Aventuras de Um Pregador Iniciante

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Autor: Jilton Moraes Editora: Vida

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, sP, Brasil)

Moraes, JiltonAventuras de um pregador iniciante: aprenda a pregar / Jilton Moraes.

Prefácio: Pr. José Januário; posfácio: Pr. Marcelo Smargiasse. — São Paulo: Editora Vida, 2012.

Bibliografia.ISBN 978-85-383-0231-5

1. Igreja — Crescimento 2. Pregação 3. Teologia pastoral I. Título.

CDD-25111-14824

Índices para catálogo sistemático:

1. Pregação : Cristianismo 251

1. edição: mar. 2012

Editora VidaRua Isidro Tinoco, 70 TatuapéCEP 03316-010 São Paulo, SP

Tel.: 0 xx 11 2618 7000Fax: 0 xx 11 2618 7030

www.editoravida.com.br

© 2012, de Jilton Moraes

Todos os direitos desta obra reservados por Editora Vida.

Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações, com indicação da fonte.

Scripture quotations taken from Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional, NVI ®Copyright © 1993, 2000 by International Bible Society ®.Used by permission IBS-STL U.S. All rights reserved worldwide.Edição publicada por Editora Vida, salvo indicação em contrário.

Todos os grifos são do autor.

Todas as citações bíblicas e de terceiros foram adaptadas segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990, em vigor desde janeiro de 2009.

Editor responsável: Marcelo SmargiasseEditor-assistente: Gisele Romão da Cruz Santiago

Editor de qualidade e estilo: Sônia Freire Lula AlmeidaPreparação: Josemar de Souza Pinto

Revisão de provas: Sônia Freire Lula Almeida Projeto gráfico e diagramação: Claudia Fatel Lino

Capa: Arte Peniel

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Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que

maneja corretamente a palavra da verdade.

Apóstolo Paulo

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Aos meus netos Anália e Gabrielle,Henrique, Guilherme, Rafael e Mateus, que fazem a

minha feliz idade ser cheia de felicidade.

À Igreja Batista de Henrique Jorge,em Fortaleza, Ceará, onde, há mais de quarenta

anos, iniciei minhas atividades pastorais.

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Prefácio

Pregar é uma das mais árduas tarefas que podemos desem-penhar: Não se trata de apenas elaborar e desenvolver um

sermão, mas envolve uma série de cuidados não só com o que vai ser proferido, mas, de igual modo, com quem vai proferi-lo e essa é a proposta deste livro. Aqui Jilton Moraes mantém sua excelência na escrita, mas desta vez com um novo e diferencia-do texto sobre homilética: Aventuras de um pregador iniciante: aprenda a pregar. O autor, já conhecido por seus outros livros na área, mostra conhecimento não apenas do ofício da pregação, mas da alma do pregador e discorre com serenidade e leveza sobre esses dois quesitos.

Somos apresentados, neste texto, a Adolfo, homem piedoso e simples, que se vê diante do sublime desafio de pregar a Palavra de Deus pela primeira vez. As angústias, tensões e conflitos de Adolfo relatadas no livro são facilmente perceptíveis na vida de todo pregador iniciante que deseja dar contas de sua gloriosa ta-refa, de maneira que honre o Senhor dos pregadores e da pregação. Saber o que pregar em um culto ou evento é um desafio semanal, quer de pregadores iniciantes quer dos mais experientes.

Para ajudar Adolfo na árdua e gloriosa tarefa, entra em cena o pastor Josias, um experiente e piedoso professor de Homilética, homem preocupado em compartilhar generosa e humildemente os

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segredos da pregação eficaz: preparo, criatividade e dependência divina. Pastor Josias inicia o processo de mentoria homilética, tra-tando de estabelecer uma trilha segura para Adolfo prosseguir em sua caminhada como pregador.

