Aw july 2014 portuguese

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Julho 2014 Missão em Ação 20 Essencial Salvação 26 As Vantagens do Estilo de Vida Adventista Ajuda Companheiros 12 dos Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia

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As Vantagens do Estilo de Vida Adventista

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Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 10, Nº- 7, Julho de 2014.

www.adventistworld.orgOn-line: disponível em 11 idiomas

Tradução: Sonete Magalhães Costa

A R T I G O D E C A P A

16 As Vantagens do Estilo

de Vida AdventistaLeslie R. MartinPesquisas recentes sobre o estilo de vida dos adventistas revelam algumas surpresas.

8 V I S Ã O M U N D I A L

O Poderoso Braço Direito de Deus

Ted N. C. Wilson A boa saúde não envolve somente o

aspecto físico.

12 D E V O C I O N A L

Ajuda dos Companheiros Chandler Riley Quão bom é saber que não estamos sozinhos!

14 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

(In)Vulnerável? Angelika Kaiser O mito do cristão indestrutível.

20 S E R V I Ç O A D V E N T I S T A

Missão em Ação Ricky Oliveras A melhor maneira de compartilhar o evangelho

no sul da Ásia é a abordagem pessoal.

22 D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

“Querido Amigo: ...” Roland Karlman Patrimônio Literário de Ellen G. White

disponibiliza manuscritos não publicados.

24 A R T I G O E S P E C I A L

Genebra Peter N. Landless Educadores adventistas de saúde participam

de evento mundial.

11 S A Ú D E N O M U N D O

Câncer de Mama – Tratamento

26 R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Salvação Essencial

27 E S T U D O B Í B L I C O

Segurança em um Mundo Inseguro

28 T R O C A D E I D E I A S

S E Ç Õ E S

Julho 2014

3 N O T Í C I A S D O M U N D O

3 Notícias Breves 6 Notícia Especial 10 Histórias do GLOW

F o t o d a C a p a : C o r t e s i a d e C h r i s t a M c C o n n e l l e J o n a t h a n J a C o b s

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N O T í C I A S D O M u N D O

S E Ç Õ E S

■ No mês de maio, as comissões administrativas da Review and Herald Publishing Association e da Pacific Press Publishing Association se reuniram em Hagerstown, Maryland (EUA), para decidir sobre a reorganização de suas operações. O plano de reestruturação foi proposto pela comissão executiva da Associação Geral (AG) e da Divisão

Norte-Americana (DNA). Tanto a AG quanto a

DNA dedicaram bastante tempo avaliando as propos-tas de melhorias que ade-quarão as duas editoras para o futuro. As publicações desempenham papel funda-mental na missão da Igreja, e sua estreita ligação com outros programas é de vital importância. As mudanças ocorridas na área editorial e no ministério de publicações da Igreja demandaram custos financeiros para seu funcionamento, espe-cialmente da Review and Herald, e exigiram urgência nessa avaliação e proposta de reorganização.

No plano de reestru-turação, a Pacific Press, localizada em Nampa, Idaho, se tornará uma instituição da DNA. Ela servirá principalmente às necessidades editorias da DNA, mas também executará serviços para a AG.

A Review and Herald cessará seu funcionamento na sede atual, em Hagerstown, Maryland. Seus escritórios serão transferidos para nossa sede mundial (AG), em Silver Spring, Maryland, onde uma organização reconstituída, sem parque gráfico, supervisionará a publicação de vários produtos que atualmente já são produzidos pela AG, tais como: Adventist Review, Adventist World, Ministry, The Journal of Adventist Education, Elder’s Digest, Liberty, Mission magazines, Lições da Escola Sabatina, publicações do Instituto de Pesquisa Bíblica e outros produtos.

Permanecendo no Alto

de Duas Editoras

Proposta aReestruturação

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A ilustração do orador era simples, porém eficaz.

De pé, em frente a 150 adolescentes, ele deliberadamente ignorou as regras do senso comum sobre como fazer um avião de papel. Começou a dobrar uma asa em ângulo agudo e a outra em ângulo bem oblíquo, e descrevia como estava “personalizando” seu avião.

Logicamente, como era de se esperar, seu avião espiralou sobre nossa cabeça indo para baixo até o chão, acompanhado por uma risada nervosa.

“E então”, perguntou ele com olhar inquiridor, “vocês acham que deveríamos sair um pouco, antes de construir nosso próximo avião?”

Cento e cinquenta cabeças balançaram concordando.

“Vocês querem dizer”, continuou ele, “que há algumas regras para construir um avião de papel que contribuem para que ele seja mais eficiente, voe mais alto e mais longe? Será que essa mesma regra também é realidade na vida humana? Será que as orientações e regras, conhecidas como mandamentos, nos ajudam a viver uma vida mais feliz e saudável?”

Mais uma vez, concordamos meneando a cabeça. Sob todas as discussões e debates a respeito do modo de vida adventista, reside uma verdade fundamental: Deus projetou a vida humana para ser saudável e gratificante. “E os Seus mandamentos não são pesados” (1Jo 5:3). De fato, eles são a própria ilustra-ção de Seu amor e cuidado paternal.

Ao você ler o artigo de capa deste mês, intitulado “As Vantagens do Estilo de Vida Adventista”, que analisa a relação entre os benefícios da guarda do sábado e a saúde física e mental para aqueles que desejam viver um estilo de vida saudável, pergunte-se quão bem seu “avião” tem voado ultima-mente. Está você sentindo a paz e a satisfação para as quais foi criado, vivendo segundo as instruções concedidas graciosamente por Deus? Se não, aproveite a oportunidade para redescobrir a alegria para a qual você foi criado – sendo mais criterioso e voando mais

alto e por mais tempo. “Mas aqueles que esperam no Senhor reno-

vam suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Is 40:31, NVI).

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A Review and Herald também executará outros serviços solicitados pela AG para suprir as necessidades do campo mundial. Essa publicadora, reorganizada, exigirá um número bem menor de fun-cionários, pois os editores dos produtos atuais já são funcionários da AG.

“A AG reconhece a tremenda im-portância do trabalho de publicações, não apenas para suprir o evangelismo da Igreja, mas também para nossa missão atual e futura de proclamar as três mensagens angélicas de Apocalipse 14 e do quarto anjo de Apocalipse 18”, disse Ted Wilson, presidente mundial da Igreja. “Queremos seguir o conselho inspirado do Espírito de Profecia em relação ao ministério de publicações. Nosso objetivo é ver essas instituições melhor preparadas para ajudar a terminar a obra pelo poder do Espírito Santo. Agradecemos imensamente a dedicação e o empenho dos funcioná-rios das editoras, em todos os aspectos do ministério de publicações. Deus tem abençoado esse ministério em todo o mundo e tenho certeza de que a Divisão Norte-Americana também alcançará seu pleno potencial ao utilizar os servi-ços da editora, cumprindo a missão em seu território”.

Dan Jackson, presidente da DNA, comentou: “Compreendemos que este é um momento delicado para muitos obreiros dedicados de ambas as casas publicadoras. À medida que os modelos de ministério mudam, uma coisa per-manece constante – nosso compromisso de utilizar nossas publicações como um

“A integração dos deficientes auditi-vos foi impressionante”, comentou um dos tradutores. O impacto do encontro foi tão poderoso que dois dos jovens que ajudavam responderam ao apelo de seguir o exemplo de Jesus, feito por Barrios. Agora eles estão estudando a Bíblia para conhecer melhor o plano de Deus para a salvação da humanidade.

Um dos acompanhantes, que escol-tava um jovem de Valência, comentou: “Isso não tem preço. Essa realmente foi uma viagem miraculosa, cheia de muitas bênçãos!”– Cid Leopoldino/CD EUDNews

Criança Nepalesa é Recuperada após Cirurgia

■ Nishant, uma criança nepalesa de dois anos de idade, tornou-se o pacien-te de “número 5.000” a ser operado pelos voluntários da Open Heart Inter-national (OHI).

A perna direita de Nishant foi severamente queimada quando aos seis meses de idade ele caiu sobre o fogão a lenha de sua casa. Como nunca havia andado antes do acidente, sua família temia que ele jamais viesse a andar.

Em abril, Harimaya, mãe de Nishant, ouviu que os voluntários da OHI realizavam gratuitamente cirurgias de contratura por queimadura no Hospital Scheer Memorial, em Banepa, próximo a Kathmandu.

Harimaya e o filho viajaram durante três dias percorrendo 500 quilômetros até o hospital. Lá, o Dr. David Pennington e sua equipe médica operaram a perna de Nishant. Três

recurso para alcançar as pessoas com a esperança de Jesus e espalhar a mensa-gem de Sua breve volta.”

A DNA formará uma equipe de tran-sição para determinar como os ativos físicos da Review e Herald e da Pacific Press serão utilizados daqui para frente.

A equipe de transição também determinará quais dos funcionários atualmente empregados pela Review and Herald serão necessários na Pacific Press. Todo esforço será feito para acomodar o maior número possível dos funcionários atuais da Review and Herald e incorporá-los no funciona-mento da Pacific Press. No entanto, essa grande reestruturação envolverá perda de postos de trabalho devido à cessação das operações em Hagerstown, Maryland.

Esse plano de reestruturação será oficializado quando for aprovado pelos órgãos pertinentes às duas publicadoras. – Departamento de Comunicação da Divisão Norte-Americana, ANN e Adventist Review

Máximo 2.0 Atrai Visitantes Ilustres

■ O evento Máximo 2.0 é um con-gresso de jovens da Divisão Intereuro-peia. Este ano ele foi realizado em Madri, capital da Espanha, entre os dias 17 a 20 de abril, e atraiu alguns visitantes especiais.

O evento reuniu mais de mil jovens de toda a Espanha, inclusive um grupo de deficientes auditivos da Igreja de Valência que participou pela primeira vez.

Os sermões do Pastor Joel Barrios foram traduzidos para a linguagem de sinais e embora esses participantes não pudessem ouvir, puderam apreciar a música de um modo especial.

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N O T í C I A S D O M u N D O

dias depois, ele já podia caminhar com ajuda.

“Ver Nishant – o ‘Sr. 5000’ da equi-pe do OHI – correndo pela primeira vez na vida, provocou lágrimas nos olhos da mãe e na equipe”, disse John Sanburg, coordenador do projeto OHI no Nepal. “Essa foi minha última viagem após vinte anos de viagens missionárias a esse país. Portanto, ter o paciente do OHI Número 5000 nessa viagem, será uma lembrança muito especial”.

Queimaduras são a segunda causa mais comum de acidentes na região ru-ral do Nepal. Elas são responsáveis por 5% de todas as deficiências. Muitas mu-lheres e crianças nepalesas sofrem esses acidentes em casa, no fogão a lenha, que fica tradicionalmente no chão. As redes de hospitais públicos não conseguem lidar com a demanda de cirurgias para corrigir tantas queimaduras. Muitas aldeias não têm acesso a pronto-socorro médico e algumas famílias estão a uma distância de vários dias de caminhada da estrada mais próxima.

Campanha em Mídia Social Oferece Dicas de Saúde

■ A Igreja lançou recentemente uma campanha sobre vida saudável estendi-da aos membros e ao público em geral.

A campanha Fatos com Esperança oferece 12 vídeos de 1 minuto que oferecem dicas sobre a importância da atividade física, alimentação saudável, relacionamentos saudáveis e gratidão. Os spots estão disponíveis para ser vistos individualmente, ou inseridos em sites da web, ou compartilhados nas mídias sociais.

“Esta é uma ótima estratégia para compartilhar nossa mensagem de saúde, a qual tem sido comprovada por pesquisas científicas. Queremos que as pessoas aprendam maneiras de viver com qualidade, mais saudáveis e mais felizes, baseadas em evidências”, disse Kátia Reinert, diretora do Ministério de Saúde da Divisão Norte-Americana.

A Igreja tem promovido um estilo de vida saudável desde seu estabele-cimento, há mais de 150 anos. Nas últimas décadas, temos sido citados em revistas e livros devido à nossa longe-vidade. O Instituto Nacional de Saúde dos EUA está ajudando a financiar uma extensa pesquisa sobre o que faz dos adventistas um dos grupos mais longe-vos já estudados.

Em 2011, a Organização Pan- Americana de Saúde, em parceria com a Igreja, decidiu implementar o programa dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas para a Amé-rica do Norte e América do Sul.

A equipe do OHI planeja retornar ao Nepal no próximo ano. Talvez operem o tornozelo de Nishant, se ele e sua mãe conseguirem fazer a viagem de volta a Banepa.

Nishant é um dos milhares de pacientes beneficiados pelos serviços do OHI, uma iniciativa lançada em 1986, pelo hospital adventista de Sidney, Austrália.

A OHI oferece, gratuitamente, cirur-gias cardíacas, ortopédicas e de queima-duras em 13 países em desenvolvimento no mundo, inclusive em Papua-Nova Guiné, no Camboja e em Ruanda.

