Bahia - FIEB · 2016-11-23 · Sindicato da S indúStriaSCetind: (71) 3534-8090 grÁFicaS do eStado...
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ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB
Bahia
aNo XXIII Nº 245 2016
IndústrIa renovada
Estímulo às cadeias eólica e fotovoltaica diversifica parque
industrial baiano
edItorIaL
Falar em produção de energia solar ou eólica no Brasil dos anos
1990 era tema que beirava a utopia, quando não era simplesmen-
te exótico. Em termos de políticas públicas, foi o apagão dos anos
2000, no final do governo Fernando Henrique Cardoso, que fez o
país acordar para a necessidade de explorar novas fontes de ener-
gia, além da hidrelétrica.
Uma primeira ação teve como marco o ano de 1994, quando o
governo federal criou o Programa de Desenvolvimento Energético
dos Estados e Municípios, em parceria com governos estaduais e
municipais. A meta era levar à população isolada ou não atendida
pela rede convencional, outras fontes de energia, o que deu mar-
gem ao surgimento dos primeiros projetos de geração fotovoltaica,
a partir da energia solar.
Em 2002, com a criação, pelo Ministério de Minas e Energia, do
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica,
foi dada a partida para estimular o desenvolvimento de outras ma-
trizes energéticas no Brasil. Em pouco mais de uma década, a parti-
cipação das energias eólica e fotovoltaica deu saltos significativos.
As mudanças começaram a aparecer a partir de 2011, quando a
energia eólica passou a representar 0,5% da matriz nacional. Em
2013, já representava 1,1% da nossa matriz elétrica, de acordo com
dados do Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2014,
da Empresa de Pesquisa Energética – EPE e, em 2015, chegava a
responder por 3,5% da energia gerada. A energia fotovoltaica, por
sua vez, entrou pela primeira vez no balanço energético nacional,
com participação de 0,1%.
As projeções são animadoras. Em 2050, 20% da matriz energéti-
ca brasileira será de origem eólica e 9,26%, solar. Em agosto deste
ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contabilizava
379 usinas eólicas em funcionamento no país e 40 centrais gerado-
ras fotovoltaicas. No cenário nacional, a Bahia é o segundo maior
estado brasileiro em produção de energia eólica, com 68 usinas em
operação e produção de 1.71 GW, conforme dados da Aneel, atrás
apenas do Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
O estado é um dos vetores de crescimento desta nova indústria,
tanto em produção de energia quanto no fortalecimento das res-
pectivas cadeias produtivas. A indústria eólica já é uma realidade,
a fotovoltaica ainda precisa dar alguns passos decisivos.
A Bahia pleiteia o lugar de centro de referência na produção e
certificação de equipamentos para a geração de energias de fontes
renováveis. Para isto, tem buscado atrair indústrias especializadas,
tendo como atrativos a oferta de matéria-prima e logística. Se con-
tinuar neste caminho, podemos dizer que, na Bahia, a geração de
energia será tocada a vento e sol. E a Bahia poderá suprir, no futuro,
a demanda que o país, considerando as tendências de crescimento
populacional e de consumo, irá necessitar nas próximas décadas.
Em 2050, 20% da matriz energética brasileira será de origem eólica e 9,26%, solar. A Bahia é hoje o segundo maior estado brasileiro em produção de energia eólica, com 68 usinas e produção de 1.71 GW
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Ersto
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Energia do futuro
Fontes solar
e eólica são
novo vetor da
indústria de
energia
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e
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daS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira
Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo, milho,
mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de minera-
ção de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS,
detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS
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antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected]
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Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Produ-
toS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS
do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica
e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de tele-
comunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material
elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFa-
toS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS
de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato
da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da
conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria
do eStado da Bahia, [email protected]
Filiada à
Bahia
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conSElhoSMICRO E PEqUENA EMPRESA INDUSTRIAL carlos henri-
que Jorge Gantois; ASSUNTOS FISCAIS E TRIbUTáRIOS
sérgio Pedreira de oliveira souza; COMéRCIO ExTE-
RIOR Angelo calmon de sá Junior; ECONOMIA E DE-
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ra; RELAçõES TRAbALhISTAS homero ruben rocha
Arandas; RESPONSAbILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL
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sérgio Fraga santos Faria
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cIeB - centro das IndústrIas do estado da BahIa
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Prevenir a prática
de assédio moral é
prioridade nas
empresas que
seguem as mais
modernas
práticas de gestão
ambiente corporativo
16
Empresária Zika
Assis fala de
estratégias para
ser bem-sucedido
ao empreender
beleza natural é referência
Realizada no Dia do Estagiário, no
auditório da FIEB, a 13ª edição do
prêmio homenageou a Softwell,
destaque entre as empresas de
pequeno porte
estágio: iel reconhece boas práticas
Estrutura é composta de 28 salas de
aulas e 18 laboratórios que vão ampliar
a oferta de vagas para o ensino médio
EBEP na capital; unidade também vai
sediar o polo de EJA/EaD do SESI
escola sesi retiro é inaugurada
sumárIo
22
Parque Eólico de Sento Sé, na bahia, em foto de Manu Dias, Agecom
6
Exploração de fontes
de energia
alternativa dá espaço
ao surgimento de
cadeia de produção
na Bahia
novos polosindustriais
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nº 245 set/out.2016
6 Bahia Indústria
entrevIsta ZIka assIs
Fundadora do Instituto Beleza Natural, que há
23 anos desenvolve tratamentos completos pa-
ra cabelos crespos, cacheados e ondulados,
Heloisa Helena de Assis, ou simplesmente Zica
Assis, comanda uma rede com 48 unidades de negó-
cio em cinco estados brasileiros, sete delas na Bahia.
