conta as crescentes condições adversas do cenário de produção, particularmente

no cenário de produção de petróleo do pré-sal, é proposto neste trabalho a adição do indicador do

meio ambiente relacionado ao impacto ambiental do componente de cada sistema ao processo de

seleção e decisão de um sistema marítmo de produção. O objetivo desta pesquisa é identificar os

principais fatores que podem afetar o meio ambiente associado a cada componente de um sistema

marítimo na produção de óleo e gás, e quantificar estes fatores na forma de indicadores a serem

agregados ao processo de seleção e escolha do melhor sistema para determinado campo marítimo

de petróleo.

Na perspectiva de discutir a inclusão de um indicador do meio ambiente, é realizada uma

revisão bibliográfica dos impactos ambientais causados pelas atividades do petróleo, a partir da

qual pode-se analisar quais as atividades que causam mais impacto ao meio ambiente e avaliar a

sensibilidade do ambiente em que estão inseridas. As fases de instalação, operação e

descomissionamento de cada UEP são avaliadas através de matrizes de impacto ambiental para

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verificar qual apresenta maior probabilidade de ocorrência de impacto. Assim sendo, é

desenvolvido um sistema de seleção, através de conjuntos nebulosos, no qual integra as fases

desenvolvimento do sistema marítimo de produção para a obtenção da melhor alternativa para

determinado campo marítimo de petróleo.

Após a implementação do sistema de seleção, foram realizados testes para comparar os

resultados obtidos pelo sistema com os casos reais utilizados em Franco (2003). Esses casos

somam-se são trinta e três campos marítimos reais que foram ou estão sendo desenvolvidos em

várias regiões do mundo.

Este trabalho está dividido em seis capítulos e foi elaborado da forma descrita a seguir.

O Capítulo 2 apresenta os componentes de um sistema marítimo de produção, descrevendo

os diferentes tipos de unidades estacionárias de produção capazes de produzir em distintas faixas

de lâmina d’água. Este cap tulo também apresenta os equipamentos que fazem parte do layout

submarino e outros itens ligados à UEP, como riser e ancoragem, além dos tipos de transporte

utilizados pela indústria para escoar o óleo produzido até a costa.

O Capítulo 3 traz a definição do Indicador de Sensibilidade Ambiental (ISA), e da matriz

de impacto ambiental, que são as duas ferramentas que serão utilizadas para montar o indicador

do meio para selecionar o sistema marítimo de produção. Além disso, a explicação da teoria dos

conjuntos nebulosos que é a instrumento usado para estruturar o conhecimento especialista a

partir da teoria apresentada no Capítulo 2, e que será aplicada no Capítulo 4.

O Capítulo 4 descreve a metodologia adotada neste trabalho para definir o melhor sistema

marítimo de produção. Essa metodologia visa à otimização do desenvolvimento de campos

petrolíferos, minimizando o impacto ambiental e o capital empregado e maximizando a

recuperação do óleo.

O Capítulo 5 apresenta os resultados dos testes realizados com o Sistema de Seleção, além

da discussão de alguns resultados obtidos dessas avaliações.

Finalmente, o Capítulo 6 aborda as conclusões desse estudo e também sugere alguns

trabalhos futuros.

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2. SISTEMA MARÍTIMO DE PRODUÇÃO

O petróleo tem sua origem na decomposição de matéria orgânica, geralmente a fauna

marinha, que é convertida em petróleo ao longo de milhões de anos, sob altas pressões e

temperaturas associadas ao soterramento profundo. O petróleo formado sob estas condições pode

migrar através das rochas adjacentes, formando depósitos. Estes são encontrados em rochas-

reservatórios, tais como arenito, xisto e calcário. As rochas-reservatórios permitem o movimento

dos líquidos devido a sua característica porosa e permeável. Para que o petróleo se acumule e não

escape, é essencial o reservatório estar coberto por uma rocha impermeável ou não porosa,

atuando como uma barreira que evita a migração do petróleo. Com a descoberta do reservatório, é

possível ter conhecimento inicial de dados quanto ao tipo e a quantidade de óleo, através de

pesquisas sísmicas e perfuração de poços exploratórios.

Na fase de exploração tentam se localizar estratos petrolíferos no fundo do solo oceânico.

Os geólogos e geofísicos são responsáveis pela análise e o estudo das formações superficiais e

das amostras retiradas, necessários para descrever a geometria das falhas da terra e dos estratos.

Além do mais, será realizada a exploração sísmica para medir os campos de gravidade, e para

fazer interpretações quanto à possível presença de estratos petrolíferos. A partir de então, dentro

de uma área designada do oceano, os geofísicos realizarão levantamentos sísmicos através de

navios sísmicos, mapeando sistematicamente a estrutura do solo do oceano. Quando uma área

favorável que está sendo investigada for encontrada, a parte central dessa área é então perfurada a

partir de sondas de perfuração (GRAFF, 1981).

Uma vez que se decidiu que uma área pode conter estrato petrolífero, um poço exploratório

deve ser perfurado para confirmar a presença de hidrocarbonetos. A formação pode produzir gás,

ou óleo, ou ambos. Poços exploratórios são perfurados com uma sonda de perfuração móvel. A

plataforma móvel Jacku-up é usada em profundidades de água de 15-75 metros, e levada para o

local de perfuração com suas pernas levantadas, onde as pernas são içadas para baixo d’água,

penetrando assim no fundo do oceano. Nessa operação, o topside da plataforma de perfuração

fica suspenso para fora da água.

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Para perfurar poços exploratórios em águas mais profundas, são utilizadas sondas de

perfuração flutuantes. Tais sondas são classificadas como semissubmersíveis e navios-sonda. A

semissubmersível tem estrutura aberta, através do qual as ondas podem passar facilmente. Ao ser

rebocada até o local, a semissubmersível é inundada até o seu calado, sendo assim essa

plataforma é extremamente estável para a perfuração. O navio-sonda pode ser movido de um

local para outro com mais facilidade do que a semissubmersível, no entanto os movimentos

hidrodinâmicos são moderadamente maiores em alto mar, fazendo com que o navio-sonda fique

menos tempo em operação.

Figura 2 – Sondas de Perfuração: Jack-up, Semi-submersível e Navio-sonda, respectivamente.

O desenvolvimento de um campo de petróleo no mar inicia no momento em que o

reservatório é considerado economicamente viável. O processo inicia pela perfuração dos poços

que é geralmente realizada por processo de perfuração rotativa, na qual se aplica peso e rotação

em uma broca através de uma coluna de perfuração aumentando a profundidade. Em seguida, a

coluna de revestimento de aço é cimentada dentro do orifício do poço para isolar o poço da

formação. Este processo é repetido até que a profundidade do poço projetado seja atingida.

Uma vez concluída a perfuração de um poço, é necessário deixá-lo em condições de operar,

de forma segura e econômica, durante toda a sua vida produtiva. Ao conjunto de operações

destinadas a equipar o poço para produzir óleo, gás ou mesmo injetar fluidos nos reservatórios

denomina-se completação. A classificação do tipo de completação é feita de acordo com

posicionamento da Árvore de Natal, no qual consiste em um conjunto de válvulas acoplado à

cabeça de poço, que controla e permite a produção de fluidos. Quando a Árvore de Natal e a

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cabeça de poço localizam-se no fundo mar, a completação denomina-se do tipo molhada. Já na

completação seca a cabeça de poço e árvore de natal encontram-se acima da superfície do mar,

sendo possível realizar intervenções nos poços por meio de uma sonda instalada na própria

plataforma.

Então cada poço é ligado a uma Unidade Estacionária de Produção (UEP) através dos

risers. Por vezes, são utilizados manifolds, que são estruturas localizadas sobre o solo marinho e

funcionam como concentradores de óleo; a partir deles a vazão de óleo e gás dos poços serão

dirigidos para a UEP na superfície. Normalmente, a energia do reservatório não é suficiente para

elevar o petróleo do fundo do mar à superfície. Neste caso, os dispositivos de elevação artificiais,

tais como bombas de gás lift e bombas submersíveis serão instaladas no poço (FRANCO, 2003).

2.1. Número de Poços

Em todo mundo, milhares de poços são perfurados anualmente. Na grande maioria, algum

estudo de para elaboração do projeto de poços deve ser feito, devido aos inúmeros problemas

decorridos dos mesmos. Estes problemas são bem conhecidos na indústria do petróleo e incluem

complicações operacionais, tais como: aprisionamento de coluna, torques elevados, colapso total

do poço e influxo da formação para dentro do poço (kick), sendo que este último pode levar a um

severo blowout, causando a destruição total da sonda de perfuração. Assim, individual ou

coletivamente, estes problemas podem representar perdas humanas, prejuízos econômicos e

danos ambientais (ROCHA, 2007).

A elaboração do projeto do poço é uma das etapas de planejamento para a sua construção,

na qual é realizada a descrição das fases de perfuração e completação. O projeto de um poço é

iniciado pelo estudo da área em que o poço será perfurado. Nessa etapa é feito um estudo do

cenário geológico e um levantamento do histórico de poços já perfurados na região (ANP, 2000).

Em posse das informações geológicas e da geometria do reservatório, torna-se possível

traçar a trajetória do poço, para que esse atinja a o potencial da zona produtora.

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Após o cálculo da trajetória, inicia-se a fase de determinação das geopressões, ou seja, o

cálculo das pressões e tensões existentes no subsolo e daquelas que são impostas às formações,

que podem inclusive levar à falha da rocha, como: pressão de poros, pressão de colapso e pressão

de fratura. Estas três últimas determinam a “janela operacional” do poço, que é o range de

alteração permitido para a pressão exercida pelo fluido de perfuração, de forma a manter a

integridade do poço. Como essa pressão é função da massa específica do fluído de perfuração, a

janela operacional define os limites máximo e mínimo da massa específica do fluido de

perfuração a ser utilizado na perfuração (ROCHA, 2007).

O fluido de perfuração tem ainda várias funções, tais como resfriar a broca, transportar

fragmentos rochosos, recompor o estado de tensões iniciais nas paredes do poço, entre outras.

A seleção dos revestimentos e a posição das sapatas são subsídios fundamentais para

definição do projeto de cimentação do poço. A cimentação consiste em preencher com cimento o

espaço anular entre a tubulação de revestimento e as paredes do poço, de modo a fixar a

tubulação e evitar que haja migração de fluidos por detrás do revestimento.

Em seguida são selecionados os tamanhos das brocas, para posterior definição da coluna de

perfuração. A coluna é projetada de forma a resistir aos esforços introduzidos pela perfuração do

poço. Dentre os elementos de uma coluna de perfuração encontram-se os comandos (drill collar).

Estes elementos têm como função principal fornecer o peso sobre a broca.

As fases são divididas de acordo com o diâmetro da broca que está sendo utilizada na

perfuração. Em geral, após cada fase ser finalizada é descida uma coluna de revestimento para

proteger as formações e permitir que um peso adequado de fluido de perfuração seja utilizado na

fase seguinte.

O principal dispositivo de segurança utilizado durante a perfuração de poços de petróleo é o

Blowout Preventer – BOP (preventor de erupções), dimensionado a partir do cálculo do gradiente

de pressão de poros e da estimativa da massa específica de um possível fluido invasor do poço

(Figura 3).

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Figura 3 – Blowout Preventer.

O projeto do poço é concluído com a determinação do programa de perfuração e do

programa de completação para o mesmo.

O início de poço é feito com riser de perfuração e inclui as descidas dos revestimentos

estruturais. Após o assentamento do revestimento de superfície segue-se a operação de descida e

instalação do BOP (Blowout Preventer) no fundo do mar, a qual é feita através de uma coluna de

grandes dimensões e elevada resistência mecânica denominada riser de perfuração. Com a

instalação do conjunto riser e BOP se estabelece a ligação entre o poço e a unidade de perfuração

e com isso é possível ter retorno de fluido de perfuração para a superfície.

Dependendo do tipo de sonda, a perfuração pode ser feita com:

BOP na superfície, como nas plataformas auto-elavatórias.

BOP no fundo do mar, como nas semi-submerssíveis e navios-sonda.

A fase de exploração de petróleo consiste na busca por formações rochosas associadas à

presença de depósitos de óleo e/ou gás natural, e envolve a prospecção geofísica e/ou perfuração

exploratória.

Segundo Mariano (2007), a exploração geofísica é o processo de localização de estruturas

subterrâneas através de métodos que se enquadram na categoria de sensoriamento remoto. As

estruturas mais comuns para se encontrar hidrocarbonetos são aquelas nas quais uma rocha

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relativamente porosa está coberta por uma camada de rocha impermeável que pode aprisionar os

hidrocarbonetos, formando as chamadas armadilhas ou trapas.

A perfuração exploratória é a única forma confiável de se determinar se as formações

geológicas identificadas contêm hidrocarbonetos. Contudo, a decisão de perfurar não se baseia

apenas em critérios geológicos, mas sim em aspectos regulatórios, fatores econômicos (custos de

perfuração e de transporte, oportunidades de mercado e riscos financeiros) e viabilidade técnica –

incluindo considerações ambientais e de segurança – são também levados em consideração

quando da tomada de decisão.

O número de poços é determinado por vários fatores como sua localização e a natureza e o

tamanho do reservatório. As informações como características do fluido do reservatório e seu

tamanho são essenciais para determinar o volume de reserva do reservatório, por conseguinte irão

definir todo o desenvolvimento do campo de petróleo (ROSA et al, 2006).

Para se definir as características do fluido precisa-se: da pressão inicial do reservatório, que

se encontra em função da lâmina d’água e da espessura do reservat rio; da razão de solubilidade

do fluido, que é obtida através da pressão inicial do reservatório e densidade do gás contido no

reservatório; e a pressão de bolha, que é calculada a partira da razão de solubilidade, densidade

do gás e a temperatura do reservatório (ROSA et al, 2006).

A razão de solubilidade é a relação entre o volume de gás em solução (no estado líquido) e

nas condições padrão (temperatura de 25º C e pressão atmosférica) e o volume de óleo nestas

mesmas condições. A pressão de bolha é a pressão em que uma mistura de hidrocarbonetos forma

sua primeira bolha de gás, acima desta pressão só há líquido na mistura.

A partir da pressão de bolha é possível saber as condições de saturação do reservatório. Se

o reservatório se encontra numa pressão maior que a pressão de bolha, significa que esse

reservatório está subsaturado, ou seja, todo o gás está dissolvido no óleo, e se a pressão inicial do

reservatório é menor que a pressão no ponto de bolha do fluido do reservatório, o reservatório

possui uma capa de gás.

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O volume do reservatório é calculado pela sua área vezes a sua espessura, menos o volume

dos poros (levando em conta a porosidade do reservatório) e volume de saturação de água. Assim

se obtém o volume de óleo in place do reservatório.

De acordo com a classificação do reservatório, mecanismo de produção (gás em solução,

capa de gás, e etc.), características do fluido, e o valor de recuperação do reservatório, é possível

obter a quantidade de fluido que será produzido (volume de óleo in place) pelo reservatório.

O fator “volume formação de óleo” é a relação entre o volume de óleo (óleo mais gás

dissolvido) nas condições de pressão e temperatura do reservatório, dividido pelo volume de óleo

nas condições de padrão (superfície). Ou seja, através desse dado é possível saber o volume de

óleo produzido. E consequentemente fazer a previsão de comportamento do reservatório, para

decidir o número de poços ótimos.

2.2. Tipo de Poço

Os poços possuem duas configurações: vertical e horizontal.

Os poços horizontais são feitos pela perfuração direcional, na qual a perfuração do poço

segue uma trajetória angular, enquanto poços verticais são perfurados verticalmente.

Os poços horizontais são perfurados paralelamente às camadas do reservatório na maioria

das vezes, fazendo com que área de contato seja ampliada proporcionalmente ao seu

comprimento. Em reservatórios com grandes espessuras, a melhor opção é a perfuração vertical,

pois atinge uma grande área e drena mais efetivamente o reservatório (SCHAFAELL, 2002). Já

em reservatórios com pequena espessura, a drenagem com poços horizontais é mais atrativa, por

aumentar a área exposta.

Em poços horizontais (comumente definido na literatura como poços direcionais) há vários

problemas como perdas de circulação, influxo de água. Estes podem requerer muitas manobras

que serão facilitadas, pelo rápido revestimento logo após a perfuração dos trechos curvos de

poços horizontais. Muitas situações adversas e imprevisíveis são encontradas durante a

perfuração desses poços. Uma dessas situações, por exemplo, ocorre quando a plataforma perde

posição e fica “ deriva” por alguns instantes. Nesse caso, o BOP deve ser fechado e o riser de

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perfuração desconectado para evitar que se rompa devido ao movimento da plataforma e cause

um kick, ou mesmo um blowout (ROCHA, 2007).

Figura 4– Tipos de Poços.

2.3. Equipamentos Submarinos

O conjunto de equipamentos utilizados para a exploração e produção marítima de petróleo

é conhecido como sistema marítimo de produção e compreende basicamente quatro grupos:

operação de sísmica, operação de perfuração, operação de produção e escoamento de produção.

O conceito do processo de seleção para desenvolvimentos de campos de petróleo em águas

profundas é um passo importante assegurando sucesso do projeto. Como cada campo de petróleo

apresenta desafios específicos, então cada um precisará de equipamentos submarinos adequados

para suas necessidades, ou seja, equipar o poço para produção de óleo ou gás.

O conjunto de intervenções que permite a produção dos poços é chamado de completação.

Esta, por sua vez, possibilita que o reservatório de hidrocarbonetos seja conectado de maneira

segura e controlada a UEP, e consiste na instalação de diversos equipamentos tanto no interior do

poço de petróleo como também no seu exterior. Estes equipamentos são responsáveis pelo

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controle da vazão de fluidos e funções auxiliares como: elevação artificial, aquisição de dados e

controle de produção de areia.

Completação

A completação do sistema marítimo de produção pode ser definida quanto ao

posicionamento da cabeça do poço e ser considerada: seca ou molhada.

O sistema de cabeça do poço quando é posicionado na superfície denomina-se

“completação seca”. Neste caso, o conjunto de válvulas que controla a produção do poço é

simples e de fácil manutenção, assim como o acesso a poço. Este sistema é dependente de

unidades flutuantes de produção com movimentos extremamente reduzidos, de forma a não

comprometer a integridade dos riser que conectam a árvore de natal na superfície à cabeça de

poço no fundo do mar.

Já quando o sistema de cabeça do poço fica posicionado no solo marítimo, denomina-se

este sistema de completação molhada. Este sistema necessita de um conjunto de válvulas para

controle da produção do poço, bem mais sofisticado a Árvore de Natal Molhada (ANM). A

manutenção do equipamento e o acesso ao poço são mais complicados e dispendiosos. Devido às

configurações disponíveis para os risers, a completação molhada permite o emprego de unidades

flutuantes de produção com maiores movimentos, tais como Semi-submers veis e FPSO’s.

A árvore de natal é um equipamento constituído por um conjunto de válvulas, cuja

principal função é permitir o controle do poço de produção ou injeção (Figura 5). Conforme o

tipo de completação usada, a árvore de natal pode ser do tipo molhada ou seca. A molhada é

instalada juntamente com a cabeça do poço no fundo do mar e a seca é instalada no topside na

plataforma.

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Figura 5 – Árvore de Natal Molhada.

Manifold

O manifold é a interface entre os equipamentos submarinos de produção e o sistema de

riser de produção. O manifold funciona como coletor submarino de linhas de fluxo de produção,

linhas de injeção, dutos de transporte e exportação. A base do manifold faz parte do sistema de

poços.

O sistema de manifold é constituído por uma estrutura de aço tubular, que é rigidamente

fixado no fundo do mar, e projetado para uma aplicação específica e não pode ser facilmente

adaptada para outras configurações de desenvolvimento.

Outros fatores que influenciam o design do manifold são a natureza dos hidrocarbonetos

encontrados no reservatório, o número e localização dos poços, a queda de pressão máxima

permitida e a vazão máxima requerida.

Os Manifolds, assim como árvores de natal, podem ser secos ou molhados. Na configuração

“molhado”, ele localiza-se no ambiente marinho, enquanto na configuração “seco”, ele está

localizado na plataforma numa câmara, no interior do qual é mantido à pressão atmosférica.

