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31 de janeiro de 2013 A Voz de Ermesinde
ERMESINDEN. 901 ANO LIII/LV 31 de janeiro de 2013 DIRETORA: Fernanda Lage PREO: 1,00 Euros (IVA includo) Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 Fax: 229759006 Redao: Largo Antnio da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde E-mail: [email protected]
A VOZ DEA VOZ DE
ERMESINDEMAIS DE 50ANOS E MAIS DE 900NMEROS! M E N S R I O
TAXA PAGAPORTUGAL
4440 VALONGO
DESTAQUE
BASQUETEBOL
CPN campeodistritalde junioresfemininosmais uma vez
DESPORTO
A V o z d e E r m e s i n d e - p g i n a w e b : h t t p : / / w w w . a v o z d e e rm e s i n d e . c o m /
Formaoe Educaode adultosvista lupa
Pgs. 6 e
Cmara
de Valongoaprova alteraao Planoe Oramentopara acolherfundo do PAEL
Pg
Catlicosrecordamo massacrede Guia e falamda situao
da Igrejaem Moambique
Pg
Agradecimentode A Voz deErmesinde
Pg.
A VOZ DAS PALAVRAS
Os livrosPg.
Acompanhe tambm A Voz de Ermesinde online no facebook
EDIO NET * EDIO NET * EDIO NET
URSULA ZANGGER
O crO crO crO crO cremaemaemaemaematriotriotriotriotrio in in in in invvvvvestimentoestimentoestimentoestimentoestimentode futurde futurde futurde futurde futurooooo
numa juntanuma juntanuma juntanuma juntanuma juntaque deque deque deque deque devvvvve sere sere sere sere serauto-sustentvauto-sustentvauto-sustentvauto-sustentvauto-sustentvelelelelel
LLLLLusususususRRRRRamalhoamalhoamalhoamalhoamalho
A Voz de Ermesinde entre-vista neste nmero o presiden-te da Junta de Freguesia deErmesinde, que aqui passa osolhos sobre a realidade da cida-de e da autarquia. Pgs. 3, 4 e 5
O crO crO crO crO cremaemaemaemaematriotriotriotriotrio in in in in invvvvvestimentoestimentoestimentoestimentoestimentode futurde futurde futurde futurde futurooooo
numa juntanuma juntanuma juntanuma juntanuma juntaque deque deque deque deque devvvvve sere sere sere sere serauto-sustentvauto-sustentvauto-sustentvauto-sustentvauto-sustentvelelelelel
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2 A Voz de Ermesinde 31 de janeiro de 20Destaque
FERNANDA LAGE
DIRETORA
Revolucionriosconservadores
EDIT
ORIAL
Muitas Cmaras Municipais e Juntas de Freguesias tmacarinhado e compreendido as festividades cclicas que sedesenvolvem ao longo do ano no nosso pas, o caso do En-terro do Joo que se realizar mais uma vez em Ermesinde.
Ernesto Veiga de Oliveira refere no livro Festividades
Cclicas em Portugal que esta tradio do Enterro do Joose realizava numa regio limtrofe do Porto, situada a norteda Areosa e compreendida nas antigas Terras da Maia.
O Enterro do Joo caracteriza-se por uma srie deaspetos verdadeiramente notveis: A conotao comple-xa da personagem central, o seu nome, tipo, figura o seu
sentido geral indecoroso, burlesco,visceral, libertino e ertico, corporizandoe representando integralmente um per-odo de completa liberdade licenciosa,que, seja qual for a sua natureza, con-cebida por uma forma difcil de superar,e se manifesta na aparncia do bone-co, na natureza dos actos, palavras e ati-
tudes que em relao a ele e sob o seusigno e inspirao se praticam. 1
No Carnaval ningum leva a mal e,como tal, no admira que o povo aprovei-te este tempo para criar, adaptar ou con-servar com toda a liberdade o seu gosto,mentalidade e desejos.
tudo uma questo de cultura, e nome admirava nada que este testamentocom uma boa dose de criatividade, mes-mo com alguma brejeirice, venha a serenriquecido com realidades mais pr-ximas das nossas vivncias.
Mas voltemos aos revolucionrios con-servadores, na minha juventude defendera cultura popular era um ato revolucionrio, e hoje no me sintoconservadora por considerar que no podemos perder a me-mria e as razes dos nossos antepassados, mas acrescentoque fundamental construir patrimnio que integre o que demelhor esta e as novas geraes consigam legar.
1 Ernesto Veiga de Oliveira, Festividades Cclicas em Portugal, Publicaes Dom
Quixote 1984.
Encontrei h dias um amigo que medizia: somos uns revolucionrios con-servadores, sempre estivemos agarra-
dos a tudo que nos cercava; hoje, por
mais que o mundo se altere continua-
mos na mesma, cheios de encargos eP
impostos, mas continuamos agarrados ao patrimniodos nossos antepassados numa perspetiva de conser-
var e preservar o que nos deixaram. Somos assim com
as nossas coisas pessoais, com o patrimnio das nos-sas terras, do nosso pas.
Na verdade sempre nos en-
contramos nas lutas pela defesa
do patrimnio cultural e natural.Aprofundamos os nossos conhe-
cimentos em conversas e aesde formao, participamosativamente em associaes deDefesa do Patrimnio.
Hoje dei comigo a fazer o ba-lano de toda esta trajetria.
Na verdade, nesses meios,
aprendeu-se a respeitar e admirar
o trabalho dos outros, desenvolve-
ram-se aes de solidariedade,respeito mtuo, tica, responsabi-lidade social e cooperao. Apren-demos o valor da memria de umpovo e a importncia das suasrazes.
Hoje as escolas, as juntas de fre-
guesia, as cmaras municipais, em
colaborao com diferentes associ-aes e outros organismos, reali-zam por este pas fora um trabalho de sensibilizao e de-fesa do Patrimnio Cultural e Natural muito significativo.
O Patrimnio Cultural e Natural algo que faz parte davida de cada um de ns e, como tal, precisa de ser res-peitado, mas se o queremos respeitar temos que o co-
nhecer e dar a conhecer aos outros, por isso a importn-cia das visitas orientadas a locais de interesse ambiental,
histrico e cultural.
FOTO URSULA ZANGGER
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31 de janeiro de 2013 A Voz de Ermesinde Destaque
Lus Ramalho Queremos que a Juntaseja auto-sustentvel!
LC
O encontro com Lus Ra-malho teve de comear com al-gum atraso porque o autarcatinha ido, com alguma urgn-cia, resolver algumas questesrelacionadas com a reorganiza-o do mercado de Ermesinde.E foi, por isso, precisamentepelo mercado que comeou anova conversa.
A Voz de Er mes ind e
(AVE) Quais so, na verda-
de, os planos para o mercado
de Ermesinde? O concurso deideias trouxe alguma coisa
que pudesse aproveitar-se?
Lus Ramalho (LR) Oconcurso de ideias deu lugar aalgumas coisas interessantes e aoutras sem qualquer viabilidadee fora do contexto. Na situaoatual a nica coisa que vivel arranjar uma roupagem nova parao mercado e reorganizar o espa-o. Por exemplo, lancei um desa-fio, no facebook, que est a termuita aceitao, no sentido dealugar lojas abandonadas no mer-cado a pequenas empresas, quehoje, com os meios digitais e umtelefone, precisam apenas de umpequeno espao para funcionar.
Para dar mais viabilidade aofuncionamento daqueles serviosou empresas, h a hiptese devirmos a isolar o piso de baixo.
No mercado vai ser neces-srio ainda recuperar a estrutu-ra existente. Mas novo merca-do, nem pensar!
AVE As grandes ideias
de um centro de congressos
esto abandonadas de vez?
LR Sim, de certo modo, oque temos de potencializar oFrum Cultural de Ermesinde eaprender com as experinciaspositivas e negativas, dos con-
AVE E como est a situ-
ao nos cemitrios de Erme-
sinde? O que h de novo quan-
to ao crematrio?
LR Precisamente nesta al-tura, e depois de cinco anos, voabrir as inumaes no cemitrion. 1. Neste momento o cemit-rio n. 2 tem disponveis 58 es-paos de enterramento e o ce-mitrio n. 1 282 (aps os taiscinco anos de inatividade).
necessrio avaliar muitobem esta situao. A uma mdiade cerca de 400 funerais porano, a capacidade dos cemitri-
os ficaria esgotada num ano. Es-tamos a ver se uma bioenzimaque estamos agora a utilizar noscemitrios sempre consegue como anunciado acelerar sig-nificativamente a decomposiodos corpos. Isso poderia per-mitir estender a capacidade deacolhimento dos cemitriospara trs anos, mas h fatores
que podero intervir negativa-mente como a humidade dosolo, por exemplo.
Assim sendo, teramos trspossveis cenrios de soluodefinitiva ou provisria:
1 No inumar;2 Construo de um ter-
ceiro cemitrio;3 Construo do crema-
trio.Claro que a primeira no re-
solve e apenas adia a soluo doproblema; a segunda tambmno tem muita viabilidade, poish muito poucos terrenos dis-ponveis em Ermesinde e, almdisso, estes tero que ter certascaractersticas de solo e humi-dade adequados funo. Aindaassim uma das poucas hipte-ses seria na zona de Sampaio.
O crematrio, por sua vez,sendo um equipamento quepressupe investimento, erasuscetvel de, no futuro, ser sus-tentvel, j que seria o equipa-mento deste gnero mais interi-or desta regio, podendo assimser preferido aos crematriosmais junto do litoral, at por-que no s ficaria mais perto,como sobretudo ficaria menosoneroso, dados os custos dosservios das funerrias ao qui-lmetro.
A Junta de Freguesia no
tem que dar lucro, mas deve serauto-sustentvel. Uma coisa queeu tenho tentado fazer gover-nar a Junta com os resultadosde exerccio, sem recorrer a re-ceitas dos mandatos anteriores minha chegada Junta.
No sentido de se auto-fi-nanciar a Junta j preparou umregulamento de taxas para ser-
GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA
vios de jardinagem (aexemplo da Junta deBaguim do Monte), aque os fregueses po-dem recorrer, se o pre-tenderem, a preos melho-res que a concorrncia.Tambm estamos dis-ponveis para servi-os de construonos cemitrios,mas a divulgaodeste servio no uma tarefa fcil,porque envolve ques-tes de tica, e temos deconfiar mais na divulgaoboca a boca.
AVE - Quanto ao largoda feira velha, onde o jornal
A Voz de Ermesinde tem a
sua redao, precisamente,
sempre se vai fazer alguma
coisa?
LR No ser feita a requa-lificao inicialmente prevista.Ainda assim est previsto um in-vestimento de 50 mil euros, queprev a deslocalizao do parqueinfantil para o lado oposto do lar-go, a colocao de pontos de luz,rede de guas pluviais, repa-vimentao do espao, pelo me-nos parcial, recolocao de ban-cos, colocao de papeleiras, en-fim tirar-lhe o ar de abandono que
presentemente tem.AVE Qual a situao
do Parque Socer?
LR Este espao, entregueao municpio h cinco anos,conta ainda apenas com quatromoradias concludas, tem sidoalvo de roubos de cobre e do sis-tema de rega e as casas de banho
Lus Ramalho, presidente daJunta de Freguesia de Ermesinde,eleito pelo PSD, aproxima-se dafase final do seu mandato frenteda autarquia, em poca de grandeagitao entre as freguesias, queesto no centro das atenesdada a reorganizao administrati-va territorial. A Voz de Ermesindeentendeu que era uma altura opor-
tuna para o ouvir sobre os gran-
des temas relativos vida da cida-de (e freguesia) de Ermesinde.