Ela veio a Salvador, no dia 31 de agosto, participar
do seminário Agenda Bahia 2016, que teve como te-
ma Bahia Mais Competitiva. Empresária de sucesso e
referência em empreendedorismo, a ex-babá, empre-
gada doméstica e faxineira deu a volta por cima ao
transformar um salão doméstico na rede do Instituto
Beleza Natural. Nesta entrevista, ela fala sobre em-
preendedorismo e revela como construiu um negócio
que hoje emprega mais de quatro mil pessoas e aten-
de mais de 130 mil clientes por mês.
há uma receita para empreender
com sucesso?
Sucesso vem com o reconheci-
mento do seu trabalho. Mas não
basta só isso. Você tem que amar
o que você faz. E tem que ser bom
para o outro. Você tem que ter
garra, determinação, porque em
certos momentos o sucesso está li-
gado também à liderança. Se você
não tiver equipe preparada, clien-
tes que tenham confiança naquilo
que você faz, você não consegue
chegar ao sucesso. Isso tudo está
ligado. Sucesso é reconhecimen-
to? É. Mas tem tudo isso para que
esta receita fique bacana e o bolo
fique lindo.
qual a sua dica para quem deseja
empreender no mercado competi-
tivo do segmento de cosméticos?
Ter sempre produtos de alta
qualidade. Hoje existem milhares
de produtos e você vai concorrer
com os melhores. Se você botar na
cabeça que o melhor sempre vai
vencer você consegue chegar lá.
Qualidade está acima de tudo.
é preciso estar atento ao entorno,
às demandas da sociedade para
colher estes resultados?
Você tem que estudar o seu pú-
blico. Que área você quer investir?
Você quer atender a classe C? A
classe A? Você tem que estudar pa-
ra ver se seu plano de negócio, se
isso em que você quer investir vai
ser viável, quantas pessoas têm o
mesmo negócio. Você quer ser o
melhor? Então vai estudar aquele
concorrente que está à sua frente,
senão você só vai lançar produto
por lançar, abrir negócio só por
abrir, querer fazer só por querer.
Mas não é assim que funciona, vo-
cê tem que ter competitividade.
Segmentar é fundamental para o
sucesso?
Apostar em um segmento é
muito importante, porque você
tem um foco que vai te direcionar.
Não adianta você querer fazer tu-
do ao mesmo tempo, tem que se
especializar. E foi o que aconte-
ceu comigo: quis trabalhar com
cabelos crespos e ondulados. É o
que eu sei fazer, o que eu sinto e o
que eu entendo muito bem, que é
o meu cabelo. Não fiquei naquela
de ‘vou pro alisamento, vou pra-
quilo’, não, quis tratar cabelos
crespos e ondulados sem tirar a
originalidade desse fio. Então, eu
tenho que estar à frente do proces-
so, estudando, buscando parce-
rias com universidades, com tudo
que possa me levar a estar à frente
das tendências de mercado. Quero
o melhor sempre.
Você começou testando recei-
tas em casa e hoje você adquiriu
uma cultura empresarial. Como foi
construir esta trajetória?
Quando quer empreender, a
pessoa vai sempre buscar se aper-
feiçoar. E quando eu li algo do Se-
brae que dizia assim: “você vai
melhorar o seu negócio”, eu fui
em busca disso. Qual o momen-
to de buscar este apoio eu não
sei dizer. Mas tem um detalhe: o
empreendedor quer fazer tudo ao
mesmo tempo, mas é preciso se-
guir etapas e foram estas etapas
que me fizeram buscar o apoio
dos meus sócios, pois cada um
tinha conhecimentos diferentes,
uma expertise. Exemplo: Eu que-
ro montar um laboratório com
vários químicos ou quero uma
faculdade para estudar o fio do
cabelo? Preciso saber por que o
fio é ondulado, por que um é mais
"Empreender é estar sempre à frente"zika Assis revela o segredo do sucesso do Instituto Beleza Natural, empresa que hoje é referência no tratamento de cabelos crespos e ondulados
por Patrícia Moreira
Bahia Indústria 7
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grosso, outro é mais fino, por que
um tem a forma de espiral e outro
é zig zag. Com o tempo, a gente
foi identificando a dificuldade e
foi buscando a solução. É isso que
o empreendedor faz. Você não
tem uma empresa pronta . Ainda
hoje eu me considero uma empre-
endedora, porque estou sempre
querendo inovar em uma porção
de coisas.
Reunir os sócios e deixar cada um
trabalhar na sua área de especifi-
cidade é o modelo que dá certo?
Quando eu comecei, fiz os
meus testes, os meus desenvolvi-
mentos sozinha. Mas para abrir o
salão eu tive que buscar parcerias
e, graças a Deus, dentro de casa,
eu tinha meu marido e meu ir-
mão. E depois fui buscar Leila Ve-
lez. Todos com a mesma vontade
de crescer. Não importa se você
tem graduação ou não tem, o ne-
gócio é o respeito. Você tem que
respeitar cada profissional, as
competências de cada um. Como
é que eu, na área de cabelo, vou
querer mexer na área de gestão?
Posso até entender, mas não te-
nho a última palavra. É assim que
dá certo em qualquer sociedade,
em qualquer empresa.
qual o erro mais comum que o em-
preendedor comete?
É não conseguir botar o pé no
chão. Tem que ter sempre alguém
que oriente, porque o empreende-
dor sonha muito e quer fazer tu-
do ao mesmo tempo. E é isso que
uma boa sociedade faz: um segura
aqui, outro te leva ali. O empre-
endedor tem muitas ideias e quer
fazer tudo, então, você tem que
botar o pé no chão, não andar só
nas nuvens. [bi]
O empreendedor tem muitas ideias e quer fazer tudo, então, você tem que botar o pé no chão, não andar só nas nuvens
8 Bahia Indústria
hAroLDo ABrANtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
Com localização geográfica
privilegiada, a maior costa
litorânea dentre os estados
brasileiros, na qual pontuam du-
as importantes baías (Todos-os-
-Santos e Aratu, sendo a segunda
a maior em águas abrigadas do pa-
ís) e três portos públicos, que mo-
vimentam quase 15% das cargas
dos portos do Nordeste, a Bahia
tem diferenciais competitivos que
precisam ser melhor aproveitados.