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Figura 6 – Manifold Submarino.

Riser

O riser é um dos itens mais importantes e complexos em qualquer desenvolvimento de um

campo marítimo, podendo ser flexível ou rígido (Figura 7). A sua definição literal é uma única

tubulação ou uma série de tubulações conectando os equipamentos do leito do marinho para uma

instalação na superfície do mar.

Em geral, o sistema de riser deve ser projetado para ser simples, usar adequadamente os

componentes e ser capaz de suportar condições de tempestades centenárias.

O design do riser é muito dependente das características do campo e os outros elementos

do sistema de produção. Entre os fatores a serem considerados no projeto de elevação são os

seguintes:

Volume e número de fluxos de produção;

Requisitos de recuperação secundária, por exemplo, injeção de água e gás lift;

Capacidade de perfuração / workover do apoio à produção.

Os riser rígidos são constituídos de aço, tendo como principais vantagens: não apresentam

limitações quanto à pressão e à temperatura; operação com equipamentos convencionais para a

instalação e desinstalação; auxiliam na ancoragem de UEPs fixas, quando usados em

completação seca; impacto marginal no projeto da estrutura flutuante; suportam intervenções de

sonda; e custo de investimento menor. Por outro lado, ele possui várias desvantagens: demandam

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desconexão submarina; demandam junta submarina flexível; demandam maior tempo na

operação de instalação e remoção; e, provocam um pré-tensionamento da coluna e do manifold

submarino.

Figura 7 – Riser rígido e flexível, respectivamente.

Ao contrário dos riser rígidos, os riser flexíveis são elementos estruturais de construção

composta, constituídos de materiais metálicos e poliméricos e são constituídos pelos seguintes

componentes: capa externa, tendões helicoidais, reforços, barreira e duto intertravado

(CHAKRABARTI, 1987). O aço garante as propriedades mecânicas do sistema, enquanto o

plástico atribui a de vedação.

2.4. Arranjo dos Poços

Um template submarino é simplesmente uma grande estrutura de aço tubular projetado para

acomodar uma série de conjuntos de cabeça de poço e árvores de natal para os poços, tanto de

produção ou de injeção. O objetivo do template submarino é proporcionar uma base através da

qual os poços submarinos são perfurados; e também espaços e o alinhamento das cabeças de

poços e assim configurar o arranjo de poços.

A classificação do arranjo dos poços submarinos pode ser “agrupado” ou “satélite”. Poços

agrupados são geralmente perfurados através de um template submarino, enquanto poços satélites

podem ser perfurados por sondas de perfuração até 8 km do ponto em que o óleo produzido é

processado.

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O arranjo de poços é satélite quando os poços ficam espalhados no solo marinho a fim de

drenar uma área do reservatório. E o arranjo de poços é agrupado quando os poços ficam no

entorno da UEP.

A instalação de poços satélites é mais dispendiosa devido à distância de perfuração de cada

poço e os equipamentos submarinos terão que ser utilizados individualmente para cada poço,

porém eles abrangem mais pontos de acumulação de óleo do reservatório. Já os poços agrupados

são perfurados em uma única localização, não tendo necessidade da movimentação da sonda de

perfuração, e os equipamentos submarinos utilizados não serão muitos.

A escolha entre o arranjo dos poços agrupados ou satélites ou mesmo a combinação destes

dois conjuntos, são geralmente dadas pelas características do reservatório. O primeiro requisito

de qualquer plano de desenvolvimento é o que assegure a depleção mais eficiente do reservatório.

Poços de agrupados são normalmente perfurados direcionalmente por meio de um template

submarino que pode ou não ser localizado diretamente abaixo do apoio à produção. Se o campo

não pode ser drenado por um sistema agrupado de poços, então um arranjo satélite pode ser

utilizado. Uma limitação de poços satélites é a exigência de que o reservatório deve ser

suficientemente pressionado de modo a assegurar o fluxo entre a árvore de natal e o sistema de

marítimo de produção de petróleo.

2.5. Unidade Estacionária de Produção

Uma UEP de petróleo é uma grande estrutura usada no mar para abrigar os trabalhadores e

as máquinas necessárias para a perfuração de poços e/ou produção de óleo e gás. Dependendo das

circunstâncias, a UEP pode ser fixada ao leito oceânico ou pode consistir de uma estrutura

flutuante.

Existem duas funções principais para as plataformas de petróleo: perfuração e produção. As

do primeiro grupo servem para encontrar o óleo em poços ainda não explorados. Já as

plataformas de produção são as que efetivamente extraem o petróleo localizado no fundo do mar,

levando-o à superfície.

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UEPS Fixas

Ao longo dos últimos 20 anos, duas grandes categorias de plataformas fixas foram

desenvolvidas: o modelo de aço, o qual foi pioneiro no Golfo do México, e o modelo de

gravidade, de material de concreto desenvolvido pela primeira vez no Mar do Norte. Um terceiro

tipo de plataforma fixa, a plataforma com pernas tensionadas, se baseia em cabos firmemente

ancorados para manter sua estrutura flutuante fixa na posição, torre-guia (FEE, 2005).

O número de plataformas marítimas nas baías, golfos e oceanos do mundo atualmente se

aproxima a dez mil.

Jack-up (Plataforma Auto-Elevatória)

É uma plataforma com estrutura de sustentação que se apoia sobre o fundo marinho, mas

que tem altura variável. Essa plataforma possui limites de profundidade, o qual é justamente o

comprimento das pernas de sustentação (SOBENA, 2014).

Jack-up são normalmente utilizados nas operações de perfuração, mas podem ser utilizados

como sistema de produção, no qual o peso de superfície e da profundidade da água são

limitações. Um pré-requisito para a utilização deste tipo de suporte é a adequabilidade das

condições do solo do mar e as penetrações das pernas.

Um exemplo típico de desenvolvimento do campo usando a plataforma Jack-up como

sistema de produção é o campo Espoir, na Costa do Marfim. O desenvolvimento foi realizado

pela Phillips Petroleum e utilizou uma Jack-up de perfuração que foi convertida, o Dan Duke

(FEE, 2005).

O processo de instalação da Jack-up começa pelo seu transporte até o campo de petróleo

por rebocadores, em seguida suas pernas são acionadas por mecanismos hidráulicos até

alcançarem o leito oceânico, e o casco é erguido até a altura máxima de onda do local.

A limitação desta plataforma se deve as condições do leito do mar, já que as pernas irão

penetrar no fundo do mar. Além disso, possui um pequeno espaço de convés, o que impossibilita

a produção de um volume grande de óleo ou gás.

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Figura 8 - Plataforma Jackup.

(<http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=6&n=30857. Acessado em

27/01/2014>).

O descomissionamento da Jack-up não apresenta nenhuma complicação já que ela é uma

embarcação móvel, não possui ancoragem e suas pernas são retiradas facilmente do leito

oceânico.

Jaqueta

A plataforma Jaqueta é uma estrutura de sustentação sobre o solo marinho, cujas pernas são

cravadas por estacas no fundo do mar (SOBENA, 2014), e geralmente são construídas por tubos

de aço.

As Jaquetas são levadas até o local de instalação através de navios de grandes portes. A

instalação da estrutura começa pela sua verticalização, em seguida as estacas são cravadas no

leito oceânico até uma profundidade suficiente que consiga estabilizar a estrutura em relação às

condições ambientais do local. Este tipo de plataforma é projetado para uma determinada locação

onde permanece até o esgotamento da jazida, já que não pode ser transferida para outro campo.

Segundo Ruivo (2001), o descomissionamento da plataforma fixa tipo Jaqueta possui várias

opções, como a remoção completa e a remoção parcial.

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A remoção completa consiste no processo inverso de instalação, sendo limitada pelo

tamanho da estrutura devido à capacidade do navio-guindaste, muitas vezes ocorre da estrutura

ser seccionada através de explosivos. Esse processo é muito dispendioso para as empresas, e

desvantajoso para os pescadores e embarcações, porque acarreta em impactos ambientais devido

à eliminação do habitat artificial criado em torno da base da estrutura.

A remoção parcial para plataformas do tipo Jaqueta é uma opção quando estiverem em

lâmina d’água maiores que 75 metros ou pesarem mais que 10 mil toneladas, segundo IMO

(1989). A plataforma é seccionada no ponto em que a diferença entre a superfície d’água e a

estrutura seja no mínimo de 55 metros. A vantagem neste tipo de remoção se deve ao baixo custo

e a permanência do habitat artificial. Mas a desvantagem é a constante manutenção da estrutura.

Figura 9 – Plataforma Jaqueta.

(<http://www.2b1stconsulting.com/Jaqueta/ acessado em 27/01/2014>).

Torre-Guia

A Torre-Guia é um tipo de estrutura complacente, na qual apresenta uma torre estreita

como uma junta universal, conforme mostrado na Figura 10. Sua estrutura é projeta para lâmina

d’água entre 350 a 750 metros, pois além de ser uma plataforma fixa, ela é mantida estável pelos

cabos-guia que radiam a torre e terminam em âncoras gravitacionais no fundo do mar.

Essa estrutura foi concebida especialmente para campos de águas profundas no Golfo do

México. A torre é suportada por uma fundação empilhada e a sua estabilidade é mantida por uma

série de cabos tensores irradiando a partir da torre de aço e de terminação em âncoras de

gravidade sobre o leito do mar (GRAFF, 1981).

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O processo de descomissionamento é semelhante ao da plataforma Jaqueta.

Figura 10 – Plataforma Torre-Guia.

(<http://www.marcelogustavo.com/apospetromar/apospetro.html acessado em

27/01/2014>).

Plataforma de Gravidade

A Plataforma de Gravidade são estruturas fixas no leito do mar, a qual é construída com

base de concreto e com colunas de aço. Sua instalação se dá por gravidade: primeiro a base é

preenchida por água e, em seguida ela é concretada e afunda devido ao seu peso, e

posteriormente é construída a coluna.

Estas plataformas são utilizadas em lâminas d’água até 150 m, e possuem uma boa área de

convés para a produção.

O descomissionamento desta estrutura é mais complicado do que das outras plataformas,

devido a seu grande peso estrutural. Uma das opções de descomissionamento é a remoção

completa. Para isso deve-se utilizar explosivos para seccionar a estrutura e navios-guindastes de

grande porte para suportar a base de concreto. Outra opção seria o tombamento no local, porém

também haveria necessidade do uso de explosivos, além da grande polêmica ambiental gerada

pela permanência dela no local.

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Figura 11 – Plataforma Gravidade

(<http://www.blogmercante.com/2011/08/1965-primeira-descoberta-de-oleo-no-mar-do-

norte/ acessado em 27/01/2014>).

UEPs Flutuantes

Spar

A plataforma Spar é uma estrutura com o casco em forma de cilindro que fica 90%

submerso, gerando grande estabilidade, principalmente em águas profundas. O casco em forma

de cilindro funciona como se fosse uma boia tendo uma força de empuxo, e para manter o

equilíbrio e contrapor empuxo são utilizados cabos de ancoragem em forma de catenária. Esta

plataforma é utilizada geralmente em regiões isoladas, pois ela possui uma grande capacidade de

armazenamento.

O descomissionamento desta estrutura é difícil devido ao grande comprimento do seu casco

submerso, além dos pontos de ancoragem que se localizam em lâminas d’água profundas. Sua

estrutura só teve um descomissionamento relatado na história, a Brent Spar localizada no Mar do

Norte, sob domínio da empresa Shell, que fez a remoção completa da plataforma, devido à

imposição das ONGs e da sociedade.

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Figura 12 – Plataforma Spar

(<http://www.turbosquid.com/3d-models/3d-max-spar-platform--/589373 acessado em

28/01/2014>).

Semissubmersíveis

A Plataforma Semissubmersível é formada basicamente por flutuadores (pontoons),

colunas e topside, como pode ser visto na Figura 13. Estas plataformas são transportadas para os

locais de operação através de navios rebocadores ou possuem sistema de propulsão própria.

Figura 13 – Plataforma SS.

(<http://maritime-connector.com/wiki/platforms/ acessado em 28/01/2014>).

A instalação dessa plataforma é feita pelo lastreamento dos flutuadores, que irá garantir a

flutuabilidade da estrutura e irá diminuir os movimentos de heave. Para manter a plataforma no

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local é usado o sistema de ancoragem convencional, no qual são amarradas linhas de ancoragem

em torno da plataforma, permitindo que ela resista aos esforços ambientais.

Esse tipo de plataforma faz a completação molhada, com a árvore de natal molhada, devido

aos movimentos de onda aos quais as unidades são submetidas.

As plataformas flutuantes, como a SS e o FPSO, são mais fáceis de descomissionar dos que

as plataformas fi as. A principal desvantagem se deve a profunda lâmina d’água em que se

encontram, dificultando a desconexão das amarrações, linhas de fluxo e risers.

FPSO

O FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading) surgiu a partir da transformação

de petroleiros desativados em navios que tivessem capacidade de explorar em águas profundas.

Essas plataformas são unidades estacionárias flutuantes, que produzem, armazenam e escoam

petróleo e gás.

Nos anos 80, novos campos de petróleo começaram a ser descobertos mais distantes da

costa e com lâmina d’água mais profundas, o que impulsionou o desenvolvimento dos FPSOs. O

casco de um FPSO é projetado para operar por 20 anos. Como essas unidades possuem uma

grande área de convés possibilita que elas tenham uma grande capacidade de estocagem.

O FPSO como unidade flutuante, apresenta limitações em condições ambientais severas,

tendo os movimentos significativos de roll e pitch, e consequentemente o movimento de heave

torna-se mais crítico do que nas SSs. Pelas características de estabilidade do FPSO, ele possui

completação molhada.

O sistema de ancoragem do FPSO pode ser o sistema convencional ou turret. O sistema

convencional é chamado também SPM (Single Point Mooring). Esta amarração se localiza em

um ponto único da plataforma, que também é subdividido em amarração de perna ancorada em

catenária (CALM – Catenary Anchor Leg Mooring) e amarração de perna única ancorada (SALM

– Single Anchor Leg Mooring). E o sistema de amarração turret que consiste na ancoragem em

um único ponto, localizada na proa do navio, sendo que todas as linhas de ancoragem e os risers

são presos no mesmo local, possibilitando a rotação completa do FPSO.

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O descomissionamento do FPSO é mesmo utilizado para a SS.

Figura 14 – Plataforma FPSO com sistema de ancoragem turret.

(<http://www.marinelink.com/news/offshore-advanced-brazil338129.aspx acessado em

11/02/2014>).

TLP - Plataforma de Pernas Atarantadas

São unidades flutuantes de produção muito parecidas com as plataformas SSs. Porém, o

sistema de ancoragem é diferente: as TLPs são ancoradas por estruturas tubulares, com os

tendões fixos no leito oceânico por estacas e mantidos tensionados pelo empuxo da plataforma, o

que reduz severamente os movimentos da mesma.

Como as pernas de ancoragem ficam tensionadas constantemente, os movimentos laterais e

verticais são reduzidos drasticamente. Desta forma, a completação será seca.

O processo de descomissionamento da TLP é diferente das outras plataformas flutuantes,

pois possui um sistema de amarração tracionado que dificulta o descomissionamento e a

instalação da mesma (RUIVO, 2001).

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Figura 15– Plataforma TLP.

(<http://www.isiengenharia.com.br/espaco-do-engenheiro/curiosidades/o-mundo-das-

plataformas-de-petroleo-2 acessado em 28/01/2014>).

2.6. Escoamento e Estocagem de Óleo

O escoamento e estocagem de óleo são feitos de acordo com a necessidade da infraestrutura

do campo de petróleo, capacidade de armazenamento da UEP, e da vazão dos fluidos do

reservatório.

A questão do escoamento se baseia na existência de oleoduto no campo ou na viabilidade

econômica de se construir um. Muitos se encontram há uma longa distância da costa,

inviabilizando o investimento em um oleoduto. Neste caso, a alternativa é o uso de uma UEP

com boa capacidade de armazenamento, ou navio tanque que transportem regularmente a

produção para costa.

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3. FUNDAMENTOS BÁSICOS

Neste capítulo, apresenta-se a definição do Índice de Sensibilidade Ambiental (ISA), os

impactos ambientais encontrados na fase de perfuração e produção do petróleo, e a ferramenta de

análise de risco: matriz de impacto ambiental. Ainda nele será explicado o método dos conjuntos

nebulosos, que possibilita o tratamento de dados incertos, muito frequente na fase planejamento

de sistemas marítimos de petróleo.

3.1. Índice de Sensibilidade Ambiental - Isa

No Brasil, o Índice de Sensibilidade Ambiental (ISA) é chamado Índice de Sensibilidade do

Litoral (ISL), e o mesmo é regido pelo documento elaborado pelo MMA (Ministério do Meio

Ambiente): "Especificações e Normas Técnicas para a Elaboração de Cartas de Sensibilidade

Ambiental para Derramamentos de Óleo”. Esse documento entrou em vigor devido

promulgação da “Lei do Óleo” (BRASIL, Lei Nº 9.966, de 28 de abril de 2000, 2000) no ano de

2000, na qual foram atribuídas responsabilidades ao MMA, como a identificação, localização e

definição dos limites das áreas ecologicamente sens veis com relação “ poluição causada por

lançamento de leo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob urisdição nacional”.

Desta forma o MMA baseou-se nas normas internacionais da Organização Marítima

Internacional (IMO) e da “National Oceanic and Atmospheric Administration” (NOAA) (MMA,

2002).

Aspectos do ISA

O ISA é um indicador que possibilita uma visão integrada da condição ambiental de uma

determinada região. Sua principal característica é a capacidade de relacionar a sensibilidade de

um espaço em relação a um tipo de impacto. O ISA fornece meios para identificar eventuais

mudanças do cenário ambiental de uma área ou região. Estão também inseridas nele as atividades

indústrias da área em questão. É composto de três tipos de informação (NOAA, 1997):

classificação da linha da costa, recursos biológicos e recursos socioeconômicos. Os três tipos de

informações que formam o ISA são dependentes entre si.

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a) A classificação da linha da costa é decida através do tipo de substrato (tamanho do

grão, mobilidade, penetração e trafegabilidade), exposição relativa do ambiente à ação de ondas e

marés, e declividade da linha da costa. O fluxo de energia de marés é importante na determinação

do potencial de impacto sobre os habitats costeiros. As variações de maré (juntamente com a

declividade do perfil topográfico) determinam a largura da zona intermarés, ou seja, a superfície

mais sujeita a ser coberta por óleo no caso de derramamento. A consideração a mais importante é

o potencial para fortes correntes de maré remove o óleo aderido em superfícies e move a areia da

área intermarés, enterrando o óleo. Níveis mais elevados de energia de ondas causam a limpeza

natural e a reconfiguração da linha costeira intermarés; as correntes criadas junto à costa, pela

refração/ reflexão das ondas, podem também afastar o óleo e minimizar os seus efeitos.

Como regra geral, pode-se falar que as correntes de maré aumentam com a amplitude de

maré. O efeito das correntes de maré nas comunidades biológicas tem que ser levado em

considerado. Por exemplo, substratos altamente móveis pelas fortes correntes de maré abrigam

menos organismos do que substratos estáveis. A inclinação do litoral determina a extensão da

zona intermarés. Esta inclinação pode ser caracterizada como alta (maior que 30°), moderada

(entre 30° e 5°) e pequena ou plana (menor que 5°). A importância principal do tipo de inclinação

é o seu efeito na reflexão e quebra das ondas. Litorais muito inclinados levam ao rompimento

abrupto e reflexão das ondas, com elevadas velocidades e refluxo na encosta ou face da praia, e o

tempo de permanência do óleo será, provavelmente mínimo, com rápida limpeza natural da área

atingida. Costas de baixa declividade, como planícies de maré e faixas de mangue, não só estão

sujeitas a níveis de energia mais baixos (tempo de permanência do óleo mais prolongado e menor

ação de limpeza natural), como têm uma superfície intermarés que permite o estabelecimento de

comunidades biológicas como, por exemplo, leitos de mexilhões e comunidades de plantas/ algas,

etc. (NOAA, 1997). O tipo de substrato vai determinar ou afetar alguns parâmetros, como

permeabilidade, mobilidade do sedimento e permanência do óleo, que formam o arcabouço

básico que define os tipos de comunidades bióticas que podem existir num local específico. A

permeabilidade do substrato estabelece uma correlação direta com a infiltração potencial e,

portanto, com a permanência do petróleo; quanto maior for o diâmetro dos sedimentos do

substrato, sua esfericidade e a sua uniformidade, mais profunda será a infiltração do óleo.