Mais de 2.000 voluntários já doaram seu tempo, habilidades, conhecimento e apoio financeiro para capacitar outros a ter melhor qualidade de vida. – Open Heart International / Equipe da Record

CINCO MIL CIRURGIAS: John Sanburg (esquerda), diretor do projeto, presenteia Nishant e sua mãe, Harimaya, em comemoração à cirurgia de número “5.000”.

l a e n h e n r y

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N O T í C I A S D O M u N D O

A série Fatos com Esperança foi produzida pelo Departamento de Saúde da Divisão Norte-Americana e pelo Departamento de Comunicação da Associação Geral.

– Veja a campanha no site: factswithhope.org– Equipe da ANN

O recesso escolar da primavera é um período de descanso mais que esperado pelos alunos do

Pacific Union College (PUC), mais ainda porque ele acontece logo após os exames finais.

Entretanto, anualmente, diversos grupos de estudantes abrem mão da oportunidade de visitar familiares e desfrutar dessa pausa nos estudos. Moti-vados pelo desejo de servir a Deus, esses alunos se dedicam à missão, que muitas vezes são aventuras em lugares distantes.

Nos dias 20 a 30 de março, 15 alu-nos do PUC, acompanhados por Fábio Maia, coordenador de projetos missio-nários e pelo professor Flouyd Hayes, professor de biologia, participaram de um projeto na cidade de Manaus, capi-tal do estado do Amazonas, no Brasil. Eles trabalharam em Rosa de Saron, um subúrbio daquela cidade.

O grupo viajou para esse local exótico com o objetivo de construir um posto de saúde, fornecer filtros de água e dar aulas de inglês. Alguns desses alunos também participaram de um curso de biologia tropical liderado por Hayes, e tiveram a oportunidade de experimentar a vida «selvagem» da região amazônica.

Para cumprir esse propósito, o PUC fez parceria com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). A ADRA apoia

a de vice-diretor. Ele também atuou como administrador do Garth Hill College, em Bracknell.

Baildam desenvolveu um conheci-mento profundo e abrangente do sistema de ensino superior no Reino Unido. Estabeleceu uma ampla rede de contatos por intermédio do seu envolvimento profissional em muitos comitês e associações.

Ele é filho de Denys e Jean Baildam, família pastoral que trabalhou entre 1940 a 1990 em vários lugares do Reino Unido. Lynda, sua esposa, é bibliotecá-ria assistente no Newbold.

“Estou animado com o desafio à frente. Quero trabalhar em sintonia com os universitários e o corpo docente para oferecer aos estudantes a oportuni-dade de desfrutar uma vida de alta qua-lidade espiritual, social e acadêmica”, disse Baildam.

Sua mensagem para os pais é: “Muitos estão perdendo a oportunidade de experimentar a confirmação da fé que transforma vidas. Ela pode ser encontrada no Newbold.”

Baildam substitui Philip Brown, que está retornando para a Austrália após um período de três anos à frente do Newbold. Sob sua liderança, o Colégio teve o campus remodelado, desenvolveu diversas iniciativas estudantis e foi admitido na associação Abroad Adventist Colleges (ACA). – Kristy Watkins/BUC News

FORÇA: Moisés Ramirez, estudante do PUC, usa tecnologia antiga para retirar terra para a construção do alicerce da clínica.

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Nomeado Novo Diretor para o Newbold College

■ A Comissão Diretiva do Newbold College, reunida no dia 11 de maio em Bracknell, Reino Unido, nomeou John Baildam para o cargo de diretor da instituição.

Baildam, por mais de 30 anos, atuou em várias funções no colégio, inclusive como diretor da Escola de Inglês e diretor de Admissões e Registros. Desde 1997 ele desempenhava a função de diretor acadêmico, e mais recentemente

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N O T í C I A S D O M u N D O

vários projetos em Rosa de Saron: uma escola, uma fábrica de móveis, igreja e clínica médico-dentária. A clínica funciona em um barco e é administrada pela enfermeira Thianne de Oliveira. Thianne, também dá aulas em nossa escola e coordena as equipes e grupos de missionários voluntários que chegam esporadicamente pra ajudar.

O posto de saúde construído pelo PUC atenderá a 32 comunidades da região e criará um centro para emer-gências médicas. Os estudantes fizeram centenas de viagens com carrinhos de

O PUC também levou 30 filtros de água para Rosa de Saron. Eles foram doados pela Igreja de Calvary Christian, de Santa Helena, Califórnia (EUA). Fábio Maia também foi o responsável pela montagem e explicação do funcionamen-to dos filtros para os alunos e habitantes da comunidade.

Utilizando apenas a gravidade e um balde limpo, os filtros conseguem filtrar quase 7 mil litros de água por dia, transformando a água barrenta do rio em água potável. “O PUC em parceria com a ADRA Amazonas está comprometido a fazer a diferença no Amazonas, levando água limpa às comunidades”, disse ele.

Todas as noites, Fábio Maia, que é brasileiro, dava aulas de inglês e portu-guês para que os alunos do PUC também tivessem a oportunidade de aprender um pouco do idioma do Brasil. Sorrindo, Fábio diz: “É muito mais fácil aprender inglês. O verbo ‘nadar’, por exemplo, tem só duas formas no presente: ‘swim’ e ‘swims’, em português tem seis.”

Bianca Tolan, aluna do PUC, men-cionou: “Era inacreditável que mesmo havendo a barreira do idioma, todos trabalhávamos juntos e encontrávamos um jeito de nos comunicar.” As aulas de inglês-português funcionaram como uma terceira forma do grupo se relacionar com a comunidade, oferecendo maior oportunidade de entrosamento.

A viagem causou um profundo im-pacto em vários estudantes e aumentou o desejo que eles já possuíam de servir como missionários. “Tenho certeza de que Deus estava ali. Senti a alegria de tê-Lo ao meu lado. Foi uma experiência espiritual maravilhosa a que desfrutamos juntos”, declarou o estudante Moisés Ramirez.

Após a viagem, 5 deles decidiram de-dicar 1 ano como estudantes missionários participando em outros projetos do PUC, e outros 2 desejam trabalhar como como missionários profissionais de tempo inte-gral em outros países. ■

mão carregados de terra, lama e argila para construir o alicerce e elevar o nível do piso a fim de proteger a nova clínica das enchentes anuais.

Maia se uniu aos moradores locais na brava tarefa de levantar a estrutura e colocar o telhado. A região sofre com chuvas constantes. Com temperaturas elevadas e umidade por volta 80% a desidratação foi uma séria preocupação. Assim, o esperado período de descanso da equipe, não acostumada a esses extremos, cada dia, logo após o almoço, era uma benção necessária!

Madeline Miller e Cambria Wheeler

Filtros de ÁguaEstudantes do PUC participam de projeto missionário no Amazonas

RODAS DO PROGRESSO: Chad Latimer e dois amigos utilizando os carrinhos de mão empregados na construção do alicerce.

Carrinhos de Mãoe

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V I S Ã O M U N D I A L

para dar destaque e estabilidade à obra médico missionária; e o ministério necessita da obra médico missionária para demonstrar o funcionamento prático do evangelho. O Senhor quer que Sua obra seja levada avante simétrica e harmonio-samente. Sua mensagem deve ser levada a todas as partes do mundo” (Carta 135, 1899).

Estamos vivendo no tempo do fim. No mundo todo pessoas têm concluído que as coisas mudam rapidamente e que o futuro é incerto. Ao nos prepararmos

para o breve retorno de Jesus, creio que é mais importante do que nunca nos concentrarmos também na missão do trabalho médico missionário, ou como chamamos atualmente, “Ministério Abrangente da Saúde”, utilizando sua mensagem singular para conduzir pessoas ao Grande Médico – Jesus.

A reforma de saúde e o ministério da saúde não são o evangelho. O evangelho é a mensagem de um Salvador que viveu uma vida perfeita, morreu, ressuscitou, intercede por nós no lugar santíssimo do verdadeiro santuário celestial e

logo voltará para nos buscar. Somos salvos por Sua graça e justiça, como ilustrado em todos os aspectos dos serviços no santuário (terrestre e celestial).

Belo Equilíbrio O ministério da saúde ou obra médico missionária

representa o braço direito do Evangelho – o poderoso braço direito de Deus. O braço direito simboliza envolvimento ativo e poder. Ele realiza importantes ações para todo o corpo. Isso ilustra muito bem quão significativo é o ministério da saúde para a Igreja Adventista na missão de evangelizar o mundo!

O perfeito equilíbrio entre a pregação do evangelho e o ministério da saúde é destacado por Ellen White: “A obra médico missionária deve estar tão intimamente ligada à obra do ministério do evangelho como a mão e o braço estão ligados ao corpo. O ministério do evangelho é necessário

Braço Direito

Nossa Fidelidade Moldada pela Fidelidade Divina

Em Êxodo 20:2*, quando entregou Sua lei no Monte Sinai, o Senhor advertiu pessoalmente Seu povo escolhido a se lembrar: “Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão.”

Hoje, como no antigo Israel, Deus espera que nossa fidelidade seja construída sob a confiança de Sua liderança e ensinos no passado, especialmente em relação às grandes oportunidades que o ministério da saúde tem a nos oferecer.

Como podemos aprender com o passado e deixar que Deus nos dirija, confiando nEle e em Seus profetas para que a influência de nossa missão seja expandida e ajudemos as pessoas?

Vamos recapitular brevemente como Deus tirou os filhos de Israel do Egito.

Salvação do corpo e da alma

PoderosoTed N. C. Wilson

p r o v i d e n C e l i t h o g r a p h C o M p a n y

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A Experiência de Israel Os capítulos 14 e 15 do livro de Êxodo registram os

surpreendentes eventos do Mar Vermelho – o livramento da perseguição de Faraó e do exército egípcio. O povo de Deus estava jubiloso. Lemos em Êxodo 14:31: “Israel viu o grande poder do Senhor contra os egípcios, temeu o Senhor e pôs nEle sua confiança, como também em Moisés, Seu servo.”

Analisando esse verso, notamos: 1) Uma grande obra foi confirmada visualmente; 2) o Senhor realizou a obra; 3) os israelitas respeitaram e creram no Senhor; e 4) eles creram em Seu servo, Moisés (componentes vitais nessa sequência que é tão criticada na igreja hoje).

Os israelitas tinham fé no profeta de Deus – fator impres-cindível para nós como igreja remanescente.

Após a maravilhosa experiência no Mar Vermelho, todos estavam animados, até que surgiu outro grande desafio – o

deserto, não havia água. Andaram três dias sem encontrar água. Finalmente, chegaram a Mara, porém a água era amarga.

Três dias antes, eles haviam visto o maravilhoso poder de Deus sobre as águas do Mar Vermelho, e creram nEle e em Seu profeta. No entanto, em apenas três dias foram do triunfo ao desespero. Eles não acreditaram em Deus, em Moisés e muito menos na nuvem protetora e na coluna de fogo provi-denciais que os dirigira até ali.

Aquela nuvem e a coluna de fogo são semelhantes ao ministério da saúde abrangente que nos abençoa mais e mais à medida que compreendemos a mensagem do Evangelho e temos uma íntima relação com nosso Redentor.

Altos e Baixos Como adventistas, muitas vezes nos assemelhamos

aos israelitas no esquecimento e na hesitação. Israel tinha constantemente “altos” de triunfos e, em seguida, “baixos” de reclamações. Não somos nós tentados da mesma maneira? Lembremo-nos de que Deus nos chamou para fazer parte de

um poderoso movimento, o qual deve usar o ministério da saúde como parte integral da proclamação da mensagem do evangelho – e uma parte vital, segundo o Espírito de Profecia, o alto clamor final.

Em Êxodo 15:24, o povo murmurou contra o profeta e perguntou: “Que beberemos?” Poderíamos pensar que, por estarem vindo do triunfo do Mar Vermelho, iriam simplesmente dizer: “Vamos ver o que Deus vai providenciar.”

Então Moisés clamou ao Senhor. Sempre que enfrentar-mos um desafio ou problema, sigamos o exemplo de Moisés e clamemos ao Senhor. É somente em Deus que temos qualquer poder. O verso 25 menciona que o Senhor “lhe indicou um arbusto. Ele o lançou na água, e esta se tornou boa”. A mensagem aqui é clara: quando o Senhor solicitar que você leve as pessoas a ter um estilo de vida melhor e aparecerem problemas, clame ao Senhor e Ele lhe mostrará a solução. Ele lhe mostrará Seu poder.

Essa verdade é ressaltada no verso seguinte, Êxodo 15:26, um dos versos mais poderosos da Bíblia relacionados a saúde. Deus promete por intermédio de Moisés: “se vocês derem atenção ao Senhor, seu Deus, e fizerem o que Ele aprova, se derem ouvidos aos Seus mandamentos e obe-decerem a todos os Seus decretos, não trarei sobre vocês nenhuma das doenças que eu trouxe sobre os egípcios, pois Eu Sou o Senhor que os cura”.

