AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

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INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR-1RK NA TRANSFORMAÇÃO DE TOMATEIRO MICRO-TOM NATÁLIA DE AGUIAR PRAVATTA Orientador: Prof. Dr. Jorge Mauricio Costa Mondego Co-orientadora: Dra. Renata Moro Baroni Campinas, SP 2021

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INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO AGRICULTURA TROPICAL

E SUBTROPICAL

AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA

DOS GENES PR-1RK NA TRANSFORMAÇÃO DE

TOMATEIRO MICRO-TOM

NATÁLIA DE AGUIAR PRAVATTA

Orientador: Prof. Dr. Jorge Mauricio Costa Mondego

Co-orientadora: Dra. Renata Moro Baroni

Campinas, SP

2021

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INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO AGRICULTURA TROPICAL

E SUBTROPICAL

AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA

DOS GENES PR-1RK NA TRANSFORMAÇÃO DE

TOMATEIRO MICRO-TOM

NATÁLIA DE AGUIAR PRAVATTA

Orientador: Prof. Dr. Jorge Mauricio Costa Mondego

Co-orientadora: Dra. Renata Moro Baroni

Dissertação apresentada como requisito

para a obtenção do título de Mestre em

Agricultura Tropical e Subtropical, Área de

Concentração em Genética, Melhoramento

e Biotecnologia Vegetal.

Campinas, SP

2021

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SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA

PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO AGRONÔMICO

Pós-Graduação Agricultura Tropical e Subtropical Fone: (19) 2137.0659/2137.0601

Avenida Barão de Itapura, 1.481 - Caixa postal 28 13020-902 -

Campinas, SP

Ata da reunião da Comissão Examinadora da defesa de dissertação de mestrado de Natália de Aguiar Pravatta, discente do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico - IAC, sob a presidência do Dr. Jorge Maurício Costa Mondego, realizada em sessão pública por videoconferência, aos 27 do mês de maio de 2021, às 14 horas, visando à obtenção do título de "Mestra". Iniciados os trabalhos, a candidata submeteu-se ao exame de sua dissertação, intitulada “Avaliação de

mutagênese sítio dirigida dos genes PR-1RK na transformação de tomateiro micro-tom”. Terminado o exame, procedeu-se ao julgamento, cujo resultado foi o seguinte: A Comissão Julgadora foi constituída pelos seguintes doutores (as):

Titulares: Dr. Jorge Maurício Costa Mondego (IAC) aprovada (x) reprovada ( )

Drª. Daniela de Argollo Marques (IAC) aprovada ( X ) reprovada ( ) Drª. Mirian Perez Maluf (IAC) aprovada ( X ) reprovada ( )

Apurados os resultados, constatou-se que a candidata foi habilitada, fazendo jus, portanto, ao título de “MESTRA EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL”, na área de concentração: GENÉTICA, MELHORAMENTO VEGETAL E BIOTECNOLOGIA , do que, para constar, lavrou-se a presente ata, que após lida e aprovada, foi assinada pelos membros da Comissão Examinadora.

Dr. Jorge Maurício Costa Mondego – IAC

Drª. Daniela de Argollo Marques - IAC

Drª. Mirian Perez Maluf – IAC

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“Lembra-te:

Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.“

Fernando Pessoa

À minha família e amigos queridos,

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

À minha família, em especial ao meu pai Marcos, minha mãe Ana, irmã Aninha, pelo

amor, e apoio incondicional em todas as decisões.

Ao meu orientador Prof. Dr. Jorge Mondego, pela oportunidade de orientação à mim

dada, pela confiança e pelos ensinamentos.

À minha co orientadora Dra. Renata Baroni pelos conhecimentos compartilhados.

Ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), pela oportunidade de realização do

mestrado.

Aos Professores do PPG-AIC, que compõem a área de concentração Genética,

Melhoramento Vegetal e Biotecnologia e aos Professores das disciplinas cursadas pelo

conhecimento compartilhado.

Aos colegas da Pós-graduação, Geovani Oliveira, Isabela Laporte, Gustavo Souza, pelo

convívio e aprendizado mútuo ao longo das disciplinas.

Ao Prof. Dr. Antonio Figueira, pela oportunidade de realização dos experimentos de

transformação no Laboratório de Melhoramento de Plantas.

À Dra. Danielle Scotton por todas as dicas, orientações, amizade e horas de bom papo

compartilhadas.

À minha amiga e mestre egressa do programa de Genética, Melhoramento e

Biotecnologia Vegetal, Giullia Forti por todo conhecimento dividido, amizade, carinho

e ajuda essencial para execução deste trabalho.

Ao Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) pela concessão do subsídio e estrutura

cedida para os experimentos iniciais.

À liderança de Agustina Gentile e Thaís Helena Ferreira pelo incentivo.

Aos grandes amigos do CTC, Valter Alessio, Isabela Ascencio, Marcela Notini, Geraldo

Silva, Antonio Kaupert, Ellen Andrade, Bianca Melo, Camila Lopes, Ana Lorandi,

Natália Spagnol, Ana Carolina Zakir, Daiane Silva, Filipe Garcia e Mari Girio pelos

anos de convívio em equipe, pela constante ajuda, sugestões, críticas, encorajamento,

momentos de apoio e conselhos.

Aos amigos de Campinas, em especial, Isabella Iannaconi e Lucas Conde por todas as

estadias cedidas, companheirismo ao longo dessa jornada e por terem se tornado minha

família na nova cidade.

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Aos meus queridos amigos de infância, Adriano Pechio, André Pechio, Izabel Magno,

Murilo Sanz, Guilherme Mello, Camila Falcini, Mariane Galvão, Iago Peres, Juliane

Garufi, por estarem presentes em todos os momentos da minha vida, por todo apoio,

pelos os encontros, reuniões, conversas e churrascos feitos para aliviar as tensões

trazidas ao longo desse período.

As minhas amigas e amigos de graduação, e vida, Talyta Torezzan, Camila Geraldo,

Luisa Mondoni, Marília Dorsa, Marina Uhle, Matheus Souza e Farid Saad pela amizade

e pelos inúmeros momentos de alegrias, conselhos e apoio.

À Luana Bertochi, pelas sábias palavras, pelos apontamentos e conselhos durante os

momentos mais decisivos de minha vida.

E a todos não citados, que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desta

dissertação, agradeço de coração.

Esse trabalho só foi possível graças ao apoio de vocês!

Muito obrigada!!!

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SUMÁRIO

RESUMO xv

ABSTRACT xvi

2.1 Mecanismos de interação planta – patógeno 20

2.2 Proteínas relacionadas à patogênese (PR-Proteínas) 21

2.3 Proteínas PR-1 e suas propriedades 23

2.3.1 Proteínas do tipo PR-1 em Cacaueiro 26

2.4 Transformação genética 29

2.5 O tomateiro Micro-Tom como planta modelo 30

2.6 Mutagênese sítio dirigida 311

2.7 Propriedades dos aminonácidos Ala, Leu e Asp 322

3 MATERIAL E MÉTODOS 355

3.1 Desenho dos iniciadores para mutagênese sítio dirigida dos genes TcPR-1f e

TcPR- 1g 357

3.2 Reação de mutagênese sítio dirigida e transformação de células

eletrocompetentes de Escherichia coli 37

3.3 Confirmação da mutagênese sítio dirigida 3838

3.4 Clonagem via enzima de restrição em vetor de pCAMBIA2201 400

3.5 Introdução das construções em Agrobacterium tumefaciens 41

3.6 Transformação genética de tomateiro Micro-Tom 422

3.6.1 Condições de cultura de A. tumefaciens 43

3.6.2 Inoculação e co-cultura 433

3.6 3 Regeneração de plântulas de tomateiro 444

3.6.4 Confirmação das plantas transformadas 444

3.7 Análises estatísticas 455

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 466

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4.1 Construções contendo mutagênese sítio dirigida e validação 466

4.2 Ensaios de transformação genética em tomateiro Micro – Tom 544

4.3 Confirmação das plantas transformadas 555

4.3.1 Análise dos eventos obtidos 590

5. CONCLUSÕES 645

6. ANEXOS 656

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 667

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organização e domínios das proteínas PR-1RK de T. cacao (Tc). O peptideo

sinal é indicado na extrema esquerda da figura, seguido do domínio SCP/TAPS; seguido

da porção transmembranar hidrofóbica e domínio serina/ treonina quinase a direita. Os

números em romano indicam as regiões do domínio quinase envolvidas em atividade

fosforilativa. (TEIXEIRA et al., 2013) ........................................................................... 26

Figura 2: Diâmetro médio do caule (mm) no controle e linhas transgênicas inoculado

com o fungo M. perniciosa, 35 dias após a inoculação. Colunas seguidas da mesma letra

não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05) ......................................................... 28

Figura 3: Área média da lesão (cm²) no controle e linhas transgênicas inoculados com P.

parasitica, 4 dias após a inoculação. Colunas seguidas da mesma letra não diferem entre

si pelo teste de Tukey (p<0,05) ...................................................................................... 28

Figura 4: Esquema de reação para obtenção da troca de bases via mutagênese sítio

dirigida por PCR. Adaptado de ZHENG et al., 2004. .................................................... 32

Figura 5: Estrutura geral de um aminoácido. Cada aminoácido apresenta um carbono

central (C), um grupo funcional ácido carboxílico (COO-), um grupo amino (-NH2), um

hidrogênio (-H) e cadeira lateral variável (R). Adaptado de NELSON et al., 2002.........

33

Figura 6: Estrutura dos aminoácidos Alanina, Leucina e Ácido Aspártico. As fórmulas

estruturais mostram o estado das moléculas em pH neutro. A parte sombreada destaca a

cadeia lateal variável (R) de cada um destes aminoácidos. Adaptado de NELSON et al.,

2002. ............................................................................................................................... 34

Figura 7: Representação da sequência nativa do gene TcPR-1f e a substituição de

códons realizada na posição 155, via mutagênese sítio - dirigida para obtenção do vetor

mutado, denominado TcPR-1fL155D ................................................................................. 36

Figura 8: Esquema da dinâmica de reação de mutagênese dirigida via PCR ao longo dos

ciclos de amplificação na reação de PCR, exemplificando que o DNA utilizado como

molde permanece com a sequência original e que o produto da amplificação apresentará

a troca de bases desejada (adaptado de SHENOY, 2003) .............................................. 37

Figura 9: Esquema das construções preparadas para os estudos funcionais in vitro. A)

Gene TcPR-1fL155D contendo a troca do aminoácido Leucina para Ácido aspártico no

domínio SCP. B) Gene TcPR-1gL107D contendo a troca do aminoácido Leucina para

Ácido aspártico no domínio SCP. C) Gene TcPR-1f com todos os domínios íntegros,

sem troca de aminoácidos (Controle selvagem). D) Gene TcPR-1g com todos os

domínios íntegros, sem troca de aminoácidos (Controle selvagem). E) Controle

pCAMBIA2201 (vetor vazio) sem os genes alvo. .......................................................... 42

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Figura 10: Imagem do software CLC evidenciando a eficácia da mutagênese sítio

dirigida para o gene TcPR-1f. No topo da imagem, está apresentada a sequência original

do gene (referência), os cromatogramas abaixo representam o resultado do

sequenciamento de uma amostra positiva para a mutação. Os nucleotídeos substituídos

estão em destaque. A) Domínio SCP. Em evidência a troca de TTG para GAC na

posição L155D. B) Domínio Quinase 1. Em evidência a troca de AAG para GCG na

posição K337A. C) Domínio Quinase 2. Em evidência a troca de AAA para GCT na

posição K434A ............................................................................................................... 47

Figura 11: Imagem do software CLC evidenciando a eficácia da mutagênese sítio

dirigida para o gene TcPR-1g. No topo da imagem, está apresentada a sequência

original do gene (referência), os cromatogramas abaixo representam o resultado do

sequenciamento de uma amostra positiva para a mutação. Os nucleotídeos substituídos

estão em destaque. A) Domínio SCP. Em evidência a troca de TTG para GAC na

posição L107D. B) Domínio Quinase 1. Em evidência a troca de AAA para GCT na

posição K298A. C) Domínio Quinase 2. Em evidência a troca de AAA para GCT na

posição K395A ............................................................................................................... 48

Figura 12: Verificação via enzimas de restrição das transformações em E. coli. A)

Padrão teórico da digestão do vetor pCAMBIA 2201 contendo o cassete do gene TcPR-

1fL155D com as enzimas EcoRV, NcoI, PvuII B) Validação em gel de agarose 1% dos

plasmídeos com os domínios SCP, Quinase 1 (Kn1) e Quinase 2 (Kn2) mutados. Na

parte superior indicando as enzimas utilizadas e o marcador e na parte inferior, a

indicação dos domínios e numeração da colônia. O marcador utilizado foi o Generuler 1

Kb Dna Ladder (Thermo Scientific). C) Padrão teórico da digestão do vetor pCAMBIA

2201 com as enzimas EcoRV, NcoI, SphI do gene TcPR-1gL107D. D) Validação em gel

de agarose 1% dos domínios SCP, Quinase 1 (Kn1) e Quinase 2 (Kn2) do gene TcPR1-

g em pCAMBIA 2201. Na parte superior indicando as enzimas utilizadas e o marcador

e na parte inferior, a indicação dos domínios e numeração da colônia. O marcador

utilizado foi o Generuler 1 Kb DNA Ladder (Thermo Scientific). E) Tamanhos

esperados de bandas com as respectivas enzimas para cada gene analisado. ................. 52

Figura 13: Imagens dos eventos putativos em frasco na fase de enraizamento antes da

coleta de material foliar para confirmação da transgenia por PCR convencional. A)

Eventos 1, 2, 3, 4, 5, 6 putativos do gene TcPR-1fL155D. O evento 4 não foi coletado. B)

Evento 1 putativos de TcPR-1gL107D C) Evento 1 e 2 putativos do controle

pCAMBIA2201. Apenas o número 1 foi coletado. D) Eventos 1, 2 e 3 putativos do

controle TcPR-1g. E) Tomateiro Micro-Tom (Wild Type) Controle do experimento de

transformação. ................................................................................................................ 57

Figura 14: Resultado da PCR para confirmação dos eventos obtidos nos experimentos 3

e 4 de transformação. O marcador utilizado foi de 100pb (Invitrogen). Ev: Evento.).MT

C-: Controle negativo, tomateiro Micro-Tom. Agro C+: Controle positivo, DNA de

Agrobacterium utilizado para transformação genética. A) Confirmação dos eventos 1, 2

e 3 de TcPR-1fL155D. B) Confirmação do evento 5 de TcPR-1fL155D ............................... 58

Figura 15: Resultado da PCR para confirmação do eventos obtidos nos experimento 3

de transformação do gene TcPR-1gL107D. O marcador utilizado foi de 100 pb

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(Invitrogen). Ev: Evento. MT C-: Controle negativo, tomateiro Micro-Tom. Agro C+:

Controle positivo, DNA de Agrobacterium utilizado para transformação genética........59

Figura 16: Resultado da PCR para confirmação dos eventos obtidos no experimento 3

de transformação do gene TcPR-1g. O marcador utilizado foi de 100 pb (Invitrogen).