O primeiro ensinamento é sobre a dependência de Deus na oração e na meditação bíblica, visto que a verdadeira pregação nas-ce desta busca em oração. Saber onde vou pregar, para quem vou pregar também me levará a discernir em oração aquilo que Deus quer que seja pregado. Adolfo mergulha fundo nestes ensinamen-tos primorosos do pastor Josias e, passo a passo, vai aprendendo sobre a construção de um sermão. Além disso, o aprendiz levanta as perguntas que todo pregador iniciante traz em seu coração e recebe respostas responsáveis, sábias e preciosas a cada uma delas. Perce-bemos facilmente a emoção de Adolfo em aprender o maravilhoso ofício da pregação ao folhear as páginas deste livro.

Que bom que este livro foi escrito porque ele auxiliará com eficiência muitos pregadores iniciantes no nosso país e em ou-tros países; pessoas que são convidadas a pregar em inúmeras oportunidades e que poderão fazê-lo com maior segurança, criatividade e embasamento técnico e bíblico. Os inúmeros “Adolfos” espalhados em toda parte vão se identificar profunda-mente com este texto e encontrarão em Aventuras de um pregador iniciante: aprenda a pregar, farto material que explica o passo a passo da construção de um sermão em linguagem simples e apropriada e num texto muito bem construído, cujos bastidores e pano de fundo da pregação são compartilhados com a sensibi-lidade dos poetas e a exatidão dos cientistas pelas hábeis mãos de Jilton Moraes. Aliás, a abordagem do autor chamou mais a mi-nha atenção do que sua costumeira precisão e eficiência no ensino do sermão passo a passo, do processo de construção até o púlpito,

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Prefácio

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pois ele trata aqui de questões práticas sensíveis e relevantes para um pregador: Quanto tempo deve durar o sermão? Como deve ser o esboço do sermão? Como lidar com o nervosismo? Como vencer a timidez? Podemos usar um esboço de outro pregador? Quais são as ferramentas básicas para o preparo de um pregador iniciante? Como identificar e interpretar o feedback do público ouvinte? Como usar a criatividade no uso das ilustrações e na escolha apropriada da introdução e conclusão do sermão?

Enfim, a pena do mestre Jilton responde a estas demandas com muita propriedade, serenidade e leveza. A sabedoria acadê-mica como professor de Homilética há mais de 35 anos e como pastor à frente de igrejas relevantes lhe dão enorme credibilidade.

Outra contribuição importante deste livro é a riqueza de exemplos que encontramos na grande quantidade de esboços do autor, que generosamente foram não só compartilhados como também explicados em sua concepção e distribuição nas partes.

Aventuras de um pregador iniciante: aprenda a pregar convida todos os amantes da pregação e do Senhor da pregação a uma dedicação apaixonada e contagiante ao sublime ministério da pregação da Palavra de Deus com relevância, eficácia, eficiência e unção divina.

A Deus toda Glória!

São Paulo, agosto de 2011.

Pr. José Januário (Pastor Nino)pastor sênior da Igreja Batista em Perdizes - SP,

professor de Homilética da Faculdade Latino-Americana de Teologia Integral, FLAM - SP

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Apresentação

Há algum tempo visitei uma classe de homilética, minis-trada em uma igreja. Para a minha surpresa — e quase

desapontamento —, percebi que os alunos eram somente ado-lescentes e pré-adolescentes. Era um grupo pequeno, formado por meninos e meninas entre 10 e 13 anos. Naquele dia aprendi uma grande lição. O professor, pastor Luiz Zaire, na época meu aluno, afirmou: “Imagine o meu privilégio! Estou ajudando a preparar a nova geração de pregadores”.

Jamais esquecerei tão grande visão. E esse deve ser o modo de vermos os meninos e meninas precoces que, cedo, desejam aprender a pregar.

Nas classes de homilética, ministradas em várias igrejas para treinamento de pregadores, tenho encontrado esses pequenos grandes pregadores que cedo se despertaram para a pregação da Palavra. Alguns que passaram pelas minhas mãos nesses cursos tornaram-se, mais tarde, meus alunos nas classes de bacharela-do e mestrado em Teologia. Que Deus maravilhoso, que nos faz participantes da “mensagem da cruz, loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (1Coríntios 1.18)!

Outro dado significativo é que há muitas pessoas nas igrejas que estão desejosas de aprender a elaborar seus próprios sermões.