Que texto poderoso! Ao se relacionar com os outros, ao promover a saúde, ao testemunhar e ao pregar, reivindique o poder celestial deste verso.

Grande Oportunidade Ao nosso redor hoje as pessoas estão perguntando o

que devem comer ou beber e como devem viver. Enquanto saímos de uma crise internacional para outra, temos uma enorme oportunidade de dizer como Paulo: “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com seu próprio corpo [...] Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus. (1Co 6:19, 20 e 10:31).

Combine essa passagem com a saudação encorajadora dada pelo apóstolo a Gaio, em 3 João 1:2: “Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma”, e temos a fórmula para um poderoso ministério que ajuda a sociedade, de maneira sem preceden-tes, a desfrutar de uma completa saúde física, mental, social e espiritual.

p r o v i d e n C e l i t h o g r a p h C o M p a n y

Três dias antes, eles haviam visto o maravilhoso poder de Deus sobre as águas do Mar Vermelho … mas em apenas três dias foram do triunfo ao desespero.

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V I S Ã O M U N D I A L

Parte das Três Mensagens Angélicas

Pelo poder do Espírito Santo, você e eu podemos proclamar as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12. A mensagem de saúde faz parte da missão adventista e está intimamente ligada às três mensagens angélicas. Deus tem um plano para cada alma nesse planeta. Ele envolve cada aspecto de nossa vida, começando com a saúde, para que “o poderoso braço direito de Deus” possa ajudar cada pessoa a entender melhor o ministério especial de Cristo.

Reflitamos no conselho do Espírito de Profecia, encontrado no livro Testemunhos para a Igreja, v. 6, p. 112: “Ao aproximar-nos do fim do tempo, precisamos erguer-nos mais e mais alto na questão da reforma de saúde e temperança cristã, apresentando-a de maneira mais positiva e decidida. Preci-samos nos esforçar continuamente para educar o povo, não apenas por palavras, mas pela nossa maneira de viver.”

Como Moisés, clamemos ao Senhor para que nos use nestes últimos dias da história da Terra, enquanto a sociedade desmorona, as crenças morais desapa-recem e o tecido social se desintegra. Pela graça de Deus, façamos parte do reavivamento e reforma, do estilo de vida saudável, da reforma de saúde, pois tudo isso faz parte do ministério de saúde abrangente. O anseio de Deus é que essa mensagem vivificante seja ouvida em todo o mundo. ■

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

GLOW (inglês, BRILHO – Giving Light to Our World [Levando Luz ao Nosso Mundo]) – é um projeto evangelístico que surgiu na Califórnia, Estados Unidos, no território da Divisão Norte-Americana, e agora se estendeu a outras Divi-sões do mundo. Tem o objetivo de motivar os membros a levar sempre consigo literatura – panfletos chamados GLOW – para ser distribuídos gratuitamente. Atualmente, os panfletos estão sendo impressos em 45 idiomas.

A seguir, estão duas pequenas histórias que retratam vidas alcançadas pelo GLOW em Fiji:

GLOW: Levando Luz ao Nosso Mundo

pRIMeIRA HISTóRIA: Nelson Ernst, diretor do GLOW e Kamil Metz, coordenador internacio-nal, estiveram recentemente em Fiji, na União Transpacífico, para pre-parar folhetos do GLOW no idioma local. Enquanto estavam lá, Nelson, durante uma viagem, entregou um folheto do GLOW para um funcio-nário da companhia de ônibus. O motorista percebeu e pediu um tam-bém. Nelson deu o folheto a ele, mas o motorista pediu-lhe mais alguns. Outro homem que estava assentado por perto também pediu vários folhe-tos. Assim, antes de o ônibus chegar

ao seu destino, o estoque de folhetos que Nelson havia levado para distribuir o dia inteiro, quase havia acabado!

SeguNDA HISTóRIA: No mês de março, em uma única tarde de sábado, nossos jovens distribuíram dez mil folhetos, “Por que Eu Vou à Igreja no Sábado”, em suas comunidades. “Muitas pessoas serão despertadas por meio dessa iniciativa evangelística. O povo de Fiji está pronto para receber o evangelho”, diz Nelson.

As histórias são relatadas por Nelson Ernst, diretor do GLOW na Associação Central da Califórnia. Para saber mais sobre esse projeto, acesse sdaglow.org. Para assistir aos vídeos de testemunhos, acesse vimeo.com/user13970741.

LENDO O FOLHETO: Mulher em Fiji lê um folheto do GLOW queacabara de receber.

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Ted N.C. Wilson é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Histórias do

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S A Ú D E N O M U N D O

Peter N. Landless e Allan R. Handysides

Quais são os tratamentos indicados para o câncer de mama?

O tratamento de câncer, especialmente o de mama, é mais efetivo quando este

é totalmente removido por meio de cirurgia. Isso significa que quanto menores e restritas forem as lesões, de modo a ser completamente excisadas (retiradas), maiores serão as chances de cura. Seja por uma biópsia cirúrgica (lumpectomia), ou para os tumores mais extensos, uma mastectomia simples ou mesmo a cirurgia de remoção mais radical – essa remoção é um dos pilares do tratamento. A radioterapia no restante do tecido mamário, parede torácica e parte da axila, geralmente é recomendada, uma vez que, estudos realizados nos últimos 60 anos, têm demonstrado melhoras estatisticamente importantes no prognóstico.

Uma vez que o tumor é removido, ele é submetido a intenso escrutínio. É possível identificar diferentes receptores e antígenos (antígenos são substâncias que provocam uma resposta imunológica) na célula do câncer. Esses marcadores definem ainda mais o caráter do câncer e identificam que tipo de célula cancerosa responde melhor a cada tratamento. O linfonodo da axila, chamado linfonodo sentinela, geralmente é removido e examinado, uma vez que a sobrevivência, de alguma forma, está relacionada à presença do câncer nos linfonodos.

Por exemplo, pacientes sem gânglios

estudando o assunto. Nos últimos 75 anos, oncologistas têm catalogado dados sistematicamente. Portanto, há dados catalogados por milhões de pessoas sobre as causas, tratamentos, resultados e probabilidades de prognós-tico. Os arquivos nacionais e regionais coletam dados para que as terapias recomendadas promovam resultados precisos. É em face desses dados de pes-quisas que, muitas vezes, não se pode confiar na opinião pessoal.

Nossa posição é a de que façamos o melhor para seguir a orientação obtida após décadas de estudo sobre o câncer. Pode ser que aqueles que adotam e defendem um estilo de vida saudável, não apreciem a medicina moderna, mas a abordagem do tratamento não precisa necessariamente ser “tudo ou nada”. Remédios naturais podem desempenhar um papel muito im-portante – não especificamente como terapia “alternativa”, mas como terapia “complementar”. ■

axilares afetados têm uma taxa de 70% de sobrevivência e inferior a 20% de recorrência, ao passo que a grande quantidade de linfonodos positivos tem relação com o aumento das taxas de recorrência.

Em geral, as células hormonais receptoras positivas são menos agressivas do que as células receptoras negativas. O receptor do fator de crescimento epidérmico humano (HER do tipo 2) tem sido associado com tumores mais agressivos, mas o desenvolvimento de um agente biológico, Trastuzumab (Herceptin), revolucionou o tratamento deste tipo de câncer de mama.

Hoje, uma mulher diagnosticada com esse tipo de câncer, se for submetida aos métodos resumidamente descritos aqui, tem excelentes chances de cura. Entretanto, essas chances poderão ser ainda maiores se adotar um estilo de vida saudável. Um espírito calmo e confiante, associado a uma dieta vegetariana balanceada e com baixo teor de gordura animal; a abstinência do cigarro, álcool e outras substâncias nocivas, acompanhada de exercícios regulares; parece ser o complemento ideal aos tratamentos modernos e cientificamente comprovados.

Todavia, queremos deixar bem claro que uma coluna como esta não pode pretender cobrir totalmente o assunto. Somos limitados pelo espaço, pela diversidade de nossos leitores e pelo âmbito de nossa experiência. Nessa questão do câncer, por exemplo, temos especialistas que durante anos estão

Câncer de Mama–Tratamento

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral.

Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado, é ex-diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral.

Julho 2014 | Adventist World 11

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D E V O C I O N A L

Pesadas gotas de suor brotavam da testa e se espalhavam sobre revestimento do chão da

academia. Eu lutava para completar meu último ciclo de exercícios daquela noite. Mais 50 flexões e estaria liberado para voltar para casa.

Pelo fato de ser relativamente novo na prática de exercícios e por ter desen-volvido o “fantástico talento” de ficar sentado à escrivaninha, eu era o último dos 7 alunos a terminar os exercícios naquela noite. A ética esportiva nestes locais ensina que devemos respeitar nossos colegas, assim os companheiros são corteses uns com os outros e não saem da sala até que todos tenham terminado – ou que acabe o tempo da aula, o que acontecer primeiro. Infeliz-mente, esse ciclo não era cronometrado, portanto eu sabia que não iria para casa enquanto não terminasse as flexões.

Os outros alunos, todos mais novos, sentaram-se ao redor da sala, fazendo alongamentos e relaxando, aliviados por terminarem seus exercícios. Senti que alguns olhares estavam sobre mim, enquanto outros observavam o aluno mais lento e mais velho. Embora o corpo já tivesse manifestado sua cota de protestos, recentemente eu havia descoberto que tinha determinação e força de vontade para avançar, mesmo nos exercícios difíceis; pelo menos era o que eu pensava. Agora, com 2 ciclos de 50 flexões concluídos e outros exercícios exaustivos, segui com garra para as últimas etapa.

Esforcei-me para completar 15 flexões antes de desmoronar no chão, tentando economizar energia!

Respirei profundamente, reuni uma força imaginária e tentei, mais uma

vez, completar mais 8, então mais 5. Eu estava gastando cada caloria de minha energia para finalizar o último ciclo.

Tinha lutado para completar outras 6 flexões quando percebi um alguém do meu lado. Encharcado de suor e exausto, Nate, um dos meus colegas de academia, tinha se abaixado e se posicionado ao meu lado. Ele já havia completado seus ciclos, mas decidira ajudar um colega.

“Muito bem, Chandler”, ele mur-

murou com um sorriso maroto em seu rosto, “vamos completar isso”.

Aquele ato surpreendente de mise-ricórdia feito por alguém que eu nem conhecia direito, deu-me uma injeção de energia e determinação. Fui capaz de fazer mais 10 flexões antes de desabar novamente. Nate esperou por mim, ob-servando meu peito ofegante, torturado a cada respiração. Não querendo me atrasar devido a ter um colega ao meu lado, respirei profundamente mais uma

Chandler Riley

dosAjuda

Companheiros

F o r ç a a é r e a d o s e s t a d o s u n i d o s12 Adventist World | Julho 2014

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vez e abaixei e levantei até completar as 50 flexões.

“Obrigado, mano”, eu disse ofegante, deitado no colchonete sobre o qual desmoronara.

Ações ParalelasEmbora essa tenha sido minha pri-

meira aula de exercícios – e a primeira vez que um colega viesse me animar – conclui que já conhecia essa história.

Durante meu último ano de facul-dade, enquanto eu estava em casa, no recesso da primavera, meu pai faleceu inesperadamente. Nossa casa rapida-mente se encheu com os colegas e amigos da Associação Geral, bem como de nossos vizinhos e amigos da igreja. Em algumas horas, os parentes de vários lugares do país também chega-ram para nos apoiar.

Hoje, 16 anos depois, lembro-me daquele triste dia com admiração, por-que minha lembrança daquela perda é cheia de sentimentos de amor e solida-riedade por todos aqueles atos. Guardo na memória imagens de pessoas aqui da Associação Geral, algumas das quais ainda me encontro diariamente, que levaram alimento, nos visitaram, ou enviaram cartões que nos ajudaram naqueles dias difíceis.

Compreendi que nenhum de nós consegue suportar momentos difíceis como aquele, mas aprendi que o apoio das pessoas que realmente se preocu-pam conosco nos ajuda a superar situa-ções assim. Quão abençoados somos de servir em um ambiente onde podemos encontrar pessoas que se importam verdadeiramente com nosso bem-estar e nos elevam com suas orações e palavras.

No entanto, como cristãos, temos

mais do que apenas um sistema de apoio terreno.

Quando somos atingidos pelas tristezas da vida, ou achamos que chegamos ao fundo do poço, temos um Deus que não só prometeu “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (Js 1:5)*, mas que também demonstra isso com Suas ações.

Vemos Sua compaixão em tempos de sofrimento e tristeza, como no episódio de Lázaro, o amigo de Jesus que morreu em Betânia. Jesus sabia de tudo, tanto da doença quanto da morte de Lázaro, e já tinha feito planos para ressuscitá-lo. Mas enquanto observava o choro e a tristeza dos familiares, Jesus não suportou e, por empatia, também chorou de tristeza.