FOTOS URSULA ZANGG
foram vandalizadas.De facto, se a instalao daspessoas tivesse avanado, mui-tos destes furtos teriam menosviabilidade, mas com a situaoassim no pode fazer-se muitomais. Por exemplo no h viabili-dade para novas casas de banho.
AVE E quanto ETAR?
LR Felizmente as quei-xas quanto ao funcionamentoda ETAR esto a diminuir. E a
situao dever melhorar coma cobertura que est previstapara este equipamento, permi-tindo minimizar os maus chei-ros exteriores, os quais, comose sabe, tm sido um grande en-trave ao desenvolvimento dazona.
AVE E quanto s mar-
gens do Lea o que se pode
fazer?
LR No h autonomiapara intervir nas margens, o quetorna mais difcil qualquer ao. preciso ter a autorizao daCCDRN e cumprir um proces-so burocrtico no qual h mui-tas entidades a intervir.
desolador que quando o rio co-mea a ter peixes j l voltei aencontrar pescadores, que alisse assustaram minha aproxi-mao , galinholas e patos, seveja tanta acumulao de lixo nasmargens e no seu curso.
Ns queremos devolver orio aos trs arcos da ponte, naTravagem, como ele era antiga-mente, j que a margem foi sen-do atulhada para estacionamen-to dos feirantes, no tempo emque se realizava ali perto a feira.
Tambm a velha ponte depedra, que hoje no passa de umaamlgama de pedra e cimento,sem valor patrimonial e sem
grande funcionalidade, podeser vantajosamente removid
A questo social
AVE Outro equipamto de que se tem falado mu
o estdio. A soluo agora
contrada satisfatria par
cidade?
LR Quando a Cm
Municipal de Valongo anunca construo de um novo esdio j no tinha dinheiro e, isso, foi boa a soluo enctrada de permutar os terrendo campo de jogos dos Monda Costa, que ficaro com cacidade construtiva e do Estde Sonhos, que ser municiprequalificado. Claro que se podizer que o copo est meio chou meio vazio (porque j noum estdio novo), mas comatuais constrangimentos, pace ser uma soluo a contede todos, sobretudo Ermesinde SC. Mas o estvai ter que estar aberto s tras coletividades, porque n
pode haver a anulao das tras respostas desportivas.
AVE Como est a sit
o da habitao emErmesde? H gente na rua?
LR No h pessoas a dmir na rua. Os casos detetadso encaminhados para os bergues do Porto, mas a lide espera para habitao soc enorme. Ao mesmo tempo3 500 fogos livres (!), desopados por pessoas que deiram de pagar as casas. Nescasos a rede familiar e dezinhos, na primeira linha, qacode aos que mais precisacelhos nossa volta.
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No se conseguem sinalizar to-das as situaes de carncia,mas os pedidos de atendimentono Gabinete Social da Juntacresceram muito. De prefern-cia, a nossa autarquia age comum carter preventivo. A minhamaior preocupao, neste mo-mento, at com a classe mdia
que deixou de ter poder de aqui-sio e viu a sua vida degradar-se rapidamente de uma formadramtica.
H uma rede assistencial, acomear pela famlia, e a esten-der-se pela segurana social, quesuporta as maiores necessidades,e s depois entramos ns, com onosso Fundo de Emergncia So-cial. Estudamos a situao dasdvidas e fazemos um plano degesto, liquidando-as em trocada prestao de trabalho social-mente necessrio, vindo a gran-de maioria dos utentes da massade beneficirios do RSI ou doFundo de Desemprego. Este tra-balho social responsabiliza no
apenas o indivduo mas o agre-gado familiar. Pode ser mais queuma pessoa deste agregado aprest-lo.
Pela nossa parte temos ocuidado de liquidar as contas omais perto possvel do final doseu prazo limite, mesmo assim
j nos deparamos com situaesde no cumprimento do acor-dado.
AVE E como est a cida-
de em termos de ambiente?
LR No que respeita spreocupaes da Junta h faltade papeleiras e necessidade deuma maior fiscalizao quantoaos dejetos de animais doms-ticos. Todos os animais devem
estar sinalizados (vacinados ecom chip), sendo enviados es-ses dados para a Junta. Ns sa-bemos as horas a que a fiscali-zao deve incidir mais. Poroutro lado h custos que o Es-tado j no deveria suportar,como os das campanhas de va-cinao. S deve ter um co
LR Sabemos que no temhavido apresentao de queixasde furtos de estabelecimentos,mas est a aumentar o furto aointerior de veculos. E o tecidosocial est cada vez mais frgil.Isto uma situao que podeestourar a qualquer momento.
AVE E na Educao, emparticular como est a educa-
o e a formao profissional
e de adultos em Ermesinde?
LR Eu prprio fui fruto daprimeira gerao da formaoprofissional fui tcnico admi-nistrativo. Mas muito diferen-te o perfil dos formandos hoje.H 15 anos atrs era uma alterna-tiva, hoje os formandos so con-siderados um refugo. lament-vel o curso atual da formao pro-fissional.
Quanto educao de adul-tos CNOs e cursos EFA asferramentas estavam l, masnem tudo correu bem e o mer-cado encarregar-se- de fazer a
triagem. Houve muitas situa-es erradas. No era o regimeque estava mal, o problema foidos CNOs que acabaram porfechar e dos formandos que noaproveitaram bem essa acredi-tao de competncias.
Alguns ainda se gabaram deno terem sido eles a fazer osprprios trabalhos.
Os CNOs e cursos EFA so-freram de um problema do graude exigncia e houve excesso deliberdade.
No meu ensino bsico eufui um aluno muito bom, comuma professora muito rgida, moda antiga, mas depois veiouma professora nova que nos
dava muito mais liberdade emuitos de ns, como eu, nosouberam aproveitar essa liber-dade. Os resultados pioraram es voltaram a melhorar quandoa professora antiga voltou e teveque cortar essas liberdades.
Voltando formao deadultos, no deviam ter sidoimpostos nmeros mnimos decertificaes.
O ensino regular e a forma-o no so a mesma coisa e
no podem ser dados pelasmesmas pessoas. Professoresno so formadores. A forma-o profissional no deveria ser
como inteis. H apenas queultrapassar o problema das ro-tinas. A Cmara Municipal, porexemplo, tem vrias atividadesgratuitas para os seniores e a
Junta de Freguesia tambmest empenhada em propor-cion-las, atravs de uma redede parcerias. Hoje em dia estaser at a faixa etria com mais
AVE H zonas de
Ermesinde que continuam
muito mal servidas de
transportes, como o Miran-
te de Sonhos...
LR Sim, verdade. Umasoluo passaria por ligar ocentro escolar do Mirante deSonhos ao ncleo habitaci-onal, j que este foi implanta-do em zona de difcil acesso, epior, sem nenhuma merceariaou nenhum caf e as pessoasdepois veem-se obrigadas acriar respostas clandestinas. ASTCP no consegue chegar le voltar pelas atuais vias exis-tentes, dada alm do mais a in-clinao do terreno.
Outra situao anmala a de Sampaio. Estudou-se apossibilidade de um transpor-te que fosse ao empreendi-mento habitacional e voltassedepois Simes Lopes, tal-vez com um autocarro maispequeno, como para o alto deSonhos, mas nesta fase, a
STCP diz-nos que os auto-carros pequenos esto a serusados para no eliminar cer-tas carreiras. verdade que oservio pblico pago portodos e que s vezes, no per-odo noturno, havia muitascarreiras sem ningum.
AVE Como est a situ-
ao do edifcio da Refer, an-
tiga sede da Junta de Fregue-
sia?
LR Esse edifcio foicomprado inicialmente coma ideia de ser demolido. De-pois acabou por ser usadopara vrias funes, quer dosgabinetes tcnicos da Refer
quer, numa ltima fase, alber-gando trabalhadores. Duran-te este perodo e depois de-gradou-se muito, o cobre foiarrancado, est queimado pordentro, seria muito difcil eonerosa a sua recuperaopara uma utilidade pblica,alm de que um edifciopouco acessvel, com o ni-co acesso possvel a ser feitoa partir da Rua do Passal. Semum programa de financiamen-
to adequado, no h uma soo para ele.
AVE E quanto a equi
mentos da Junta como a
blioteca e a Loja Social?
LR A Biblioteca tem funcionamento muito reduzs o Espao Internet da Jutem uma frequncia razovelterrogo-me mesmo sobre a udade da Biblioteca, existindoperto o polo de leitura da Bioteca Municipal na Vila BeatQuanto Loja Social, pelo ctrrio, tem sido um projeto cuma resposta muito positTem-se tentado manter a qudade da oferta e passam pocerca de 30 a 40 clientes por Temos cerca de 85 fornecedoregulares.
AVE A Junta tem um p
jeto de hortas urbanas...
LR Estamos numa fasecial. Para j h um espao Sampaio, com terra j prep
da para cultivar, terreno esse foi cedido pelo Lus Vasqueexpetativa que haja mais pprietrios que se disponhamfazer o mesmo. A ideia incevar o esprito de permuta e mentar as possibilidades de ssistncia das famlias que quram cultivar esses terrenosJunta tambm tentou obteanuncia dos proprietrios terrenos da antiga fbrica demas certas condies particures no o permitiram.
Questes
de Cidadania
AVE Para quando
museu em Ermesinde?LR Tenho tentado conv
cer o Dr. Jacinto Soares a cedFreguesia, como ncleo cende um futuro museu, o riqussimo esplio o trabade uma vida garantindo queelemento da famlia ficaria spre ligado a ele, at porque ada corre o risco de se perderfuturo, se nada se fizer pararantir a sua preservao. Sum polo museolgico compa
GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA
quem o possa ter.
AVE Quanto s situaes
da segurana, como estamos?
ministrada nas escolas.
AVE E quanto popula-
o mais idosa?
LR A situao dos senioreshoje distinta. Hoje os avs re-comeam a ser vistos como umamais-valia. E j no so vistos respostas.
O museu de Ermesindedeveria preservar
a histria
das comunidades,do passado agrcola
e do brinquedo
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GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA
lhado pela Cmara, Junta e Fa-mlia de Jacinto Soares. O Mu-seu deveria preservar a histriadas comunidades, o passadoagrcola, o brinquedo. Quanto
ao brinquedo h uma polmicasobre a importncia relativa deErmesinde e Alfena, que eu en-tendo deve ser compartilhada.Um edifcio onde era possvelacolher esse esplio e o Dr.lvaro Pereira mostrou-se atagora dialogante o Pavilhode Mecnica da Escola Secun-dria de Ermesinde.
AVE Fizemos alguns re-
paros forma como decorreu,
no ano passado, o Enterro do
Joo. H alteraes este ano?
LR O alinhamento ser omesmo, j o boneco, por exem-plo no pode ser feito pelo
mesmo autor do do ano passa-do, que entretanto faleceu. Con-tinuamos a achar que deve havermaior moderao na linguagem,
embora possa haver alguma to-lerncia a um outro palavro. certo que relativamente a estatradio, o Dr. Jacinto Soares
considera que o principal e maisantigo Enterro do Joo era o deS, mas a verdade que foi esteo que chegou at ns, e a famlia
Ramboia continua a ser a deten-tora de alguns segredos destatradio, preservando at dessa
AVE Entrando agora nu-
ma rea mais poltica, o Con-
selho da Cidade no tem fun-
cionado. O que preciso fazer?
