Aveloz - o Uso de Euphorbia Tirucalli

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    ISSN 1983-4209 - Volume 03 Numero 01 2008

    O USO DE EUPHORBIA TIRUCALLI(AVELOZ) EM MEDICINA TRADICIONAL E ASEVIDNCIAS CIENTFICAS

    Varricchio, M.C.B.N.1

    ; Silva, Simone. da2; Gomes, Nelson B. Noronha.; Kuster, Ricardo

    Machado.3; Lage, Celso L.Salqueiro.4

    RESUMO

    Extratos da espcie Euphorbia tirucalli (Aveloz) so largamente utilizados em MedicinaTradicional, com ampla distribuio geogrfica devido sua grande capacidade de aclimatizao.Esta espcie suculenta considerada txica, porm os extratos de seu ltex em gua ou o extratototal de seu caule exibem uma atividade biolgica mista e instigam-nos ao estudo de suas atividadestoxicolgica e biolgica. O presente estudo de reviso bibliogrfica versa sobre o empregotradicional da espcie E. tirucalli, cita algumas evidncias cientficas de suas atividades emecanismos e aponta para o seu amplo potencial biotecnolgico. Algumas atividades de pesquisa

    relacionadas atividade biolgica j vem sendo desenvolvidas por nosso grupo.Unitermos:Euphorbia tirucalli, aveloz, medicina tradicional, evidncias cientficas.

    EUPHORBIA TIRUCALLI(AVELOZ) IN TRADITIONAL MEDICINE AND SCIENTIFIC

    EVIDENCES

    ABSTRACT

    Euphorbia tirucalli species extracts are broadly utilized in Traditional Medicine, with widegeographic distribution due to its great acclimatization ability. This succulent species is consideredtoxic, but latex aqueous extracts or stem total extract show a mixed biologic activity and instigate us

    to study their toxicological and biological activities. The present study of bibliographic revisionverses about traditional employment ofE. tirucalli species, presents some scientific evidences uponactivities and mechanisms and points to the large biotechnological potential. Some activities ofresearch related to biological activity are already being performed by our group.

    Uniterms: Euphorbia tirucalli, aveloz, traditional medicine, scientific evidences.

    INTRODUODesde a antiguidade relatada a utilizao de espcies de Euphorbiaceae em tratados de

    filosofia e medicina na histria das civilizaes orientais e ocidentais, como a hindu (ayurvdica),chinesa, rabe e greco-romana. O nome do gnero Euphorbia foi originado do nome do rei grego

    Euphorbos, um incentivador do estudo das plantas medicinais para o tratamento dos males do povoem seu reino, a partir da cicatrizao das chagas de seu corpo pelo uso do ltex de uma espcielaticfera no especificada (Guilln, 1987; Valle, 1999; Bani et al., 2006).

    A partir da idade mdia existem registros de suas propriedades e indicaes em antigosherbrios de vrios pases europeus e especificamente para aEuphorbia tirucalli L., em herbrios efarmacopias africanos e ayurvdicos. Destacam-se as formais indicaes teraputicas para o uso da

    1 Faculdade de Medicina de Petrpolis; Programa de Ps-Graduao em Biotecnologia Vegetal/UFRJ;InstitutoHahnemanniano do Brasil (*[email protected]);2 Programa de Ps-Graduao em Biotecnologia Vegetal/UFRJ; 4Laboratrio de Cultura de Tecidos Vegetais/Centro de

    Biotecnologia da Amaznia ([email protected]);3 Laboratrio de Fitoqumica do Ncleo de Pesquisa de Produtos Naturais/UFRJ ([email protected]);4 Laboratrio de Fisiologia Vegetal/IBCCF/UFRJ ([email protected])

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    espcie medicamentosa Euphorbium por parte de Hipcrates sc.V a.C, enquanto Avicena, sculoX, indica-o como potente analgsico e como anestsico para pequenas cirurgias (Guilln, 1987).

    H relato do uso deE. esula por Paracelso, sculo XVI, no combate sndrome clnica porele denominada Trtaro, cursando com endurecimentos localizados, aumento dos gnglioslinfticos, progressiva perda de disposio e de peso (Loyola, 1973), quadro clnico semelhante ssndromes consumptivas contemporneas, de carter longevo na histria da humanidade, de origeminfecciosa como tuberculose (Picon et al., 1993), neoplasia (De Vitta et al., 2001), ou crnico-degenerativa, como lupus eritematoso sistmico, hansenase e sndrome de imunodeficinciaadquirida (SIDA) (Cecil et al., 2005), exposies ocupacionais (Cocco, 2002), entre outras.