Vemos Sua tenacidade ao continuar Se relacionando com aqueles que (Ele sabia) iriam negá-Lo e traí-Lo. Sua coragem na maneira como lidava com os que eram afligidos por doenças con-tagiosas, deformidades ou problemas de saúde mais graves. Sua paciência ao graciosamente perdoar aqueles que continuamente cometiam os mesmos erros, mesmo quando sabiam o que era certo. Seu interesse pelos outros até mesmo quando, dependurado numa cruz, Ele era torturado psicológica, emocional, social e espiritualmente. Mesmo com a vida rapidamente esvaindo de Seu corpo e fragilizado pela dor – quando seus algozes O insultavam aos gritos – em Seus momentos anteriores à morte, nosso Senhor estendeu a mão para ajudar o criminoso que pendia na cruz ao Seu lado. Daquela cruz, com todo seu horror e vergonha, Jesus pediu a João que cuidasse de Sua mãe, Maria.

Está você sofrendo pela morte de um ente querido? Jesus escolheu passar pela perda de Sua própria vida. Você já foi traído? Ele também trilhou essa es-trada. Estão tratando você injustamente? Ele poderia ter enchido um livro rela-tando todas as injustiças feitas contra Ele. A dor tem afligido seu corpo? “Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades” (Is 53:5).

Sempre que enfrento um desafio, vejo que Jesus também passou, em Sua particularidade, pelo mesmo problema e que Ele assim o fez porque teve e tem compaixão por mim. Ele Se humilhou, Se rebaixou e gotas de sangue brotaram de Seu corpo. Ele sofreu ao meu lado e, certamente, por mim.

Seja qual for a provação que eu enfrente, não apenas compreendo que Ele já sofreu dessa dor, mas também que eu tenho a promessa de que Ele está disposto a passar por tudo outra vez – desta vez ao meu lado, apoiando.

Somos abençoados por amar um Deus que Se mantém ao nosso lado nas lutas que enfrentamos e que também nos usa para estar ao lado dos que sofrem a dor e a perda de alguém. Porque Ele tomou primeiramente sobre Si os nossos fardos, podemos ser abençoados quando ajudamos aqueles que levam os seus. ■

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

É o apoio das pessoas que realmente se preocupam conosco que nos ajuda a sobreviver.

Chandler Riley trabalha no departamento de Recursos Humanos da Associação Geral, em

Silver Springs, Maryland (EUA).

Julho 2014 | Adventist World 13

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C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Você tem alguma cicatriz? Talvez de um acidente, cirurgia ou quem sabe por carregar um bebê por nove meses? As cicatrizes contam histórias – sobre dor,

coragem, esperança, amor. Elas mostram nossa fragilidade. As que são resultantes de cirurgias bem-sucedidas nos dão esperança e coragem.

As Escrituras mencionam uma cirurgia imprescindível: “Retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Então agirão segundo os Meus decretos e serão cuida-dosos em obedecer às Minhas leis. Eles serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus” (Ez 11:19, 20).1

balha no coração orgulhoso e de pedra tornando-o receptivo ao amor incondicional de Deus. Cristo experimentou a total separação do Pai, algo que nunca precisarei experimentar se aceitar Seu sacrifício expiatório. Ele é a cura para o problema do orgulho (Rm 2:4). Esse é um pré-requisito para receber um novo coração que, em troca, permite o crescimento da relação de amor com Deus. “Ter um coração novo é possuir novo espírito, novos propósitos, motivos novos. Qual é o sinal de um coração novo? – A vida transformada. Há um morrer dia a dia, hora a hora, para o egoísmo e o orgulho”, escreve Ellen White.2 Esse é um presente do meu Criador e Cirurgião.

(In)Vulnerável?O mito do cristão indestrutível

Angelika Kaiser N Ú M E R O 1 0

CirurgiaDeus dirigiu essas palavras ao antigo Israel, cuja expe-

riência pode ecoar em nossa vida hoje. Todo crente pode experimentar a libertação da escravidão e a entrada na Terra Prometida. Embora a cirurgia divina prometida fosse algo necessário aos israelitas, podemos perguntar por que hoje ela ainda é necessária para cada de um de nós. O texto menciona pelo menos duas razões: para caminhar em Seus “estatutos” e guardar Suas “leis” (v. 20).

Aceitar a Salvação Quando a Bíblia fala sobre “estatutos”, geralmente se refere

à Páscoa, ao fogo contínuo no santuário, ao Dia da Expiação, à festa dos tabernáculos, etc. Assim, os “estatutos do Senhor” estão estritamente ligados ao sistema do santuário. Como o santuário revela o plano de salvação, esses “estatutos” estão relacionados à maneira como Deus lida com o problema do pecado. Porém, para sermos capazes de andar em Seus “estatutos” necessitamos de um novo coração – e, um novo coração requer uma cirurgia.

Enquanto meu coração for controlado pelo orgulho e egoísmo, estarei tentando salvar a mim mesmo e rejeitando o dom da salvação de Cristo. No entanto, o Espírito Santo tra-

Vivendo a Salvação Um “coração de carne” também é essencial para guardar

as “leis” de Deus; e Suas leis nos ajudam a viver uns com os outros (veja Ex 21). Deus quer que eu obedeça às Suas leis tanto para meu benefício, como para abençoar os outros. Ao sermos chamados para amar a Deus de todo o coração e entendimento e ao nosso próximo como a nós mesmos (Mt 22:34-40), somos desafiados a imitar o amor divino que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13:7). A maioria das pessoas gosta de receber tal amor, e isso também é verdade para o doador. Quando transmitimos esse amor divino a outros, recebemos esperança, gratidão e felicidade. Na verdade, somente esse amor torna possível a vida futura.

No entanto, quando consideramos, por exemplo, a reali-dade do abuso ao nosso redor (emocional, espiritual, físico, sexual, etc.), como incentivar alguém a amar incondicional-mente? Intuitivamente, sabemos que o amor incondicional é uma necessidade; no entanto, em tais situações, resistimos em transmiti-lo. Sim, mesmo após passarmos pela “cirurgia do novo coração”, ainda somos confrontados com situações e questões difíceis. Será que Deus pede que eu me submeta

14 Adventist World | Julho 2014

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a pessoas abusivas e apoie um comportamento maléfico? Estabelecer limites pode ser uma expressão de amor? Como posso expressar amor incondicional por pais espiritualmente opressores, ou a um companheiro que manipula as emoções, ou ainda a um parente sexualmente abusivo? Suportar relacionamentos anormais é prejudicial a todos os envolvidos. Ore por sabedoria, coragem, por pessoas de confiança, e procure ajuda.

Mesmo não estando envolvidos em relações abusivas, constantemente enfrentamos desafios. Assim, amar incondi-cionalmente pode ser difícil porque não queremos correr o risco de ser feridos. Não queremos cicatrizes em nosso cora-ção. “Elaboramos estratégias para nos manter calorosamente envolvidos uns com os outros a uma distância segura.”3 Às vezes, tenho a tendência de achar que Deus quer nos dar indestrutibilidade emocional. Mas o próprio Senhor da Bíblia permitiu que Seu coração fosse quebrado e Ele também deseja me dar um coração compassivo. Achegamo-nos mais perto de Deus “não por tentar evitar o sofrimento inerente a todos os amores, mas aceitando-os e oferecendo-os a Ele;

jogando fora toda a armadura defensiva”.4 A vida pode nos ofe-recer “uma mudança de caráter que nos

permite experimentar o suficiente de Deus agora, para aguçar nosso apetite para o banquete depois. A mudança interna do tipo que nos permite provar de Deus é possível, mas requer cirurgia”, escreve o psicólogo cristão Larry Crabb.5 Amar

como Deus nos ama nos conduzirá para mais perto dEle, tanto pela alegria da experiência como pela dor.

Pedra ou Carne? “Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração

certamente será tocado e possivelmente quebrado. Se você quer ter a certeza de mantê-lo intacto, não deve dar seu coração a ninguém […] Tranque-o bem seguro no caixão do seu egoísmo. Mas lembre-se: nesse caixão – seguro, escuro, imóvel, sem ar – ele irá mudar. Todavia, não será quebrado, mas se tornará inquebrável, impenetrável, irredimível. Porque amar é ser vulnerável.”6

Deus quer remover o coração de pedra e nos dar um coração de carne. Não tenha receio, porque mesmo sendo mais vulnerável e podendo ser facilmente machucado, os ferimentos podem cicatrizar. ■

1 Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. Usado com permissão.2 Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 72.3 Larry Crabb, Inside Out (Colorado Springs: Navpress, 1988), p. 55.4 C. S. Lewis, The Four Loves (New York: Harcourt, Brace & World, 1960), p. 170.5 Larry Crabb, Inside Out (Colorado Springs: Navpress, 1988), p. 19.6 C. S. Lewis, The Four Loves (New York: Harcourt, Brace & World, 1960), p. 169.

O mito do cristão indestrutível

SalvaçãoA Experiência da

Angelika Kaiser é doutoranda em linguística e reside em Berrien Springs, Michigan (EUA).

Em infinito amor e misericórdia, Deus fez com que Cristo, que não conheceu pecado, Se tornasse pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus. Guiados pelo Espírito Santo, sentimos nossa necessidade, reconhecemos nossa pecaminosidade, arrependemo-nos de nossas transgressões e temos fé em Jesus como Senhor e Cristo, como Substituto e Exemplo. Essa fé que aceita a salvação advém do divino poder da Palavra e é o dom da graça de Deus. Por meio de Cristo, somos justificados, adotados como filhos e filhas de Deus e libertados do domínio do pecado. Por meio do Espírito, nascemos de novo e somos santificados; o Espírito renova nossa mente, escreve a lei de Deus, a lei de amor, em nosso coração e recebemos o poder para levar uma vida santa. Permanecendo nEle, tornamo-nos participantes da natureza divina e temos a certeza da salvação agora e no juízo. (2Co 5:17-21; Jo 3:16; Gl 1:4; 4:4-7; Tt 3:3-7; Jo 16:8; Gl 3:13, 14; 1Pe 2:21, 22; Rm 10:17; Lc 17:5; Mc 9:23, 24; Ef 2:5-10; Rm 3:21-26; Cl 1:13, 14; Rm 8:14-17; Gl 3:26; Jo 3:3-8; 1Pe 1:23; Rm 12:2; Hb 8:7-12; Ez 36:25-27; 2Pe 1:3, 4; Rm 8:1-4; 5:6-10.)

Julho 2014 | Adventist World 15

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Amina coloca a vassoura no canto, fecha a porta do armário e dá uma olhada no relógio.

Bom, tenho bastante tempo, ela conclui. A casa está impecável, as roupas das crianças foram separadas e a louça da cozinha está brilhando. Amina também já fez as compras do supermercado. Ficou feliz porque as verduras e frutas estavam especialmente frescas e coloridas hoje. Ela até teve tempo de preparar o prato preferido da família.

Nesse instante, seu esposo abre a porta e seus olhos brilham.

Obi é grato porque Amina pode sair do trabalho um pouco mais cedo às sextas-feiras, e isso lhe permite preparar a casa para o sábado. As crianças aca-baram de tomar banho, e ele corre para tomar o seu, deixando a semana para trás. Poucos minutos depois, a família se reúne e canta seus hinos preferidos, escolhidos como tradição familiar para receber o sábado. À medida que o sol se

esconde no horizonte, tem início o dia de descanso.

Como adventistas, temos algumas doutrinas que nos distinguem e pelas quais somos conhecidos. Por exemplo, nossa crença na segunda vinda de Jesus – a raiz latina adventus significa “vinda”; outra, o batismo por imersão. Mas somos mais conhecidos por duas coisas: pela guarda do sábado como dia santo de descanso e pela mensagem adventista de saúde.

Vamos examinar cada uma delas.

O Sábado e a Saúde Emocional O sábado é um dia especial e

sagrado para os adventistas e, todas as semanas, esperamos ansiosamente por ele. Talvez não tenhamos consciência plena de quão importante ele é. Sim, reconhecemos seu valor em fortalecer nosso relacionamento com Deus e

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Leslie R. Martin

AsVantagens

do Estilo de Vida Adventista

16 Adventist World | Julho 2014

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fornecem informações interessantes sobre esse aspecto da religiosidade e sua importância para a saúde.

Nesse estudo,1 mais de cinco mil adventistas da América do Norte responderam perguntas sobre suas atividades aos sábados. Posteriormente, as respostas foram publicadas em um guia para a guarda do sábado. Os pon-tos mais enfatizados mostram menos atividades seculares no sábado, e os menos evidenciados indicam um padrão de atividades no sábado mais similar aos demais dias da semana.