LR O Conselho da Cida-de tem partida demasiadosparticipantes, os representan-tes das foras polticas, as co-letividades... um modelo arepensar, j que no bem com-preendido o papel de cada um.Talvez devesse haver, por exem-plo, apenas representantes doconjunto das coletividades e node todas...
AVE H a ideia de criar
uma Assembleia de Fregue-
sia de Jovens?
LR Sim, que trabalhasseem, articulao com a Assem-bleia Municipal de Jovens. Epudesse trabalhar dois ou trs
temas com maior profundidade.AVE H problemas com
os limites territoriais de
Ermesinde?
LR Sim, mas no so gra-ves, como os de Alfena. Existeuma situao intraconcelhia en-tre Ermesinde e Alfena e duassituaes entre concelhos naPalmilheira (que envolve Va-longo e Maia guas Santas) ena Formiga (entre Valongo eGondomar Baguim). Nestescasos os limites nunca foramaprovados de comum acordopelas respetivas freguesias. Estaltima ser a situao mais dif-cil de resolver. O Seminrio, por
exemplo, de facto pertence aquem?
AVE Passando a uma l-
tima questo, mais partidria,
Banho privativo
Telefone
TV c/ vrios canais
Rua Rodrigues de Freitas, 1572 4445 ERMESINDE Tel. 229 735 57
+ + +
ABConfiana
Direco Tcnica:Dr.a Cludia Raquel Fernandes Freitas
Telefone 229 710 101Rua Rodrigues de Freitas, 1442 4445 ERMESINDE
Farmcia
Para mim a recandidaturade Tavares Queijo
ser muito estranhade combater
porque ele semprecolaborou comigo
o PS j escolheu, e escolheu
de novo Tavares Queijo, para
a candidatura presidncia da
Junta de Freguesia de Erme-
sinde. Que comentrio lhe
merece esta candidatura?
LR Para mim essa seruma candidatura muito estra-nha, no sentido em que tereimuita dificuldade em opor-mee atacar uma pessoa que sem-pre colaborou comigo e com o
qual estabeleci as melhoreses polticas neste mandNo posso agora comear ter-lhe s porque candicontra mim. E tambm nqual se ele estar em boas coes para avanar com a cdatura, que me parece maiscerta imposio do partido.as circunstncias da polticcional tambm podem detenar alguma coisa.
maneira o seu protagonismo.
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TERESAMEDINA (*)
A educao e formaode adultos tem sido um cam-po de ao educativa mar-cado por profundos deba-tes sobre os seus objetivose modos de organizao efuncionamento.
Numa viso mais redu-tora tm-lhe sido atribudas,
essencialmente, funes dequalificao de mo de obrapara um mercado de traba-lho em constante mutao,de gesto social do desem-prego e dos fenmenos deexcluso social, de adapta-o das pessoas a um mun-do em mudana, cujo senti-do no questionado. En-quanto importante direitosocial, tem sido assumida,por muitos outros, comoum processo emancipa-trio, potenciador das capa-cidades individuais e coleti-vas de leitura e compreen-so do mundo e de interven-o crtica e criativa nosprocessos de trabalho e detransformao social.
Nesta tenso entre man-datos to diversos, a educa-o de adultos em Portugaltem atravessado fases de mai-or desenvolvimento ou de es-tagnao, marcadas claramen-te por diferentes ciclos polti-cos. A momentos de avano,tm-se sucedido fases de gran-des recuos, como a que atual-mente estamos a atravessar.
Para alm de muitas ediversas crticas de que po-dem ser alvo as polticas de
formao de adultos que vinhama ser implementadas, no mbitoda Iniciativa Novas Oportuni-dades, indiscutvel que, nos l-timos anos, se assistiu a um gran-de incremento do trabalho e dainterveno nesta rea, com oenvolvimento de muitas e dife-rentes entidades, de mais de novemil profissionais e de mais de ummilho de adultos, a grande maio-ria dos quais h muito afastadosde qualquer percurso de forma-o escolar e/ou profissional.
Se a preocupao com ocumprimento de indicadores es-tatsticos causou alguma pertur-bao no funcionamento de di-versos Centros Novas Oportu-nidades (CNO), contribuindopara uma certa descredibilizaodos processos de formao deadultos ento em curso, a ver-dade que, o que esteve verda-deiramente em causa em muitasdas crticas que lhe foram di-rigidas, foi a recusa, no susten-tada cientificamente, em admi-tir a existncia de percursos deaprendizagem diferenciados e desaberes e conhecimentos empessoas pouco escolarizadas.De facto, a maior parte das cr-ticas no assentou em qualqueranlise aprofundada dos proble-mas existentes nem na procurade solues que permitissem asua superao, e muito menos oreconhecimento das suas po-tencialidades, as quais foram cla-ramente reveladas em muitosestudos, nacionais e internacio-nais, realizados por diferentesentidades e investigadores.
Neste quadro, a deciso doGoverno de desmantelar a redede CNO, que se traduziu j no
encerramento da maioria, nodespedimento de milhares deprofissionais e no malbaratar deum patrimnio de experinciase conhecimentos entretanto ad-quiridos, configura um novo eprofundo retrocesso na Educa-o e Formao de Adultos.
A forma como todo esteprocesso tem vindo a ser con-duzido reveladora no s deuma grande falta de respeito paracom os adultos, os profissionais,as instituies e o errio pblico,mas tambm de muita incompe-tncia. Efetivamente, muitos adul-tos foram colocados numa situa-o de enorme instabilidade, con-frontados com o encerramento docentro onde estavam inscritos,encaminhados (ou no), a meiodo percurso, para outro centro(que poder tambm vir a encer-
FORMAO E EDUCAO DE ADULTOS
rar), deixando de ser acompanha-dos pelos profissionais que jconheciam e na contingncia deno conclurem o processo. Pro-fissionais qualificados, e commuita experincia, veem-se nodesemprego ou impossibilitadosde trabalhar, desbaratando-se osseus conhecimentos e a sua din-mica. Muitas instituies, comuma grande experincia acumu-lada, veem-se impossibilitadas decontinuar a assegurar importan-tes respostas educativas para asquais tinham sido disponi-bilizados significativos meioshumanos e materiais, o que setraduz, tambm, num delapidarde recursos pblicos.
Ao mesmo tempo que es-to a ser eliminadas ou forte-mente condicionadas modalida-des de educao e formao de
adultos, como os processosRVCC (Reconhecimento, Vali-dao e Certificao de Com-petncias) e os cursos de EFA(Educao e Formao de Adul-tos), que tiveram um forte im-pacto na vida de muitos milha-res de pessoas, que deles seapropriaram, vivenciando expe-rincias de formao em que sesentiram valorizadas e que lhespermitiram o estabelecimento denovas relaes com o conheci-mento, o saber, a formao e aescola, assistimos ao aprofunda-mento de discursos e medidascentradas no acentuar dos d-fices de qualificao dos adultose em lgicas de controlo social,designadamente dos desempre-gados e beneficirios do Rendi-
ser compreendidas as prio-ridades agora definidas,designadamente a nfase denovo colocada em processosde escolarizao e no ensinorecorrente, bem como noprograma Vida Ativa, tornan-do obrigatria para muitos afrequncia de diversas aesde formao de curta dura-o (Formaes ModularesCertificadas, com mdulos
de 25 ou 50 horas). De fac-to, a frequncia de mdulosde formao soltos, desgar-rados e desarticulados entresi, ao no assegurar uma ver-dadeira qualificao profis-sional, tende mais a acentu-ar processos de desquali-ficao pessoal e profissio-nal, facilitando a criao decondies e disposiessubjetivas para uma maioraceitao da precariedade, dadesregulao e desregula-mentao das relaes de tra-balho e a desarticulao doEstado social.
Ao mesmo tempo, astipologias de formao ago-ra preconizadas, claramentedesajustadas dos adultos aque, pretensamente, se diri-gem, tendem a provocar o de-sinteresse (e mesmo rejeio)pelos processos educativose formativos, perdendo-setoda uma dinmica de edu-cao e formao de adultosque tinha sido criada e queurge retomar.
(*) Investigadora, professo-ra na Faculdade de Psicolo-gia e Cincias da Educaoda Universidade do Porto.
Formao de adultos o menosprezo por uma misso essencial
Educao e formao de adultos, hoje um olhar crtico
mento Social de Insero. neste sentido que podem
LC
Neste nmero de A Voz de
Ermesinde, e atravs do de-poimento de alguns tcnicoscomprometidos com a missosocial de promover o conheci-mento e a nsia do conheci-mento num pblico adulto, dei-xamos aos nossos leitores umareflexo sobre o estado domundo aqui e agora e sobre oobscuro projeto, assumido ouno, de promover a estratifi-cao social, dessa forma su-postamente estimulando ascondies timas para um de-senvolvimento desumanizadoe assente em premissas de su-cesso econmico que, pelo
contrrio, mais no fazem doque extremar as condies daexcluso e a promoo de uma
ainda maior desigualdade este sim, um ndice em quePortugal vem sendo exmio.
Se as condies concre-tas da formao de adultos,aqui ou ali, podero estar (oudever estar) sob vigilncia veja-se a referncia que a ela feita neste nmero de A Vozde Ermesinde pelo presiden-te da Junta de Freguesia local,Lus Ramalho no deixa denotar-se que recursos fraudu-lentos por parte de formandosbeneficiam de nveis de tole-rncia bem diversos se o sopor parte de sujeitos excludos,
no mbito das novas oportu-nidades que lhes so criadaspela educao de adultos seja
qual for o programa que a pro-move , ou se o so no quadroda escola oficial e regular, ondeso de sobejo conhecidos osrecursos com que muitos es-tudantes torneiam o dfice deconhecimento, j que os m-todos livrescos, impessoais ecompetitivos, isso permitem,quando no o fomentam.
E no , naturalmente, porque um aluno copia no testeou at por que um ministro, deforma inaceitvel, consagra oseu estatuto acadmico, que aescola ou mesmo o ensino uni-versitrio logo, de imediato,
no seu conjunto, considera-do de exigncia, qualidade ouidoneidade duvidosas.
A acumulao de uma bol-sa de competncias, de umamassa crtica transformadorada sociedade que a envolve,deveria ser orgulho e recursoprecioso e inalienvel das ins-tituies que se movem nocampo da solidariedade soci-al, ultrapassada a viso ser-dia de uma ao meramentedestinada ao socorro dos mo-ribundos sociais. Excludos aquem em breve a margina-lidade cvica que lhes resta h--de arrastar como desperadose fazer cobrar sociedade adistrao de que deu mostras,
por falta de uma viso holsticae de uma determinao emtransformar o mundo.