Ev: Evento. MT C-: Controle negativo, Tomateiro Micro-Tom. Agro C+: Controle

positivo, DNA de Agrobacterium utilizado para transformação genética ..................... 59

Figura 17: Comparação das taxas de regeneração obtidas nos tratamentos. Colunas

seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05) ................. 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Famílias de proteínas relacionadas à patogênese já descritas em literatura... 22

Tabela 2: Iniciadores Forward e Reverse utilizados para mutagênese sítio dirigida dos genes alvo TcPR-1f e TcPR-1g em seus domínios SCP e Quinase. As regiões em cinza

representam os códons no quais foram induzidas as mutações ...................................... 35

Tabela 3: Iniciadores Forward e Reverse utilizados no sequenciamento das mutagêneses

sítio dirigidas dos genes TcPR-1f e TcPR-1g em seus respectivos domínios. SCP:

domínio SCP/TAPS. Kn: Domínio Quinase ................................................................... 39

Tabela 4: Iniciadores Forward e Reverse utilizados para sequenciamento completo dos

genes TcPR-1f e TcPR-1g. ............................................................................................. 41

Tabela 5: Iniciadores Forward e Reverse utilizados para amplificação dos genes alvo na PCR de confirmação ....................................................................................................... 45

Tabela 6: Resumo dos resultados obtidos via mutagêneses sítio-dirigida nos domínios SCP, Quinase 1 e Quinase 2 para os genes TcPR1-f e TcPR1-g. ................................... 53

Tabela 7: Resumo das informações dos experimentos de transformação genética em

modelo de Tomateiro Micro-Tom dos genes TcPR-1fL155D, TcPR-1gL107D, TcPR-1f,

TcPR-1g (referência) e controle. .................................................................................... 55

Tabela 8: Resumo das taxas de regeneração obtidas nos experimentos de transformação genética de tomateiro Micro-Tom realizados ................................................................. 60

Tabela 9: Resumo das taxas de transformação obtidas nos experimentos de transformação genética de tomateiro Micro-Tom realizados ......................................... 63

Tabela 10: ANOVA obtida no software SPEED Stat 2.4. utilizando como varíavel a

taxa de regeneração obtida considerando 3 tratamentos (TcPR-1fL155D, TcPR-1gL107D e

pCAMBIA2201). O delineamento utilizado foi inteiramente ao acaso. GL: Graus de

Liberdade. SQ: Soma de Quadrados. QM: Quadrados Médios. F: Teste de variabilidade.

Ns: Não significativo. ..................................................................................................... 66

Tabela 11: Resumo da ANOVA obtida no software SPEED Stat 2.4. utilizando como

varíavel a taxa de regeneração obtida considerando 3 tratamentos (TcPR-1fL155D, TcPR-

1gL107D e pCAMBIA2201). O delineamento utilizado foi inteiramente ao acaso. C.V.:

Coeficiênte de variação. Ns: Não significativo. ............................................................. 66

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

ANA: Ácido α-naftaleno acético

Asp: Aminoácido Ácido Aspartico

BAP: Benzilaminopurina

CBM: Do inglês, Caveolin Binding Motif

HR: Reposta Hipersensível

ISR: Resistência Sistêmica Induzida

Kn1: Domínio Quinase 1

Kn2: Domínio Quinase 2

Leu: Aminoácido Leucina

MT: Tomateiro Micro-Tom

PR: Proteínas Relacionadas à patogênese

PCR: Reação em Cadeia da Polimerase

RLK: Receptor do Tipo Quinase

SAR: Resistência Sistêmica Adquirida

SCP: Domínio SCP/TAPS

Tm: Temperatura de ‘Melting’

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Avaliação de mutagênese sítio dirigida dos genes PR-1RK na transformação de

tomateiro micro-tom

RESUMO

As plantas desenvolveram mecanismos de defesa em resposta a estresses bióticos.

Dentre os genes de defesa vegetal mais estudados estão aqueles que codificam proteínas

relacionadas à patogênese do tipo PR (Pathogenesis Related). O estudo do papel dessas

proteínas no ataque por fitopatógenos faz-se importante para uma maior caracterização

dos mecanismos de defesa vegetal. Estudos in vitro demonstram que proteínas da

superfamília de proteínas SCP/TAPS, da qual as proteínas vegetais PR-1 fazem parte,

possuem capacidade de inibir o crescimento de oomicetos e fungos, além de se ligar e

exportar esteróis das células e possivelmente influenciar na sinalização da resposta de

defesa. Em estudos anteriores obtivemos tomateiros Micro-Tom transformados com os

genes TcPR-1f e TcPR-1g; porém com baixa taxa de transformação e regeneração. O

objetivo deste estudo foi obter mutantes dos genes PR-1RK através de mutagênese sítio-

dirigida dos domínios SCP/TAPS (ligação a esterol) e quinase (fosforilação), a fim de

verificar se tais funções desses genes alterariam o desenvolvimento in vitro dos

explantes. Os mutantes SCP/TAPS foram testados quanto a sua capacidade de interferir

nas taxas de transformação e regeneração in vitro de explantes de tomateiro Micro-Tom

transformados via Agrobacterium tumefaciens quando comparados aos genes selvagens

TcPR-1f e TcPR- 1g. A troca de aminoácidos em domínios das proteínas codificadas

foi realizada a fim de permitir a realização de estudos funcionais relacionados à perda

de função em plantas transgênicas no modelo vegetal Micro-Tom. Versões mutadas nos

sítios quinase e SCP/TAPS de cada gene foram obtidas por mutagênese sítio dirigida via

PCR e cada um dos genes mutados foi clonado no vetor binário pCAMBIA2201. Os

vetores finais foram validados por perfil de restrição e sequenciamento e transformados

em A. tumefaciens GV3101. Foram obtidos 4 eventos transgênicos de TcPR-1fL155D , 1

evento de TcPR- 1gL107D, 1 evento de TcPR-1g e 1 evento de pCAMBA2201. Os

fenótipos observados apresentaram lento desenvolvimento e baixa taxa de regeneração

in vitro. Com os dados obtidos, é possível supor que as interações membranares podem

ter sido afetadas com a troca de códons realizada. Porém, se faz necessário a realização

de mais estudos para essa comprovação e para otimização do protocolo de

transformação.

Palavras-chave: Proteínas PR-1, mutagênese sítio-dirigida, transformação vegetal,

esteróis, Solanum lycopersicum.

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Appraisal of site directed mutagenesis on PR-1RK genes in Micro Tom tomato

genetic transformation

ABSTRACT

Plants have developed defense mechanisms in response to biotic stresses. Among the

most studied plant defense genes are those that encode proteins related to pathogenesis of

the type PR (Pathogenesis Related). The study of the role of these proteins in the attack

by phytopathogens is important for a wider characterization of plant defense

mechanisms. In vitro studies demonstrate that proteins from the SCP / TAPS protein

superfamily, of which plant proteins PR-1 are part, have the ability to inhibit the growth

of oomycetes and fungi, in addition to binding and exporting cellular sterols, and possibly

binding in signaling defense response. In previous studies, we obtained transformed

Micro-Tom tomatoes transformed with cacao PR-1RK genes TcPR-1f and TcPR-1g;

however, with low transformation and regeneration. The objective of this study was to

obtain PR-1RK mutant genes through site-directed mutants of SCP/TAPS (sterol binding)

and kinase (phosphorilation), to verify whether the function of these genes could alter the

development of the explants. The aim of this study is to relate the sterol binding of cacao

PR-1RK (PR-1 like receptor-like kinase) proteins to the resistance mechanism against

pathogens, through site-directed mutagenesis and if its changes could interfere in the

explants regeneration tax transformed by Agrobacterium tumefaciens. The changes of

amino acids in protein domains encoded by the genes identified in the cacao TcPR-1f and

TcPR-1g were carried out in order to allow a loss of function study in tomato Micro-Tom

plants. Mutated versions at the kinase and SCP/TAPS sites of each gene were achieved by

PCR site-directed mutagenesis and each of the genes was cloned into the binary vector

pCAMBIA2201. The final vectors were validated by restriction and sequencing and

transformed into Agrobacterium tumefaciens GV3101. We obtained 4 TcPR-1fL155D

transgenic events, 1 TcPR-1gL107D transgenic event, 1 TcPR-1g control event and 1

pCAMBA2201 control event. The observed phenotypes showed slow development and

low rate of in vitro regeneration. With the data obtained, we suggest that the membrane

interactions may have been affected by the exchange of codons performed; however, it is

necessary to carry out further studies to confirm this hypothesis and for the optimization

of genetic transformation protocol.

Keywords: PR-1 proteins, site-directed mutagenesis, genetic transformation, Solanum

lycopersicum.

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1 INTRODUÇÃO

A produtividade agrícola está relacionada à resistência a patógenos, pragas e a outros

fatores de estresses bióticos e abióticos que limitam o desenvolvimento das cultivares

(OERKE, 2005). Os organismos vegetais não possuem resposta imune mediada por

anticorpos (adquirida), como os animais. Entretanto, os vegetais desenvolveram

mecanismos de defesa inata similares aos encontrados em outros grupos taxonômicos que,

quando acionados, liberam sinais responsáveis por desencadear mecanismos de defesa em

busca de resistência à infecção (LARCHER, 2006; WIT, 2007). Em geral, as plantas se

recuperam do ataque devido a efetividade dos sinais enviados que se transformam em

indução de resistência (SILVA et al., 2008).

A indução de resistência a doenças ocasionadas por patógenos durante o

desenvolvimento das plantas é comum no reino vegetal e pode acontecer em diferentes

estádios do desenvolvimento do hospedeiro e variar de acordo com o tipo de tecido

infectado, idade da planta, interação planta - patógeno e condições ambientais (WHALEN,

2005; DEVELEY-RIVIÈRE, 2007). Os fitopatógenos invasores ou seus elicitores podem

ativar respostas de defesa na planta e ocasionar uma reprogramação transcricional (WEN et

al., 2017).

A resistência a determinado agente é definida como a capacidade de evitar a entrada

ou atrasar a subsequente atividade do fitopatógeno nos tecidos (NOJOSA et al., 2005). O

mecanismo inicial de defesa é composto pelas barreiras físicas, ou seja, cutícula, estômatos

e tricomas (GONZÁLEZ-LAMOTHE et al., 2009). A partir da superação pelo patógeno

destas barreiras primárias, é acionado um sistema de defesa de amplo espectro comum em

monocotiledôneas e dicotiledôneas (HEATH, 2000a). A primeira etapa da resposta de

defesa da planta é conhecida por resposta hipersensitiva (HR) ou reação de

hipersensibilidade caracterizada por ocorrer de maneira rápida no sítio de infecção do

patógeno (HARTMAN et al., 2016).

Outro tipo de resposta secundária que pode ser manifestada pelo organismo após a

formação de lesões necróticas é denominada Resistência Sistêmica Adquirida (SAR do

inglês, “Systemic Acquired Resistance”) definida pela ativação de mecanismo de defesa

em áreas distantes do local de infecção pelo fitopatógeno na planta (RYALS et al. 1996;

HARTMAN et al., 2016). Sugere-se que compostos como o etileno, ácido jasmônico e

ácido salicílico atuam como sinalizadores para esse tipo de resistência. Além disso,

durante o estado de SAR, o grupo de proteínas relacionadas à patogênese (PRs, do inglês

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“Pathogenesis Related Proteins”) é expresso (BROEAKAERT et al., 2000; VAN LOON et

al., 2006). O mecanismo de Resistência Sistêmica Induzida (ISR), relacionado à presença

de endofíticos ou microorganismos potencializadores de defesa, também é ativado por

elicitores químicos, semelhante à SAR, porém durante a ISR não há envolvimento do ácido

salicílico como sinalizador (PIETERSE, 2015).

As proteínas PR foram descritas pela primeira vez em folhas de tabaco (Nicotiana

tabacum L.) (VAN LOON et al, 1985) sendo, em seguida, identificadas em outras espécies

de plantas pertencentes a várias famílias. Atualmente, as proteínas PR são agrupadas em 17

famílias de acordo com suas características bioquímicas e atividade funcional (VAN

LOON et al., 2006). Dentre essas proteínas, as do tipo PR-1 são altamente conservadas em

plantas e tem participação na sua resposta ao estresse biótico (LINCOLN et al., 2018).

Alguns estudos recentes demonstram que o nível de transcrição e tradução de PR-1

aumenta em plantas sob condições de estresse biótico (SHI et al. 2019; YANG et al. 2019).

Além disso, quando os genes PR-1 foram superexpressos em plantas transgênicas, essas

geralmente exibiram maior resistência a doenças causadas por bactérias, fungos e vírus. O

contrário foi observado nas plantas que tiverem os genes PR-1 silenciados, as quais

mostraram maior suscetibilidade do que o controle na infecção de patógenos

(PEČENKOVÁ et al., 2017). A função biológica exata e o modo de ação das proteínas PR-

1 vem sendo elucidada. Gamir e colaboradores (2017) verificaram que essas proteínas

possuem capacidade antimicrobiana inibindo o crescimento de fungos e oomicetos.

As proteínas PR-1 apresentam domínio comum conservado com quatro α-hélices e

quatro folhas–β, arranjadas em paralelo, característico da superfamília SCP/TAPS

(‘Sperm- coating protein-Tpx-1/Ag5/PR-1/Sc7’) que possui membros em todo o reino

eucarioto (TEIXEIRA et al., 2012). Enquanto muitas das proteínas englobadas pela

superfamília SCP/TAPS apresentam domínio CAP, além de outros domínios funcionais

adicionais, as proteínas PR-1 apresentam apenas o domínio CAP com extensões N e C-

terminais curtas, sugerindo que esse domínio determina seu papel nas plantas (BREEN et

al., 2017).

A atividade bioquímica das proteínas da superfamília SCP/TAPS foi relatada pela

primeira vez nas proteínas de levedura PRY1 e PRY2 e na proteína humana CRISP2

devido a sua capacidade de ligação esterol e ácidos graxos (CHOUDHARY E

SCHNEITER, 2012). Estudos de modelagem computacional da levedura PRY1

identificaram uma região com semelhança de sequência ao motivo de ligação à caveolina,

no qual haveria a ligação ao esterol acontecendo por aminoácidos hidrofóbicos presentes

nesta região (BREEN et al., 2017; DARWICHE et al., 2018).

Page 19: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

19

Recentemente, genes que codificam domínios PR-1 extracelulares fundidos aos

domínios transmembrana e quinase, característico de receptores do tipo quinase (RLKs)

foram encontrados em cacau (TEIXEIRA et al., 2013), em trigo e em arroz (LU et al.,

2017). Nos organismos vegetais em que foram identificados os genes PR-1-RLK (PR-1

receptores do tipo quinase) estavam expressos em condições de estresse biótico (infecção

de patógenos) e abiótico (TEIXEIRA et al., 2013; LU et al., 2017). A função exata que os

PR- 1-RLKs desempenham no reconhecimento e na indução de respostas de defesa nas

plantas ainda não foi plenamente elucidada. Acredita-se que podem desempenhar papel de

reconhecimento ou detecção de esteróis (BREEN et al., 2017).