A primeira constatação importante foi que, embora a guarda do sábado seja uma prática bastante comum entre o grupo pesquisado, aqueles que consideram o sábado como dia sagrado desfrutam de mais saúde mental do que aqueles que permitem intromissão de atividades seculares nesse dia.

Essa conexão se deu por várias razões. Primeira, a guarda do sábado foi associada a maior resistência religiosa – por exemplo, durante os períodos de provação a pessoa busca mais intensa-

mente a orientação divina. Também detectou uma maior percepção de

apoio religioso – ou seja, os que observam fielmente o sábado

são mais propensos a crer, por exemplo, que se ficarem doentes, terão maior atenção dos irmãos da igreja.

A guarda do sábado está associada ainda a uma dieta mais saudável e exercícios físicos regulares, embora esses fatores não sejam tão evidentes quanto os dois anteriores. Em suma, a evidência é clara: aqueles que honram e

observam as sagradas horas do sábado são mentalmente

mais saudáveis do que aqueles que tratam o sábado apenas

como um dia comum da semana.

preparar-nos para Seu reino. Sabemos que

devemos guardá-lo como santo, porque é um dos

mandamentos. Mas será que guardar o sábado traz

benefícios a nossa saúde e bem-estar? Será que Obi,

Amina e os filhos vivem “melhor” porque honram esse dia especial?

A literatura científica está repleta de estudos que comprovam

que a religião é importante para a saúde, mas pouco se sabe sobre quanto o fato de descansar no sábado é relevante – e se é, por quê. Descobertas recentes de um estudo biopsicossocial sobre religião e saúde, o qual faz parte do Estudo Adventista de Saúde-2,

Estudo Adventista de Saúde – 2

Você precisa de ajuda no planejamento de atividades para o sábado? A seguir estão algumas sugestões:

Reúna a família ou um grupo de amigos para realizar, uma vez ou outra durante o semestre, um culto ao “Nascer do Sol” no sábado. Pode ser simples – cânticos, a leitura de um ou dois textos bíblicos ou do Espírito de Profecia e oração em grupo.

Passeios em meio à natureza nas tardes de sábado oferecem uma maravilhosa oportuni-dade de estudar o “outro livro” de Deus – o mundo natural. Relaxe e desfrute. Não se prenda a compromissos. Você pode fazer listas identificando os animais e plantas que encontrar.

Uma vez por mês, dedique as atividades da tarde de sábado para beneficiar a outros – visitando irmãos da igreja que não podem ir aos cultos ou fazendo algo para ajudar as pessoas na região onde você reside.

Faça uma “lista do sábado” e revise-a na sexta-feira pela manhã. Ela deve conter coisas que são necessárias, na casa, a fim de que estejam prontas para receber o sábado. Essa lista pode ajudá-lo a não fazer as tarefas cotidianas no sábado.

Use a criatividade que Deus lhe deu. Nas tardes de sábado, pegue algumas folhas de papel e coisas para escrever ou desenhar, e abra sua mente. Quer medite em um texto ou faça uma ora-ção silenciosa, permita que o Espírito Santo fale à mente; e então crie o que está sentindo. Você pode desenhar algo bonito ou simplesmente rabiscar. Quem sabe se não escreverá um poema ou a letra de uma música? Quando terminar, mostre sua criação para outra pessoa. Ou, se preferir, guarde-a em algum lugar – você ainda vai sentir a alegria de ter criado algo.

Atividades para o SábadoSugestões

de

A R T I G O D E C A PA

Vantagensdo Estilo de Vida

Adventista

Julho 2014 | Adventist World 17

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A R T I G O D E C A PA

O Sábado e a Saúde Física A relação entre a guarda do sábado

e a saúde física não foi tão evidenciada como no caso da saúde mental, embora as associações já descritas (resistência, apoio religioso, dieta e exercício) tam-bém sejam importantes.

Isso pode parecer surpreendente à primeira vista, mas um olhar mais atento revela o porquê. Embora a guarda do sábado tenha sido associada ao apoio religioso, melhor alimentação e mais exercício – estes foram, então, associados a melhores resultados, como antes – a resistência religiosa apresen-tou um efeito estatístico “supressor”. Ou seja, a guarda do sábado foi associada a maior resistência religiosa, mas a resistência religiosa foi associada a uma pior saúde física.

Quer dizer que a resistência religiosa não faz bem à saúde? Não exatamente. A explicação mais razoá-vel é que pessoas com mais problemas de saúde confiam mais na resistência religiosa do que pessoas saudáveis. E é claro que essa é uma boa atitude, pois quando enfrentamos dificuldades temos grande necessidade da força e auxílio divino.

Quando Obi, Amina e os filhos, após se prepararem devidamente para o sábado, tomam sua refeição na sexta-feira a noite, seu coração está transbordando. Estão contentes, em paz e ansiosos pelo culto na igreja na ma-nhã seguinte. Apesar de cada um deles ter enfrentado dificuldades durante a semana, com a ajuda de Deus, sentem que poderão superá-las. Eles sabem que podem contar com a ajuda de seus irmãos da igreja, se necessário, e a ami-zade com esses amigos os incentivam a viver um estilo de vida mais saudável do que provavelmente teriam se estives-sem sozinhos.

O tempo sagrado vivido por essa família a cada sábado os ajuda a reforçar os bons hábitos e mecanismos

de resistência. De fato, o sábado não apenas os prepara para o mundo futuro, mas os ajuda a viver melhor no mundo atual.

A Dieta e a Saúde Emocional Volvamos nossa atenção agora

para a refeição que a família está tomando. Em outro projeto2 (também parte do Estudo Biopsi-cossocial sobre Religião e Saúde) mais de nove mil adventistas responderam a perguntas sobre o que comiam e como se sentiram, no ano anterior, em relação às emoções positivas, como “dinamismo” e “entusiasmo”, e emoções negativas, como “aflição” e “incômodo”. As pes-soas que comeram mais frutas, vegetais e castanhas sentiram

A seguir, algumas dicas interessantes e divertidas de adicionar mais vegetais em sua dieta:

Faça uma horta se você tiver espaço. Mesmo morando em um apartamento pequeno, você pode plantar algumas ervas na soleira da janela. Os sabores das

ervas frescas vão deixar seus pratos mais saborosos e há grande satisfação em comer algo que você mesmo plantou.

Se você já cultiva seu próprio alimento, pense em fazer uma parceria com seus amigos e vizinhos que também consomem vegetais. Tente plantar algo novo ou diferente deles e, depois, dividam.

Fatie uma fruta e deixe-a imersa em água por algumas horas. A água absorverá o sabor da fruta e será especialmente refrescante (e você ainda

pode comer a fruta depois).Acrescente um vegetal em qualquer receita que você aprecia; isso

adicionará nutrientes extras que quase sempre passam despercebidos. Se você come carne regularmente, tente separar um ou dois dias

da semana “sem carne”. Essa é uma maneira fácil de reduzir o consumo de carne e pode ser um incentivo para

testar novas receitas e novos alimentos.

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18 Adventist World | Julho 2014

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mais emoções positivas. Mas as pessoas que consumiram mais sobremesas/doces, refrigerantes e fast-foods (como batata frita e hambúrgueres) relataram ter sentido menos emoções positivas durante o ano anterior.

Esse estudo não pesquisou sobre o consumo de carne em relação à saúde física (embora outras descobertas do Estudo demonstrem que o baixo consumo de carne está relacionado a melhores resultados para a saúde). No entanto, o estudo mostrou que mulheres que consumiram mais carne relataram emoções significativamente mais negativas. Essa tendência foi mais fraca nos homens, e estatisticamente insignificante.

bíblico, e a mensagem de saúde estão conectadas. Elas interferem em nossos sentimentos, como ficou evidenciado pelos estudos. E devemos praticar isso, individualmente, para fazer melhora-mentos em nossa vida, nos conduzindo à plenitude.

Portanto, esse é nosso desafio – encontrar coisas (mesmo que pequenas) que possamos realizar para estreitar nossa comunhão com Deus durante as horas do sábado, e fazer mudanças em nosso regime alimentar a fim de pro-mover nosso bem-estar (físico, mental e espiritual).

O desafio é muito grande? Sim, certamente. Às vezes, não temos sabe-doria para fazer as melhores escolhas e mesmo quando sabemos o que é certo, pode não ser tão fácil colocar esse conhecimento em prática. Mas não estamos sozinhos nessa luta. Provérbios 16:3 diz: “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e seus planos serão bem- sucedidos” (NVI). ■

1 D. J. Superville, K. I. Pargament e J. W. Lee, “Sabbath Keeping and Its Relationships to Health and Well-being: A Mediational Analysis”, International Journal for the Psychology of Religion (2013).2 P. A. Ford, K. Jaceldo-Siegl, J. W. Lee, W. Youngberg e S. Tonstad, “Intake of Mediterranean Foods Associated With Positive Affect and Low Negative Affect”, Journal of Psychosomatic Research 74 (2013): p. 142-148.

Esses resultados condizem com o que cremos sobre a importân-cia da alimentação saudável, embora nossa mensagem de saúde se concentre mais no aspecto físico do que no mental. O jantar da família de Obi e Amina na sexta-feira, realmente, contém vários vegetais. Amina está muito satisfeita com a alta qualidade dos produtos que encontrou no mercado, mais do que o usual. Ela também escolheu frutas para sobremesa. Felizmente para essa famí-lia, só raramente os fast-foods aparecem no cardápio, em parte pela escolha consciente de evitá-los, e também por morarem em uma área onde não há muitas lojas desse tipo de alimento.

Padrões Emergentes

Ao analisarmos os resultados des-ses dois estudos, encontramos

padrões relevantes que são instrutivos e também

motivadores. A ob-servância sábado,

conforme o mandamento

i n s t i t u t o n a C i o n a l d o C â n C e r

Leslie R. Martin, Ph.D., é professora na Escola de Saúde Pública da Universidade de Loma

Linda, Califórnia, Estados Unidos.

Julho 2014 | Adventist World 19

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S E R V I Ç O

Em 1898, William Spicer deixou seu país e foi para a Índia. Durante três anos ele foi o único

pastor adventista ordenado na região, a qual mais tarde se tornaria a Divisão Sul-Asiática. Atualmente, um território com mais de 1 bilhão de pessoas.

Semelhante aos missionários modernos, Spicer teve que se adaptar a uma cultura totalmente diferente. Enfrentou problemas com o idioma, provou alimentos sui generis e desbra-vou ambientes desconhecidos. Apesar dos desafios, fez um grande trabalho e estabeleceu a Igreja na Índia.

Ele lançou o primeiro periódico adventista no país, publicado pela Oriental Watchman Publishing House. Hoje, nossa editora produz milhares

de livros e revistas. Os funcionários trabalham conscientes de que estão publicando materiais que contêm uma mensagem valiosa.

Jagdish Namey trabalha há muitos anos na Oriental Publishing House. Tempos atrás, ele perdeu alguns dedos em um acidente. Embora seja difícil trabalhar sem eles, Namey não permite que isso seja um impedimento. Ele sabe o impacto que esses livros causam aos leitores. Os funcionários são apaixona-dos pelo trabalho e por levar aos outros as boas-novas sobre Jesus.

Spicer continuou trabalhando como líder da Igreja na Índia. Tempos depois, tornou-se secretário da Associação Geral e, mais tarde, seu presidente. Deixou sua marca em toda a região do Sul da Ásia.

Ricky Oliveras

O evangelho até os confins

da Terra

m i s s ã o em

Educação de Qualidade A educação é um aspecto impor-

tante da presença adventista na Índia. Muitos de nossos alunos vêm de lares não cristãos. Quando ouvem as his-tórias da Bíblia pela primeira vez, eles querem saber mais. As histórias dos personagens bíblicos e a maneira como Deus agiu na vida deles têm motivado alunos de todas as idades.

A maioria das escolas adventistas na Índia opera em sua capacidade máxima devido à boa reputação. Mantêm um alto padrão de aprendizagem. Os pais estão satisfeitos por haver enviado seus filhos para essas escolas que oferecem educação desde o fundamental até a faculdade.

O Spicer Memorial College foi fundado há quase 100 anos. O nome foi

Acão

20 Adventist World | Julho 2014

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dado em homenagem a William Spicer. É uma instituição muito respeitada na Índia. Ao longo dos anos, esse colégio passou por uma série de transforma-ções, até chegar ao que é hoje.

O belo campus oferece um ambiente para aprendizado de qualidade. O elegante prédio da igreja e suas progra-mações proporcionam uma atmosfera espiritual enriquecedora. No Spicer College há alunos de várias partes do mundo. Muitos deles se tornam pastores, professores, diretores, etc. para servir em diversos países da Ásia.

