Az! #26

84
JUNHO 2015 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA #26 # ENTRETENIMENTO / # NEGÓCIOS / # VARIEDADES / # BAURUEMNÚMEROS / # SOCIAL TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: VISTA-SE BEM COM CARLA COSTA · DEPRESSÃO É ASSUNTO SÉRIO · A TRADIÇÃO DAS FEIRAS · CONHEÇA A GLORIOSA ESPANHA · LITERATURA UIVANTE Informação de A a Z DOUTOR ESTILO Odil Gonçalves Júnior, o Juba, tem estrela quando o assunto é moda: destaque na área com criatividade e arrojo Uma Bauru sustentável é desafio que exige planejamento e ações CIDADE IDEAL Importante, revitalização da área central ainda é tímida NOVO CENTRO MUITA OPINIÃO Aqui você encontra os melhores colunistas com informação e polêmica

description

A Az! de junho está imperdível! O entrevistado do mês é Odil Zepper, o Juba, que tem história e sucesso no mundo da moda. Também trazemos a história da revitalização do centro de Bauru, que não sai do papel. Tem também colunistas, coluna social e muito conteúdo interessante. Quer conteúdo e resultado? Vem para a Az!

Transcript of Az! #26

Page 1: Az! #26

J U N H O 2 0 1 5DISTR IBU IÇÃO

GRATU ITA

#26

# E N T R E T E N I M E N T O / # N E G Ó C I O S / # VA R I E D A D E S / # B AU R U E M N Ú M E R O S / # S O C I A L

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: VISTA-SE BEM COM CARLA COSTA · DEPRESSÃO É ASSUNTO SÉRIO ·

A TRADIÇÃO DAS FEIRAS · CONHEÇA A GLORIOSA ESPANHA · LITERATURA UIVANTE

I n f o r m a ç ã o d e A a Z

DOUTOR ESTILO

Odil Gonçalves Júnior, o Juba, tem estrela quando o assunto

é moda: destaque na área com criatividade e arrojo

Uma Bauru sustentável é desafio que exige planejamento e ações

CIDADE IDEAL

Importante, revitalização da área central ainda é tímida

NOVO CENTRO

MUITA OPINIÃO Aqui você encontra os melhores

colunistas com informação e polêmica

Page 2: Az! #26
Page 3: Az! #26

Envie seu vídeo, texto, áudio para o e-mail:[email protected]

ou para nosso WhatsApp:

(14) 99141-5258

A está procurando

PESSOAS COM TALENTOS!

Se você gosta de escrever, cantar, desenhar, dançar ou fazer algo especial,

tem boas ideias e é comunicativo...

Chegou a sua hora de mostrar seu potencial e sair do anonimato!

facebook.com/

azbauruinstagram.com/

azbaurutwitter.com/

azbauruyoutube.com/

azbauru+55 14

991415258

Page 4: Az! #26

#EDITORIAL

Page 5: Az! #26

#EDITORIAL

F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U 7

Bauru cresceu. Isso é fácil de constatar. Muitos pré-dios novos, construções de alto luxo, muitas lojas,

dois shoppings... A cidade, que viveu período de estagnação, passou a ter um período muito importante de de-senvolvimento dos últimos dez anos para cá. Desde que Tuga Angerami colocou a casa em dia, passando por um primeiro mandato muito bom de Rodrigo Agostinho, Bauru só ganhou, só cresceu. Mas, esse crescimento foi sustentável? A cidade aproveitou o “boom”de obras para ter mais quali-dade de vida? Mais sustentabilidade?

Infelizmente, a resposta é não. Uma cidade sustentável é aquela que pri-vilegia o meio-ambiente, além das relações das pessoas com o local onde vivem. Ou seja: a natureza é preser-vada de uma maneira adequada, sem prejudicar o crescimento, além de haver preocupação com alguns pon-tos que ajudam na qualidade de vida da população, tais como qualidade no transporte público, locais próximos de casa para diversão e outros.

A Az! deste mês traz para o leitor uma matéria muito importante sobre sustentabilidade. São informações para fazermos com que Bauru tenha mais qualidade de vida para todos os seus moradores, além de preservar-mos o meio-ambiente.

Não adianta dizer que é difícil, que demanda tempo, que não é da noite para o dia que mudamos algumas atitudes, que conseguimos implan-tar melhorias para a população. Porém, um dia, essas modificações têm que ter um início. E esperamos que seja logo.

Também trazemos um assunto que incomoda muito os bauruenses, de norte a sul, de leste a oeste: a revita-lização do Centro da cidade. Sonhada por todos, ela está longe de acontecer e isso só nos prejudica.

A Az! ainda tem matérias especiais sobre a pista de skate, entrevista com Odil Zepper, o Juba, a tradição das feiras, das quermesses, muita ba-dalação na coluna social, as melhores opiniões com os colunistas...

É conteúdo de A a Z para você!

Boa leitura a todos!

Revista Az! | ano 05 / número 26

Diretor Geral: Rodrigo Chiquito

Jornalista responsável: Bruno Mestrinelli

Direção de Arte e Design: Leila Antonelli

Logística/Finanças: C&D Soluções

Equipe comercial: Amélia Silva

e Carlos Henrique Santos Silva

Conselho Editorial: Bruno Mestrinelli

e Rodrigo Chiquito

Fotografia: Cristiano Zanardi

e Amanda Rocha

Foto da capa: Cristiano Zanardi

Jornalistas: Fernanda Villas Bôas, Bruno

Mestrinelli , Amanda Rocha, Bruna

Novelli , Beatriz Albuquerque e

Castro, Sara Souza e Daiany Ferreira

AzTV por muvfilms.com.br

IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Grafilar

TIRAGEM: 10.000 exemplares

* As colunas assinadas não representam a opinião desta revista. Ela está expressa exclusivamente no editorial

Az! é uma publicação da Publici On&Off ComunicaçãoR. Bartolomeu de Gusmão, 10-72 - Jd. América Bauru/SP - F.: 14 3879 0348

azbauru.com.brfacebook.com/azbauru

twitter.com/azbauruinstagram.com/azbauru

youtube.com/azbauru

14 3879 [email protected]

CIDADE MELHOR

POR UMA

Page 6: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 54

#ÍNDICE

CIDADE IDEALVeja como tornar Bauru uma cidade sustentável. Dá trabalho, mas é pos-sível ter mais amor ao meio ambiente

O ESTILO QUE FICAEnquanto a moda vai embora, a originalidade para ficar bem na foto é duradoura, mostra Carla Costa

TURISMOA Espanha é um lugar lindo. Veja muitas qualidades deste país que atrai milhares de brasileiros por ano

SUSPIRO DE CULTURAEm época de fechamento da Ofici-na Cultural, Virada traz bons shows para Bauru e região

10

20

24

46 SOCIALBauru não para! A cidade segue rece-bendo eventos e inaugurações. Confira os destaques e veja quem brilhou!

VIDA NORMAL Dona Onira mostra que fazer hemo- diálise não é o fim do mundo. Apo-sentada esbanja alegria em entrevista

TRADIÇÃO!As famosas feiras já fazem parte da rotina. Az! traz histórias desses eventos tão saborosos e tradicionais

DOENÇA DO SÉCULOA depressão é um mal que tem que ser combatido. Tratamento e acom-panhamento são fundamentais

52

62

68

70

SEMPRE NA MODAOdil Júnior, o Juba, nasceu para ser fashion. Ele falou à Az! sobre sua vida, os sonhos, e sobre como começou a dar os primeiros passos para

se tornar um profissional de sucesso

30

S.O.S. CENTRORevitalização da parte central de Bauru patina e não sai do papel. Az! vai até a parte mais antiga de nossa cidade e mostra que ter uma nova região

é mais que fundamental

40

Page 7: Az! #26
Page 8: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 58

#ENTRETENIMENTO

CURIOSIDADES9 O MORRO DOS

VENTOS UIVANTES SOBRE

Texto Fernanda Villas BôasImagem Reprodução/Internet

Único livro da escritora inglesa Emily Brontë, a obra,

que conta uma história de amor imortal, virou filme, música, HQ e é referência

pop até hoje, quase 170 anos depois do lançamento

Não sei quantas vezes li O Morro dos Ventos Uivantes. Talvez sete desde a adolescência. Já assisti ao filme estrelado por Laurence Olivier e à versão com Ralph Fiennes. Já devorei uma

adaptação em quadrinhos. Também ouvi a música de Kate Bush centenas de vezes e cheguei a traduzir a letra a pedi-do de uma amiga. Já fui às nuvens com a voz sobrenatural de Andre Matos, do Angra, que regravou a canção de Kate Bush. O fato é que nunca consegui decifrar Heathcliff com-pletamente. Mas continuo tentando.

Acima da carga dramática e do viés transcendental do argumento, o que me impressiona no romance de Emily Brontë, publicado em 1847, é a intensidade dos sentimen-tos, sobretudo do casal principal: Catherine e Heathcliff. Emoções profundas me interessam, acho que me alimento delas. Não suporto a indiferença, a cor bege, sopa batida, desejos comedidos. Prefiro explosão de cores, dentes trinca-dos, sabores impossíveis.

Por isso, viajo ao Morro de tempos em tempos para abraçar Heathcliff e tentar sorver sua natureza selvagem. Essa força bruta me restaura, chacoalha o que é desconhecido em mim.

SOBE O MORROSe você não conhece o romance, prove um aperitivo: He-

athcliff é o irmão adotivo de Catherine. Apaixonados, eles não se desgrudam na infância, mas a diferença social é um obstáculo para o relacionamento. Heathcliff sofre com a crueldade do irmão de Catherine e com o preconceito racial, já que tem suposta origem cigana. Quando Catherine cede às pressões sociais e se afasta de Heathcliff, ele desaparece. Anos depois, volta para casa, tentando recuperar sua amada e jurando vingança.

O Morro dos Ventos Uivantes é uma história ambientada em outros tempos. Por isso, o racismo e a discriminação social são quase táteis no romance – já foi dito que a autora utilizou esse recurso como uma forma de protocolar uma denúncia.

É preciso se lembrar de que o livro, enquadrado no gênero romântico, retrata uma realidade do século 18, muito distante

dos dias atuais. Os trabalhadores das propriedades, por exem-plo, não têm vida própria. Eles enxergam o destino pela óti-ca de seus empregadores. A principal narradora, inclusive, é uma empregada doméstica. Mas nada se sabe a seu respeito – ela só atua como testemunha dos acontecimentos. Por isso, há quem diga que esse livro pode se tornar datado.

Mas é uma visão estreita. E por um bom motivo: se for possível se distanciar da teia social e mergulhar na imensidão psicológica dos personagens, Morro repre-senta uma viagem sem escala ao reduto mais sombrio

Page 9: Az! #26

9F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

1Quando lançou o livro, Emily Brontë tinha 29 anos. Ela morreu, vítima de tuberculose, antes de

saber que a obra, a única que escreveu, iria se tornar um dos mais importantes romances da lite-

ratura inglesa.

2Emily lançou o Morro com pseudônimo masculino. E o livro não foi bem recebido. Na Inglaterra de 1847,

supunha-se que um romance deveria fornecer um alicerce moral para os leitores. Mas alicerce moral é tudo o

que o Morro dos Ventos Uivantes não é.

3A autora tinha uma vida doméstica restrita e um endereço isolado em Yorkshire. Por isso, é surpreendente que

tenha construído um romance complexo, com paixões tão violentas. Quando escreve, ela parece uma deusa

velha, que sabe tudo sobre a alma humana.

4A rotina meio monástica de Emily só era quebrada por uma coisa: seu livre acesso à biblioteca do pai.

Ela teve contato com clássicos, soube se nutrir de boa literatura. Foi o gatilho para se tornar também

uma artista.

5Não é difícil cultivar obsessões em relação ao livro. Kate Bush, compositora e intérprete de Wuthering Heights

(título do livro em inglês), tem a sua: ela nasceu no mesmo dia em que Emily veio ao mundo – 30 de julho – e

nunca achou que isso fosse uma mera coincidência.

6Heathcliff é o personagem mais escorpiano de todos os tempos. Ele tem um passado nebuloso, é trucu-

lento, amargurado e brutal. Ao mesmo tempo, é sedutor, apaixonado, destemido e tremendamente sexy.

Uma coisa.

7Uma interpretação psicológica do Morro sustenta que Heathcliff é o id, Edgar Linton é o superego,

e Catherine é o ego (Edgar Linton é a terceira ponta do triângulo amoroso formado por Heathcliff

e Catherine).

8 Uma referência pop: O Morro dos Ventos Uivantes é o livro preferido de Isabella Swan, a Bella, protago-

nista da saga Crepúsculo, de Stephanie Meyer.

9Diz a lenda que, se você ler o romance numa noite chuvosa e perto de uma janela, poderá ouvir Cathe-

rine pedindo para Heathcliff deixá-la entrar. Ok, não existe essa lenda, eu acabei de inventar, mas não

custa tentar.

do coração humano. Heathcliff ama Catherine, certo? Sim, mas é capaz de lançar uma maldição sobre ela.Essa duplicidade de sentimentos e intenções é a força motriz do livro. Não é possível afirmar com precisão por qual tipo de

desejo os personagens estarão se orientando. No Morro, as emoções são velozes como os ventos. Elas se agitam, revolvem, avançam e recuam. Elas uivam.

Page 10: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 510

#ENTRETENIMENTO

A terra do flamenco, da siesta, das tapas e dos churros surpreende pela variedade cultural

Texto Sara Souza (supervisão Bruno Mestrinelli)

Fotos Reprodução Internete Divulgação

Celtas, romanos, árabes e tantos outros povos deixaram profundas marcas na cultura, gas-tronomia e costumes

dos ibéricos durante os mais de 20 séculos de história da Espanha. O país vem atraindo dezenas de milhões de viajantes por ano devido ao grande investimento no setor turístico, pelo amplo número e variedade de atrações históricas de todas as épocas e pelos costumes culturais riquíssimos.Com um profundo respeito pelas tradições regionais, a música e a dança flamen-cas são preservadas e recriadas por excelentes artistas; e a siesta (repouso no meio do dia, quando literalmente tudo para no país) e o bate-papo rega-do a churros e tapas (petiscos variados) fazem parte do dia-a-dia.

Moderna, vibrante e histórica, a nação espanhola lembra a brasileira na alegria e no modo extravagante de falar. Se a riqueza cultural impressio-na, os parques, a arquitetura e museus espanhóis não ficam atrás. Madri, exa-tamente no centro da Espanha, conta a história de uma cidade que se moder-niza e cresce. Sevilha, representando a região de Andaluzia mostra o acon-chego de uma cidade grande com clima calmo de interior.

MADRIDConhecida como o coração da Espa-

nha, Madri é a capital e maior cidade do país. Centro político, econômico e intelectual, pilar da fé católica, e extre-mamente rica culturalmente, a cidade

GLORIOSA ESPANHA

Dançarina durante apresentação do tradicional estilo espanhol

Page 11: Az! #26

11F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

abriga a Tríade de Ouro dos museus es-panhóis: Museu do Prado, Museu Reina Sofia e Museu Thyssen-Bornemisza.

O mais importante museu da Es-panha e também um dos mais impor-tantes do mundo, o Museu do Prado possuí obras de Hieronymus Bosch, Rembrandt, Albrecht Dürer, Botti-celli, Raffaello Sanzio, Veronèse e Caravaggio. O destaque do museu é a coleção de pintura espanhola, que conta com obras de Francisco Goya e Velázquez . O museu possui horários de visitação gratuita, sendo eles de se-gunda a sábado, das 18 às 20 horas, e domingos e feriados, das 17 às 19.

O Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia apresenta uma vasta e va-liosa coleção de arte moderna espanho-la. Guernica, de Pablo Picasso, é a prin-cipal tela do museu, e impressiona não só pelo tamanho (350 centímetros de al-tura e 782 de largura), mas também pela genialidade do pintor ao retratar conse-quências do bombardeio Alemão sob a cidade de Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola. Estão expostas ainda obras de Juan Miró, Salvador Dalí e Eduardo Chillida. Assim como o Prado,

o Museu Reina Sofia também possui ho-rários de visitação gratuita de segunda--feira, de quarta a sábado das 19h às 21 horas, e domingo das 13h30 às 19 horas.

Para fechar a tríade de museus ma-drilenhos, o Museu Thyssen-Borne-misza apresenta coleções fantásticas de artistas do Renascimento ao século XX. Obras de El Greco, Caravaggio, Rembrandt, Francisco de Goya, Renoir, Van Gogh, Paul Gauguin, Cézanne Kandinsky, Picasso, Salvador Dalí e Ja-ckson Pollock fazem desse museu uma passagem obrigatória na ida à Madri.

Para um passeio ao ar livre e conhecer as ruas da cidade, andar pela Gran Via, a principal avenida de Madri, é uma boa escolha. Passando pela Plaza de España e cercada de lojas e restaurantes, surpre-ende pela arquitetura das obras ao seu redor e pelo seu extenso comprimento. No centro da avenida está a “Broadway madrilena”, região onde se concentram muitos teatros que oferecem opções de musicais e espetáculos teatrais. Para assistir as peças é recomendável com-prar os ingressos com antecedência.

Para um descanso ou piquenique durante a tarde, o Parque do Retiro,

com seus 118 hectares, é um ótimo local. Bastante frequentado por tu-ristas e espanhóis, o parque impres-siona pela beleza e pelas flores de diversas cores durante a primavera.

Quem busca um lugar para apreciar o pôr-do-sol, o Templo de Debod é a esco-lha perfeita. Presente do Estado Egípcio para a Espanha, o Templo foi transferido pedra por pedra ao país e é um dos pou-cos testemunhos arquitetônicos núbio--egípcios completos que podem ser vis-tos fora do Egito. A entrada é gratuita e por de trás do templo é possível ter uma linda vista de Madri e do pôr-do-sol.

Um pouco distante do centro da cida-de fica o Parque Europa. Inaugurado em 2010, o local tem 233 mil metros qua-drados de extensão e várias opções de lazer para a família, como barcos infan-tis, área de tiro com arco, área poliespor-tiva, tirolesa, labirinto laser e áreas de balanços infantis. Toda sua extensão é baseada em paisagismos das principais capitais da União Europeia, e dentro do parque encontram-se réplicas de pon-tos turísticos europeus, como Atomium, Torre Eiffel, Tower Bridge, Portão de Brandenburgo e Fontana de Trevi.

Madrid é conhecida como o coração da Espanha

Page 12: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 512

#ENTRETENIMENTO

Uma experiência verdadeira madrile-nha pede uma visita a um bar de tapas. As tapas são pequenas entradas, petis-cos ou aperitivos que são servidos junto às bebidas em cafés e bares espanhóis. Dentre os vários bares encontrados em Madri, o Sidreria El Tigre se destaca pela qualidade e custo-benefício. Pode-se pedir tapas separadamente ou seguir a sugestão da casa e ao consumir um copo de 500ml de cerveja, o cliente ganha um prato com os mais variados tipos de tapa, podendo assim experimentar essa iguaria nos mais diferentes sabores.