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Alguns já pregam; todavia, querem eles mesmos trabalhar um tex-to bíblico, passo a passo, até verem o resultado de seu trabalho. Para completar, há muitas pessoas dentro e fora das igrejas que ainda não têm nenhuma noção do que venha a ser homilética.

Este livro foi escrito com duplo propósito: oferecer aos leito-res uma visão do que vem a ser homilética e oferecer aos pregadores noções desta ciência e arte, acompanhando-os na elaboração de um sermão passo a passo.

Escrito em linguagem simples, difere dos tratados de homilé-tica geralmente escritos. Aprenda a pregar, em forma de parábola, conta a história de um homem que desejava aprender a pregar e que, passo a passo, ajudado por um amigo, pastor e professor, teve a oportunidade de elaborar o seu sermão.

A oração do autor é que este livro abençoe todos quantos ti-verem oportunidade de lê-lo. E que todos nós a cada dia procu-remos nos equipar mais e mais para pregar a Palavra viva e eficaz — a única que tem o poder de salvar o mundo.

Ao Deus de amor que faz suas misericórdias se renovarem todas as manhãs sobre nós, ao Senhor dos pregadores e da pre-gação, a ele que nos dá o privilégio de pregar a sua mensagem, sejam a glória, a honra e o louvor pelos séculos dos séculos!

Brasília, dezembro de 2011.

Jilton Moraes

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Introdução

Nossa história começa com seu Adolfo, um homem simples que trabalhava como motorista em uma empresa e nas ho-

ras vagas fabricava e vendia pães. Embora estivesse numa posição de simples motorista, era fiel cumpridor de suas obrigações, que desem-penhava com alegria e prontidão, sendo respeitado e querido não apenas por seu chefe, mas por todos os que o cercavam.

Na rua onde morava, residia o pastor Josias, professor de Homilética. Aqui e acolá os dois conversavam, e o pastor falava de Jesus e da fé que nele tinha e que mudara completamente sua vida. Seu Adolfo parecia se interessar, embora o real interesse dele estivesse nos pães que vendia. Josias, no entanto, não desistiu e foi aos poucos conquistando a amizade e a confiança de Adolfo. O ho-mem tinha uma incontida curiosidade para descobrir o que, de fato, o amigo ensinava. O pastor já lhe havia dito, mas, apesar disso, ele não acreditava no que julgava ouvir. E estava mesmo enganado.

Naquele dia foi diferente. Armado de coragem, seu Adolfo per-guntou outra vez e abriu bem os ouvidos para entender a resposta:

— O que é mesmo que o senhor ensina?

O pastor, imaginando que alguma falha na comunicação po-deria estar ocorrendo, falou pausadamente:

— Ensino Homilética.

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Por mais que apurasse o ouvido, não deu para compreender a resposta. Confuso com o que ouvira, o homem fez uma pausa e, no seu espanto, jogou outra pergunta:

— Por que a pessoa que estuda Teologia precisa aprender a fazer omelete?

O pastor, quase rindo diante da ingenuidade do amigo, explicou:

— Não é omelete, é homilética. São duas palavras bem dife-rentes. Omelete é um prato preparado com ovos mexidos e algo mais... camarão, carne, legumes, peixe, queijo etc. ... feito em forma de fritada. Apesar de eu gostar de comer e fazer omeletes, Homi-lética não tem nada a ver com omelete. Venha até a minha casa, e eu explicarei melhor.

Os dois caminharam, e em casa o pastor levou Adolfo a sua biblioteca, onde começou a explicação. Pastor Josias tirou vários livros da prateleira para facilitar a explicação.

— Veja bem — disse ele —, todos esses livros aqui são so-bre homilética. E não são livros de receitas culinárias! São livros sobre a ciência e a arte da pregação.