Um Bilhão de Desafios A Divisão Sul-Asiática é formada

pelos seguintes países: Butão, Índia, Maldivas e Nepal. Mais de 90% da população é hindu ou muçulmana. É a região de crescimento mais rápido no mundo. As ruas das cidades são conges-tionadas com o tráfego e as multidões que às vezes são opressivas. Esses 4 países totalizam uma população de 1,2 bilhão de pessoas.

Dessas, aproximadamente 1,6 mi-lhão são adventistas. Isso significa que em cada 750 pessoas uma é adventista.

Essa região possui alguns lugares fascinantes. No princípio, na época em que a Inglaterra colonizou a Índia, ao se cruzar o oceano para chegar ao sul da Ásia, quase sempre se chegava por Bom-baim. A primeira estrutura que o visi-tante vislumbrava era o Portal da Índia. Uma estrutura de quase 26 metros de altura localizada na orla do Mar Arábico, um monumento à realeza britânica.

Muitos dos turistas que chegam à Índia visitam o Taj Mahal. Esse patri-mônio mundial atrai milhões de visi-tantes todos os anos. Quem consegue atravessar a multidão, pode andar no interior dos prédios e ouvir a história por detrás daquelas estruturas. “O Taj” é todo revestido com mármore branco e foi construído pelo imperador Mughal em homenagem à sua terceira esposa.

Embora haja coisas incríveis para serem vistas na Índia, esse ainda é um país difícil de ser evangelizado. Muitas pessoas nunca abriram uma Bíblia ou sequer ouviram o nome de Jesus.

Pessoa por Pessoa O método que a Igreja está utilizan-

do para levar o evangelho às pessoas no sul da Ásia é o programa da Missão Global. Esse programa visa estabelecer novas congregações nos lugares mais distantes e difíceis. Os pioneiros da Missão Global estão plantando igrejas entre comunidades que nunca ouviram a respeito de Jesus.

Pothiram é um dos obreiros da Missão Global que trabalha na índia. Trabalhar para Deus não foi sempre o seu trabalho. Ele bebia muito e, além de fazer coisas terríveis, não cuidava da família.

Certo dia a vizinha viu Jeshoda, es-posa de Pothiram, chorando em frente de casa. A vizinha convidou-a para ir à sua casa e orou com ela. Todas as

UNIDOS NA MISSÃO: Pothiram e Jeshoda, pioneiros da MIssão Global, gostam de contar a história de Jesus para outros, porque tiveram a vida transformada por Ele.

semanas, Jeshoda visitava aquela família cristã para orar e estudar a Bíblia.

Jeshoda também ganhou uma Bíblia. Mas havia um problema: ela não sabia ler. A solução foi levar a Bíblia para casa e pedir ao esposo que lesse para ela. A princípio Pothiram resistiu, mas, com o tempo, concordou. Quanto mais ele lia, melhor se sentia. Seu cora-ção estava sendo transformado.

Jeshoda convidou o esposo para acompanhá-la no próximo estudo bíblico. Quanto mais ele estudava, mais se convencia de que devia mudar de vida. Ele deixou o álcool e fez da família sua prioridade. Embora ainda fosse tentado, Pothiram estava convencido de que o caminho de Deus é o caminho correto. Sua família toda foi batizada.

Pothiram queria fazer mais para servir a Deus, então, se tornou um pioneiro da Missão Global. Agora, Pothiram e Jeshoda pregam o evangelho. Eles não conseguem se imaginar fazen-do outra coisa na vida. Estão sempre alegres e são felizes no casamento.

Nós podemos ajudar os pioneiros da Missão Global com nossas orações e recursos. O povo da Divisão

Sul- Asiática está comprometido com a obra, espalhando o evangelho de várias maneiras. Eles enfrentam enor-mes desafios, mas isso não os desanima de realizar o trabalho para Deus.

Por favor, ore pelo trabalho no Sul da Ásia. Ore para que milhões de pesso-as sejam alcançadas com o evangelho. ■

Para saber mais sobre a Missão Global e os Pioneiros da Missão Global, visite: GlobalMission.org.

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Ricky Oliveras é produtor de vídeo da Missão Adventista (AG).

Julho 2014 | Adventist World 21

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D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Provavelmente, você nunca tenha lido uma correspondência pessoal de Ellen White. Embora trechos e até cartas inteiras possam ser

encontrados em alguns de seus livros, a maior parte dessas correspondências permanece desconhecida. A coleção completa está disponível para estudo somente nos centros do Patrimônio Literário de Ellen G. White (PLEW). Até agora, unicamente estudiosos e pesquisadores tiveram acesso a esse material.

Porém, isso tudo está prestes a mudar. Em uma primeira etapa, o PLEW estará publicando as

Cartas e Manuscritos de Ellen G. White Com Comentários, Volume 1 (1845-1859). Nesses “manuscritos”, estão incluídos basicamente todos os documentos que não são cartas pessoais, inclusive seu primeiro diário de 1859. Eles totalizam mais de 150 documentos.

Como bônus adicional, comentários foram agregados a essas cartas e manuscritos, fornecendo aos leitores, informa-ções riquíssimas sobre as pessoas e o contexto. Vários artigos, em geral, escritos por especialistas da área, introduzem o volume. Também já está em andamento um segundo volume, contendo cartas e manuscritos comentados, do período entre 1860 a 1863. Além desses, o PLEW disponibilizará, on-line, a coleção inteira das cartas e manuscritos de Ellen White entre os anos 1845 a 1915, com comentários parciais, em 2015, ano do centenário de sua morte.*

Passei vários anos preparando as notas e esboços biográ-ficos para o primeiro volume das Cartas e Manuscritos, e as

pessoas sempre me perguntam quais são minhas impressões pessoais sobre esses documentos. Aqui estão algumas caracte-rísticas que mais me impressionaram.

A Expressão dos Sentimentos Mais Íntimos Bem poucas pessoas que escrevem cartas pessoais ima-

ginam que, posteriormente, elas serão publicadas e lidas por milhares de “estranhos”. Por isso, as cartas pessoais muitas vezes tornam a leitura sincera, pois revelam os sentimentos mais íntimos do escritor. Exemplos frequentes podem ser encontrados nas cartas de Ellen White.

Em uma carta a Mary Loughborough, em 1858, Ellen White confidenciou: “Ao olhar para trás, para os últimos meses, percebi quão pouco imitei a vida devotada e de sacrifício de Jesus; quase fui levada ao desespero.”

Seu anseio por uma experiência mais profunda com Cristo é nitidamente evidenciada em uma carta a Reuben e Belinda Loveland, em 1850: “Eu amo Jesus [...] com toda minha alma, e meu ser clama diante do Deus vivo.”

Roland Karlman

Cartas pessoais de Ellen White serão publicadas.

F o t o : C o r t e s i a d o p a t r i M ô n i o l i t e r á r i o d e e l l e n g . w h i t e22 Adventist World | Julho 2014

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A pungente preocupação de Ellen White pelo bem-estar espiritual dos membros da igreja é transmitida em uma carta a Leonard e Elvira Hastings, em 1849: “Oh, como minha alma se envolve com o rebanho de Deus [...] muitas vezes acordo chorando para que o povo de Deus se prepare e esteja pronto a fim de que o manto do Deus Altíssimo seja colocado sobre ele.”

IntegridadeUma característica nitidamente observada nessas cartas

é que Ellen White se recusava a lisonjear os líderes e pessoas “importantes”. Por exemplo, isso é visto claramente nas cartas chamadas de “testemunhos”, onde ela revelava ao destinatário aquilo que Deus lhe havia mostrado em visão, e sua condição espiritual. Esses testemunhos são inva-riavelmente francos, e a princípio podem chocar o leitor moderno, desacostumado a uma repreensão espiritual tão forte. Independentemente do status da pessoa que recebe o testemunho, Ellen White destemidamente reprovava várias deficiências que afligiam os primeiros adventistas e manchavam seu testemunho diante da sociedade.

Os assuntos abordados por ela incluíam: materialismo, orgulho, severidade e vários outros pecados da carne. Para todos, tanto pastores como membros leigos, há um claro chamado ao arrependimento e reforma por meio da graça de Deus. “Eu amo vocês”, ela explica aos membros da igreja em Jackson, Michigan, “Amo todos vocês, mas devo limpar minhas vestes do sangue das almas. Devo provar no julgamento que disse a vocês o que Deus me mostrou, pois [...] se eu guardar a verdade, qual será minha desculpa?”

O Desenvolvimento dos Ensinos Adventistas – Algumas Surpresas

Embora seja verdade que as doutrinas que definem a Igreja Adventista, como a doutrina do sábado e do santuário, foram adotadas depois de intenso estudo da Bíblia e poste-riormente expressas nas visões de Ellen White, as primeiras cartas revelam alguns casos em que suas visões também acrescentaram fundamentação bíblica e teológica.

Um exemplo interessante disso são as visões recebidas entre 1844 e 1845, nas quais ela afirma claramente que os santos passarão o milênio no Céu, não na Terra, como ensinavam os mileritas. No entanto, José Bates e o próprio Tiago White mantiveram ainda a crença milerita por um ano ou dois após as visões de Ellen White, até serem convencidos biblicamente.

Curiosidades do Início da IgrejaQualquer pessoa, com interesse na história da Igreja

Adventista, encontrará nessa coleção uma verdadeira mina de ouro de “comentários pessoais” de Ellen White sobre assuntos teológicos que conduziram a Igreja durante seus primeiros

anos de existência, incluindo as tensões e debates sobre a autenticidade do seu dom profético. Nesses documentos, os leitores vão se deparar também com centenas de pessoas com as quais a Sra. White interagia – pastores, líderes, membros, familiares, amigos e oponentes. Ao longo do livro, os comen-tários identificam pessoas, fornecem esboços biográficos e informações sobre o contexto.

Os Testemunhos Nas cartas e manuscritos podem ser encontrados aproxi-

madamente 90 relatos de visões entre os anos de 1845 e 1859. A maior parte dessas visões são testemunhos para pessoas,

revelando suas falhas íntimas e indicando o caminho para a restauração. Estudar esses testemunhos foi para mim o grande destaque dessa coleção de documentos. Muitas vezes, percebo minhas próprias fraquezas e lutas espirituais refletidas naqueles a quem esses testemunhos foram escritos, há mais de 160 anos.

A publicação das Cartas e Manuscritos de Ellen G. White revelará um tesouro não percebido nas fontes primárias dos anos de definição do movimento adventista. Esse é apenas o início de uma agenda de publicações previstas pelo Patrimônio Literário de Ellen G. White para 2015, ano do centenário de sua morte. Será um importante período para todos os que têm interesse na história adventista e no papel desempenhado por Ellen White. ■

* “The Ellen G. White Estate Announces Plans for 2015 Centennial Commemoration of Ellen White’s Life and Ministry”, www.whiteestate.org/estate/2015plans.asp.

Muitas vezes, percebo minhas próprias fraquezas e lutas espirituais refletidas naqueles a quem esses testemunhos foram escritos, há mais de 160 anos.

Roland Karlman, hoje aposentado, trabalhou durante muito tempo no Patrimônio Literário de Ellen White.

Julho 2014 | Adventist World 23

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Líderes mundiais do Ministério de Saúde da IASD se reuniram na histórica cidade de Genebra, na

Suiça, durante os dias 7 a 12 de julho, para a Segunda Conferência Mundial sobre Estilo de Vida e Saúde. A Suíça é conhecida por seus relógios elegantes, cucos, Alpes, lagos e prados. Ela também abriga a sede da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por que a Igreja escolheu esse local para realizar a conferência?

Foi no clima frio do inverno europeu, em dezembro de 2007, que o Dr. Allan Handysides, então diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral e eu, recebemos o convite da Diretora Geral da OMS, Dra. Margaret Chan, para uma reunião. Fomos à sede da OMS em Genebra para uma reunião especial das organizações religiosas (ORs) de todo o mundo. Entendemos que essa poderia ser a oportunidade de ouro para falar sobre o ministério de saúde da IASD. Grande parte das reuni-ões foi dedicada a promover as relações de trabalho entre as ORs e a OMS. O desafio era facilitar a realização dos Ob-jetivos de Desenvolvimento do Milênio. Esses objetivos são identificados a fim de proporcionar melhorias na saúde da população mundial. No entanto, até aquele ponto, os esforços foram deixando para trás os objetivos visados. Uma das ideias que motivou a reunião foi a de levar informações de saúde a milhões de pessoas que frequentam cul-tos religiosos. As 17 ORs representadas

por aproximadamente 23 pessoas se reuniram por três dias, e houve intensas discussões.

Nas primeiras reuniões, nos sen-tamos próximos a um cavalheiro que, ao ouvir que trabalhávamos em Silver Spring, Maryland (EUA), declarou animado, que morávamos no seu “quin-tal”! Rapidamente nos apresentamos ao Sr. James Hill, responsável pelas par-cerias da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Trocamos cartões de visita, prometendo um encontro assim que retornássemos aos Estados Unidos.