Devido à novidade da descoberta dos genes com características de RLKs com domínio

extracelular do tipo PR-1 (denominados anteriormente de PR-1-RLK), esses genes (TcPR-

1f e TcPR1-g) foram o foco dos estudos de Teixeira e colaboradores (TEIXEIRA et al.,

2013). Foram avaliados os dados de RNAseq de cinco réplicas biológicas de plantas de

cacau infectadas com vassoura de bruxa no seu estágio de “vassoura verde” e cinco

réplicas de amostras controles, não infectadas. Os dados mostraram que uma das PR-1-

RLK de cacau codificada pelo gene TcPR-1g teve maior expressão durante a interação com

Moniliophthora perniciosa. Por outro lado, TcPR-1f não teve sua expressão

significativamente alterada durante o ataque (TEIXEIRA et al. 2013). Posteriormente,

foram realizados os primeiros experimentos de transformação genética de tomate Micro-

Tom com ambos os genes, TcPR-1f e TcPR-1g, seguidos da inoculação dos patógenos

Moniliophthora perniciosa e Phytophthora parasitica com o objetivo de caracterizar a

atividade das duas proteínas PR-1 receptoras quinase de cacaueiro. Verificou-se que a

superexpressão de TcPR-1f aumentou a tolerância ao fungo e ao oomiceto testados,

confirmando o possível papel deste gene na resistência contra esses patógenos. Por outro

lado, os dados para TcPR- 1g não foram plenamente conclusivos (FORTI, 2018). Um dos

maiores problemas durante os experimentos realizados por Forti (2008) foi a baixa taxa de

regeneração in vitro dos explantes transformados com os genes TcPR-1 f e TcPR-1g. Uma

das hipóteses geradas durante a discussão da dissertação de Forti (2008) foi de que a

própria atividade dos genes seria a responsável pela baixa regeneração. Para testar a

hipótese de que os sítios de ligação ao esterol dos genes TcPR-1f e TcPR-1g estão

efetivamente envolvidos dificuldade de regeneração dos explantes, o objetivo desse

trabalho foi realizar a mutagênese sítio dirigida nos sítios SCP/TAPS e Quinase e avaliar,

após a transformação genética em tomateiro Micro-Tom, o padrão de taxas de regeneração

in vitro dos brotos.

Page 20: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

20

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Mecanismos de interação planta – patógeno

Os mecanismos de defesa nas plantas podem ser atribuídos às barreiras físicas ou

morfológicas, tais como pilosidade, serosidade, lignina e cutículas, sendo denominados

fatores de resistência estruturais ou barreiras químicas, como a produção de compostos

que induzem modificações na parede celular ou formação de papilas e compostos

antimicrobianos, sendo denominados fatores de resistência bioquímicos (VAN LOON et

al., 2006; SELS et al., 2008).

Ao atacar uma planta hospedeira, os genes do patógeno são ativados para liberar as

enzimas ou toxinas na planta em forma de infecção. A planta, por sua vez, com a ajuda dos

fatores de resistência bioquímicos também acumula substâncias tóxicas e sintetiza

proteínas de defesa, dentre elas, as PR proteínas, relacionadas à patogênese (BERTINI et

al., 2009; AGRIOS, 2005). Após o ataque, o organismo vegetal pode não desenvolver

nenhuma doença ou desenvolver doença moderada ou grave dependendo das condições

de infecção, do desenvolvimento da planta e da composição genética dos organismos

envolvidos (planta e patógeno) (DANGL et al., 2001).

Nas interações onde a planta consegue resistir ao ataque do patógeno, o hospedeiro

carrega um grupo de genes de resistência (R) e o patógeno carrega genes correspondentes

para avirulência (AVR) (HEAT, 2000b). Em geral, a maquinaria de defesa induzida das

plantas é desencadeada pela infecção do patógeno (LIU et al., 2005; BLBK et al., 2009).

Os mecanismos de defesa são ativados pelo reconhecimento das proteínas de avirulência

que por sua vez ativam mecanismos de resistência no hospedeiro. O mecanismo de

resposta hipersensível (HR) é uma resposta rápida, inicialmente das células infectadas

próximas à lesão que liberam compostos tóxicos, os quais podem atuar contra o patógeno e

em alguns casos, ocasior apoptose celular (AGRIOS, 2004). Outras respostas à infecção

incluem o aumento da expressão da enzima fenilalanina amônialiase (PAL), enzima

envolvida na biossíntese de compostos fenólicos dentre eles o ácido salicílico (SA)

envolvido na resistência sistêmica devido sua capacidade de induzir PR-proteínas,

deposição de lignina e aumento dos níveis de compostos que atuam na ativação de sinais

para expressão de proteínas de defesa e ácido salicílico (SA), óxido nítrico e oxigênio

(THATCHER et al. 2005; AGRIOS, 2004; VERBENE et al. 2000).

A HR também pode ativar uma cascata de sinalização e ocasionar um estado

aprimorado de resistência nas regiões próximas a lesão ou em toda a planta conhecido

Page 21: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

21

como Resistência Sistêmica Adquirida (Systemic Acquired Resistance, SAR). Observa-se

que organismos que apresentam SAR possuem diminuição da suscetibilidade a patógenos

no geral e não apenas ao patógeno que originou a resposta hipersensível (NAYLOR, et al.,

1998; BLBK et al., 2009). A SAR promove uma diminuição dos sintomas da doença após

infecções com patógenos na região próxima a lesão, na tentativa de minimizar o ataque.

Com o passar do tempo, se percebe a ocorrência da ativação de mecanismos de defesa em

locais distantes da lesão (AGRIOS, 2004; MARTINEZ, 2000). A indução da SAR é

caracterizada pelo acúmulo de ácido salicílico (SA) para estimular os mecanismos de

defesa e distribuição dos sinais (DOREY et al., 1997; DURNER et al., 1997). O SA é

proposto como o primeiro sinal químico para indução de genes relacionados a patogêneses

(PR), especialmente os genes PR-1 (FU et al. 2013; HARTMAN, 2016). Foi sugerido que

a SAR é mais eficaz contra os patógenos biotróficos e hemibiotrofóicos (HARTMAN,

2016).

Outro mecanismo induzido após o ataque de patógenos ou elicitores químicos é o

de Resistência Sistêmica Induzida (Induced Systemic Resistance, ISR) que desencadeia

sinais de maneira semelhante à SAR, mas está relacionado à rizobactérias que promovem

crescimento de plantas (PIETERSE et al., 2015). A ISR difere da SAR por ser dependente

de ácido jasmônico (JA) e etileno (ET) e ser independente da via do SA. Além disso, não

há ativação dos genes PR, além de não apresentar uma resposta de HR. Entretanto, em

alguns casos poder estimular a produção de ácido salicílico e ser confundido com a SAR

(PIETERSE et al., 2015; HARTMAN, 2016). A indução da ISR é mais eficaz contra

patógenos necrotróficos do que patógenos biotróficos ou hemibiotróficos uma vez que não

envolve resposta hipersensível (VAN LOON, et al, 1998).

2.2 Proteínas relacionadas à patogênese (PR-Proteínas)

Os genes PR codificam proteínas como as quitinases e β-1,3- glucanases, capazes

de degradar polissacarídeos estruturais de parede celular, prejudicando o desenvolvimento

do microorganismo e desempenhando papel de prevenção e/ou redução da colonização de

patógenos no hospedeiro (SUDISHA et al., 2012; ZAREIE, 2002). Inicialmente, o termo

“proteínas relacionadas à patogênese” ou “PR- proteínas” foi utilizado para descrever

proteínas extracelulares que se acumulavam em plantas Nicotiana tabacum infectadas com

Page 22: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

22

o vírus do mosaico do tabaco (TMV; VAN LOON et.al, 1970). Ao longo do tempo, esta

definição passou a incluir o acúmulo de proteínas localizadas intra e extracelularmente em

tecidos vegetais ou em cultura de células após o tratamento com elicitores ou ataque de

patógenos (BOWLES et al., 1990).

As proteínas PR apresentam aumento de concentração em condições de estresse

abiótico ou sob ataque de fungos, oomicetos, bactérias, vírus (VAN LOON et al., 1999;

ROBERT et al., 2001; FERREIRA et al., 2007; SELS et al.,2008). A indução dessas

proteínas é mediada pela ação de sinalizadores de acordo com a origem dos elicitores,

endógenos (da planta) ou exógenos (do patógeno) (CHRISTENSEN et al., 2002).

A maioria das PRs apresenta baixo peso molecular (6 - 43KDa) (TAIZ et al., 2017)

e são induzidas pela ação dos compostos sinalizadores: ácido salicílico (SA), ácido

jasmônico (JA) ou etileno (ET) (HAMMOND-KOSACK et al., 2000; VAN LOON et al.,

2006). Estas apresentam propriedades físico-químicas que permitem resistir a pH ácido e

clivagem proteolítica nos espaços intercelulares, além de características físico-químicas

comuns (VAN LOON et al., 1985; NIDERMAN, 1995). Muitas proteínas PR possuem

atividade antifúngica e atividade antibacteriana in vitro como, por exemplo, quitinases,

glucanases e proteínas que se ligam à quitina (ZAREIE et al., 2002). Por serem induzidas

em associação à respostas de resistência, estudar essas proteínas é muito importante para

compreender os mecanismos de defesa (VAN LOON et al., 2006).

Essas proteínas estão divididas em 17 famílias de acordo com suas características

bioquímicas e biológicas, e foram numeradas por ordem de descoberta (VAN LOON et al.,

2006), como exemplificado na tabela 1.

Tabela 1: Famílias de proteínas relacionadas à patogênese já descritas em literatura

(Continua)

Família Membro Propriedade

PR-1 Tabaco PR-1 Antifúngica, antioomicetos, ligação

a esterol

PR-2 Tabaco PR-2 β-1,3-glucanase

PR-3

Tabaco P, Q Quitinase do tipo I, II, IV, V, VI,

VII

PR-4 Tabaco 'R' Quitinase do tipo I, II

Page 23: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

23

Tabela 1: Famílias de proteínas relacionadas à patogênese já descritas em

literatura (Continuação)

PR-5

Tabaco 'S'

Thaumatina-like

PR-6 Tomate Inibidor I Inibidor de protease

PR-7 Tomate P69 Endoproteinase

PR-8 Pepino Quitinase Quitinase do tipo III

PR-9 Tabaco "peroxidase formadora de

lignina"

Peroxidase

PR-10 Salsinha PR-1 Ribonuclease-like

PR-11 Tabaco "classe V" Quitinase do tipo I

PR-12 Rabanete Rs-AFP3 Antifúngica

PR-13 Arabidopsis THI2.1 Tioninas

PR-14 Cevada LTP4 Proteína transferência de lipídíos

PR-15 Cevada OxOa Oxalato oxidase

PR-16 Cevada OxOLP Oxalato oxidase-like

PR-17 Tabaco PRp27 Desconhecida

Adaptado de VAN LOON, 2006.

A conservação evolutiva de proteínas semelhantes relacionadas à defesa em

monocotiledôneas e dicotiledôneas sugere que essas proteínas descritas na tabela

desempenhem funções essenciais na vida das plantas em quaisquer mecanismos que

estejam relacionadas (VAN LOON et al., 2006).

2.3 Proteínas PR-1 e suas propriedades

A família PR-1 faz parte da super-família SCP/TAPS (CANTACESSI et al., 2009),

é altamente conservada e está presente em todas as espécies de plantas investigadas até o

momento (BREEN et al., 2017). Foram encontrados homólogos em fungos, insetos e

vertebrados (VAN LOON et al., 1999).

Nas plantas, as proteínas PR-1 são produzidas em abundância durante a resposta de

defesa, chegando a constituir cerca de 2% das proteínas totais presentes em folhas de

tabaco infectadas com patógenos (ALEXANDER et al., 1993). A maioria das PR-1 é

secretada e se acumula no apoplasto (espaço extracelular) e nos vacúolos (TAIZ et al.,

2017), o que é facilitado pelo peptídeo N-terminal (BREEN et al., 2017).

As proteínas PR-1 não estão apenas associadas a respostas contra patógenos, pois

Page 24: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

24

respondem também a estímulos abióticos, sugerindo papéis importantes nas respostas a

esse tipo de estresse (PINHEIRO et al., 1999; SNIDER et al. 2000; LIU et al. 2013;

KOTHARI et al. 2016). Além disso, foi demonstrado que essa família de proteínas se

acumula em folhas senescentes de plantas adultas e também em sépalas em

desenvolvimento (LOTAN, 1989) sugerindo também o seu envolvimento na floração e no

desenvolvimento das plantas. Contudo, essas funções permanecem desconhecidas (BREEN

et al., 2017).

A regulação positiva nas respostas de defesa sinalizadas pelo SA, o excesso de

proteínas PR-1 durante a infecção e sua localização apontam o papel dessas proteínas na

defesa do hospedeiro (LEAH et al. 1991; DURRAN et al., 2004). Proteínas PR-1 também

possuem capacidade antimicrobiana, inibindo crescimento de fungos e de oomicetos

(GAMIR et al, 2017). Todas as proteínas da família PR-1 são estruturalmente similares e

possuem quatro α-hélices e quatro folhas–β, arranjadas em paralelo (VAN LOON e

STRIEN, 1999). Apresentam domínio funcional SCP/ TAPS (Sperm-Coating Protein/Tpx-

1/Ag5/PR-1/Sc7) (CANTACESSI, 2009; TEIXEIRA, et.al, 2012) também descrito na

família das CAP proteínas (cysteine-rich secretory proteins (CRISP), antigen 5 (Ag5), and

pathogenesis-related protein 1 (PR-1) (SCHNEITER, 2013; CANTACESSI, 2009). As

proteínas da família CAP apresentam domínio comum de 150 aminoácidos formando uma

estrutura α-β-α exclusiva. A conservação do domínio CAP sugere que as proteínas dessa

família exerçam funções semelhantes. Porém, o modo de ação delas permaneceu por muito

tempo desconhecido (GIBBS, 2008; DARWICHE, et al, 2017). Os membros da família

CAP são majoritariamente proteínas secretadas estáveis em fluidos extracelulares

(CANTACESSI, 2012). Estudos realizados por Darwiche e colaboradores (2017)

demonstraram a capacidade das proteínas CAP de se ligarem a esteróis e ácidos graxos

possibilitando o transporte desses compostos e seu transporte para o meio extracelular.

Os esteróis compõem a classe de lipídios presentes nas membranas celulares de

todos os seres eucariotos sendo responsáveis por regular a permeabilidade e fluidez da

membrana (TANRET, 1889). As células animais apresentam colesterol na membrana

enquanto que as células vegetais apresentam fitoesteróis (MOREAU et al., 2018). A

molécula de esterol também compõe a membrana de muitos fungos patogênicos de plantas

sendo essencial para o crescimento desses microorganismos (KANZAN et al., 2017).

Especula-se que os patógenos auxotróficos de colesterol, como os oomicetos, adquiram

esteróis externamente das membranas do hospedeiro durante a patogênese (GAULIN et

al., 2010; GAMIR et al., 2017).

Nos últimos anos foi verificado que proteínas PR-1 apresentam capacidade de

Page 25: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

25

ligação a esterol e que esta ligação acontece por aminoácidos hidrofóbicos presentes numa

região proteica chamada ‘Caveolin Binding Motif’ (CBM), (DARWICHE et al., 2017,

DARWICHE et al., 2018; GAMIR et al., 2017). O CBM é caracterizado pela presença de

aminoácidos aromáticos nas posições 1, 3 e 8 do motivo, sendo que a posição 3 seria

crucial para a ligação (DARWICHE et al., 2017; CHOUDHARY et al., 2014). As

proteínas que se ligam a esteróis apresentam CBM conservado e mutações pontuais nesse

motivo caracterizam a perda da função de ligação ao esterol (DARWICHE et al., 2017).