Abrindo um de seus livros, Josias prosseguiu:

— Ouça o que este autor diz: “Homilética é a ciência cuja arte é a pregação e cujo resultado é o sermão”.1 E logo, abrindo outros livros, foi lendo:

• “A ciência da homilética nada mais é do que a adaptação da retórica às finalidades especiais e aos reclamos da pré-dica cristã”.2

1 Blackwood, A. W. A preparação de sermões, p. 21.2 Broadus, John. O sermão e seu preparo, p. 10.

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Introdução

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• “A homilética é uma ‘ciência’ por basear-se em princípios que foram observados como contribui[ção] para o sucesso de oradores através dos séculos”.3

• “Homilética é também arte, uma vez que trabalha artesanal-mente, passo a passo, os elementos que formam o sermão”.4

— Ah, sim, começo a ter uma ideia; só não entendo como a pessoa pode decorar tanta coisa.

— Calma, amigo, esses conceitos não servem para ser me-morizados, e sim para nos ajudar a compreender. A homilética é a ciência que, lançando mão de outras ciências, equipa pessoas a pregar a Palavra de Deus com conteúdo, profundidade e vida; e, partindo da interpretação de um texto bíblico e de sua atualiza-ção, considera as necessidades dos ouvintes e lhes fala ao coração.

Seu Adolfo estava entusiasmado com tudo que o amigo lhe ensinava, e isso fez o pastor aproveitar a ocasião de falar mais uma vez de Jesus e motivar o colega a um encontro com ele, firmando o compromisso de ser um cristão.

O desenrolar dessa história é o que veremos adiante.

3 North, Stafford. Pregação, homem e método, p. 13. 4 Moraes, Jilton. Homilética: da pesquisa ao púlpito, p. 20.

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Capítulo 1

Vou pregar: o que devo fazer?

A tensão inicial de todo pregador é determinar a ideia a ser pregada. Só na oração e no estudo bíblico podemos

encontrar a resposta e começar a nossa árdua tarefa.

Adolfo resolveu seguir Jesus. Depois de assumir um com-promisso com o Filho de Deus, a vida dele mudou. E mu-

dou bastante! Ele passou a viver com uma Bíblia, lendo-a toda hora; até mesmo no trabalho, nos momentos de folga, lia sem parar. Antes dessa experiência, ele, de tão introspectivo, tinha dificuldade de falar.

Passado algum tempo após sua conversão, Adolfo foi apon-tado para pregar em um culto que aconteceria depois de três se-manas. Mesmo já havendo se desenvolvido bastante, ao receber a notícia, ele ficou aflito, sem imaginar o que falar e sem nenhuma ideia de como fazê-lo. Em seu tormento, lembrou-se do amigo, o pastor Josias, procurou-o e contou-lhe seu dilema: precisava pre-gar um sermão e não sabia nem como começar.

O pastor perguntou-lhe o que havia feito. A resposta foi:

— Nada; só fiz orar.

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Josias respondeu que ele havia feito algo muito importante, o mais importante! E perguntou-lhe:

— Sabe por quê?

A VERDADEIRA PREGAÇÃO NASCE DA BUSCA EM ORAÇÃO

Falando assim, o pastor Josias prosseguiu:— Não precisa ficar apreensivo; posso ajudar você nos próxi-

mos dias. Minha ideia é que toda noite você venha aqui, e juntos trabalharemos o seu sermão passo a passo.

Dessa conversa nasceu um acordo entre eles, e o pastor pro-meteu ajudar Adolfo na condição de, nos quinze dias seguintes, ele ir a sua casa para receber uma nova lição.

Seu Adolfo ficou muito alegre com a disponibilidade do amigo pastor, e assim começaram naquela noite mesmo, a partir desta primeira e importante lição:

O SERMÃO COMEÇA COM UMA IDEIA QUE VEM DO SENHOR DA PREGAÇÃO

Mesmo não compreendendo exatamente o que o pastor queria comunicar, o homem estava empolgado e, assim, criou coragem e fez sua primeira pergunta:

— Pastor, não compreendi esse negócio de ideia e oração. O senhor pode me explicar melhor?

— Com certeza, meu irmão. Veja bem: o sermão começa de uma ideia que nasce na mente e no coração do pregador. É o que chamamos de estalo inicial; no caso do sermão, é o momento quando quem vai pregar encontra o assunto para seu sermão.