A reflexo sobre a educa-o e formao de adultos, queremete para uma reflexo so-bre os processos de exclusosocial, remete tambm, comovimos, para os processos e-ducativos, no seu conjunto,para a conceo e finalidadeeducativa, para processos pe-daggicos que so em si mes-mos libertadores de energiase de viso crtica fazendomover a arte, a cincia e a or-ganizao e olhar sobre omundo e j em si os contendocomo agentes de transforma-o interna dos formandos ,
ou para processos educaticujo projeto no ultrapassde reproduzir, no melhor e
pior, aquilo que vigentedominante.A perceo crtica de
do mostras estes atores/tores dos processos de ecao de adultos, questiondo o seu prprio papel, exnaturalmente que eles pros se questionem enquantogentes de transformao misso a que se referem desbravem caminhos, e percebam ainda que o mundo-ilha no o univee que a realidade se enrega de estabelecer os critos prioritrios de interven
FOTO CF/CSE
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31 de janeiro de 2013 A Voz de Ermesinde Destaque
O que nos move (*) razovel questionarmo-
-nos sobre a misso. Como al-gum referiu um dia, tudo oque se faz na comunidade fei-to em funo da Misso. A mis-so ento este desgnio mxi-mo, individual e coletivo, que nosmove acerca de 60 anos semresilincia para melhorar a qua-lidade de vida das pessoas. Aacompanhar as necessidades dapopulao local, em particular asmais desfavorecidas, abrangen-do, simultnea e diretamente,todos os grupos etrios, na agi-tao do dia a dia, nas contrarie-dades da vida, prximos, presen-tes para responder promoodo futuro coletivo.
Na dcada de 90, para con-trapor a crescente maleita soci-al, assumimos o caminho, comos projetos de luta contra a po-breza. Promovemos as redes devizinhana e apoimos as ne-cessidades bsicas da comuni-dade, mediando e articulandocom as instituies pblicaslocais e nacionais as respostass carncias de uma pobrezaurbana crescente. As respostas pobreza da excluso. Crimosestruturas que concorressempara o desenvolvimento ho-lstico das crianas e jovens.Incentivamos a participaopela via do associativismo.
Trouxemos e levamos a Euro-pa. Abrimos novos horizontes.
Novos desafios se impuse-ram. Do flagelo do desempregode 1993, ao quase pleno empre-go de 2002, demos a resposta.Contribumos para o sucessoindividual, respondemos s ne-cessidades da economia local,articulando a oferta com a pro-cura, incentivando jovens e adul-tos a apostar na formao.
Ancorados s razes da ins-tituio, tomamos como org-nica a misso. Porque tal comoum organismo vivo, adaptamo--nos s exigncias do tempo,acompanhando as transforma-es, as formas de interveno.Respondendo s necessidadesbsicas, passamos tambm aolhar mais alm, trabalhando abase de quem nos procura. Naconfiana extrema de que natransformao interna do sujei-
to que reside tambm a eman-cipao, interveno crucialpara responder, com sucesso,aos fenmenos de excluso so-cial. E a passada dcada foi aassuno do compromisso deum dos mais altos valores hu-manos: a formao. A forma-o como instrumento poss-vel de favorecer a mudana.
A valorizao do espaopara a formao foi ganhando
terreno na nossa interveno,pela perceo do retorno de re-sultados na melhoria das condi-es de vida de quem se forma-va. Um processo que resultoude uma alargada rede de parce-rias, que ao longo de 10 anosestabelecemos com universida-des (Universidade do Porto,Universidade de Coimbra, Uni-versidade Catlica Portuguesa),instituies pblicas (IEFP, es-colas pblicas) e privadas (cen-tros de formao nas mais vari-adas reas profissionais) e em-presas, um trabalho que visouresponder valorizao dasqualificaes da populao lo-cal. Assumimos o compromis-so de um dos desgnios nacio-
nais: fazer convergir os nveisde qualificao da populaoportuguesa para a mdia eu-ropeia. Durante a ltima dcadamobilizmos mais de 4 000 pro-cessos de qualificao, certific-mos mais de 1 000 adultos e jo-vens, na componente escolar eprofissional. Reformos a mo-tivao para o estudar, estimu-lando a autoconfiana para quese v mais longe e se estabeleanovas metas de conquista naformao individual.
No perdendo o sentido damisso, alargamos a nossa aopara contrariar os efeitos nefas-tos de uma crise econmica quese pronunciava no horizonte eque depressa se consolidou,
tambm ela, numa crise socialsem precedentes. O desempre-go disparou, para mximos nun-ca antes imaginveis.
Com os cortes oramentaise o minguado investimento p-blico, a formao de adultos ten-de a circunscrever-se a um per-verso fim de aquisio de com-petncias, retalhado, e poucoconsequente na valorizao dosujeito no seu todo.
Na exigncia dos nmeros,a quantificao da resposta aosuposto mercado de emprego,cada vez mais inexistente, re-velou-se uma miragem inconse-quente na vida dos desempre-gados. Por tudo isto, e no per-dendo o foco, redefinimos aao da valorizao pessoal,no esperando que a formaoseja condio sine qua non deum limitado pensamento parao trabalho, restruturamos a in-
terveno, mobilizamos siner-gias, dia a dia, para a formaode um espao de empreende-dorismo. E deslumbramos umnovo horizonte, com novas exi-gncias que nos levam a tomaro caminho. A prosseguir o em-penho coletivo que nos moveh mais de 6 dcadas paratranspor as ngremes barreirasque se impem, na certeza deque at aqui, sempre presentes,
acompanhamos, apoiamos, adamos e contribumos parmelhoria das condies de vda comunidade. Est-nos no digo gentico, esta forma de pticipar e de projetar o futuSomos prximos. Partimosdentro, sem burocratizar as das. E ampliamos a intervenna base de um saber multidciplinar para responder aos safios, por vezes decretados
Prevemos ento uma noetapa que v ao encontro uma estratgia que vise crescimento inteligente, stentvel e inclusivo, paralno traado pela meta 2020Unio Europeia. E que promva por isso, o sujeito e o reste do risco de pobreza ou cluso, investindo na sua qlificao e formao. Ambonamos tambm, intervir soos riscos do abandono esco
precoce, incentivando a apono aumento da formao.Por estas razes, estam
comprometidos a seguir eprojeto, com a comunidcomo farol a guiar-nos, m
Mitos de um ruinoso processo de desumanizaoFLORENTINOSILVA (*)
Chegou o momento, apre-goam alguns com pompa e cir-cunstncia. Chegou o momentode virar a pgina, reforam sema razoabilidade que a razo lhespossa dar, julgando a sua certe-za, na crena de uma cienti-ficidade que lhes est ausente.Ajuizando, em lugar prprio, asua limitao sobre o espao daemancipao humana. Enchen-do de mitos o que j outrora serevelou como a ruinosa desu-manizao. E seguem, cada vezmais isolados, porque j sopoucos os que trilham o mesmocaminho de uma distopia de
desinvestimento social.Na educao, um dos pila-res essenciais das sociedadescontemporneas, um falso prag-matismo prev relegar o inves-timento da formao dos sujei-tos tecnicidade enformadora.Procura-se transformar o lugarprecoce da emancipao crticados indivduos no lugar da pre-parao para uma profissiona-lidade cada vez mais ausente.Anuncia-se, com pompa e cir-cunstncia, a urgncia na re-industrializao do pas, paratomar medidas que servem para
justificar a mudana dos proces-sos de formao dos indivdu-
os. E sustenta-se que a crise
estrutural; e que o problemaassociado tambm o resulta-do de um deficitrio sistema deensino, caro ao errio pblico,e que no responde s necessi-dades de uma economia empre-sarial moderna e pujante; acres-centando-se, ainda, segundo al-guma expertise, um deficitdeaquisio de conhecimentos nouniverso dos aprendentes. Pro-pe-se ento entroncar, de for-ma dbia, o desenvolvimentodo Pas com a necessidade dese reformar o sistema de ensi-no e formao. Uma reformacom caractersticas pronuncia-das de um tempo de m mem-ria, associada a um sistema dual
de formao que mais no esti-mula do que as assimetrias so-ciais, resguardando a manuten-o do status quo. queles quepodem, um sistema de ensinoque proporcione aprendiza-gens que despertem o desen-volvimento de um pensamen-to criativo e crtico, a todosos outros, permitir-se-lhesque se preparem para o lugarque vo ocupar (na futuraprofisso, por exemplo). Es-tes ltimos, depois de for-matados para a actividadeprofissional, se no consegui-rem uma resposta condigna aoexerccio das suas aprendiza-
gens, sempre podero optarpelo trabalho indiferenciado,frequentar novos processos dereconverso profissional e oucandidatar-se a um subsdio desubsistncia. Resumindo, docardpio de encargos, deixoude estar presente, por blo-queamento e saudosismo ide-olgico, um dos princpiosestruturantes e motivadores danossa constituio: a igualda-de de oportunidades; garanteessencial do nosso investimen-to individual e coletivo para o
futuro. Que Portugal que-rem(os)?
At h bem pouco tempo,Portugal ocupava no quadro in-ternacional um dos lugares ci-meiros no campo da educao eformao de adultos (EFA). Ali-s, eramos vistos como uma re-ferncia na implementao daspolticas de EFA. Um estudode 2009, desenvolvido pelaUniversidade Catlica, sob acoordenao de Roberto Carnei-ro, revelava que o sistema deEFA, implementado na Inicia-
tiva Novas Oportunidades [foi],indiscutivelmente, um dos maisimportantes programas das l-timas dcadas nos domnios daqualificao e da promoo hu-mana da populao portugue-sa. A avaliao demonstrou,que para alm do aumento dosnveis de qualificao e certifi-cao dos adultos, houve tam-bm ganhos substanciais naaquisio de novas competn-cias, com destaque para asliteracias, como o uso das TICe da capacidade para aprender aaprender. Foi possvel cons-tatar um efeito generalizado doreforo da auto-estima e damotivao para novas aprendi-zagens por parte dos adultos.
O investigador Pedro Flix, re-fere que o relatrio: Furthermeasures to implement the
action plan on adult learning:
Updating the existing inventory
on validation of non-formal and
informal learning: Final report;classificou Portugal nos cincomelhores pases em matria devalidao de aprendizagens noformais e informais, obtendo aclassificao de high, a maiselevada. Resultou desta avalia-o uma posio a par com pa-ses como a Finlndia, a Frana, aHolanda e a Noruega. Curiosa-mente, pases que ocupam opdio do ndice do desenvolvi-
mento humano. Nas palavrapesquisador a publicao aliou a implementao de mdas e polticas de validaoaprendizagens informais e formais em 34 pases, seacompanhada por relatriosdividuais, da responsabilidadCentro Europeu para o Devolvimento da Formao Prosional (CEDEFOP) de cadadesses pases. Portugal foi pases que na ltima dcada mprogressos fez no campo da ecao, resultado de polticareduo do dfice de qualifo da populao adulta contriburam para contrariartos criados, pouco credveis
Antnio Damsio, reput
neurocientista, recorda, emtrevista este ms, a propdos cortes anunciados na eduo, que um dfice educacioconduz, invariavelmente, a dfice econmico e social. to, se os mitos, com basepreconceitos, servem o prosito do empobrecimento e otrocesso civilizacional cochave de um suposto sucepara sair de uma crise financeno nos estaremos a compro
FORMAO E EDUCAO DE ADULTOS
ter como povo no futuro?
(*) Membro da equipFormao Profissional e Emgo do Centro Social de Ermes
uma vez. o que nos move
(*) Texto da responsabilidda Equipa de Formao Profional e Emprego do Centro Soal de Ermesinde.