Penetrações maiores são esperadas para sedimentos grossos, que são mais uniformes no tamanho

do grão (bem selecionados). Em praias de cascalho, a penetração de mais de um metro pode

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ocorrer no caso de óleos pesados. Praias de areia são também diferenciadas nas categorias do

diâmetro do grão (fina a média, e grossas), que são distintos quanto ao grau de permeabilidade e

potencial de penetração do óleo. Sedimentos lamosos têm a menor permeabilidade e também

tendem a ser saturados de água; consequentemente, a penetração do óleo é muito limitada.

Contudo, onde o substrato é escavado por organismos, as tocas podem proporcionar a penetração

do óleo.

b) Os recursos biológicos incluem: espécies protegidas, ameaçadas, perigos de

extinção, e locais onde ocorrem concentrações ou fases importantes do ciclo de vida das espécies,

como áreas de alimentação, reprodução, berçários, habitat de nidificação e áreas de trânsito/rotas

de migração. A produtividade e sensibilidade biológica dos habitats costeiros devem ser

consideradas quando da classificação da sensibilidade da linha de costa. A geomorfologia é

também determinante para o tipo e a densidade das comunidades biológicas presentes na área. A

diversidade biológica não se encontra igualmente distribuída ao longo dos diversos sistemas

costeiros. Praias arenosas e lodosas constituem, por exemplo, áreas de baixa diversidade,

abrigando organismos especializados, em função da ausência de superfícies disponíveis para

fixação e da limitada oferta de alimentos; costões rochosos encontram-se em posição

intermediária em relação à biodiversidade, enquanto terrenos alagadiços, margens de lagoas

costeiras e rios constituem sistemas férteis, servindo de abrigo e região de criadouro para

numerosas espécies. Os manguezais e marismas, por sua vez, apresentam elevada diversidade

estrutural e funcional, atuando juntamente com os estuários, como exportadores de biomassa para

as áreas adjacentes.

c) E os recursos socioeconômicos incluem: áreas que podem ser prejudicadas por

derramamentos de óleo ou afetadas pelas ações de resposta, incluindo áreas de recreação, lazer e

veraneio no litoral, áreas de pesca e maricultura, áreas sob gerenciamento especial (unidades de

conservação, s tios hist ricos ou culturais), tomadas d‘água para plantas industriais ou de energia,

salinas, portos e terminais, etc.

Classificação do ISA

Para determinar a sensibilidade ao óleo das áreas ecologicamente sensíveis identificadas

para a linha da costa, será utilizada a classificação do MMA (MMA, 2002 e MMA/SQA, 2004),

através do Índice de Sensibilidade Ambiental (ISA). O ISA hierarquiza diversos tipos de

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ecossistemas costeiros em uma escala crescente de 1 a 10 (Tabela 1). Para agrupar essas

categorias foi realizada uma adaptação da escala do MMA, agrupando os dez ISAs em três

categorias (alta, média e baixa).

Tabela 1– Descrição dos tipos de ISA (adaptado de MMA, 2002 e MMA/SQA, 2004).

Categoria ISA Característica

Baixa

1 Costões rochosos lisos, de alta declividade, expostos; falésias em

rochas sedimentares, expostas; estruturas artificiais lisas (paredões

marítimos artificiais) expostas.

2

Costões rochosos lisos, de declividade média a baixa, expostos;

terraços ou substratos de declividade média, expostos (terraço ou

plataforma de abrasão, terraço arenítico exumado bem

consolidado, etc.).

3

Praias dissipativas de areia média a fina, expostas; faixas arenosas

contíguas à praia, não vegetadas, sujeitas à ação de ressacas

(restingas isoladas ou múltiplas, feixes alongados de restingas tipo

long beach); escarpas e taludes íngremes (formações do grupo

Barreiras e tabuleiros litorâneos), expostos; campos de dunas

expostas.

4 Praias de areia grossa; praias intermediárias de areia fina a média,

expostas, praias de areia fina a média, abrigadas.

Média

5 Praias mistas de areia e cascalho, ou conchas e fragmentos de

corais; terraço ou plataforma de abrasão de superfície irregular ou

recoberta de vegetação; recifes areníticos em franja.

6

Praias de cascalho (seixos e calhaus); costa de detritos calcários;

depósitos de tálus; enrocamentos (rip-rap, guia corrente, quebra-

mar) expostos; plataforma ou terraço exumado recoberto por

concreções lateríticas (disformes e porosas).

7 Planície de maré arenosa exposta, terraço de baixa-mar.

Alta

8

Escarpa / encosta de rocha lisa, abrigada; escarpa / encosta de

rocha não lisa, abrigada; escarpa e taludes íngremes de areia,

abrigados; enrocamentos (rip-rap e outras estruturas artificiais não

lisas) abrigados.

9 Planície de maré arenosa / lamosa abrigada e outras áreas úmidas

costeiras não vegetadas; terraço de baixa-mar lamoso abrigado;

recifes areníticos servindo de suporte para colônias de corais.

10

Deltas e barras de rio vegetado; terraços alagadiços, banhados,

brejos, margens de rios e lagoas; brejo salobro ou de água salgada,

com vegetação adaptada ao meio salobro ou salgado; apicum,

marismas; manguezal (mangues frontais e mangues de estuários).

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Assim, são considerados ambientes de baixa sensibilidade ambiental, áreas com presença

de ecossistemas alterados ou modificados com grau de comprometimento alto. Pelo

comprometimento, esses ambientes normalmente apresentam uma rede trófica com menos

componentes do que um ambiente saudável. Por serem ambientes submetidos a condições

extremas, apresentam um número menor de espécies, porém, altamente adapta. Já ambientes de

media ou alta sensibilidade ambiental estão inseridos em áreas de maior suscetibilidade e

relevância em função de sua integridade e potencial de oferta de serviços ambientais (ambiente

com rica biodiversidade ou não) e a fragilidade ambiental imposta pela poluição aos ambientes já

impactados e/ou atingidos por óleo em eventos acidentais (PETROBRAS, 2012).

O ISA é mais bem utilizado para identificar as áreas e recursos sensíveis antes que ocorra

um acidente, de modo que a utilização desse instrumento seja usado como suporte técnico a

atividades socioeconômicas potencialmente poluidoras (BRASIL. Resolução CONAMA nº 237,

de 19 de dezembro de 1997, 1997) e de gestão ambiental (MMA/SQA, 2004; WIECZOREK,

2006).

A experiência internacional demonstra que, além do seu uso no planejamento de con-

tingência e na implementação de ações de resposta a derramamentos de óleo, o ISA tem um

enorme potencial para emprego no planejamento ambiental da zona costeira e marinha,

reforçando os instrumentos políticos e administrativos de ordenamento territorial (ARAÚJO,

2005).

Finalmente, é importante ressaltar que os indicadores de sensibilidade ao derramamento de

óleo são uma decisão tática e estratégica ferramenta de apoio e fonte de informação para auxiliar

o processo de tomada de decisão durante um incidente. No entanto, neste trabalho ele está sendo

utilizado como uma ferramenta para desenvolvimento de sistemas marítimos de produção de

petróleo, tendo a função de prevenção do cenário ambiental para o posterior planejamento da

atividade que será implantada no respectivo local.

3.2. Impactos Ambientais

Para regularizar os impactos ambientais gerados pelas indústrias e atividades, cada país tem

sua própria agência regularizadora, que estabelece definições, responsabilidades, critérios básicos

e diretrizes gerais para a avaliação ambiental em atividades que podem alterar a qualidade do

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meio ambiente como, por exemplo, o desenvolvimento de um campo de petróleo e gás. No

Brasil, a ANP regula as leis ambientais brasileiras relativas ao petróleo com base no CONAMA

(BRASIL. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, 1986).

Considerando a expressiva atividade de exploração e produção de petróleo na costa

brasileira, é importante que também sejam mapeados os principais recursos biológicos na área

“offshore”, principalmente na região entre a plataforma e terna e o talude, assim como as áreas

de pesca industrial.

Tabela 2. Apresenta um sumário dos impactos ambientais e seus respectivos aspectos ambientais

(Adaptado MARIANO, 2007).

Impactos Ambientais Aspectos Ambientais

Interferência com outras

Atividades Antrópicas:

Navegação, Pesca e Turismo.

Decorrência da presença física das instalações de perfuração, produção e

transporte (estabelecimento de zonas de segurança), bem como do tráfego

das embarcações de suporte e de transferência dos hidrocarbonetos.

Degradação da Paisagem –

Poluição Visual

Degradação da paisagem devido à presença das instalações de perfuração e

produção, e das embarcações de transporte. Interferência com outras

atividades antrópicas conflitantes, tais como o turismo. É mais importante no

caso de campos de petróleo situados próximos à costa.

Degradação da Qualidade da

Água – Poluição Hídrica

Degradação da qualidade da água devido ao descarte de efluentes hídricos

durante as operações de rotina; mais relevante durante as etapas de

perfuração e produção.

Degradação da Qualidade do

Ar – Poluição Atmosférica

Degradação da qualidade do ar devido às emissões atmosféricas decorrentes

da operação de rotina das unidades e de equipamentos, além do tráfego das

embarcações; mais relevante durante a etapa de produção. Emissão de gases

acidificantes da atmosfera (NOx, SOx, CO) e de gases de efeito estufa (CO2,

CH4 e VOCs), nas seguintes situações. Operação de embarcações (sísmica,

apoio e transporte); Operação das instalações de produção.

Interferência com a Biota Decorrência de transporte dos hidrocarbonetos através da utilização de

embarcações. Maior importância no caso de regiões de rotas ou habitats de

mamíferos marinhos. Mais importante nas épocas de reprodução (fêmeas

prenhes ou com filhotes), amamentação, acasalamento e nascimento dos

filhotes. Arraste de comunidades de fundo (fauna bêntica).

Interferência com a Biota –

Poluição Luminosa

Iluminação de embarcações; Iluminação de plataformas; Queima de gás

natural em flares.

Interferência com a Biota –

Poluição Sonora

Especialmente devido aos ruídos e vibrações decorrentes de:

construção/operação de unidades de produção; Operação das embarcações

(sísmica, apoio e/ou transporte); Operação das instalações de produção.

Emergências Potenciais –

Risco de Acidentes

Ambientais

Colisão de embarcações de apoio ou de transporte dos hidrocarbonetos

produzidos; BlowOut de poços; Risco de explosões devido ao

armazenamento de petróleo e gás.

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Impactos Ambientais na Perfuração de Poços

As atividades de um sistema marítimo de produção de petróleo começam com a perfuração

de poços. Existe um importante debate internacional relacionado ao uso e descarte de resíduos de

perfuração no oceano. Cada vez mais, essa discussão coloca o importante papel do impacto ao

meio ambiente em termos de atividades offshore de óleo e gás de exploração.

Durante a perfuração, a lama de perfuração circula entre a coluna de perfuração e o

revestimento do poço, e este fluido tem a função de lubrificar a broca. A rocha fraturada do

reservatório retorna com lama de perfuração. O cascalho e fluido de perfuração caracterizam,

neste caso, os resíduos da atividade de perfuração de poços de petróleo. Dois tipos de fluidos de

perfuração são os mais comuns: o a base de óleo e o base d’água. Os fluidos de perfuração base

de água têm um baixo custo em relação à base de óleo, são biodegradáveis e facilmente se

dispersam na coluna de água. E assim à disposição no oceano do fluido a base d’água é

permitida em quase todo o mundo, em conformidade com as diretrizes para as descargas de

efluentes marinhos de cada região (MARIANO; LA ROVERE, 2006). Os fluidos à base de óleo

são amplamente utilizados e comumente aplicados para perfuração de poços offshore, porém a

lama à base de óleo é prejudicial ao meio ambiente quando descartados para o oceano. Aspectos

relacionados com a toxicidade e biodegradação lenta em condições atóxicas do ambiente

subaquático tornam a lama à base de óleo uma solução não recomendável para uso perfuração de

poços.

O conhecimento dos habitats submersos nas áreas de desenvolvimentos de campos de

petróleo é necessário principalmente para bancos de corais e algas calcárias, por serem ambientes

com distintas funções ecológicas, como áreas de criação, reprodução, alimentação, proteção e

produção para diferentes organismos aquáticos. Esta necessidade decorre não só do potencial de

impacto por derramamento de óleo, mas também pelo impacto efetivo da atividade de perfuração

próximo a tais ambientes. Isto se justifica devido à pluma de lama de perfuração gerada no

processo. Durante a perfuração, grande quantidade de lama é lançada na lâmina d’água, sendo

então dispersa por correntes locais, depositando-se no substrato, fazendo com que ocorra redução

(que pode ser irreversível em grandes impactos) dos níveis de biomassa, por soterramento e/ou

diminuição da transparência da água.

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Em torno do processo de perfuração existem as decisões do número de poços e arranjo dos

poços. Em áreas com alta sensibilidade ambiental, o fundo do mar tem uma rica biodiversidade

da biota marinha e nessas áreas. Se muitos poços forem perfurados, o impacto incidente sobre a

biota será grande. Considerando a mesma área com a disposição do arranjo dos poços satélite, as

linhas de fluxo que ligam os poços terão grandes extensões e serão um grande risco a essa área.

Isto principalmente devido aos impactos causados por sua instalação e a possibilidade de

derramamento de óleo.

Efeitos do Derramamento de Óleo

Os efeitos causados pela presença de óleo nas comunidades biológicas variam em função

das características ambientais da área, quantidade e tipo de óleo derramado, sua

biodisponibilidade, a capacidade dos organismos acumularem e metabolizarem diversos tipos de

hidrocarbonetos e sua influência nos processos metabólicos. Apesar do ambiente marinho não

oferecer substratos suscetíveis à contaminação por óleo como os ecossistemas costeiros, este é

uma região de exploração de recursos pesqueiros e rota de migração de aves, quelônios e

mamíferos marinhos. Portanto, os impactos de um derramamento de óleo nesse

ambiente estão associados, principalmente, ao contato do óleo com esses grupos de organismos e

com o impedimento da atividade pesqueira (MMA/SQA, 2004).

Assim como em todos os ecossistemas marinhos, os efeitos resultantes de um

derramamento de óleo podem acarretar em danos aos organismos, devido à elevada sensibilidade

dos invertebrados e vegetais bentônicos (BISHOP, 1983) e ainda pelo fato de terem nenhuma ou

reduzida capacidade de locomoção. É importante destacar que alguns componentes do petróleo

podem ser bioacumulados por organismos bentônicos. Um consenso em relação à bioacumulação

é que organismos contaminados (grande parte dos moluscos, como por exemplo, os mexilhões)

podem ser consumidos por organismos de níveis tróficos superiores. Outra forma de impacto

sobre os organismos bentônicos é através de emulsificação e adsorção pelo particulado em

suspensão, e posterior sedimentação do óleo. Em relação às espécies bentônicas existentes

próximas aos poços de produção ou perfuração, a vulnerabilidade será alta, uma vez que a

probabilidade de presença de óleo nesses locais é alta.

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O impacto da presença de óleo sobre o plâncton é causado, principalmente,

pela formação de uma película de hidrocarbonetos na superfície da água. Essa película reduz as

trocas gasosas com a atmosfera e, por conseguinte, a fotossíntese e a produtividade primária.

Em ambiente oceânico, a dinâmica local aliada ao fato da maior fração do óleo permanecer

na superfície, faz com que não haja grande mortandade entre esses espécimes (tanto peixes

adultos como juvenis). Já em ambientes costeiros a persistência do óleo no sedimento pode gerar

a contaminação dos peixes devido à ingestão de bentos (IPIECA, 2000).

Os mamíferos marinhos são atingidos muitas vezes por estarem presentes nas áreas em que

os campos de petróleo serão desenvolvidos, pois tais regiões serão utilizadas como rotas de

migração por esses animais. Em relação aos impactos sobre esse grupo, o óleo adere pouco à pele

lisa, porém, podem ocorrer irritações na pele e nos olhos, interferências

na capacidade natatória, entre outras disfunções, caracterizando uma imunodepressão. O principal

fator de impacto causado por óleo é a intoxicação pela alimentação através da contaminação na

cadeia alimentar (LEIGHTON, 2000).

Em relação aos quelônios marinhos (tartarugas marinhas principalmente), segundo Hall et

al. (1983),as pesquisas sobre o vazamento Ixtoc I no Golfo do México (1979), observaram que a

exposição destes animais ao óleo pode ocasionar diminuição de massa corporal,

talvez por descontrolar a atividade de alimentação. Assim, em condições de fraqueza, estes

animais poderiam sucumbir a outros fatores externos ou a alguns elementos tóxicos do próprio

óleo.

As aves marinhas e costeiras, assim como os demais organismos que vivem

nas camadas superficiais do mar, são especialmente vulneráveis a vazamentos

de óleo (LEIGHTON, 2000). Os principais efeitos do óleo sobre as aves são causados devido ao

contato físico direto, que acarreta em perda da impermeabilidade das penas (impedindo

que esta volte a voar). Esse contato com a camada superficial da água ocorre, em

alguns casos, durante a captura de suas presas. Além disso, pode haver a

ingestão de óleo ou de alimento contaminado principalmente durante a tentativa

de se limpar.

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Impactos Ambientais no Desenvolvimento do Campo de Petróleo

Instalação e comissionamento de uma UEP causam impactos ambientais devido à presença

física, à atividade de dragagem, à pré- varredura, à perturbação do fundo do mar e às emissões

atmosféricas resultantes da geração de energia.

O armazenamento e escoamento de petróleo afetam o meio ambiente, visto que há

probabilidade de colisão de navios e o alto impacto na construção de gasodutos. Assim, em áreas

com alto nível de sensibilidade ambiental é necessário analisar o ambiente para uma melhor

alternativa de escoamento.

3.3. Análise de Risco: Matriz de Impacto Ambiental

Com a aprovação da Resolução CONAMA 001/86, foi instituído as definições, as

responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da

Avaliação de Impacto Ambiental em atividades que alterem a qualidade do meio ambiente. A

Avaliação de Impactos Ambientais consiste, basicamente, na configuração de um impacto

causado por uma determinada ação ou atividade no ambiente. A indústria petrolífera é uma

atividade que se enquadra como uma atividade que altera a qualidade do ambiente.

Para facilitar o processo de avaliação de impactos ambientais utiliza-se a técnica de Matriz

de Impactos, baseada nos riscos externos e imediatos ao projeto, que supõe ser capaz de atribuir o

grau de impacto de um determinado risco identificado, auxiliando em tomadas de decisão sobre o

andamento do projeto. A Matriz de Impacto Ambiental é um método subjetivo de identificação

de riscos. Esse método serve para a identificação de riscos do projeto, baseados em

conhecimentos e experiências de indivíduos, especialistas em projetos ou envolvidos no projeto

(SANTOS, 2007).

3.4. Metodologia de Avaliação de Impactos e Riscos Ambientais

A metodologia proposta utiliza o conceito de riscos ambientais sob a forma qualitativa, que

estima o grau da Consequência e da Probabilidade de Ocorrência do impacto ambiental, e ao

mesmo tempo sobre a forma quantitativa, que associa uma pontuação a cada atributo, a partir da

utilização de critérios previamente estabelecidos.

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Tabela 3. Critérios Gerais para as Medidas Qualitativas das Consequências dos Impactos e Riscos

Ambientais. (Adaptado de MARIANO, 2007; PATIN, 1999).

Nível Valor Características

Insignificante 1

Nenhum impacto OU mudança ecológica localizada e

temporária na homeostase local, recuperável no curto

prazo. Os eventos provavelmente não serão mensuráveis

ou notados.