Outro prato famoso de Madri é o churros. Diferente do brasileiro, o doce é servido sem recheio, e junto a uma xícara de chocolate quente cre-moso. Para comer, deve-se mergulhar o churros na xícara de chocolate. É delicioso, principalmente no inverno, e pela cidade estão espalhadas inú-meras chocolaterias, entre elas a Cho-colateria San Gines, conhecida por ser a melhor e mais antiga de Madri.

SEVILHAQuarta maior cidade espanhola

e principal da região de Andalu-zia, Sevilha impressiona por suas tradições, belezas arquitetônicas e clima ameno.

Em seu calendário anual, duas fes-tas são destacadas: a Semana Santa e a Feria de Abril. Para os católicos, durante a Semana Santa é realiza-do um desfile, e em seu decorrer, estações de penitencias. Já a Feria de Abril é uma festa folclórica que reúne milhares de pessoas vindas de toda Espanha e demais países eu-ropeus. Durante a Feria acontecem uma série de touradas e é comum encontrar “casetas” (barracas com forma de tendas) onde as pessoas se reúnem para cantar e dançar sevi-lhanas e flamenco.

Uma das mais belas praças espa-nholas também está localizada na cidade. A Plaza de España, situada dentro do Parque Maria Luisa, é um

grande semicírculo com construções monumentais em sua borda. Ao re-dor das construções está um fosso, onde é possível alugar um pequeno bote e remar pelas redondezas da praça. Por de cima do fosso passam inúmeras pontes, que representam os quatro antigos reinos da Espanha. No centro está uma linda fonte e por todo o local é possível encontrar al-covas com azulejos representando diferentes províncias espanholas.

Outro destaque da cidade é a Cate-dral de Sevilha, que é considerada a maior Catedral da Espanha, a maior Catedral Gótica do mundo e Patri-mônio da Humanidade pela Unesco em 1987.

Ao adentrar o local primeiramen-te encontra-se um museu com obras e pinturas sevilhanas, e mais a fren-te está de fato a Catedral, que pos-sui capelas, o Mausoléo de Colombo e um gigantesco altar gótico. Junto a Igreja também está a Giralda. São

Churros (tradicionalmente servido sem recheio,com acompanhamento cremoso à parte)

Salmorejo (molho frio à base de tomate) Gaspacho (sopa fria à base de hortaliças)

Tortilla (omelete espanhol típico)

Tapas (petiscos comuns em bares e restaurantes)

Page 13: Az! #26

várias rampas até que se alcance o topo, um caminho cansativo, mas que traz como recompensa uma bela vista da cidade de Sevilha.

Turistas devem ficar atentos ao entrar e sair da Catedral. Ao redor dela estão diversas ciganas que ten-tarão vender “rosmarinus” para dar sorte, e depois pedirão para ler na mão das pessoas o seu futuro. Evite as ciganas. Elas cobram cinco euros por mão lida (cinco a mão direita e cinco a esquerda) e caso o pagamen-to seja negado, elas começam a se-guir as pessoas na rua até que con-sigam o dinheiro.

A poucos minutos de distância da Catedral estão os Reales Alcázares de Sevilla. O local consiste em um complexo palaciano composto por vários edifícios de diferentes épocas. Atualmente moradia dos membros da Família Real ou de personalida-des que visitam a cidade, por dentro o edifício é organizado em volta de dois pátios: o Patio de Las Doncellas, de uso público, e do Patio de Las Muñecas, de uso privado. Destaque para o teto em madeira, às diversas técnicas artísticas das arcadas do Pátio das Donzelas e às tapeçarias. O palácio possui também um enorme jardim baseado em projetos árabes e renascentistas, repleto de palmeiras,

laranjeiras, fontes e espelhos d’água. Para pessoas que pretendem visitar o local durante o verão, o palácio se-dia uma série de concertos noturnos nessa época do ano.

Ao início do anoitecer, às mar-gens do rio Guadalquivir, próximo à ponte Isabel II revelam um lindo pôr-do-sol. Nas redondezas, ao lado da Plaza de Cuba, estão também os mais finos restaurantes da cidade. Durante o verão é possível ir às ter-razas desses restaurantes, às quais durante a madrugada se tornam sede de festas noturnas.

Os principais pratos da região são o salmorejo, um molho servido com ba-tatas, feito a base de alho, e o gaspa-cho, uma sopa fria à base de hortaliças, como tomate, pepino e pimentão. Nos restaurantes de Sevilha também é pos-sível encontrar as melhores tortilhas da espanha, uma espécie de omelete preparado com batatas e cebola.

Para os curiosos e fãs de Flamen-co, Sevilha é o lugar perfeito para aproveitar um espetáculo da dança. O bar La Carboneria, antigo e onde funcionava uma antiga carvoaria, tornou-se um espaço cultural, com mesões e bancos de madeira, que têm três espetáculos diários de fla-menco, todos gratuitos. O Local fica próximo a Catedral de Sevilha.

Sevilha é a quarta maior cidade espanhola

Gaspacho (sopa fria à base de hortaliças)

PUBL

ICID

ADE

Page 14: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 514

São anos de manobras (esportivas e políticas), pro-testos, gambiarras e suor para que finalmente a primeira pista pública profissional de skate saísse do papel e conquistasse seu devido lugar na cida-de sanduíche, ao lado do Aeroclube, na Zona Sul. A

construção da lendária pista de skate caminha desde o começo do ano após décadas de reinvindicações dos skatistas. A obra orçada em torno de R$ 700 mil reais é feita com recursos do Mi-nistério dos Esportes, Caixa Econômica Federal e contrapartida complementar da Prefeitura de Bauru. Sonho de todo skatista do município, as expectativas são do tamanho de um “big ollie air” e a cobrança é alta por uma pista de qualidade e que atenda as demandas de um nicho esportivo que só cresce no país.

Dados e estatísticas recentes do Ibope mostram que o ska-te é o segundo esporte mais praticado no Brasil, perdendo apenas para o futebol. Em 2010, pesquisa encomendada pela Confederação Brasileira de Skate (CBSk) ao instituto Datafo-lha apurou quase 4 milhões de skatistas em território nacional – um pouco a mais que a população do Uruguai, por exem-plo. Estes dados reforçam que o poder público deveria inves-tir mais em políticas públicas voltadas ao skate, como parques e praças específicas ajudando desta forma a desmarginalizar um esporte em alta e que pauta de propagandas a novelas.

De acordo com Alexandre Arruda, arquiteto responsável pela pista e chefe da seção de fiscalização de obras públicas da cidade, até o final do ano a tão desejada pista será entre-gue. O projeto inicial orçado em R$ 3 milhões e que seria

Sonho dos skatistas de Bauru, espaço para treinos e também diversão deve sair até o fim do ano. Enquanto isso, espaços alternativossão boas e únicas opções

SKATE NA VEIA E... NA PISTA!

Texto e fotos Amanda Rocha

#ENTRETENIMENTO

Ciço faz manobra em sua pista, o Suavão: ajuda para a galera conseguir praticar

Page 15: Az! #26

15F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Ral dá um “ollie”na rampaimprovisada no Jardim Terra Branca

construído no espaço cedido de 3 mil m² (um verdadeiro Ska-te Parque) teve que ser reduzido a 1 mil m² em função de cor-tes de verbas do município, ficando com 1/3 da pista inicial.

“Fomos auxiliados por skatistas desde o início e readaptamos juntos esta nova pista, então creio que a preocupação quanto a fi-car boa está minimizada e zerada pois tive assessoria de skatistas profissionais”, explica Alexandre. A obra está sendo executada pela empresa Walp, de Bauru, desde fevereiro deste ano e tem prazo de 180 dias para ficar pronta após o início do serviço. “Só que ela (empresa) pode a qualquer momento em função de técnica e atra-sos (como chuva intensa), pedir um aditamento de prazo”, reforça.

ALTERNATIVAS AO ROLÊDo garoto que começou agora passando pelo amador e pro-

fissional, são inúmeras as histórias de quem há anos aguarda

por um espaço público para se divertir e evoluir no esporte. O improviso e a imaginação são parceiros diários de quem tem que driblar os inúmeros “obstáculos”, ou melhor, a falta deles, para continuar mandando bem nas manobras.

Ruas, escadarias, bancos, corrimões, paredes, tudo vira um desafio natural a ser vencido. O problema é o perigo que os ska-tistas correm em ruas cada vez mais movimentadas ou se aven-turando em locais proibidos. “Bauru inteiro sempre foi uma pista pra gente andar, então é muito louco, não temos pista pública mas temos um local privado perfeito pra isso, como a rodoviá-ria. Hoje parei de andar de street, me divirto mais no bowl e não me machuco tanto” conta o tatuador e skatista Maisson Ribeiro, mais conhecido como Siic.

No entanto, já tem algum tempo que grupos de amigos, lojas de skate e pessoas envolvidas com o “carrinho” e cansados de esperar resolveram erguer com as próprias mãos “picos” para a galera órfã de espaço. É o caso do Suavão Skate, uma mini ramp montada na casa de Fabrício Carvalho, o “Ciço”, vendedor e skatista há 8 anos.

A história da construção do espaço é bem alternativa e cheia de gambiarras, como manda o rolê. Fabrício conta que, ao orçar a pista, o valor ficava inviável, em torno de R$ 4 mil. Assim, com ajuda de amigos, resolveu caçar materiais reci-cláveis pela cidade e conseguiu montar a mini ramp de 1,70 metros com 80% de madeira reciclável.

Ecopontos, caçambas, tudo foi vasculhado e o restante foi feito com madeirit e parcelado em suaves prestações no cartão do Ciço. Tudo pelo amor ao skate. “A gente não tem espaço pra utilizar o vertical nem o street na rua, pra mim particularmen-te era mais fácil andar neste tipo de obstáculo do que na rua e é uma essência do skate que a molecada não conhece muito”, diz.

Ciço realça que a princípio o “Suavão” era particular mas depois abriu ao público devido a necessidade da galera em en-contrar locais para andar. “Como você vai liberar a sua criança pra andar se só tem a rua?”, diz.

Com uma taxa simbólica de R$ 4 reais para manutenção, o Suavão fica aberto nas terças, sextas (20h as 22h) ou sá-bados (16h as 21h). A diversão é garantida e as vezes até um som ao vivo rola. Fabrício também é instrutor-voluntário em outro pico bem conhecido na cidade, o bowl Wise Mad-ness, ideal pra quem quer se iniciar na prática.

Fabrício Carvalho (Ciço),vendedor e skatista há 8 anos

A gente não tem espaço para utilizar o vertical nem o street na rua, pra mim era mais fácil andar neste tipo de obstáculo do que na rua e é uma essência do skate que

a molecada não conhece muito

Pista de Skate está sendoconstruída perto do Aeroclube

Page 16: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 516

#ENTRETENIMENTO

SKATE - UMA LOUCA SABEDORIAFerramenta poderosa de inclusão social e socialização, o

skate é um incrível universo onde as classes sociais se nivelam seja em cima de um half, corrimão ou banco adaptado para manobras. Em Bauru, um sólido projeto social que inclui ses-sões de skate gratuitas para iniciantes (e não só) acompanha-dos de instrutores se tornou referência.

É na pista profissional Wise Madness (Sábia Loucura) fun-dada pelo promotor de Justiça Enilson Komono onde o ensino, a prática e a união são levadas a sério e claro, acompanhadas de diversão. Iniciantes, amadores e profissionais se revezam no bowl (pista inspirada em piscinas com paredes arredonda-das) e “quebram” tudo por lá.

Sereno Sachs é figura old school do skate bauruense, com 25 anos de skate no pé. Ele vê o Wise Madness como uma fa-mília de skatistas, além de ser um importante local que acolhe e desenvolve vários projetos sociais. “Em 2012, o Enilson quis agregar o skate em projetos sociais que ele já tinha, e fazendo este bowl se criou um ambiente bom, com família, pais e crian-ças carentes”. Ele informa que 100 crianças passam ao dia pelo local onde as aulas de skate são intercaladas com as de hip hop, street dance, grafite, além de refeições.

Alguns garotos que aprendem a andar lá e tomam gosto pelo skate se tornam instrutores depois de um tempo. Uma equipe

Sereno Sachs,

skatista há 25 anos

Eu não vejo o skate só como esporte, mas como conceito e

estilo de vida, tem um movimento junto e isso ajuda a criança a ter uma visão de vida, de futuro e

a se afastar de drogas

Wise Madness: Ong tira criançase adolescentes das ruas

Sereno anda no bowl da Ong Wise Madness

Projeto da nova pistade skate de Bauru

voluntária mantém o local em funcionamento e há viagens com a galera para que conheçam pistas ao redor (Agudos e Lençóis Paulista tem pista). “Eu não vejo o skate só como es-porte, mas como conceito e estilo de vida, tem um movimento junto e isso ajuda a criança a ter uma visão de vida, de futuro e a se afastar de drogas”.

O local funciona aberto ao público de segunda e quarta das 20h às 22h, e conta com instrutores como Sereno e Ciço. Sere-no faz parte de uma geração que reinvindica uma pista pública desde os anos 90, e lembra de uma foto em que aparece na prefeitura com o seu filho Henrique ainda bebê no colo. Agora com 23 anos, Henrique que também é skatista, aguarda a tão esperada pista como o pai.

Page 17: Az! #26

17F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

NA RAÇA E NA IMAGINAÇÃOO bauruense e “cidadão honorário” Wolnei dos San-

tos, o “Ral”, é atleta profissional e uma das lendas do cenário nacional no street (modalidade que “imita” obs-táculos de rua como corrimão, muretas, rampas). De estilo agressivo e muito criativo, Ral foi campeão mun-dial e tem vários títulos nacionais e gringos. Ele conta que foi através da imaginação e com a ajuda do half da Nuno de Assis que conseguiu praticar o skate por aqui. “Quando derrubaram o half eu quase chorei, se só te-

Siic também participa do projeto da Wise

Assim como Gabriel, em uma linda manobra

Wolnei dos Santos (Ral),skatista profissional de street

Eu realizei meu sonho, consegui ser skatista e fui campeão mundial, tive os melhores patrocínios e queroproporcionar isso a esses

moleques que tem talento

para realizarem esse sonho

SERVIÇOS

SUAVÃO MINI RAMPCom uma taxa simbólica de R$ 4 para manutenção, fica aberto nas terças, sextas (20h as 22h) ou sábados (16h as 21h).

Endereço: Travessa Terra Branca, 1-60, Vila Pacifico - BauruTelefone: (14) 98182-7574

PISTA WISE MADNESSO local funciona aberto ao público de segunda e quarta (20h às 22h). Endereço: Rua Braz Lemos de Almeida, 2-45, Vila Aviação B - Bauru

Telefone: (14) 3243-2715

mos rua pra andar fica complicado, dá trabalho e muita gente desiste”, observa.

Ele costumava andar no half e na praça da Paz, fora os locais improvisados. Hoje, ele praticamente não anda em Bauru e faz sessões em pistas de cidades vizi-nhas. Dono da marca Alterna Skateboards, Ral patro-cina atletas brasileiros com potencial. “Eu realizei meu sonho, consegui ser skatista e fui campeão mundial, tive os melhores patrocínios e quero proporcionar isso a esses moleques que tem talento para realizarem esse sonho”. Com uma pista profissional isso pode ficar mais fácil de se alcançar. É o que todos esperam.

Page 18: Az! #26

#VARIEDADES

Texto Bruno MestrinelliImagens Banco de Imagens#NÚMEROS

BAURU EM

SUGESTÕESSe tiver sugestões para

Bauru em números, entre em contato coma gente pelo e-mail:

[email protected], ou por meio de nossa página no facebook:fb.com/AZBauru.

71.874

Emitidas em Bauru em todo ano passado. Grande parte dessas multas, segundo infor-mações da Emdurb, é composta de infrações como transitar em até 20% acima da veloci-dade permitida, ou esta-cionar em desacordo com a regulamentação (sem área azul ou verde, ou em locais proibidos).

MULTAS

O bauruense tem abusado bastante quando o assunto em pauta é multa de trânsito. Bauru tem radares espalhados por inúmeras vias, sem falar nos agentes do GOT (Grupo de Orientação de Trânsito) e de multas que podem ser emitidas por policiais militares. Veja os números:

8

É a média em Bauru, ainda de acordo com os dados da Em-durb. Grande parte do dinheiro arreca-dado vai para a ma-nutenção do sistema de trânsito da cidade.

MULTAS/HORA

Os dois locais que mais flagram bauru-enses em atitudes irregulares no trân-sito são a Rodovia Elias Miguel Maluf, quadra 4, em um radar, além da rua Marcondes Salgado, quadra 11, quando policiais militares e agentes do GOT apli-cam multas diversas.

CAMPEÃS20

É o número máximo em um ano que um motorista pode tomar. Passando disso, ele terá sua carteira sus-pensa ou advertên-cia. Multas gravíssimas também acarretam a perda da carteira, como dirigir embriagado.

PONTOS NACARTEIRA DEMOTORISTA

Page 19: Az! #26

19FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

#COLUNA

19FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

#COLUNA

Cirurgião Plástico da Plástica Plexus

Dra. Mariana Garcia Bortolucci

Dermatologia, Estética eAntienvelhecimento

19FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

#COLUNA

SKINBOOSTER: UM NOVO CONCEITO EM ÁCIDO HIALURÔNICO

RADIANTE PELE

A linha Skinboosters foi apresentada como a prin-cipal novidade dos últimos congressos internacionais de Dermatologia, em Paris

(IMCAS) e no Meeting da Academia Americana de Dermatologia, nos Esta-dos Unidos.

São importantes agentes hidra-tantes e revitalizantes que utilizam o Ácido Hialurônico, substância produzida naturalmente pelo cor-po que ajuda a manter a pele lisa e elástica. Quando envelhecemos, há redução na produção de ácido hialurônico, o que torna a pele de-sidratada e sem brilho.

Os skinboosters devolvem a lumi-

nosidade, a maciez e a hidratação da pele. Eles atuam na formação de um reservatório hídrico na derme de longa duração, propiciando não só uma hidratação profunda, como também uma melhor elasticidade e estímulo à síntese de colágeno.

O produto é injetado através de agulhas curtas e finas, precedido de anestesia tópica. O procedimen-to pode ser realizado na face, ao re-dor dos olhos, no colo, pescoço e nas mãos. Recomenda-se 3 sessões com intervalos de 30 dias e uma manu-tenção semestral ou anual.

A durabilidade do produto varia de 6 a 12 meses dependendo de cada tipo de pele.

Page 20: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 520

Em dois dias de atrações culturais diversificadas que agradou a maioria, a nona edição da Vira-da Cultural Paulista em Bauru reuniu cerca de 17 mil pessoas em um fim de semana ( 23 e 24 de maio) regado a muita música, teatro, dança,

exibição de curtas-metragens, entre outros. Apesar da redu-ção gradativa de atrações comparada as primeiras edições, em que 10 artistas musicais se apresentavam em uma única noite contra três dos últimos eventos, o resultado foi positivo na interação com o público. Porém, aquela sensação de 24h de programação já não existe mais. Vale lembrar que Bauru ficou de fora da Virada em 2011, quando foi o único município excluído oficialmente da programação - a justificativa foi um revezamento entre cidades, no entanto uma “Revirada Cultu-ral” foi realizada pelo município para amenizar.