Foi isso que destacou o presidente
da FIEB, Ricardo Alban, na aber-
tura da 7ª edição do Fórum Agen-
da Bahia 2016, realizado em 31 de
agosto, com o tema Bahia Mais
Competitiva.
O evento, uma realização do
Correio e Rádio CBN, em parceria
com a FIEB, Braskem e Coelba,
reuniu representantes de diver-
sos setores econômicos e especia-
Potencial do estado é tema do Agenda BahiaDiferenciais competitivos da Bahia podem “deslanchar” se investimentos em infraestrutura forem realizados
Mônica burgos
destacou o
potencial
competitivo
da bahia na
abertura do
Agenda bahia
2016
O presidente da Rede Bahia,
Antonio Carlos Magalhães Junior,
lembrou que o país ainda vive um
momento bastante turbulento,
mas adotou um tom otimista. “Te-
nho a convicção de que o governo
Temer criará condições capazes
de melhorar substancialmente os
indicadores macroeconômicos”,
pontuou.
Presente à abertura do Fórum
Agenda Bahia, o prefeito de Salva-
dor, ACM Neto, disse que os brasi-
leiros devem enxergar acima das
adversidades do momento, para
encontrar oportunidades presen-
tes e futuras. “Precisamos apro-
veitar 2016 para adotar medidas
duras, mas essenciais para a reto-
mada dos investimentos”.
Para aproveitar bem todas es-
tas vantagens e conseguir osten-
tar um crescimento sustentável,
pontuou Ricardo Alban, é preciso
que vários obstáculos sejam ultra-
passados. Ele destacou, por exem-
plo, a urgência de se melhorar a
infraestrutura e a necessidade de
reduzir a forte concentração espa-
cial dos investimentos. Citou que
três regiões – Região Metropolita-
na de Salvador, Feira de Santana e
Alagoinhas –, juntas, concentram
61,5% da produção industrial de
todo o estado.
A 7ª edição do Agenda Bahia
inovou na estrutura, mantendo
a parte da manhã para palestras
e colocando no período da tar-
de painéis e oficinas realizados
concomitantemente. Em um dos
painéis, a criadora da Avatim, a
empresária baiana Monica Bur-
gos, destacou diferenciais com-
petitivos da Bahia e contou sua
própria história para mostrar que
é possível se destacar no mercado
quando há a união de boas ideias
e perseverança. [bi]
listas para discutir as potenciali-
dades do estado no cenário atual.
“As vantagens comparativas não
param por aí. Na Bahia existem
condições climáticas muito favo-
ráveis à exploração das energias
eólica e solar. No primeiro caso,
somos hoje o segundo maior esta-
do produtor e, até 2020, seremos
o principal produtor nacional”,
ressaltou Alban.
O presidente destacou o enor-
me potencial em segmentos como
o de energia eólica, já mapeado
em um estudo do SENAI Cimatec,
explicando que, se fosse 100% ex-
plorado, o estado seria capaz de
abastecer a totalidade da deman-
da energética nacional. “Evidente-
mente isso não seria algo desejá-
vel, pois a área energética requer
fontes contínuas de abastecimen-
to”, afirmou.
circuito
Bahia Indústria 9
por cleber borges
Ajuste fiscal melhora o ambienteO ajuste fiscal é importante
para a redução dos juros e
a melhoria das condições
financeiras das empresas e
dos consumidores. Ele
abrirá caminho para o
aumento do consumo e dos
investimentos, segundo a
visão da indústria.
Todavia, um ciclo
consistente de crescimento
só será completado
mediante a plena retomada
do investimento privado e
com a implementação de
mudanças no ambiente de
negócios que recupere a
competitividade da
economia brasileira.
Economia deve cair 3,1% este anoA indústria brasileira crê que a
economia fechará 2016 com
queda de 3,1%, um resultado
ruim, mas não tanto quanto a
previsão feita pela
Confederação Nacional da
Indústria (CNI) no mês de
junho, que previa queda de
3,5%. O PIB industrial, com
provável redução de 3,7%,
deverá liderar a retração da
economia este ano. Será o
segundo ano consecutivo de
redução da economia brasileira
e o terceiro de queda no PIB
industrial.
Por trás das previsões menos negativasA nova previsão da indústria
indica, ainda, que os
investimentos fecharão o ano
com queda de 11%, inferior aos
13,9% estimados no segundo
trimestre. Já o consumo das
famílias encolherá 4,6%, menos
do que os 4,8% previstos
anteriormente. São sinais de
recuperação da economia o
aumento da confiança dos
empresários e o ajuste dos
estoques.
Confiabilidade do sistema elétricoUma das queixas do setor
produtivo em relação ao
fornecimento de energia é a
relativa falta de confiabilidade
do sistema nacional. Em 2015,
foram registrados 79 apagões
em todo o país, de acordo com
dados da Aneel. Eles foram
assim distribuídos: Nordeste,
12; Norte, 32; Centro-Oeste, 10;
Sudeste, 8; e Sul, 17.
“O Brasil precisa identificar quais as áreas-chave para a ecOnOmia nO futurO e investir nelas antes que OutrOs países O façam. É impOrtante apOstar nOs prOjetOs mais arriscadOs e nãO descartar as pequenas ideias”Steve Wozniak, 66 anos, cofundador da Apple, ao dar a receita de como um país pode queimar etapas para se tornar competitivo
10 Bahia Indústria
sindicatos
evento discute hábitos de consumo de cosméticos
SindióleoS • Ricardo de Agostini Lagoeiro foi
reconduzido à presidência do Sindióleos-BA, para
mandato até 2019. “O sindicato tem conseguido fazer
seu papel e atender as demandas coletivas e
pontuais apresentadas pelas empresas”, destacou.
SindcalçadoS • O Sindcalçados-BA empossou a
diretoria eleita para o mandato 2016/2019. O atual
presidente, o empresário Roberto Enzweiler, da
Calçados Malu, foi reeleito. Assim como no período
anterior, assume como presidente executivo,
Haroldo Ferreira.
