Avanços Clínicos Contra o Câncer - 2010

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Avanços Clínicos Contra o Câncer - 2010 Sociedade Americana de Oncologia Clínica

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Avanços Clínicos Contra o Câncer - 2010Sociedade Americana de Oncologia Clínica

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Avanços Clínicos Contra o Câncer - 2010Sociedade

Americana de Oncologia Clínica

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Os 12 maiores avanços de 2010 foram descritos em relação a: Dificuldades no Tratamento do Câncer Redução da Recorrência do Câncer Ampliação do Cuidado Personalizado Foco maior na Qualidade de Vida Aprovação de Novas Drogas

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Segundo relatório divulgado no final de 2009 por importantes organizações nas áreas de saúde e do câncer, as taxas de novos casos diagnosticados de câncer assim como o número de mortes por cânceres diversos diminuiu significativamente nos últimos anos para os diversos grupos étnicos nos Estados Unidos.

Oncoguia comenta: os maiores motivos para esta queda foram a diminuição do tabagismo na última década, além do aumento do diagnóstico precoce de diversas doenças, permitindo uma maior taxa de cura. Novas medicações representam uma fração deste avanço.

1. Diminuem os casos novos assim como a mortalidade pelo câncer nos Estados Unidos

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2. Combinações quimioterápicas aumentam sobrevida nos casos de câncer de pulmão avançado em pessoas mais velhas

A combinação de drogas quimioterápicas (carboplatina e paclitaxel), comumente usada em pacientes mais jovens, mostrou que também é mais eficaz que tratamento com droga única em pacientes mais idosos. De maneira surpreendente, a combinação foi bem tolerada.

Oncoguia comenta: cada vez mais se demonstra que a idade cronológica não deve ser um determinante isolado na decisão de poupar pacientes idosos de tratamentos mais eficazes. Deve-se levar em conta uma avaliação geriátrica completa, e tentar, na medida do possível, oferecer aos idosos um tratamento tão eficaz quanto o oferecido aos jovens.

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3. Combinação agressiva de quimioterápicos melhora drasticamente a sobrevida para câncer metastático de pâncreas

Um estudo de fase 3 (capaz de mudar o padrão de tratamento) para pacientes com câncer metastático de pâncreas é o primeiro a demonstrar uma melhora significantiva no prognóstico de pacientes com adenocarcinoma avançado. O tratamento com o FOLFIRINOX – uma combinação de 5-fluorouracil, leucovorin, irinotecano e oxaliplatina – resultou em melhor taxa de resposta e progressão mais lenta da doença quando comparado aos pacientes tratados com gemcitabina apenas.

Oncoguia comenta: embora estes resultados sejam alentadores, trata-se de tratamento bastantetóxico. Sugerimos que os pacientes perguntem aos seus médicos sobre esta opção.

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4. Bevacizumab prolonga sobrevida livre de progressão para mulheres com câncer de ovário avançado

A adição do medicamento que inibe a formação de novos vasos, denominado bevacizumabe, à tradicional combinação de carboplatina + paclitaxel, seguido por manutenção do tratamento com bevacizumabe, ajuda mulheres com câncer de ovário avançado a viver mais tempo sem que a doença progrida.

• Oncoguia comenta: esta melhora no tempo até a progressão da doença é um avanço sem dúvida. Para que a medicação possa ser utilizada com maior probabilidade de beneficio, aguardamos a identificação de biomarcadores preditores de resposta.

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5. O anticorpo Ipilimumab melhora sobrevida em casos de melanoma avançado

Um estudo de fase 3 (que pode mudar o padrão de tratamento) mostrou benefícios de sobrevida no caso de melanomas avançados. Pesquisadores descobriram que um medicamento experimental que age no sistema imunológico, o ipilimumab, pode fazer com que pacientes vivam 34% mais depois de dois anos, quando comparado com o grupo controle. O melanoma foi controlado por seis meses em quase 30% daqueles que receberam a droga contra apenas 11% do grupo de controle.

Oncoguia comenta: este é o maior avanço em melanoma nas últimas décadas; vale lembrar que o principal tratamento do melanoma continua sendo a cirurgia.

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6. Radioterapia de duração mais curta é igualmente efetiva para prevenir recorrência do câncer de mama em estágio inicial

Um tratamento por três semanas de radioterapia com doses diárias maiores mostrou ser tão efetivo quanto as cinco semanas padrão de tratamento para mulheres com câncer de mama em estágio inicial. Depois de 10 anos, o risco de recorrência nos dois grupos foi praticamente o mesmo.

Oncoguia comenta: este é um grande avanço se pensarmos no contexto do Brasil onde faltam equipamentos e onde existe uma longa fila para realizar radioterapia. A implementação como padrão seria um grande avanço no SUS.