“As atrações vem diminuindo há umas 5 edições, isso tem a ver com redução de verbas da Secretaria de Cultu-ra do Estado - como o fechamento da Oficina Cultural, mas a qualidade do evento foi mantida, o nível de atrações alta, como o artista internacional Alpha Blondy e Marcelo D2”, diz Elson Reis, secretário municipal de Cultura. O secretá-rio frisa que comparado a cidades vizinhas, nenhuma teve atrações de grande porte e midiáticas como as de Bauru.

As atividades aconteceram no Parque Vitória Régia, Sesc, Teatro Municipal, Espaço Atucaec e Aeroclube de Bauru e era necessário um pouco de planejamento e escolha. A pro-fessora Renata Roque, conterrânea da banda mineira de folk

#ENTRETENIMENTO

Cidade recebe a nona edição da Virada Cultura e atrai multidão

SOPRO DE

VIRADA CULTURA NA

Texto Amanda RochaFotos Amanda Rocha, Cristiano Zanardi e Leila Antonelli

Alpha Blondy trouxe seu reggae africano para Bauru

Page 21: Az! #26

21F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

metal Tuatha de Dannan, assistia ao show no Sesc com seu filho Ian, de cinco anos, e depois já emendaria no espetácu-lo de circo programado no local: “É bom porque a progra-mação agrada a mim e a ele, é bem diversificada”, aponta.

Gabriela Beraldo, universitária, conseguiu conciliar os shows que queria ver e conta que se impactou com o som do africano Alpha Blondy, que faz um reggae político e poderoso: “Adorei o som dele, um instrumental pesadíssimo, foi muito divertido e só tenho energias boas dessa Virada”. Ativista en-gajado em questões sociais de seu país - suas letras contestam os regimes ditatoriais africanos – o “embaixador da Paz da Costa do Marfim” fechou a noite de sábado em grande estilo.

Já a cantora bauruense Lú Nóbrega abriu no sábado os shows no Vitória Régia e mostrou seu repertório que transita do jazz a bossa nova e agradou aos presentes. A cantora apresentou o seu segundo CD “BossaInjazzado”, lançado em abril deste ano. Com um público eclético e vindo de várias regiões, a Virada Cultural possibilita ao artista local um alcance maior de públi-co, embora o evento ainda deva ao que é produzido na cidade.

Um dos nomes mais aguardados era o do rapper Marce-lo D2, que fechou a Virada no cartão postal da cidade. Uma multidão - em torno de 15 mil pessoas - entoou praticamente todos os versos do carioca, que dedicou a música “Eu tive um

sonho” a Chorão, vocalista do Charlie Brown Junior morto em 2013. Outro destaque da noite ficou a cargo do parceiro de D2, Fernandinho Beat Box, que roubou a cena e comandou a galera com sua incrível percussão vocal hip hop. A multi-dão que estava em transe sonoro coletivo só agradeceu.

Elson Reis,

Secretário Municipal de

Cultura de Bauru

As atrações vêm diminuindo há umas 5 edições, isso tem a ver comredução de verbas da Secretaria de

Cultura do Estado - como o fechamento da Oficina Cultural, mas a qualidade do evento foi mantida, o nível de atrações

alta, como o artista internacional

Alpha Blondy e Marcelo D2

Marcelo D2 canta com convidados no Vitória Régia

Mais de 15 mil pessoas foram ao show do D2

Lú Nóbrega mostrou todo seu talento na Virada

Page 22: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 522

#ENTRETENIMENTO

VIROU MUITO TEATRO, DANÇA E CIRCO TAMBÉM!O Festival Internacional de Bonecos “Boneco Gira

Boneco” fez parte da programação do evento e quem escolheu pelo Teatro Municipal pôde assistir a “Sessão Maldita”, peça realizada pela Volatilles – Cia Yokai, da França, além de ver exibição do curta “Retirantes” de Maíra Coelhos, inspirado na pintura de Portinari. Dança contemporânea e performance também marca-ram presença.

A Virada é realizada pelo Governo do Estado de São Paulo em parceria com o Sesc-SP, prefeituras, MIS, e execução da Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA). A Prefeitura de Bauru gastou cerca de R$ 70 mil em estrutura (locação do palco, som, iluminação, segurança) e o Estado pagou o cachê e despesas dos ar-tistas. Vinte e quatro municípios receberam o evento, entre eles Botucatu, Marília e Campinas.

Performance no Teatro Municipal

Participaçãopopular

Dança também marcou a Virada Cultural

Bonecos foram destaque do evento

A Virada Cultural também teve ações culturais além dos shows

Page 23: Az! #26
Page 24: Az! #26

Produtora demoda e consultorade imagem e estilo

Carla Costa

Nesta edição, a Az! e sua equipe de moda buscaram evidenciar tendências atuais e passageiras que confundem o nosso “reló-gio fashion”. O que usar? O que não usar?

Quando usar? Podemos usar o que saiu de moda? E as tendências? O que fazer quando elas mudam?

Para responder a todas essas questões, elaboramos um editorial mega descolado e conceitual com precio-sas dicas de como manter o equilíbrio do visual diante de tantas idas e voltas das tendências de moda!

TENDÊNCIA E

PERMANÊNCIA:MODA QUE PASSA,

ESTILO QUE FICA!

BRILHO! PARA QUE TE QUERO? Paetê só é “OVER” para quem tem pre-conceito! O brilho transita entre as tendências de moda. Estação vai, es-tação vem, e o excesso de brilho nun-ca caiu no esquecimento, afinal... o brilho é o melhor amigo das mulheres que gostam de destaque!Em composições harmônicas, po-demos até exagerar. Brilho é chique, é vida! Compor looks apostando em tons sobre tons e ainda fazer um mix de texturas pode deixar o visual ainda mais fashion! Dose certa no look não significa brilhar menos, mas sim co-ordenar na medida, como, por exem-plo, cromados e foscos metalizados para manter o equilíbrio.

Look: Vestido - Bazar Novo Denovo Bauru / Casaco - Acervo de produção

#ESTILO

Page 25: Az! #26

O BODY QUE NUNCA CAI! É uma tendência de outros tempos, muito sexy e que voltou com tudo! Os bodies de inverno são ótimas escolhas para usar como segunda pele embaixo de jaquetas e casacos. Coordenados com calças, especial-mente as de modelagem flare e saias longas são ótimas opções para exalar elegância e sofisticação.Essa peça é atemporal no guar-da-roupas e não tem padrão de matérias primas, podendo ser con-feccionado em renda, suplex, malha, entre outros tecidos e está muito em alta nos BAZARES DE TROCAS, onde você doa o que não usa mais e que está em bom estado e compra ou tro-ca por peças que realmente lhe caem bem e agradam o seu estilo.

Look: Body - Bazar Novo Deno-vo Bauru / jaqueta e braceletes - Acervo de produção

25F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Page 26: Az! #26

DESCOBRE O COBRE! INVISTA EMUM METÁLICO DIFERENCIADO

PARA SER ORIGINAL Os metalizados caíram no gosto das mu- lheres, mas até então a cor dourada sempre foi a grande “vedete”.Há algumas estações, o cobre vem ganhando força de uma maneira tímida, mas exclusiva. Poucas pessoas usam, com isso acabam criando um estilo único e diferenciado das demais.Vale investir em um metalizado diferente do comum como o do blazer da foto? CLA-RO! Desde que isso agrade totalmente o seu estilo! Afinal... diferente do que a maio-ria das pessoas pensam, tendência não é sinônimo de estilo. ESTILO é: usar com se-gurança as peças que traduzem a sua per-sonalidade sem se preocupar se elas estão ou não na moda!Cuidado no calibre: metálicos pedem cores neutras como preto e branco para a com-posição do look.

Look: Top, calça e sapato - Bazar Novo De-novo Bauru / Blazer - Acervo de produção

26

#ESTILO

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 5

Page 27: Az! #26

PIED - DE - POULE IMORTAL! Outro item atemporal é a estampa pied-de-poule... aquela chiquérrima, geral-mente em preto e branco, super clássica e elegante.Vale um bom investimento, pois estampas em preto e branco são neu-tras e versáteis. Nunca serão ignoradas pela moda!Evidenciando um estilo único, casa-cos e sobreposições em pied-de-poule podem transitar entre looks clássicos e modernos. Para um estilo mais desco-lado e moderno, aposte na composição casaco e vestido com material dife- renciado como couro, tecidos lustrosos e renda. Para um visual de estilo clás-sico, aposte em calças e camisas com sobreposições de blazer, sobretudos e echarpes na estampa mais queridinha de todos os tempos: pied-de-poule.

Look: Acervo de produção

27F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Page 28: Az! #26

VERY SEXY E CÍTRICO, BABY! Uma aposta para as próximas estações é a cor lima. A cor tendência que é a maior aposta do verão 2016, já esteve em alta em épocas passadas e volta com tudo, obten-do destaque já na atual estação. Como que tudo que vai, volta não dispense peças com cores diferenciadas do seu closet.Se combinam com sua pele e com sua personalidade, as cores podem sim serem usadas para evidenciar o seu estilo inde-pendente das tendências de moda. Vale ter bom senso e coordenar cores vibrantes com cuidado para não criar muita infor-mação visual em um mesmo look.Cores como a cor LIMA devem ser evi- tadas por pessoas de pele com tons ama-relados ou pessoas que têm as olheiras de fundo esverdeado.

Look: Bazar Novo Denovo Bauru

Page 29: Az! #26

PUBL

ICID

ADE

Fotografia: Luis Paulo Ribeiro

Produção e Styling: Carla Costa

Beleza: João DiCarvalho

Modelo: Giovanna Manzato –

Mega Model Bauru

Looks: Bazar Novo Denovo

Bauru / Acervo de produção

HIGHLIGHTS DE SUCESSO PARA

UMA DIVA ESTILOSA O visual “melindrosa” dos anos 1920 tam-bém é o queridinho das tendências de moda. Esse estilo representado pelas peças franjadas e por vestidos tubo brilhantes também representa um constante flash back na moda.A ideia é adaptar os componentes do estilo melindrosa ao seu estilo natural. Se seu esti-lo for sexy, aposte nas transparências e vesti-dos curtos. Se for elegante, aposte em formas retas e cintura deslocada para os quadris, agora, se seu estilo for moderno aposte em misturas como brilho, couro e pelos!Para a make-up a dica da vez é colorir os lábios em tom amora ou bordô que são cores sempre bem vindas principalmente para o inverno. Para os olhos, sombra es-fumada em “total black” e cílios volumosos!Arrasar no ESTILO se apoiando nas tendências emergentes é sinal de MUITA PERSONALIDADE! Invista em sua essência!

Look: Vestido - Bazar Novo Denovo Bauru / Colete pelo, casaco, top e saia – Acervo de produção

Page 30: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 530

#PERSONAZ

O produtor e consultor de moda Juba Zepper, 38 anos, não nasceu em Hollywood, mas passou perto. O motivo: aos 6 anos, com os pais divorciados, ele foi morar

com a avó paterna, Catharina, uma enfermeira com visual de estrela de cinema e, pelo menos aos olhos do menino, um mix perfeito de Ava Gardner e Grace Kelly. “Ela foi uma grande inspiração, uma diva, um clássico”, derrete-se.

A avó costurava as próprias roupas, se maquiava diante da penteadeira e todos os dias, antes de ir ao trabalho, fazia um check-list rigoroso do visual para conservar seu impecável padrão de elegância. Juba, que observava tudo, resolveu incorporar um hábito: desenhar as roupas dela depois de voltar do colégio. Seu talento foi precocemente detectado: aos 13 anos, recebeu um convite para fazer os figurinos da escola de samba Tradição da Bela Vista, bairro onde vivia com avó. O tema era “1.001 Noites” e Juba aproveitou a oportunidade para criar, para si mesmo, uma intrigante fantasia de odalisca.

Nunca mais se afastou da moda: hoje, além de produtor e consultor de moda, ele é professor de design de moda na USC (Universidade Sagrado Coração), curso que ajudou a instalar em 2010. Não desenha mais, por outro lado, estuda moda, investiga moda, ensina moda, respira moda. “Sou um worklove, adoro trabalhar!”, entrega.

E também adora comunicar essa paixão. Juba é irreverente, entusiasmado, extasiado. Fala 50 palavras por segundo, gesticula muito, faz piadas, transborda o discurso com informações, referências, conexões, impressões, divagações. Nessa entrevista, ele relembra seu aprendizado, aponta os caminhos da moda no Brasil, ensina noções de estilo e conta mais sobre seu ofício, uma vocação que se realizou.

Juba Zepper, 38 anos, o consultor e produtor de moda mais conhecido de Bauru, recebeu as primeiras lições fashionistas com a avó, uma enfermeira elegante e com vocação para estrela de cinema

Texto Fernanda Villas BôasFotos Cristiano Zanardi eAcervo Pessoal

DOUTOR ESTILO

Page 31: Az! #26

31F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

PERFIL

Nome na certidão – Odil Gonçalves Júnior

Nome artístico – Juba Zepper. Ele ganhou o apelido Juba

quando trabalhou na Secretaria Municipal de Cultura nos

anos 90: “Uma colega perguntou meu nome. Eu disse

que era Júnior. Ela começou a me chamar de Jujuba. Daí,

para Juba foi um pulo”. O sobrenome Zepper? Ele em-

prestou da família da mãe.

Idade – 38 anos (faz 39 em janeiro de 2016)

Natural de – Campo Grande (MS). “Mas foi um aci-

dente, eu sou totalmente bauruense”.

Atividade profissional – É consultor de moda, produ-

tor de moda e professor do curso de design de moda

da USC (Universidade Sagrado Coração), onde leciona

marketing, produção de moda e vitrine (visual mer-

chandising). Ajudou a implantar esse curso, de nível

técnico, em 2010. Também é proprietário da Unika,

empresa de consultoria e treinamento em marketing

de moda com foco no varejo.

Formação – É formado em marketing pelo Senac e

pós-graduado em comunicação e mídia pela mes-

ma instituição.

Família – É filho de uma dona de casa e de um funcio-

nário público. Tem cinco irmãs. Mas foi criado pela avó,

Catharina Miguel, mãe do pai, já falecida. “Ela era uma

libanesa brava e exigiu que eu ficasse com ela depois do

divórcio dos meus pais. Eu tinha 6 anos”.

Vida pessoal – Vive há 10 anos com o relações-públicas

Jake, um apelido carinhoso dado por Juba ao companheiro.

Page 32: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 532

#PERSONAZ

Comprar uma revista Collecione

era caríssimo. Eu me lembro que, enquanto meus amigos saíam à noite, eu juntava gra-na para fazer cursos e comprar material para

ter repertório

Com a mãe Lúcia e

Renata, uma de suas

cinco irmãs

A avó Catharina nos anos 40

Com 4 anos, na casa da avó Catharina

Revista Az! – Quando você perce-beu que poderia transformar a moda em trabalho?

Juba Zepper – Com 12 anos. Foi nessa fase que descobri que realmente eu tinha o dom para moda. Hoje, a gente chama de técnica. Foi um achado profissional na minha vida. Como fui criado pela minha avó, ela costurava e era muito elegante, eu já estava me apropriando de uma cul-tura que era dela. Com 13 anos, fui con-vidado para trabalhar com figurino para escola de samba. Imagina, eu não tinha noção de artes plásticas e visuais (risos). Foi assim que abriu a porteira.

Az! – Quando você era criança, o tema moda desempenhava qual fun-ção na sua vida? Era algo lúdico ou já inspiracional?

Juba – Quem viveu a infância nos anos 80, com toda aquela estética visual exagerada, querendo ou não, já fazia par-te. Quem nascia, estreava (risos). O mais importante, para mim, era minha avó. Foi uma grande inspiração, uma diva, um clássico. Ela era muito elegante, muito fina. Era enfermeira e tinha uma história de vida, de família, muito bacana. E era impecável para se vestir. Engraçado que a gente dá continuidade às crenças, ao có-digo genético. Eu me lembro que minha avó ia para a penteadeira e passava mil cremes, se maquiava e tinha toda aquela pompa. Até para esfregar o rosto, tinha que ser assim e não assado para não es-tragar a pele. Eu tinha 6 anos quando fui morar com ela. Foi minha fada madrinha, ela tinha roupas lindas, incríveis. Quando ela saía para trabalhar, eu pegava as rou-

pas dela e desenhava. Na hora em que ela chegava, ela achava demais, porque era o boneco-boneca dela, né? (risos). Pelo lado B, ela pensava que aquele menino estava fazendo coisas muito femininas... Minhas colegas guardam até hoje meus cadernos de escola com as roupas que eu desenha-va. E eu também desenhava nos meus cadernos. Minha avó dava umas broncas: “- Cadê as matérias da escola?”.

Az! – Dentro das diferentes possi-

bilidades da moda, o que você mais gosta de fazer?

Juba – Antigamente, para ser profis-sionalizar, era muito difícil. Quando eu ia para São Paulo fazer cursos, era um drama, era tudo muito inacessível e caro. Comprar uma revista Collecione (revista italiana de moda) era caríssimo. Eu me lembro que, enquanto meus amigos saí-am à noite, eu juntava grana para fazer cursos e comprar material para ter reper-tório. Hoje, é tão mais fácil! Eu falo para os meus alunos que a gente tem acesso a tudo de uma forma muito rápida. Em Bauru, por exemplo, vários cursos na área são oferecidos hoje. Mas, quando eu me dei conta de que queria ser consultor e professor na área, eu meio que já esta-va inserido nesse universo. O que mais me toca nesse universo são duas coisas: a área de comportamento, que está inti-mamente ligada ao estudo de macroten-dências, ou seja, comportamento pro-gramado para uma década, em que tudo é filtrado e se chega às microtendências, que são as temporadas. E é por isso que, quando alguém me pergunta sobre ten-dências, por exemplo, eu já estou lá em 2030, pensando lá na frente. E a segunda coisa é o trabalho na área de vitrine, que é o visual merchandising. É uma área em que resgato minhas origens de Carnaval, muita plástica e marketing 3.0, do relacio-namento, do sentir-se bem. Na verdade, está tudo ligado, nada está dissociado.

Az! – Quem produz moda de excelente

qualidade no Brasil? Há uma identidade brasileira na moda?

Juba – A identidade da moda brasilei-ra? É uma pergunta muito difícil. De for-ma geral, está ocorrendo um quiproquó

Page 33: Az! #26

33F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

na moda, especificamente na brasileira. E por quê? Porque a gente não tem mais primavera, verão, outono e inverno. Com a globalização, tudo ficou mais acessível. Antes, a gente conseguia dissociar uma temporada da outra. Hoje, quando a gen-te está falando de outono, a indústria da moda no exterior já está trazendo verão e misturando uma estampa com a outra. Qual é a identidade? Uma grande certeza que posso falar e pontuar como macro-tendência é que o fast fashion (produção acelerada de novidades fashion desen-volvida pelos grandes magazines), em-bora esteja tão dentro do nosso espírito de consumo, está com data programada para esmaecer ou acabar. E isso propor-ciona o retorno ao material artesanal, ao produto artesanal, aos ateliês. Em Bauru, já há alguns ateliês que fazem isso.