URSULA ZANGGER
URSULA ZANGGER
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8 A Voz de Ermesinde 31 de janeiro de 20Destaque
CMARA MUNICIPAL DE VALONGO
Cmara de Valongo aprova alteraoao Plano e Oramento para acolherfinanciamento j disponvel do PAEL
LC
A Cmara Municipal de
Valongo acaba de aprovar,
com seis votos a favor (PSD
e Coragem de Mudar) e trs
abstenes (PS e Afonso
Lobo), a primeira alterao
do Oramento e das Gran-
des Opes do Plano para
2013. A discusso foi pacfi-
ca e quase inexistente. No
ponto de informaes do
presidente da edilidade, Joo
Paulo Baltazar, antes do pe-
rodo da Ordem do Dia, aque-
le apontou a prxima sema-
na como o incio do paga-
mento da dvidas a mais de
30 dias, caso viessem a con-
firmar-se, tal como o foram,
as expetativas sobre a apro-
vao da alterao do Ora-
mento camarrio.
Nesse ponto Joo Paul
Baltazar confirmou tambm a
cessao de todas as comis-
ses de servio dos quadros
da Cmara e a nomeao de
direes interinas, em alguns
casos em confirmao de
funes e noutros procuran-
do mobilizar as competnci-
as profissionais demonstra-
das por outros quadros.
O presidente da Cmara
agradeceu tambm a todos
aqueles que agora termina-
vam as suas funes de
chefia certo de que todos ti-
nham feito o seu melhor, o
que valeu mais tarde o co-
mentrio de Maria Jos Aze-
vedo de que alguns, pelo
contrrio, como se sabe, te-
Joo Paulo Baltazar a-
nunciou tambm que os Re-
cursos Humanos j estavam
a preparar o processo dos
concursos legalmente exigi-
dos, cujos jris tero que ser
aprovados em reunio de
Cmara e na Assembleia Mu-
nicipal.
O autarca congratulou-
se ainda por Valongo ter sido
um dos primeiros municpi-
os do Pas a ver aprovadoum financiamento significa-
tivo do PAEL por parte do
Tribunal de Contas.
Antesda Ordem do Dia
Nas intervenes antes
da Ordem do Dia Afonso
Lobo incitou a Cmara a
implementar rapidamente as
concluses do estudo sobre
as concesses camarrias e
elogiou a disponibilidade da
Cmara agora dirigida por
Joo Paulo Baltazar para pr
fim ao laxismo que antes
governava a Cmara.
Maria Jos Azevedo in-
terveio para genericamente
concordar com Afonso Lo-
bo, salvaguardando que a
atual postura diferente de
quem governa a Cmara
nomeadamente em ouvir as
propostas da Oposio
tambm se devia ao facto de
esta estar em maioria (cinco
contra quatro), e sempre ter
sido uma oposio respon-
svel, avessa a uma concer-
tao de estratgias tenden-
te a dificultar o funcionamen-
to da Cmara, antes pelo
contrrio, procurando solu-
es. Mas antes nunca sen-
do ouvida por mais que bra-
dasse e bradou muito ,
sem ento ser ouvida. Por
isso, reconhecia o facto de
Joo Paulo Baltazar se mos-
trar disponvel para fazer a
ponte com a Oposio, ao
a uma tcnica superior da
Cmara, ainda que esse pro-
cesso se tenha decidido por
uma no aplicao de qual-
quer sano. Pedro Panzina
tambm aceitaria, contudo,
que o assunto fosse discu-
tido em prxima sesso se
Joo Paulo Baltazar tivesse
a inteno de para a o a-
gendar. O presidente da C-
mara, reconhecendo que
no tinha pensado nesse
agendamento, props que
fosse ento discutido emprxima sesso, dando tem-
po a todos de se debrua-
rem sobre o assunto, o que
foi aceite por Pedro Panzina.
Ordem do Dia
Aps uns breves pedi-
dos de esclarecimento por
parte de Pedro Panzina, no-
meadamente sobre os cus-
tos reais da Expoval, Joo
Paulo Baltazar anunciou um
oramento de 50 mil euros,
sendo 25 mil diretamente da
responsabilidade da Cmara,
que atribua ainda uma bolsa
de 5 mil euros Confedera-
o de Agricultores conce-
lhia, e outros 25 mil da
ADRITEM Associao de
Desenvolvimento Rural Inte-
grado das Terras de Santa
Maria , atravs do PRODER.
Na edio anterior, pela pri-
meira vez, o certame tinha
originado um lucro, parecen-
do ter sido positiva a mudan-
a de local, o que aproximou
mais a feira do grande pbli-
co. O que se pretenderia
agora era potencializar as
sinergias entre os partici-
pantes que, esclareceu ain-
da o autarca, so de facto,
na sua maioria, empresas
sediadas no concelho ou
aqui estabelecidas.
A realizao do certame
foi naturalmente aprovada
sem oposio.
Discutiu-se em seguida a
designao do chefe da Equi-
pa Multidisciplinar de Desen-
volvimento Organizacional e
dos respetivos colaborado-res, que Maria Jos Azevedo
comentou deverem ser de in-
teira confiana do presidente
da Cmara, devendo aquele
ser, para o bem e para o mal,
inteiramente responsvel pela
escolha, a qual recaiu sobre
Clara Poas, tcnica com 18
anos no exerccio de cargos
dirigentes e com experincia
profissional em vrias reas
como a Cultura, Turismo,
Ambiente, Patrimnio e O-
bras Pblicas, entre outras.
A proposta de designa-
o dos seus colaboradores,
da sua responsabilidade
clui os nomes dos segu
tes tcnicos: Isabel Ribe
da Fiscalizao Urbanst
Emlia Ribeiro, do Arqu
Municipal, Paulo Figu
redo, da Comunica
Andr Carvalho, do Des
Grfico e Publicidade, V
Rodrigues do Design
Equipamento, Paula Vit
do Turismo, Marta Ferre
da Arquitetura, Isabel S
res, Patrcia Lopes, Mar
Moreira e Nlson Branco
Apoio Administrativo e
cretariado, e finalme
Isaura Marinho, da Biblio
ca Municipal.
Foi ainda decidido
plicitar claramente que e
funes so transitria
podem cessar a qualq
momento, nomeadame
com o mandato do atual p
sidente da Cmara.
Feita a votao por v
secreto em duas rondas,
ra a nomeao de Clara
as e para a nomeaosua equipa, foram uma e
tra aprovadas por 4 voto
favor (PSD) e 5 absten
(toda a Oposio).
Os restantes pontos
Ordem de Trabalhos abor
ram questes como interr
es de trnsito devido a f
tejos, abertura de concu
para guarda noturno
Ermesinde, sinalizao
Ermesinde, Sobrado e Val
go, licenas de estacionam
to para pessoas com mob
dade condicionada e outras
estacionamento privativo.
A Cmara Municipal de Valongo(CMV) aprovou em sesso realiza-da na passada quinta-feira dia 24de janeiro, a primeira alterao doOramento e primeira alteraodas Grandes Opes do Plano, deforma a integrar nas suas contaso financiamento do Programa deApoio Economia Local (PAEL)recentemente tornado disponvel,aps o visto do Tribunal de Con-tas ao Plano e Oramento daCMV. Nesta sesso foi a aindaaprovada a realizao de mais
uma edio da Expoval, feira deatividades econmicas do munic-pio de Valongo.
ro feito o seu pior.
FOTOS URSULA ZANGG
invs do seu antecessor.
Maria Jos Azevedo co-
mentou ainda na interven-
o de Afonso Lobo a refe-
rncia legislao que regu-la a composio dos execu-
tivos camarrios, aqui para
discordar do agora vereador
independente j que, ao
contrrio de Afonso Lobo,
ela defenderia executivos
monocolores, desde que de-
vidamente fiscalizados pela
Assembleia Municipal.
O tambm vereador da
Coragem de Mudar Pedro
Panzina props aqui uma al-
terao da Ordem de Traba-
lhos da sesso, defendendo
a incluso de um ponto so-
bre um processo disciplinar
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31 de janeiro de 2013 A Voz de Ermesinde Destaque
Catlicos recordam o massacre de Guiae falam da situao da Igreja em Moambique
LC
Decorreu no passado di-a 12 de janeiro, sbado, no
Frum Cultural de Ermesin-
de, uma conferncia subor-
dinada ao tema Outro Olhar
sobre Moambique, confe-
rncia esta que faz parte de
um ciclo que est a ser orga-
nizado pelos Missionrios
da Consolata. Nesta, em par-
ticular abordou-se a situa-
o atual da Igreja em Mo-
ambique, fez-se o ponto da
situao do desenvolvimen-
to do prprio pas, e recor-
dou-se o massacre de Guia,
facto objeto de um livro em
destaque na sesso Vu
de morte numa noite de luar(histria dos 24 catequistas
mrtires de Guia), e cujo au-
tor, o missionrio catlico
Diamantino Antunes, era
uma das personalidades em
destaque nesta conferncia.
A outra era o respeitado
acadmico Mazula Brazo,
ex-reitor da Universidade
Eduardo Mondlane, no Ma-
puto, e individualidade des-
tacada dos meios catlicos
em Moambique.
Foi precisamente o pro-
fessor Mazula Brazo, quem
primeiro tomou a palavra
para traar um quadro da atu-
alidade em Moambique.Mestre em Cincias da
Comunicao, doutorado em
Histria e Filosofia da Edu-
cao pela Universidade de
So Paulo, Mazula Brazo
presidiu Comisso Nacio-
nal de Eleies nas primei-
ras eleies multipartidrias
em Moambique, que se se-
guiram aos pesados anos da
guerra civil. Estava por isso
em muito boa posio para
apreciar o ambiente da vida
democrtica moambicana.
Segundo o conferencis-
ta Moambique depara-se
hoje com trs desafios: o
desafio do desenvolvimen-
to, o desafio da sociedadedemocrtica e o desafio de
acreditar em Deus.
A guerra, longa de 16
anos, desestruturou o pas,
apontou Mazula Brazo, que
foi apresentando ento os
grandes esforos do pas
para voltar normalidade e
ao desenvolvimento, apon-
tando vrios ndices, na sa-
de e na educao sobretudo,
que provavam este esforo.
Existem hoje j 48 esta-
belecimentos de ensino su-
perior no pas, o que est
ainda, contudo, muito abai-
xo da mdia africana.
A mortalidade infantilbaixou imenso e os padres
de vida avaliados pelas Na-
es Unidas melhoraram
significativamente, embora
o rendimento per capita seja
ainda muito baixo, de cerca
de 1 dlar por dia.
Na economia, Moambi-
que tem vindo a exportar alu-
mnio, energia eltrica, hidro-
carbonetos, e ganha cada
vez mais importncia o se-
tor agrcola.
Mas na vida democrti-
ca o creme facial do povo
moambicano, a situao
no isenta de problemas,
apontando Mazula Brazoque o povo moambicano
fez a reconciliao nacional,
mas os partidos beligeran-
tes Frelimo e Renamo
mantm grandes desconfi-
anas e um tenso brao de
ferro, sendo muitas vezes in-
capazes de cooperar uns
com os outros nas institui-
es democrticas.
Assumindo depois a
sua postura de crente cat-
lico, Mazula Brazo, ele pr-
prio um antigo alunon da
Consolata, referindo-se ao
perodo dos primeiros anos
aps a independncia, co-
mentou que tinha sido uma
iluso enfrentar Deus e ain-da que o marxismo-leni-
nismo tinha tentado matar
Deus, mas a nica coisa que
conseguiu foi fortalecer o es-
prito dos cristos. E terminou
a sua interveno apontando
as obrigaes dos cristos
para com a comunidade, citan-
do Bento XVI: Nunca se
cristo sozinho.