Esse contato resultou em diversas reuniões interessantes e informativas entre a OPAS e o Ministério de Saúde e a ADRA da Associação Geral. Foi es-tabelecida uma maravilhosa relação de trabalho que lançou e apoiou iniciativas de saúde entre alguns países mais neces-sitados das Américas do Sul e Central.

Um dos desafios feito às ORs foi o de organizar conferências educacionais de saúde em suas comunidades religio-sas e para o público em geral. Os assun-tos estariam relacionados à importância do estilo de vida, prevenção de doenças, e às intervenções da saúde pública no alimento, na água potável, na segurança, na imunização, na alimentação saudável e no tratamento da tuberculose. O

Ministério da Saúde da Associação Geral aceitou o desafio e, em 2009, organizou a primeira conferência global sobre estilo de vida e saúde.

A conferência sobre “Estilo de Vida e Prevenção Primária” foi bem-sucedida e contou com a participação de re-presentantes de mais de 90 países. Os palestrantes vieram de universidades, organizações de saúde, organizações de assistência e desenvolvimento e dos grupos de base religiosa e organizações não governamentais (ONGs). Na noite de abertura, foi concedido aos organizadores o privilégio de utilizar a sala de reuniões da OMS, em Genebra, recentemente reformada. Porém, o público excedente teve de se reunir em outro hotel da cidade, uma vez que a capacidade do auditório da OMS era de apenas 350 lugares. As relações positivas desenvolvidas com a OMS e a OPAS, levou à assinatura de um documento entre a Igreja Adventista e a Organização Pan-Americana da Saúde, em 2011, que resultou no avanço das atividades em territórios carentes das três Américas.

O tema da Segunda Conferência Global em Genebra é atual e impor-tante. Está relacionado à pandemia de doenças não transmissíveis (DNTs),

GenebraConferência Mundial sobre Estilo de Vida e Saúde

F o t o : e r i C h i l l

Peter N. Landless

24 Adventist World | Julho 2014

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A R T I G O E S P E C I A L

que tem explodido no mundo todo: “Doenças Não Transmissíveis – Estilo de Vida Preventivo, Acessível a Todos, por Toda a Vida”. Quais são especifica-mente essas doenças? Incluem as princi-pais doenças cardíacas, derrame (AVC), câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas. Elas afetam todas as pessoas e comunidades. Os principais fatores de risco são bem conhecidos e similares em todos os lugares:■ Uso do tabaco (cigarro e outros)■ Alimentos ricos em gorduras satura-das e trans ■ Consumo excessivo de sal ■ Álcool■ Consumo excessivo de açúcar – especialmente em bebidas adoçadas Sedentarismo■ Obesidade

Atenção especial ao estilo de vida pode prevenir muitas dessas doenças. É importante ressaltar que, por mais de 150 anos, temos procurado promover um estilo de vida preventivo contra tais doenças!

O tabaco, fumado ou mascado, é utilizado por mais de 1 bilhão de pes-soas diariamente, criando a dependên-cia da nicotina. Pelo menos 5 milhões de pessoas morrem anualmente de-vido a doenças relacionadas ao fumo. Essas doenças podem ser prevenidas se o fumo for evitado. Embora o con-sumo do tabaco tenha decrescido em muitos países de alta renda, houve um crescimento alarmante nos países de média e baixa renda. Os adolescentes, sempre susceptíveis a novas tendên-cias, permanecem como alvo principal das indústrias tabagistas. A fim de reduzir o número de mortes, não só temos de reduzir a taxa de pessoas que

à atual pandemia de obesidade e ao diabetes tipo 2. Exercícios regulares promovem melhor saúde do coração, ajudam no controle do peso, previnem e melhoram o diabetes, diminuem o risco de desenvolver alguns cânceres (mama e cólon), melhoram a saúde mental e o bem-estar em geral. Especialistas de todo o mundo com-partilharam seus conhecimentos sobre esses importantes tópicos durante a conferência.

As doenças não transmissíveis (DTNs) são um problema global, e ações coordenadas e de liderança são necessárias em todos os níveis, tanto da igreja como da sociedade, para frear esse flagelo destrutivo. Muitas das DNTs são totalmente evitáveis. Os que correm risco podem ser rapidamente identificados. Esta é uma oportunidade de ouro para que cada congregação local seja relevante às necessidades da comunidade. Pastores, administradores, profissionais de saúde e membros podem ser treinados com estratégias simples e efetivas para ajudar a prevenir as DNTs. Os participantes escolheram entre 23 temas, muitas reuniões plená-rias, e mais de 100 palestrantes – uma oportunidade ímpar de promover a compreensão adventista sobre estilo de vida saudável.

Cada igreja pode se tornar um cen-tro de saúde comunitário, e cada mem-bro pode ser um promotor de saúde. Pense na diferença que podemos fazer no mundo se 18 milhões de adventistas aceitarem essa responsabilidade! Como resultado dessa conferência em Gene-bra, certamente encontraremos novas formas de cumprir a missão que Deus nos deu para “tornar plena e saudável” a vida de cada ser humano. ■

Referência: www.thelancet.com, v. 377, 23 de abril, 2011.

começam a fumar, como precisamos abraçar e desenvolver melhores estratégias para ajudar os fumantes a abandonar o vício.

O novo programa Respire Livre-mente 2.0 foi lançado durante a con-ferência, oferecendo uma ferramenta revisada e atual para o crescente desafio em várias partes do mundo.

É estimado que o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, sal e açúcar, seja responsável por 40% de todas as mortes a cada ano – aproximadamente 14 milhões de pessoas. Estudos mostraram os efeitos negativos desses alimentos. O Estudo Adventista Sobre Saúde (veja páginas 16-19), porém, mostrou os benefícios da dieta vegetariana, pobre em gor-duras saturadas, com uma variedade

de grãos, vegetais, frutas e algumas castanhas (um pequeno punhado por dia). O principal pesquisador, Dr. Gary Fraser, apresentou as últimas descobertas do Estudo na conferência. Sua palestra destacou os benefícios práticos da mensagem adventista de saúde, dieta vegetariana, exercício, temperança e repouso.

O consumo do álcool é a terceira principal causa de morte no mundo. Contribui para causar vários tipos de câncer, e não há nenhuma quantidade de consumo que seja segura e não pro-voque esse perigo específico. Sessenta por cento das mortes relacionadas ao consumo de álcool são por DNTs. A abstinência ainda é a única conduta segura. As palestras sobre drogas e dependências apresentaram as mais recentes estratégias para promover a abstinência do álcool.

A atividade física está relacionada

Cada igreja pode se tornar um centro

de saúde comunitário, e cada membro

pode ser um promotor de saúde.

Dr. Peter N. Landless é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral, em Silver Spring, Maryland, EUA.

Julho 2014 | Adventist World 25

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R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Vamos examinar cuida-dosamente esse capítulo para compreender o problema enfrentado pela

igreja primitiva, em especial, o próprio decreto. O contexto

da passagem sempre é o guia mais seguro para a interpretação.

1. Compreendendo a situação: O problema é claramente expresso no início de Atos 15. Alguns

judeus diziam aos gentios convertidos que se eles não fossem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderiam ser salvos (verso 1). A circuncisão era o ritual de entrada para a religião judaica. Ela, por assim dizer, incorporava os gentios na história redentora do povo de Deus, recapitulada durante a festa da Páscoa (Ex 12:48, 49). Parece, então, que a afirmação “Se vocês não forem circunci-dados… não poderão ser salvos” não é estritamente legalista. Assume-se que a salvação vem unicamente por intermédio dos judeus (Rm 9:4, 5), e que, a fim de receber a salvação todos devem se tornar judeus. Em outras palavras, um gentio tem primeiro que se tornar judeu, para ser beneficiado pela salvação que Cristo trouxe a todos.

E ainda havia mais. Alguns judeus esperavam que os gentios fossem circuncidados e “obedecessem à lei de Moisés” (At 15:5). Pode ser que, segundo eles, se os gentios fossem circuncidados estariam guardando a lei de Moisés, mas talvez tivessem algo mais em mente. Pedro parece sugerir inclusive as leis de purificação. Falando dos gentios, ele diz que Deus “não fez distinção alguma entre nós e eles, visto que purificou o coração deles pela fé” (verso 9). Em outras palavras, Deus fez pelos judeus e gentios o que as leis rituais não podiam fazer; Ele purificou o coração deles (At 10:15; 11:9).

2. Compreendendo o Decreto: O decreto determina que a circuncisão não seria requerida dos conversos gentios; que eles não teriam que se tornar judeus para serem salvos. A declaração feita por Pedro foi aceita como verdadeira: “Cremos que somos salvos pela graça de nosso Senhor Jesus, assim como eles também” (At 15:11). A salvação alcança os dois grupos da mesma maneira: por meio de Jesus. O decreto é baseado em Levíticos 17 e 18 e determina que os

cristãos gentios devem fazer quatro coisas (At 15:29): Primeiro, se abster “de coisas oferecidas a ídolos” (Lv 17:3-9); segundo, “de imoralidade sexual” (Lv 18:1-30); terceiro, “de sangue” (Lv 17:10-14); e quarto, “de coisas estranguladas” (versos 15, 16).

Aqui, estamos lidando com três aspectos intimamente ligados à vida cristã: O primeiro é basicamente uma declaração contra a idolatria e uma reafirmação do primeiro mandamento do Decálogo. Ela sugere que os Dez Manda-mentos não foram deixados de lado. O segundo é sobre a pureza moral baseada no sétimo mandamento; mas inclui todos os tipos de imoralidade sexual. O terceiro aspecto tem que ver com as duas últimas declarações, as quais estão relacionadas com as leis de saúde de Levítico 11. Elas proíbem comer o sangue e consumir carne cujo sangue não tenha sido drenado. Essas decisões reafirmam a validade das leis de saúde encontradas na Bíblia ao assumir que as carnes mencionadas aqui, são de animais limpos. O decreto promove o bem-estar físico, moral e espiritual dos crentes gentios, facilitando o relacionamento deles com os judeus cristãos.

3. Compreendendo a Lei: Após considerarmos essas questões, podemos concluir que o decreto não apenas valida a lei moral de Deus, mas reafirma seu valor na vida dos crentes gentios. Isso não é novidade em Atos. Nesse livro encontra-mos que muitos deles frequentavam a sinagoga aos sábados e guardavam a lei, entretanto não haviam se tornado judeus formalmente. Eles eram chamados de “tementes a Deus” (veja At 17:4, 17). Quando se tornaram cristãos, já guardavam o sábado. Pode ser que Atos 15:21 esteja se referindo à prática de cristãos, judeus e gentios frequentarem a sinagoga aos sábados, onde eram instruídos sobre os aspectos morais e religiosos da lei de Deus. A circuncisão, como parte da lei ritual, não era imposta aos gentios. ■

Ángel Manuel Rodríguez foi diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral por muitos anos. Atualmente, aposentado, mora no Texas, EUA.

Por que os Dez Mandamentos não foram incluídos

na decisão do concílio de Jerusalém (Atos 15)?

SalvaçãoEssencial

26 Adventist World | Julho 2014

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E S T U D O B Í B L I C O

Suponhamos que um jovem israelita, com seus vinte e poucos anos, estivesse cortando lenha para o fogo e, de repente, por descuido, o machado escorregasse de sua

mão e atingisse seu amigo matando-o acidentalmente. O pai e os irmãos do jovem que fora morto certamente usariam do direito de vingar a morte de seu ente querido. No antigo Israel, o assassinato era um crime punível com a morte.

Mas Deus tomou uma providência especial para as mortes acidentais. Em todo o Israel, dos dois lados do rio Jordão, havia seis cidades de refúgio (Nm 35:9-17). Essas cidades distavam a uma jornada de aproximadamente meio-dia, par-tindo de qualquer lugar do país. As estradas que conduziam a elas eram bem conservadas e claramente identificadas com a palavra “refúgio”.

No estudo deste mês, descobriremos algumas verdades surpreendentes sobre essas cidades e a cidade celestial, a qual Deus já preparou como um refúgio eterno para os salvos.

1 Qual era o propósito das cidades de refúgio? Leia Josué 20:1-3.

2 Que tipo de ajuda o condenado encontrava nessas cidades? Josué 20:4. Imagine um homem correndo em direção a uma dessas cidades. Ele está sendo perseguido por seus vingadores. Ofe-gante e quase sem forças, ele corre para o portão e, soluçando, apresenta seu caso aos anciãos da cidade. O portão é aberto e ele é recebido em segurança como se tivesse nascido ali.

Ele é aceito como filho da terra. É abraçado como um filho que estava perdido há muito tempo. Essas cidades de refúgio nos falam sobre uma verdade bíblica ainda maior.

3 Leia Salmos 46:1; 62:8 e 71:7. Quem é nosso refúgio eterno segundo o salmista Davi?

4 Nas tensões, preocupações e ansiedades da vida hoje, onde podemos encontrar refúgio, segurança e esperança? Hebreus 6:17-20.