Sugere-se que a defesa contra patógenos desempenhada pelas proteínas PR-1

envolva o mecanismo de ligação e sequestro de moléculas de esteróis (SCHNEITER,

2013). Em busca dessa confirmação, alguns estudos têm sido realizados com proteínas PR-

1 de plantas e de outros organismos. As proteínas Pry1 e Pry2 da levedura Saccharomyces

cerevisiae, pertencentes à superfamília SCP/TAPS, apresentam capacidade de ligação ao

colesterol e a acetato de colesterol conhecidas. Mutações no CBM foram inseridas

alterando um aminoácido hidrofóbico localizado nessa região e se observou que a

função de ligação e exportação de esterol foram bloqueadas (SCHNEITER, 2013; GAMIR

et al., 2017; DARWICHE et al., 2017). Em seguida, foi verificado que a proteína humana

CRISP2 (também da superfamília SCP/TAPS) foi capaz de complementar essa atividade de

exportação de esterol, indicando que a função de ligação e exportação de lipídios das

proteínas Pry é conservada entre os membros desta superfamília (CHOUDHARY et al.,

2012). Além disso, dados indicam que as proteínas Pry apresentam atividade comparável à

de outras proteínas que se ligam a esterol e são capazes de se ligar ao eugenol (composto

antimicrobiano presente no óleo de cravo da Índia). Isso indica mais uma vez que essas

proteínas são possivelmente responsáveis pela ligação e exportação de esteróis, e pelo viés

antimicrobiano que essas funções têm (CHOUDHARY et al., 2012; DARWICHE et al.,

2017).

Page 26: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

26

2.3.1 Proteínas do tipo PR-1 em Cacaueiro

A partir das evidências apontadas de que as proteínas PR-1 estão relacionados com

a resposta de defesa em plantas, Teixeira e colaboradores buscaram estes genes no genoma

do cacau utilizando a sequência de PR-1 do tomate cereja P14 (FERNÁNDEZ et al., 1997).

Os autores encontraram treze genes com significativa similaridade à sequência que foram

nomeados de TcPR-1a a TcPR-1m (TEIXEIRA et al., 2013). Análises proteicas

identificaram a existência de modelos de peptídeos sinal hidrofóbicos e domínios SCP /

TAPS completos nessas treze proteínas. Duas dessas proteínas, TcPR-1f e TcPR1-g, se

destacaram por apresentar mais de 580 aminoácidos e uma região altamente hidrofóbica

entre o domínio SCP/TAPS e um domínio quinase. Essa arquitetura proteica é

característica de receptores do tipo quinase (RLKs) (TEIXEIRA et al., 2013). Os RLKs são

um grupo de receptores transmembranares que percebem sinais extracelulares e

desencadeiam fosforilação como respostas intracelulares (WALKER, 1994) e que já foram

caracterizados como maquinaria de defesa contra patógenos (GREEFF et al., 2012).

Figura 1: Organização e domínios das proteínas PR-1RK de T. cacao (Tc). O peptideo

sinal é indicado na extrema esquerda da figura, seguido do domínio SCP/TAPS;

seguido da porção transmembranar hidrofóbica e domínio serina/ treonina quinase a

direita. Os números em romano indicam as regiões do domínio quinase envolvidas em

atividade fosforilativa. (TEIXEIRA et al., 2013).

Os RLKs estão envolvidos em processos de desenvolvimento (JINN et al., 2000),

reprodução (ESCOBAR-RESTREPO et al., 2007) ou na imunidade vegetal (JONES et

al.,2006). Quando envolvidos na imunidade do organismo vegetal, são chamados de

Page 27: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

27

receptores de reconhecimento de padrões (PRRS) e detectam padrões de moléculas

associados a patógenos (PAMPs) iniciando um conjunto de respostas de defesa que

incluem produção de espécies reativas de oxigênio, expressão de genes de defesa,

deposição calosa (JONES et al., 2006; GREEFF et al., 2012; ZIPFEL, 2014). Estudos

demonstraram que a perda da função de RLKs aumenta a suscetibilidade a patógenos

(ZIPFEL et al., 2004).

Baseado em dados de RNAseq da interação do fungo M. perniciosa e T. cacao

foram detectados quatro genes PR-1 (TcPR-1c, d, g e l) expressos durante a infecção.

Todos os outros nove genes não tiveram expressão detectada nesta etapa. Em seguida,

foram avaliados os dados de RNAseq de cinco réplicas biológicas de M. perniciosa e cinco

réplicas de amostras controles (não infectadas), sendo que o TcPR-1f não teve sua

expressão significativamente alterada durante a infecção por M. perniciosa e o gene TcPR-

1g foi mais expresso em vassoura-de-bruxa do que em plantas não infectadas (TEIXEIRA

et al., 2013). TcPR-1g foi induzido durante a doença, no estágio onde o fenótipo das

plantas de cacaueiro é fortemente afetado e onde o fungo está em sua etapa biotrófica

(MEINHARDT et al., 2008). Este dado indica que esse gene possa exercer um papel na

defesa do cacaueiro contra M. perniciosa. Porém vale ressaltar que não houve eliminação

da doença, o que indica que apesar de TcPR-1g ser expresso, essa expressão não foi

determinante na eliminação do patógeno (FORTI, 2018).

Em 2018, Forti (2018) realizou os primeiros experimentos de transformação

genética de tomateiro Micro-Tom com os genes TcPR-1f e TcPR-1g. Dezoito

experimentos de transformação genética de tomateiro foram realizados e somente um

obteve evento transgênico correspondente a cada gene. Para caracterizar os transgênicos

obtidos, estes foram inoculados com patógenos M. perniciosa (Figura 2) e

Phytophthora parasitica (Figura 3) para avaliação dos perfis de dano causado e de

resistência para o melhor entendimento das proteínas PR-1RK.

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28

Figura 2: Diâmetro médio do caule (mm) no controle e linhas transgênicas inoculado

com o fungo M. perniciosa, 35 dias após a inoculação. Colunas seguidas da

mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Figura 3: Área média da lesão (cm²) no controle e linhas transgênicas inoculados com

P. parasitica, 4 dias após a inoculação. Colunas seguidas da mesma letra não diferem

entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Foi observado que TcPR1-f apresentou um aumento de tolerância à infecção de M.

perniciosa (aumento do diâmetro do caule é um indicativo de infecção; Figura 2) e do

oomiceto P. parasitica (Figura 3). Tais resultados permitem inferir a capacidade deste gene

de inibir oomiceto e fungo hemibiotrófico indicando sua propriedade como possível gene

relacionado à resistência contra esses patógenos.

Os dados para TcPR-1g foram estastiticamene iguais ao controle não transgênico.

No entanto, os dados brutos indicam um pouco mais de severidade nas doenças no

transgênico. S endo assim, os dados obtidos não foram plenamente conclusivos para

esse gene. Apesar disso, acredita-se que TcPR-1g pode ser um gene que não atue

conferindo tolerância a patógenos mas talvez sim como um gene que afete o

Page 29: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

29

desenvolvimento da planta (FORTI, 2018). Forti indica que são necessários mais estudos

desses genes in vitro e in vivo para correlacionar os resultados obtidos, mas que se pode

inferir que pelo menos uma conformação PR-1-RK de cacaueiro, confere tolerância na

interação com patógenos.

Em paralelo, foi avaliado se os domínios quinases das proteínas PR-1RK teriam

capacidade fosforilativa, o que foi confirmado através de experimentos de espectrometira

de massas (TOSARINI, 2018, dados não mostrados). Além disso, experimentos de

complementação de levedura evidenciaram que os domínios extracelulares de TcPR-1f e

TcPR-1g se ligam a colesterol (DARWICHE, 2018, comunicação pessoal). Esses dados

evidenciam que essas proteínas são funcionais, exercendo tanto a atividade PR-1 like de

ligação a esterol quanto a de quinase se autofosforilando.

2.4 Transformação genética

A biotecnologia é utilizada como ferramenta para viabilizar e acelerar programas de

melhoramento de plantas. Envolve técnicas como a cultura de tecidos, clonagem gênica,

uso de marcadores moleculares e transformação genética (SHARMA et al., 2009). A

transformação genética consiste na introdução controlada de um ou mais genes no genoma

de outro organismo e sua posterior expressão possibilitando a obtenção de organismos

geneticamente modificados (OGM). Assim, é possível gerar plantas transgênicas com

caracterísitcas de interesse agronômico, tais como maior produtividade, redução do uso de

agrotóxicos, resistência contra patógenos e melhor qualidade nutricional do fruto

(GAMBINO et al., 2012; SARTORETTO et al., 2008). Plantas transgênicas também são

geradas com o intuito de estudar a função e expressão gênica e o desenvolvimento vegetal

(HANSEN et al., 1999).

Os métodos de transformação genética são dependentes das técnicas de cultura de

tecidos in vitro, uma vez que após a inserção e expressão do transgene em uma célula

vegetal é necessário o adequado manuseio desta célula para que ela se torne competente e

possa se diferenciar e multiplicar dando origem a um indivíduo completo (regeneração in

vitro). A expressão da totipotência da célula vegetal é influenciada por vários fatores tais

como: o genótipo da planta matriz, o estado fisiológico, sanitário e nutricional da planta

matriz, o tipo de explante inicial, os componentes nutricionais e os reguladores de

crescimento adicionados ao meio de cultura, as condições micro e macroambientais

durante a incubação (GAMBINO et al., 2012; GIRI et al., 2004). Assim é necessário o

estabelecimento de um protocolo específico e eficiente de regeneração in vitro para um

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30

determinado genótipo antes da escolha e aplicação de um método de transformação

genética. O sucesso da transformação genética é medido pela taxa de transformação que

relaciona a quantidade de eventos transgênicos obtidos com o número de explantes

inoculados. Vários fatores podem afetar a eficiência de transformação dentre eles a cepa de

Agrobacterium, a complexidade da construção genética, os genes marcadores de seleção in

vitro e genes repórter utilizados, antibióticos utilizados no meio seletivo, componentes

nutricionais do meio de cultura e tipo de explante (CHETTY et al., 2013)

Os métodos de transformação genética são divididas em duas categorias: o indireto

que utiliza vetor biológico intermediário (bactéria Agrobacterium tumefaciens e A.

rhizogenes) e o direto que dispensa vetor biológico intermediário (ANDRADE, 2003).

Estes últimos são métodos químicos (PEG e PVA) e físicos (Biobalística e Eletroporação)

para a introdução do DNA no interior de uma célula competente (embriões

zigóticos/meristemas) pela quebra da barreira da parede celular e membrana plasmática.

A transferência de DNA pelo método indireto é um dos mais utilizaados na

obtenção de plantas transgênicas dicotiledôneas (CANHOTO, 2010) . A Agrobacterium

tumefaciens é uma bactéria gram-negativa que possui um plasmídeo (DNA

extracromossomal) denominado pTi (indutor de tumor) que apresenta a habilidade de

transferir uma parte de seu DNA para a célula vegetal. Esse DNA é chamado de T-DNA e

contém genes envolvidos na produção de opinas e de reguladores de crescimento vegetais

(LACROIX et al., 2013a). Em condições naturais, quando o T-DNA é transferido para a

célula vegetal, ele é integrado no genoma da planta e passa a ser expresso de forma

estável. Este processo ocasiona a multiplicação celular formando um aglomerado de

células denominado de tumores ou calos (LACROIX et al., 2013b), sintoma este

característico da infecção pela bactéria (doença coroa-de-galha).

2.5 O tomateiro Micro-Tom como planta modelo

As plantas modelo são comumente utilizadas em estudos genéticos e de fisiologia

vegetal visto que auxiliam na compreensão do desenvolvimento das plantas, função gênica,

processos biológicos, determinação do perfil de sinalização, perfil de metabólitos

secundários e investigação no padrão de defesa (RICROCH, et al., 2014; VAN NORMAN

et al., 2009). A versatilidade perante aspectos celulares e em experimentos de cultura de

tecidos também são características importantes das plantas modelo (GANAPATHI, et al.,

2004).

O uso de plantas modelos, como Arabidopsis thaliana e Nicotiana tabacum, foi

Page 31: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

31

estabelecido inicialmente devido à necessidade de padronização de experimentos e para o

ensino das ferramentas de biologia molecular (KOORNNEEF et al., 2010). As suas

utilizações como plantas modelos perduraram na pesquisa devido ao ciclo de vida curto,

porte pequeno, grande número de descendentes e genoma sequenciado disponível

(KOORNNEEF et al., 2010; XIONG et al., 1999; VAECK et al. 1987).

O tomateiro é uma cultura economicamente importante. Teve seu genoma

sequenciado em 2012 pelo grupo “The Tomato Genome Consortium”. O tomateiro cv.

Micro Tom (Solanum lycopersicum MT) é diplóide, apresenta ciclo de vida curto levando

cerca de 100 dias após transformação genética de cotilédones para a colheita de frutos

transgênicos, permitindo a triagem de até quatro gerações por ano (QIU et al., 2007;

PINO et al., 2010). Apresentando o desenvolvimento de fruto como característica mais

notável, o tomateiro abre espaço para discussões e pesquisas relacionadas a frutos,

amadurecimento, sinalização e perfil de metabólitos secundários (SHIKATA et al., 2016).

O tomateiro Micro-Tom é utilizado como modelo visando compreender a função de genes

de interesse agronômico (VAN ECK et al., 2019) e também no estudo da interação com o

fungo Moniliophtora perniciosa (MARELLI, 2009). Esse fungo possui dois biótipos, C e

S, sendo que o primeiro infecta o cacaueiro e o segundo solanáceas como o tomateiro.

Devido à dificuldade da manipulação genética do cacaueiro (tempo de regeneração,

dificuldade de transformação) para comprovar a função de genes de resistência ou

suscetibilidade do cacaueiro, utiliza-se o Micro-Tom como planta modelo de análise

funcional. Os estudos e pesquisas realizados com plantas modelo geralmente apresentam

correlação positiva entre os resultados obtidos e à espécie alvo, porém, vale ressaltar que

esses estudos podem não garantir o bom desempenho do transgene na espécie alvo

(XIONG et al., 1999).

2.6 Mutagênese sítio dirigida

A técnica de mutagênese sítio dirigida baseada em oligonucleotídeos tornou-se uma

ferramenta fundamental da biologia molecular moderna. É utilizada para estudos de

estrutura e função gênica, já que permite a realização de deleções, inserções ou

substituições de base ao longo da sequência (BARIK,1996; SHENOY, 2003; LI, 2002). Os

ensaios se baseiam na propriedade de hibridização de moléculas de DNA por similaridade

no pareamento de bases que permite que pequenas diferenças na complementaridade do

molde possam ser sintetizadas (WATSON, 2006).

O método de mutagênese sítio dirigida utilizando PCR de duas etapas, anelamento

Page 32: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

32

e extensão, permite a obtenção de DNA mutante em curto período partindo-se do desenho

de primers com 25-45 pb contendo as modificações que se deseja incorporar ao gene

alvo (WANG, 1999; LIU, 2008).

O produto da amplificação apresentará a troca de bases desejada, entretanto, o

DNA utilizado como molde permanece com a sequência original, que não contém a

mutagênese. Como o DNA molde é metilado nos organismos e a cadeia mutante não, a

realização do tratamento com endonuclease que cliva os sítios metilados favorece a seleção

do produto mutante da amplificação para clonagem em vetor (Figura 4) (LI et al, 1997;

LIU, 2008).

Figura 4: Esquema de reação para obtenção da troca de bases via mutagênese sítio dirigida

por PCR. Adaptado de ZHENG et al., 2004.