Az! – Você citaria um nome em

ascensão hoje?Juba – Eu nunca tive heróis na moda,

mas sempre gostei de tudo. Sou aquaria-no, sou tudo ao mesmo tempo, sou uma catarse mental, espacial e espiritual (ri-sos). Mas tem estéticas muito marcantes. Nos anos 90, não tem outro nome, senão Alexandre Herchcovitch, que foi uma

grande referência. Dos anos 90 aos anos 2000, que já é um supermercado de es-tilos em que tudo se funde, todo mundo acaba bebendo na mesma fonte e dando um pouquinho da sua pitada. Vou dar uma dica boa para quem gosta de proces-sos mais artesanais e vai dentro da linha das macrotendências: a moda mineira está muito em alta. E tem uma estilista fantástica hoje, que é a Patrícia Bonaldi. É uma boa referência em produção de moda com DNA brasileiro.

Meu guarda-roupa é o mais sustentável do

planeta, porque eu tenho tão pouca roupa! Fui fa-zendo uns filtros na vida e hoje tenho duas ara-ras de roupas no closet. Porque eu sei que uma peça de baixo precisa

coordenar com seis ou oito de cima

Az! – A mulher bauruense se veste bem ou mal? E quais são os erros mais comuns que as pessoas cometem no dia a dia?

Juba – A grande revista de moda do país é a telenovela. O que vejo muito em loja de departamento é que a pessoa tem um sha-pe “x”, mas ela quer ter a roupa da fulana da novela. Isso aqui no Interior é muito co-mum. Em Bauru, seria melhor um pouco menos de toque esportivo. Numa balada, num evento, vejo todas as meninas seria-das, todas num padrão, tudo muito cur-to… Falta um pouquinho de glamour, um pouco menos de I Love Paraisópolis. Para os meninos, acho importante uma coisa: o homem brasileiro, até pelas condições cli-máticas, adora malha. Mas alguns abraça-ram a camisa. Então, quando for comprar camisa, compra com elastano. O que mais vejo é camisa justa sem elastano. Daí, fica aquela coisa quadrada, e o corpo fica pare-cendo um caixote. Há camisarias tão legais em Bauru! É legal variar para não ficar parecendo que todo mundo veio da aldeia dos Smurfs.

Uma receitinha básica é a seguinte: se a pessoa não quiser errar, a solução é o tom sobre

tom. Põe o tom mais claro onde te favorece e o tom menos claro onde não te favorece. Não tem segredo para a felicidade

fashion da nação

Juba brinca no laboratório de moda da USC

Estilista desenha desde pequeno

Page 34: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 534

#PERSONAZ

Segmentações na moda são muito boas. A gente vem de uma nova era em que todo

mundo tem o seu chão, a sua oportunidade, o seu armário, o seu

encontro. No caso do plus size, fico impres-

sionado do quanto isso evoluiu no Brasil

Az! – Qual elemento fashion que ja-

mais deveria ter sido concebido? Juba – Se eu sentenciar que existe

uma peça que não dá certo, vou estar cometendo um erro. Porque é uma questão de estilo pessoal. Como eu tra-balho como personal stylist e personal branding, que é a construção da marca através da imagem, a gente tem que tomar muito cuidado. Porque tem pes-soas que são esportivas naturalmente. Colocam Crocs no pé e estão felicíssi-mas. Porque, se você colocar uma ca-misa numa pessoa superesportiva, ela não vai se sentir bem. Hoje, a questão da identidade é muito importante. O que a gente pode fazer é ajustar para o corpo da pessoa. Uma receitinha básica é a seguinte: se a pessoa não quiser er-rar, a solução é o tom sobre tom. Põe o tom mais claro onde te favorece e o tom menos claro onde não te favorece. Não tem segredo para a felicidade fashion da nação: tom sobre tom! (risos).

Az! – Hoje, a moda caminha para uma segmentação: há moda, por exem-plo, para mulheres evangélicas, há moda plus size. Quantas segmentações mais cabem nesse universo?

Juba – Segmentações na moda são muito boas. A gente vem de uma nova era em que todo mundo tem o seu chão, a sua oportunidade, o seu armário, o seu encontro. Antes, a gente via uma coisa muito pasteurizada: a pessoa que

Para Juba, moda é questão de estilo pessoal

tinha um corpo X tinha que usar a mes-ma coisa de quem tinha o corpo Y. No caso do plus size, fico impressionado do quanto isso evoluiu no Brasil. Na pró-pria USC, os alunos adoram esse tema como projeto de final de curso. Neste ano, tem temas, inclusive, para defi-cientes e temas até para outras configu-rações sexuais. Gente, é isso: tem para todo mundo. A mulher gordinha não tem que se vestir nem como uma bone-ca, nem como uma idosa.

Az! – Você estuda macrotendências

na moda. É possível projetar o que vai ser moda em 2017, 2018?

Juba – São três temas muito legais. O primeiro tema chama-se “passado moderno”. É o que já usou, um código visual em fusão com alguma coisa do contemporâneo. É uma estética da dé-cada. A gente vê isso refletido não só na moda, como também nas empresas: o quanto elas estão buscando resgates, porque não dão conta só de criar e criar. Então, o negócio é resgatar, reprocessar e trazer de novo. Um exemplo de fusão do antigo com o novo são as camisetas, por exemplo, de monumentos e obras, como a Mona Lisa em forma de emoji, dando risadinha. Outra macrotendên-cia é a “ativação eco”. É o natural life, o

estilo de vida orgânico, natural. Por isso é que a gente vê em vitrines madeira com ferro, uma invocação da natureza. E as roupas são de fibras naturais. Tudo o que é de plástico, fake, está fora de moda, não convence mais. E a terceira macrotendência é o lado mais lúdico e místico. Por exemplo, o bicho da déca-da é o gato, que também é um animal espiritual. Dica de segurança fashion: a cor da década é o azul. Se tem um fio condutor, esse fio é o azul. A gente co-meçou essa década com azul Bic, depois variamos para o azul Google e agora vai caminhar para um azul-esverdeado. No ano que vem, caminharemos para o cobalto e terminaremos a década com o azul Tiffany, cor de azulejo, lindo, mais clarinho. Outra dica: texturas de bichos. Píton, e por aí vai. Mais uma coisa: o étnico é a resposta ao artesanal, ao pri-mitivismo, à paz e a ao amor. Então, ele continua com muita força até 2030. Va-mos incorporar o étnico, tentar novas roupagens.

Az! – Você tem um ritual para se

vestir de manhã? Você escolheu mi-nuciosamente esse paletó branco para essa entrevista?

Juba – Meu guarda-roupa é o mais sustentável do planeta, porque eu te-

Page 35: Az! #26

35F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Juba e a estilista

Gloria Coelho

nho tão pouca roupa! Fui fazendo uns filtros na vida e hoje tenho duas ara-ras de roupas no closet, você acredita? Porque eu sei que uma peça de baixo precisa coordenar com seis ou oito de cima. Eu quase nunca uso estampas. Eu sempre estou de básico, de neutro, para fazer esse trânsito. Como trabalho com macrotendências, nunca estou preocu-pado com o que está se usando agora. Minha ideia é passar batido, não quero ser um mostruário, um catálogo. Eu sou bem esportivo: uso muito jeans, muita malha, muito tênis. Quem me vê à tar-de, me vê com roupa de academia, de shorts (risos). Não tenho muita encana-ção. Eu comprei esse paletó branco em Portugal. Coloquei ele hoje para a en-trevista, porque branco é luz, é bacana.

Az! – Como fazer um filtro no guar-

da-roupa? É verdade que se uma pessoa não usa uma peça do armá-rio há mais de seis meses nunca mais ela vai usar?

Juba – Vou ensinar uma matemática incrível para quem quer fazer um “feng shui” (técnica chinesa de harmonização de ambientes) no guarda-roupa: a cada peça que você compra, você doa outra. A brasileira é meio acumuladora. E essa técnica – compra uma, desapega de

Se eu não tivesse escolhido moda e

comunicação, não sei como seria a minha vida. Tenho amigos que estão em áreas

ditas mais masculinas, embora isso não tenha nada a ver. É um ranço,

um estigma, e eles sofrem bastante pre-

conceito.

outra – é até usada nas escolas de es-tilo americanas. Você vai desafogar aquele guarda-roupa conturbado, o típico “tenho tudo e não tenho nada”. Uma vez, dei uma consultoria para uma cliente e a casa dela era assim: ela ocupava, com as roupas dela, o closet dela, o closet do marido, o closet do fi-lho e até o quartinho no fundo da casa. Eu tomei remédio de labirintite (risos). Era uma overdose!

Az! – O que você gosta de fazer

além de trabalhar com moda?Juba – Olha, eu sou um worklover.

Adoro trabalhar! Para mim, é um pra-zer tão grande! Às vezes, eu viajo e fico fotografando tudo o que eu vejo, para o meu trabalho. Meus amigos me falam: “Pelo amor de Deus, dá para parar, vamos curtir?”. Gosto muito de referências, sou aquariano, tudo para mim é informação. Tenho me apro-fundado em PNL (Programação Neu-rolinguística), que tem me ajudado muito nos treinamentos. Depois dos 30, a gente precisa ressignificar algu-mas coisas para compreender deter-minadas situações. Também gosto de academia, gosto de namorar, porque tenho um namorado sensacional. São 10 anos de história.

Az! – Você é homossexual decla-

rado, trabalha com moda e, conse-quentemente, convive mais com ar-tistas, profissionais de comunicação e de entretenimento. Estar nesse meio ajudou? Você acha que sofre-ria preconceito se tivesse escolhido outra profissão?

Juba – Se eu não tivesse escolhido moda e comunicação, não sei como seria a minha vida. Tenho amigos que estão em outras áreas ditas mais masculinas - embora isso não tenha nada a ver, é um ranço, um estigma – e eles sofrem bastante preconceito. Eu fui iluminado: nasci na área cer-ta. Na moda, o fato de você ser gay ajuda muito: as mulheres têm muita confiança em você. Acho que eu não conseguiria transitar em áreas mais caretas, não.

Recentemente com seu pai

Com a irmã Ritada USC

Com a ex-aluna da

USC e amiga, Carol Papassoni

Com as amigas Erica e Yara

Page 36: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 536

#COMPORTAMENTO

Nina, uma cachorra da raça pit bull fugiu de sua casa, quando um funcionário dos do-nos abriu o portão.

Em seu percurso, próximo à Praça das Cerejeiras, ela encontrou a Fifi, uma cadelinha da raça pinscher que tinha o costume de passear diaria-mente com Rosa, a secretária da família, por volta das 7h da manhã. Fifi foi atacada e não sobreviveu. Sua dona, Thais Merendi, muito abalada, comentou que todos em sua casa estão muito tristes pela forma que perderam sua cachorri-

nha. “Estão todos chateados. Nun-ca tinha visto meu pai tão triste e a Rosa ainda está em estado de cho-que. Quando me contaram o que tinha acontecido, comecei a chorar”.

Na tentativa de separar as ca-chorras, um motoqueiro que pas-sava no local, ainda teria batido em Nina com seu capacete. Mas já era tarde demais. Nina assustada cor-reu até a Avenida Comendador José da Silva Martha, onde se deparou com Neguinha e também a atacou.

Embora muito machucada, Ne-guinha, uma cadelinha sem raça definida, conseguiu sobreviver aos

Texto Bruna NovelliFotos Cristiano Zanardi eBanco de Imagens

Precauções básicas com os animais de estimação podem evitar que eles fujam de casa e, assim, que

acidentes graves ocorram

CUIDADO

CACHORRO! COM O SEU

Segundo o delegadoDinair, os ataques da pitbull são considerados

negligência do proprietário e do funcionário, que serão indiciados e responderão em liberdade por omissão

da cautela de animais.A pena pode variar detrês meses a um ano

de detenção

Page 37: Az! #26

37F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Franceline Alves,

comerciante, dona da

pit bull Nina

Ficamos muito preocupados e sentimos

muito com toda essa situação, também me

coloco no lugar da dona dos animais atacados

pela Nina, mas por outro lado entendo isso como uma fatalidade. Foi um

acidente. Com certeza, o cuidado será redobrado, inclusive já tomei provi-dencias para aumentar

a segurança

DÓCIL COM HUMANOS, PORÉM AGRESSIVA COM OUTROS ANIMAISNina também ficou bastante feri-

da, pois apanhou bastante durante os dois ataques. No segundo, ela foi contida pelas pessoas que estavam no local, até que seus donos apare-cessem. Eles entraram em contato com os bombeiros e alguns veículos da imprensa para ajudar na loca-lização de Nina. Fato que ocorreu cerca de uma hora e meia após ter fugido. “A Nina é muito dócil, nunca atacou ninguém. Tenho dois filhos que vivem com ela e mais três cães da mesma raça. Se meus cachorros fossem bravos eu jamais os deixaria no convívio com meus filhos”, afir-ma Franceline Alves, dona de Nina.

“Ficamos muito preocupados e sentimos muito com toda essa situ-ação, também me coloco no lugar

ferimentos. Populares que presen-ciaram a cena teriam batido em Nina com pedaços de pau, o que fez com que ela soltasse a cachorrinha.

Neguinha foi entregue aos seus donos que moravam nas proximi-dades de onde tudo aconteceu. Sua dona comentou que tem o costume de abrir o portão para que a ca-chorrinha pudesse passear, “afinal ela sempre voltava para casa”.

Para o delegado Dinair José da Silva, de acordo com as investiga-ções iniciais, o funcionário dos do-nos de Nina teria deixado o portão aberto. “Isso é negligência”, pontua o delegado, que atua diretamente na área animal. O proprietário e o funcionário serão indiciados e res-ponderão em liberdade por omissão da cautela de animais. A pena para esse tipo de delito pode variar entre três meses a um ano de detenção.

Pit bull Nina : descuido foi fundamental para fuga e ataques na rua

Page 38: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 538

#COMPORTAMENTO

CUIDADOS BÁSICOS, MAS QUE FAZEM A DIFERENÇA

Pode parecer uma coisa óbvia, po-rém simples atitudes podem evitar que seu cão escape. A chefe da seção de controle de Zoonoses de Bauru, Nathalia Parizoto, dá as dicas:

Os animais devem ser mantidos

em terrenos murados e com portão.

Caso não haja muro ou portão, que

o animal tenha local para ficar con-

finado, mas sempre com circulação

e livre acesso a água e alimento.

Todas as vezes que entrarmos ou

sairmos do local, devemos antes

prender o animal a algum dispo-

sitivo e sempre observar se ele não

escapou, principalmente ao entrar e

sair com carro.

Caso o animal fuja é importante pro-

curar o Centro de Zoonoses para saber

se ele não foi encontrado e encami-

nhado para lá e usar das redes sociais

para divulgar o desaparecimento.

É sempre importante passear com

o seu animal em uma coleira ou

guia. Em alguns casos se faz neces-

sário também o uso de focinheiras.

Colocar uma coleira de identifica-

ção no seu animal é uma maneira

eficaz de ajudar a localizá-lo, caso se

perca. Elas podem ser encontradas

em clínicas veterinárias.

Lembrando que o proprietário

é responsável pelo bem-estar do

animal, e também por todas as

coisas que podem ocorrer, sendo

assim passível de responder até

processo crime no caso de maus

tratos, por exemplo.

Fonte: R7.com

da dona dos animais atacados pela Nina, mas por outro lado entendo isso como uma fatalidade. Foi um acidente. Com certeza, o cuidado será redobrado, inclusive já tomei providencias para aumentar a se-gurança”, conclui Franceline.

Nina agora fica amarrada a uma corrente, com água e comida ao seu alcance, além do portão fechado an-tes do acesso para a oficina, para que não fuja mais. “Agora só solto eles no quintal à noite”, conta o dono de Nina e dos outros três pit bulls, Mar-celo Cardinal, que cria os animais na sua oficina e também residência, lo-calizada na região central da cidade.

Nina ainda teria dado cria recen-temente a 12 filhotes. Para a médi-

ca veterinária Maria Isabel Garib, o fato de terem sido duas fêmeas que Nina atacou está relacionado com os seus hormônios maternos. “Quando a fêmea cria, seus hor-mônios ficam mais atuantes. Se ela sentir o cheiro de outra fêmea, também pode se sentir ameaçada.”

Maria Isabel ainda reforça a ideia de que o cão é um reflexo do dono. “O pit bull, por exemplo, tem a tendência de atacar mamíferos menores porque inicialmente sua raça foi preparada para isso. Mas se esse cão for criado com uma fa-mília, com crianças e outros ani-mais essa teoria praticamente se anula. Eu conheço Pit Bulls extre-mamente dóceis.”

Franceline ganha ‘beijo’de pit bull Nina

Page 39: Az! #26

Eduardo Borgo

Advogado

39FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

#COLUNA

Diariamente, assistimos nos noticiários pessoas morrendo ou sendo tratadas como ratos nos corredores de hospitais. Com menos frequência, mas

de forma crescente, surgem algumas figu-ras defendendo a proibição da interferência do Judiciário para garantia de tratamentos médicos. Esses “pensadores” alegam estar havendo uma judicialização do direito à saúde e que deveria ser respeitado o poder discricionário do Estado em escolher priori-dades nos atendimentos.

De forma sorrateira, alguns chegam a exemplificar suas teses alegando que são concedidas ordens judiciais para fornecer produtos que acreditam ser supérfluos.

Preliminarmente, e com a devida vênia aos adeptos dessa corrente, cumpre infor-mar que entre 2003 e 2008, a CGU – Con-troladoria Geral da União - analisou a apli-cação de repasses em 1.341 dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros, escolhidos por meio de sorteio. Dos R$ 1,5 bilhão repassa-dos pelo Ministério da Saúde, R$ 568 mi-lhões foram desviados ou mal aplicados. Ou seja, um terço do dinheiro não foi utilizado em benefício dos cidadãos. (Revista Carta Capital – 11/4/2008).

Somente na operação Lava a Jato, há ex-pectativa que aproximadamente R$ 6 bilhões foram desviados. Com certeza não haveria espaço nessa coluna para citar 10% dos es-cândalos envolvendo superfaturamentos na saúde, mas já dá para ter uma noção que o Judiciário, ao conceder medidas liminares ou antecipações de tutela, está garantindo o di-reito à vida, pressuposto de todos os direitos na Constituição Federal, em especial a dig-nidade da pessoa humana, vez que a Carta Maior não garante só a vida, mas o direito de continuar vivo e com dignidade.

Um país governado por pródigos não pode esquecer seu povo que sofre nos hos-pitais, em busca, se não de um tratamento digno, de uma esperança de vida, vez que somos campeões em arrecadação de impos-tos. Destarte, reiterando vênia, não é justo e nem digno que essas figuras joguem nas costas do Judiciário a culpa pelas mazelas de agentes políticos que não se importam com a vida humana.

Se há uma esperança para milhares de brasileiros que apodrecem à espera de uma consulta ou de um tratamento de saúde, jo-gados nas macas amontoadas nos corredores de hospitais, quando não estão no chão, com certeza, essa advém do Poder Judiciário.

JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE OU

GARANTIA DO DIREITO À VIDA?

