Avaliação da Dor

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Avaliação da Dor Ricardo Arantes Monitor de Semiologia 2015- 7º período Departamento de Medicina Clínica

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Avaliação da Dor

Ricardo Arantes

Monitor de Semiologia 2015- 7º período

Departamento de Medicina Clínica

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Homem primitivo: magia;

Gregos e romanos: associação com o sistemanervoso;

Renascimento: confirmação dessa relação;

René Descartes, em 1664: primeiradescrição de uma via de dor;

Século XIX: avanços na terapia da dor.

BREVE HISTÓRICO

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Sensação desagradável, variável em intensidade, extensão e em

localização, produzida pela estimulação de terminações nervosas

especializadas em sua recepção.

“Dor é uma experiência emocional e sensorial desagradável,

associada ou não de lesão tecidual real ou potencial”. Intenational

Association Study of Pain.

Um dos principais motivos para a procura de cuidados de saúde.

Muitos fatores alteram a intensidade em que a dor é sentida =

combinação entre sensações somáticas, autonômicas e estresse.

DEFINIÇÕES

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Potencialização da dor pelo medo

ou pela sua expectativa anormal

Circuitos cerebrais moduladores

da via hipotalâmica descendente -

atletas apresentam fraturas com

pouca dor.

Na 2ª guerra, soldados gravemente

feridos continuavam em luta

subestimando dores normalmente

lancinantes.

DEFINIÇÕES

Estresse

Sensações somáticas

Sensações autonômicas

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DOR

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Estímulo NóxicoÍons hidrogênio,

prostaglandinas,

bradicinina etc.

Nociceptores

Dano tecidual e

vascular

Fibras A-delta: mielínicas finas, estímulos

mecânicos e térmicos

Fibras C: amielínicas; polimodais, estímulos

químicos e vibração

Transdução da DOR

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Fibras A-delta e C: dor. Dor em pontada e em queimação.

Hiperalgesia: maior sensibilidade à estimulação

nociva, por diminuíção do limiar de sensibilidade.

Fibras A-beta: tato.

Disestesia/parestesia: sensações desagradáveis.

Alodínia: dor à estimulação não-nociva da pele.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

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Vias do grupo lateral

Tratos neo-espinotalâmico e neo-trigeminotalâmico

Núcleos talâmicos ventrais

Córtex Somestésico

Poucos neurônios

Somatotopia

Aspecto “sensitivo-discriminativo”

Dor rápida e localizada.

TRANSMISSÃO DA DOR

Page 9: Avaliação da Dor

Vias do grupo medial

Tratos paleo-espinotalâmico e paleo-trigeminotalâmico

Formação reticular

Núcleos talâmicos intralaminares

Córtex somestésico

Mais difusa

Aspecto “afetivo-emocional”

Dor lenta e difusa

TRANSMISSÃO DA DOR

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Teoria do Portão da dor:

Interneurônios inibitórios da medula espinhal

influenciados por:

Fibras A-delta e C: inibição

Fibras A-alfa e A-beta: ativação – modulação da dor

MODULAÇÃO DA DOR

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Beta-endorfinas: compostos naturais.

Ligação a receptores opióides:

µ: ação preferencial dos fármacos.

δ

Қ

Opióides:

Análogos da Morfina:

Agonistas: Morfina, Codeína e Heroína.

Derivados Sintéticos:

Fentanil, Meperidina e Metadona.

MODULAÇÃO DA DOR

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MODULAÇÃO DA DOR

Page 13: Avaliação da Dor

MODULAÇÃO DA DOR

Ativação e sensibilização dos nociceptores.

Condução dos estímulos ao SNC- vias aferentes

periféricas ou cranianas

Tálamo e Córtex – integração e percepção.

Modulação da dor.

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CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA

TIPOS DE DOR

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Dor Nociceptiva: estimulação de nociceptores, espontânea – pontada, latejante,

facada – ou evocada. Não há déficit sensitive !

Dor Somática Superficial: bem localizada e qualidade distinta (dor

cutânea).

Dor Somática Profunda: nociceptores musculares, fasciais, tendíneos etc.

Difusa e imprecisa. Inclui dor isquêmica

Dor Irradiada: sentida a distância da origem em estruturas inervadas pela

mesma raiz nervosa.

Dor visceral.

CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA

TIPOS DE DOR

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Dor Visceral: Nociceptores viscerais. Difusa e profunda.