O massacre
de Guia
Foi ento a vez de intervir
do padre Diamantino Antu-
nes. Doutorado em Histria
e Teologia Dogmtica pelaUniversidade Gregoriana,
proco de Guia, na diocese
de Inhambane, desde 2007,
e tem vindo desde ento a
desenvolver o projeto de
uma igreja laical e enraizada
na comunidade, como se tem
caracterizado a Igreja mo-
ambicana nas ltimas dca-
das, e de que o Centro
Catequtico de Guia
um exemplo.
A evangelizao
sistemtica de Moam-
bique s comeou mui-
to recentemente, a-
pontou Diamantino An-
tunes, que recordouque, depois da indepen-
dncia houve vrios
entraves evangeliza-
o e mesmo expulso
de missionrios. Por
exemplo, o Governo
proibiu ento o batismo
de crianas, s permi-
tindo a partir dos 18
anos. A Igreja perdeu
em meios econmicos,
mas ganhou em termos
humanos.
O Centro Catequtico de
Guia, inaugurado em 1972,
deixou de ser a misso
para passar a ser a comuni-
dade, explicou.
A se acolhem as famlias,vindas de todo o Moam-
bique, no s para doutrina-
o espiritual e estudo da B-
blia, mas tambm para a cida-
dania e formao profissional.
Devido guerra e s a-
meaas que pairavam sobre
este centro catequtico foi o
mesmo fechado em 1987, mas
por presso dos leigos que
insistiam em reabrir o Centro
apesar dos perigos, foi o mes-
mo de novo aberto a 22 de
maro de 1992. Na prpria
noite da reabertura, j com as
famlias que vinham de vri-
os lados instaladas, foi aque-
le alvo de um ataque violentono qual foram mortos 24
catequistas. Estes no foram
poupados, ao contrrio de pa-
dres e religiosas, esclareceu
Diamantino Antunes. Os mas-
sacres de Guia foram tam-
bm os ltimos massacres da
guerra, que se encontrava j
obra dos guerrilheiros da
Renamo. E que a prpria deci-
so da matana no teria sidounnime. No h ainda certe-
zas quanto a uma inteno
prvia da matana, supondo-
se mais que algo ter na altura
desagradado aos executores.
Diamantino Antunes a-
ponta ainda a convivncia
de vrios credos religiosos
(s os muulmanos repre-
sentam cerca de 17% da po-
pulao, e esto tambm em
crescimento, apesar da sua
fragmentao por vrias ten-
dncias do Islo) e avisa que
o secularismo comea a che-
gar, sendo j evidente no
contexto citadino.
Perguntas
e respostas
Aberto um perodo de per-
guntas e respostas, foi com di-
ficuldade que comearam a
surgir as primeiras questes.
Respondendo a uma destas,
Mazula Brazo explicou a im-
portante interveno
da Igreja Catlica na
reconciliao nacio-
nal, sendo em Roma
que as partes assina-
ram os acordos de
paz. A Igreja comeou
ento a ser vista no
como uma fora obs-curantista, mas antes
como uma entidade
interveniente a favor
da paz. Mesmo os
ateus e agnsticos
veem a Igreja com ou-
tros olhos, apontou.
E hoje existem cris-
tos em vrios nveis
importantes do Esta-
do. Mesmo aqueles
que antes combatiam
a Igreja hoje querem batizar os
seus filhos, acrescentou.
Respondendo a outra
pergunta Diamantino Antu-
nes apontou tambm o p
go de padres recm-che
dos a Moambique tentatranspor para ali um mod
de igreja mais clerical
lheia experincia con
ta da Igreja no pas, em
se implantou um modelo
cal que tem tido muito x
Falando sobre a dive
dade tnica, ainda em r
posta a uma pergunta, D
mantino Antunes frisou
em Moambique o se
mento nacional preval
largamente sobre o triba
mo. Referiu, por exem
que mesmo na diocese
Inhambane se falam qua
lnguas, mas que isso n
impeditivo da comunicaentre as pessoas. Ao C
tro Catequtico de Gu
chegam muitas vezes p
soas, sobretudo mulhe
com muitos poucos conh
mentos de Portugus, mas
a integrao sempre foi fa
mente conseguida. E v
pessoas de vrias etnias,
guas e culturas, sem
isso represente um obst
lo significativo.
Mazula Brazo termin
a palestra com uma refern
ao Observatrio Eleitoral
dirige, e no qual confrate
zam catlicos, protestan
muulmanos e defensodos Direitos Humanos, e
outros, numa diversid
enriquecedora e que ins
o respeito da comunidad
E deu at o exemplo
uma misso de paz conj
ta, em que participaram o
cebispo de Maputo, D. Fr
cisco Chimoio e o sheik
dul Karimo, lder religi
muulmano, que viajar
jun tos na mesma via tu
dando assim testemunho
vo dessa convivialidade
constituindo assim uma
pirao para os polticos
FOTOS URSULA ZANGG
numa fase terminal.
Houve dvidas, na altura
sobre os autores desta chaci-
na, tendo-se mais tarde apu-
rado com certeza que teria sido
-
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10 A Voz de Ermesinde 31 de janeiro de 20Local
Agradecimentos da Festa de Natal 2012do ATL do Centro Social de Ermesinde
O ATL do Centro Social deErmesinde, realizados os habituaisfestejos natalcios, vem agora,como no podia deixar de ser, apre-sentar os seus agradecimentos a
todos quantos colaboraram com asua tradicional festa. Esta realizou-se no passado dia 21 de dezem-bro, ocasio em que no faltou aalegria e entusiasmo habituais.
A festa ficou marcada pelasatuaes dos utentes, principal-mente os mais novos que entusi-asticamente encantaram os pre-sentes com as suas canes, dan-as e coreografias, despertando
regados de Educao foi muitobem acolhida e contribuiu paraenriquecer a festa.
A gratido do ATL do Cen-tro Social de Ermesinde (CSE) vai
no s para os familiares dosutentes que arregaaram as man-gas para ajudar, mas tambm paraas confeitarias/padarias Damira,Koliseus, Doce Alto, Vila Beatrize Raiz Quadrada que, com a suahabitual generosidade, brindaramesta festa com os mais variadosdoces e bolos.
A todos e em nome da equi-pa e das crianas, o ATL do CSEapresenta os mais sinceros agra-decimentos.
NOTCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE
Casa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaFazendas Malhas Miudezas Pronto a Vestir
Rua 5 de Outubro, 1150
Telefone: 229 711 669 4445 Ermesinde
Clnica Mdica Central de Ermesinde, Lda
Rua Ramalho Ortigo, 6 4445-579 ERMESINDE(SERVIO MDICO E DE ENFERMAGEM)
Seguros de Sade
Rua Joaquim Lagoa, 15 Tel./Fax 229722617 4445-482 ERMESINDE
Dir. Tcnica: Ilda Rosa Costa Filipe Ramalho
Agradecimentos de A Voz de ErmesindeA Voz de Ermesinde agra-
dece a todos os seus leitores, assi-nantes, anunciantes e amigos osvotos de Feliz Natal e Ano Novoque lhe foram endereados, retri-buindo com os votos de um sur-preendente e feliz ano de 2013.
O nosso jornal tambm a-gradece, reconhecido, os para-bns por mais um aniversrioque lhe foram chegando viaFacebooke dos quais aqui dei-
xamos alguns registos mais sig-nificativos:
Teresa Raposo Muitos pa-rabns por este vosso anivers-rio! Continuao de bom traba-lho por muitos e longos anos....
Amrico Silva Parabnspor mais um aniversrio ao ser-vio desta cidade. Que 2013 vosd fora e vontade para conti-nuarem com o vosso servio deinformao. Um abrao a todos
os colaboradores!Gloria Leitao Parabns e
continuem a vossa misso in-formar com pluralismo, inde-pendncia e verdade!
Agost inho Dias Pinto Parabns, felicidades, continuema fazer o bom trabalho que tmfeito pela cidade de Ermesinde econcelho de Valongo. Muitos su-
ao servio da comunicao, emErmesinde!
Joo Paulo Baltazar Para-bns!
Joaquim Francisco De-sejo os mais sinceros votos de umfeliz aniversrio e que esta data serepita por muitos e longos anos ea todas as pessoas que fazem par-te de toda a estrutura!
Nelson Maia Parabnspor mais um ano de informao
e dedicao a Ermesinde!Jorge AguiarParabns!
Que continue por muitos anos adar Voz Cidade de Ermesinde!
Carla Isabel Santos Pa-rabns e continuao de muitosucesso!
Adao Silva Desejo mui-tos parabns e que continuemcom o vosso trabalho que bem
de Ermesinde um jornal guardo no meu imaginrio deana. Deu pela primeira vez ncia do meu nome e dos 'fedos jovens c da terra da migerao em Junho de 1972...que falta na minha coleo... ctinuem a divulgar e a despeconscincias nesta cidade!
Rosario Abreia ParabContinuao de muito suce
Obrigado a todos!
muita ternura e boa disposio.A participao dos Encar-
FOTOS ATL/CSE
cessos! Bom Ano 2013!Manuel Dias Vida longa
preciso para o nosso concelho!Maria Fernanda A Voz
-
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31 de janeiro de 2013 A Voz de Ermesinde 1Literatura
Os livros
RICARDO
SOARES (*)
natural. Presumo ser inevitvel que uma es-
pcie de clique causado por um livro parti-
cular (comigo foi Loucura de Mrio de S-
Carneiro) seja decisivo para haver paixo
e essa paixo que determinar o hbito
de ler, a repetio do gesto e a capacidadede encarar o fracasso que se pode tornar a
leitura de um determinado livro e, ainda assim,
no desistir de procurar outro. Por vezes dou
por mim a pensar que haver qualquer coisa
de inato no gosto pela leitura, algo no comu-
nicvel pelo outro nem capaz de ser aprendi-
do. Enfim, um rol de hipteses
Espero que os meus artigos de opinio,
se que poderemos chamar assim, tragam
expresso s pginas do jornal A Voz de
Ermesinde. No agirei como um jornalista
que, distanciadamente, relata ou divulga um
acontecimento, mas como um narrador-ob-
servador que, dando a conhecer os Livros,
exprime o seu ponto de vista e pretende, jun-
to do leitor, despertar interesse, raciocnio e
o seu juzo crtico. Tendo sempre como basea anlise no estudo crtico, na transmisso e
no exerccio das tcnicas utilizadas pelos
escritores, na elaborao dos seus textos.
Oferecer reflexo e solicitar reflexo. Abste-
nho-me de certezas absolutas e ser grati-
ficante ver as minhas afirmaes gerarem
debate at porque um texto que no pro-
voca comentrios parece-me uma casa va-
mbora este seja assumidamente
um artigo de opinio sobre li-
vros ou, melhor ainda, sobre
leituras , creio ser necessrio
que imagine diante de si um vi-
nho do porto, colheita de 1974.
Antes de servir dever ser decantado
para retirar o depsito natural formado pelo
vinho, assim como para permitir que os aro-
mas que se desenvolveram ao longo do
envelhecimento em garrafa se possam expres-
sar abertamente. De seguida oia o borbulhara fluir dentro do copo, aprecie este nctar, a
cor encorpado e frutado, cor rubi intensa.