Page 40: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 540

#COMPORTAMENTO

S.O.S. CENTRO DA CIDADE: REVITALIZAR É A ÚNICA E

EMERGENTE SOLUÇÃO Praça Rui Barbosa passa pela primeira grande reforma em 20 anos, mas bauruenses clamam

por melhorias e mais segurança na região

Texto e fotos Amanda Rocha

Placa indica obras, mas apenas de manutenção: centro precisa de mudanças urgentes

Page 41: Az! #26

41F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Legenda

Patrícia Rossi,presidente da Associação

Comercial e Industrial de

Bauru (Acib)

A revitalização do centro é fundamental

para o desenvolvimen-to não só do comércio varejista, mas podemos

dizer da cidade como um todo. Bauru é um polo

regional varejista e o seu centro histórico sempre foi sinônimo de com-

pras e de passeio para as

famílias bauruenses

Bauru, são 18 horas no centro da cidade que, aos poucos, vai se esvaziando e algumas pessoas ainda circulam apressadas pelo

Calçadão da Batista de Carvalho. O local fica deserto em pouco tempo e é difícil encontrar alguém por ali. A sensação de insegurança na região, principalmente após o horário co-mercial, é papo antigo, mas crescente. Projetos de revitalização da área cen-tral foram lançados, mas ainda estão longe de serem concluídos. O fato é que tudo é muito lento e paliativo e, aos trancos e barrancos, algumas re-formas começaram a ser feitas pela prefeitura em abril.

Após 20 anos da última melhoria da praça Rui Barbosa, que a maioria da população afirma que foi desas-trosa, inicia-se um processo de revi-

talização da área. Ícone histórico de uma época saudosista, a praça antes acolhia e interagia com a cidade e seus moradores, mas hoje se tornou local de passagem e de inúmeros problemas sociais. Música no co-reto, e até jacarés em amplas áreas verdes eram antes vistos. O espaço público fazia o seu papel de lazer e socialização o que contribuía para o comércio central.

“A importância da revitalização do Centro é fundamental para o desen-volvimento não só do comércio va-rejista, mas podemos dizer da cidade como um todo. Bauru é um pólo re-gional varejista e o seu centro his-tórico sempre foi sinônimo de com-pras e de passeio para as famílias bauruenses” relata Patrícia Rossi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib).

Praça Rui Barbosa está sendo reformada, em obra isolada para revitalização

Page 42: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 542

#COMPORTAMENTO

Patrícia afirma que ao longo dos anos o centro acabou esquecido, porém so-brevive com o empenho dos lojistas e prestadores de serviços da região cen-tral. A expectativa é que a praça seja entregue até o aniversário da cidade, em agosto. O valor total da obra é de R$ 600 mil. “É fundamental que o po-der público tome a frente neste pro-jeto de revitalização da área central e realmente prossiga com ele. Com um centro revitalizado, a atração de mais empreendedores, vendas e outros serviços vai garantir mais recursos até mesmo para o poder público, em forma de geração de mais impostos”, arremata a presidente da Acib.

MAIS MORADORESNo final de 2014, um projeto foi

lançado na cidade e previa 870 apar-tamentos em três prédios na avenida Pedro de Toledo, ao lado da antiga

Estação Ferroviária, interligando também a praça Machado de Melo ao Calçadão, além de um parque li-near e recuperação do rio Bauru. Um financiamento de R$ 132 milhões foi assinado e firmado com a Caixa, e com investimentos públicos e privados al-cançou R$ 200 milhões.

A intenção é repovoar e intensifi-car a vida noturna no centro, alavan-cando mais o comércio com a volta do bauruense para aquela região ferroviá-ria histórica tão esquecida.

“O empreendimento está suspenso e ficou um ponto de interrogação pois houve um recuo por parte dos empre-sários até em função da economia do país”, informa Antônio Grillo Neto, secretário municipal do Planejamen-to (Seplan). Ele diz que já tinha a pré--aprovação do projeto na Seplan, só com detalhes a acertar.

Grillo enfatiza que tem outros pro-jetos em mente e um deles é estender

o horário de funcionamento do centro até as 21h e trazer quiosques para baixo das coberturas do Calçadão com revis-tarias, floricultura, cafés “modernos” e quem sabe até uma chopperia (alguém disse aí Ribeirão Preto?). “No primeiro estágio é levar até as 21h o funciona-mento das lojas, isso elevaria também as vendas e começaria a ser revitaliza-do. Hoje não temos segurança porque todos vão para suas casas após as 18h e a cidade morre naquele período no-turno”, expõe.

Outro ponto polêmico levantado pelo secretário e que está em fase de adequação para um projeto, é a re-moção dos ambulantes das calçadas para novo local com estrutura, com luz elétrica e banheiro adequados. Um dos lugares pensados pela Seplan foi no final da Rua Rio Branco, no es-paço onde acontece a famosa Feira do Rolo. Difícil é imaginar a feira ser deslocada dali.

Rodrigo Agostinho,

prefeito de Bauru

A recuperação da fachada será feita este

ano e até o ano que vem terminamos toda

a parte interna Prédio da antiga estação: prefeitura comprou, mas ainda não reformou

TROCAR FOTOHotéis históricos do centro de Bauru

Page 43: Az! #26

43F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

VAMOS PASSEARNO CENTRO?A família do gerente administrati-

vo Luís Eduardo Marciano gostaria de frequentar a praça, porém o medo do ambiente que é disputado por co-merciantes e também por pessoas que se encontram em situação de risco, como moradores de rua e usuários de drogas é grande. “Antigamente tinha banda no coreto e muitas atividades culturais, agora somos assaltados”, diz ele informando que amigos já tiveram a carteira furtada e não frequentam mais a praça. Mas Luís Eduardo está esperançoso para que a reforma traga além de melhoras no “aspecto físico e beleza”, segurança também.

“Bauru tem uma população grande que tem poucas opções e uma delas seria passear no centro, queremos um lugar bonito e favorável não só para compras, mas para momentos de la-zer”, enfatiza. As atrações culturais são todas voltadas ao Parque Vitória Régia e a região central foi excluída desse tipo de atividade com o tempo, o que acabou contribuindo com a não--apropriação popular do espaço pú-blico. Entretanto, o prefeito Rodrigo

Agostinho (PMDB) salienta que com a revitalização se cria uma agenda de eventos e a população precisa se apro-priar destes espaços.

“A última grande reforma foi rea-lizada há duas décadas, e a imagem insegura da praça com mendigos, álcool e drogas se perdurou. Garanti-mos uma nova vida ao centro, e va-mos discutir com o Estado estratégias para garantir a segurança, pois o po-liciamento é deles, câmeras de vídeo--monitoramento deverão ser instala-das para evitar vandalismo no local”, afirma Agostinho.

Nova área verde, fonte, piso, ba-nheiro reformado e coreto serão entregues na praça a ser concluída. Outro ponto histórico que começa a ganhar vida nova é a antiga Estação Ferroviária, abandonada desde 1994 e adquirida pela prefeitura em 2009. O espaço de 13 mil m² está em fase inicial de revitalização e aos poucos é ocupado pela secretaria de Cultura, pinturas internas já podem ser vis-tas. “A recuperação da fachada será feita este ano e até o ano que vem terminamos toda a parte interna”, garante o prefeito.

Antonio Grillo,

Secretário de Planejamento

de Bauru

No primeiroestágio é levar até as 21h o funcio- namento das lo-jas, isso elevaria

também as vendas e começaria a ser revitalizado. Hoje não temos segu-

rança porque todos vão para suas casas após as 18h e a ci-

dade morre naquele

período noturno

Luis Eduardo e seus filhos em um Calçadão vazio

Page 44: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 544

#COMPORTAMENTO

VIRA MORAR AÍ?“Uma coisa que acontece aqui é que a

prefeitura cobra um IPTU muito alto e isso não é revertido em benefícios para o centro da cidade, teríamos que ter um retorno maior ou cobra igual a outras regiões, pago R$ 3 mil ao ano de IPTU”, reclama o bancário Gilberto Edson Ce-lenza, morador há 30 anos do centro.

Ele pensa seriamente em se mudar do local junto a outros moradores com a mesma visão, pois além dos problemas quanto a segurança, tem esse rombo na conta. Gilberto divide as parcelas, mas comparado a outras regiões que ficam no entorno da ave-nida Rodrigues Alves, como no bair-ro Nova Cardia, o IPTU não passa de R$ 40 ao mês.

Agostinho diz que há uma nova lei de estímulo a moradia no centro, e que esse conjunto de apartamentos próxi-mo a Estação Ferroviária é um exemplo. No projeto apresentado ano passado, a previsão da entrega estava marcada para o ano de 2020.

Até lá, outros projetos e ideias vão ro-lar, mas esperamos que com uma nova praça Rui Barbosa e centro cultural na estação funcionando.

A reforma faz parte de um pro-jeto orçado em R$ 6 milhões que previa a revitalização de todo o complexo ferroviário, porém o mu-nicípio não dispõe do recurso ne-cessário e fará a recuperação em partes. A Secretaria da Cultura in-vestiu até agora R$ 80 mil e enti-dades como a Academia Bauruen-se de Letras e o Ponto de Cultura de Acesso ao Hip Hop que há anos tentam um espaço fixo para suas atividades garantiram salas por lá.

“A Estação Ferroviária começou a ser reformada com recursos da prefeitura para instalação de se-cretarias e um importante centro cultural. Há também a reforma da Estação paulista e dos museus fer-roviários e da Imagem e do som, além do viaduto inacabado da Nuno que será entregue”, diz o prefeito. Medidas pontuais para problemas que sempre atravancaram Bauru.

Luís Eduardo Marciano,

bauruense que gostaria de

frequentar o Centro

Antigamente tinha banda no coreto e muitas atividades culturais, agora

somos assaltados Rezemos pelas almas que

estão sofrendo, diz estátua napraça Machado de Mello

Prédios do centro acabam pichados por falta de segurança

Alguns prédios foram reformados, em ótimo exemplo

Page 45: Az! #26

45FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

#COLUNA

Felipe Kobayashi

Especialistaem cirurgia e

traumatologia bucomaxilofacialpela Santa Casade Piracicaba.Professor doInstituto IES

Bauru (SP) e daFunorte Franca

A culinária é um dos prazeres mais primais que possuímos. O instinto de saciar uma necessi-dade fisiológica do nosso cor-po, a fome. Mesmo assim, mui-

tas pessoas ainda têm medo de tentar essa arte maravilhosa. Qual a grande preocupação em pilotar um fogão? Será o fogo? Medo de se cortar com as facas? Ao meu ver é algo muito mais banal. O simples medo de errar.

Tentativas e erros são parte da nossa vida, tudo o que você aprendeu e tudo que você é hoje foi construído dessa forma. Então por que esse medo de errar? Hoje encontramos uma infinidade de livros, vídeos, blogs a respeito de cozinha. Recei-tas fáceis, complexas, alguns desses meios de comunicação focados até em solteiros e estudantes que moram longe dos pais. Basta a vontade de aprender e sair da zona de conforto.

Sem contar no prazer que é você ver seus amigos, sua família se reunindo enquanto cozinha. Ótima companhia, boa conversa, os aromas do alho fritando, do azeite es-quentando na frigideira, da carne assando, tudo isso a espera do jantar. Essa prepara-ção é sensacional para o gosto final do pra-to, salivamos com esses aromas, nosso es-tômago se prepara para receber alimento,

nos descontraímos com as conversas, tudo favorecendo para que você tenha uma re-feição extremamente agradável.

Laços de amizade são criados, sempre tem aquele amigo que deseja perguntar alguma coisa da sua receita, seus ingredientes fo-ram escolhidos a dedo por você, não existe receio de algo estar fora de validade ou uma carne mal processada. Tudo isso no acon-chego da sua casa, tocando a sua música predileta, sem receio de dirigir após tomar uma cerveja e muito menos de encontrar alguém indesejado, como sempre acontece nos restaurantes.

No começo alguns não darão certo mes-mo, o bolo que desanda, a carne que fica salgada, mas qual seria a graça de tentar algo novo sem o risco de não dar certo? Quantas vezes a gente cai pra aprender a andar de bicicleta? Mas, seguindo o mesmo exemplo, uma vez que você aprende a an-dar, não quer fazer outra coisa. Tudo fica simples e intuitivo.

Provando um pouco aqui, você sabe que precisa de mais sal, uma pitada de pimen-ta do reino, um pouco mais de farinha para dar liga. Aí, meu amigo, o segredo acabou, o medo acabou e a única coisa que prevalece é o prazer de reunir seus entes queridos para saborear a sua obra de arte.

A ARTE DACULINÁRIA E DA VIDA

Page 46: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 546

#COMPORTAMENTO

Vivendo nos modelos de uma cidade urbana e sobrevivendo em meio à poluição, acabamos por sempre idealizar um local mais limpo, mais arborizado e de fácil locomoção... Tal-vez seja essa a cidade ideal para a melhoria

do estilo de vida da população e para a saúde do planeta. O fato é que viver de modo sustentável envolve muito mais do que usar energia solar ou banir sacolas plásticas.

Envolve mudança de estilo de vida, para poder ser ex-plorado de forma branda os recursos naturais disponí-veis, termos mais conhecimento para redução do gasto de energia e de água, menor geração de lixo e de gases poluentes que influenciam o aquecimento global, além do avanço tecnológico para termos um sistema eficiente que possa priorizar os deslocamentos a pé, de bicicleta ou com meios de transporte menos poluentes.

Uma das principais questões da sustentabilidade é pensar na construção de um município que atenda as necessidades do homem e do meio ambiente.

Para a professora e coordenadora de Engenharia Am-biental e Sanitária da Universidade Sagrado Coração (USC), Renata Teixeira de Almeida Minhoni, Bauru carece de

maior atenção não apenas do poder público. “A população em geral precisa se adequar às novas questões ambientais para que ambos os setores possam trabalhar juntos. O go-verno tem que conscientizar, mas também oferecer um estimulo às pessoas para que elas possam viver com res-ponsabilidade”, afirma.

O funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa, de longe é a principal obra das duas gestões do prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB). A obra com valor de mais de R$ 120 milhões tem grande dimensão re-gional porque atualmente o esgoto lançado no Rio Bauru vai para o Rio Tietê. Essa situação não só prejudica a qualida-de de vida das pessoas, como traz consequências negativas para o turismo e esportes náuticos, por exemplo.

“Estamos investindo na maior obra que o poder público está fazendo no momento que é a estação de tratamento de esgoto e estamos discutindo com a população o futuro dos resíduos sólidos do lixo e a preservação das áreas de prote-ção ambiental, manancial e serrado, porque se por um lado a cidade de Bauru precisa crescer, do outro, a gente precisa aprender a conservar, a preservar e restaurar as áreas já degradadas da nossa cidade”, pontua o prefeito.

Texto Daiany FerreiraFotos Amanda Rocha

Falada por muitos eexecutada por poucos,

a palavra sustentabilidade está em alta. A Az! mostra comoseria uma cidade construída em

benefício do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas UMA BAURU VERDE

E SUSTENTÁVEL

Page 47: Az! #26

47F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

PÉ DE APOIOUm munícipio, se fosse construído do zero, seria pla-

nejado para o deslocamento das pessoas e não dos auto-móveis. Imagine uma cidade sustentável, onde as pesso-as possam fazer a maior parte de seus deslocamentos a pé. Calçadas amplas e sombreadas seriam um estimulo e não um sonho. Em Dongtan, cidade ecológica em cons-trução na China, sete minutos de caminhada separam as casas de toda a infraestrutura urbana. O projeto surgiu como iniciativa do governo chinês para que a cidade fos-se projetada como uma vila, onde as casas seriam ergui-das para tirar o melhor proveito possível das condições naturais do clima.

Para o advogado e consultor ambiental Kláudio Cóffa-ni, esse é o segredo para que o governo estimule as pes-soas em querer deixar o carro na garagem. “Se o governo leva centros aos bairros, ele oferece às pessoas várias prestações de serviços naquele local e tira a necessidade do cidadão precisar pegar o carro e se deslocar do outro lado da cidade para pagar uma conta. Aqui em Bauru, o Mary Dota, é um exemplo de sólida concentração de empreendimentos no bairro e isso deveria ser expandido para o restante da cidade”, ressalta Cóffani.

“Acredito que a cidade possui grandes condições de pro-mover a utilização das ciclovias, pois além de garantir a redução no trânsito de veículos motorizados, contribui

para a redução da emissão de gases poluentes e também seria um estímulo a uma vida mais saudável”, completa a engenheira ambiental Renata Minhoni.

Já para o prefeito Rodrigo Agostinho, oferecer quali-dade de vida usando menos recursos naturais possíveis seria um grande desafio. “Existem cidades que já têm essa qualidade de vida, com recursos financeiros, mais arborizada, espaço de lazer, enfim... mas percebemos que em linhas gerais é um caminho longo a ser perse-guido. As grandes cidades do mundo se formos avaliar elas não são sustentáveis e têm locais que consomem grande quantidade de combustível, energia, pessoas se deslocando longas distâncias para chegar em seu local de trabalho/estudo”, avalia.

LUZ ELÉTRICAAinda este ano, uma legislação federal pode ser apro-

vada para que qualquer residência ou empresa possa gerar energia própria. Ou seja, o cidadão poderá colocar em sua residência um painel solar ou produzir energia eólicas, que são aquelas turbinas que transformam a energia do vento em energia útil. Quando a geração de energia for maior que o consumo, a energia que sobrar vai poder ser vendida ou compensada.

Rodrigo Agostinho diz que caminho é longo

Rodrigo Agostinho,

prefeito de Bauru

Existem cidades que já têmessa qualidade de vida, com recursos financeiros, mais arborizada, espaço de lazer... mas percebemos que em linhas gerais é um caminho longo a ser perseguido. As grandes cidades do mun-do não são sustentáveis e têm locais que consomem grande quantidade de combustível, energia, pessoas se deslo-cando longas distâncias para chegar em

seus locais de trabalho/estudo

Page 48: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 548

#COMPORTAMENTO

Kláudio Cóffani,

advogado e consultor ambiental

Prefeituras que investem em aterro sanitário é o oposto de ser sustentável. O problema atual

do aterro de Bauru é um proble-ma exclusivo de administração,

porque se fosse investido em campanhas de conscientização de lixo reciclável, a quantidade de lixo recebida no aterro iria

diminuir na metade, o tempo de vida desse local duraria o dobro de tempo e a prefeitura gastaria metade do que ela gasta por ano

pra jogar os resíduos no aterro

A região de Bauru e Botucatu foram apontadas como re-giões favoráveis para o aproveitamento da energia vinda dos ventos, de acordo com o atlas eólico do Estado de São Paulo, divulgado pelo governo em 2012. A energia eólica e a energia solar são fontes limpas e renováveis.

Especialistas da área de educação ambiental afirmam que se o projeto de lei for aprovado irá revolucionar o conceito da sus-tentabilidade urbana no Brasil. “Nós temos a energia elétrica de origem hidráulica que é uma fonte renovável e muito impor-tante. Porém, a nossa presidente Dilma Rousseff, quando foi ministra das Minas e Energia, começou a fortalecer as termo-elétrica, sendo usinas movidas a carvão e polui muito o meio ambiente e até hoje a presidente apoia esse tipo de geração de energia”, criticou Cóffani apostando no aumento da conta de energia elétrica ainda em 2015. “Nós estamos vivendo em um país que a conta de luz subiu mais de 40% em apenas um ano e até dezembro vai subir mais uns 20% ou 30%. O lado positivo é que as pessoas vão passar a economizar mais, porém a parte negativa é que as termoelétricas serão fortalecidas”, pondera.