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7. Novo inibidor de ALK mostra-se eficaz no tratamento de câncer de pulmão

Estudo de fase 1 (estudo preliminar,para identificar a dose ideal da droga) mostrou que uma alta porcentagem de pacientes com câncer de pulmão metastático e que tinham uma determinada mutação no gene ALK respondeu ao tratamento com o inibidor de ALK crizotinib. Mais de dois terços dos pacientes apresentaram regressão do tumor. Mais de 90% dos 82 pacientes inscritos responderam ao medicamento – isso quer dizer que ou o tumor se estabilizou ou diminuiu.

Oncoguia comenta: no contexto do câncer de pulmão,em que se observam taxas de resposta baixas com tratamentos tradicionais, isto é um avanço muito expressivo. No entanto, somente algo em torno de 6% dos pacientes com câncer de pulmão têm o alvo para esta medicação. A droga ainda não está disponível em nosso país, mas idealmente cada paciente com adenocarcinoma de pulmão deveria ter seu tumor testado para a presença deste alvo.

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8. Novo medicamento biológico traz boas promessas para mutação do gene BRAF nos casos de melanoma avançado

Os pesquisadores mostraram que maioria dos pacientes com melanoma avançado que apresentavam uma mutação específica do gene BRAF responderam bem a um inibidor de BRAF, o PLX4032. Numa segunda fase do estudo, os tumores regrediram completamente ou parcialmente, incluindo metástases nos ossos e fígado, em 81% dos pacientes.

Oncoguia comenta: embora este estudo ainda seja preliminar, e aparentemente as respostas ao tratamento tenham sido relativamente curtas, esta constitui uma estratégia promissora no tratamento do melanoma, para o qual há poucas alternativas boas de tratamento além da cirurgia

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9. Cuidados paliativos durante a quimioterapia melhoram sobrevida de pacientes com câncer de pulmão

Estudo randômico com paciente de câncer de pulmão avançado mostrou que aqueles que recebiam o tratamento quimioterápico padrão combinado com o cuidado paliativo imediatamente após o diagnóstico viviam significativamente mais e tinham melhor qualidade de vida que aqueles que recebiam apenas a quimioterapia. Pacientes que regularmente se consultavam com especialistas em cuidados paliativos relataram menos depressão e dor, melhor mobilidade e foram menos propensos a passar por tratamentos caros e infrutíferos no final da vida.Oncoguia comenta: esta publicação demonstra mais uma vez o imenso papel de uma adequada abordagem de cuidados paliativos. Não só a qualidade de vida dos pacientes foi melhor, mas também a duração desta sobrevida foi maior. No Brasil, grandes hospitais e serviços de oncologia vêm incorporando equipes especializadas. Sugerimos aos pacientes que perguntem a respeito. Cuidado paliativo não é só para paciente terminal, pode ajudar muitos pacientes em diversas situações.

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10. Problemas relacionados ao sono atingem a grande maioria dos pacientes que estão se submetendo à quimioterapia

No primeiro grande estudo para avaliar a ocorrência de insônia em pacientes que estão passando por quimioterapia, pesquisadores descobriram que mais de ¾ dos pacientes têm insônia e outros problemas relacionados ao sono – três vezes mais que a população em geral. Problemas relacionados ao sono foram três vezes mais comuns em pacientes com menos de 58 anos e aqueles que apresentavam insônia tinham mais propensão a ter depressão e fadiga do que aqueles que não sofriam desse mal.

Oncoguia comenta: esta pesquisa documenta a grande frequência de um problema que, comumente, passa despercebido da equipe médica, focada no tratamento antitumoral. Sugerimos a cada paciente que relate ao seu médico problemas de sono. Há diversos meios de tentar ajudar neste problema, mas primeiro ele tem de ser identificado.

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11. Sipuleucel-T (Provenge) aprovado para tratamento avançado de câncer de próstata

A FDA aprovou o Sipuleucel-T (Provenge), uma vacina contra o câncer de próstata metastático no início de 2010. Ao contrário de uma vacina preventiva, que serve para estimular o sistema imunológico a combater infecções e prevenir a doença, Provenge é uma vacina terapêutica que estimula o sistema imunológico do corpo a atacar células cancerosas.

Oncoguia comenta: a grande limitação deste tratamento é que a vacina é sintetisada individualmente para cada paciente, o que implica um custo altíssimo, mesmo para países ricos. O tratamento está disponível apenas em um número limitado de centros nos EUA e, exceto se o custo mudar, dificilmente será viável em outros países. Conceitualmente porém,é um grande avanço no que diz respeito ao tratamento de tumores com vacinas.

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12. Cabazitaxel (Jevtana) aprovado para câncer de próstata em estágio avançado

Cabazitaxel (Jevtana) se tornou o primeiro quimioterápico disponível para homens com câncer de próstata hormônio refratado avançado que já haviam recebido tratamento com o quimioterápico docetaxel.

Oncoguia comenta: embora os pacientes tenham vivido mais com esta medicação, ainda se trata de um quimioterápico com as toxicidades típicas desta classe de medicações. O principal tratamento curativo para a doença precoce continua sendo a cirurgia ou radioterapia. O primeiro tratamento para doença metastática continua sendo a castração (química ou cirúrgica).

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Relatório Anual de Progressos contra

o Câncer ASCO www.cancer.net/cca