    Infelizmente, elas continuam sendo entidades clnicas de relevncia para os rgospromotores de Sade Pblica e de Sade Coletiva que visam resgatar populao, a equidade e aqualidade de vida (Buss, 2000).

    No sculo XVIII foram descritas na Matria Mdica Homeoptica de Samuel Hahnemann,as espcies medicamentosas Euphorbium e E. lathyris com indicaes clnicas similares,

    principalmente para dores terebrantes, destacando-se as dores de sndromes clnicas descritas,semelhantes aos quadros de neoplasias(1989). Allen (1861), atravs da ingesto de sementes deE.amygdaloides eE. lathyris em sadios, relatou as queixas em comum para a famlia Euphorbiaceaeprovocadas pela intoxicao aguda das mesmas: vmitos e diarria freqentes, palidez generalizada,frieza corprea e purgao intestinal com clica violenta, entre outras.

    Por estas caractersticas de intoxicao comum para o gnero, podendo evoluir at mortesbita por parada abrupta da respirao mitocondrial, muitas espcies inclusive a E. tirucalli, soempregadas para o controle de diversificados vetores de pestes por provocarem dano oxidativo(Jurberg et al., 1985; Risk, 1987; Damodaran, 2002; Yadav et al., 2002; De Gara et al., 2003; Kraftet al., 2003; Wanget al., 2003).

    A medicina tradicional utiliza a planta inteira como cerca-viva, para afastar cobras, impedir

    o crescimento de plantas daninhas e, ao redor de cemitrios, como uma espcie de planta de ritualde poder das tribos de Madagascar e das cordilheiras dos Andes (Kinghorn, 1979; Furstenberger &Hecker, 1977; 1986; Betancur-GalvisET al., 2002).

    No Brasil, o mdico nordestino Lauro Neiva (1968) utilizou por cerca de dez anos o ltex doaveloz (Euphorbia tirucalli L.) diludo em gua (6 gotas para 2 litros - para trs dias de uso) empacientes no Estado doRio de Janeiro para diversas doenas desde o cncer at doena de chagas,possivelmente visando ao incremento da resposta imunolgica do hospedeiro frente s doenascrnico-degenerativas, s neoplsicas e s infecciosas.

    Entretanto, em artigo em jornal da poca do Brasil Colnia, as propriedades da E. tirucallipara a reduo da dor e a diminuio de tumores cutneos j haviam sido enumeradas: Uso doAveloz para doenas graves (Luiz Figueira Pinto, 2006 Comunicao Oral Giri 2006).

    Extratos vegetais adaptgenos correspondem aos grupos de substncias ativas oriundas dometabolismo especial de plantas que incrementam as respostas metablicas e imunolgicasadaptativas dos seres vivos (Panossian et al., 1999; Varricchio et al., 2000 a). Desde 1997 o extratoetanlico total de caule vem sendo utilizado como soluo ultradiluda como teraputicacomplementar para pacientes com imunodeficincias tais como cncer, SIDA, colagenoses, noambulatrio filantrpico do Instituto Hahnemanniano do Brasil (IHB), verificando-seempiricamente o efeito adaptgeno-smile, atravs do ganho de peso e massa muscular em pacientesdebilitados, o espaamento de infeces intercorrentes oportunsticas, a reduo de volume tumoral,a melhora no humor, o incremento na tolerncia aos quimioterpicos sintticos, e em nvel srico oincremento de srie vermelha, srie branca e de plaquetas alm do incremento de serotonina, semsinais de risco de intoxicao heptica e renal (Varricchio et al., 1995; 2000 B; Varricchio, 2005;Luiz Figueira Pinto, 2006 Comunicao Oral Giri 2006; Varricchio et al., 2007).

    Extratos da espcie E. tirucalli instigam-nos ao estudo de sua atividade toxicolgica, poisapesar de serem utilizados largamente em medicina tradicional, devido sua ampla distribuio

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    geogrfica pela grande capacidade de aclimatizao, exibem uma atividade biolgica mista(Varricchio, 2005). Existiro novas atividades biolgicas para esta espcie to bem descrita aolongo da histria da humanidade?

    MATERIAL E MTODOEstudo de reviso bibliogrfica sobre o emprego tradicional e cientfico de Euphorbia

    tirucalli.