LINHA VERDECuritiba é a cidade mais verde do país e da América La-

tina. É o que diz o relatório Green City Index (Índice Verde de Cidades), realizado pela Siemens com a Economist Intelli-gence Unit. A pesquisa considera e pontua oito pontos de sustentabilidade em cada cidade. As categorias são: energia e emissões de gás carbônico, opções de transporte, água, ges-tão de resíduos, qualidade do ar, saneamento, construções verdes e governança ambiental global.

Das 17 cidades avaliadas na América Latina, a capital para-naense é a única com pontuação acima da média na avaliação geral, tendo como destaque a qualidade do ar, reuso de resí-duos e mobilidade urbana. “Bauru precisa primeiro diminuir as emissões de gases poluentes por automóveis, mas isso só ocorre quando o governo resolver trabalhar nas questões de melhorias do transporte público, na ampliação de ciclovias, na elaboração de um sistema de transporte que seja interligado e que permite que as pessoas que moram no bairro Octavio Rasi, por exemplo, se desloquem até a Vila Dutra, utilizando apenas

Page 49: Az! #26

49F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

um bilhete. Isso sim, é mobilidade urbana e fundamental para uma cidade sustentável”, rassalta Cóffani.

Segundo relatou o prefeito de Bauru, a cidade não tem demanda que justifique a implantação de metrô ou outro meio alternativo de transporte público. Ainda de acordo com Agostinho, a prefeitura vem buscando alternativas que melhorem o transporte público do município como já ocorrem em alguns países europeus.

“Nós fizemos um longo e complexo estudo que reorganizou uma boa parte das linhas na cidade, então ele apontou uma necessidade muito clara da gente melhorar as condições para o pedestre, criando novas ciclovias, enfim... Algumas ações já conseguimos implantar nos últimos anos como a instalação dos abrigos para ônibus, melhoria nos pontos de informação, como por exemplo, hoje o usuário tem no seu celular todas as informações que precisa para se deslocar de ônibus. Mas sa-bemos que precisa de mais, uma ação estratégica que estamos tomando agora é melhorar a integração do sistema com a im-plantação do bilhete único”, explicou o prefeito.

LIXO SELECIONADOQuando se fala em urbanismo ou cidade sustentável,

três características básicas são levadas em consideração: atitude ambientalmente responsável, socialmente justa e

Kláudio Cóffani tem exemplos europeus de sustentabilidade para serem aplicados em Bauru

economicamente viável. A coleta seletiva de lixo já é uma prática realizada pelos municípios, mas ainda pouco esti-mulada, ampliada e intensificada. Há alguns meses a pre-feitura de Bauru começou a trabalhar com cooperativas de catadores de lixo reciclável visando a base de uma econo-mia sustentável, geração de renda e inclusão social.

Por outro lado, a prefeitura também vem apostando na expansão do atual aterro sanitário e ganhando sobrevida de mais dois anos, aproximadamente, caso a Cetesb auto-rize a prorrogação da licença.

“Prefeituras que investem em aterro sanitário é o opos-to de ser sustentável. O problema atual do aterro de Bauru é um problema exclusivo de administração, porque se fos-se investido em campanhas de conscientização de lixo re-ciclável, a quantidade de lixo recebida no aterro iria dimi-nuir na metade, o tempo de vida desse local duraria o dobro de tempo e a prefeitura gastaria metade do que ela gasta por ano pra jogar os resíduos no aterro”, explica Kláudio Cóffani, finalizando seu raciocínio ambiental com experi-ência na área de sustentabilidade.

“É possível deixar Bauru mais sustentável? É possível sim... Desde que a gente separe o resíduo reciclável do não reciclável...São práticas que atualmente Bauru economiza-ria brincando uns R$ 10 milhões referentes ao valor gasto com o aterro”.

CIDADE-MODELO ALEMÃ

Na entrada, o painel (SolaStrom) in-

forma a quantidade de energia gera-

da e a quantidade de gases de efeito

estufa (CO2E) que deixam de ser pro-

duzidos por conta do uso desta fonte

de energia renovável.

Prefeitura da cidade de Landsberg Am Lech, perto de Munich,

na região da Bavária, na Alemanha. Uma lateral inteira do prédio

é recoberta por painéis fotovoltaicos, para captação de energia

solar e geração de energia elétrica para atender as atividades de-

senvolvidas dentro deste prédio.

Fotos Kláudio Cóffani

Page 50: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 550

#COMPORTAMENTO

TERMÔMETRO SUSTENTÁVEL

Veja a relação das 10 cidades MAIS sustentáveis e MENOS sustentáveis em todo o mundo:

FRANKFURT 01

LONDRES 02

COPENHAGEN 03

AMSTERDAM 04

ROTTERDAM 05

BERLIN 06

SEOUL 07

HONG KONG 08

MADRID 09

SINGAPORE 10

41 RIO DE JANEIRO

42 DOHA

43 MOSCOU

44 JEDDAH

45 RIYADH

46 JAKARTA

47 MUMBAI

48 WUHAN

49 NOVA DELHI

50 NAIROBI

Fon

te: http

://energyblo

g.natio

nalgeo

graph

ic.com

/2015/0

2/10/w

orld

s-10-m

ost-su

stainable-cities-h

int-n

ot-fast-gro

win

g-jakarta-or-d

elhi/

Page 51: Az! #26

51FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

#COLUNA

Ivan Goffi

Advogado

Enquanto segue a discussão sobre o caos que seria ao sistema pri-sional a redução da maioridade penal, porquanto não haveria espaço para mais detentos, uma

pergunta continua sem resposta: como fica-mos nós, cidadãos que somos, nesse cenário dantesco de convívio diário com o medo e a insegurança, cientes de que poderemos dei-xar nossos filhos órfãos ou, pior ainda, nun-ca mais lhes darmos um beijo de boa noite, vítimas das bestas-feras? Se o trato com o criminoso na cadeia é chamado de desuma-no, que nome se dá a isso? Humanidade?

Não há mais onde adaptar mudanças: se for roubo, não reaja. Se for estupro, não grite. Faça movimentos lentos e aceite as ordens. Se ele te espancar, não impeça. Dei-xe levar o que quiser (sua vida sempre vale mais, é o que dizem). Se jogarem álcool sobre você, reze. Coronhadas e agressões gratui-tas devem ser recebidas com subserviência para não irritar o bandido. Eleve os muros, coloque grades em tudo, instale cerca elétri-ca, concertina, arame farpado, câmeras de vigilância e sensor de movimento, mas não entre na sua casa logo! Circule duas vezes pelo quarteirão para ter certeza de que não estão te seguindo. Ande de vidros fechados mesmo com sol de Saara. Não leve dinheiro na carteira. E, a pérola maior: você está proi-bido de exercer a autodefesa. Em 2005, mes-

mo contra a vontade de 65% da população, o socialismo desmiolado que culpa a sociedade pela existência do bandido criou uma louca proibição da preservação da vida. Armas? Só a polícia e os bandidos.

A hipocrisia dos sociólogos e simpati-zantes que se recusam à redução da maiori-dade ou no endurecimento das penas, com a consequente redução de benefícios (bandido também é gente!), ou dos que buscam teorias para colocar os bandidos nas ruas sob a des-culpa esfarrapada de que “cadeia não educa”, esbarra num vácuo inexplicável do conceito prisional: ela não é educandário.

O caráter primário da reclusão é afastar o elemento nocivo, aquele pária que violou as regras mínimas de respeito à existência humana. Quantos presos cumprem a pena para a qual foram condenados? Nenhum! Com 1/6 do prazo já progridem de regime! Some-se isso aos benefícios que lhes são concedidos (visitas íntimas, etc) e a cadeia tornar-se-á, de fato, um depósito de gente esperando para voltar à atividade.

A violência e a hipocrisia criaram uma simbiose indissolúvel nesse país. Quanto mais aumenta uma, mais a outra se torna dependente. E as vítimas, eu e você, leitor, seremos apenas números nas estatísticas que tentam explicar o inexplicável. Quer acabar com a violência? É simples: acabe com a hipocrisia.

VÍTIMAS DA VIOLÊNCIAOU REFÉNS DA HIPOCRISIA

Page 52: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 552

#COMPORTAMENTO

FEIRAS LIVRES

UM RETRATODAS TRADICIONAIS

Conhecida como um fenômeno cultural, as feiras de rua têm seu caráter diversificado mantido pelos profissionais que movimentam

o comércio desde o início ao fim do dia

Texto Daiany FerreiraFotos Cristiano Zanardi

Pamonhas de dar água na boca de qualquer um

Feiras de Bauru têm também as tradicionais frutas, legumes e verduras

Feira da Gustavo Maciel e do Rolo são as principais

Rogério vende sardinhasem feiras de Bauru

Pedro Carvalho vendelanche mascarado

Homem escolhe óculos na feira do Rolo

Page 53: Az! #26

53F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Neida Muniz Carrasco,

feirante

Com o tempo,fui conquistando a

confiança das pessoase hoje tenho umacarteira de clientes

fiéis que me procuramtoda semana. É muitogratificante saber que

é através do meuplantio que as pessoas

terão acesso a uma

alimentação saudável

No cantar do galo, dona Neida Muniz Carrasco já está pronta para tra-balhar em sua barraca de produtos orgânicos.

Ela conta que faz 20 anos que trabalha no comércio, mas há cinco dedica-se à produção e à venda de verduras frescas na feira. “Eu me dediquei muito para ver meu comércio crescer. Aprendi a plantar, conheci regras e manejos para ter meu certificado”, conta a feirante mostrando seus produtos sem agrotó-xicos. “Com o tempo, fui conquistando a confiança das pessoas e hoje tenho uma carteira de clientes fiéis que me procu-ram toda semana. É muito gratificante saber que é através do meu plantio que as pessoas terão acesso a uma alimenta-ção saudável”, conta.

As feiras livres já viraram tradição em Bauru. Além de espaços de compra, troca e venda, elas ganharam destaque pela capacidade de integrar comunida-des de bairros e regiões distintas, além de ser uma oportunidade para os peque-nos agricultores urbanos e rurais darem um destino à produção.

Num ritmo diferente do tradicional a feira da rua Doutor Fuas de Mattos Sa-bino, no jardim América, começa no fim da tarde e não na madrugada. No badalar das quatro horas da tarde é rápido o mo-vimento que se faz na pequena quadra.

Pedro Carvalho, 28 anos, é o masca-rado da feira. Cozinheiro formado em gastronomia viu a oportunidade de co-meçar seu próprio negócio. Há um ano, iniciou na produção do legítimo lanche Bauru e hoje vende lanches com ham-

Neida Muniz Carrasco em sua barraca de produtos orgânicos

búrguer artesanal, sanduíche de pernil e comida vegetariana. “A máscara é para homenagear o México que tan-to amo e também, foi uma maneira do pessoal ficar curioso e chegar até minha barraca”, comenta o cozinheiro.

A festa da feira traz água na boca e mui-to entusiasmo para aqueles que vão e vêm no espaço da feira, trazendo como exem-plo o cheiro da sardinha frita do senhor Rogério Vila Verde. “As pessoas procuram comer a sardinha frita na feira porque a maioria delas deixa de consumir dentro de casa devido ao mau cheiro. Aqui é ao contrário, quanto mais cheira a sardinha frita mais pessoas são atraídas até minha barraca”, fala contente o feirante.

FEIRATERAPIA Surgindo de várias partes da cidade

os feirantes agrupam-se na madrugada à espera do nascer do sol. A feira da rua Gustavo Maciel, no centro de Bauru, é tradicionalmente nas manhãs de do-mingo. À primeira vista, é possível en-xergar um mar de barracas de verduras, legumes, frutas, caldo de cana, doces, pamonha quentinha, artesanatos, fran-go caipira e artistas mergulhados nas cinco quadras da feira conhecida desde os meados da década de 1970.

Dona Maria Mir, 65 anos, trabalha há mais de trinta anos na produção e ven-da de pastéis. Simpática, a senhorinha de espírito jovem conta que é sagrado a família participar dessa “feiraterapia”. “Já é tradição a pessoa vir na feira e co-mer um pastel frito na hora. É um ritual indispensável.”, explica.

Para a professora aposentada Catari-na Carvalho, a sensação é de viajar de volta ao tempo. “A feira além de reunir as pessoas, ela resgata a época em que nós saíamos de casa e passávamos um tempo na calçada conversando com o vizinho, priorizando o contato pessoal e não virtual. Para mim, a feira é mais que uma terapia, ela é humanitária e me traz saúde total, um verdadeiro kit con-forto”, comentou.

Dona Maria vende pastéis emfeiras há mais de 30 anos

Page 54: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 554

#COMPORTAMENTO

UMA 25 DE MARÇO DO INTERIOR Quando se chega próximo à anti-

ga Sorocabana na rua Júlio Prestes, engana-se quem pensa que a feira chegou no fim da linha. Formada por ruas estreitas, a feira do rolo tem enredo próprio com começo, meio e fim ao som das tradicionais músicas de viola caipira. É ali que inicia um grande comércio infor-mal ao ar livre, onde se pode en-contrar, comprar, trocar e pechin-char de tudo, desde móveis, peças de carros antigos, eletrodomésticos, sapatos, revistas, discos de vinil, muda de plantas, frigideira usada, fios... Uma infinidade de produtos espalhados aos olhos curiosos.

Alexandre Siqueira da Silva, 37 anos, trabalha faz quatro anos com venda de farol de carro, ferramen-

tas, cinto de segurança e até aquele telefone antigo de disco encontrado na casa da vovó. “As pessoas gostam de relíquias e consigo faturar bem no fim do mês”, comenta o bauruen-se de jeito indiano.

O mais velho da turma é o Joa-quim Vicente. Está na feira do rolo há 37 anos vendendo tampa de pa-nela, panela velha, canos, parafusos e borracha de botijão de gás. “Essa panela era de pressão e durante a semana eu a reformei para vender. Se você casar hoje, ela servirá para o seus netos. É uma panela de boa qualidade, afinal, panela velha é que faz comida boa”, disse Joaquim me convencendo de que vendedor bom, é vendedor criativo.

Só quem vive há mais de três dé-cadas no mesmo local de trabalho tem a oportunidade de conhecer

Passando por eletônicos diversos...

Na Rua Sorocabana, a chamada feira do Rolo temde tudo: desde brinquedos usados...

Roupas de outras épocas...

Antiguidades e raridades...Também temos as panelas do Joaquim Vicente...

E até esse telefonemuito antigo

histórias. Senhor Joaquim diz ter compartilhado muitas delas que passam semanalmente pelas ruas de traços estreitos, porém, amplos de pessoas satisfeitas com o que tem. Quando instigado a falar um final feliz, ele responde.

“Não existe um final, cada dia que vivo é um começo. Na verdade, eu já não sei viver sem esse ambiente familiar que a feira proporciona”, fi-nalizou sorrindo.

Page 55: Az! #26

55FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

#COLUNA

HenriquePerazzi de Aquino,jornalista e professor

de História

H.P.A.

Aposentada, continuou militando na Apeoesp, uma das fontes a lhe revigorar as energias. Lá bus-ca forças para resistir num momento onde a saúde tenta lhe pregar uma peça. Vê-la defendendo a causa dos injustiçados professores é a garantia de que a categoria está bem representada. Impossível não se lembrar de como atuaram por anos a fio verdadeiros profissionais como Vera, quando me deparo com um diálogo ocorrido dia desses. Escre-vendo sobre uma escola e uma diretora permane-cendo no cargo por mais de duas décadas, quando a foram elogiar, uma profissional que havia traba-lhado na escola fez questão de ressaltar em alto e bom som: “Da escola, todos os elogios, da diretora nem tanto”. Normal a anormalidade (sic) das dire-ções estarem sintonizadas com os ditames vindos dos degraus superiores. Na imensa maioria das ve-zes e sem pestanejar, referendam e fazer ouvidos moucos para os clamores dos alunos e profissionais sob sua batuta. Mas como conseguir conciliar isso tudo, sem afetar as suscetibilidades e os eminentes riscos da vida profissional? Vera tem a resposta e eu a explico na qualidade de mero observador de alguns dos seus anos na ativa.

Primeiro o respaldo dos alunos. Ela os tinha. Di-fícil conquistar a confiança de quem já chega pre-parado para o confronto (a escola é palco de outras possibilidades). Depois conseguir manter quadro consciente, criativo, unido e a promover de fato essa integração. Baseado nesse alicerce, eis como ir bus-car algo renovador, ciente desse peso quanto estiver reivindicando nas outras instâncias. Um comple-menta o outro. Dos fracos e resignados o mundo está cheio, mas valor mesmo é dado a quem resiste, põe a cara para bater e enfrenta corajosamente os tais ‘moinhos de vento’, que Cervantes nos ensinou também dos tempos nos bancos escolares.

Vera nunca teve vergonha de ser taxada de ‘qui-xotesca’, aliás, esse foi e continua sendo seu diferen-cial, diria, lema. O tempo passou, ela está em sua casa há mais de uma década, a mãe com Alzheimer, os filhos morando longe, ela ajudando o marido numa das mais movimentadas bancas de revistas da cidade, a do terminal rodoviário, umas dores que insistem em tentar domá-la, mas não a impedem de subir num ônibus e comparecer nas manifestações favoráveis à greve dos professores estaduais.

A PROFESSORA QUE SOUBE REPRESENTARLÁ OS DO LADO DE CÁ

Professor é o tema do momento. Que-ro escrever de um deles, mais preci-samente de uma delas. A história de Vera Lucia Silva Tamião é um exem-plo a ser seguido e merece ter algo

mais revelado. É o que faço aqui e agora. Ela, quan-do de sua aposentadoria era diretora numa das Es-colas Estaduais de nossa cidade, a João Maringoni (ali entre o Beija Flor e o Mary Dota) e comprova algo cada vez mais difícil nos tempos atuais. Dizem ser praticamente impossível a pessoa assumir e galgar postos de comando e não estar plenamente sintonizada com os detentores dos interesses pa-tronais. Nem sempre. Com competência, sapiência e trabalho mais do que afirmativo, com ampla e efetiva anuência dos mais interessados no quesito, no caso, os alunos e professores, isso ainda é pos-sível. A comprovação, no caso de Vera, ocorre ao longo de sua vida, primeiro na sala de aula, depois dirigindo uma escola.

A Educação (com E maiúsculo) para ela nunca foi um negócio e sim, um meio de conscientização popular. Por décadas ela fez muito nos lugares por onde atuou, décadas de intenso fervor educacional e transformador. Corajosa como poucas, mesmo num cargo de direção (sob comando tucano), mili-tava no sindicato da categoria, no caso a Apeoesp, lutando em prol de uma categoria vilipendiada por seguidos governos estaduais não a olhando com o devido mérito. Enfrentou muita cara feia ao optar pela defesa da categoria. Foi até o fim, luta rechea-da de altos e baixos, sempre altaneira, cabeça mais do que erguida.