Sindratar • Permanecer à frente do sindicato no
atual cenário é um desafio para o presidente reeleito
do Sindicato da Indústria de Refrigeração,
Aquecimento e Tratamento de Ar (Sindratar-BA),
Rogério Farias. “Somente um sindicato forte e
representativo será bem sucedido no enfrentamento
das adversidades”, afirmou Farias. O mandato vai
até 2018.
Roberta Cyrillo
apresentou
pesquisa
realizada pela
Kantar
Empresários baianos conheceram as tendências e
oportunidades para o mercado de beleza no
Workshop Atualidade Cosmética, realizado em
agosto, na FIEB, com apoio do Sindicato das
Indústrias de Cosméticos da Bahia (Sindcosmetic-
BA). “O evento trouxe informações de mercado
fundamentais para a indústria de cosméticos”,
ressaltou o presidente do Sindcosmetic, Raul
Menezes. O presidente da FIEB, Ricardo Alban,
participou da abertura do evento. Foi apresentada
pesquisa da Kantar Worldpanel, sobre os hábitos e
tendências de consumo em produtos para cabelos.
Ela mostrou que a queda da frequência de consumo
e também do preço médio contribuíram para a
retração do segmento.
Encontro debate perspectivas do setor lácteoOs desafios e perspectivas do setor lácteo foram discutidos no 7º
Encontro Baiano dos Laticinistas, entre os dias 2 e 4 de setembro,
em Salvador. O encontro, promovido anualmente pelo Sindicato
das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite
(Sindileite-BA), tem como objetivo fortalecer o setor, com a
capacitação das empresas e troca de experiências. A programação
incluiu palestras sobre as perspectivas econômicas para a
agroindústria e o papel das indústrias de laticínios na organização
setorial. “O Encontro reflete o trabalho que temos realizado, sempre
zelando para os melhores resultados para o setor, que são a base do
Sindileite”, afirmou Lutz Viana, presidente do Sindileite-BA.
JEFFErsoN PEIxoto/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
eLeIções
Relacionamento com a FordCom o objetivo de aproximar empresários do setor de
reparação com a Ford, o Sindirepa-BA, em parceria
com o Sindirepa Nacional, promoveu, dia 15.09, na
FIEB, o Encontro de Relacionamento da Motorcraft.
“A proposta é cuidar de toda a cadeia e do
relacionamento com o cliente final”, destacou
Rodolfo Possuelo, gerente de Serviços da Ford. “A
aproximação permitirá melhorar o relacionamento
dos reparadores com a marca, sobretudo nas
questões comerciais e técnicas”, destacou o
presidente do Sindirepa-BA, Maurício Freitas. Como
resultado será criado um comitê com a Ford,
concessionárias e Sindirepa-BA.
Participação em missões técnicasO Sinprocim-BA visitou, em São Paulo, a Concrete
Show 2016, um dos mais importantes eventos da
construção civil mundial. Já o Simagran-BA
participou da Cachoeiro Stone Fair, uma das maiores
do setor do país, no Espírito Santo. Seis diretores
participaram da missão. O Sindicer-BA participou do
45º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica
Vermelha, em Campinas/SP.
Bahia Indústria 11
DIVuLGAção sINPEL
Jorge Cajazeira, presidente do Sindpacel, marcou presença no 22º
Simpósio Intersindical de Negociações Coletivas das Indústrias de
Celulose, Papel, Papelão e Artefatos (Sinpel), em Minas Gerais. O evento
reuniu, dias 15 e 16 de setembro, sindicatos patronais de todo o país
para debater o cenário nacional e internacional, as relações do
trabalho, a NR-12, as negociações coletivas, e as questões sindicais,
econômicas e políticas do Brasil. Na oportunidade, o sindicato baiano
apresentou o Relatório de atividades 2016/2017 do Sindpacel.
sindpacel participa do 22º sinpel
Evento reuniu sindicatos patronais em Minas gerais, em setembro
reparação de veículoS • Dezessete presidentes
sindicais do setor de reparação de veículos de 11
estados debateram os desafios do segmento,
trocaram experiências e discutiram soluções para
problemas comuns, no 2º Intercâmbio de Lideranças
da Indústria da Reparação, dia 14/09, na Federação
das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG),
em Belo Horizonte. “Reforçamos a importância da
profissionalização dos sindicatos”, afirmou o
presidente do Sindirepa-BA, Maurício Freitas. O
Intercâmbio faz parte das iniciativas do Programa de
Desenvolvimento Associativo (PDA).
indúStria Química e Farmacêutica • Em julho
foi realizado o 2º Intercâmbio de Lideranças Setoriais
da Indústria Química e Farmacêutica, na Federação
das Indústrias do Ceará (FIEC). Representaram a
Bahia os presidentes do Quimbahia, João Augusto
Tararan, e o do Sinpeq, Roberto Fiamenghi. Para
este último, o encontro foi uma oportunidade de
integração entre sindicatos de realidades diferentes.
Sinprocim capacita profissionais Com o objetivo de capacitar trabalhadores do setor
para a atividade profissional de movimentação de
cargas, aliando conhecimento teórico e prático, o
Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento
(Sinprocim), em parceria com o SENAI, iniciou os
cursos de Operação de Caminhão Guindauto e
Operação de Empilhadeira à Combustão. “Sempre
levantamos, junto às empresas, as demandas por
capacitação dos profissionais e contamos com a
parceria do SENAI, que faz um trabalho de
excelência”, explicou o presidente do Sinprocim,
José Carlos Soares.
PDA avança com cursos na bahiaComo reduzir sua tarifa de energia elétrica? foi
discutido em Vitória da Conquista como parte do
Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). O
curso Como evitar problemas trabalhistas?, foi
realizado em parceria com o Simagran, em
Ourolândia. Em Salvador, o tema abordado foi a
redução de tributos, em parceria com o Sindvest
Salvador. O Sindratar apoiou os cursos sobre
fiscalização do trabalho e as NRs.