Dor Visceral Verdadeira: em geral próximas ao órgão

que a origina. Características dependem do tipo de

víscera.

Dor Referida.

CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA E TIPOS DE

DOR

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CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA E TIPOS DE

DOR

Dor Visceral

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Dor Referida:

estímulos nóxicos profundos interpretados pelo cérebro como vindo do

tegumento, em que, mais superficialmente, sente-se a dor.

Estimulação de fibras viscerais e cutâneas que fazem sinapse nos

mesmos neurônios da medula.

Atenção à distribuição metamérica.

CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA E TIPOS DE

DOR

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CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA E TIPOS DE

DOR

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Dor Neuropática: há lesão nervosa central e/ou periférica. Déficit sensitivo devido à

NEUROPATIA. Pode ser:

Constante: dor em queimação, formigamento.

Intermitente: dor em choque.

Evocada: alodínia e hiperalgesia.

MONONEUROPATIAS/RADICULOPATIAS

Perda sensitiva na distribuição do território

de inervação de uma raiz nervosa.

Causas: diabetes, compressões nervosas,

infecções.

POLINEUROPATIAS

Queimação/formigamento

Menor sensibilidade em

extremidades – em bota ou luva

Acometimento de reflexos

Déficit de força/atrofias

Causas: Diabetes, alcoolismo,

infecções, tóxicos etc.

CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA E TIPOS DE

DOR

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RESUMINDO…

Page 22: Avaliação da Dor

Anamnese – Deve conter o DECÁLOGO DA

DOR.

Avaliação Neuropsiquiátrica – Dor

psicogênica?

Exame Físico

Exames Complementares

Avaliação Bioquímica

Métodos de Imagem

Outros Procedimentos

Pesquisa por

possíveis causas

orgânicas

SEMIOLOGIA DA DOR

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LOCALIZAÇÃO

IRRADIAÇÃO

QUALIDADE OU CARÁTER

Constante x Intermitente Queimação: úlcera péptica

Em pontada/fisgada: dor pleurítca (ventilatório-dependente)

Pulsátil: algumas cefaléias

Em cólica: intestinal, menstrual

Surda: dor lombar (contínua e imprecisa, intensidade variável)

Aperto: IAM

Em barra: pancreatite aguda

SEMIOLOGIA DA DOR

Page 24: Avaliação da Dor

INTENSIDADE:

SEMIOLOGIA DA DOR

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DURAÇÃO: importante diferenciar:

Dor aguda: inferior a 3 meses

Dor crônica

EVOLUÇÃO:

Início súbito ou insidioso?

Houve mudança da qualidade?

Intensidade aumentou/diminuiu?

Acometeu outros sítios?

Passou a irradiar?

Caracterizar o término.

RELAÇÃO COM FUNÇÕES ORGÂNICAS:

Movimentos, deglutição, evacuação, micção, deambulação etc.

SEMIOLOGIA DA DOR

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FATORES DESENCADEANTES/AGRAVANTES:

Alimentos, relação com o decúbito, tosse, iluminação etc.

FATORES AGRAVANTES:

Importante item para se pesquisar a auto-medicação!

MANIFESTAÇÕES CONCOMITANTES:

Vômitos, náuseas, tosse, lacrimejamento, descarga nasal .

Medo, ansiedade

Hiperativide simpática: dor como reação de LUTA ou FUGA

Hipertensão arterial, midríase, sudorese fria, palidez

SEMIOLOGIA DA DOR

Page 27: Avaliação da Dor

“A dor teve início em março de 2013, relata dor constante

em cólica na região lombar esquerda, intensidade 6/10,

sem irradiação, que melhorava mediante uso de

analgésico, e piorava quando urinava. Procurou médico

que constatou infecção urinária, tomou antibiótico com

melhora parcial da dor. Em dezembro de 2013, a dor

atingiu intensidade 10/10, quando também se queixou de

polaciúria. Foi constatada nova infecção urinária, que foi

tratada com Bactrim, Amoxicilina e Ciprofloxacino. A dor

persistiu suave até maio de 2014, com nova crise de

intensidade 10/10, irradiação até a pelve direita e com

piora em decúbito lateral esquerdo. Na ocasião

percebeu hematúria e a urina ligeiramente espumosa. A

dor melhorou mediante expulsão de cálculos na urina.”

EXEMPLO