— Tô começando a entender; o senhor poderia me dar um exemplo prático? Como é que isso vai funcionar no caso desse meu compromisso para pregar?

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Vou pregar: o que devo fazer?

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— Vamos por partes. Precisamos considerar alguns deta-lhes para responder à sua pergunta: “Fui escalado para pregar; o que devo fazer?”. A resposta à sua indagação levanta três ques-tões: Onde irei pregar? Quem são os meus ouvintes? O que Deus quer que eu fale?

— A consideração do local onde pregaremos é um dado significativo na busca da ideia para a sua mensagem. E essa é uma das primeiras informações que recebemos ao sermos convidados a pregar. Faz diferença pre-gar em um templo ou em uma casa; num pequeno encontro ou em uma grande reunião; num recinto fechado ou ao ar livre; em um clube ou em um ambiente de trabalho.

O futuro pregador mencionou que o culto seria realizado na empresa onde ele trabalhava e perguntou ao pastor que dife-rença isso poderia fazer a fim de elaborar o sermão. Josias mos-trou que a consideração do local é importante porque ajuda o pregador a estabelecer alguns limites de sua fala. Assim falando, ele prosseguiu:

— Deixe-me explicar melhor: No caso de ser em uma em-presa, em pleno horário de trabalho, certamente haverá um tempo preestabelecido para a duração do culto, que não po-derá ser ultrapassado para não prejudicar as atividades de cada trabalhador.

Naquele momento o pastor ficou sabendo que o tempo des-tinado ao culto era de meia hora.

— Uma vez que o tempo destinado ao culto todo é de trin-ta minutos, o pregador terá uns quinze minutos para a apresen-tação do sermão, não podendo ultrapassar esse limite.

E o tempo que havia sido dado ao nosso pregador era de até vinte minutos.

Onde pregarei?

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O pastor também ficou sabendo que no local haveria um salão, com cadeiras suficientes para acomodar todas as pessoas que costumeiramente participavam do culto; desse modo, elas poderiam ouvir a mensagem com mais conforto.

— Depois de saber onde iremos pregar, a próxima considera-ção tem a ver com os ouvintes. Sabendo quem são os nossos ouvintes, temos mais condições de pensar em uma ideia sobre o que devemos comunicar. Vamos, então, ao nosso questionamento:

Conhecer o público é importante para saber-mos o que comunicar: somente conhecendo os ouvintes podemos trabalhar com base em suas necessidades reais. Quando as pessoas ouvem um

pregador, criam expectativas, e a principal é que a mensagem que ele se propõe a pregar lhes fale ao coração, levando fé aos céticos, esperança aos desesperados, alento aos desanimados e vida aos que atravessam o vale da sombra da morte. A mensagem que pre-gamos dependerá do conhecimento que temos dos ouvintes.

Empolgado com a lição, seu Adolfo quase nem deixou o pas-tor terminar e logo falou:

— O senhor já me ajudou, pastor. Os meus ouvintes são os meus colegas. O culto é lá na empresa onde trabalho, como já falei.

O pastor elogiou o aluno por estar tão atento e pediu-lhe que guardasse a informação. E assim prosseguiu:

— Outro passo importante é determinar o que pregar. Aliás, precisamos ter em mente que não é o pregador quem decide: tão somente obedecemos ao que Deus determina. Daí a neces-

sidade da oração. Dos três questionamentos, este é o mais difícil. A pergunta que deve ser feita é: O que realmente Deus quer que eu pregue?

Para quem pregarei?

O que pregarei?

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Vou pregar: o que devo fazer?

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Para encontrar essa resposta é preciso buscar com intensidade a vontade de Deus; é necessário orar sem cessar. Era exatamente esta a fase que o irmão Adolfo vivia: Ele sabia onde pregaria e a quem pregaria; faltava descobrir o que pregaria, ou, mais preci-samente, o que Deus queria que ele pregasse. Por isso foi logo perguntando ao pastor o que poderia ajudá-lo a encontrar res-posta para tão significativa questão.