A programação contou com uma
visita ao Polo Farmoquímico.
“Percebemos o quanto o Ceará
está avançando no setor”, elogiou
Tararan.
têxtil • Em agosto,
representantes do setor têxtil
participaram do Intercâmbio de
Lideranças Setoriais da Indústria
Têxtil, na Federação das
Indústrias do Rio Grande do Norte
(FIERN). Boas práticas em
negociação coletiva, ambiente de
negócios e desafios do setor foram
pontos abordados. O presidente
do Sindicato da Indústria de
Fiação e Tecelagem (Sindifite) da
Bahia elogiou a inciativa. “A troca
de experiências nos permite
aplicar em nosso sindicato boas
IntercâmBIo sIndIcaLpráticas de outros estados”,
afirmou.
metalmecânico • Os
presidentes de sindicatos de
indústrias metalmecânicas de
doze estados participaram, em 17
de agosto, da 2ª edição do
Intercâmbio de Lideranças
Setoriais da Indústria
Metalmecânica, em Curitiba. O
evento foi promovido em parceria
com a Federação das Indústrias
do Paraná. O segmento baiano foi
representado pelo presidente do
Simmefs, Luiz Fernando Kunrath.
“Esta iniciativa contribui para
nos aproximar de outras
lideranças sindicais do setor”,
destacou.
12 Bahia Indústria
ALFrEDo FILho/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
Com crescimento de 62.4% no número de asso-
ciadas no primeiro semestre de 2016, em com-
paração com o mesmo período do ano passado,
o Centro das Indústrias da Bahia (CIEB) comemora
50 anos em 2016. A instituição, que tem o papel de
representar o Sistema FIEB no seu processo de inte-
riorização, tem investido em capacitações gratuitas
para empresários e consolidou a Rede de Parceiros,
criada em 2015 com o objetivo de oferecer às empre-
sas associadas produtos e serviços com descontos e
condições especiais.
Para contribuir com o aumento da competitividade
do setor industrial baiano, o CIEB desenvolveu uma
agenda de capacitações em áreas como gestão, plane-
jamento e relações trabalhistas. De 2015 para cá, mais
de 2 mil empresários passaram pelos cursos. Gratui-
tas, as capacitações acontecem principalmente no
interior, em municípios como Ilhéus, Itabuna, Vitória
da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Barreiras,
Juazeiro e Paulo Afonso.
Os cursos são promovidos em parceria com empre-
sas integrantes da Rede de Parceiros. A rede conta
com mais de 120 parceiros em atividades como con-
sultoria ambiental, ensino superior, cursos de idio-
mas, qualificação industrial, cartão alimentação e
locação de veículos. A rede abrange toda a Bahia e
conta com parcerias no interior, contribuindo para a
geração de negócios em todas as regiões do estado.
hIstórIa O CIEB foi fundado em 19 de outubro de 1966, por um
grupo de empresários baianos, entre eles, Victor Ole-
ro Vidal, Carlos Costa Pinto, Ademir Peixoto, Manoel
Leiro Lorenzo, Cícero Simões, Manoel de Sá Gordilho
Neto, Clemente Mariani, Rogério Joaquim de Carva-
lho, Miguel Vita, João Tarquínio, dentre outros. Entre
as primeiras empresas associadas/fundadoras, des-
tacam-se a Construtora Norberto Odebrecht, a Cerâ-
mica Esmeralda, a Ciquine e as companhias Valença
Industrial e Ferros-Ligas da Bahia.
“O CIEB tem uma importância histórica institucio-
cIEB completa 50 anos de olho no futuroFundada como centro de Desenvolvimento da Indústria do Estado da Bahia (ceiba), entidade se moderniza para melhor servir associadas
nal muito grande para a indústria baiana e foi fun-
dado por pessoas de peso do empresariado baiano”,
destaca o presidente da entidade, Reginaldo Rossi. A
atual gestão tem se dedicado em especial a ampliar
a penetração do CIEB no interior, reforçando sua im-
portância como instituição de atendimento direto à
indústria.
Reginaldo Rossi acredita que o CIEB tem contribu-
ído para amenizar os efeitos da crise para suas asso-
ciadas, em razão da rede de parcerias que a entidade
coloca a serviço das empresas, especialmente as mi-
cro e pequenas. De acordo com o presidente, o CIEB
dedica-se integralmente à indústria e está no seu dia
a dia, ouvindo e absorvendo seus problemas, procu-
rando entender e indicar soluções. Para isso, ele des-
taca o apoio dos 120 parceiros de 52 categorias e dos
1300 associados na Bahia, especialmente no interior,
que reúne 70% dos associados.
De olho no futuro, um dos desafios postos para
o CIEB é ampliar sua presença no ambiente digital.
Para isso, investe na criação de um novo site e de
um aplicativo para facilitar a interação do associado
com a rede de parceiros. [bi]
Entidade apoia
as empresas
e promove
palestras para
empresários
Bahia Indústria 13
João ALVArEz/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
Complementariedade é palavra-chave para
definir o Modelo de Atuação Articulada en-
tre as Áreas Sindical e de Mercado do Siste-
ma Indústria, projeto da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), implementado na Bahia e no
Paraná como piloto. O modelo estabelece parâ-
metros para a relação entre sindicatos, áreas sin-
dicais e de mercado, com o objetivo de ampliar a
oferta de soluções do Sistema Indústria às em-
presas e estimular o associativismo.
Além das áreas de mercado do SESI, SENAI e
IEL, na Bahia, o primeiro ciclo do projeto envolveu
o Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador
e Região (Sindvest), o Sindicato da Indústria de
Fiação e Tecelagem do Estado da Bahia (Sindifite)
e o Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos
e Similares do Estado da Bahia (Simagran), todos
filiados à Federação das Indústrias do Estado da
Bahia (FIEB).
O modelo agora está sendo implantado pela
CNI no Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso e Acre.