No nariz sobressaem os aromas de frutos
vermelhos e frutos pretos. No palato um
vinho equilibrado, intensamente frutado,
onde reinam os frutos silvestres e notas de
especiarias, nomeadamente pimenta.
Desengane-se o/a leitor/a se pensa que
irei continuar com este registo! Esta seco
no pretende alargar os seus horizontes nem
e a sua apreciao deste imaginrio vinho.
Proponho agora que troque o vinho do por-
to por um livro e o ato de beber pela leitura.
Sim, leu bem, porque ler um livro pode
ser to ou mais deslumbrante do que um bom
vinho Ler sonhar pela mo de outrem.1
E porque dar luz um romance, poesia ououtro gnero literrio d tanto ou mais tra-
balho do que a vinicultura Trabalhar um
livro at mincia de uma palavra. E depois
um leitor engolir tudo pressa para saber
'de que se trata'. Vale a pena requintar um
vinho para se beber como o carrasco? 2
A leitura, tal como a escrita, uma infi-
nita demanda. Perscruta o inaudito. () Cru-
za, descobre, inventa universos. 3 Especi-
almente quando um texto proporciona uma
leitura ativa e nos deixe a pensar muito para l
de terminado o livro. Claro que, tal como os
vinhos, h livros que no so grande coisa,
mas no ser por isso que deixaremos de be-
ber e experimentar outros rtulos.
No conheo nenhuma frmula exata
para criar um leitor, embora suspeite de queh acontecimentos que ajudam muito. Por
exemplo, o haver livros em casa pode susci-
tar interesse e tornar a leitura uma atividade
No h um nico livro da nossa vida
porque os livros mudam ao longo da vida, e
um ttulo que, noutros tempos, foi extraordi-
nariamente marcante e enriquecedor pode
perder relevncia noutro momento em que j
se acrescentaram leituras mais significativas.Um livro exige um leitor que o saiba ler e o
escritor que o ensine a ler. Sobre eles disse
Eugnio de Andrade:
Num exemplar das Gergicas4
Os livros. A sua clida,
terna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol
das suas guas. To dceis,
to calados, to leais.
To luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada
melancolia. Amados
como nenhuns outros companheiros
da alma. To musicaisno fluvial e transbordante
ardor de cada dia.
1 Bernardo Soares, in Livro do Desassossego2 Verglio Ferreira, in Pensar3 Ana Hatherly, in Tisanas4 Eugnio de Andrade, in Ofcio de Pacincia
(*) (*) [email protected] na qual ecoa apenas a nossa prpria voz.
Farmcia de SampaioDireco Tcnica - Dr Maria Helena Santos Pires
Rua da Boua, 58 ou Rua Dr. Nogueira dos Santos, 3
Lugar de Sampaio Ermesind
Telf.: 229 741 060 Fax: 229 741 06
Drogaria DAS OLIVEIRASde Ferreira & Almeida, Lda.
Bazar Utilidades Domsticas PapelariaFotocpias Perfumaria Tintas/Vernizes/Ferragens
Largo das Oliveiras, 4 ( Palmilheira)Telef. 22 971 5316 4445 ERMESINDE
Acertam-se chaves
18 janeiro 2013 - Maria do Ro-srio Pedreira, editora da LeYa, fodistinguida com o Prmio Literrio
Fundao Ins de Castro, pelo seulivro Poesia Reunida, publicado pelaQuetzal.
A entrega do prmio est mar-cada para 2 de maro, na Quintadas Lgrimas, em Coimbra.
Apresentao do livro "Vocest aqui" de Joo Lus Barreto Gui-mares na Biblioteca Florbela Es-panca, em Matosinhos, no dia 1 defevereiro, pelas 21h00.
O livro ser apresentado pelo po-eta Rui Lage, e Rui Spranger leralguns poemas.
Entre 21 e 23 de fevereiro de2013, na Pvoa de Varzim, ir reali-zar-se a 14 edio do CorrentesdEscritas Encontro de Escritoresde Expresso Ibrica.
J so conhecidos os oito fi-nalistas do Prmio Literrio Casinoda Pvoa: A Terceira Misria de HliaCorreia, As Razes Diferentes deFernando Guimares, CaminharePelo Vale da Sombra de Jos Agosti-nho Baptista, Como se desenha umacasa de Manuel Antnio Pina, DeAmore de Armando Silva CarvalhoEm Alguma Parte Alguma de FerreiraGullar, Lendas da ndia de Lus Fili-pe Castro Mendes e Negcios emtaca de Bernardo Pinto de Almeida.
28 de fevereiro de 2013 - Quintasde Leitura: As escolhas poticas dePaula Moura Pinheiro. Joana Gama(piano), Mnica Lacerda Pais (cantolrico), Filho da Me (novssima guitar-ra portuguesa). Leituras por Filipa Leal
Emlia Silvestre e Antnio Dures.O evento decorrer no Teatro doCampo Alegre - Rua das Estrelas,s/n 4150-762 Porto.
A VOZ DAS PALAVRAS
Breves
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12 A Voz de Ermesinde 31 de janeiro de 20Histria
por ter conspirado contra a
ditadura de Joo Franco,
sendo libertado aps o re-
gicdio, em 1908.
Implantada a Repblica,
no dia 5 de outubro de 1910,
foi ministro da Justia do Go-
verno Provisrio, cabendo-
-lhe a responsabilidade depublicar algumas leis basila-
res do novo regime, como o
caso daquelas que dizem res-
peito Separao da Igreja
do Estado, ao Divrcio e Fa-
mlia, por sinal, algumas aca-
bariam por gerar enorme po-
lmica. Assumiu vrias vezes,
entre 1913 e 1917, os cargos
de Chefe de Governo e de mi-
nistro das Finanas, ficando
Portugal a dever-lhe algumas
das iniciativas de reforma
social e institucional mais im-
portantes do perodo da Re-
pblica parlamentarista.
H cem anos atrs, em
Portugal, era ele o Presiden-te do Ministrio (sendo em-
possado pela primeira vez
neste cargo, no dia 9 de ja-
EFEMRIDES DE ERMESINDE - JANEIRO
Como governante, Afon-
so Costa conseguiu equili-
brar as finanas portuguesas
antes de o desencadear da
Primeira Guerra Mundial
(no s eliminou o crnico
dfice das contas pbli-
cas, como conseguiria
mesmo saldos positi-vos nos anos econ-
micos de 1912-1913
(117 000 libras de ouro)
e de 1913-1914 (1 257
000 libras de ouro), tal
como Salazar consegui-
ria j no perodo da Di-
tadura Militar. Foi tam-
bm ele que criou o Mi-
nistrio da Instruo e
foi o principal respon-
svel por legislao de
relevo nas reas da eco-
nomia, das finanas, da
justia e do trabalho.
Em todo estes car-
gos, aliava sua compe-
tncia tcnica como jurista,uma invulgar qualidade de ho-
mem de Estado.
Consciente da situao
internacional que se vivia e
fonso Augusto
da Costa nas-
ceu na Serra da
Estrela (Seia)
no dia 6 de mar-
o de 1871 (filho de
Sebastio Fernandes da Cos-
ta e de Ana Augusta Pereira
da Costa) e faleceu em Paris,
no dia 11 de maio de 1937.
Mas s em 1971, j no per-
odo da Primavera Marce-
lista, que houve autori-
zao do Estado Portugus
para que os seus restos mor-tais fossem trasladados para
Portugal, encontrando-se
atualmente em Seia, em jazi-
go da famlia.
Cursou direito na Uni-
versidade de Coimbra, onde
tambm foi professor, o mais
novo do seu tempo. Mas
cedo enveredou pela vida
poltica, entrando para o
Parlamento portugus aps
as eleies gerais de 1900
(tendo sido eleito deputado
no crculo do Porto, pelo
Partido Republicano Portu-
gus) e desde logo se bateu
pela substituio da velha
Monarquia pelo sistemaRepublicano. Tornou-se
membro da Maonaria des-
de 1905. Pouco depois, se-
ria preso, uma primeira vez,
das consequncias que a 1
Guerra Mundial poderia tra-
zer ao Imprio Portugus,
defendeu a entrada do nos-
so pas na Primeira Guerra
Mundial. Afonso Costa ar-
gumentava que s dessa ma-neira Portugal se poderia li-
vrar da tutela inglesa e de-
fender eficazmente os seus
interesses nos territrios ul-
Como governante, Afonso Costa conseguiu equilibrar as finanas pblicas antes de o desencadear
da Primeira Grande Guerra.
Afonso Costa foi um dos mais destacados vultos Primeira Repblica portuguesa, tendo inicia-
do a sua militncia poltica na Academia de Coimbra, aquando da questo do Ultimato Ingls. Foi
no mbito da cedncia Inglaterra, na questo africana conhecida por Mapa Cor-de-rosa, que
Afonso Costa, esprito esclarecido e revolucionrio, com um apurado sentido patritico, revolta-
do pela atitude de subservincia do governo portugus, emergiu no quadro poltico portugus,
para fazer parte da gerao ativa a favor do fervor republicano, que se anunciava como rem-
dio para todos os males de que o pas padecia.
A humilhao resultante do Ultimato Ingls a Portugal em
Janeiro de 1890 provocou a Revolta Republicana ocorrida na
guarnio militar do Porto, na madrugada do dia 31 de janeiro
de 1891. Foi a primeira revolta de cariz republicano a culminara onda de descontentamento que alastrara a todo o pas.
A cidade do Porto foi um dos centros de maior dinamis-
mo conspirativo contra a Monarquia decadente que junta-
va, entre outros descontentes, estudantes, militares, jorna-
listas e juristas.
O Batalho de Caadores 9, comandado sobretudo por sar-
gentos, dirigiu-se aos antigos Paos do Concelho do Porto (na
atual Praa da Liberdade), aclamando e vitoriando a Repblica,
que a foi proclamada por Alves da Veiga, ao mesmo tempo que
era anunciada a constituio de um Governo Provisrio.
A vitria parecia estar do lado dos revoltosos, mas entre-
tanto h uma surpreendente reviravolta. Quando as tropas
revolucionrias, constitudas por militares e civis, subiam a
Rua de Santo Antnio, atualmente designada por Rua 31 de
Janeiro, para buscarem a aliana da Guarda Municipal, esta
disparou sobre os revoltosos. Estes refugiaram-se no edifcio
Ermesinde e a Revolta Republicana
do 31 de janeiro de 1891
MANUEL
AUGUSTO DIAS
tramarinos, designadamente
em Angola e Moambique.
Aliando-se a Antnio Jo-
s de Almeida, constituiu a
chamada Unio Sagrada,
de que seria chefe do respe-
tivo Governo at de-
zembro de 1917, quan-
do se deu o golpe de Si-dnio Pais, que, como
sabemos, era contrrio
entrada de Portugal
na Guerra.
Afonso Costa foi
perseguido e preso.
Uma vez libertado, par-
tiu para Frana, onde se
exilou, voltando a Por-
tugal apenas aps a
morte de Sidnio Pais,
em dezembro de 1918.