Page 56: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 556

#COMPORTAMENTO

FESTA CAIPIRA E MUITOTRABALHO SOCIAL

Há 18 anos, a Catedral do Divino Espírito Santo, em Bauru, realiza programações religiosas em prol das famílias carentes que vivem na cidade. Durante o ano, trabalhos voluntários são sempre bem-vindos

Texto Daiany FerreiraFotos Cristiano Zanardi e Reprodução/Internet

O mês de junho chegou e com ele também vêm as famosas festas juninas e quermesses. Quem nunca esperou ansiosa-

mente por essa época do ano para ouvir as tradicionais músicas caipiras, se deli-ciar com os famosos pratos típicos como: pastéis, espetinhos, frango assado, mi-lho verde, vinho quente, quentão, pipo-ca, amendoim... ou até mesmo participar de trabalhos voluntários?

É isso que Ângela Carrijo faz. Há 40 anos, ela ajuda voluntariamente na quermesse da Catedral do Divino Espí-rito Santo, em Bauru. “É uma forma de retribuir tudo o que Deus fez em minha vida, é evangelizar e ter uma convivência maior com os amigos”, afirmou.

A voluntária ainda conta que um dos principais fatores que a motivou em que-rer ajudar o próximo - e não esperar algo em troca- foi a benção recebida por Nossa Senhora Aparecida, santa popularmente conhecida como padroeira do Brasil. “Há quatro anos sofri um acidente de carro e tive traumatismo craniano. Fiquei quase um ano sem enxergar e na época, havia recebido um diagnóstico do maior espe-cialista do país dizendo que o meu caso não tinha solução e na hora pensei... para ele eu posso não voltar a enxergar, mas para Deus e para Nossa Senhora Apare-cida nada é impossível. E hoje estou aqui enxergando normal, foi Deus... tudo o que faço é com amor e carinho e ainda é pouco”, lembra Ângela, emocionada ao lembrar de sua história de vida.

Em Bauru, as quermesses se espalham pelas paróquias dos bairros praticamente o ano todo. Mas, é nesta época do ano, que as festas católicas se intensificam devido às comemorações dos santos juninos chama-dos: Santo Antônio, São João e São Pedro.

De acordo com o padre Marcos Pavan, pároco da Catedral do Divino Espírito Santo, as quermesses têm uma tradi-ção de Portugal, são festas que as igrejas promovem a partir de seus padroeiros. “Celebrar a festa desses santos é celebrar a Cristo, é celebrar a igreja, é celebrar a co-munidade”. Explicou.

O que poucos sabem é a destinação exata do dinheiro arrecadado durante as festividades religiosas. Na paróquia do Padre Marcos, a renda não é somen-te revertida para os benefícios da igreja,

Voluntários durante quermesse da Catedral do Divino Espírito Santo, em Bauru

Page 57: Az! #26

57F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

como também e principalmente, ajuda as famílias mais carentes da cidade. “Todo o dinheiro que arrecadamos com a quer-messe dividimos entre a manutenção e reforma do templo, além, de colaborar-mos com a parte social da igreja que é aju-dar as pessoas mais necessitadas, entre-gando cestas básicas à várias famílias que precisam de doações”, explica o pároco que concluiu. “Outra frente importante é a evangelização. Usamos desse dinheiro para evangelizar e levar a todos a palavra de Deus”, finaliza.

IGREJA JOVEM, JÁ!Andréa Serafim, 23 anos, conta que

desde muito pequena frequenta as fes-tas da comunidade, mas há 10 anos par-ticipa de trabalhos voluntários. Para ela, os jovens estão afastados da igreja por mudanças de hábitos. “Acho que a gera-ção não quer comprometimento...Mas aqui na comunidade, a gente sempre busca trabalhar ações que envolvam o jovem para dentro da catedral. A união, o companheirismo e a amizade que te-mos, são fatores importantes e que con-tribuem para que cada um de nós fique motivados a cada vez mais permanecer juntos na igreja”, refletiu.

Para Lilian Figueiredo, 24, trabalhar em beneficio à igreja é um ato de bon-dade e retribuição. “Dividir um pouco do nosso tempo também é graça de Deus, tudo o que recebemos devemos retribuir as pessoas e aqui aprendemos que não é só a nossa vida que é importante, mas a do próximo também” ressalta.

Padre Marcos ainda revela que as quermesses não são somente festas, e que neste período, a igreja também tem mensagens a passar. “Aproveitando que as pessoas vão até as paróquias, celebrar o padroeiro, a mensagem que as comu-nidades passam é a paz, esperança, ca-ridade e a evangelização”, completou o pároco ao dizer que as tradicionais festas têm o poder de movimentar toda a co-munidade. “É um momento de não visar só o lucro, e sim o entrosamento e a fra-ternidade das pessoas. Nas quermesses, as famílias se encontram, se unem e ce-lebram o padroeiro” concluiu.

SANTOS DE JUNHO

Dia 24 de junho é a vez de São João. Ele é o res-

ponsável pelo título de “santo festeiro”, por isso,

em 24 de junho, dia do seu nascimento, as festas

são recheadas de muita dança, em especial o for-

ró. No Nordeste do país, existem muitas festas em

homenagem a São João, que também é conheci-

do como protetor dos casados e enfermos, prin-

cipalmente no que se refere a dores de cabeça e

de garganta. Alguns símbolos são conhecidos por

remeterem ao nascimento de São João, como a

fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a palha

e o manjericão. Existe uma lenda que os fogos de

artifícios são “para acordar São João”.

Para concluir as festas do mês, São Pedro, é come-

morado em 29 de junho. Ele é o guardião das portas

do céu e também considerado o protetor das viúvas

e dos pescadores. São Pedro foi um dos 12 apóstolos.

Como o dia 29 marca o encerramento das come-

morações juninas, é nesse dia que em localidades

tradicionais há o “roubo” do mastro de São João, que

só será devolvido no próximo final de semana. Mas

como as comemorações juninas perduram alguns

dias, as pessoas dizem que no dia de São Pedro já es-

tão muito cansadas e não têm resistência para gran-

des folias, portanto, ficam os fogos e o pau-de-sebo

como as principais atrações da festa.

Santo Antônio é comemorado no dia 13 de ju-

nho. Entre os três santos, ele é o que mais pos-

sui devotos espalhados pelo Brasil e também

por Portugal. Carregando o menino Jesus em

seus braços, ficou popularmente conheci-

do como o santo “casamenteiro” por auxiliar

as moças solteiras a encontrarem um noivo.

Muitas jovens colocam a imagem do santo de

cabeça para baixo e dizem que só o colocam

novamente na posição correta se lhe arrumar

um namorado.

SERVIÇOS

Para ser voluntário entre em contato na

Catedral do Divino Espírito Santo de Bauru:

Endereço: Praça Rui Barbosa, 3-30, Centro

Telefone: 3222-3166 / 3222-7488

E-mail: [email protected]

Page 58: Az! #26

#COLUNA

58

Silvio MaximinoPresidente da Batra, Bauru

Transparentee

Rafael Moia FilhoVice-presidente da Batra

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 5

No último dia 27 de abril, Bau-ru recebeu no auditório da Associação Comercial e In-dustrial de Bauru uma pa-lestra promovida pela Batra

Bauru Transparente com a presença dos diretores executivos Srª Roni Enara Rodri-gues e Ney Ribas da Nóbrega do OSB (Ob-servatório Social do Brasil).

Os dados demonstrados evidenciaram uma economia de mais de R$ 1 bilhão para os cofres públicos, nos últimos três anos! Esse é apenas um dos muitos resultados positivos conquistados pelo OSB e fez parte da apresentação na palestra realizada em nossa cidade.

Os resultados evidenciam o controle social dos gastos públicos, que afetam diretamente a toda sociedade, além de apontarem para os mecanismos que beneficiam o empresariado local. O OSB já está em mais de 95 cidades de 19 Estados brasileiros, tornando-se uma realidade efetiva de muito sucesso.

Após a passagem do OSB a Batra Bauru Transparente já iniciou contatos com os segmentos representativos das empresas bauruenses (Sebrae, Acib, Ciesp, Fiesp, e etc.) para poder efetivar a implementação desta metodologia de trabalho e do sistema

de monitoramento das licitações do OSB. O evento sem dúvida representou um

marco importante para nossa cidade que passa a figurar a partir de agora no im-portante mapa das cidades onde o controle social das licitações públicas acontece de modo mais sistemático e eficaz.

Podemos dizer que se inicia uma nova forma de relacionamento entre o cidadão bauruense e o administrador público mu-nicipal. A Rede OSB tem objetivos comuns com a Batra, uma vez que é formada por voluntários engajados na causa da justiça social, contribuindo para a melhoria da ges-tão pública, antevendo fraudes e garantin-do economia para os cofres municipais. A partir deste momento, ambas unem esfor-ços no sentido de incrementar o controle social em nossa cidade.

A Batra para poder dar início a este pro-cesso em Bauru precisa apenas e tão so-mente de recursos financeiros para poder contratar um empregado que seria treina-do para trabalhar exclusivamente neste sistema do OSB. Sua colaboração é muito importante, nos procure através do nosso site: www.batra.org.br ou pelos telefones: 14 3879-3850/60 das 14h às 18h de segun-da a sexta.

A VINDA DO OSB A BAURU

Page 59: Az! #26
Page 60: Az! #26

60

#COLUNA

Especialista em projetos e secretário

municipal da Agricultura

Chico Maia

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 5

O terceiro setor no Brasil tem um papel desafiador, pois ele difere-se dos demais setores que contemplam as organi-zações privadas e públicas.

O terceiro setor age como se fosse um intermediador entre os outros setores, ou seja, ele possui características dos dois, mas tem um objetivo diferenciado, buscando equilíbrio dos indivíduos na sociedade.

Ser terceiro setor é trabalhar como um agente transformador. O terceiro setor no Brasil começa a ganhar destaque entre as décadas de 1970 e 1980, pois nesse período as organizações sem fins lucrativos vinham num crescente engajamento em busca do de-senvolvimento para fortalecer as entidades representativas da sociedade civil, na tenta-tiva de igualar a realidade social, por direitos individuais e também direitos coletivos.

No que tange à captação de recursos, não existe estratégia única, pois para realizar essa atividade é necessário efetuar um pla-

no específico para cada entidade. O recurso financeiro é essencial, sua ausência com-promete não só a execução das atividades desenvolvidas, mas também a própria ma-nutenção dos projetos sociais.

Dessa forma, podemos concluir que cada entidade deve ter um profissional respon-sável nessa atribuição. Esse profissional deve identificar as potencialidades para a entidade. Esse profissional, ainda, deve estar atento aos acontecimentos internos e externos da organização, observando e analisando novas e futuras oportunidades.

As possibilidades de obtenção de recursos são várias, porém, as organizações preci-sam trabalhar a captação de recursos base-ada na sua missão e valores de forma que os objetivos sejam atingíveis e agradável aos olhos de quem está doando e/ou patro-cinando. Contudo, para que o terceiro se-tor possa existir como organização, ocorre a necessidade de uma gestão competente, eficaz e cada vez mais profissional.

DESAFIOS NA CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA ENTIDADES

SEM FINS LUCRATIVOS

Page 61: Az! #26

COMUNICAÇÃO

DESIGN

MÍDIAS SOCIAIS

ESTÚDIO

14 99163 8187

whatsapp 11 99333 9046

e-mail [email protected]

facebook.com/uecomunicacao

vendemos seu limaocomolimonada.

Page 62: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 562

#COMPORTAMENTO

DEPRESSÃO: UM MAL SILENCIOSO

Queda proposital de avião traz novamente à tona gravidade da doença, muitas vezes ignorada por portadores e até parentes dos doentes, mas que será a principal de todo o mundo até 2030

Texto Beatriz Albuquerque e CastroFotos Reprodução/Internet

No dia 24 de março, os olhos do mundo vol-taram-se para a região da cidade de Marse-lha, ao sul da França.

Acontecia a mais trágica e assus-tadora queda de avião dos últimos tempos. O copiloto alemão Andreas Lubitz foi considerado o responsável por derrubar deliberadamente o Air-bus A-320 da empresa Germanwin-gs, tirando a vida de 150 pessoas.

De acordo com as investigações, Lubitz estava de licença médica no dia da queda do avião, comprovada por meio de um atestado que dizia que ele estava sem condições de tra-balhar. Porém, o copiloto escondia a situação da empresa.

Lubitz estava em acompanhamen-to constante devido à depressão. Por causa da doença, em 2009, ele para-ra por um ano e meio o treinamento para pilotos para receber tratamen-to psiquiátrico.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que até 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qual-quer outro problema de saúde.

Pesquisa realizada pelo IBGE em 2013 mostra que 7,6% dos adultos brasileiros já foram diagnosticados com depressão, o que equivale a 11 milhões de pessoas. Dessas, 1,8% têm graves limitações em suas atividades devido à doença.

A OMS define depressão como um

transtorno mental comum, caracteri-zado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoes-tima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração.

Apesar de a medicina ainda não ter uma resposta definitiva sobre as causas da depressão, já é conhecido que o ambiente em que o indivíduo vive, suas experiências pessoais e sua genética são fatores que podem cola-borar para o surgimento da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, é possível verificar alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com re-lação aos neurotransmissores (sero-

Page 63: Az! #26

63F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Adriana Serrano,

psicóloga clínica, sobre o

tratamento das pessoas com

depressão por meio de

medicamentos

O medicamentoauxilia no sentido detrazer biologicamentea possibilidade de a

pessoa com depressãoencarar racionalmente

os fatos

dendo as causas da doença. “Por meio da terapia será desenvolvido um processo de autoconhecimen-tos. Dessa forma, a pessoa com de-pressão poderá ter consciência do que está passando, e assumir uma postura ativa, entendendo seu po-der perante a vida”, explica.

DEPRESSÃO TEM CURA?Como em todos os comportamen-

tos, é possível aprender a viver com equilíbrio, evitando que uma ou outra característica - no caso da depressão, a forma de lidar com a tristeza e as adversidades - atra-palhe nossa rotina e o viver bem. “Portanto, eu diria que tem contro-le”, afirma Adriana.

De acordo com a psicóloga, por meio da terapia, é possível recons-truir a forma de ser de cada um, mas não é possível mudar por completo, o que, aliás, não é o objetivo. Dessa forma, o paciente recebe alta do tra-tamento, mas sempre terá que ficar atento às suas tendências e no con-trole dos seus sentimentos. “Mas isso não é exclusivo da depressão e sim de todos nós, não é”, pondera.

tonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células.

A depressão pode ter durações distintas e, em sua forma mais gra-ve, levar ao suicídio. O tratamento pode incluir ou não medicamentos e o atendimento especializado é considerado fundamental. Quanto antes iniciado, melhores os resul-tados. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, os medicamentos não provocam euforia no paciente e nem viciam.

Há casos em que um tratamento preventivo se faz necessário e pode durar anos, ou até mesmo a vida inteira para que o aparecimento de

novos episódios seja evitado.Praticar atividade física, ter uma

alimentação balanceada e manter vínculos afetivos auxiliam na pre-venção da depressão, além disso, auxiliam na recuperação de quem sofre com o problema e minimizam as chances de recaída.

A psicoterapia é uma ferramen-te importante no tratamentos, pois atua na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de con-flitos, diminuindo o impacto provo-cado pelo estresse.

Adriana Serrano, psicóloga clínica, vê os componentes social, familiar e estilo de vida como muito importante e muitas vezes ignorado no que diz respeito às causas da depressão.

“O sistema médico atual pren-de-se ao fator genético e ao corpo, considerando o histórico de psico-patologia na família, mas entendo que o hábito das pessoas é extre-mamente relevante entre os fatores que causam a depressão”, afirma.

O sistema nervoso do homem é focado no hábito e funciona por meio de um ciclo de repetições. “Isso contribui para que os ensi-namentos que aprendemos como verdade, principalmente no seio familiar, tornem-se modelos enrai-zados, difíceis de serem mudados”, esclarece Adriana. Isso explicaria porque em ambientes depressivos é mais comum a doença manifes-tar-se novamente.

Na depressão ocorre uma queda generalizada no desejo de buscar estímulos reforçadores, ou seja, que trazem bem-estar. “Perde-se tanto reforçadores que sozinha a pessoa não consegue se recuperar” – aponta – “O medicamento auxilia no sentido de trazer biologicamen-te a possibilidade de a pessoa com depressão encarar racionalmente os fatos.”

Com a terapia seria possível ter um tratameto mais efetivo, enten-

Page 64: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 564

#COMPORTAMENTO

A depressão é uma doença e, como tal, tem que ser corre-

tamente diagnosticada e tratada como outras enfermidades

TRISTEZA X DEPRESSÃO

É comum utilizar o termo depressão como sinônimo de uma tristeza profunda. Porém, a aproximação de significados é equivocada. Assim como a alegria, a tristeza é um sentimento que faz parte das respostas do ser humano perante os acontecimentos em sua vida. Já a depressão, além de alterações no humor, traz uma série de outra consequências à pessoa enferma, como alterações cognitivas, psicomotoras e biológicas.

UM RELATO PESSOAL*

“Aos 19 anos de idade, eu estava fazendo faculdade em

uma cidade diferente da qual minha família residia.

Estava profundamente triste e não vendo sentido em

nada. A depressão foi diagnosticada. Busquei ajuda

médica e psicológica, porém não segui à risca meu tra-

tamento e uma recaída profunda me fez e voltar para

minha cidade natal. O tempo passou e não consegui

ficar em paz, já que costumava consumir bebidas al-

coólicas em excesso junto com o tratamento médico.

Isso acabou atrapalhando minha melhora. Neste tempo

fiquei muito mais problemático e comecei a apresen-

tar as primeiras tendências suicidas. Um pouco mais

para frente tais tendências se manifestaram em minha

primeira tentativa, da qual escapei por pouco. Mesmo

assim não coloquei um rumo em minha vida. Foi só

depois de um episódio, no qual me afoguei com meu

próprio vômito durante o sono, em decorrência de um

excessivo consumo de álcool, que decidi parar de beber.

Depois disso, procurei dar um rumo em minha vida,

reorganizando meus objetivos para que eu conseguisse

encontrar a paz interior. Assim, me estabilizei, ficando

por dois anos sem nenhuma ocorrência. Porém, com

o término de um relacionamento de quase dois anos,

tive uma recaída. Foi aí que aconteceu minha segun-

da tentativa de suicídio, na qual fiquei internado na UTI

por dias em observação. Durante todo o período que

tive depressão, fiz tratamento psiquiátrico, tomava an-

tidepressivo e calmantes pesadíssimos. Além disso, fiz

psicioterapia com psicóloga o tempo todo. Geralmente

a pessoa com depressão perde o controle de seus pen-

samentos e ações, é como guiar um barco sem leme ou

vela. Hoje, aos 30 anos, me encontro em quadro estável

e não tive mais nenhum episódio. Porém, se em uma

ocasião eu ficar triste além do ponto, tenho que retomar

o tratamento médico. Considero a depressão como um

câncer que cresce na alma e consegue tirar sua vida e

ainda te manter vivo: você fica vazio e viver torna-se

custoso e sem sentido.”

*Homem, 30 anos, pediu sua identidade preservada.