Na Bahia, aderiram dois novos sindicatos: o da In-
dústria de Cosméticos e de Perfumaria do Estado
da Bahia (Sindcosmetic) e o da Indústria da Repa-
ração de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia
(Sindirepa-BA).
A proposta mescla estratégias individuais de
abordagem para agentes de mercado e executivos
sindicais, além de estratégias coletivas, por meio
de eventos multissetoriais, a exemplo do encon-
tro Diálogo Empresarial, realizado em junho na
FIEB. A ideia é convergir esforços das áreas sin-
dical e de mercado para que as empresas possam
conhecer mais sobre os serviços oferecidos por
SESI, SENAI e IEL para apoiar a indústria baiana,
Atuação articulada fortalece o associativismoImplementado na Bahia e no Paraná, projeto piloto da cNI define parâmetros para atuação das áreas sindical e de mercado
Representantes
da FIEb
e da CNI
responsáveis
pela
implantação
da proposta
e também os benefícios concedidos às associadas aos
sindicatos filiados à FIEB.
“O resultado é atender melhor a empresa indus-
trial, levando ao mesmo tempo serviços, associativis-
mo, representação, defesa de interesses. Se todos os
envolvidos estiverem com esse discurso fortalecido,
quem ganha no final é a indústria”, ressalta a geren-
te executiva de desenvolvimento associativo da CNI,
Camilla Cavalcanti.
A parceria com os sindicatos abre oportunidade
para que as áreas de mercado do SESI, SENAI e IEL
atinjam mais micro, pequenas e médias indústrias
da base de associadas a eles. Além disso, o diretor
executivo da FIEB, Vladson Menezes, ressalta que a
Federação e os sindicatos ganham com a atração de
novas empresas e com a aproximação das que já são
associadas. “É um projeto interessante tanto para
a prestação de serviços para as indústrias, quanto
para fortalecer o associativismo e a defesa de inte-
resses”, pontuou.
Passados três meses de implantação, 42 indústrias
baianas foram visitadas, o que gerou 24 propostas
negociadas por agentes de mercado do SESI, SENAI e
IEL, além de outras 23 em fase de negociação. Já para
os sindicatos, as visitas geraram novos associados e
propostas de associação de outras empresas. Até no-
vembro, a meta é visitar outras 100 indústrias.
“Nas visitas acompanhadas pelos agentes de
mercado, conseguimos atender melhor os empre-
sários, especialmente os representantes das micro
e pequenas empresas, que muitas vezes não têm
conhecimento sobre os benefícios de se associar ao
sindicato, nem sobre os serviços oferecidos pelo Sis-
tema FIEB”, avalia o presidente do Sindifite, Eduar-
do Catharino Gordilho. [bi]
14 Bahia Indústria
VALtEr FoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
O ministro da Indústria, Co-
mércio Exterior e Serviços,
Marcos Pereira, lançou ofi-
cialmente, no dia 8 de setembro,
na sede da FIEB, em Salvador, o
Plano Nacional da Cultura Expor-
tadora (PNCE) e o programa Brasil
Mais Produtivo. As ações visam a
melhoria da competitividade das
indústrias, especialmente as de
pequeno porte, assim como o au-
mento da participação do Brasil
no mercado externo.
Pereira pontuou que, apesar da
economia como um todo dar sinais
de recuperação, os números da
indústria não foram “favoráveis”
nos últimos meses. “Para que a in-
dústria se mantenha protagonista
na retomada do crescimento e haja
a recuperação da indústria nacio-
nal, é preciso melhorar a competi-
tividade das empresas”, disse.
Programas de apoio à indústria são lançadosPlano Nacional da cultura Exportadora e o Brasil Mais Produtivo visam a melhoria da competitividade das indústrias
ferramentas de manufatura enxu-
ta. O programa vai atender três mil
pequenas e médias indústrias dos
setores de alimentos e bebidas,
vestuário e calçados, metalmecâ-
nico e moveleiro.
De acordo com o diretor de
Educação e Tecnologia da CNI e
diretor do SENAI Nacional, Rafael
Lucchesi, a metodologia foi desen-
volvida pela CNI em parceria com
o SENAI e teve como base as expe-
riências das unidades da Bahia e
de Santa Catarina. “Com este pro-
grama do governo federal nós es-
tamos propiciando que pequenas
e médias empresas tenham acesso
a um tipo de abordagem, com ga-
nhos de produtividade conheci-
dos, algo que só atingia grandes
organizações”, explicou.
O PNCE tem o objetivo de au-
mentar o número de empresas
que operam no comércio exterior
e incentivar o aumento das expor-
tações de produtos e serviços. As
empresas contarão com ferramen-
tas de treinamento, capacitação,
consultoria para adequação de pro-
dutos e identificação de mercados.
Na Bahia, o programa vai au-
mentar a base exportadora em três
frentes: identificação de empresas
com potencial para ingressar no
mercado internacional, aumen-
tar o fluxo de negócios naquelas
que exportam eventualmente e
diversificar os produtos comercia-
lizados pelas empresas que já pos-
suem cultura de exportação. [bi]
O presidente da FIEB, Ricardo
Alban, entregou ao ministro um
conjunto de propostas elaboradas
pela Federação, com pontos pa-
ra o fortalecimento das ações do
governo federal no sentido de im-
pulsionar o desenvolvimento do
comércio exterior brasileiro, em
particular o da Bahia. As propos-
tas focam aspectos prioritários,
divididos em três grandes temas:
burocracia, infraestrutura e acor-
dos bilaterais.
Iniciado em abril, o Brasil Mais
Produtivo prevê intervenções rápi-
das e de baixo custo para melhorar
o processo produtivo aumentando
em pelo menos 20% a produtivi-
dade das empresas participantes.