Menor 2

Mudança ecológica localizada e temporária na

homeostase local. Impactos de curto prazo na

variabilidade local de espécies não ameaçadas. As

mudanças provocadas pelos eventos estarão dentro da

variabilidade natural, mas serão potencialmente

detectáveis.

Moderado 3

Alteração/Perturbação de um componente de um

ecossistema, sem efeito sobre a sustentabilidade OU

impactos de longo prazo na homeostase de espécies não

ameaçadas. Eventos ecológicos significativos (por

exemplo, mortandade de peixes e crescimento excessivo

de algas). Possível contribuição para efeitos

cumulativos e sinérgicos. Possível, mas improvável,

efeito sobre a saúde humana.

Maior 4

Dano ecológico amplo. Mudança no status de uma ou

mais espécies ameaçadas OU provável perda de

sustentabilidade de habitats ou formações únicas.

Possíveis efeitos transfronteiriços.

Contribuição moderada para efeitos cumulativos e

sinérgicos. Possível efeito sobre a saúde humana.

Catastrófico 5

Extinção de uma ou mais espécies. Danos irreversíveis,

ou com pouca chance de recuperação, a habitats ou

formações únicas e/ou protegidos.

Grande contribuição para efeitos cumulativos e

sinérgicos.

Grandes efeitos transfronteiriços.

Provável efeito sobre a saúde humana.

Para determinação da Consequência de Probabilidade de Ocorrência foi utilizado uma

escala de pontuação para um nível semi-quantitativo de análise. Com a finalidade de classificar as

consequências dos impactos e dos riscos sobre os diferentes aspectos ambientais já considerados.

Sendo está escala apresentada na Tabela 3, e adaptada do trabalho de Mariano (2007) e Patin

(1999).

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A Consequência é classificada como: insignificante quando os eventos provavelmente não

serão mensuráveis ou notados; menor quando as mudanças provocadas pelos eventos estarão

dentro da variabilidade natural, mas serão potencialmente detectáveis; moderado porque

alteração de um componente de um ecossistema, sem efeito sobre a sustentabilidade; maior

quando dano ecológico amplo; e catastrófico, quando há danos irreversíveis.

A Probabilidade de Ocorrência de um impacto é classificada como: raro quando o evento

ocorre apenas em circunstâncias excepcionais; improvável quando o evento ocorre muito poucas

vezes na indústria; possível quando o evento ocorre frequentemente na vida da indústria; provável

quando o evento ocorre muitas vezes na indústria; e quase certo quando o evento tem de

possibilidade de ocorrência.

O risco ambiental pode ser definido como a probabilidade do impacto ambiental ocorrer. A

“Análise de Risco tem por finalidade diagnosticar, avaliar e gerenciar o risco imposto ao meio

ambiente e ao homem, visando à prevenção da ocorrência de grandes acidentes” (CETESB,

2003).

Então, após a determinação dos atributos Consequência e Probabilidade de Ocorrência do

Evento, a partir dos critérios previamente estabelecidos, o nível de risco do impacto será

calculado a partir da multiplicação da pontuação obtida para a Consequência e para a

Probabilidade de Ocorrência, ou seja:

Risco Ambiental = Consequência X Probabilidade de Ocorrência

Ao se estabelecerem níveis comparativos de riscos para os impactos, torna-se possível

ordená-los. Para tanto, foram estabelecidas quatro categorias distintas de classificação, cruzando-

se numa única matriz, a Probabilidade de Ocorrência e a Consequência do Evento e, desta forma,

obtendo-se uma Matriz de Impactos. Em seguida pode-se apresentar a estimativa do risco das

consequências associadas a uma dada probabilidade de ocorrência, através da Matriz de

Impactos.

Matrizes de Avaliação dos Impactos e dos Riscos ambientais

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Para a apresentação dos riscos ambientais estimados, foi criada uma Matriz de Impactos e

Riscos Ambientais, cuja análise fornece uma abordagem sistemática e estruturada de apoio à

decisão.

A matriz de impacto ambiental foi elaborada com base nos tipos de atividades envolvidas

no desenvolvimento de sistema marítimo de produção e elementos do meio ambiente afetados.

As atividades utilizadas consideradas foram Instalação, Comissionamento da Plataforma,

Desenvolvimento, Produção e Descomissionamento. A partir da seleção das operações, elas são

inseridas na coluna de Tipo de Atividades.

Os elementos do meio ambiente são os fatores do meio, no qual estão sendo avaliados os

impactos ambientais, que são: ar, água, sedimentos, plânctons, comunidades bentônicas, peixes,

pescadores, mamíferos marinhos, aves e turismo. De forma que os elementos do meio ambiente

considerados são os principais receptores ambientais das atividades operacionais do petróleo.

Eles estão inseridos na linha referente aos Elementos do Meio Ambiente.

A fim de valorar a os impactos ou riscos ambientais causados pelo atividades envolvendo o

petróleo, calcula-se o risco ambiental pela multiplicação da consequência e da probabilidade de

ocorrência a frequência referente à atividade em análise. E obtém-se o valor semi-qualitativo do

valor do impacto ambiental, como pode ser visto na Figura 16.

Figura 16 – Exemplo da aplicação da Matriz de Impacto Ambiental

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No exemplo da Figura 16 utilizou-se o tipo de atividade Posicionamento da Plataforma, e

elemento do meio ambiente Comunidades Bentônicas para a instalação de uma plataforma de

gravidade. Avaliando a consequência da atividade, pode-se perceber que ao se instalar a

plataforma de gravidade, extermina-se toda a comunidade bentônica do leito oceânico, obtendo

uma consequência maior (4), e quanto à probabilidade de ocorrência é um fato que irá ocorrer,

obtendo uma frequência de quase certo (5). Como resultado desta valoração de impacto, temos o

número 20, que é considerado o valor risco da análise efetuada acima.

Com a finalidade de obter uma medida global de todas as atividades de uma UEP em

relação aos elementos do meio ambiente, primeiro soma-se de todos os ricos de um tipo de

atividade obtém se o indicador parcial. A partir de então, somando-se todos os indicadores

parciais obtém-se o indicador total referente a uma determinada UEP. Podendo assim comparar

as várias configurações de um sistema de produção marítimo e obter a melhor resposta para um

dado cenário de produção.

3.5. Fundamentos da Teoria dos Conjuntos Nebulosos

Nos itens anteriores foram descritos os componentes dos sistemas marítimos de produção

de petróleo, e os parâmetros envolvidos na avaliação e seleção dos mesmos foram apresentados.

O presente item apresenta brevemente alguns conceitos da teoria dos conjuntos nebulosos. A

utilização destes conceitos permite que seja organizada a base de conhecimentos para a

elaboração do modelo do sistema de seleção do sistema marítimo de produção de petróleo.

Conjuntos Nebulosos

As aplicações dos chamados sistemas inteligentes na área de controle, automação e

otimização de processos, abrangem uma serie de técnicas como os sistemas especialistas, os

sistemas baseados na lógica nebulosa ou difusa, as redes neurais e os algoritmos genéticos.

Diferentemente da teoria clássica dos conjuntos, as variáveis estudadas em conjuntos

nebulosos não são numéricos, mas sim linguísticas, ou seja, são variáveis expressas em ternos de

palavras ou expressões de fala (BEZERRA, 2002).

A teoria dos conjuntos nebulosos tem sido cada vez mais utilizada em sistemas que utilizam

informações fornecidas por seres humanos para automatizar procedimentos quaisquer, como por

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exemplo, no controle de processos, no auxilio a decisões, etc. A utilização da teoria em um

contexto lógico, como o de sistemas baseados em conhecimento, é conhecida como lógica

nebulosa.

A lógica nebulosa é uma extensão da lógica booleana que admite valores lógicos

intermediários entre o falso (0) e o verdadeiro (1); por exemplo, o valor médio 'talvez' (0,5). Para

tratar das informações imprecisas, foi desenvolvida a teoria dos conjuntos nebulosos por Zadeh

(1965). Esta teoria trata do aspecto vago da informação, através de uma generalização da teoria

clássica dos conjuntos.

Os conjuntos nebuloso podem ser definidos com um conjunto de pares ordenados:

(3.1)

Onde A é o conjunto nebuloso, é o elemento, é função de pertinência e é o

universo de discurso.

Dentro do estudo dos Conjuntos Nebulosos é bastante utilizada uma ferramenta conhecida

como variável linguística. Essas variáveis não possuem números como valores, mas termos ou

sentenças de uma linguagem natural ou artificial.

Uma variável linguística é definida por uma quíntupla:

),,),(,( aGUxTx (3.2)

Onde, x é o nome da variável linguística, )(xT é o conjunto de termos de x , U é universo

de discurso da variável linguística x , G é gramática para gerar os nomes dos termos linguísticos,

e a é a função pertinência que atribui significado ao termo x do conjunto )(xT variando de 0 a

1.

Como exemplo pode ser citado a variável linguística com rótulo de x = área do reservatório,

com conjunto de termos ,

e (Figura 17).

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Figura 17 – Variável Linguística da Área do Reservatório (Franco, 2003).

O raciocínio nebuloso também conhecido como raciocínio aproximado pode ser dividido

em cinco etapas. No primeiro passo, para cada valor de entrada associamos uma função de

pertinência, que permite obter o grau de verdade da proposição. Determinar o grau de pertinência

de cada conjunto (proposição) e limitar o valor da entrada entre 0 e 1. O segundo passo é aplicar

os operadores fuzzy, assim como os operadores da lógica nítida. Os operadores usados na lógica

fuzzy são E e OU, correspondentes às operações.

Na lógica nebulosa são utilizados para definir o grau máximo e mínimo de pertinência do

conjunto. O terceiro passo é aplicar o operador de implicação, usado para definir o peso no

resultado e remodelar a função, ou seja, o terceiro consiste em criar a hipótese de implicação. No

quarto passo ocorre a combinação de todas as saídas em um único conjunto fuzzy. O quinto e

último passo no processo do raciocínio fuzzy, é a ‘defuzzyficação’ que consiste em retornar os

valores, obter um valor numérico dentro da faixa estipulado pelos conjuntos nebulosos.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 20 40 60 80 100 120 140

Per

tin

ênci

a

Área na Direção Horizontal (Km²)

Área do Reservatório

Pequena Média Grande

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Modelo do Sistema de Seleção

Em geral, um sistema é organizado em módulos estruturados, que promovem as análises

necessárias para verificação dos parâmetros desejados. Nesse sistema há as entradas, na quais são

modeladas através de conjuntos nebulosos e seus respectivos domínios. A base de regras, nesta

etapa as variáveis e suas respectivas classificações linguísticas são catalogadas e modeladas

através de suas respectivas funções de pertinência, ou seja, é a fase em que se acessa o banco de

regras estabelecidas, e verificam-se quais as regras que se aplicam aos conjuntos que foram

fuzzificados na entrada (CARVALHO, 1999).

A máquina de inferência transforma cada preposição do sistema matematicamente por meio

das técnicas do conjunto nebulosos. Em seguida é realizada a composição das regras que foram

selecionadas pelo processo de inferência, obtendo assim o conjunto de saída.

Neste trabalho é utilizado o método de inferência de Mamdani, no qual é baseado na regra

de inferência Max-Min. Uma regra da base de regras fuzzy é definida pelo produto cartesiano

fuzzy dos conjuntos nebulosos que compõe o antecedente e o consequente da regra. O método de

Mamdani agrega as regras através do operador lógico OU, que é modelado t-conorma (máximo)

e, em cada regra, o operador lógico E é modelado pela t-norma (mínimo) (SANTOS 2010).

E por último a fase de defuzzificação, na qual a cada entrada, o módulo de inferência

produz uma saída. O método de defuzzificação utilizado neste trabalho foi o Centro de

Gravidade, ele é semelhante à média ponderada para distribuição de dados, com a diferença que

os pesos são valores que indicam o grau de compatibilidade do valor modelado com o conceito

modelado pelo conjunto nebuloso. O centro de gravidade dá a média das áreas de todas as figuras

que representam os graus de pertinência dos conjuntos nebulosos.

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4. METODOLOGIA PARA SELEÇÃO DO SISTEMA

MARÍTIMO

Em trabalhos anteriores sobre o desenvolvimento de sistemas marítimos de produção

foram majortitarimaente descutidos os aspectos econômicos (MOROOKA; GALEANO, 1999;

MOROOKA; CASTRO, 2002; DEZEN; MOROOKA, 2003; MOROOKA; CARVALHO, 2011).

E também os indicarores técnológicos, como em Franco (2003) que apresenta uma metodologia

para o desenvolvimento de um sistema marítimo de produção de petróleo com base em aspectos

técnicos, utilizando a ferramenta de conjuntos nebulosos para apoiar um sistema inteligente, tanto

para seleção quanto para decisão da melhor alternativa de sistema marítimo de produção.

A metodologia proposta segue um procedimento semelhante à avaliação dos impactos

ambientais através da utilização do ISA da área a ser desenvolvida. O uso da matriz de impacto

para a escolha da melhor UEP e a incorporação da sistemática ambiental no processo de seleção

do sistema marítimo de produção, de forma preponderante perante aos indicadores técnicos e

tecnólogicos.

O fluxograma metodológico é apresentação através na Figura 18, o qual abrange as

seguintes etapas: revisão bibliográfica dos impactos ambientais nas fases de desenvolvimento de

um sistema marítimo; definição e elaboração dos parâmetros para seleção dos sistemas

marítimos; definição dos conjuntos nebulosos relacionados aos termos linguísticos; elaboração

das regras de inferência; dados de entrada; fuzzificação; máquina de inferência; defuzzificação;

análise da configuração do sistema marítimo de produção selecionado; e comparação entre o

sistema de seleção proposto neste trabalho com o de Franco (2003).

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Figura 18 – Fluxograma Metodológico

4.1. Metodologia

O primeiro processo desenvolvido, se trata da classificação do campo de petróleo em

termos ambientais, através do indicador ISA, como ilustrado a Figura 19.

Figura 19– Classificação do ISA

ISA

Baixo Médio

m

Alto

Revisão bibliográfica

dos impactos

ambientais

Parâmetros para

seleção dos sistemas

marítimos

Elaboração das

regras de inferência Definição dos

conjuntos nebulosos

Dados de Entrada

Volume de Reserva (m³)

Vazão por Poço (m³/d)

Área do Reservatório (Km²)

Profundidade do Reservatório (m)

Lâmina D’água

Distância da Costa

ISA

Condições Ambientais

Existência de Infraestrutura

Fuzzificação

Máquina de Inferência

Defuzzificação

Simulador

Saída de Dados

Número de Poços

Tipo de Poço

Arranjo dos Poços

UEP

Escoamento e Estocagem de Óleo

Análise da

configuração do

sistema selecionado

Comparação entre os

sistemas: ambiental e

tecnológico

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Logo após a decisão do ISA da área a ser desenvolvida, é iniciado o desenvolvimento das

fases de um sistema marítimo de produção de petróleo. As fases começam pela definição do

número de poços, do tipo de poço, do arranjo do layout dos poços, tipo da UEP, e no tipo de

estocagem e escoamento petróleo (modificado de FRANCO, 2003). A sequência das fases segue

a ordem ilustrada na Figura 20, na qual é possível observar a dependência da fase seguinte do

resultado obtido na fase anterior.

Figura 20- Fases de Desenvolvimento de um Sistema de Produção de Petróleo.

Fase I – Número de Poços e Tipo de Poço

O número de poços, assim como sua localização, depende da natureza e do tamanho do

reservatório. As informações como volume de reserva, vida útil do campo e vazão diária por

poço são essenciais para determinar o número de poços (ROSA et al, 2006).

De acordo com a classificação do volume de reserva do reservatório (seca, muito pequena,

pequena, moderada e grande), vazão diária por poço (baixa, média e alta) e vida útil do campo

(em torno de 25 anos) pode se determinar o número de poços através da técnica de declínio

exponencial.

A técnica de declínio exponencial consiste na realização de ajuste histórico e/ou previsão

de comportamento do reservatório (ROSA et al, 2006). Trata-se de um método simplificado que

é realizado especialmente quando não há dados suficientes para realização de outros métodos

Desenvolvimento de um Sistema

Marítimo de Produção

Número

de Poços

Tipo de

Poço

Arranjo de

Poços

UEP

Estocagem e

Escoamento de

Óleo

Fase I Fase II Fase III

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analíticos. Neste trabalho será estudado o declínio exponencial com taxa constante. Neste

método, a taxa de declínio de produção do poço é constante, conforme a Equação 4.1.

(4.1)

Sendo é a taxa de declínio inicial, a vazão diária por poço e o volume de óleo in

place.

E o tempo em anos que esse reservatório vai produzir é dado pela Equação 4.2.

(4.2)

Sendo é o tempo e é a vazão de abandono.

Sabendo-se a quantidade que reservatório irá produzir, se torna possível analisar a

quantidade de poços que serão necessários para o desenvolvimento do campo de petróleo. A

partir do tempo esperado de produção do reservatório conjuntamente com o indicador ISA da

área é possível decidir o número de poços que serão responsáveis pela explotação do campo

petrolífero.

Na Fase I é feito o processo de seleção de número de poços. É estabelecido o número de

poços com base no volume das reservas de petróleo e gás, a vazão diária por poço e o ISA da

área, de acordo com Figura 21.

Em áreas com ISA alto, o número de poços deve ser baixo, devido à vulnerabilidade da

região, independentemente do volume da reserva e da vazão por poço. Já com ISA médio, o

número de poços será médio, se o volume do reserva e vazão por poço forem altos, ou será baixo

se o volume de reserva e a vazão por poço forem baixos. E se o ISA for baixo, o número de poços

se dará pelos indicadores técnicos e tecnológicos (FRANCO, 2003).

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Figura 21 - Determinações do Número de Poços e do Tipo de Poço (Fase I)

Ainda na Fase I, ocorre a seleção do tipo de geometria dos poços, que podem ser verticais

ou horizontais (FRANCO, 2003). A seleção é baseada pelo número de poços, os quais foram

definidos no passo anterior, plea área do reservatório, pela profundidade do reservatório e pelo

ISA do campo.

Caso o ISA da área seja alto, não serão selecionados poços d tipo horizontal, devido a

perfuração exigir um grande ângulo de inclinação na trajetória, o que implicana utilização de um

fluido de perfuração à base de óleo, o qual causa danos para o meio ambiente.

Caso sejamédio o número de poços então o tipo de poço será vertical, ou, se o número de

poços é baixo, o tipo de poço será horizontal.

Fase II – Arranjo dos Poços

Na Figura 22, ilustra-se o fluxograma da Fase II, o qual incia pela definição do arranjo dos

poços. O arranjo poderá ser do tipo satélite ou do tipo de poços agrupados. O arranjo do tipo

satélite é caracterizado por os poços de drenagem e injeção se encontrarem isolados no leito

oceânico, já que o arranjo de poços agrupados é caracterizado pelos poços possuírem pouca

distância um entre si.

Fase I

Número de Poços

Reservas Vazão por Poço ISA

Área do

Reservatório

Profundidade

do Reservatório

Número

de Poços ISA

Tipo de Poço

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Como parâmentros para a selecção do arranjo de poços, é necessário: a área do reservatório,

a profundidade do reservatório, o número de poços, o tipo de poço e o ISA.

Em grandes áreas de reservatório é necessário que a localização dos poços sejam afastadas

entre si, para ampliar a área a ser drenada. Para reservatórios com grandes profundidades é

normalmente utilizado perfuração direcional, de modo que mais de um ponto do reservatório será

alcançando com poços horizontais, tendo como melhor alternativa o arranjo dos poços agrupado.

(FRANCO, 2003). Em reservatórios arealmente pequenos, menos poços serão perfurados, sendo

vantajoso o arranjo de poços agrupado.. Em áreas onde ISA é alto, o arranjo de poços será

agrupado porque permite o agrupamento de vários poços em um único local, a fim de minimizar

os impactos ambientais, devido a redução da área de pertubação que reduz a área de perturbação.

Figura 22 - Determinação do Arranjo dos Poços (Fase II).

Fase II - UEP

Para a seleção da UEP foi construída uma matriz de impacto com base nas atividades

envolvidas na instalação de plataforma, da fase operacional e do desmantelamento da UEP, além

dos elementos do ambiente.