Em 1919, seria no-
meado Chefe da Dele-
gao Portuguesa
Conferncia de Paz e
Sociedade das Naes
(que apregoava os mesmosobjetivos que mais tarde se-
riam retomados pela Organi-
zao das Naes Unidas:
manuteno da paz a nvel
H cem anos o primeiro-ministro portugusdava pelo nome de Afonso Costa
Casa de Vicente Moutinho em Ermesin
(atual Bristol Schoo
da Cmara, mas a derrota no seria evitada. Para a implantao
do regime republicano seria preciso esperar mais 19 anos.
A Junta Paroquial de S. Loureno de Asmes, ao tempo
presidida por Manuel Moreira Lopes, reunida extraordinari-amente no dia 13 de fevereiro de 1891, mostrou-se claramen-
te favorvel causa monrquica, apressando-se a enviar ao
Rei D. Carlos o seguinte telegrama:
Senhor. A Junta de Parochia da freguezia de S. Louren-
o dAsmes, concelho de Vallongo; reunida em sesso
extraordinaria no dia 13 de Fevereiro de 1891, deliberou que
em nome de todos os seus comparochianos se manifestasse
a El-Rei, familia real e ao Governo de sua Magestade as
mais sinceras felicitaes pelo malogro do ignominozo
attentado contra as constituies do paiz no dia 31 de Janei-
ro, patenteando assim a sua firme adheso Monarchia.
Contudo, no podemos pensar que a generalidade da
populao de Ermesinde era favorvel manuteno da
Monarquia. Bem, pelo contrrio, uma parte importante da
elite local simpatizava com a Repblica, como se ver pela
pronta adeso ao novo regime. Alis, j na conjuntura da
revolta republicana, havia em Ermesinde personalidades
publicanas de grande relevo. Era o caso, por exemplo
Vicente Moutinho que recebeu em sua casa, bem no cen
de Ermesinde, vrias vezes a figura mais ilustre do Norte
Pas do Partido Republicano, o Prof. Dr. Jos Falco, um
revolucionrios do 31 de Janeiro e prestigiado autor
Cartilha do Povo.
internacional e promoo
cooperao entre todos
pases) de cuja sesso ex
ordinria se tornaria Presid
te (em maro de 1926), o q
mostra o seu enorme pre
gio internacional. Contu
aps o Golpe de Estado de
de Maio de 1926, foi demitdo cargo de Presidente
Delegao Portuguesa
Sociedade das Naes.
Devido s enormes d
culdades com que Portu
se debateu na dcada de 19
(instabilidade poltica, infla
galopante, desvalorizao
moeda, insegurana social
Golpe Militar de maio de 19
instaurou a ditadura milita
ta, a que se seguiria o Est
Novo Salazarista, alguns a
mais tarde.
O seu pas passou a
ver sob um regime polt
fascizante que no era e
tamente aquele por qdesde novo, sempre se
tera, por isso, Afonso Co
viria a morrer no exlio (Fr
a) em 1937.neiro de 1913).
FOTO ARQUIVO M
-
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31 de janeiro de 2013 A Voz de Ermesinde Desporto
Anuncie
Aqui
Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N. 901 31 de janeiro de 2013 Coordenao: Miguel Barros
CPN conquista mais um ttulodistrital no basquetebol feminino
Poucos sero os clubes que no espao de um ms se po-dem orgulhar de rechear as suas vitrinas com dois trofus decampeo, seja em que modalidade for. O CPN uma dessasraridades desportivas, emblema que ao longo dos ltimosanos tem somado ttulos a uma velocidade vertiginosa. Res-ponsvel por estes xitos tem sido a Seco de Basquetebol,que neste ms de janeiro conquistou pelo segundo ano con-secutivo o ceptro de campeo distrital de juniores femininos,isto passado pouco mais de um ms de ter arrecadado ottulo de campeo distrital de iniciados femininos! obra!
FOTO MARION MAZER
-
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A Voz de Ermesinde 31 de janeiro de 20DesportoII
CORRESPONDENTES
SE TEM UM GOSTO PARTICULARPOR ALGUMA MODALIDADE EGOSTA DE ESCREVER, PORQUE NONOS AJUDA A FAZER UM
CORRESPONDENTES
PRECISAM-SE
!
Comunica-se aos Senhores Assinantes de A Voz
de Ermesinde que o pagamento da assinatura
(24 nmeros = 12 euros) deve ser feito atravs
de uma das seguintes modalidades, sua escolha:
Cheque - Centro Social de Ermesinde
Vale do correio
Tesouraria do Centro Social de Ermesinde
Transferncia bancria para o Montepio Geral- NIB 0036 0090 99100069476 62
Depsito bancrio
- Conta Montepio Geral n 090-10006947-6
Os assinantes recebem as facturas referentes ao
ano em curso sempre durante o ms de Janeiro.
ERMESINDE
A VOZ DE
SETAS
FOTO ARREBOLASETAS
Momento negroda Eleet Team/Caf Conquistadoraproveitado pelos Arrebola Setas
MB
Prometeram muito no
incio, com quatro triun-
fos consecutivos coloca-ram-se no topo da classifi-
cao, dando a entender
que a conquista do ttulo
estava mais do que ao seu
alcance, mas inexplicavel-
mente uma srie de seis
derrotas consecutivas ati-
raram-na para a segunda me-
tade da tabela onde lutam ago-
ra pela sobrevivncia no Cam-
peonato da 1 Diviso da As-
sociao de Setas do Porto(ASP). Falamos da Eleet
Team/Caf Conquistador,
conjunto de Ermesinde que
num pice caiu em desgraa
no escalo maior da citada
associao, sendo que o der-
radeiro trambolho ocorreu
no passado dia 25 de janeiro,
altura em que em encontro
alusivo 10 jornada a pri-
meira da segunda volta foi
derrotada em casa dos vizi-nhos e eternos rivais dos Ar-
rebolas Setas por 4-5. Para os
Arrebola (na imagem), conjun-
to tambm oriundo de Er-
mesinde, esta vitria teve um
sabor duplamente especial,
primeiro porque venceram os
grande rivais, e em segundo
porque os ultrapassaram na
classificao! Pois , neste mo-mento a Eleet Team caiu para
o 6 lugar (soma 18 pontos), en-
quanto que os Arrebola subi-
ram ao 5 (com 20 pontos).
Quem continua sem obter
qualquer triunfo na atual
temporada so os Darts Car-
neiro, que neste virar do cam-
peonato somaram a dcima
derrota noutros tantos en-
contros disputados, sendo que
desta feita perderam em casa
diante do TNT/Quinta da Ca-
verneira, por 3-6. Na classi-
ficao os ermesindenses so
cada vez mais ltimos, com 10
pontos (a derrota vale um
ponto), sendo que neste mo-
mento so a nica equipa dosdois escales da ASP que ainda
no obteve uma vitria!
Derrotados nesta primei-
ra jornada da segunda volta
foi igualmente o Estdio Dar-
ts/40s Bar, cujos carrascos
foram os dardistas do Latitude,
que vieram a Ermesinde con-
quistar um triunfo por 5-4.
E na frente desta 1 Di-viso continua destacado, e
de forma isolada, o Bar dos
Bombeiros, equipa de Santo
Tirso que soma por agora 30
pontos.
2 Diviso
Na 2 Diviso o incio de
segunda volta tambm no foi
famoso para a maioria das
equipas da nossa freguesia. A
maior deceo chegou da tur-
ma do Pedros Bar X, lderes
do escalo at entrada para
esta 10 jornada, estatuto esse
perdido aps o confronto com
o Inter Claudis Darts, con-
junto este que venceu de formacategrica os ermesindenses
por 8-1 e assumiu a liderana
isolada deste campeonato,
agora com 28 pontos, mais dois
que o Pedros Bar X. Esta der-
rota teve outras consequn-
cias, j que a segunda equipa
do clube a competir nesta
diviso, simplesmente de-
nominada de Pedros Bar,alcanou a equipa me no
segundo lugar da clas-
sificao, isto depois de ter
vencido o Bar dos Bom-
beiros 2 por 6-3. Na senda
das derrotas continuam os
Cruzas, que nesta ronda
perderam o drbi local ante
a terceira equipa do Pedros
Bar, os Austeridardos Pe-
dros, por 1-8. Os Cruzas
continuam na cauda da
tabela, com 12 pontos.
Incio
da 3 Diviso
Entretanto, foi j sor-
teado o calendrio da 3Diviso da ASP, cujo incio
est marcado para o dia de
amanh (1 de fevereiro)
sendo que a representao
da cidade de Ermesinde
neste escalo ficar a cargo
da turma do Pedros Bar III.
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31 de janeiro de 2013 A Voz de Ermesinde Desporto
BASQUETEBOL
BILHAR
Suplemento de A Voz de Ermesinde (este suplemento no pode ser comercializado separadamente).
Coordenao: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez.
Colaboradores: Agostinho Pinto, Mrcio Castro e Lus Dias.
NATAO
CPN bi-campeo distrital de juniores femininosAAAAAVE/CPNVE/CPNVE/CPNVE/CPNVE/CPN
Pode at parecer re-
petitivo da nossa parte,
o facto de em quase to-
das as edies fazermosdestaque ao basquetebol
do CPN, mas no so
muitas as cidades, ou
concelhos, deste pas
que veem os seus clubes
somar ttulos a uma ve-
locidade vertiginosa, co-
mo tem acontecido nas
ltimas semanas com o
emblema ermesindense.
Passemos a factos para
dizer que pouco mais de
um ms depois da con-
quista do ttulo distrital
de iniciados femininos o
CPN arrecadou neste
ltimo fim de semana dejaneiro dias 25, 26, e
27 o ceptro de campeo
distrital de juniores fe-
mininos! Pelo segundo
ano consecutivo o clube
da nossa freguesia domi-
na este escalo ao nvel
da Associao de Bas-
quetebol do Porto, tendo
a fase final referente
temporada de 2012/13
decorrido no Pavilho Mu-
nicipal de Paos de Ferreira.
Para alm das cepeenistas
lutaram pelo ttulo os conjun-
tos do Ncleo Cultural e Re-
creativo de Valongo, o Co-imbres e o Acadmico doPorto, este ltimo emblema o
primeiro adversrio do CPN
na caminhada rumo ao ttulo.
Disputado no primeiro
dia (25) da fase final, este foi
um jogo pautado pela an-
siedade e nervosismo paten-
teado de parte a parte, o que
resultou num duelo com
poucos pontos, mas com al-
guma emoo, acabando a
vitria por sorrir s me-
ninas de Ermesinde por 36-
-33. No outro encontro o
Coimbres venceu o Ncleo
Cultural e Recreativo de Va-longo por 62-44.
O dia seguinte teve i-
ncio com o triunfo do Coim-
bres sobre o Acadmico do
Porto por 59-47, resultado
que obrigava o CPN a ven-
cer o seu jogo para com as
gaienses disputar no der-
radeiro dia de competio o
ttulo de campeo. E no
drbi valonguense o equi-
lbrio foi nota dominante
durante a primeira parte,
sendo que aps o intervalo
as cepeenistas dispararam
o marcador para uma di-
ferena (mdia) de oito pon-tos, vantagem essa gerida
confortavelmente at final,
conforme traduz o resultado
positivo de 54-44.
Sendo assim, para o l-
timo dia o duelo entre CPN e
Coimbres assumiu con-
tornos de verdadeira final.
Quem vencesse era campeo.
Mas antes do aguardado
encontro o Ncleo Cultural
e Recreativo de Valongo ga-