Por meio de consultoria executada
por equipes do SENAI no chão de
fábrica, os empresários identifi-
cam desperdícios e implementam
Marcos Pereira
esteve na FIEb
para apresentar
as ações do
ministério
Bahia Indústria 15
JEFFErsoN PEIxoto/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
Representantes
de 14 países
integraram
delegação que
participou de
encontro na
FIEb
Com população de 500 mi-
lhões e 25% do PIB mundial,
a União Europeia responde
por 15% do comércio internacio-
nal. O bloco tem no Brasil um
parceiro diferenciado. Aqui estão
55% de todos os investimentos e
um terço de todo o comércio com
a América Latina. Essa inserção se
mantém apesar das crises, tanto
no Brasil quanto na Europa, con-
forme ressaltou o chefe da seção
comercial da União Europeia no
Brasil, Nicola Ardito, durante en-
contro com empresários e repre-
sentantes do governo baiano, no
dia 29 de setembro, na FIEB.
O encontro aconteceu no Se-
minário Situação Econômica e
Oportunidades de Negócios entre a
União Europeia, Brasil e Bahia, or-
ganizado pela CNI, FIEB (por meio
do Centro Internacional de Negó-
cios e do Conselho de Comércio Ex-
terior) e delegação oficial da União
Europeia, com apoio do governo da
Bahia. Integraram a delegação re-
presentantes da Alemanha, Espa-
nha, Holanda, Dinamarca, França,
Suécia, Bélgica, Croácia, Romênia,
Áustria, Grécia, Reino Unido, Por-
tugal e República Tcheca.
No evento, Nicola Ardito ex-
plicou pontos que costumam ser
criticados pelo Brasil nas nego-
ciações com a Europa. Um deles,
o de que o bloco utiliza exigên-
cias fitossanitárias como barrei-
ra protecionista. Ele argumentou
que a contribuição para o desen-
sustentabilidade éprioridade para a uEEncontro discutiu as oportunidades de negócios no Brasil e os acordos com o Mercosul e países da união Europeia
No seminário, o representante
do governo baiano, Paulo Roberto
Guimarães, superintendente da
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, listou as potencialida-
des da Bahia e as oportunidades
de investimentos.
Por sua vez, o vice-presidente de
Serviços Técnicos e Infraestrutu-
ra da BASF para a América do Sul
justificou a opção pela Bahia. “Es-
colhemos a Bahia por sua infraes-
trutura logística, mão de obra qua-
lificada, oferta de matérias primas
e o custo diferenciado da energia,
além da infraestrutura existente na
região de Camaçari. Nossa mão de
obra foi formada no SENAI Cima-
tec e a consideramos de excelente
qualidade, pelo profissionalismo
e competência técnica”, afirmou o
executivo da Basf. [bi]
volvimento sustentável é pilar da
política comercial e dos inves-
timentos europeus. Além disso,
explicou, nenhum país-membro
tem autonomia para negociar
condições bilaterais diferencia-
das, “pois trata-se de uma união
aduaneira perfeita”, sendo a Co-
missão Europeia o braço de nego-
ciação comercial.
“Quando uma negociação é
fechada pela Comissão ainda
tem que passar pelo Parlamento
Europeu. Redução de tarifas de
importação, por exemplo, devem
obedecer ao equilíbrio de perdas
e ganhos”, complementou Ardito.
Em relação ao acordo entre a UE
e o Mercosul, o representante do
bloco disse que o prazo inicial,
que era o mês de outubro, será ex-
pandido para janeiro de 2017.
16 Bahia Indústria
por Patrícia Moreira
om sete grandes empreendimentos instala-
dos no estado – GE/Alstom, Gamesa, Torre-
bras, Acciona, Torres Eólicas do Nordeste
(TEN), Wobben Windpower e Tecsis –, a
Bahia consolidou-se como o principal polo
nacional na fabricação de componentes para
a cadeia produtiva de energia eólica do País.
O próximo passo neste sentido é fomentar
a indústria de geradores fotovoltaicos, principal equipa-
mento usado na captação de energia solar, que oferece uma
ampla gama de possibilidades para a consolidação de uma
nova cadeia produtiva no estado.
A Bahia também quer ser protagonista ao tornar-se cen-
tro de referência mundial na produção e certificação de
equipamentos para a geração de energia com fontes reno-
váveis. “As energias renováveis, além de trazerem consigo o
conceito de sustentabilidade, apresentam grande potencial
de desenvolvimento tecnológico, uma vez que a cadeia pro-
dutiva de equipamentos eólicos é uma indústria em franco
desenvolvimento” justifica Jorge Hereda, secretário de De-
Bahia detém umadas principaiscadeias de energiaeólica do país e também aposta na fonte fotovoltaica
novos poLosIndustrIaIs
18 Bahia Indústria
do brasileiro em produção eólica,
com 68 usinas em operação e po-
tência de 1.71 GW. O estado fica
atrás apenas do Rio Grande do
Norte, que lidera com 104 usinas e
2,85 GW de potência instalada.
Há ainda 41 empreendimentos
em construção no estado e outros
118 projetos com previsão de iní-
cio das obras nos próximos anos,
conforme dados da SDE. Ao todo,
o volume de investimentos proje-
tados para a Bahia, considerando
apenas os leilões de eólica, é de
R$ 18,5 bilhões.
Na área de energia solar foto-
voltaica, a Bahia hoje conta com
32 empreendimentos com previsão
de entrada em operação em 2017.
O estado foi o principal destaque
do leilão realizado pela Aneel, em
outubro de 2014, quando 31 proje-
tos solares foram vendidos, sendo
14 para Bahia, o que corresponde
a um percentual de 50%.
perspectIvas posItIvasToda esta movimentação é vista
como positiva pelo coordenador
do Conselho de Infraestrutura da
FIEB, Marcos Galindo. Ele desta-
ca a oportunidade não apenas de
diversificar a matriz energética do
estado, como também a de atração
de novos investimentos. Outro as-
pecto positivo é o impacto social
favorável, já que a exploração de
energia eólica ou solar acaba tra-
zendo benefícios para regiões iso-
ladas ou muito pobres do estado,
como é o caso do Semiárido.