Para apresentação dos impactos estimados a partir do ambiente, foi criada uma matriz de

impactos do meio ambiente, cuja análise fornece uma abordagem sistemática e estruturada de

apoio à decisão para cada UEP (Figura 23).

Fase II

Área do

Reservatório

Profundidade

do

Reservatório

Número

de Poços

Arranjo dos Poços

Tipo de

Poço ISA

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Figura 23 – Diagrama de Causa e Efeito de uma UEP

Considerando os principais parâmetros para o desenvolvimento de um sistema marítimo de

produção de petróleo, as atividades que serão avaliadas na presente metodologia (seguirão os

parâmetros de Mariano (2007), sendo os quais:

- Instalação de Plataforma: tráfego de navios, preparo do solo, o posicionamento plataforma

e amarração do sistema;

- Fase Operacional: presença física da plataforma, a captação de água do mar, as emissões

atmosféricas, descarte de esgoto, disposição de resíduos sólidos, escoamento da água de

produção, derramamentos de petróleo e de tráfego de navios de apoio;

- Descomissionamento: remoção da estrutura, abandono e condicionamento dos poços,

descarte de esgoto, vazamento de óleo, emissões atmosféricas e descarte de resíduos sólidos.

Observando as atividades enumeradas acima, nota-se uma lista de elementos do meio

ambiente que estão envolvidos nas atividades analisadas, como as elucidadas por Patin (1999),

que são: ar, água, sedimentos, plâncton, as comunidades bentônicas, peixes, atividade de pesca,

aves, mamíferos marinhos e turismo.

Os possíveis impactos ao meio ambiente de um sistema marítimo de produção de petróleo

são: interferência antrópica na navegação, na pesca e no turismo; degradação da qualidade da

água, da paisagem e da qualidade do ar; emergências potenciais, tais como risco ambiental de

acidentes, interferências na biota, como a poluição luminosa e a poluição sonora.

Instalação da

Plataforma

Fase

Operacional

Descomissionamento

Impacto ao

Meio

Ambiente

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A matriz de impacto do meio ambiente foi desenvolvida com base nos tipos de atividades

envolvidas no desenvolvimento do sistema marítimo de produção de petróleo e os elementos do

meio ambiente. As atividades consideradas neste trabalho entram na primeira coluna e os

elementos do meio ambiente são inseridos na linha dos receptores do meio ambiente (Figura 24).

Ar

Ág

ua

Sed

imen

tos

Plâ

nct

on

Com

unid

ade

Ben

tônic

a

Pei

xes

Pes

cadore

s

Pás

saro

s

Mam

ifér

os

Tu

rism

o

Instalação da Plataforma +

Fase Operacional +

Descomissionamento +

Matriz de Impacto de cada Componente

Tipo de Atividade

Elementos do Meio Ambiente

Indicador

Parcial

Indicador

Total:

Figura 24 – Matriz de Impacto Genérica para uma UEP.

A estimativa da probabilidade de ocorrência do impacto é obtida através da multiplicação

da consequência e a frequência de ocorrência para cada atividade, o que pode ser montado em

diferentes gamas de quantidades para os extremos, como ilustrada na Figura 25.

O cálculo da probabilidade de ocorrência de um impacto é feito para todas as atividades

relacionadas, levando em conta cada um dos elementos do meio ambiente, e em seguida é

realizada a soma de cada probabilidade de ocorrência para se obter o índice parcial para cada tipo

atividade.

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Figura 25 - Procedimento de Estimativa da Probabilidade de Ocorrência de um Impacto do Meio

Ambiente (MARIANO, 2007).

Cada UEP tem uma característica particular que influencia na construção de sua matriz de

impacto. Existem plataformas fixas que são apoiadas no fundo do mar e as plataformas flutuantes

que são uma estrutura complacente posicionada pelo sistema de ancoragem.

A plataforma do tipo Jaqueta é uma estrutura metálica instalada com estacas cravadas no

leito marinho, indicando que a mesma gera alterações no fundo oceânico, devido a necessidade

da utilização de dragagem. Além do posicionamento requerer cuidados especiais como ter um

posicionamento muito preciso. Uma vez instalada, a plataforma do tipo Jaqueta não pode ser

removida para outro local. Como a plataforma é fixada no local, o seu descomissionamento é

difícil, pois há a necessidade de um navio guia, com uma alta capacidade para erguer a estrutura.

Posteriormente, a plataforma será seccionada em várias partes. Alguns impactos ambientais

causados por essa estrutura podem ser enumerados, como: a eliminação do habitat artificial

criado em torno da base da estrutura, e mortes de peixes devido ao uso de explosivos para o corte

da estrutura, entre outras. A matriz de impacto da plataforma Jaqueta é apresentada na Figura 26.

A Torre-Guia é uma estrutura do tipo complacente e a torre é suportada por uma armação

de treliças e é mantida estável por uma série de cabos-guias que irradiam em torno da torre e

terminam em âncoras de gravidade no fundo do mar. Em outras palavras, esta plataforma causa

X

= Probabilidade de Ocorrência de um Impacto

Frequencia de Ocorrência do Impacto

Consequência de Ocorrência de um Impacto

Insignificante

1

Menor

2

Catastrófico

5

Moderado

3

Maior

4

Baixo

1-4

Moderado

5-8

Alto

9-14

Extremo

15-25

Raro

1

Improvável

2

Certo

5

Possível

3

Provável

4

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impacto ambiental através da dragagem, já que é fixa, além da ancoragem dos cabos-guias e o

descomissionamento, o qual é semelhante à plataforma do tipo jaqueta. A matriz de impacto da

plataforma Torre-Guia é apresentada na Figura 27.

Jack-up ou unidade auto-elevatória é um tipo de plataforma móvel que consiste de um

casco de flutuação equipado com um número de pernas móveis que são fixos no leito marinho.

Estas plataformas geram poucos impactos no fundo do mar em relação a outras plataformas, e

não há problema com descomissionamento, uma vez que é móvel. A matriz de impacto da

plataforma Jack-up é apresentada na Figura 28.

A Torre-Gravidade é uma plataforma fixa e suas fundações são construídas de cimento que

aumentam o peso da plataforma, consequentemente a sua instalação precisa de várias de barcaças

para o transporte até o campo de petróleo. O descomissionamento exige o uso de explosivos e

navios com capacidade de suportar seu peso. A matriz de impacto da plataforma Torre-Gravidade

é apresentada na Figura 29.

As unidades Spar são projetadas sobre o conceito de uma grande estrutura submersa como

se fosse uma boia com a finalidade de armazenamento. Uma vez transportada para o local, os

tanques de lastro são preenchidos, para começar a verticalização do casco da plataforma.

Subsequente, é iniciada a instalação do sistema de ancoragem. O número de navios para carregar

a Spar é grande, além do sistema de amarração, aumentando o número de impactos gerados. O

descomissionamento e a desconexão da estrutura flutuante e dos pontos de ancoragem são muito

complexos devido à dimensão da estrutura em torno de 225 metros de casco. A matriz de impacto

da plataforma Spar é apresentada na Figura 30.

As plataformas Semissubmersáveis são caracterizadas por serem lastreadas no local, e a

estrutura possui uma boa estabilidade devido a sua pequena estrutura. Plataformas do tipo SSs

têm baixos movimentos, consequentemente, a segurança desta plataforma é alta, com um menor

número de acidentes registrados se comparadas com outras plataformas móveis. A matriz de

impacto da plataforma SS é apresentada na Figura 31.

O FPSO tem uma grande capacidade de lâmina d'água, o seu deslocamento é rápido, devido

esta plataforma móvel possuir alta propulsão, além de ter grande capacidade de armazenamento.

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O sistema de ancoragem do navio tem mais linhas de ancoragem do que SS, devido aos seus

movimentos mais elevados. Este tipo de embarcação tem um maior número de acidentes, em

especial, aos atribuídos a tempos severos e as colisões de navios (HSE, 2003). A matriz de

impacto da plataforma FPSO é apresentada na Figura 32.

Instalação e desmantelamento de SS e FPSO são semelhantes. Elas são instaladas por meio

de sistema de ancoragem e o descomissionamento destas plataformas é mais fácil do que as do

tipo fixo. A principal dificuldade no processo de descomissionamento dessas unidades se trata da

desconexão de todas as amarrações, linhas de fluxo e risers, uma vez que eles estão situados em

águas mais profundas.

A TLP tem um casco semelhante de SS, mas os tendões da TLP são ancorados por estacas

de aço fixas no mar. Através da flutuação do casco os cabos são puxados, reduzindo o

movimento heave da plataforma. Embora a TLP seja uma plataforma do tipo flutuante, a TLP

tem um processo diferente de descomissionamento, porque tem um sistema de ancoragem

tensionada que dificulta o descomissionamento. A matriz de impacto da plataforma TLP é

apresentada na Figura 33.

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Ar Água Sedimentos PlânctosComunidade

BênticaPeixes Pescadores Aves

Mamíferos

MarinhosTurismo

-

Tráfego de Navios 2 4 0 4 2 2 6 2 2 6 30

Preparação do Solo 2 5 15 4 10 4 6 0 4 6 56

Posicionamento da Plataforma 4 6 15 4 10 4 10 0 4 10 67

Ancoragem 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

-

Presença Física da Plataforma 0 0 12 + + + 15 9 4 15 55

Captação da Água do Mar 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 4

Emissões Atmosféricas 15 10 0 5 5 5 4 5 5 4 58

Descarte de Esgoto 0 5 8 4 4 4 8 4 4 8 49

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 55

Descarte da Água de Produção 0 15 12 12 12 12 6 12 12 6 99

Derramamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Tráfego de Navios Suporte 4 4 0 4 2 4 6 2 2 6 34

-

Tráfego de Navios 2 6 0 4 2 2 6 2 2 6 32

Remoção da Estrutura 4 6 8 6 12 8 6 2 6 0 58

Abandono dos Poços 0 8 4 4 12 12 2 2 15 2 61

Descarte de Esgoto 1 5 8 4 4 4 8 4 4 8 50

Vazamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Emissões Atmosféricas 6 3 0 1 1 1 3 3 1 3 22

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 3 8 1 1 2 1 1 1 3 26

960

Matriz de Impacto da Plataforma Jaqueta

Indicador

Parcial

Indicador Total:

Instalação da Plataforma

Fase Operacional

Descomissionamento

Tipo de Atividade

Elementos do Meio Ambiente

Figura 26 – Matriz de Impacto da Plataforma Jaqueta.

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Ar Água Sedimentos PlânctosComunidade

BênticaPeixes Pescadores Aves

Mamíferos

MarinhosTurismo

-

Tráfego de Navios 2 4 0 4 2 2 6 2 2 6 30

Preparação do Solo 2 5 10 4 10 4 6 0 4 6 51

Posicionamento da Plataforma 4 6 15 4 10 4 10 0 4 10 67

Ancoragem 0 4 6 2 8 2 8 2 2 0 34

-

Presença Física da Plataforma 0 0 12 + + + 15 9 4 15 55

Captação da Água do Mar 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 4

Emissões Atmosféricas 15 10 0 5 5 5 4 5 5 4 58

Descarte de Esgoto 0 5 8 4 4 4 8 4 4 8 49

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 55

Descarte da Água de Produção 0 15 12 12 12 12 6 12 12 6 99

Derramamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Tráfego de Navios Suporte 2 2 0 4 2 2 6 2 2 6 28

-

Tráfego de Navios 2 4 0 4 2 2 6 2 2 6 30

Remoção da Estrutura 4 6 10 6 8 6 6 2 6 0 54

Abandono dos Poços 0 8 4 4 12 12 2 2 15 2 61

Descarte de Esgoto 1 5 8 4 4 4 8 4 4 8 50

Vazamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Emissões Atmosféricas 6 3 0 1 1 1 3 3 1 3 22

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 3 5 1 1 2 1 1 1 3 23

974

Matriz de Impacto da Plataforma Torre-Guia

Indicador

Parcial

Indicador Total:

Instalação da Plataforma

Fase Operacional

Descomissionamento

Tipo de Atividade

Elementos do Meio Ambiente

Figura 27 – Matriz de Impacto da Plataforma Torre-Guia.

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Ar Água Sedimentos PlânctosComunidade

BênticaPeixes Pescadores Aves

Mamíferos

MarinhosTurismo

-

Tráfego de Navios 2 2 0 4 2 2 6 2 2 6 28

Preparação do Solo 2 4 10 4 6 2 6 0 4 6 44

Posicionamento da Plataforma 2 4 10 4 8 2 10 0 4 10 54

Ancoragem 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

-

Presença Física da Plataforma 0 0 10 + + + 15 9 4 15 53

Captação da Água do Mar 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 4

Emissões Atmosféricas 15 10 0 5 5 5 4 5 5 4 58

Descarte de Esgoto 0 5 8 4 4 4 8 4 4 8 49

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 55

Descarte da Água de Produção 0 15 12 12 12 12 6 12 12 6 99

Derramamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Tráfego de Navios Suporte 4 4 0 4 2 4 6 2 2 6 34

-

Tráfego de Navios 2 2 0 0 2 2 0 2 2 0 12

Remoção da Estrutura 4 4 6 4 10 6 4 2 4 0 44

Abandono dos Poços 0 8 4 4 12 12 2 2 15 2 61

Descarte de Esgoto 1 5 8 4 4 4 8 4 4 8 50

Vazamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Emissões Atmosféricas 4 3 0 1 1 1 3 3 1 3 20

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 3 5 1 1 2 1 1 1 3 23

892

Matriz de Impacto da Plataforma Jackup

Indicador

Parcial

Indicador Total:

Instalação da Plataforma

Fase Operacional

Descomissionamento

Tipo de Atividade

Elementos do Meio Ambiente

Figura 28 – Matriz de Impacto da Plataforma Jackup

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59

Ar Água Sedimentos PlânctosComunidade

BênticaPeixes Pescadores Aves

Mamíferos

MarinhosTurismo

-

Tráfego de Navios 6 8 0 4 2 2 6 2 2 6 38

Preparação do Solo 4 8 20 4 20 6 6 0 6 6 80

Posicionamento da Plataforma 6 8 20 4 20 4 10 0 4 10 86

Ancoragem 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

-

Presença Física da Plataforma 0 0 16 + + + 20 0 8 20 64

Captação da Água do Mar 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 4

Emissões Atmosféricas 15 10 0 5 5 5 4 5 5 4 58

Descarte de Esgoto 0 5 8 4 4 4 8 4 4 8 49

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 55

Descarte da Água de Produção 0 15 12 12 12 12 6 12 12 6 99

Derramamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Tráfego de Navios Suporte 2 2 0 4 2 2 6 2 2 6 28

-

Tráfego de Navios 4 10 0 4 2 2 6 2 2 6 38

Remoção da Estrutura 4 8 12 8 10 8 10 2 8 0 70

Abandono dos Poços 0 8 4 4 12 12 2 2 15 2 61

Descarte de Esgoto 1 5 8 4 4 4 8 4 4 8 50

Vazamento de Óleo 0 16 0 16 16 16 15 12 16 15 122

Emissões Atmosféricas 8 3 0 1 1 1 3 3 1 3 24

Disposição dos Resíduos Sólidos 6 3 12 1 1 3 1 1 1 3 32

1060

Descomissionamento

Indicador Total:

Matriz de Impacto da Plataforma de Gravidade

Tipo de Atividade

Elementos do Meio AmbienteIndicador

Parcial

Instalação da Plataforma

Fase Operacional

Figura 29 – Matriz de Impacto da Plataforma Gravidade.

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60

Ar Água Sedimentos PlânctosComunidade

BênticaPeixes Pescadores Aves

Mamíferos

MarinhosTurismo

-

Tráfego de Navios 2 4 0 4 2 2 6 2 2 6 30

Preparação do Solo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Posicionamento da Plataforma 6 4 0 4 2 4 8 2 4 8 42

Ancoragem 0 8 12 2 12 2 10 2 2 0 50

-

Presença Física da Plataforma 0 0 12 + + + 15 9 4 15 55

Captação da Água do Mar 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 4

Emissões Atmosféricas 15 10 0 5 5 5 4 5 5 4 58

Descarte de Esgoto 0 5 8 4 4 4 8 4 4 8 49

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 55

Descarte da Água de Produção 0 15 12 12 12 12 6 12 12 6 99

Derramamento de Óleo 0 16 0 15 15 15 15 12 15 15 118

Tráfego de Navios Suporte 1 2 0 1 0 1 3 1 1 3 13

-

Tráfego de Navios 4 8 0 4 2 2 6 2 2 6 36

Remoção da Estrutura 4 6 15 8 8 8 6 6 6 0 67

Abandono dos Poços 0 8 4 4 12 12 2 2 15 2 61

Descarte de Esgoto 1 5 8 4 4 4 8 4 4 8 50

Vazamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Emissões Atmosféricas 8 3 0 1 1 1 3 3 1 3 24

Disposição dos Resíduos Sólidos 6 3 12 1 1 3 1 1 1 3 32

945

Matriz de Impacto da Plataforma Spar

Indicador

Parcial

Indicador Total:

Instalação da Plataforma

Fase Operacional

Descomissionamento

Tipo de Atividade

Elementos do Meio Ambiente

Figura 30 – Matriz de Impacto da Plataforma Spar

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61

Ar Água Sedimentos PlânctosComunidade

BênticaPeixes Pescadores Aves

Mamíferos

MarinhosTurismo

-

Tráfego de Navios 2 4 0 4 2 2 6 2 2 6 30

Preparação do Solo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Posicionamento da Plataforma 6 4 0 2 0 2 6 2 2 6 30

Ancoragem 0 8 12 2 12 2 10 2 2 0 50

-

Presença Física da Plataforma 0 0 12 + + + 15 9 4 15 55

Captação da Água do Mar 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 4

Emissões Atmosféricas 15 10 0 5 5 5 4 5 5 4 58

Descarte de Esgoto 0 5 8 4 4 4 8 4 4 8 49

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 55

Descarte da Água de Produção 0 15 12 12 12 12 6 12 12 6 99

Derramamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Tráfego de Navios Suporte 4 4 0 4 2 4 6 2 2 6 34

-

Tráfego de Navios 2 2 0 2 2 2 4 2 2 4 22

Remoção da Estrutura 4 4 6 4 6 4 4 2 4 0 38

Abandono dos Poços 0 8 4 4 12 12 2 2 15 2 61

Descarte de Esgoto 1 5 8 4 4 4 8 4 4 8 50

Vazamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Emissões Atmosféricas 6 3 0 1 1 1 3 3 1 3 22

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 3 8 1 1 2 1 1 1 3 26

887

Matriz de Impacto da Plataforma Semi-Submerssível

Indicador

Parcial

Indicador Total:

Instalação da Plataforma

Fase Operacional

Descomissionamento

Tipo de Atividade

Elementos do Meio Ambiente

Figura 31 – Matriz de Impacto da Plataforma SS.

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62

Ar Água Sedimentos PlânctosComunidade

BênticaPeixes Pescadores Aves

Mamíferos

MarinhosTurismo

-

Tráfego de Navios 2 4 0 4 2 2 6 2 2 6 30

Preparação do Solo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Posicionamento da Plataforma 6 4 0 2 0 2 6 2 2 6 30

Ancoragem 0 8 16 2 16 2 15 2 4 0 65

-

Presença Física da Plataforma 0 0 12 + + + 15 9 4 15 55

Captação da Água do Mar 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 4

Emissões Atmosféricas 15 10 0 5 5 5 4 5 5 4 58

Descarte de Esgoto 0 5 8 4 4 4 8 4 4 8 49

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 55

Descarte da Água de Produção 0 15 12 12 12 12 6 12 12 6 99

Derramamento de Óleo 0 16 0 15 15 15 15 12 15 15 118

Tráfego de Navios Suporte 3 3 0 3 2 3 6 2 2 6 30

-

Tráfego de Navios 2 2 0 2 2 2 4 2 2 4 22

Remoção da Estrutura 4 4 8 6 8 6 4 2 4 0 46

Abandono dos Poços 0 8 4 4 12 12 2 2 15 2 61

Descarte de Esgoto 1 5 8 4 4 4 8 4 4 8 50

Vazamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Emissões Atmosféricas 8 3 0 1 1 1 3 3 1 3 24

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 3 8 1 1 2 1 1 1 3 26

924Indicador Total:

Matriz de Impacto do FPSO

Indicador

Parcial

Instalação da Plataforma

Fase Operacional

Descomissionamento

Tipo de Atividade

Elementos do Meio Ambiente

Figura 32 – Matriz de Impacto da Plataforma FPSO.