    DISCUSSOBosch (2004) correlaciona a espcie africana (a mais estudada, devido a sua toxicidade)

    como um co-fator ambiental durante exposio crnica ao ltex na ecloso do Linfoma de Burkitt.Entretanto, apesar do risco toxicolgico, discutido pelo meio cientfico, o uso tradicional e populardo ltex diludo do Aveloz (E. tirucalli L) como automedicao complementar ao tratamento docncer corriqueiro e indiscriminado nesta e em outras doenas graves, como SIDA, asma, artrite

    reumatide, sfilis, de acordo com a regio do nosso pas e em outros pases.A composio fitoqumica do caule de E. tirucalli constitui-se de antocianinas (taninoscondensados), flavonides e traos de alcalide, esterides, enquanto no ltex encontram-setriterpenides e diterpenides (Gurib-Fakim & Guho, 1996), os quais explicam as mltiplas e atcontraditrias atividades biolgicas que abrem um leque de interesses em como aproveitar o seupotencial biotecnolgico (Varricchio, 2005).

    Os triterpenos eufol, tirucalol, taraxasterol, diversos cidos de plantas, hidrocarbonetos e umderivado isoquinolnico foram isolados e caracterizados na E. tirucalli africana, a maioria sendobiologicamente inerte. Os lcoois parentais ingenol e o forbol no so promotores tumorais,enquanto os steres diterpnicos de forbol o so (Furstenberger & Hecker, 1986).

    So ainda muito custicos, irritantes, ativam a produo de plaquetas, de prostaglandinas e

    promovem tumores, enquanto outros ainda exibem atividade anti-neoplsica, antiviral eimunomoduladora (Whelan & Ryan, 2003).Diversas Euphorbiaceae so conhecidas como aveloz no Brasil, sem a serem, no entanto.

    Brito & Thomas (1980) estudaram a propriedade antiinflamatria do extrato aquoso do caule seco epulverizado de espcie denominada por eles como aveloz (E. tirucalli), que foiextrado com etanolpor um perodo de 40 horas. O extrato aquoso quando administrado via oral ou intraperitonealproduziu inibio do edema por carragenina dependente da dose. Houve uma diferena fundamentalna natureza da inibio entre este extrato e a indometacina. O extrato apresentou sua maioratividade no estgio inicial do edema, quando mediado por histamina e serotonina.

    O tipo de atividade foi explicado pela metabolizao rpida do extrato, uma vez que aadministrao repetida de extrato tambm falhou em inibir a fase tardia do edema induzido pela

    carragenina. Sugeriu-se que o princpio ativo do extrato aquoso de E. tirucalli possua propriedadesanti-histamnica e antiserotonnica, reforado pelos resultados do edema induzido por dextrana,primariamente mediado por histamina e serotonina, no qual o extrato apresentou atividade (Brito &Thomas, 1980).

    Na artrite em desenvolvimento, induzida pela injeo de 0,05 mg/ml de Mycobacteriumtuberculosis intradermicamente na base da cauda de ratos, o extrato aquoso administradointraperitonealmente apresentou significativa atividade inibitria no aparecimento da doena,reforada por alguns achados de que o extrato apresentaria propriedade imunossupressora. Contudo,o experimento foi abandonado devido perda de peso apresentada pelos animais, sendoconsiderado, portanto, sem atividade na artrite induzida por adjuvante j instalada, ou em fase tardiada inflamao (Brito & Thomas,1980).

    Ribeiro & Alves (2000) desenvolveram estudo sobre a atividade antitumoral daE. tirucalliem tumores de Walker 256 (tumores de glndulas mamrias de ratas), extensamente usado emestudos de fisiopatologia oncolgica, verificando que em baixas dosagens (100mg a 400mg/kg) o

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    extrato composto pela diluio do ltex em gua no reduziu os volumes tumorais e quando emaltas dosagens (1000mg/kg), o mesmo induziu ou estimulou o crescimento tumoral em ratas. Foiverificada ainda alta toxidade quando administrado parenteralmente e praticamente atxico quandoadministrado via oral.

    A observao de atividade antitumoral contra ascite por sarcoma 180, leucemia emcamundongos e atividade citotxica contra determinadas linhagens tumorais, motivaram o grupocolombiano de Betancur-Galvis (2002), a verificarem as atividades citotxicas e antivirais dosextratos das espcies colombianas do gneroEuphorbia.