— Alguns passos precisam ser dados. Vamos tentar com-preender. Pense em uma pequena escada de três degraus:

3. Escolha um texto bíblico para basear

o sermão2. Defina, em oração, a ideia a

ser pregada1. Considere as necessidades dos

ouvintes

O pastor prosseguiu, explicando que as ideias para sermões estão às vezes bem próximas a nós, em toda parte: na Bíblia, em livros, revistas, jornais e noticiários; nas nossas experiências pessoais, na convivência com as pessoas etc. Seu Adolfo, ape-sar de muito interessado, parecia não haver compreendido tudo. E, para esclarecer a ideia dos passos na pregação, o pastor perso-nalizou seu ensino:

— Veja bem, numa ocasião, no final do ano, eu precisava preparar um sermão para pregar na minha igreja no dia 31 de dezembro. Você nem imagina onde eu encontrei uma ideia muito boa. Na porta de uma loja fechada! Parece até absurdo naquele

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lugar alguém encontrar uma ideia para sermão; apesar disso, eu a encontrei. Eu ia passando por lá e li uma placa pendurada na porta:

FECHADO PARA BALANÇO

Seu Adolfo riu e, de tão curioso, perguntou ao pastor qual a relação entre a placa e a ideia para o sermão que ele precisava pregar no dia de ano-novo. O pastor, para mostrar quanto era sim-ples, fez um quadro em uma folha de papel.

— Veja bem — disse ele.

Ocasião Necessidades dos ouvintes Ideia

Final de ano; tempo de reflexão.

Refletir no que foi o ano que finda e nas novas

oportunidades que Deus nos concede em mais um novo ano.

Fazer um balanço para ver as oportunidades perdidas, as bênçãos

recebidas e as possibilidades futuras.

O professor Josias aproveitou o entusiasmo de Adolfo e pediu que ele fizesse um novo quadro. A ocasião onde pregar, ele já sabia; as necessidades dos colegas de trabalho, ele logo alistou e destacou a que julgava ser a principal. Faltava apenas a ideia a ser pregada, e, com umas dicas do pastor, logo o quadro estava pronto:

Ocasião Necessidades dos ouvintes Ideia

Culto para os colegas

de trabalho.

A convicção de que, em meio aos problemas e dificuldades,

Deus cuida de todos que o buscam verdadeiramente.

Falar sobre o Deus que tem especial

cuidado de nós, quando levamos a ele as nossas

necessidades.

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Vou pregar: o que devo fazer?

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E não é que seu Adolfo fez a primeira lição?! Ele ficou eufó-rico. Já ia saindo, quando o pastor falou:

— Está faltando algo muito importante! Já temos a ideia. O que falta agora?

O homem nem titubeou. Respondeu de imediato:

— Ah, sim, pastor, falta um texto bíblico.

Era exatamente o que faltava para prosseguirem na elabora-ção do tão esperado sermão. E o mestre passou logo uma tarefa de casa:

— Amanhã você vai me trazer um texto. Sendo a primeira vez que procura um texto para pregar, vou dar duas dicas que facilita-rão bastante o seu trabalho. Primeira: Procure uma concordância bíblica. Você tem uma concordância bíblica em casa?

Adolfo respondeu afirmativamente e logo cobrou do pas-tor qual seria a próxima ajuda para tornar sua atividade de casa mais suave. O pastor respondeu que ele, se quisesse, podia procurar apenas nos livros do Novo Testamento. Assim dizen-do, concluiu:

— Não esqueça que tudo isso é muito importante, no en-tanto...

A VERDADEIRA PREGAÇÃO NASCE DA BUSCA EM ORAÇÃO

Seu Adolfo saiu como criança, andando e repetindo a princi-pal lição que aprendera em sua primeira aula: a verdadeira pregação nasce da busca em oração.

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Destaques do Capítulo 1

Releia e complete abaixo os trechos mais relevantes.

1. A verdadeira pregação nasce ____________________________

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2. O sermão começa de uma ideia que nasce __________________

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3. Conhecer o público é importante para ______________________

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4. Para saber o que realmente Deus quer que eu pregue, é preciso ___

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5. Pode-se encontrar ideias para sermões em ___________________

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Anotações

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