2.7 Propriedades dos aminonácidos Ala, Leu e Asp

Os aminoácidos são moléculas orgânicas que constituem a base elementar dos

peptídeos e proteínas. Estes formam cadeias e estruturalmente apresentam um grupo

funcional ácido carboxílico (-COOH) um grupo amino (-NH2), um átomo de hidrogênio (-

H) e uma cadeia lateral variável (R) (BARRET et al., 2004). Devido à cadeia lateral

variável, os aminoácidos apresentam diferentes tamanhos, carga elétrica e solubilidade em

água (BARRET et al., 2004) A estrutura comum a todos os aminoácidos pode ser

observada na figura 5. A síntese dessas moléculas é controlada por replicação do DNA e

transcrição do RNA (NELSON et al., 2002).

Page 33: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

33

Figura 5: Estrutura geral de um aminoácido. Cada aminoácido apresenta um carbono

central (C), um grupo funcional ácido carboxílico (COO-), um grupo amino (-NH2),

um hidrogênio (-H) e cadeira lateral variável (R). Adaptado de NELSON et al., 2002.

Os 20 aminoácidos existentes apresentam um grupo carboxila e um grupo amino

ligados ao mesmo átomo de carbono e diferem entre si apenas pela estrutura da cadeia

lateral. Estes aminoácidos se unem em combinações diversas formando proteínas com

diferentes tamanhos e estruturas. Esta união é do tipo covalente e ocorre entre um grupo

amina de um aminoácido e o grupo carboxila de outro formando as cadeias polipeptídicas

(NELSON et al., 2002). Aos aminoácidos foram atribuidas abreviações de três letras e

símbolos de uma letra como nomenclatura (LEHNINGER, 1976).

De acordo com a composição da cadeia lateral e sua polaridade, os aminoácidos são

agrupados em quatro grupos: aminoácidos com grupamento R apolar ou hidrofóbicos

(grupo 1), aminoácidos com grupamento R polar não carregado (grupo 2), aminoácidos

com grupamento R polar carregado positivamente (grupo 3) e aminoácidos com

grupamento R polar carregado negativamente (grupo 4) (NELSON et al., 2002; WU,

2013). Os aminoácidos Leucina (Leu) e Alanina (Ala) pertencem ao grupo 1, ou seja, não

interagem com a água. Também apresentam localização mais interna na molécula proteíca,

pois as cadeias laterais tendem a se agrupar no interior das proteínas estabilizando a

estrutura por interações hidrofóbicas. Já o Ácido Aspártico (Asp) pertence ao grupo 4 e

apresenta capacidade de interagir com água localizando-se na superfície da molécula

(MARZZOCO & TORRES, 1999). As estruturas desses aminoácidos podem ser

observadas na figura 6.

Page 34: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

34

Figura 6: Estrutura dos aminoácidos Alanina, Leucina e Ácido Aspártico. As fórmulas

estruturais mostram o estado das moléculas em pH neutro. A parte sombreada destaca

a cadeia lateal variável (R) de cada um destes aminoácidos. Adaptado de NELSON et

al., 2002.

OBJETIVOS

- Obtenção de mutantes dos genes PR-1RK através de mutagênese sítio dirigida;

-Verificação da alteração das taxas de transformação e regeneração in vitro dos

mutantes obtidos de perda de função.

Page 35: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

35

3 MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Caracterização Molecular do

Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Piracicaba, SP e Laboratório de Melhoramento de

Plantas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), Piracicaba, SP.

3.1 Desenho dos iniciadores para mutagênese sítio dirigida dos genes TcPR-1f e TcPr-

1g

Foram utilizadas as sequências dos genes TcPR-1f e TcPR-1g obtidas através de

biblioteca de RNAseq (TEIXEIRA et al., 2013) como base para o desenho dos iniciadores.

Para cada mutagênese em estudo foram desenhados e sintetizados pares de primers com até

49 bases de oligonucleotídeos auto-complementares contendo a troca de bases desejada no

meio do iniciador. Estes continham cerca de 40% de bases CG, Tm de 75°C e a sequência

reversa oposta complementar descrita na tabela 2. As regiões apresentadas em cinza nas

sequências da tabela representam os códons nos quais foram induzidas as mutações.

Tabela 2: Iniciadores Forward e Reverse utilizados para mutagênese sítio dirigida dos

genes alvo TcPR-1f e TcPR-1g em seus domínios SCP e Quinase. As regiões em cinza

representam os códons no quais foram induzidas as mutações. (Continua)

Gene

alvo_Domínio

Sequência 5’ – 3’ Orienta-

ção

Nomencla-

tura

TcPR1-f_ SCP CGATGAGAAAACCGATTATGACGACA

AATCTAATACCTGTGCTTCAGGC

Forward TcPR1-

F_L155D_F

TcPR1-f_ SCP

GCCTGAAGCACAGGTATTAGATTTGT

CGTCATAATCGGTTTTCTCATCG

Reverse

TcPR1-

F_L155D_R

TcPR1-f_ Quinase

1

GAGTTGGATACCTATGTTGCTGTTGCG

AGGGTTTCAAAGGCCTCTAAGC

Forward

TcPR1-

F_K337A_F

TcPR1-f_ Quinase

1

GCTTAGAGGCCTTTGAAACCCTCGCA

ACAGCAACATAGGTATCCAACTC

Reverse

TcPR1-

F_K337A_R

TcPR1-f_ Quinase

2

GTGTGCTACACAGGGATATAGCTACT

AGCAACGTTATGTTAGATTC

Forward TcPR1-

F_K434A_F

Page 36: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

36

Tabela 2: Iniciadores Forward e Reverse utilizados para mutagênese sítio dirigida dos genes alvo TcPR-1f e TcPR-1g em seus domínios SCP e Quinase. As regiões em cinza representam os códons no quais foram induzidas as mutações

(Continuação).

TcPR1-f_ Quinase

2

GAATCTAACATAACGTTGCTAGTAGC

TATATCCCTGTGTAGCACAC

Reverse TcPR1-

F_K434A_R

TcPR1-g_ SCP

GAGGAGAAGGCGGATTATGACGACGA

ATCTGGTGTTTGTGCTACAGG

Forward

TcPR1-

G_L107D_F

TcPR1-g_ SCP CCTGTAGCACAAACACCAGATTCGTC

GTCATAATCCGCCTTCTCCTC

Reverse TcPR1-

G_L107D_R

TcPR1-g_

Quinase 1

CGGATACCTACATCGCTGTTGCTAAG

GTTTCAAGGGCATCTAAGC

Forward TcPR1-

G_K298A_F

TcPR1-g_

Quinase 1

GCTTAGATGCCCTTGAAACCTTAGCAACA

GCGATGTAGGTATCCG

Reverse

TcPR1-

G_K298A_R

TcPR1-g_

Quinase 2

CATTGTGTGCTACACAGGGACATCGC

TACTAGCAACATCATGTTGGATTC

Forward TcPR1-

G_K395A_F

TcPR1-g_

Quinase 2

GAATCCAACATGATGTTGCTAGTAGC

GATGTCCCTGTGTAGCACACAATG

Reverse TcPR1-

G_K395A_R

A figura 7 exemplifica a dinâmica. No exemplo, observa-se a sequência nativa do

gene TcPR-1f utilizada como molde para a reação, tendo na posição 155 o códon TTG

(Leucina) que foi substituído, na mesma posição, pelo códon GAC (Ácido Aspártico).

Figura 7: Representação da sequência nativa do gene TcPR-1f e a substituição de códons

realizada na posição 155, via mutagênese sítio - dirigida para obtenção do vetor

mutado, denominado TcPR-1fL155D.

Page 37: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

37

As demais reações de mutagênese sítio-dirigida obtidas seguem o mesmo racional

da representação acima.

3.2 Reação de mutagênese sítio dirigida e transformação de células eletrocompetentes

de Escherichia coli

A técnica de PCR 2 steps com enzima de alta fidelidade foi utilizada para a troca de

códon na sequência dos genes TcPR-1f e TcPR-1g clonados no vetor pRT104. A reação foi

realizada no equipamento Veriti (Applied Biosystems) utilizando 10 µL de tampão 5X

Phusion HF, 1 µL de dNTPs (10 mM), 2,5 µL de primer forward e 2,5 µL de primer

reverse (10 µM), 1 µL de DNA molde (25 ng µL-1), 0,5 µL Phusion DNA polimerase

(New England Biolabs) e água MiliQ estéril para completar 50 µL de reação. As

condições da reação foram 98°C por 30 segundos; 35 ciclos de 98°C por 10 segundos,

72°C por 30 segundos e 72°C por 10 minutos, finalizando a 10°C. Após a PCR, as

amostras foram tratadas com 10 U da endonucelase DpnI (Thermo Scientific) que

degradou o DNA plasmidial metilado. A incubação aconteceu a 37°C por 3 horas e 80°C

por 20 minutos para inativação da enzima no equipamento Veriti (Applied Biosystems). As

reações aconteceram conforme o esquema da figura 8.

Figura 8: Esquema da dinâmica de reação de mutagênese dirigida via PCR ao longo

dos ciclos de amplificação na reação de PCR, exemplificando que o DNA utilizado

como molde permanece com a sequência original e que o produto da amplificação

apresentará a troca de bases desejada (adaptado de SHENOY, 2003).

Page 38: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

38

Em seguida, foi realizada diálise de 20 minutos em membrana 0.05 µm VMWP

(Merck Millipore - Lot#R5CA7340) de todo produto tratado com endonuclease para

transformação em células competentes One Shot TOP10 Electrocomp E. coli (Invitrogen -

Lot#1637949). Foi adicionado 10 ng de DNA em cada tubo eppendorf de células

competentes, cepa DH5α (descongelada em gelo) e, em outro tubo, 10 pg de pUC19 como

controle positivo. Todo volume de células foi transferido para as cubetas de eletroporação

Gene Pulser/MicroPulser 0.2 cm gap (Bio Rad), previamente resfriadas em gelo. Os

parâmetros de tensão, capacitância, resistência aplicados foram ajustados para 2500 V, 25

µF e 200 Ω, respectivamente e pulsos foram aplicados no equipamento Gene Pulser Xcell

(Bio Rad). Imediamamente após o pulso, foi adicionado 1 mL de meio SOC (2 % triptona;

0,5 % extrato de levedura; 10 mM NaCl; 2,5 mM KCl; 10 mM MgCl2; 10 mM MgSO4

filtro-esterilizados; 20 mM glicose filtro esterilizada; pH 7,0). Em seguida, todo volume da

eletroporação foi transferido para um tubo estéril de 15 mL e incubado à 37°C por 1 hora,

sob agitação de 200 rpm em agitador orbital. Em seguida, foi plaqueado todo volume das

células em meio sólido LB (Sigma) contendo ampicilina (100 mg L-1) e as placas foram

incubadas em estufa a 37ºC durante 16 horas para o crescimento de colônias.

3.3 Confirmação da mutagênese sítio dirigida

Todas as colônias obtidas via transformação foram selecionadas e passaram por

extração de DNA plasmidial utilizando o Kit QIAprep Spin MiniPrep (QIAGEN),

quantifidas via Nanodrop (Thermo Scientific ) e foram enviadas para facility de

sequenciamento do Laboratório de Melhoramento de Plantas do Centro de Energia Nuclear

na Agricultura (CENA/USP), para sequenciamento, utilizando o conjunto de primers

descrito na tabela 3.

O sequenciamento foi realizado no equipamento 3500 Genetic Analyzer da Applied

Biosystems com a reação de PCR BigDye v3.1 utilizando: 1 uL de Tampão 5X, 1 µL de

BigDye v3.1, 1 µL do primer específico (5 µM), 500 ng de DNA plasmidial e água para

completar o volume de 10 µL. A ciclagem foi de 95°C por 1 minuto; 35 ciclos de 95°C por

15 segundos, 50°C por 15 segundos e 60°C por 2 minutos, finalizando a 10°C.

Posteriormente as amostras foram precipitadas com EDTA/Acetato de Sódio (1V de

EDTA 0,5 M pH 8,0 + 1V de Acetato de Sódio 3 M pH 9,0) e lavadas com Etanol 100 % e

70 % sucessivamente. Na última etapa, foram adicionados 10 µl de formamida para

incubação a 95°C por 5 minutos em termociclador, e aplicado choque térmico em gelo para

Page 39: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

39

provocar a desnaturação das moléculas de DNA a serem sequenciadas.

Os dados de sequenciamento foram analisados alinhando os reads produzidos

contra a sequência de referência utilizando o software CLC Main Workbench (QIAGEN).

O gene TcPR-1f que continha as mutações sítio-dirigidas corretas foram denominados

TcPR-1fL155D, TcPR-1fK337A e TcPR-1fK434A correspondendo ao domínio SCP, Quinase1

(Kn1) e Quinase2 (Kn2), respectivamente. O gene TcPR-1g que apresentou as mutações

sítio-dirigidas esperadas, foram denominados TcPR-1gL107D, TcPR-1gK298A e TcPR-1gK395A

correspondente ao domínio SCP, Quinase1 (Kn1) e Quinase2 (Kn2), respectivamente.

Tabela 3: Iniciadores Forward e Reverse utilizados no sequenciamento das mutagêneses

sítio dirigidas dos genes TcPR-1f e TcPR-1g em seus respectivos domínios. SCP: domínio

SCP/TAPS. Kn: Domínio Quinase.

Gene

alvo_Domínio

Sequência 5’ – 3’ Orientação Nomenclatura

TcPR1-f_SCP ATGGAAATGGAGTTAAGAAATATTTC Forward PCR8/GW/TOPO

TcPR1-F

TcPR1-f_SCP CCAAACCCTCCCTCTCC Reverse TcPR1-f B2

TcPR1-f_Kn 1 GTGCTTCAGGCCATACGTG Forward TcPR1-f A1

TcPR1-f_Kn 1 CCATGATCGACTAACCTAGC Reverse TcPR1-f C2

TcPR1-f_Kn 2 GGAGAGGGAGGGTTTGG Forward TcPR1-f B1

TcPR1-g

_SCP

ATGAAGTTGTTCGAGATTTCATC Forward PCR8/GW/TOPO

TcPR1-G

TcPR1-g

_SCP

CCAAACCCTCCCTCTCC Reverse TcPR1-f B2

TcPR1-g_Kn

1

GGATTGAATCTGTTATTGGAGTAG Forward TcPR1-g D1

TcPR1-g_Kn1 CTAGCCTAGCTAACCCGAAG Reverse TcPR1-g F2

TcPR1-g_Kn2 GGATTCGGATACCTACATCG Forward TcPR1-g E1

Page 40: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

40

3.4 Clonagem via enzima de restrição em vetor de pCAMBIA2201

Os cassetes de expressão dos genes TcPR-1fL155D, TcPR-1fK337A,TcPR-1fK434A,

TcPR-1gL107D, TcPR-1gK298A e TcPR-1gK395A com promotor CaMV35S e terminador foram

subclonados de pRT104 no vetor pCAMBIA2201 usando a enzima de restrição PstI. Para

isso, foi utilizado 1 μg de DNA plasmidial (vetor doador e receptor), 1 U de enzima de

restrição nas reações de restrição contendo o tampão da enzima na concentração de 1x. As

digestões foram analisadas por eletroforese em gel de agarose 1% em tampão TBE 1X

(Tris-HCl 0,1 M, EDTA 0,5 M e Ácido Bórico 1 M) e visualizadas por ultravioleta através

do fotodocumentador E-box CX5 (Vilber). Os fragmentos correspondentes ao tamanho

esperado (aproximadamente 1800 pb) foram recortados do gel e purificados utilizando kit

Wizard® SV Gel and PCR Clean-Up (Promega). A ligação dos elementos foi realizada por

reação contendo a enzima T4 DNA ligase (Invitrogen) utilizando duas proporções de

vetor/inserto (1:4 e 1:8), de acordo com o manual do fabricante.