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63

Ar Água Sedimentos PlânctosComunidade

BênticaPeixes Pescadores Aves

Mamíferos

MarinhosTurismo

-

Tráfego de Navios 2 4 0 4 2 2 6 2 2 6 30

Preparação do Solo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Posicionamento da Plataforma 6 4 0 2 0 2 6 2 2 6 30

Ancoragem 0 8 16 2 16 2 15 2 4 0 65

-

Presença Física da Plataforma 0 0 12 + + + 15 9 4 15 55

Captação da Água do Mar 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 4

Emissões Atmosféricas 15 10 0 5 5 5 4 5 5 4 58

Descarte de Esgoto 0 5 8 4 4 4 8 4 4 8 49

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 5 5 5 5 5 5 5 5 10 55

Descarte da Água de Produção 0 15 12 12 12 12 6 12 12 6 99

Derramamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Tráfego de Navios Suporte 4 4 0 4 2 4 6 2 2 6 34

-

Tráfego de Navios 2 2 0 2 2 2 4 2 2 4 22

Remoção da Estrutura 4 4 6 4 6 4 4 2 4 0 38

Abandono dos Poços 0 8 4 4 12 12 2 2 15 2 61

Descarte de Esgoto 1 5 8 4 4 4 8 4 4 8 50

Vazamento de Óleo 0 12 0 12 12 12 15 12 12 15 102

Emissões Atmosféricas 6 3 0 1 1 1 3 3 1 3 22

Disposição dos Resíduos Sólidos 5 3 8 1 1 2 1 1 1 3 26

902

Matriz de Impacto da Plataforma TLP

Indicador

Parcial

Indicador Total:

Instalação da Plataforma

Fase Operacional

Descomissionamento

Tipo de Atividade

Elementos do Meio Ambiente

Figura 33 – Matriz de Impacto da Plataforma TLP.

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64

A soma de todos os índices parciais para as atividades na matriz impacto resultará no índice

total, que representa no geral o quanto o sistema marítimo de produção de petróleo irá afetar o

meio ambiente, como pode ser visto na Figura 34.

Figura 34 - Indicador Total de Meio Ambiente da UEPs.

De acordo com o resulto do Indicador Total de Meio Ambiente obtido pela matriz de

impacto ambiental para UEP, pode se classificar as plataformas (Tabela 4). As plataformas que

obtiveram um alto indicador total de meio ambiente, como é o caso da Plataforma de Gravidade,

Torre-Guia e Jaqueta, se enquadram no ISA baixo, logo essas causam grande impacto ambiental

e devem ser instaladas em áreas com baixa sensibilidade ambiental. Já as plataformas que

atingiram um valor médio do indicador total de meio ambiente, assim como Spar e FPSO, devem

ser alocadas em áreas com ISA médio. E enfim as plataformas que alcançaram um baixo valor de

indicador total de meio ambiente, como a TLP, Jack-up e SS, condizem com o ISA alto, pois

impactam menos o ambiente nos quais serão instaladas.

A segunda parte da Fase II é a seleção de UEP. Vários parâmetros são considerados: a

profundidade da água, o arranjo de poços, as condições ambientais, o número de poços, a vazão

diária por poço e o ISA (Figura 35).

800

900

1000

1100

Indicador Total de Meio Ambiente

Alto

Médio

Baixo

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65

Tabela 4. Distribuição da UEPs de acordo com o ISA e a lamina d’água.

ISA

Lâmina D’Água

Rasa Média Profunda Ultra-

Profunda

Baixo

Jackup,

Jaqueta, SS,

FPSO,

Gravidade.

Jackup,

Jaqueta,

SS, FPSO,

Torre-Guia,

TLP.

SS,

FPSO,

Torre-

Guia,

TLP,

Spar.

SS, FPSO,

Torre-Guia,

TLP, Spar.

Médio

Jackup,

Jaqueta, SS,

FPSO.

Jackup,

Jaqueta,

SS, FPSO,

TLP.

SS,

FPSO,

TLP,

Spar.

SS, FPSO,

TLP, Spar.

Alto Jackup, SS.

Jackup, SS,

TLP. SS, TLP. SS, TLP.

Figura 35 – Determinação da UEP.

A lâmina da água é a distância entre o fundo do mar até superfície. Esse parâmetro é

importante porque cada tipo de UEP tem restrições de aplicação de acordo com a lâmina da água.

Por exemplo, a plataforma fixa como a Jaqueta, Jackup, Plataforma Gravidade e Torre-Guia, são

fixadas diretamente no fundo do mar e geralmente são viáveis até cerca de 100 metros

profundidade. A plataforma flutuante como o Spar, TLP, FPSO e SS podem ser operadas até

cerca de 2500 metros, com novas tecnologias para o sistema de amarração. Cada tipo de UEP tem

um arranjo de poços particular, por exemplo, a TLP e a Jaqueta funcionam apenas com o arranjo

de poços agrupado.

Arranjo dos

Poços

Lâmina

D’Água

Número

de Poços ISA

UEP

Condições

Ambientais

Vazão

por Poço

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66

Condições ambientais serão determinadas pela amplitude das ondas e a velocidade do

vento, que produzem os movimentos verticais e horizontais nas plataformas. As condições

ambientais são divididas de acordo com a escala Beaufort: calma, moderada ou severa. As

condições ambientais influenciam na seleção, porque em condições severas como no Mar do

Norte é comum o uso de plataformas fixas que suportam os movimentos, ao contrário do Brasil

que tem as condições ambientais de calma até moderada. Cada tipo de plataforma tem uma

capacidade limitada para processamento de óleo, que limita o número de poços.

A vazão por poço vai determinar a escolha da UEP pela capacidade de processamento de

óleo. De acordo com o ISA da área, o UEP será diferente. Se a área tem um ISA alto, de modo

que as UEP utilizadas são SS, Jackup e TLP, se o ISA é médio, consequentemente, as UEPs

utilizadas são SS, Jackup, TLP, Jaqueta, Spar e FPSO, e se o ISA é baixo, as UEPs utilizadas são

SS, Jackup, TLP, Jaqueta, Torre -Guia, Plataforma Gravidade, Spar e FPSO.

Fase III - Escoamento e Estocagem de Produção

A fase III é a última fase do processo de seleção de um sistema marítimo de produção de

petróleo, que envolve a decisão do armazenamento e do tipo de escoamento de óleo e gás

produzido, o que irá depender de fatores como distância da costa, capacidade de armazenamento

UEP, o tipo de UEP e existência ou não de infraestrutura (Figura 36).

Figura 36 - Determinação da Estocagem e do Escoamento de Óleo (Fase III).

Existem três tipos de armazenamento e escoamento de óleo e gás produzidos: oleoduto,

UEP com capacidade de armazenamento e tráfego de navio aliviador para escoar, e UEP sem

capacidade de armazenamento com um navio de armazenamento permanente e mais um navio

Fase III

Existência de

Infraestrutura

Vazão

Diária

Distância

da Costa

Estocagem e Escoamento de Óleo

UEP Número de

Poços ISA

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67

aliviador a escoar. A existência de uma infra-estrutura próxima da UEP facilitará o escoamento

de óleo pelo oleoduto, ou quando a produção de um campo é alta pode ser viável a construção de

um oleoduto, se o ISA da área não for elevada. Se a distância da costa para o campo é muito

grande, o escoamento por navio aliviador poderia ser a melhor opção.

4.2. Sistema de Seleção

O sistema de seleção foi criado no Programa MATLAB 7.0. A figura 37 mostra a interface

do programa com os parâmetros de entrada nas janelas amarelas e as saídas nas janelas azuis,

utilizando o método Mamdani de máquina de inferência e o método de centro de gravidade na

desfuzzificação. E a figura 38 mostra a fuzzificação das entradas, as regras de inferência e a

desfuzzyficação dos dados.

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68

Figura 37 - Arquitetura do Sistema de Seleção utilizado para auxiliar a escolha de um

Sistema Marítimo de Produção.

Entrada

Volume de Reserva (m³)

Vazão por Poço (m³/d)

Área do Reservatório (Km²)

Profundidade do Reservatório (m)

Lâmina D’água

Distância da Costa

ISA

Condições Ambientais

Existência de Infraestrutura

BASE DE

DADOS

Máquina de

Inferência

Defuzzificação

Número de Poços

Tipo de Poço

Arranjo dos Poços

UEP

Escoamento e Estocagem de Óleo

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69

Figura 38 – Janela do Sistema de Seleção no Programa MATLAB 7.0.

Figura 39 – Janela de Saída do Sistema de Seleção no Programa MATLAB 7.0.

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70

Conjuntos Nebulosos

Os conjuntos nebulosos que estão inseridos dentro do Sistema de Seleção que possuem

valores numéricos (área de reservatório, profundidade do reservatório, número de poços, vazão

diária por poço, lâmina d’água, distância da costa e volume de reserva) estão definidos nas

figuras 40 a 46.

Figura 40 – Variável Linguística de Reservas (Lima, 2003).

Figura 41 – Variável Linguística de Vazão (Franco, 2003).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Per

tin

ênci

a

Reservas (MM BARRIS)

Reservas - Volume Recuperável

Seca Muito Pequena ModeradaPequena Grande

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000

Per

tin

ênci

a

Produção/Poço (m³/d)

Vazão Diária por Poço

Baixa Média Alta

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71

Figura 42 – Variável Lingu stica de Lâmina D’água (Franco, 2003).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 20 40 60 80 100 120 140

Perti

nên

cia

Área na Direção Horizontal (Km²)

Área do Reservatório

Pequena Média Grande

Figura 43 – Variável Linguística da Área do Reservatório (Franco, 2003).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 200 400 600 800 1000 1200

Per

tin

ênci

a

Lâmina d'água (m)

Lâmina d'água

Rasa Média Profunda Ultra-Profunda

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72

Figura 44 – Variável Linguística de Profundidade do Reservatório (Franco, 2003).

Figura 45 – Variável Linguística de Distância da Costa (Franco, 2003).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

Per

tin

ênci

a

Profundidade Vertical (m)

Profundidade do Reservatório

Raso Médio Profundo

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 40 80 120 160 200 240 280

Per

tin

ênci

a

Distância (Km)

Distância da Costa

Pequena Média Grande

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73

Figura 46 – Variável Linguística Número de Poços (Franco, 2003).

Os valores dos parâmetros ISA, condições ambientais, e existência de infraestrutura

próxima ao campo são expressos em um conceito linguístico determinístico e não precisam de

conjuntos nebulosos para os representarem. Então:

- ISA pode ser: baixo, médio ou alto.

- as condições ambientais pode ser consideradas como: amena, moderada ou severa.

- a existência de infraestrutura pode ser: sim ou não.

E os parâmetros que são resultantes das fases anteriores que serão usados para as fases

posteriores são determinados como:

- tipo de poço pode ser: vertical ou horizontal.

- arranjo dos poços pode ser: satélite ou agrupado.

- UEP pode ser definida como: jaqueta, jackup, plataforma de gravidade, torre-guia, Spar,

TLP, SS e FPSO.

- Estocagem e escomamento de óleo pode ser definido: oleoduto, UEP com capacidade de

armazenamento e tráfego de navio aliviador para escoar, e UEP sem capacidade de

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 10 20 30 40 50

Per

tin

ênci

a

Número de Poços

Número de Poços

Baixo Médio Alto

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74

armazenamento com um navio de armazenamento permanente e mais um navio aliviador a

escoar.

Base de Conhecimento

A base de conhecimento neste presente trabalho foi desenvolvida através do conhecimento

especialista e de algumas variáveis linguísticas obtidas do trabalho de Franco (2003).

O conhecimento especialista desse Sistema de Seleção foi apresentado em forma de regras

que serão ilustradas em formas de tabelas 5 a 16. O s mbolo “X” significa que este parâmetro

pode assumir qualquer termo linguístico dentro da sua variável linguística. Por exemplo, a

e pressão “se ‘Reservas é Pequena’ e ‘Vazão por Poço é Média’ e ‘ISA é Médio’ então ‘Número

de Poços é Bai o” é uma regra nebulosa que está representada na tabela 5.

Tabela 5 - Fase I - Número de Poços.

Número de Poços Reserva Vazão/Poço ISA

Baixo

Seca e Muito Pequena X X

Pequena Média ou Alta Média ou Baixa

Moderada ou Grande Alta Média ou Baixa

X X Alta

Médio

Pequena Baixa Média ou Baixa

Moderada ou Grande Média ou Baixa Média

Moderada Baixa Média

Grande Média Baixa

Muito Grande X Média

Muito Grande Alta Baixa

Alto Moderada ou Grande Baixa Baixa

Muito Grande Média ou Baixa Baixa

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75

Tabela 6– Fase I - Tipo de Poço.

Tipo de Poço ISA

5. Á

r

e

a

d

o

R

e

s

e

r

v

a

t

ó

r

i

o

6. P

r

o

f

u

n

d

i

d

a

d

e

d

o

R

e

s

e

r

v

a

t

ó

r

i

o

7. N

ú

m

e

r

o

d

e

P

o

ç

o

s

Vertical

Alta X X Baixo

Média X X Baixo ou Médio

Baixa Grande Rasa X

Baixa Grande Média Baixo ou Médio

Baixa Pequena ou Média Rasa X

Média Média Média ou Profunda Médio

Baixa Pequena Média Alto

Alta Pequena Profunda Médio

Horizontal

Baixa Grande Média ou Profunda Alto

Média Pequena ou Média Média ou Profunda Baixo

Baixa Pequena ou Média Média ou Profunda X

Tabela 7 – Fase II – Arranjo de Poços.

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76

Arranjo de

Poços ISA

Área do

Reservatóri

o

Profundidade do

Reservatório

Número de

Poços

Tipo de

Poço

Satélite

Média Grande Rasa Baixo Vertical

Baixa Grande Rasa X Vertical

Média Grande Média Baixo ou Médio Vertical

Baixa Grande Média Baixo ou Médio Vertical

Baixa Grande Média ou Profunda Alto Horizontal

Média Grande Profunda Baixo ou Médio Vertical

Baixa Grande Profunda Baixo ou Médio Vertical

Média Média Rasa Baixo ou Médio Vertical

Baixa Média Rasa X Vertical

Baixa Média Média ou Profunda Alto Horizontal

Baixa Pequena Rasa Médio ou Alto Vertical

Baixa Pequena Média Médio Horizontal

Baixa Pequena Média Alto Vertical

Baixa Pequena Profunda Alto Horizontal

Agrupado

Alta X X Baixo Vertical

Média Média Média Baixo Horizontal

Baixa Média Média Baixo ou Médio Horizontal

Média Média Profunda Baixo Horizontal

Baixa Média Profunda Baixo Horizontal

Baixa Média Profunda Médio Horizontal

Baixa ou Média Pequena Rasa Baixo Vertical

Média Pequena Média ou Profunda Baixo Horizontal

Baixa Pequena Média Baixo Horizontal

Baixa Pequena Profunda Baixo ou Médio Horizontal

Tabela 8 – Fase II – UEP: Jackup.

UEP ISA Lâmina

D'água

Arranjo

dos Poços

Condições

Ambientais

Número de

Poços

Vazão por

Poço

Jackup

Alto Rasa Agrupado Amena ou Moderada Baixo Baixa

Alto Rasa Agrupado Moderada Baixo X

Médio Rasa X Amena Baixo Baixa

Médio Rasa Agrupado Moderada Baixo Alta

Médio Rasa Agrupado Moderada ou Severa Médio Alta

Médio Rasa Satélite Amena Médio Baixa

Médio Rasa Satélite Moderada Baixo ou Médio Baixa ou Média

Médio Rasa Satélite Severa Baixo Baixa

Médio Rasa Satélite Severa Médio X

Médio Média Satélite Amena Baixo Média

Médio Média Satélite Amena Médio Baixa ou Média

Médio Média Satélite Moderada ou Severa Baixo ou Médio Baixa ou Média

Baixo Rasa X Amena Baixo Baixa

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77

Baixo Rasa Agrupado Severa Médio Alta

Baixo Rasa Satélite Amena Médio Baixa

Baixo Rasa Satélite Moderada Baixo ou Médio Baixa ou Média

Baixo Rasa Satélite Severa Baixo ou Alto Baixa

Baixo Rasa Satélite Severa Médio X

Baixo Rasa Satélite Severa Alto Alta

Baixo Média Satélite Amena Baixo Média

Baixo Média Satélite Amena Médio Baixa ou Média

Baixo Média Satélite Moderada ou Severa Baixo ou Médio Baixa ou Média

Tabela 9 – Fase II – UEP: Gravidade.

UEP ISA Lâmina

D'água

Arranjo dos

Poços

Condições

Ambientais

Número de

Poços

Vazão por

Poço

Gravidade

Baixo Rasa Agrupado Moderada Baixo ou Médio Alta

Baixo Rasa Agrupado Moderada Alto X

Baixo Rasa Agrupado Severa Alto Baixa

Baixo Média Agrupado Moderada Baixo ou Médio Alta

Baixo Média Agrupado Moderada Alto X

Tabela 10 – Fase II – UEP:Jaqueta.

UEP ISA Lâmina

D'água

Arranjo dos

Poços

Condições

Ambientais

Número de

Poços

Vazão por

Poço

Jaqueta

Médio Rasa Agrupado Amena Médio Baixa

Médio Rasa Agrupado Moderada ou

Severa

Baixo ou

Médio

Baixa ou

Média

Médio Média Agrupado Amena Baixo Média

Médio Média Agrupado Amena Médio Baixa

Médio Média Agrupado Moderada ou

Severa

Baixo ou

Médio

Baixa ou

Média

Baixo Rasa Agrupado Amena Médio Baixa

Baixo Rasa Agrupado Moderada ou

Severa

Baixo ou

Médio

Baixa ou

Média

Baixo Rasa Agrupado Severa Alto Média

Baixo Média Agrupado Amena Baixo Média

Baixo Média Agrupado Amena Médio ou Baixa

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78

Alto

Baixo Média Agrupado Moderada ou

Severa

Baixo ou

Médio

Baixa ou

Média

Tabela 11 – Fase II – UEP: Torre-Guia.

UEP ISA Lâmina

D'água

Arranjo dos

Poços

Condições

Ambientais

Número de

Poços

Vazão por

Poço

Torre-

Guia

Baixa Média ou

Profunda Agrupado Amena Médio Média

Baixa Profunda Agrupado Moderada Baixo ou

Médio

Baixa ou

Média

Baixa Profunda Agrupado Moderada ou

Severa Alto

Baixa ou

Média

Baixa Ultra-

Profunda Satélite Moderada

Baixo ou

Médio

Baixa ou

Média

Baixa Ultra-

Profunda Satélite

Moderada ou

Severa Alto Baixa

Tabela 12 – Fase II – UEP: Spar.

UEP ISA Lâmina

D'água

Arranjo dos

Poços

Condições

Ambientais

Número de

Poços

Vazão por

Poço

Spar

Médio Profunda Agrupado Severa Baixo ou Médio X

Médio Ultra-Profunda Agrupado Amena Baixo Baixa

Médio Ultra-Profunda Agrupado Amena Médio Média

Médio Ultra-Profunda Agrupado Moderada Baixo ou Médio X

Médio Ultra-Profunda Agrupado Severa Médio Média

Médio Ultra-Profunda Satélite Amena Baixo Baixa ou Média

Médio Ultra-Profunda Satélite Amena Baixo Alta

Médio Ultra-Profunda Satélite Amena Médio Média

Médio Ultra-Profunda Satélite Moderada Baixo ou Médio Média

Médio Ultra-Profunda Satélite Severa Baixo ou Médio X

Baixo Profunda X Severa Baixo ou Médio X

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Amena Baixo Baixa

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79

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Amena Médio Média

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Moderada Baixo ou Médio X

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Moderada Alto Baixa

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Severa Médio Média

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Severa Alto Baixa ou Média

Baixo Ultra-Profunda Satélite Amena Baixo Baixa ou Média

Baixo Ultra-Profunda Satélite Amena Médio Média

Baixo Ultra-Profunda Satélite Severa Baixo ou Médio X

Tabela 13 – Fase II – UEP: TLP.