    Quarenta e sete extratos de 10 espcies do gnero Euphorbia utilizadas por curadores emmedicina tradicional para o tratamento de lceras, tumores, cncer, verrugas, doenas virais, entreoutras, foram testadas in vitro quanto aos seus potenciais antitumorais (antiproliferativo ecitotxico) e atividade anti-herptica. Para avaliar a capacidade dos extratos em inibir a atividadeltica do vrus Herpes Simplex tipo 2 (HSV-2) e a reduo da viabilidade das culturas de clulasinfectadas e no infectadas, foram usados a tcnica de titulao ponto-final (EPTT) e o ensaio

    colorimtrico MTT [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazoliumbromido], respectivamente. Ondice teraputico dos extratos positivos para a atividade antiviral foi determinado atravs doclculo da razo CC50 (50% da concentrao citotxica) sobre IC50 (50% da concentrao de efeitoviral inibitrio) (Betancur-Galvis et al., 2002).

    Cinco dos quarenta e sete extratos (11%) representando 3 das 10 espcies (30%) exibiramatividade anti-herptica. A maior atividade foi encontrada no extrato aquoso metanlico de caule ede folha deE. tirucalli ede E. cotinifolia. Os ndices teraputicos das duas espcies foram maioresque 7,1 (> 7,13 e > 9,56, respectivamente) e estes extratos no exibiram citotoxicidade. Seisextratos (13%) representando 4 espcies (40%) demonstraram atividade citotxica. A maiorcitotoxicidade foi encontrada no extrato diclorometano, obtido das folhas de E. cotinifolia e osvalores CC50 para a maioria das linhagens celulares suscetveis, Hep-2 (human larynx epidermoid

    carcinoma cells, cell line ATCC CCL23) e CHO (Chinese hamster ovary cells, cell line ATCCCCL-61, Cricetulus griseus), foram 35,1 e 18,1g/ml, respectivamente. Ainda foram testadas outraslinhagens celulares, como Hela cell (human cervix epithelioid carcinoma, line ATCC CCL-2) eVERO (Cercopithecus aethiopsafrican green monkey kidney cells, cell line ATCC CCL-81). Asculturas primrias de fibroblastos bovinos foram obtidas a partir de bipsias de pele de orelhabovina (Bom criollo colombian cattle). O HSV-2 foi obtido do Centro de Controle de Doenas deAtlanta (Betancur-Galvis et al., 2002).

    Favero e colaboradores (1990) atravs de derivados sintticos de forbol (PMA) observaramo estmulo na produo de linfcitos T e a modulao de CD4 variando em funo da cadeia decidos gordurosos. So diversas as referncias concernentes utilizao de diversas espcies dognero Euphorbia para o tratamento de vrias doenas, sendo inclusive descrita pronunciada

    atividade antiviral relatada em diversas espcies contrapoliovirus, coxsackie virus e rhinovirus.Vlietinck e colaboradores (1986; 1995 apud Betancur-Galvis et al, 2002) relataram

    atividade antiviral de certas espcies do gnero Euphorbia de Ruanda e identificaram 3-metoxiflavonas como os princpios ativos. Sabe-se que at 2002, sete substncias com atividadeantiviral derivadas de 3-metileter da quercetina e Kaempferol foram isoladas deEuphorbia grantii.Neste estudo, o material fresco e verde de todas as plantas foi percolado com solventes alcolicosaquosos, aplicando-se de forma idntica metodologia utilizada pelos curadores colombianos sendorespeitado o tipo de preparo tradicional (Favero et al., 1990).

    Lai e colaboradores (1989) comprovaram uma ntida relao entre a reativao do vrusEpstein-Barr (EBV) pelo HIV-1 dependente de dose para os steres de forbol, alm da reativaotransiente do vrus Epstein-Barr (EBV) em pacientes com SIDA, limitada a menos de 20% dapopulao celular.

    Fujiwara e colaboradores (1986 apudBetancur-Galvis, 2003) por outro lado, demonstrarama inibio da replicao viral. Digno de nota, a equipe de Wang(2003) comprovou a persistncia da

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    inibio da replicao viral em clulas infectadas ao longo de cinco anos, tendo aumentado assim otempo de latncia do HIV, e revelando, conseqentemente, o potencial efeito retardador damanifestao clnica da Sndrome de Imunodeficincia Adquirida. El-Mekkawy e colaboradores (2002) atravs de derivados sintticos de forbol conseguiram reduzir os efeitos citopticos do HIV 1sobre clulas MT-4.