A orientação do inserto foi confirmada através da digestão enzimática utilizando as

enzimas EcoRV, NcoI e PvuII para o vetor do gene TcPR-1f e EcoRV, NcoI e SphI para o

vetor do TcPR-1g. As digestões foram analisadas por eletroforese em gel de agarose 1%

em tampão TBE 1X. O vetor final continha o cassete do gene de interesse, o cassete de

seleção com o gene nptII controlado pelo promotor CaMV35S e o gene repórter GUS

(uidA) controlado pelo mesmo promotor.

As colônias foram crescidas em placas em meio sólido LB (Sigma) contendo 25 mg

L-1 de Cloranfenicol. As amostras tiveram o DNA plasmidial extraído utilizando o Kit

QIAprep Spin MiniPrep (QIAGEN) e quantificados via aparelho Nanodrop (Thermo). Em

seguida foi realizado o sequenciamento dos genes de interesse usando os iniciadores da

tabela 4.

Page 41: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

41

Tabela 4: Iniciadores Forward e Reverse utilizados para sequenciamento completo dos

genes TcPR-1f e TcPR-1g.

Nomenclatura Sequência 5’ – 3’ Orientação

PCR8/GW/TOPO

TcPR1-F

ATGGAAATGGAGTTAAGAAATATTTC Forward

PCR8/GW/TOPO

TcPR1-G

ATGAAGTTGTTCGAGATTTCATC

Forward

TcPR1-f A1 GTGCTTCAGGCCATACGTG Forward

TcPR1-f A2 CACGTATGGCCTGAAGCAC Reverse

TcPR1-f B1 GGAGAGGGAGGGTTTGG Forward

TcPR1-f B2 CCAAACCCTCCCTCTCC Reverse

TcPR1-f C1 GCTAGGTTAGTCGATCATGG Forward

TcPR1-g D1 GGATTGAATCTGTTATTGGAGTAG Forward

TcPR1-g D2 CTACTCCAATAACAGATTCAATCC Reverse

TcPR1-g E1 GGATTCGGATACCTACATCG Forward

TcPR1-g F1 CTTCGGGTTAGCTAGGCTAG Forward

P-35S GCACAATCCCACTATCCTTC Forward

O sequenciamento foi realizado no equipamento 3500 Genetic Analyzer da Applied

Biosystems com a reação de PCR BigDye v3.1 conforme descrito anteriormente.

3.5 Introdução das construções em Agrobacterium tumefaciens

As construções contendo os genes de interesse validadas em E. coli foram

transformadas por eletroporação na cepa GV3101 de A. tumefaciens visando a posterior

transformação genética dos tomateiros MT. Em um tubo contendo 40 µL de células

eletrocompetentes, foram adicionados 100 ng de plasmídeo contendo as construções e, em

seguida, transferidos para cubetas de eletroporação Gene Pulser/MicroPulser 0.2 cm gap

(Bio Rad), previamente resfriadas em gelo. A eletroporação foi realizada no equipamento

Gene Pulser Xcell (Bio Rad) ajustado com os parâmetros 1800 V (tensão), 25 µF

(capacitância) e 400 Ω (resistência). Imediatamente após o pulso, 1 mL de meio SOC

(Thermo Cat# 15544034) foi adicionado na cubeta. Todo volume da eletroporação foi

transferido para um tubo estéril de 15 mL e incubado à 28°C por 2 horas, sob agitação de

120 rpm. Foi retirado um volume de 50 µL do inóculo e plaqueado em meio LB (Sigma)

sólido contendo rifampicina (50 mg L-1) e cloranfenicol (25 mg L- 1). As placas foram

incubadas durante dois dias a 28 ºC. Após esse período, quatro colônias isoladas de cada

Page 42: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

42

construção foram selecionadas e crescidas em 20 mL de meio LB líquido com os

mesmos antibióticos por 40 horas na velocidade de 180 rpm a 28ºC. Para confirmar a

presença dos genes de interesse nas colônias selecionadas foi realizada extração de DNA

plasmidial e reação de digestão com as enzimas EcoRV, NcoI e PvuII para o vetor dos

genes TcPR-1fL155D, TcPR- 1fK337A,TcPR-1fK434A e EcoRV, NcoI e SphI para o vetor dos

genes TcPR-1gL107D, TcPR- 1gK298A e TcPR-1gK395A. Os produtos das reações de digestão

foram separados por eletroforese em gel de 1% agarose e tampão TBE 1X.

3.6 Transformação genética de tomateiro Micro-Tom

A metodologia utilizada para os experimentos de transformação genética via A.

tumefaciens em tomateiro foi realizada de acordo com Pino et al. (2010) utilizando a cepa

GV3101 contendo os vetores apresentados na figura 9 . O vetor original pCAMBIA 2201

sem os genes alvo (vetor vazio), também foi submetido a experimentos de transformação

genética como controle.

Figura 9: Esquema das construções preparadas para os estudos funcionais in vitro. A)

Gene TcPR-1fL155D contendo a troca do aminoácido Leucina para Ácido aspártico no

domínio SCP. B) Gene TcPR-1gL107D contendo a troca do aminoácido Leucina para

Ácido aspártico no domínio SCP. C) Gene TcPR-1f com todos os domínios íntegros,

sem troca de aminoácidos (Controle selvagem). D) Gene TcPR-1g com todos os

domínios íntegros, sem troca de aminoácidos (Controle selvagem). E) Controle

pCAMBIA2201 (vetor vazio) sem os genes alvo.

Page 43: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

43

As sementes de tomateiro do tipo Micro-Tom (Solanum lycopersicum cv. Micro

Tom) utilizadas para obtenção de explantes foram gentilmente cedidas pelo Laboratório de

Melhoramento de Plantas (CENA/USP) supervisionado pelo Prof. Dr. Antonio Vargas de

Oliveira Figueira.

3.6.1 Condições de cultura de A. tumefaciens

Colônias de A. tumefaciens, contendo as construções (Figura 6) foram crescidas

por 48 horas em placas de Petri contendo meio LB sólido acrescido de cloranfenicol (25

mg.L-1) e rifampicina (50 mg.L-1). Uma única colônia foi inoculada em Erlenmeyer estéril

contendo 50 mL de meio LB líquido suplementado com os mesmos antibióticos e

crescidas sob agitação de 120 rpm, a 28ºC e por 16 horas. Após esse período, a suspensão

foi colocada em tubo estéril de centrífuga e sedimentada por centrifugação a 1.900 rpm, a

20ºC por 15 minutos. Em seguida, o sobrenadante foi descartado e a Agrobacterium

ressuspendida em meio MS líquido (Phytotech), suplementado com sacarose (30 g.L-1). A

OD600nm foi ajustada para 0,2-0,3 e então foram adicionados 100 μM de acetoseringona,

dez minutos antes do co-cultivo com os explantes de tomateiro.

3.6.2 Inoculação e co-cultura

As sementes de tomateiro MT foram desinfestadas em hipoclorito de sódio

comercial a 20% (v/v) com duas gotas de detergente comercial, durante 20 minutos. Em

seguida, as sementes foram enxaguadas em água ultrapura estéril por três vezes e

acomodadas (dez sementes por frasco) em meio de germinação constituído de meiosólido

MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) meia força (metade da concentração de sais),

Vitamina B5 (GAMBORG, 1968); sacarose (15 g.L-1), Ágar e pH 5,8.

Os frascos contendo as sementes foram armazenados no escuro por quatro dias a

25°C, e, posteriormente, transferidos para sala de luz sob fotoperíodo controlado de 16 h

luz/8h escuro por mais quatro dias a 25°C. Oito dias após a germinação, os explantes

cotiledonares foram utilizados nos experimentos de transformação genética.

Explantes de proximadamente 6 mm (folhas cotiledonares com as extremidades

retiradas foram posicionados com a face abaxial em contato com o meio MS suplementado

com vitamina B5, sacarose (30 g.L-1); 0,4 μM de ANA e 100 μM de acetoseringona e Ágar.

Cada experimento de transformação foi constituído por 20 placas contendo 20 explantes

cada totalizando 400 explantes que foram expostos a cada construção genética. O controle

positivo foi composto por 3 placas contendo o mesmo meio de cultura com ausência de

Page 44: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

44

antibióticos e acetoseringona e 20 explantes por placa totalizando 60 explantes que não

entraram em contato com a solução de Agrobacterium. O controle negativo foi composto

por 3 placas em meio de cultura com os antibióticos correspondentes e acetoseringona

contendo 20 explantes cada, totalizando 60 explantes que não entraram em contato com a

solução de Agrobacterium.

Com o auxílio de uma pipeta Pasteur descartável, uma gota da suspensão

bacteriana (OD 0,2-0,3) correspondente foi depositada sobre cada segmento cotiledonar.

Após 10 minutos de contato, a suspensão foi removida com auxílio da pipeta, seguida da

absorção com de papel filtro sobre os explantes para retirada do excesso de Agrobacterium.

Essas placas contendo o meio de co-cultivo (acima descrito) com os explantes foram

transferidos para incubadora BOD sob escuro total e a 25ºC por 2 dias.

3.6.3 Regeneração de plântulas de tomateiro

Após o período de co-cultivo de 2 dias, os explantes foram transferidos para meio

de regeneração composto por meio MS acrescido de vitaminas B5; sacarose (30 g L-1); 5

μM de BAP e antibióticos (Timentim 300 mg L-1, para controle da Agrobacterium, e

Canamicina 100 mg L-1, para seleção das plantas). O material foi mantido em sala com

fotoperíodo controlado de 16 h luz/8h escuro a 25ºC e transferido para o mesmo meio

fresco a cada duas semanas.

Para o enraizamento, os brotos que atingiram um tamanho de aproximadamente 5

cm foram transferidos isoladamente para frascos contendo meio MS acrescido de

Timentim 300 mg L-1 e Canamicina 100 mg L-1. O material foi mantido em sala de luz sob

fotoperíodo controlado de 16 h luz/8h escuro por 3 semanas. Após esse período, as

plântulas foram transferidas para o mesmo meio fresco e assim mantidas in vitro por 5

meses até que formassem raízes.

3.6.4 Confirmação das plantas transformadas

Para a confirmação da transgenia, folhas dos brotos regenerados in vitro foram

coletadas uma folha dos brotos para extração de DNA e confirmação da inserção do T-

DNA por PCR. O DNA do tecido foliar foi extraído com Kit NucleoSpin® Plant II

(Macherey- Nagel) de acordo com as instruções do fabricante. A quantificação de

concentração foi realizada em Nanodrop e a reação de PCR foi realizada com o conjunto

de iniciadores P-35S e A2 para TcPR-1fL155D e P-35S e D2 para TcPR-1gL107D e TcPR-1g.

A sequência e tamanho esperado do amplicon estão descritas na tabela 5.

Page 45: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

45

Tabela 5: Iniciadores Forward e Reverse utilizados para amplificação dos genes alvo na

PCR de confirmação

Gene Sequência 5’-3’ Orientação Amplicon

(pb) Nomenclatura

GCACAATCCCACTATCCTTC Forward P-35S

TcPR-1fL155D CACGTATGGCCTGAAGCAC Reverse

579 Rv TcPR1- f A2

TcPR-1gL107D

e TcPR-1g

GCACAATCCCACTATCCTTC Forward P-35S

CTACTCCAATAACAGATTCAATCC Reverse

613 Rv TcPR1- g D2

A reação de amplificação ocorreu no equipamento Veriti (Applied Biosystems)

com 25 µL de volume final de reação, sendo 12,5 µL de DreamTaq Green PCR Master

Mix (Thermo Scientific), 0,5 µL de iniciadores forward e reverse (10 µM), 2 µL de DNA

(~20 ng) e 9,5 µL de água ultrapura. A ciclagem foi de 94°C por 5 minutos; 35 ciclos de

94°C por 1 segundo, 57°C por 30 segundos, 72°C por 1 minuto; 72°C por 7 minutos,

finalizando a 4°C. As reações foram analisadas por eletroforese em gel de 1% agarose em

tampão TBE 1X e visualizadas por ultravioleta no fotodocumentador E-box CX5 (Vilber).

3.7 Análises estatísticas

Os dados obtidos nos ensaios de transformação genética em tomateiro foram

submetidos à análise estatística. A análise de variância (ANOVA) foi conduzida em nível

de significância de 5%, utilizando o programa SPEED Stat 2.4 (CARVALHO et al., 2020).

As médias dos tratamentos foram agrupadas aplicando o teste de Tukey, com nível de

significância de 5% (p < 0,05).

Page 46: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Construções contendo mutagênese sítio dirigida e validação

Com o objetivo de se estudar o papel da atividade de ligação ao esterol das

proteínas PR-1 e a influência dos genes mutados nas taxas de regeneração in vitro quando

inseridos no genoma de tomateiros MT via A. tumefaciens foram escolhidas as posições

mutadas nos vetores de transformação

A primeira mutação, que compreende o domínio SCP do gene TcPR-1f, a

substituição da Leucina por Ácido Aspártico na posição 155 (L155D) altera pontualmente

a polaridade da região (DARWICHE et al., 2017). O mutante foi proposto nessa posição

por estar presente no domínio SCP/TAPS, mais especificamente na posição 3 do caveolin

binding motif e por se alinhar aos aminoácidos hidrofóbicos característicos como sendo

responsáveis à ligação ao esterol (DARWICHE et al., 2017). Desse modo, essa alteração

visa à mudança de polaridade do sítio e a provável anulação da interação nessa região. A

segunda mutação escolhida para este gene compreende a região central do domínio

Quinase (sítio Kn1), Lisina 337 (K337), avaliado como possivelmente atuante no processo

de fosforilação (TOSARINI et al., 2018), trocando-o por uma Alanina (K337A), ou seja,

um aminoácido de característica polar carregado positivamente, por um aminoácido com

característica apolar hidrofóbico. A terceira mutação escolhida para o vetor do gene TcPR-

1f, também compreende a região do domínio Quinase (sitio Kn2), mas na posição Lisina

434 (K434A) trocando-o por uma alanina.

A escolha das mutações para o vetor do gene TcPR-1g foram os mesmos descritos

acima, relacionados a alterações pontuais da característica bioquímica da região. Na

primeira mutação, que compreende a região do domínio SCP/TAPS, mais especificamente

no caveolin binding motif, o aminoácido Leucina foi substituído por Ácido Aspártico

(K107D). Na segunda mutação escolhida, o mutante K298A foi proposto para a região do

domínio quinase (Kn1) havendo a troca na posição 298, do aminoácido Lisina por Alanina.

Numa outra região de TcPR-1g, que também pertence ao domínio Quinase (Kn2), a

terceira houve a troca na posição 395 do aminoácido Lisina por Alanina (K395A).

As figuras 10 e 11 mostram o resultado do sequenciamento dos genes TcPR-1f e

TcPR1-g, respectivamente. Conforme evidenciado, houve a troca dos códons conforme

esperado em todos os sítios.