UEP ISA Lâmina D'água Arranjo

dos Poços

Condições

Ambientais

Número de

Poços

Vazão por

Poço

TLP

Alto Média ou

Profunda Agrupado Severa Baixo X

Alto Ultra-Profunda Agrupado Amena ou

Severa Baixo Baixa ou Média

Alto Ultra-Profunda Agrupado Severa Baixo Alta

Médio Profunda Agrupado Amena Baixo Alta

Médio Profunda Agrupado Moderada Baixo ou Médio Baixa ou Média

Médio Ultra-Profunda Agrupado Amena Baixo Baixa ou Média

Médio Ultra-Profunda Agrupado Severa Baixo X

Médio Ultra-Profunda Agrupado Severa Baixo Média ou Alta

Médio Ultra-Profunda Agrupado Severa Médio Baixa ou Média

Baixo Rasa ou Média Agrupado Severa Alto Baixa

Baixo Profunda Agrupado Amena Baixo Alta

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Amena Baixo Baixa ou Média

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Severa Baixo X

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Severa Baixo Baixa

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Severa Médio ou Alto Alta

Tabela 14 – Fase II – UEP: SS.

UEP ISA Lâmina

D'água

Arranjo

dos Poços

Condições

Ambientais

Número de

Poços

Vazão por

Poço

SS

Alto Rasa Agrupado Amena Baixo Baixa ou Alta

Alto Rasa Agrupado Severa Baixo Média

Alto Média Agrupado Amena ou

Moderada Baixo X

Alto Média Agrupado Severa Baixo Alta

Alto Profunda Agrupado Amena Baixo Baixa ou Média

Alto Profunda ou

Ultra Agrupado Moderada Baixo X

Alto Ultra-Profunda Agrupado Amena ou

Severa Baixo Alta

Médio Rasa Agrupado Amena ou Baixo Média

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80

Severa

Médio Rasa Satélite Amena Baixo Média

Médio Rasa Satélite Moderada Baixo ou Médio Alta

Médio Rasa Satélite Severa Baixo Média

Médio Média X Moderada ou

Severa Baixo ou Médio Alta

Médio Profunda Agrupado Moderada Baixo ou Médio Alta

Médio Profunda Satélite Moderada Baixo ou Médio X

Médio Ultra-Profunda Agrupado Severa Baixo ou Médio Alta

Médio Ultra-Profunda Satélite Moderada Baixo ou Médio Baixa ou Alta

Baixo Rasa Agrupado Amena ou

Severa Baixo Média

Baixo rasa Agrupado Severa Alto Alta

Baixo Rasa Satélite Amena Baixo Média

Baixo Rasa Satélite Moderada Baixo ou Médio Alta

Baixo Rasa Satélite Moderada Alto X

Baixo Rasa Satélite Severa Baixo ou Alto Média

Baixo Média Agrupado Severa Baixo ou Médio Alta

Baixo Média Agrupado Severa Médio Alta

Baixo Média Agrupado Severa Alto Média ou Alta

Baixo Média Satélite Moderada ou

Severa Baixo ou Médio Alta

Baixo Média ou

Profunda Satélite

Moderada ou

Severa Alto X

Baixo Profunda Agrupado Moderada X Alta

Baixo profunda Agrupado Severa Alto Alta

Baixo Profunda Satélite Moderada Baixo ou Médio X

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Severa Baixo ou Médio Alta

Baixo Ultra-Profunda Satélite Moderada Baixo ou Médio Alta

Tabela 15 – Fase II – UEP: FPSO.

UEP ISA Lâmina D'água Arranjo

dos Poços

Condições

Ambientais

Número de

Poços

Vazão por

Poço

FPSO

Médio Rasa X Amena Baixo Alta

Médio Rasa X Amena Médio Média ou Alta

Médio Rasa Satélite Severa Baixo Alta

Médio Média Agrupado Amena Baixo ou Médio Baixa ou Alta

Médio Média Satélite Amena Baixo Média ou Alta

Médio Média Satélite Amena Médio Alta

Médio Profunda x Amena Baixo ou Médio X

Médio Ultra-Profunda Agrupado Amena Baixo Média ou Alta

Médio Ultra-Profunda Agrupado Amena Médio Baixa ou Alta

Médio Ultra-Profunda Satélite Amena Baixo Média

Médio Ultra-Profunda Satélite Amena Médio Baixa ou Alta

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81

Baixo Rasa X Amena Baixo Alta

Baixo Rasa Agrupado Amena Médio Baixa ou Alta

Baixo Rasa X Amena Alto X

Baixo Rasa Satélite Amena Médio Média ou Alta

Baixo Rasa Satélite Severa Baixo Alta

Baixo Média X Amena Baixo Baixa ou Alta

Baixo Média X Amena Médio Alta

Baixo Média Agrupado Amena Alto Média ou Alta

Baixo Média Satélite Amena Alto X

Baixo Profunda Agrupado Amena Baixo X

Baixo Profunda Agrupado Amena Médio Baixa ou Alta

Baixo Profunda ou

Ultra Agrupado Amena Alto X

Baixo Profunda Satélite Amena Baixo Média ou Alta

Baixo Profunda Satélite Amena Médio ou Alto X

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Amena Baixo Média ou Alta

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Amena Médio Baixa ou Alta

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Moderada Alto Média ou Alta

Baixo Ultra-Profunda Agrupado Severa Alto Alta

Baixo Ultra-Profunda Satélite Amena Baixo ou Alto X

Baixo Ultra-Profunda Satélite Moderada ou

Severa Alto Média ou Alta

Tabela 16 - Fase III – Estocagem e Escoamento de Óleo.

Est. e

Esc. do

Óleo

ISA Infra. Distância da

Costa UEP

Vazão/

Poço

Número

de Poços

Duto

Alta Sim X Jackup, SS ou TLP X Baixo

Média Sim Pequena Jackup, SS, TLP, Jaqueta,

SS ou FPSO X

Baixo ou

Médio

Média Sim Média Jackup, SS, TLP, Jaqueta,

SS, FPSO ou Spar X

Baixo ou

Médio

Média Sim Grande Jackup, SS, TLP, Jaqueta,

SS, FPSO ou Spar X

Baixo ou

Médio

Baixa Sim X x X X

Baixa Não Pequena Jackup, Jaqueta ou TLP X X

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82

Baixa Não Pequena SS, Torre-Guia ou

Gravidade

Média

ou Alta X

Baixa Não Média Jackup, Jaqueta ou TLP Média

ou Alta

Médio ou

Alto

Baixa Não Média SS, Torre-Guia ou

Gravidade Média Alto

Baixa Não Média SS, Torre-Guia ou

Gravidade Alta

Médio ou

Alto

Navio

Tanque

Alta Não Média Jackup ou TLP Baixa Baixo

Alta Não Média ou Grande Jackup, TLP ou SS Alta Baixo

Alta Não Grande Jackup ou TLP X Baixo

Média Não Média Jackup, Jaqueta ou TLP Baixa Baixo ou

Médio

Média Não Média SS, Jaqueta, TLP ou

Jackup Alta Baixo

Média Não Média ou Grande SS Média Médio

Média Não Grande Jackup, Jaqueta ou TLP X Baixo ou

Médio

Média Não Grande SS Alta Baixo ou

Médio

Baixa Não Média Jackup, Jaqueta ou TLP Baixa X

Baixa Não Média

Jackup, Jaqueta, Tlp,

Torre-Guia, SS ou

Gravidade

Alta Baixo

Baixa Não Média SS, Torre-Guia ou

Gravidade Média Médio

Baixa Não Média ou Grande Spar ou FPSO Alta Alto

Baixa Não Grande Jackup, Jaqueta ou TLP X X

Baixa Não Grande SS, Torre-Guia Alta X

Baixa Não Grande SS, Torre-Guia Média Médio ou

Alto

Estocagem

Média Não X Spar ou FPSO X Baixo ou

Médio

Média Não X SS

Baixa

ou

Média

Baixo ou

Médio

Média Não Média Jackup, Jaqueta ou TLP Média Baixo

Baixa Não X Spar ou FPSO X X

Baixa Não X SS, Torre-Guia,

Gravidade Baixa X

Baixa Não X SS, Torre-Guia,

Gravidade Média Baixo

Baixa Não Média Jackup, Jaqueta ou TLP Média Baixo

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83

8. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados do sistema de seleção para a

escolha do sistema marítimo de produção usando a metodologia proposta e um estudo de caso

apresentado a seguir.

8.1. Estudo de Caso

No estudo de caso foi utilizado o banco de dados de Franco (2003) para ser feita a

avaliação entre os diferentes sistemas.

O estudo de caso serviu para averiguar o emprego da matriz de impacto ambiental e a

aplicação do indicador de sensibilidade ambiental, assim como validar o Sistema de Seleção na

seleção e decisão de um projeto de desenvolvimento de um sistema marítimo de produção.

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84

Neste contexto, é importante compreender o enfoque nas regras de inferência que

viabilizam o tratamento dos atributos do sistema. Na realidade esses atributos nada mais são que

os parâmetros escolhidos pelos especialistas para desenvolver um projeto de um sistema

marítimo de produção. Alguns exemplos de parâmetros comumente empregados são: números de

poços, tipo de poço, arranjo dos poços, UEP etc. Considerando individualmente, cada parâmetro

possui uma série de critérios de análise definidos pelo especialista. Por exemplo, para o

parâmetro “UEP” os seguintes critérios:

- Jackup, Jaqueta, SS, FPSO e Gravidade são UEPs de lâmina d’água rasa e ISA baixo;

- SS, FPSO, TLP e Spar são UEPs de lâmina d’água profunda e ISA médio; e

- SS e TLP são UEPs de lâmina d’água ultra-profunda e ISA alto.

O emprego dos termos linguísticos alto, médio e baixo ISA, por exemplo, garantem a

aproximação difusa do sistema. Ou seja, os parâmetros tornam-se informações computacionais

dotados de regras para execução da inferência difusa.

A fim de avaliar a presente abordagem, utilizou se a base de dados composta por 33

campos de petróleo de Franco (2003). Na tabela 17 estão presentes os campos de petróleo de

várias regiões produtores de petróleo do mundo, como o Mar do Norte, Golfo do México e Bacia

de Campos. O ISA de cada campo foi retirado dos seus respectivos estudos de impactos

ambientais, e também em estudos de sensibilidade ambiental quanto ao derramamento de óleo.

Tabela 17 - ISA dos Campos de Petróleo.

Localização

ISA

Baixo Médio Alto

Mar do Norte

Glamis2,5

Veslefrikk1,3,4

Gullfaks1,3,4

Telford2,5

Oseberg3,4

Ekofisk3,4

Argyll2,5

Troll East3,4,10

Oseberg3,4

Captain2,5

West Troll3,4

Siri3,4

Forties2,5

- -

Alba2,5

- -

Triton2,5

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85

Andrew2,5

- -

Britannia2,5

- -

Golfo do México

- - Baldpate13

- - Brutus13

- - Mars13

- - Cognac13

Canadá - - Grande Hibernia15

Bacia Campos Barracuda

14 Marlim

11, 14 -

Roncador14

Albacora14

-

Albacora Leste 14

- -

Mar Mediterrâneo Aquila6,7,8

- -

Austrália Stag16

- -

Golfo de Guinea/Nigéria Ceiba9

- -

Luanda/Angola - Girassol12

-

Oeste África Kuito9

- -

Fonte: (¹ AAMO et al, 2011; ² OPOL, 2012; ³MPE, 2013; 4REED et al, 2012;

5DIT, 1999, 2001, 2002;

6UNEP, 2010;

7 UNEP/MAP-PLAN BLEU, 2009;

8GARCIA, 2013;

9KLOFF; WICKS, 2004;

10OLSGARD; GRAY, 1995;

11PETROBRAS, 2012;

12 SANTOSA; PLISSON-SAUNE, 2012; 13

MMS, 2008; 14

IBAMA, 2013; 15

SHRIMPTON, 1985; 16

EA, 2005)

8.2. Resultados

Os campos de petróleo são classificados de acordo com índice de sensibilidade ambiental

(Tabela 17) e os resultados são apresentados na figura 47. Nesta figura, 33 campos de petróleo,

entre os quais 17 campos apresentam ISA baixo, 6 campos com ISA médio e 10 com ISA alto.

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86

17

6

10

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Baixo Médio Alto

ISA

Classificação dos Campos de Petróelo

Figura 47– Quantificação dos Campos de Petróleo em relação ao ISA.

Após a classificação dos campos do banco de dados é então aplicada a metodologia

apresentada neste trabalho, através do sistema de seleção. As Tabelas 18 e 19 mostram para os

campos de petróleo do banco de dados os dados de entrada, os dados de saída para Sistema de

Seleção, os resultados de Franco (2003), e finalmente as configurações reais dos campos do

banco de dados. Os resultados gerados pelo Sistema de Seleção que discordaram dos resultados

de Franco (2003) e das configurações reais dos campos estão destacados na cor cinza.

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87

Tabela 18. Testes de validação do Sistema de Seleção comparando com o banco de dados de Franco (2003).

Aq

uil

a

Gla

mis

Tel

ford

Cei

ba

Gir

asso

l

Bal

dp

ate

Hib

ern

ia

Gu

llfa

ks

Sir

i

Ek

ofi

sk

Sta

g

Bru

tus

Mar

s

Mar

lim

Ves

lefr

ikk

Sn

orr

e

Arg

yll

Área do Reservatório (m) 13 15 11 41 180 43 68 50 66 19 100 53 59 132 25 62 24

Prof. do Reservatório (m) 3500 3094 2750 2811 1200 4145 3700 2000 2070 3197 3500 4500 4267 2300 2925 2500 3500

Vazão por Poço (m³/d) 2900 22000 9300 2000 1000 400 2900 250 100 12000 1000 5000 2000 100 1300 1400 800

Lâmina D'água (m) 850 145 135 800 1350 500 80 140 60 70 47 910 760 850 174 158 80

Condições Ambientais Ameno Severa Severa Ameno Ameno Ameno Mod. Severa Severa Severa Ameno Ameno Ameno Ameno Severa Severa Severa

Distância da Costa (Km) 50 204 170 41 210 222 315 175 220 300 65 306 241 110 145 210 320

Infra. não sim sim não não não não sim não não sim sim sim sim sim sim não

Reservas (m³) 3E+06 4E+08 7E+06 4E+07 1E+08 2E+07 8E+07 3E+08 1E+07 1E+08 9E+06 4E+07 8E+07 3E+08 5E+09 1E+08 5E+06

ESI Baixo Baixo Baixo Baixo Med. Alto Alto Alto Alto Alto Baixo Alto Alto Med. Alto Alto Baixo

Número de Poços Baixo Baixo Baixo Baixo Alto Med. Med. Alto Alto Baixo Baixo Baixo Baixo Alto Med. Alto Baixo

Tipo de Poço horiz. vert. horiz. vert. vert. horiz. horiz. vert. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. vert. horiz. horiz. horiz.

Arranjo dos Poços satel. satel. agrup. satel. satel. satel. satel. satel. satel. satel. agrup. agrup. agrup. satel. agrup.s a te l.,

agrup.satel.

UEP FPSO SS Jac. FPSO FPSO Tower Grav. Grav. Jackup Jackup Jac. TLP TLPSS &

FP SOSS

TLP &

SSSS

Est. e Escoamento de Óleo navio duto duto navio navio navio navio duto navio duto duto duto duto duto duto duto navio

Número de Poços Baixo Baixo Baixo Baixo Alto Med. Med. Alto Alto Baixo Baixo Baixo Baixo Alto Med. Alto Baixo

Tipo de Poço horiz. vert. horiz. vert. vert. horiz. horiz. vert. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. vert. horiz. horiz. horiz.

Arranjo dos Poços satel. satel. agrup. satel. satel. satel. satel. satel. satel. satel. agrup. agrup. agrup. satel. agrup. satel. satel.

UEP FPSO FPSO Jac. FPSO FPSO Tower Grav. Jac. Jackup FPSO Jac. TLP TLP FPSO Jac. Grav. SS

Est. e Escoamento de Óleo navio duto duto navio navio navio navio duto navio duto duto duto duto duto duto duto navio

Número de Poços Baixo Baixo Baixo Baixo Med. Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Med. Baixo Baixo Baixo

Tipo de Poço horiz. vert. horiz. vert. vert. vert. vert. vert. vert. vert. horiz. vert. vert. vert. vert. vert. horiz.

Arranjo dos Poços satel. satel. agrup. satel. satel. agrup. agrup. agrup. agrup. agrup. agrup. agrup. agrup. satel. agrup. agrup. satel.

UEP FPSO FPSO Jac. FPSO Spar SS Jackup Jackup Jackup Jackup Jac. TLP TLP FPSO SS SS SS

Est. e Escoamento de Óleo navio duto duto navio est. navio navio duto navio navio duto duto duto duto duto duto navio

Res

ult

ado

s d

o

Sis

tem

a

Caso

Par

amet

ros

do

Sis

tem

aR

esu

ltad

o d

os

Cas

os

Rea

is

Res

ult

ado

s d

e

Fra

nco

(2

00

3)

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88

Tabela 19 - Os resultados do sistema em comparação com casos reais e Franco (2003).

Alb

acor

a

Cog

nac

Ose

berg

Bal

der

Cap

tain

Fort

ies

Alb

a

And

rew

Bri

tann

ia

Tri

ton

Tro

ll E

ast

Wes

t Tro

ll

Kui

to

Bar

racu

da

Ron

cado

r

Eas

t

Alb

acor

a

Área do Reservatório (m) 235 94 80 80 40 93 56 27 112 61 70 95 290 157 111 215

Prof. do Reservatório (m) 2805 2180 2700 1760 914 2135 1830 2430 4000 3400 1300 1547 1000 1500 1500 1500

Vazão por Poço (m³/d) 300 40 1200 1400 800 1000 700 3000 4000 1900 2000 1000 1000 23000 2000 1400

Lâmina D'água (m) 1900 487 101 125 104 128 138 117 140 90 303 345 384 785 1700 1400

Condições Ambientais Ameno Ameno Severa Severa Severa Severa Severa Severa Severa Severa Severa Severa Ameno Ameno Ameno Ameno

Distância da Costa (Km) 100 22 115 165 134 170 210 230 210 195 50 80 93 160 125 120

Infra. sim sim sim sim não não sim não sim não sim sim não não sim sim

Reservas (m³) 7E+08 5E+07 1E+11 1E+07 6E+07 4E+08 2E+08 2E+07 2E+07 8E+09 1E+12 3E+08 8E+07 4E+08 1E+09 8E+07

ESI Med. Alto Med. Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo Med. Med. Baixo Baixo Baixo Baixo

Número de Poços Alto Alto Med. Baixo Med. Alto Med. Baixo Baixo Baixo Med. Alto Baixo Alto Alto Med.

Tipo de Poço horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. vert. horiz. horiz. vert. horiz. horiz. horiz.

Arranjo dos Poços satel. agrup. agrup. satel. satel. agrup. agrup. agrup. agrup. satel. satel. satel. satel. satel. satel. satel.

UEPSS &

FP SOJaq. Jaq. FPSO

J aq. &

FP SOJaq. Jaq. Jaq. Jaq. FPSO Grav. SS FPSO FPSO

SS &

FP SOFPSO

Est. e Escoamento de Óleo duto duto duto duto est. duto navio duto duto navio duto duto navio est. duto duto

Número de Poços Alto Alto Med. Baixo Med. Alto Med. Baixo Baixo Baixo Med. Alto Baixo Alto Alto Med.

Tipo de Poço horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. vert. horiz. horiz. vert. horiz. horiz. horiz.

Arranjo dos Poços satel. agrup. agrup. satel. satel. agrup. agrup. agrup. agrup. satel. satel. satel. satel. satel. satel. satel.