Quando nos sentimos perseguidos pela ansiedade, sufocados pelo medo, acusados pela culpa e consumidos pela preo-cupação, podemos, pela fé, fugir para o refúgio nos braços amoráveis do Salvador, no santuário celestial.

Hebreus menciona duas coisas “imutáveis”: A aliança eterna de Deus e Seu propósito eterno. Deus nunca quebrará Sua aliança ou alterará Seu propósito eterno. NEle estamos seguros.

5 Que convite divino encontramos em Hebreus 4:14-16?A palavra ousadamente, verso 16, também pode ser traduzida por confiadamente. Jesus nos convida a entrarmos confia-damente em Seu santuário, à cidade de refúgio para todas as nossas ansiedades. No santuário somos recebidos na seguran-ça de Sua intercessão.

6 Ao adentrarmos o santuário celeste, nossa cidade de refúgio, que promessa Jesus graciosa-mente nos faz? Hebreus 7:25.Jesus, nosso Salvador crucificado, é agora nosso Sumo Sacerdote, ministrando em nosso favor no santuário celeste. Ele é totalmente capaz de salvar todos os que forem a Ele com fé. Ele convida você a entrar ali também.

7 para onde todo o Céu nos convida a olhar continuamente a fim de que nosso coração, diariamente, seja preenchido com alegria e certeza? Hebreus 12:1, 2.Onde fixarmos nosso olhar fará toda a diferença para a vida cristã. Se permanecermos em nosso passado, amargaremos um senso de fracasso. Se nos preocuparmos muito com o futuro, a preocupação tirará nossa paz. Mas se olharmos para Jesus no santuário celestial, sentiremos a verdadeira paz. Pela fé descansaremos em Seu amor na cidade de refúgio celestial. Em Seus braços estaremos seguros agora e sempre. ■

Mark A. Finley

Mundo Inseguro

Segurançaem um

i l u s t r a d o p o r w . a . F o s t e r Julho 2014 | Adventist World 27

Page 28: Aw july 2014 portuguese

Muito obrigado e que Deus os abençoe.Jean-Claude KalimundaPor e-mail

Obrigado pela observação. Perdoe-nos por não identificar corretamente a Jacques Nkinzingabo na foto da página 24.

– Os Editores

Monteiro Visita a Sede da Associação GeralLouvo a Deus por ter visto o artigo sobre o Pastor Antônio Monteiro (AW- abril). A experiência de Monteiro aconteceu aqui no Togo, mas não tive a oportunidade de conhecê-lo. Sem exagero, esse evento colo-

EsperançaEscrevo a respeito do artigo “Do Deses-pero para a Esperança”, de Claude Richli (AW- abril). Nós nos lembramos dos horrores relatados em 1994. Que ins-piração esse artigo! É maravilhoso ver como Deus proveu esperança e coragem para o renascimento da Igreja em Ruan-da, como está acontecendo hoje.

Natalie DoddCenterville, Ohio, Estados Unidos

Aprecio ver revistas Adventist World espalhadas em minha igreja. Elas estão disponíveis em diversos lugares para que qualquer pessoa as possa ler. Dessa vez, para minha surpresa e alegria, o artigo de capa era sobre Ruanda. O título “Do Desespero para a Esperança” foi bem apropriado, pois posso atestar que o que aconteceu há 20 anos, foi terrível para mim também.

No entanto, o artigo de Claude Richli também trouxe lembranças agradáveis

Necessito das orações dos irmãos para que o “espírito do medo”, que me manteve cativo por tanto tempo, seja dissipado. Orem também para que eu consiga um emprego.

David, Quênia

Por favor, orem por um conhecido meu que está preso ao vício do cigarro e das bebidas alcóolicas. Orem também por minha situação financeira.

Ann, Emirados Árabes Unidos

Durante aproximadamente 50 anos, temos nos reunido em uma pequena

sala no prédio de nossa escola! Poucas pessoas conhecem nossa igreja, pois ela fica no segundo andar dessa escola. Precisamos urgentemente construir uma igreja na Jordânia. Abri mão de tudo para trabalhar nesse projeto. Contamos com suas orações e ajuda.

Joob, Jordânia

do meu tempo de estudante missionária em Kigali. Em dezembro de 1993, passei o Natal em Mugonero e frequentei a igreja da Universidade Adventista da África Central, em Mudende. Vou me lembrar para sempre das famílias Clark, VanLanen, Houmanns e de Jacquline Stonas.

Muito obrigada por compartilhar como Deus tem guiado meus irmãos e irmãs em Ruanda, e como Seu poder transformou o mal em bem.

Dana (Bassett) BeanBermuda

Quando estava lendo o artigo sobre Ruanda, concluí que houve um erro na página 24, na identificação de uma pessoa na segunda foto (acima, à direita). A pes-soa na fotografia não é o Pr. Josué Rusine, presidente da Missão Ruanda Ocidental.

O nome da pessoa na fotografia é Jacques Nkinzingabo, que na época era o diretor do Departamento de Educação da União Missão de Ruanda, quando eu ainda morava no país. Não sei qual é sua função atualmente.

Na verdade, o pastor Josué Rusine não aparece em nenhuma das fotos. Conheço essas duas pessoas, mas Rusine em particular, é meu amigo próximo.

Cartas

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Muito obrigada por compartilhar como Deus tem guiado meus irmãos e irmãs […] e como Seu poder transformou o mal em bem.

– Dana (Bassett) Bean, Bermuda

T R O C A D E I D E I A S

GRATIDÃOOraçãow

28 Adventist World | Julho 2014

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Como enviar as Cartas: Por favor envie para letters@ adventistworld.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque, também, seu nome, a cidade, o estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

Peço que orem para que eu consiga completar as matérias do meu último ano da faculdade. Preciso também me aproximar mais de Cristo.

Candy, Reino Unido

Estou procurando emprego. Minha mãe está doente e precisa de orações. Por favor,

incluam minha noiva em suas preces, e orem para que a paz prevaleça no Quênia.

Vincent, Quênia

Por favor, orem para que eu consiga recursos para comprar um computador e um projetor, os quais serão muito úteis em meu ministério.

Win, Mianmar

cou a Igreja “no mapa” em Togo e no mun-do inteiro. E não apenas a Igreja Adventista, mas Jesus Cristo. Que a graça de Deus esteja com o Pr. Monteiro e sua família.

Gagno YaoviKpalimé, Togo

Muito ObrigadoSaudações em nome de nosso Senhor e Amigo, Jesus Cristo! Muito obrigado pelo maravilhoso trabalho que vocês realizam por intermédio da Adventist World.

Gift DorcusUganda

Pedido de Revistas Obrigado por produzirem a Adventist World. Gostaria que me enviassem alguns exemplares dessa maravilhosa revista. Ela tem sido muito útil para mim.

Ogieva S.Nigéria

A Adventist World é produzida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela também pode ser adquirida por assinatura (www.cpb.com.br). Na internet, acesse: www.adventistworld.org. Nosso conselho aos leitores com questões similares é que entrem em contato com o Departamento de Comunicação da Associação ou União em sua região. Somos gratos porque a revista supre essa necessidade.

– Os Editores

Oração & gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para [email protected]. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

RESPOSTA: Buenos Aires, na Argentina, membros da Comunidade Adventista Judaica. Os cultos são frequentados por pessoas de ascendência judaica, cristã e outras.

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uma Jornada de Descobertas pela BíbliaDeus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros, em mais de 180 países, que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui:

1 DE AGOSTO DE 2014 • ezequiel 32

ReavivadosSua Palavrapor

Julho 2014 | Adventist World 29

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Vão?Para

onde Eles

Em 1º de julho de 1922, J. I. Robinson, missionário e educador, comunicou a inauguração da escola La Sierra Academy para o dia 3 de outubro daquele ano, a qual oferecia tão somente o curso fundamental completo. Mais tarde, ele descreveu a situ-ação: “Não tínhamos um prédio, nenhum livro em nossa biblioteca e sequer um

tubo de ensaio para nosso laboratório. Não tínhamos escrivaninha ou carteiras, nem professores [...] Mas tínhamos fé [...] E com fé, coragem, cooperação e esforço, avançamos, enfrentando cada dificuldade; con-fiantes na direção do Senhor e na certeza de que inauguraríamos nossa escola no dia 3 de outubro, conforme havíamos divulgado.”

A escola foi inaugurada! Eram 300 acres de um terreno conhecido como Rancho La Sierra, que originalmente havia sido parte de uma concessão de terras mexicanas.

Em 1927, a La Sierra Academy tornou-se o Southern California Junior College, cujo primeiro diretor e administrador-geral foi W. W. Ruble.

Hoje, a Universidade La Sierra é uma instituição educacional de ensino superior localizada em Riverside, Califórnia (EUA). Com aproximadamente 2.200 alunos, ela oferece cursos nas seguintes áreas: Artes, Ciências, Admi-nistração, Educação e a Escola de Estudos em Religião H.M.S. Richards.

A energia economizada pela reciclagem de uma garrafa de vidro pode alimentar um computador durante 30 minutos. A energia economizada pela

reciclagem de uma lata de alumínio é suficiente para manter uma televisão ligada por 120 minutos.Fonte: The Rotarian

As crianças têm costumes diferentes quando perdem os dentes de leite.

No Brasil e na Grécia, elas jogam os dentes no telhado. No Japão, os dentes inferiores vão para o telhado e os supe-riores são enterrados para “incentivar” os dentes novos a crescerem alinhados.

No México, Itália, Espanha, Turquia e Escandinávia, as crianças os colocam em baixo do travesseiro e encontram uma moeda ou um presentinho em seu lugar.

Na Mongólia, o dente é lambuzado com gordura animal e oferecido a um cachorro com o seguinte pedido: “Por favor, leve meu dente e dê a alguém melhor do que eu.”

Fonte: National Geographic

Que V

IAgeM!

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OutraVez

F o t o : s t e v e n d e p o l o

O corpo humano tem apro-ximadamente 96.561 km de vasos sanguíneos, quantidade suficiente para dar duas voltas e meia ao redor da Terra.

T R O C A D E I D E I A S

Use

anos

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Nome Local Altura

Meters

eVeReST Nepal/Tibete 8.850m

K2 Paquistão/China 8.611m

KANgCHeNJuNgA Nepal/Índia 8.586m

LHOTSe Nepal/Tibete 8.516m

MAKALu Nepal/Tibete 8.463m

CHO Oyu Nepal/Tibete 8.201m

DHAuLAgIRI I Nepal 8.167m

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

editorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

editor Administrativo e editor ChefeBill Knott

editor AssociadoClaude Richli

gerente Internacional de publicaçãoPyung Duk Chun

Comissão editorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, chair; Akeri Suzuki, Kenneth Osborn, Guimo Sung, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han

editores em Silver Spring, Maryland, euALael Caesar, Gerald A. Klingbeil (rédacteurs en chef adjoints), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran

editores em Seul, Coreia do SulPyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim

editor On-lineCarlos Medley

gerente de OperaçõesMerle Poirier

ColaboradorMark A. Finley

ConselheiroE. Edward Zinke

Administrador Financeiro Rachel J. Child

Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste

Comissão Administrativa Jairyong Lee, chair; Bill Knott, secretary; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Brett Meliti

ConsultoresTed N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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Website: www.adventistworld.org

Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

V. 10, Nº- 7

Os 7 picos montanhosos mais altos do mundo estão localizados na China, Índia, Nepal, Paquistão e Tibete

O que é rico em fibras, baixo em calorias e cheio de fitonutrientes? Se você respondeu maçã, acertou. Comer uma maçã por dia, durante 30 dias, pode baixar o colesterol LDL (mau colesterol) em 40%.

Que V

IAgeM!

Fonte: Infoplease.com

NoTopo Mundodo

Para aproveitar as maçãs ao máximo: Coma-as com a casca. Prefira as vermelhas às verdes.Dê preferencia às orgânicas. Mantenha-as refrigeradas.

Fonte: Men’s Health

UmaMaçã Diapor

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Uma Família Mundial! Adventist World.

Todos os meses a Adventist World chega a essas mãos habilidosas.O Dr. Jeffrey Kuhlman* se mantém em contato com a família adventista em todo o mundo graças à Adventist World. Você também pode ficar em sintonia com essa família. Se a Adventist World não estiver sendo distribuída regularmente em sua igreja, entre em contato com o Departamento de Comunicação ou com a CPB. Você também pode acessá-la on-line, na página www.adventistworld.org, em onze idiomas.

O doutor Jeffrey Kuhlman foi médico da Casa Branca e médico pessoal do presidente dos EUA e família por 16 anos, até julho de 2013. Atualmente ele é o líder de 2.300 médicos no Flórida Hospital, o segundo maior hospital dos Estados Unidos, em Orlando, Flórida.