Page 47: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

47

Figura 10: Imagem do software CLC evidenciando a eficácia da mutagênese sítio dirigida

para o gene TcPR-1f. No topo da imagem, está apresentada a sequência original do

gene (referência), os cromatogramas abaixo representam o resultado do

sequenciamento de uma amostra positiva para a mutação. Os nucleotídeos substituídos

estão em destaque. A) Domínio SCP. Em evidência a troca de TTG para GAC na

posição L155D. B) Domínio Quinase 1. Em evidência a troca de AAG para GCG na

posição K337A. C) Domínio Quinase 2. Em evidência a troca de AAA para GCT na

posição K434A.

Page 48: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

48

Figura 11: Imagem do software CLC evidenciando a eficácia da mutagênese sítio dirigida

para o gene TcPR-1g. No topo da imagem, está apresentada a sequência original do

gene (referência), os cromatogramas abaixo representam o resultado do

sequenciamento de uma amostra positiva para a mutação. Os nucleotídeos substituídos

Page 49: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

49

estão em destaque. A) Domínio SCP. Em evidência a troca de TTG para GAC na

posição L107D. B) Domínio Quinase 1. Em evidência a troca de AAA para GCT na

posição K298A. C) Domínio Quinase 2. Em evidência a troca de AAA para GCT na

posição K395A.

A figura 10A destaca na sequência original do gene TcPR-1f (utilizada como

referência) o códon TTG, responsável por codificar o aminoácido Leucina. Sobre o pico do

cromatograma está destacado o códon GAC que codifica o aminoácido Ácido Aspártico

na mesma posição, o que indica que ocorreu a modificação desejada no domínio

SCP/TAPS. A figura 10B mostra na sequência original do gene, o códon AAG que

codifica o aminoácido Lisina e, na sequência consenso, se observa o códon GCG

responsável por codificar o aminoácido Alanina na mesma posição indicando que a troca

de códons aconteceu no domínio quinase. A figura 10C mostra o códon AAA (domínio

quinase), responsável por codificar Lisina, em evidência na sequência original do gene e na

sequência consenso, o códon GCT que corresponde a Alanina, na mesma posição,

representando a eficácia da reação de mutagênese sítio dirigida.

As Figuras 11 A, B e C referem-se às mutações no gene TcPR-1g. Na primeira

figura (11 A) pode-se observar a substituição do códon TTG (que codifica Leucina) pelo

códon GAC (que codifica Ácido Aspártico, na mesma posição) confirmando a modificação

desejada no domínio SCP/TAPS. A Figura 11B mostra a troca do códon AAA (Lisina)

pelo códon GCT (Alanina) ocorrida na posição K298A do domínio quinase e a Figura 11C

também troca Lisina (AAA) por Alanina (GCT), porém em outra posição do domínio

quinase. Não foi observada nenhuma outra mutação além das esperadas nas sequências dos

genes analisados.

Apesar de terem sido obtidas três construções (domínio SCP/TAPS, Kn1 e Kn2)

para cada gene referência, vale ressaltar que os experimentos de transformação genética

aconteceram apenas com as construções referentes ao domínio SCP/TAPS. As construções

com os domínios Kn1 e Kn2 mutados serão utilizadas em estudos futuros.

A próxima etapa foi retirar os cassetes de expressão (promotores 35S, genes e

terminador) e dos vetores pRT104 e inserí-los no vetor pCAMBIA2201, o qual contém

o s genes de seleção ( nptII-resistência a canamicina) e reporter (GUS com íntrons)

ambos regulados pelo promotor 35S.

O promotor é o processador central da regulação de um gene visto que contém os

sítios de ligação para RNA polimerases, responsável pela transcrição gênica (WATSON et

Page 50: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

50

al., 2006). Atualmente, o promotor constitutivo comumente utilizado para a obtenção de

plantas dicotiledôneas geneticamente modificadas é o CaMV 35S do vírus do mosaico

da couve flor (ODELL et al., 1985; KISHI-KABOSHI et al., 2019). Este é considerado um

promotor forte que apresenta expressão constitutiva na maioria dos órgãos/tecidos de

plantas transgênicas (OW et al., 1987).

O vetor pCAMBIA2201, derivado do vetor pPZP (HAJDUKIEWICZ et al., 1994),

possui como características: origens de replicação em E. coli e A. tumefaciens para elevado

número de cópias no microorganismo hospedeiro e sítio de clonagem múltipla, marcador

seletivo em bactérias,gene repórter (GUS) e marcador de seleção (nptII) em plantas para

seleção dos eventos transformados (KOMORI et al., 2007).

Para os alvos em estudo, os genes mutados TcPR-1fL155D e TcPR-1gL107D , foram

escolhidas 4 colônias obtidas via transformação em E. coli para verificação (com enzimas

de restrição) da orientação do inserto e comparação com o padrão teórico gerado pelo

software ApE (v2.0.61) (Figura 12).

Page 51: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

51

continua

Page 52: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

52

E)

Gene

analisado

EcoRV NcoI PvuII SphI

TcPR-

1fL155D

9073pb,

2852pb, 1270pb,

881pb,

231 pb

9914pb,

2855pb, 1538pb

6856pb,

1997pb, 1956pb,

1534pb,

1117pb, 847pb

Não se

aplica

TcPR-

1gL107D

9073pb,

2758pb,

1270pb,

881pb,

231pb

9914pb,

2761pb,

1538pb

Não se

aplica

6918pb,

3742pb,

3230pb, 323pb

continua

Figura 12: Verificação via enzimas de restrição das transformações em E. coli. A) Padrão

teórico da digestão do vetor pCAMBIA 2201 contendo o cassete do gene TcPR-1fL155D

com as enzimas EcoRV, NcoI, PvuII B) Validação em gel de agarose 1% dos

Page 53: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

53

plasmídeos com os domínios SCP, Quinase 1 (Kn1) e Quinase 2 (Kn2) mutados. Na

parte superior indicando as enzimas utilizadas e o marcador e na parte inferior, a

indicação dos domínios e numeração da colônia. O marcador utilizado foi o Generuler

1 Kb Dna Ladder (Thermo Scientific). C) Padrão teórico da digestão do vetor

pCAMBIA 2201 com as enzimas EcoRV, NcoI, SphI do gene TcPR-1gL107D. D)

Validação em gel de agarose 1% dos domínios SCP, Quinase 1 (Kn1) e Quinase 2

(Kn2) do gene TcPR1-g em pCAMBIA 2201. Na parte superior indicando as enzimas

utilizadas e o marcador e na parte inferior, a indicação dos domínios e numeração da

colônia. O marcador utilizado foi o Generuler 1 Kb DNA Ladder (Thermo Scientific).

E) Tamanhos esperados de bandas com as respectivas enzimas para cada gene

analisado.

Para o gene TcPR-1fL155D foi validada apenas a colônia #1 (domínio SCP) que

seguiu para transformação na cepa GV3101 de Agrobacterium e posterior obtenção de

plantas de tomateiro MT transgênicas. No domínio Kn1 foram validadas as colônias #1 e

#3 e os experimentos seguiram com a #3. No domínio Kn2 foram validadas as colônias #2

e #3 e a #2 foi selecionaada para obtenção de cepas de Agrobacterium. Para o gene TcPR-

1gL107D, foram validadas todas as colônias e os experimentos seguiram com a #4 (domínio

SCP) para transformação do Agrobacterium e obtenção dos tomateiros geneticamente

transformados. No domínio Kn1 foram validadas todas as colônias e a #3 foi selecionada.

Para o domínio Kn2 foi validada apenas a #2 que foi selecionada para obtenção de cepas de

Agrobacterium. A tabela 6 resume as informações obtidas.

Tabela 6: Resumo dos resultados obtidos via mutagêneses sítio-dirigida nos domínios

SCP, Quinase 1 e Quinase 2 para os genes TcPR1-f e TcPR1-g.

Gene

Domínio

Mutagênese sítio-

dirigida

# Colônias

validadas

Colônia que

seguiu

TcPR-1fL155D SCP TTG p/ GAC #1 #1

TcPR-1fK337A Quinase 1 AAG p/ GCG #1 e #3 #3

TcPR-1fK434A Quinase 2 AAA p/ GCT #2 e #3 #2

TcPR-1gL107D SCP TTG p/ GAC #1, #2, #3 e #4 #4

TcPR-1gK298A Quinase 1 AAA p/ GCT #1, #2, #3 e #4 #3

TcPR-1gK395A Quinase 2 AAA p/ GCT #2 #2

A sequência dos genes de interesse foi novamente confirmada por sequenciamento

nos vetores binários selecionados para obtenção das cepas de A. tumefaciens utilizadas nos

experimentos de transformação.

Page 54: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

54

4.2 Ensaios de transformação genética em tomateiro Micro – Tom

Foram realizados quatro experimentos de transformação genética em tomateiro

Micro – Tom. Estes experimentos utilizaram os vetores para superexpressão dos genes

mutados TcPR-1fL155D e TcPR-1gL107D (ambos com domínio SCP) bem como o vetor

pCAMBIA2201 sem os genes de interesse (mas com os genes para seleção canamicina e

o reporter). Todas as construções foram transformadas com a cepa GV3101 de A.

tumefaciens, pois há relatos de transformações genéticas em tomateiro Micro – Tom

(CHETTY et al., 2013) que obtiveram 65% de eficiência de transformação utilizando essa

estirpe, comparado com a estirpe EHA105 (40%), estirpe AGL1 (35%) e MP90 (15%) de

eficiência de transformação. A taxa de mortalidade de cotilédones observada devido ao

supercrescimento de Agrobacterium também foi menor com a linhagem GV3101

(CHETTY et al., 2013).

Em geral, a eficiência de transformação obtida foi muito baixa. Foi necessária a

introdução de pouco mais de três mil explantes que resultaram em menos de 10 plantas

PCR positivas que não avançaram para a fase de enraizamento e também não alongaram. A

porcentagem de plantas obtidas foi baixa em relação a trabalhos anteriores envolvendo o

tomateiro Micro – Tom (CRUZ–MENDÍVIL et al., 2011; CHETTY et al., 2013). Houve

contaminações por bactérias e fungos em explantes durante o cultivo in vitro, fato que pode

ter colaborado para o baixo valor da eficiência de transformação obtida neste trabalho.

Devido as observações realizadas por CHETTY et al. (2013), a cepa utilizada foi

descartada como responsável pelo baixo índice de regeneração observado. As

transformações genéticas com o vetor pCAMBIA2201, TcPR-1f e TcPR-1g foram

realizadas para controle dos experimentos de transformação realizados com os genes de

interesse que apresentavam domínio SCP/TAPS mutado.

Em fase de regeneração a maioria dos explantes apresentaram desvios de

coloração, tanto clorose variegada como aspecto necrótico, outras foram capazes de

desenvolver calos compactos e poucos formaram pequenos brotos, com desenvolvimento

extremamente lento, a ponto de não formarem raízes in vitro mesmo após 5 meses de

permanência em meio de regeneração.

Page 55: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

55

Tabela 7: Resumo das informações dos experimentos de transformação genética em

modelo de Tomateiro Micro-Tom dos genes TcPR-1fL155D, TcPR-1gL107D, TcPR-1f, TcPR-

1g (referência) e controle.

# Experi-

mento

Data

Construção

OD

infec

ção

Explantes

introduzi

dos

#

Regene-

rações

#

PCR

Positi

Vas

1 30/11/2019 TcPR-1fL155D 0,33 200 6 0

1 30/11/2019 TcPR-1gL107D 0,35 200 4 0

1 30/11/2019 pCAMBIA2201 0,31 100 16 0

2 22/01/2019 TcPR-1fL155D 0,23 400 0 0

2 22/01/2019 TcPR-1gL107D 0,22 400 0 0

2 22/01/2019 pCAMBIA2201 0,25 110 0 0

3 17/02/2020 TcPR-1fL155D 0,21 400 12 3

3 17/02/2020 TcPR-1gL107D 0,21 400 10 1

3 17/02/2020 pCAMBIA2201 0,22 90 5 1

4 13/08/2020 TcPR-1fL155D 0,29 200 6 1

4 13/08/2020 TcPR-1gL107D 0,255 200 17 0

4 13/08/2020 TcPR-1f 0,3 200 9 0

4 13/08/2020 TcPR-1g 0,311 200 21 1

4 13/08/2020 pCAMBIA2201 0,39 60 15 0

Em 2018, Forti realizou os primeiros experimentos de transformação genética com

genes TcPR-1f e TcPR-1g com os domínios originais (sem mutação) utilizando a cepa

GV3101 de A. tumefaciens (FORTI, 2018) para caracterização das PR-1-RK de cacaueiro

utilizando o sistema modelo do tomateiro Micro – Tom (FORTI, 2018). As construções

apresentavam cassete de seleção com o gene nptII controlado pelo promotor CaMV35S e o

gene repórter GUS (uidA) controlado pelo mesmo promotor, igualmente utilizado neste

trabalho. Foram realizados dezoito experimentos de transformação com OD de infecção

média de 0,32. A taxa de regeneração observada foi de 1,6% para o gene TcPR-1f e de

0,59% para o gene TcPR-1g enquanto que a taxa de transformação foi 0,03% para o gene

TcPR-1f e 0,02% para o gene TcPR-1g. Além de baixas taxas, os experimentos

apresentaram elevado número de escapes de eventos.

4.3 Confirmação das plantas transformadas

Foram analisadas folhas de cinco brotos em frascos individualizados referentes a

eventos putativos de TcPR-1fL155D e folhas de quatro eventos putativo de TcPR-1gL107D, folhas

de um evento putativo do vetor vazio (controle, pCAMBIA 2201) e folhas de tomateiro

Micro-Tom não transformado utilizado como controle negativo (Figura 13). O controle

positivo utilizado na reação de PCR foi o DNA plasmidial dos vetores binários utilizados

Page 56: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

56

na transformação de Agrobacterium (Figura 14, 15 e 16).

Figura 13: Imagens dos eventos putativos em frasco na fase de enraizamento antes da

coleta de material foliar para confirmação da transgenia por PCR convencional. A)

Eventos 1, 2, 3, 4, 5, 6 putativos do gene TcPR-1fL155D. O evento 4 não foi coletado. B)

Evento 1 putativos de TcPR-1gL107D C) Evento 1 e 2 putativos do controle

pCAMBIA2201. Apenas o número 1 foi coletado. D) Eventos 1, 2 e 3 putativos do

controle TcPR-1g. E) Tomateiro Micro-Tom (Wild Type) Controle do experimento de

transformação.

Page 57: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

57

O conjunto de iniciadores utilizados para essa validação anelava no promotor 35S

(Forward) e no interior no gene de interesse (Reverse). O tamanho esperado para

amplificação do gene TcPR-1fL155D era de 579 pb, para os gene TcPR-1gL107D e TcPR-1g

eram de 613 pb. A amplificação por PCR confirmou a transgenia dos eventos #1, 2, 3 e 6

de TcPR-1fL155D (Figura 14), do evento #1 de TcPR-1gL107D (Figura 15) e do evento #3

TcPR-1g (Figura 16) devido a presença da banda de interesse na altura esperada.

Figura 14: Resultado da PCR para confirmação dos eventos obtidos nos experimentos 3 e

4 de transformação. O marcador utilizado foi de 100pb (Invitrogen). Ev: Evento.). MT

C-: Controle negativo, tomateiro Micro-Tom. Agro C+: Controle positivo, DNA de

Agrobacterium utilizado para transformação genética. A) Confirmação dos eventos 1,

2 e 3 de TcPR-1fL155D. B) Confirmação do evento 5 de TcPR-1fL155D.