UEP FPSO Jaq. Jaq. FPSO FPSO Jaq. Jaq. Jaq. Jaq. FPSO Grav. SS FPSO FPSO FPSO FPSO

Est. e Escoamento de Óleo pipe. pipe. pipe. pipe. est. pipe. navio pipe. pipe. navio pipe. pipe. navio est. pipe. pipe.

Número de Poços Med. Baixo Med. Baixo Med. Alto Med. Baixo Baixo Baixo Med. Med. Baixo Alto Alto Med.

Tipo de Poço vert. vert. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. horiz. vert. vert. vert. vert. horiz. horiz. horiz.

Arranjo dos Poços satel. agrup. agrup. satel. satel. agrup. agrup. agrup. agrup. satel. satel. satel. satel. satel. satel. satel.

UEP FPSO SS Jaq. FPSO FPSO Jaq. Jaq. Jaq. Jaq. FPSO SS Jackup FPSO FPSO FPSO FPSO

Est. e Escoamento de Óleo duto duto duto duto est. duto navio duto duto navio duto duto navio est. duto duto

Caso

Para

met

ros

do S

iste

ma

Res

ulta

do d

os

Cas

os R

eais

Res

ulta

dos

de

Fran

co (

2003

)

Res

ulta

dos

do

Sist

ema

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89

Onde:

horiz. = horizontal, Torre = Torre-guia,

vert. = vertical, Prof. =profundidade,

mod. = moderada, Infra. = infraestrutura,

Med. = médio, est. = estocagem,

agrup. = agrupado, Jaq. = Jaqueta,

satél. = satélite, Grav.= Plataforma por Gravidade

est. = o óleo é estocado pela própria UEP e transferido para um navio que

periodicamente vai até o campo buscar o óleo.

navio = há um navio aliviador junto à UEP e este transferi o óleo produzido para outro

navio que o leva para a costa.

8.3. Análise dos Resultados

Os resultados obtidos nesta pesquisa com o Sistema de Seleção foram apresentados nas

Tabelas 18 e 19, considerando o indicador de sensibilidade ambiental na seleção do sistema

marítimo de produção. Também foram apresentados os resultados da metodologia de Franco

(2003), na qual utiliza indicadores técnicos e tecnológicos. E, finalmente, ambas as metodologias

são comparadas com a configuração real apresentada nos campos de petróleo.

Os resultados gerados pelo Sistema de Seleção mostraram-se de modo geral divergentes

com os projetos reais adotados para os campos de petróleo utilizados neste estudo. Entretanto os

testes realizados para os campos que possuíam o ISA baixo, a concordância com a configuração

real do campo foi quase total. Já os campos com ISA médio e alto obtiveram discordância de

40% e 52% respectivamente, em relação à configuração real dos campos do banco de dados.

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90

2%

40%

52%

2% 0%8%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Baixo Médio Alto

Dis

con

cord

ân

cia

co

m o

s C

aso

s R

eais

ISA

Comparação entre os Sistemas

Resultados do Sistema

De Franco (2003)

Figura 48 - Resultados da comparação do Sistema de Seleção com os casos reais.

Após a análise geral dos resultados de acordo o ISA de cada campo mostrado na Figura 48,

serão analisados os resultados com campos de ISA alto e médio, devido a sua alta discordância.

O número de poços e o tipo de poço são dados de entrada na metodologia de Franco (2003) sendo

então sempre os mesmo valores do projeto real dos campos de petróleo.

Campos de Petróleo com Indicador de Sensibilidade Ambiental Médio

Os campos que possuem ISA médio apresentaram grande discordância nos parâmetros:

número de poços, tipo de poço, e UEP, como pode ser visto na Figura 49.

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91

67%

50%

17%

83%

17%17%

33%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Número de

Poços

Tipo de Poço Arranjo de

Poços

UEP Estocagem e

Escoamento de

ÓleoDis

co

rd

ân

cia

co

m o

s C

aso

s R

ea

is

Comparação entre os Sistemas (ISA Médio)

Sistema de Seleção Franco (2003)

Figura 49 - Resultados da comparação da base de dados dos campos petróleo (ISA Médio).

Dos seis campos de ISA médio, quatro campos discordaram da configuração real, quanto

ao número de poços. Estes campos são apresentados na Figura 50 e são: Girassol, Marlim,

Albacora e West Troll.

Girassol Marlim Albacora West Troll

mero

de P

oço

s

Campos de Petróleo

Número de Poços - ISA Médio

Sistema de Seleção

Franco (2003)

Alto

Médio

Figura 50 – Número de Poços dos Campos de Petróleo de ISA médio.

Os campos apresentados na Figura 50 estão em áreas com índice de sensibilidade ambiental

médio, sendo estes espaços vulneráveis aos resíduos gerados pelo grande número poços

perfurados, como lama de perfuração. Outro impacto causado pelo alto número de poços é a

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92

produção de cascalho que consiste em resíduos de rocha produzidos pela broca ao abrir caminho

pelas formações. Segundo a EPA (2000) para cada metro de poço perfurado são gerados de um a

seis barris de cascalho.

Segundo Santosa e Plisson-Saune (2012), o Campo de Girassol se localiza na área costeira

de Angola, perto de manguezais, sendo um dos principais ecossistemas de ressurgência do

mundo, além de ser um dos sistemas oceânicos mais produtivos, devido a sua rica biodiversidade

e biomassa (zooplâncton, peixes, aves marinhas, mamíferos marinhos e espécies de tartarugas

marinhas). Além do Campo de Girassol, muitos outros campos estão sendo desenvolvidos perto

de áreas com alta sensibilidade ambiental, aumentando o impacto ambiental causado pela lama de

perfuração descartada, devido ao grande número de poços perfurados. Conforme Kloff e Wicks

(2004), nesta região há ainda um grande número de acidentes por colisão de navios, em virtude

do alto tráfego.

Outro agravante devido ao alto número de poços é o risco de vazamentos de óleo por

consequência das falhas dos equipamentos submarinos. Segundo Oliveira (2003), o segundo fator

que causa mais acidentes operacionais na operação de perfuração decorre das falhas de

equipamentos, que consiste em equipamentos como válvulas, compressores, tubulações,

instrumentos e componentes de instrumentação e componentes elétricos, sendo resultado de

programas errôneos de manutenção de equipamentos.

Um exemplo de falha de equipamento ocorreu no Campo de Marlim, localizado na Bacia

de Campos, sendo um dos três maiores produtores desta bacia na costa do Brasil. A empresa

Petrobras, operadora do campo, identificou um vazamento de óleo. A mancha de óleo foi

localizada a 172 km da costa de Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Em nota, a companhia

informou que o vazamento se deve a problemas no equipamento conhecido como árvore de natal

molhada, do poço MRL-131, que está fora de operação (PETROBRAS, 2014).

Dentre os seis campos de ISA médio, três campos discordaram da configuração real, quanto

ao tipo de poço. Estes estão apresentados na Figura 51 e são: Albacora, Troll East e West Troll.

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93

Albacora Troll East West Troll

Tip

o d

e P

oço

Campos de Petróleo

Tipo de Poço - ISA Médio

Sistema de Seleção

Franco (2003)

Vert

ical

Ho

rizo

nta

l

Figura 51 – Tipo de Poço dos Campos de Petróleo de ISA médio.

Durante a perfuração de um poço pode ocorrer ingresso de fluidos de perfuração no meio

marítimo através de eventos acidentais ou operacionais, como o descarte de cascalho ao mar,

através das trocas de fluido ao final de cada fase de perfuração ou ao final das atividades. Os

fluidos de perfuração à base de água possuem um baixo custo comparado aos demais, são

biodegradáveis e se dispersam facilmente na coluna d’água (DURRIEU; ZURDO; et al., 2000).

Já os fluidos à base de óleo são muito utilizados e indicados para a perfuração direcional

marítima em poços horizontais. Isto deve-se porque os poços horizontais são mais restritivos em

relação à lubrificação e estabilidade das paredes do poço, quando comparados aos verticais

(CAMPBELL, 1998; HENDRIKS, 1994). Essas características tornam o fluido à base de óleo

prejudicial ao meio ambiente quando descartados ao mar.

No Campo de Albacora, ocorreu o acidente com a plataforma SS-39, que provocou o

vazamento de 175 barris de fluido de perfuração, material poluente, na Bacia de Campos, no Rio

de Janeiro (PETROBRAS, 2014). O campo de Albacora, como pode ser visto na Figura 51 possui

tipo de poço horizontal, ou seja, utiliza fluido de perfuração a base de óleo sendo nocivo ao meio

ambiente.

Dos seis campos com ISA médio, cinco campos discordaram da configuração real, quanto

ao tipo de UEP. Estes estão presentes na Figura 52 e são: Girassol, Marlim, Albacora, Troll East

e West Troll.

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Girassol Marlim Albacora Troll East West Troll

UE

P

Campos de Petróleo

UEP em campos de ISA Médio

Sistema de Seleção

Franco (2003)

TLPSpar

SS

FPSO

Jackup

Torre

Jaqueta

Gravidade

Figura 52 – UEP dos Campos de Petróleo de ISA médio.

O início das atividades de produção é iniciado com o reboque da plataforma até a locação;

lá chegando, a plataforma é fixada ao fundo do mar com auxílio de amarras e âncoras adequadas,

ou verticalizada, se for plataforma fixa. Durante a instalação dos equipamentos de ancoragem

ocorre o arrasto do substrato marinho e eliminação de organismos bentônicos, ou no caso dela ser

fixa, ocorre à dragagem do solo oceânico, para este receber a fundação da plataforma. A presença

física da plataforma após ser instalada é considerada um impacto positivo na medida em que

constitui substrato para as comunidades bentônicas, provocando o desenvolvimento de

comunidades biológicas incrustantes em sua estrutura (pernas, colunas e casco) e a atração de

peixes. Mas ao fim da vida do campo, neste trabalho considera-se a remoção completa da

estrutura, o que ocasiona a retirada o hábitat artificial criado.

O Campo Troll East, na costa oeste da Noruega é constituído por uma plataforma de

gravidade de concreto com uma altura de 472 metros, pesando 1,2 milhões de toneladas. O seu

reboque levou sete dias até chegar ao campo, fora sua complicada instalação. Além do grande

impacto ambiental causado pela sua instalação, há a preocupação com seu descomissionamento,

que no pior caso pode haver uma falha de operação durante o reflutuamento e no reboque,

podendo resultar numa descontrolada propagação de compostos nocivos, além de liberação de

uma pilha de segmentos de concreto quebrados, que poderia colocar em risco o tráfego de navios

e atividades de pesca (MORRISON, 2003).

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95

Na última parte do desenvolvimento de projetos de sistemas marítimos de produção se

encontra a parte de estocagem e escoamento de óleo, sendo a fase que ocorre mais acidentes,

principalmente por colisões de petroleiros, vazamento em dutos e equipamentos.

No ano de 2000, no processo de escoamento de petróleo no campo de Marlim, houve o

acidente com o navio Mafra IV, devido a uma falha mecânica na válvula do convés. Esse fato

ocasionou o derrame de 7.250 m³ de petróleo no Canal de São Sebastião, provocou recobrimento

de óleo em costões rochosos, manguezais e sedimento nas praias, impactos diretos e indiretos na

fauna e flora incrustantes dos costões e mortalidade de crustáceos e moluscos (CETESB, 2003).

Ademais, a Bacia de Campos possui um vasto histórico de acidentes. Em 1984 duas erupções de

gás causaram um incêndio na Plataforma Central de Enchova, provocando a morte de 37

trabalhadores durante o abandono da unidade. Em 1988 ocorreu nova erupção em outro poço

ligado à mesma plataforma, desta vez destruindo-a por completo, tendo o poço queimado por um

mês até o incêndio ter sido debelado (PETROBRAS, 2014). Em ambos os casos os blowouts

ocorreram em poços de produção. Em 2001 ocorreu na Bacia de Campos uma erupção num poço

ligado à plataforma, provocando um vazamento de 26 mil litros de óleo. Isto mostra o quanto

uma região com vários campos se torna ainda mais sensível aos impactos causados pelo

desenvolvimento de um sistema marítimo de produção.

Campos de Petróleo com Indicador de Sensibilidade Ambiental Alto

Os campos que possuem ISA alto apresentaram grande discordância nos parâmetros:

número de poços, tipo de poço, arranjo de poço e UEP, como pode ser visto na Figura 53. Dentre

os 33 campos de petróleo, dez campos possuem o ISA alto.

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96

64%

82%

55% 50%

9%9%

36%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Número de

Poços

Tipo de Poço Arranjo de

Poços

UEP Estocagem e

Escoamento de

ÓleoDis

co

rd

ân

cia

co

m o

s C

aso

s R

ea

isComparação entre os Sistemas (ISA Alto)

Sistema de Seleção Franco (2003)

Figura 53 - Resultados da comparação da base de dados dos campos petróleo (ISA Alto).

Dos dez campos de ISA alto, sete campos discordaram da configuração, quanto ao número

de poços. Estes estão presentes na Figura 54 e são: Baldpate, Hibernia, Gullfaks, Siri, Ekofisk,

Veslefrikk, Snorre e Conag.

mero

de P

oço

s

Campos de Petróleo

Número de Poços - ISA Alto

Sistema de Seleção

Franco (2003)

Alto

Médio

Baixo

Figura 54 - Número de Poços dos Campos de Petróleo de ISA alto.

Nas operações de perfuração podem ocorrer vazamentos acidentais de óleo, por exemplo, o

blowout, que é caracterizado por um influxo descontrolado de gás, água ou óleo no interior do

poço. Tais eventos acidentais causam alterações físico-químicas e biológicas na qualidade da

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97

água do mar, provocando prejuízos a organismos e habitats sensíveis, impactando também a

pesca e o turismo.

Os casos críticos são aqueles onde há risco do vazamento atingir a costa contaminando

praias, estuários, manguezais e demais áreas costeiras sensíveis. Em 2010, no campo de Gullfaks

ocorreu o incidente com a perfuração do poço de produção que estava prestes a ser concluído.

Durante a circulação e a limpeza final do poço, sucedeu a violação no revestimento com a

subsequente perda de fluido de perfuração para a formação, ocorrendo em seguida influxo de gás

(STATOIL, 2014). Em 1982, na operação de perfuração de poços no campo de Hibernia, no

Canadá, ocorreu um acidente com a plataforma de perfuração, (SHRIMPTON, 1985).

Dos dez campos de ISA alto, nove discordaram da configuração real, quanto ao tipo de

poço. Este são mostrados na Figura 55 e são: Baldpate, Hibernia, Siri, Ekofisk, Brutus, Mars,

Veslefrikk, Snorre e Conag.

Tip

o d

e P

oço

Campos de Petróleo

Tipo de Poço - ISA Alto

Sistema de Seleção

Franco (2003)

Vert

ical

Ho

rizo

nta

l

Figura 55 – Tipo de Poço dos Campos de Petróleo de ISA Alto.

Os campos de petróleo com indicador de sensibilidade ambiental alta, quase totalidade em

suas configurações apresentam o tipo de poço horizontal. Isto causa um impacto ambiental

devido ao uso de fluído de perfuração a base de óleo e do cascalho resultante da rocha do

reservatório.

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No campo de Snorre em 2004, na Noruega, ocorreu um acidente na perfuração de um poço

horizontal, resultando em uma explosão descontrolada de gás no fundo do mar, além do

vazamento de fluido de perfuração a base óleo impactando o meio ambiente.

Dentre os dez campos de ISA alto, seis discordaram da configuração real, quanto ao arranjo

dos poços. Estes são apresentados na Figura 56 e são: Baldpate, Hibernia, Gullfaks, Siri, Ekofisk

e Snorre.

Baldpate Hibernia Gullfaks Siri Ekofisk Snorre

Arra

njo

do

s P

oço

s

Campos de Petróleo

Arranjo dos Poços - ISA Alto

Sistema de Seleção

Franco (2003)

Agru

pad

oS

até

lite

Figura 56 – Arranjos dos Poços dos Campos de Petróleo de ISA Alto.

O arranjo dos poços satélites em áreas com alta sensibilidade ambiental tem um grande

risco de vazamentos devido às grandes extensões das linhas de fluxo que interligam os poços. E

além do mais, arranjo de poços satélite apresentam maiores números de equipamentos

submarinos, e consequentemente precisam de manutenção (workover), logo estão suscetíveis à

falhas.

No Campo de Ekofisk, localizado no mar do norte, na costa da Noruega, em 1977 ocorreu

uma explosão na plataforma na operação de workover. Em geral, é uma operação complexa que

pode envolver riscos graves. No caso do poço em intervenção, a tubulação tem que ser removida,

juntamente com a árvore de natal, e o BOP tem que ser instalado.

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99

Dos dez campos de ISA alto, cinco discordaram da configuração real, quanto ao arranjo dos

poços. Estes são mostrados na Figura 57 e são: Baldpate, Hibernia, Gullfaks, Snorre e Conag.

Baldpate Hibernia Gullfaks Snorre Conag

UE

P

Campos de Petróleo

UEP em campos de ISA Alto

Sistema de Seleção

Franco (2003)

TLPSpar

SS

FPSO

Jackup

Torre

Jaqueta

Gravidade

Figura 57 – UEP dos Campos de Petróleo de ISA Alto.

A instalação de plataformas em áreas com alta vulnerabilidade ambiental é bastante

complexa. Porque não há somente o problema que a sua instalação causará, mas também a

questão da fase operacional, na qual há o descarte de todos os resíduos da produção primária do

petróleo, como também a questão do descomissionamento.

No Mar do Norte existem cerca de 12 plataformas de concreto. Há de se considerar as

diversas consequências ambientais de removê-las para a terra, antes de instalá-las (HOVDA;

ALVSVAG, 2001). Como no caso de Gullfaks e Snorre que utilizam a plataforma de gravidade, e

Conag que possui a plataforma Jaqueta.

No Golfo do México, os campos de petróleo estão presentes em áreas de alta sensibilidade

ambiental, as condições ambientais e a geologia dificultam a dispersão de petróleo em casos de

acidentes, além disso, o histórico de acidentes nesta região é grande, devido à presença dos

muitos campos (NOAA, 1997).

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100

9. CONCLUSÃO

No presente trabalho, o objetivo proposto foi analisar os impactos ambientais causados por

um sistema marítimo de produção. Neste sentido, foi adicionado um indicador de sensibilidade

ambiental ao processo de seleção do sistema marítimo de produção.

Desta forma, o indicador relacionado ao meio ambiente foi incluído no processo de seleção

de cada componente de um sistema marítimo de produção de óleo e gás. Este indicador ambiental

constitui-se do ISA (Indicador de Sensibilidade Ambiental) e da matriz de impacto ambiental que

avalia as UEPs (Unidades Estacionárias de Produção). Com a inserção do ISA no processo de

seleção, os impactos ambientais puderam ser transformados em indicadores de meio ambiente. O

uso da matriz de impacto ambiental se fez útil para caracterizar os impactos de todas as UEPs

desde a instalação até o descomissionamento, tornando possível a seleção de acordo com o

ambiente.

Um estudo de caso foi realizado seguindo a abordagem proposta, que combina as melhores

características técnicas e tecnológicas com os mais adequados aspectos do meio ambiente, através

da consideração do índice ISA na seleção das alternativas do sistema marítimo de produção. Com

os resultados foi possível verificar que os campos de petróleo analisados pela metodologia

presente neste estudo sofreram acidentes em várias fases de desenvolvimento dos seus

respectivos sistemas marítimos de produção. Entretanto, no procedimento proposto os parâmetros

selecionados para esses mesmos campos de petróleo demonstraram ser menos sensíveis para

acidentes ambientais, gerando assim menor impacto ao meio ambiente.

O Sistema de Seleção não leva em consideração a existência de outros campos de petróleo

ao redor. Desta forma, poderia ser realizado futuramente, um ajuste no Sistema de Seleção para

que seja possível o fornecimento da alternativa que leve em consideração a sinergia de vários

campos de petróleo numa mesma região.

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101

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fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou

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02/09/2000. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9966.htm.> Acessado

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CONAMA. Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 – In: Resoluções, 1997.

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CAMPBELL, J.A. An E&P Industry Perspective on Acceptability Criteria for the

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