    Bem descrita est a participao do ltex promovendo a peroxidao lipdica (Datta et al.,1999) capaz de desencadear respostas de macrfagos perifricos (Lopes et al.,2005; Bssing et al.,1999; Ishii et al., 2003) e a ativao de diferentes isoformas de proteino-cinase C sinalizadoras ereguladoras do ciclo celular, da replicao viral e de clulas neoplsicas (Koivunen et al., 2005) eda induo da secreo de citocinas (Hamblin, 1993; Hask & Szab, 1999).

    Varricchio (2005) atravs de testes para verificao de viabilidade mitocondrial in vitro emcultura de clulas de Melanoma murino com fentipo resistente a mltiplas drogas (mdr) B16F10,encontrou a dose no txica para o extrato etanlico 10% total de caule (0,01%) e para o ltex(0,001%) daE. tirucalli coletada no jardim do Ncleo de Pesquisa de Produtos Naturais do Campus

    Ilha do Fundo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.Todas as atividades biolgicas aqui descritas desencadeiam respostas inflamatrias agudasou ento imunossupressoras durante exposio prolongada. Em paralelo, tambm agem comoantioxidante, antiinflamatrio, antitumoral ou antiviral. Estas informaes levam-nos aoquestionamento sobre o envolvimento de citocinas mediando alguns destes eventos distintos e, paraalm do aprofundamento da investigao sobre o mecanismo de ao, a perspectiva doaproveitamento de seu potencial biotecnolgico(Varricchio et al., 2007; Santa Clara Jnior, 2008).

    Vrias partes da planta so empregadas como droga vegetal de uso tpico e oral nos diversospases, listadas no Quadro 1. So mostrados os usos em medicina tradicional e as precaues,relatadas por tradio oral, eticamente resgatados por pesquisas etnobotnicas (Albuquerque, 1997;Instituto de Medicina Tradicional do Per, 1999) e etnofarmacolgicas (Bouton, 1864; Lodi, 1986;

    Daruty, 1886; Neiva, 1968; Gurib-Fakim, 1990 Apud Gurib-Fakim & Gueho, 1996; Heywood,1979; Kinghorn, 1979; Jurberg Et Al., 1985; Furstenberger & Hecker, 1977 E 1986; Malik et al.,1989; Malik & Khan, 1990; Wang et al., 2003; Bani et al., 2006).

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    Pas ou Localidade Uso tradicional Precaues Parte usada Re

    Per planta da benzinaInflamao ocular grave atcegueira

    LtexGoma do ltex

    BoLo

    Ilhas Maurcio Andes Laxativo, tosse e queixas respiratrias;Antivenreo - Decoco derazes e brotos

    Da

    GuGu

    Cosmopolita -

    Queimaduras, uvete eceratoconjuntivite nos ces;Promotor de tumor na pele decamundongo

    LtexHeKi

    Amaznia peruana(Outros nomes:esqueleto, pata degalo e plantanavidenha /parideira)

    Tosse, asma, abscessos, cncer, clicas,neuralgia, dores de ouvido, dente,estmago, reumatismo, dores intensas.

    - LtexPlaIns

    frica equatorial Cerca - viva, medicamento local, fetichemgico, inseticida Veneno para peixe por ao nacadeia respiratria

    Planta inteira emgua e lcool, eltex em gua

    Fu

    frica equatorialEmtico no tratamento de picadas decobras

    - RazesFuW

    ndia, Indonsia eBrasil

    Verrugas, reumatismo, asma - Ltex Jur

    Brasil Anti-sifiltico - Ltex Jur

    ndia e Malsia Anti-tumoral e anti-cncer - LtexKiFu

    Indgenas eAutctones da frica

    e Brasil

    Reumatismo, neuralgia, clica, asma e

    dores gstricas

    -Vrias partes em

    gua

    Ma

    Ma

    Brasil

    Analgsico, antitumoral, anti-viral,alvio da dor em hansenase tuberculideem surto reacional, leishmaniose,pnfigo foliceo (fogo selvagem)

    - LtexNeAlBi

    Quadro 1: Usos deE. tirucalli em medicina tradicional e precaues.

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    CONCLUSOO presente estudo de reviso bibliogrfica sobre o emprego tradicional da espcie

    Euphorbia tirucalli e asevidncias cientficas sobre mecanismos de ao,demonstra a importnciado desenvolvimento de estudos transversais etnobotnicos e etnofarmacolgicos, entre outros, eaponta para o amplo potencial biotecnolgico da espcie. Algumas atividades de pesquisarelacionadas atividade biolgica e toxicolgica j vem sendo desenvolvidas por nosso grupo(Varricchio, 2005; Varricchio et al., 2007).

    REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS

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