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58

Figura 15: Resultado da PCR para confirmação do eventos obtidos nos experimento 3 de

transformação do gene TcPR-1gL107D. O marcador utilizado foi de 100 pb (Invitrogen).

Ev: Evento. MT C-: Controle negativo, tomateiro Micro-Tom. Agro C+: Controle

positivo, DNA de Agrobacterium utilizado para transformação genética.

Figura 16: Resultado da PCR para confirmação dos eventos obtidos no experimento 3 de

transformação do gene TcPR-1g. O marcador utilizado foi de 100 pb (Invitrogen). Ev:

Evento. MT C-: Controle negativo, Tomateiro Micro-Tom. Agro C+: Controle

positivo, DNA de Agrobacterium utilizado para transformação genética.

Os eventos putativos que foram submetidos a PCR de confirmação e não

apresentaram amplificação foram considerados escapes de brotos regenerados a partir de

explantes transformados, e não foram relacionados com o vetor utilizado para

transformação.

Page 59: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

59

4.3.1 Análise dos eventos obtidos

Visulamente, analisando a Figura 13, observamos que as plantas transformadas

com os genes mutados apresentaram padrão extremamente tardio de desenvolvimento

quando comparado ao controle (Figura 13) sugerindo que na presença destes genes, suas

vias de desenvolvimento podem ter sido afetadas.

Para avaliação quantitativa dos brotos putativos obtidos quanto ao seu padrão de

desenvolvimento foram calculadas as taxas de regeneração e, posteriormente, a eficiência

de transformação. As taxas alcançadas apresentaram-se baixas, porém, as plantas

transformadas com o gene TcPR-1fL155D apresentaram menor regeneração que as

transformadas com o gene TcPR-1gL107D. As taxas de regeneração foram determinadas

matematicamente dividindo o número de plantas regeneradas (identificadas por contagem

manual) pelo número de explantes inoculados e, em seguida, multiplicados por 100 (Tabela

8).

Tabela 8: Resumo das taxas de regeneração obtidas nos experimentos de transformação

genética de tomateiro Micro-Tom realizados.

Gene Taxa de regeneração

TcPR-1fL155D 2%

TcPR-1gL107D 3%

TcPR-1f 4,5%

TcPR-1g 10,5%

pCAMBIA2201 10%

A porcentagem total observada de regeneração, considerando todos os experimentos

realizados neste trabalho, foi de 2% para o gene TcPR-1fL155D, de 3% para o gene TcPR-

1gL107D, 10% para o controle pCAMBIA2201 (vetor vazio), 4,5% para o controle TcPR-1f

e 10,5% para o controle TcPR1-g. É importante ressaltar que os controles selvagem TcPR-

1f e TcPR1-g (maior taxa de regeneração) estão presentes apenas no experimento 4

indicando que se fossem realizados outros experimentos esses valores poderiam ser

alterados, tanto para baixo como para cima. A porcentagem total de regeneração dos

dezoito experimentos de transformação genética realizados por FORTI (2018) foi de 1,6%

para o gene TcPR-1f e de 0,59% para o gene TcPR-1g enquanto que foi observado taxa de

regeneração de 38% em experimentos com essa cepa de Agrobacterium em tomateiro

Micro – Tom (CHETTY et al., 2013).

Page 60: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

60

Pelos dados observamos indícios de que as mutagêneses sítio-dirigidas realizadas

no domínio SCP/TAPS, presentes nas contruções utilizadas para transformação de A.

tumefaciens não foram suficientes para alterar os padrões de regeneração observados

anteriormente. Portanto, foram realizadas análises de variância (ANOVA) para comparar

esses grupos como amostras independentes. A análise levava em consideração cada

construção transformada como um tratamento TcPR-1fL155D, TcPR-1gL107D e

pCAMBIA2201, totalizando então 3 tratamentos e 4 repetições (número de experimentos

realizados); a variável resposta (Y) considerada foi a taxa de regeneração observada

(Figura 17). O delineamento utilizado foi inteiramente ao acaso.

Figura 17: Comparação das taxas de regeneração obtidas nos tratamentos. Colunas

seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

A ANOVA e o teste Tukey (p<0,05) indicam que apesar dos tratamentos

apresentarem diferentes taxas de regeneração, não há evidencias suficientes de que eles

diferem entre si, visto que a diferença entre as médias não foram estatisticamente

significativas.

Outra análise de variância não pôde ser realizada para comparar os tratamentos

TcPR- 1f, TcPR-1g, com TcPR-1fL155D, TcPR-1gL107D e pCAMBIA2201 (experimento 4),

pois só foi realizado um experimento com todos os tratamentos presentes; ou seja, temos

apenas uma repetição, e estatisticamente não é possível estimar os erros e rodar análise de

variância com essa disposição de dados. Portanto, para realizar essa comparação, será

necessária a realização de mais repetições de experimentos. Sendo assim, as

mutagêneses sítio-dirigidas realizadas no domínio SCP/TAPS das construções utilizadas

para transformação de A. tumefaciens não foram suficientes para compararmos

Page 61: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

61

significativamente o padrão de regeneração.

Ao tratamos de experimentos de transformação genética, diversos fatores podem

ser apontados por afetarem a eficiência de obtenção de plantas transgênicas, sendo eles, o

genótipo, composição do meio de cultura, tipo e face e idade do explante voltada para o

meio de cultura e hormônio vegetal utilizado (LEE et al., 2020); bem como cepa de

Agrobacterium utilizada, OD, método de co-cultura, antibióticos (modo de adição, tipo e

concentração). Neste trabalho foi utilizado BAP na composição do meio de cultura ao

invés de Zeatina (1 mg L-1) na etapa de regeneração. Alguns estudos que utilizaram Zeatina

(1 a 1,5 mg L-1) na composição do meio de cultura observaram taxas de regeneração de

40% (SUN et al., 2006; GARCIA et al., 2014) e formação de raízes em cerca de 70% (LEE

et al., 2020). Estudos em cultivar IPA-5 de tomateiro industrial (Lycopersicon esculentum

Mill) que utilizou BAP para indução de gemas e Zeatina durante a etapa de regeneração e

nos subcultivos seguintes obtiveram alongamento de 4,4 brotos por explante (FARI et al.,

2000). A utilização desta citocinina poderia ter aumentado a divisão celular e

consequentemente o número de regenerações observadas. Segundo Sun et al. (2006), para

observar mutagêneses nos fenótipos de tomateiro, o protocolo de transformação deveria ser

otimizado para obtenção de maiores rendimentos.

Experimentos em Arabidopsis revelaram que a estrutura do calo embrionário se

origina dos primórdios da raíz lateral (ATTA et al., 2009) e que a formação do calo e

regeneração dos brotos acontecem em duas etapas reguladas pelos genes PLETHORA

(KAREEM et al., 2015). Inicialmente, a totipotência celular é ativada, sinalizando a

proliferação celular, levando a formação dos calos (quando a regeneração é indireta), que

são regulados positivamente por carboidratos. O número de receptores na superfície celular

para essa molécula aumenta, e em seguida, na segunda etapa, a regulação iniciada é para

formação de brotos. Embora a regulação gênica seja a principal responsável pela transição

de desenvolvimento, essas transições também estão associadas à mudança nos níveis de

expressão de metabólitos e sensibilidade aos hormônios adicionados no meio de cultura

(KUMARI et al., 2017).

A baixa taxa de regeneração observada neste trabalho pode estar relacionada às

dinâmicas transcricionais induzidas a partir do momento em que a secção do explante é

realizada, seguida da rápida resposta para morte de células vegetais após a infecção por

Agrobacterium. Isso pode ser um fator limitante na transformação genética de plantas, visto

que, após a infecção, é desencadeado uma resposta de defesa que envolve a expressão de

muitos genes na célula hospedeira, sinalizando uma HR, que desencadeia sinalização

de apoptose celular, limita a transferência de T-DNA, e causa impacto negativos na

Page 62: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

62

eficiência de regeneração e consequentemente, de transformação (HANSEN, 2000;

KHANNA et al., 2007; CHETTY et al., 2013; IKEUCHI et al., 2017).

A razão da baixa regeneração também pode ser estar relacionada aos genes isolados

do cacau, pois não há nenhum histórico anterior relacionando a produção de transgênicos

com esses genes, e nem relacionados à mutagênese-sítio dirigida neste domínio. Foi

observado em Arabidopsis que mutagêneses que ocasionaram perda de função alteraram a

taxa de regeneração in vitro das plantas (IWASE et al., 2017), porém não há embasamento

suficiente que indique que essa foi a razão da regeneração observada neste trabalho.

Por outro lado, esse problema pode também estar relacionado com a presença de

muitos promotores constitutivos no cassete de expressão, ocasionando o aumento da

expressão de genes em tecidos nos quais normalmente não são expressos, ou elevados

níveis de expressão do transgene de interesse, causando padrões de desenvolvimento

inesperados (POTENZA et al., 2004), ou até mesmo devido a ocorrência de silenciamento

gênico, mecanismo que ocorre naturalmente como uma forma de proteger os organismos

contra infecções (VOINNET, 2001). Molecularmente, o silenciamento pode ocorrer devido

à homologia de sequências entre o T-DNA introduzido e as sequências endógenas, que por

meio de mecanismos de reconhecimento celular, ocasionam o silenciamento de genes com

sequências homólogas (BHULLAR et al. 2003). Porém, para confirmar essa possibilidade

se faz necessária a realização de estudos de expressão gênica e do número de cópias

inseridas.

O sucesso dos experimentos também pode ser medido pela eficiência (taxa) de

transformação. Esses valores foram obtidos pela divisão do número de eventos

confirmados via PCR pelo número de explantes introduzidos e multiplicados por 100, os

dados estão resumidos na tabela 9.

Tabela 9: Resumo das taxas de transformação obtidas nos experimentos de

transformação genética de tomateiro Micro-Tom realizados.

Gene Taxa de transformação

TcPR-1fL155D 0,33%

TcPR-1gL107D 0,083%

TcPR-1f 0%

TcPR-1g 0,5%

pCAMBIA2201 0,28%

Page 63: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

63

A eficiência de transformação alcançada foi de 0,33% para o gene TcPR-1fL155D, de

0,083% para o gene TcPR-1gL107D; 0,28% para o controle pCAMBIA2201 (vetor vazio),

0% para o controle TcPR-1f e 0,5% para o controle TcPR1-g. É importante ressaltar que os

controles selvagem TcPR-1f e TcPR1-g estão presentes apenas no experimento 4,

indicando que se fossem realizados outros experimentos, esses valores podem ser

alterados.

Em outros estudos, a eficiência de transformação observada está em torno de 6 a

37% em experimentos de transformação em tomateiro (CRUZ-MENDIVIL et al., 2011;

DAN et al., 2006; SUN et al., 2006; QIU et al., 2007; PARK et al., 2003), indicando que os

resultados obtidos neste trabalho estão muito abaixo da faixa esperada.

Ao buscar padrões fenotípicos de mutantes de esterol em plantas modelo, foi

observado em Arabidopsis, que a composição de esteróis da membrana vegetal afeta o

crescimento, transporte hormonal e sinalização de auxina, indicando dificuldade na

formação de raízes dos brotos (WANG et al., 2021). A composição alterada de esterol em

mutantes parece afetar vários outros processos biológicos relevantes para o crescimento e

padronização do broto. Outros autores afirmam que alterações na membrana afetam sua

solubilidade, organização, formação de calos, deposição anormal de lignina e ainda

compromete o envio de sinais de resposta mediante o ataque de patógenos, muitas vezes,

tornando o organismo vegetal mais suscetível a eles. Posto que a via de sinalização está

comprometida, o sinal não chega da maneira correta para o organismo (CASSIM et al.,

2018; SCHRICK et al., 2004).

O comprometimento da região de ligação ao esterol através de mutagênese sítio -

dirigida está de fato relacionado com diversas alterações estruturais. Porém para identificar

qual fenômeno definiu o atraso no desenvolvimento e baixas taxas de regeneração

observada são necessários maiores estudos. A alteração dos códons no domínio SCP/TAPS

pode ter ocasionado alterações nos padrões de sinalização de citocininas, ocasionando

menor eficiência na regeneração e formação de calos.

Page 64: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

64

5. CONCLUSÕES

Foram obtidas seis construções contendo mutagênese sítio-dirigida em

Agrobacterium para os genes TcPR-1f e TcPR-1g. Destas, duas referentes ao domínio

SCP/TAPS foram transformadas com êxito em tomateiro Micro-Tom, porém apresentaram

taxa de regeneração e eficicência de transformação baixas. Apesar disso, no geral, foram

obtidos 4 eventos transgênicos de TcPR-1fL155D , 1 evento de TcPR-1gL107D, 1 evento de

TcPR-1g e 1 evento de pCAMBA2201.

Os dados obtidos não apresentaram diferença estatística entre si; portanto, não foi

possível estabelecer um padrão de relação concreta entre os resultados obtidos e o papel da

mutagênese na região do domínio SCP/TAPS.

Entretanto, podemos supor que as interações na membrana podem ter sido afetadas

com a troca de códons realizada, pois esta promove mudança de polaridade do sítio e

anulação da interação nessa região, o que poderia ter provocado atraso no desenvolvimento

das plantas avaliadas neste trabalho

São necessários mais estudos para verificar se as mutações nos sítios SCP/TAPS

causam alterações evidentes no desenvolvimento dos calos (coloração diferencial de tecido

e análise por microscopia ótica, quantificação da produção de esterol, etc.) Além disso,

acreditamos também que seja necessária a alteração do hormônio utilizado na etapa de

regeneração na tentativa de estabelecer um protocolo de transformação mais eficiente.

Outra possibilidade é a troca dos promotores 35S a fim de verificar se aumentamos os

índices de transformação e regeneração.

Page 65: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

65

6. ANEXOS

Tabela 10: ANOVA obtida no software SPEED Stat 2.4. utilizando como varíavel a taxa

de regeneração obtida considerando 3 tratamentos (TcPR-1fL155D, TcPR-1gL107D e

pCAMBIA2201). O delineamento utilizado foi inteiramente ao acaso. GL: Graus de

Liberdade. SQ: Soma de Quadrados. QM: Quadrados Médios. F: Teste de variabilidade.

Ns: Não significativo.

Análise de Variância (ANOVA)

Y taxa de regenerações

DIC-(3 tratamentos)

F.V. GL SQ QM F p-valor

Experimentos

de

transformação

genética em

tomateiro

Micro - Tom

2,0

0,02127

0,010634979

2,30

ᴺˢ

0,157

Resíduo 9,0 0,0417009 0,004633436

Total 11,0 0,0629709

Tabela 11: Resumo da ANOVA obtida no software SPEED Stat 2.4. utilizando como

varíavel a taxa de regeneração obtida considerando 3 tratamentos (TcPR-1fL155D, TcPR-

1gL107D e pCAMBIA2201). O delineamento utilizado foi inteiramente ao acaso. C.V.:

Coeficiênte de variação. Ns: Não significativo.

Resumo da ANOVA

Y taxa de regenerações

FV p-

valor

Média geral 0,06

Experimentos de

transformação

genética em

tomateiro Micro - Tom

2,3

C.V.(%) 119,15

Page 66: AVALIAÇÃO DE MUTAGÊNESE SÍTIO DIRIGIDA DOS GENES PR …

66

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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