ALGUNS FAMOSOS QUEVENCERAM A DEPRESSÃO

1

Selton Mello,ator, diretor e

produtor

2

Britney Spears, cantora

3

Jim Carrey,ator, comediante

e produtor

4Ana Furtado,

atriz, jornalista

e apresentadora

Fonte: R7

Page 65: Az! #26

65F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Já abraçou alguém hoje? Saiba que esse gesto significa uma forma de carinho, amor, afeto e amizade. Comemorado no dia 22 de maio, o Dia do Abraço surgiu após o australiano Juan Mann iniciar a campanha ‘Free Hugs Campaign’, em 2004, que

consistia em distribuir abraços gratuitos pelas ruas de Sydney para despertar a atenção das pessoas sobre a importância de um gesto afetuoso.

A ação foi amplamente divulgada na internet e o movimento ficou conhecido mundialmente e ganhou milhares de adeptos. De forma voluntária e coletiva, o Centro de Valorização da Vida (CVV), em Bauru, promoveu uma campanha em prol dessa atitude de carinho com o objetivo de despertar afeto entre as pessoas.

O MELHOR LUGAR DO MUNDO

Em comemoração ao Dia do Abraço, o Centro de Valorização da Vida (CVV) promoveu ‘abraços grátis’ em várias regiões de Bauru. A iniciativatambém teve açõesespalhadas pelasredes sociais

Texto Daiany FerreiraFotos Cristiano Zanardi

#COMPORTAMENTO

Ação aconteceu em vários locais, como a Rodoviária da cidade

Alegria foi a tônica desta ação do CVV

Page 66: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 566

#COMPORTAMENTO

A ONGO CVV é uma Organização Não-Governamental (ONG) que

atua desde 1962 em Bauru no apoio emocional por telefone àquela pessoa que precisa desabafar, em total sigilo, sob os valores da compreensão, aceitação e do respeito.

Atualmente, a ONG possui uma preocupação com o crescente índice de suicídios no Brasil. De acordo com a ONG, em Bauru, os números oficiais foram alarmantes e apontam 16 suicídios e 50 tentativas, mas o que mais preocupa são os casos não contabilizados oficialmente.

“O principal problema do ser humano é o vazio interior e a solidão. Esses sentimentos surgem sempre quando estacionamos em nós mesmos, quando não caminhamos em direção a coisa alguma, quando não agimos positivamente para darmos ao mundo e recebermos dele o que nos é necessário. Surgem, então, o desespero, a angústia e o desejo de destruição de outro ser humano, ou de nós mesmos”. Relata José Carlos.

VOLUNTÁRIOSApós 10 anos atendendo na Rodoviária, o Centro de

Valorização da Vida tem “casa” nova. “ Depois de passarmos por momentos difíceis, o posto do CVV de Bauru tem bastante motivos para comemorar. Estamos de sede nova, o grupo se encontra bastante motivado, embora ainda em pequeno número, mas todos se superando na dedicação do ideal abraçado”, ressalta o coordenador da ONG, almejando novos planos. “O grupo pensa em atingir metas como o atendimento 24 horas e também já estamos promovendo cursos de seleção de voluntários, para pessoas com mais de 18 anos, que estejam em busca de um ideal nobre para dedicar seu tempo e seu amor pelo próximo”, finaliza.

CAMPANHA ABRAÇA BAURUCom início na Escola Ernesto Monte, os alunos foram

dispensados no fim da manhã e motivados a registrar fotos de abraços postados em redes sociais, cujo o intuito da CVV foi alcançar 100 mil abraços com a hastag #cvvabracabauru. Durante todo o dia, os voluntários visitaram pontos como a Vila Vicentina, USP, Sorri, Calçadão da Batista de Carvalho, se estendendo até a avenida Getúlio Vargas e a Rodoviária de Bauru.

De acordo com José Carlos dos Santos, coordenador da Comissão de Divulgação do CVV Bauru, as ações contribuíram para a redução dos índices de tentativa de suicídio na cidade através da aproximação entre as pessoas.

“A compreensão e calor humano são o grande antídoto contra esse mal. É justamente este o trabalho que nos propomos no CVV. Compreender incondicionalmente os que nos procuram, para que possam encontrar novas razões para continuar a viver. Com isso estamos combatendo as causas mais profundas da atitude autodestrutiva”, explicou José Carlos.

SERVIÇOSO CCV está na Rua Manoel Ben-to Cruz, 19-19. Quem quiser se tornar um voluntário pode ligar para o telefone: (14) 3222-4111. Já quem estiver precisando de uma palavra amiga, pode ligar no mesmo telefone diariamente das 15h às 23h.

O contato também pode ser feito por e-mail: [email protected]: www.cvv.org.br

Abraço sincero sempre interessa...

Page 67: Az! #26
Page 68: Az! #26

#NEGÓCIOS

Dona Onira tem problema renal e, após sessões de

hemodiálise no Ineb, retomou seu ritmo com melhor

qualidade de vidaTexto Redação Az!Fotos Cristiano Zanardi

‘AGORA EU ESTOUBEM DE SAÚDE’

Dona Onira e a psicóloga Mara:uma vida melhor e mais ativa

Page 69: Az! #26

69FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

Ela também ressalta que o ambiente acolhedor existente no Ineb, que fornece transporte para os pacientes, além de cabines individuais com televisão e alimentação, traz mais tranquilidade para quem faz hemodiálise. “O ambiente acolhedor, a assistência da clínica é muito importante. Ajuda na qualidade de vida, no pós-diagnóstico”, comenta.

TODOS OS DIAS O serviço de hemodiálise diária é uma especialidade do

Ineb, serviço que tem dado resultados para quem tem essa necessidade. No mês passado, mostramos o caso do senhor Paulo Tanaka, que também ganhou mais qualidade de vida com o tratamento diário.

SERVIÇOSSite: inebsaude.com.brFacebook: fb.com/inebsaudeE-mail: [email protected]: (14) 3012- 9600Endereço: Rua Batista Antônio de Ângelis, 1-49, Vila Regina,Bauru/SP

Onira Biondo Godoyde Vasconcellos,

81 anos, paciente do INEB

Eu antes fazia quatro horas por dia, agora tenho duas horas

diárias. Aqui o atendimento é melhor, faço menos em tempo,

melhorei bastante

Receber a notícia de ter que fazer hemodiálise já é, por si só, um aviso que não agrada. Imagine receber esse aviso e, ainda, não conseguir o resultado esperado com um tratamento?

Era isso que acontecia com a aposentada Onira Biondo Godoy de Vasconcellos, 81 anos. Portadora de doença renal crônica, ela foi diagnosticada com a necessidade de fazer hemodiálise há três anos, quando descobriu, após exames detalhados, que seus rins tinham apenas 14% da função normal.

A partir daí, dona Onira passou a fazer sessões de quatro horas por dia de hemodiálise em duas unidades de saúdeß, mas não se deu bem, com resultado insatisfatório. “Cheguei a ficar um mês sem comer direito, quase não bebia água, era muito ruim”, lembra ela.

Depois desse período, com o diagnóstico da quase falência de seus rins, ela teve a oportunidade de conhecer uma nova forma de tratamento de sua doença renal crônica, implementada pelo INEB (Instituto de Nefrologia de Bauru).

Desde fevereiro de 2014, ela passou a fazer hemodiálise diária por um período mais curto em relação ao que fazia antes, proporcionando a ela um tratamento mais eficiente, além de ganho em qualidade de vida. “Eu antes fazia quatro horas por dia, agora tenho duas horas diárias”, explica dona Onira, ressaltando que o menor tempo também a ajudou a melhorar a qualidade de vida. “Aqui o atendimento é melhor, faço em menos tempo, melhorei bastante”, comemora.

Ela acorda cedo, todos os dias, e espera o Jorge, motorista do Ineb. “Ele me busca todos os dias. Mas não sou só eu, são todos os pacientes que precisam. Antes, minha filha tinha que me levar todos os dias e isso atrapalhava a vida dela, por causa da faculdade”, comenta.

IMPORTANTE A psicóloga Mara Faria ressalta que a parte psicológica

do paciente é muito importante para o tratamento. “O emocional é fundamental, a aceitação do paciente em relação ao tratamento”, explica.

Dona Onira logo após sessão de hemodiálise

Page 70: Az! #26

O mês de maio teve atrações para todos os gostos. Princi-palmente quando o

assunto foi cultura. A Virada Cultural trouxe muita gente boa para Bauru.

A Az!, sempre presente, traz mui-ta gente bonita que participou da Virada e de outros eventos de nossa cidade: shows, inaugurações, festas em prol de entidades sociais e muito mais para você!

Lú Nóbrega canta na abertura da Virada Cultural

VIRADA CULTURAL

#SOCIAL

Page 71: Az! #26

Sandro Paveloski e Gabriela Paveloski

Lúcia Helena

Isis Gasparini

Carolina Puzzielo e Daniel Cermaria

Fernanda Barbosa Daniele MorettiAna Fraga

Fabio Trawitzki e Nathalia Pereira

71F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Page 72: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 572

#SOCIAL

Thiago da Silva, Wendel da Silva e Priscila da Silva

Teruo Kosaka, Raquel Hory, Beatriz e LetíciaSara Amaral

Mauro Corotti,Marina, Rafael e Karina Corotti Noemi Komono, Pedro Komono e Enilson Komono

DJ Craw (Claudio da Silva)

JANTAR BENEFICENTE WISE MADNESS

Page 73: Az! #26

73F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Anuncie na Az!

O melhor custo benefício.

Anuncie na Az!

O melhor custo benefício.

5 ANOS INOVANDO

14 3879 [email protected]/azbauru

A única maneira de levar sua marca

para 9.500 residências de Bauru.

com

unic

ação

Page 74: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 574

#SOCIAL

INAUGURAÇÃO AUTO EMPORIUM

Eduardo Martins , Nilson Karimata e Cilene Karimata

Eduardo Maio e Davi Maio

Douglas Santos

Aline Paixão

Alessandro Ferraz, Kassahara Sumiô,Alexandre Guedes e Coronel Garcia

Ailton Fernando, Jorge Vítor, FranchescoFerreira, Alexandre Tozi e Alessandro Ferraz

Page 75: Az! #26

75F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

CIRCUITO CIDADES PAULISTAS 3 - TILIBRA

Corrida de rua atraiu milhares de participantes mesmo com chuva

Samara RodriguesLuana MaximinianoLarissa Cruz

Gabriela Cruz, Larissa Cruz, Elen Silverio, Leila Souza e Ezequiel LemeDanielle Medina

Carla Moreira de Souza

Page 76: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 576

#SOCIAL

Turma da Fraternidade Acadêmica O Aleijadinho

Marcos Vieira e Elaine Moraes

Antonio Rodrigues, Márcio Landin, Eduardo Valério e João FerreiraAlan Nogueira, JúliaNogueira e Cristiane Nogueira

Tatiane Oliveira e Fábio Oliveira

8ª FESTA DOS ESPETINHOS - FRATERNIDADE ACADÊMICA O ALEIJADINHO

Leon Capovilla, Clóvis Carneiro, Gleice Carneiro, Maria do CarmoGuilherme, Lúcia Benício, Valcir Benício, Júlia Benício e Enzo Beníc

Page 77: Az! #26

77F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Talita Urréia e Monica Nogueira

Julian Nishimura, Luck Diaz, Juliana Nishimura e Adenir Sanches

Janaína de Oliveira

André Dias e Paulo Magalhães

Andreia Sodate

Ana Flávia Ferreira

ENCONTRO DE NOIVAS E DEBUTANTES DOBUFFET HAPPY NIGHT

Page 78: Az! #26

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 578

#SOCIAL

14ª FESTA DO PASTEL DA ORDEM DEMOLAY DE BAURU

Turma organizadora da pastelada

Nílson Damasceno, SamiraFortunato e Isabelle Fortunato

Marília Toledo, Ana CristinaSales e Maria Clara Toledo

Evérton de Matos, Francisco Cavalcante, Paulo Martinello e Marcos Toledo

Chiara Lini

Ana Carolina Buso, Roberto Galvão e Giovani Palhaci

Page 79: Az! #26

79F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

Page 80: Az! #26

#SERVIÇOS

80 R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 5

AD SEGUROSTel: (14) 3235-5000

Rua Alfredo Ruiz, 5-10, Centrowww.adseguros.com.br

SUPERIA GRÁFICAR. Martin Afonso, 5-82

Tels: (14) 3231-3636 e 3100-2002 www.superiagrafica.com.br

MUV FILMSR. Dr. José Maria R. Costa, 12-49

Tel: (14) 3245-3465www.muvfilms.com.br

GRAFILAR R. Cel. Amando Simões, 779,

São Manuel-SP Tel: (14) 3812-5700

INEBR. Batista Antônio de Ângelis, 1-49,

Vila Regina.F. (14) 3012-9600

www.inebsaude.com.br

BUFFET HAPPY NIGHTRua dos Andradas 337 - Vila Souto

Tels: Fixo (14) 3243-8988Cel: (14) 99892-8888

www.buffethappynight.com.br

Z INCORPORAÇÕESAv. Rua Francisco de Souza Barbosa, 1-60, sala 1. Vila Monlevade. Bauru/SP

Telefone: (14) 2106-5799 www.zicorporações.com.br

PLÁSTICA PLEXUSR. Antônio Alves, 24-50

Tel: (14) 3226-7470www.plasticaplexus.com.br

EDITORA ALTO ASTRALR. Gustavo Maciel, 19-26

Tel: (14) 3235-3878www.altoastral.com.br

FALE COM NOSSOS ANUNCIANTES

Page 81: Az! #26

81F A C E B O O K . C O M / A Z B A U R U

HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO - [email protected]

PLÁSTICA PLEXUS - [email protected]

IVAN GOFFI - [email protected]

BATRA - [email protected]

EDUARDO BORGO - [email protected]

CHICO MAIA - [email protected]

FELIPE KOBAYASHI - [email protected]

INEB - [email protected]

14 3879 [email protected]

BAURUTerra Branca Pães e Doces

Av. Castelo Branco, 16-27

Banca Max

Av. Getúlio Vargas, 3-30

Banca Aeroporto

Al. Octávio Pinheiro Brizola, 19-100

Padaria Via Osti

Av. Comendador José da Silva Mar-

tha, 28-30

Banca Mundo Cultural

Av. Nossa Senhora de Fatima, 1-18

Posto Paineiras

Av. Getúlio Vargas, 24-20

Saborosa Paes, Doces e Delícias

R. Wenceslau Braz, 4-91

Padaria Rei de Ouro

Av. Dr. Marcos de Paula Rafael, 15-31

Salgados & Caramelados

Esquina da Antônio Alves

com Machado de Assis

DUARTINAHotel Mattos Guimaro

R. Sete de Setembro, 273

Padaria Cristo Redentor

R. São Paulo, 160

PEDERNEIRASPão da Vida Max

R. Gregório Gimenes Álvares, O 900

Panificadora Real

Av. Nossa Senhora Aparecida, S 1384

BARRA BONITAPadaria Barão I

R. João Pessoa, 464

Panificadora e Confeitaria Barão

Av. Pedro Ometto, 1859

A REVISTA AZ!ONDE ENCONTRAR

UNIVERSO ELEGANTEPRODUÇÃO CULTURAL

Tels: (11) 99333-9046facebook.com/uecomunicacao

TACO CABANAR. Luís Bleriot, 8-33 (esquina com Av.

Nsa. Sra. de Fátima)Tel: (14) 3243-3837

www.tacocabanabauru.com

EXTRAVAGANCE LINGERIEAv. Getúlio Vargas, 4-33 e Av.

Benedito Ribeiro dos Santos, 12-35 Bauru-SP

Tel: (14) 3206-1168

FALE COM NOSSOS COLUNISTAS

UNIVERSO ELEGANTE PRODUÇÃO CULTURAL

facebook.com/uecomunicacao Tel: (11) 99333-0946

GRUPO FULL SECURITYR. Saint Martin, 24-08

Tel: (14) 3223-1820www.fullsecurity.srv.br

Page 82: Az! #26

#TIRANDO O CHAPÉU

82

Chinelo

AntonioPedroso Junior,

o Chinelo, éescritor filiado a União Brasileira

de Escritores– UBE. Autor de diversos

livros, entre eles Subversivos Anônimos e

Sargento Darcy, Lugar Tenente

de Lamarca

R E V I S TA A Z ! | J U N H O 2 0 1 5

J air Fontão Odria ou simplesmente Jair da Mocidade é uma das figuras mais conhe-cidas e populares de nossa cidade. Nasci-do na Vila Falcão e criado na Vila Inde-

pendência, tendo adentrado ao mercado formal de trabalho aos 12 anos de idade, trabalhando no es-critório de contabilidade e advocacia Novo Mundo, do Dr. Khalil Rahal, passando posteriormente por Tilibra, Correios e Sonac (empresa que restaurava vagões e gondolas da ferrovia), até entrar na Se-cretaria Estadual de Educação no ano de 1963. Tra-balhou muito tempo no Ginásio Estadual de Vila Falcão, que funcionava durante o dia onde hoje são as instalacões do Antonio Xavier de Mendonça, lo-calizado na Vila Industrial e no período noturno, no prédio do GE Luís Castanho de Almeida, na Vila Falcão, passando posteriormente a ser denominado Stella Machado.

Implantou, em 1963, com a ajuda da professo-ra Neiza Godoy, de música, a fanfarra da escola que realizava seus ensaios na quadra da Institui-ção Toledo de Ensino e, muitas vezes, contavam com a colaboração do reitor Antonio Eufrásio de Toledo, que comparecia aos ensaios, acabando por ensinar alguns toques para os integrantes da

fanfarra, dentre eles alguns de marchas france-sas. Posteriormente, já no Xavier de Mendonça, a fanfarra, por volta de 1968, passou a ser banda marcial, marcando história em Bauru e por todos os lugares que passou.

Apaixonado pela musica, em janeiro de 1976, foi um dos fundadores da Mocidade Independente de Vila Falcão, que revolucionou o carnaval de rua de nossa cidade, trazendo para a passarela do samba, belas fantasias e alegorias, ganhando inú-meros títulos, sendo até hoje a campeonissíma do carnaval bauruense.

Por questões administrativas, a gloriosa Mocida-de está no ostracismo, com seus atuais dirigentes não conseguindo mobilizar a comunidade e colocar a escola no sambódromo. Cansado de ver a escola que ajudou a fundar, fazendo papelão, Jair reuniu um grupo de amigos e criou uma nova Mocidade, agora UNIDA, ao invés de Independente em seu primeiro desfile, empolgou e levou um glorioso se-gundo lugar, mostrando que veio para ficar.

Jair por sua perseverança, liderança, abnegação, merece ser sempre lembrado, como um daqueles que ajudaram a construir a história de nossa Bau-ru. E de forma merecida!

JAIR DA MOCIDADE

Jair Odria discursa durante evento carnavalesco

Foto

Vin

icius T

rom

bin

i

Page 83: Az! #26

83FAC E BOOK . COM /A Z B AU RU

Gostou desta edição da

REVISTA ?

Então mande sua sugestão de pauta,críticas ou elogios para o e-mail:[email protected]

A sua opinião é importante e podeser publicada na próxima edição.

ESCREVA PARA A GENTE!

facebook.com/

azbauruinstagram.com/

azbaurutwitter.com/

azbauruyoutube.com/

azbauru+55 14

991415258

Page 84: Az! #26