O investimento também pode
ser visto sob a ótica das demandas
futuras. “As novas matrizes vêm
reforçar o sistema elétrico brasi-
leiro, que está todo interligado.
Além disso, quando se olha para
o futuro, considerando a proje-
ção de crescimento da população,
senvolvimento Econômico do Es-
tado da Bahia.
O secretário também enxerga
como oportunidade a possibilida-
de de parcerias com a academia e
com institutos de ciência e tecno-
logia para a melhoria do desem-
penho desses equipamentos. “O
objetivo da Bahia é consolidar-se
como líder no setor de energias re-
nováveis, tanto na geração, quan-
to na produção de equipamentos e
desenvolvimento de tecnologia”,
destaca.
Um primeiro passo neste senti-
do já foi dado. Por intermédio da
SDE e da Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Inovação (Secti), o
governo do estado está elaboran-
do, em parceria com o SENAI/Ci-
matec e com o apoio do setor pro-
dutivo, a proposta de implantação
do Instituto Tecnológico de Ener-
gias Renováveis (Inter). O equi-
pamento englobará o Centro de
Referência e Certificação de Equi-
galindo avalia
como positiva
a expansão
das energias
renováveis
João ALVArEz/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
pamentos, bem como de desenvol-
vimento tecnológico e formação
de recursos humanos qualificados
para atuar neste segmento.
Para o secretário, “a certifica-
ção é parte essencial da cadeia
produtiva e permitirá que os equi-
pamentos aqui produzidos obte-
nham os atestados necessários
para o mercado nacional e inter-
nacional”. Além disso, Hereda
lembra que na Bahia a implanta-
ção dos parques eólicos está con-
centrada no Semiárido, gerando
benefícios socioeconômicos ine-
gáveis para a região. “Seja pela
geração de empregos locais, incre-
mento da atividade econômica ou
ampliação e melhoria da infraes-
trutura da região”, arremata.
potencIaLDe acordo com a Agência Nacio-
nal de Energia Elétrica (Aneel),
em termos de geração de energia,
a Bahia é o segundo maior esta-
Bahia Indústria 19
Brotas de MacaúbasTabocas do
Brejo Velho
Bom Jesus da Lapa
Gentio do Ouro
Campo Formoso
Riacho de Santana
Itaguaçu da Bahia
Xique-Xique
Sento Sé
Umburanas
Dom Basílio
Mulungu do Morro
Licínio de Almeida
Sobradinho
Caetité
Morro do Chapéu
Jacobina
Camaçari
Simões Filho
Bonito
Cafarnaum
Pindaí
Brumado
Juazeiro
Guanambi
Igaporã
Casa Nova
ENERGIAS RENOVÁVEIS
68 usinas
em operação
1.71 GW gerados
41 empreendimentos
em construção
118 projetos
para os próximos anos
Bahia destaca-se na produção de energias alternativas
BAHIA
2º maior produtor de energia
eólica no país
INVESTIMENTOS EM EÓLICA NA BAHIA
Contratos Públicos
R$ 18,5 bilhões
185 usinas negociadas em leilões pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia
Capacidade de 4,6 GW de potência
Mercado livre (contratos privados)
232 empreendimentos
Capacidade de 5,36 GW de potência
Mais de 45 mil unidades implantadas em parceria com a concessionária de distribuição, o maior volume de kits fotovoltai-cos instalados do Brasil;
32 empreendimentos em energia solar, com previsão de entrada em operação em 2017;
Em leilão realizado em outubro de 2014, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 31 projetos solares foram vendidos, sendo 14 para Bahia;
Os investimentos ultrapassam os R$ 4,2 bilhões em seis municí-pios, totalizando uma capacidade instalada de 893,8 MW.
Investimento na expansão do mercado de aquecedores solares e painéis fotovoltaicos
Fomento à indústria metalmecânica e eletroeletrônica
Disponibilidade de matéria-prima para composição de painéis fotovoltaicos
OPORTUNIDADES
Projetos na Bahia:
ENERGIA SOLAR
ENERGIA EÓLICA
Fonte:Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE)
Parques eólicos espalham-se por
22 municípios baianos do
sudoeste até o norte do Vale do São Francisco.
Energia solar
Turbinas
Blades
Indústrias de Energia eólica:
Energia eólica
Torres
20 Bahia Indústria
geração de renda e o consumo de
energia projetado para daqui a al-
guns anos, temos uma espécie de
corrida para suprir esta demanda.
A Bahia entra, então, com grande
capacidade de contribuição para o
plano nacional pelo seu potencial
de geração de energia eólica”, afir-
ma o coordenador.
Na avaliação de Galindo, o
maior desafio para o país é resol-
ver os impasses estruturais. Ele ci-
ta como ponto crítico os primeiros
parques eólicos, em razão da de-
mora para implantação das linhas
de transmissão. Recentemente, a
exclusão da Bahia do leilão nos
novos parques pela Aneel foi mais
um capítulo deste processo que,
acredita Galindo, o governo do es-
tado está empenhado em reverter.
Marcos Galindo também en-
xerga uma boa perspectiva para o
crescimento da oferta de energia
fotovoltaica no estado. A Bahia,
além de deter longas extensões
de terra propícias à exploração da
energia solar, também oferece po-
tencial elevado de exposição em
termos de hora/sol por ano, uma
das maiores do Brasil.
escaLaOutro aspecto são as jazidas com
materiais utilizados na produção
de painéis de captação solar. “Isso
pode facilitar à Bahia a implan-
tação de indústria para produzir
painéis solares. Já há estudos com
esta expectativa”, lembra o coor-
denador do Coinfra. Ele acredita
estar assistindo ao início do mes-
mo processo que ocorreu com a
produção de energia eólica, que
alcançou viabilidade e escala.
O fato é que desde o apagão dos
anos 2000, o país despertou para
a necessidade de explorar novas
fontes de energia, além da hidrelé-
trica. Em 2002, com a criação, pelo
Ministério de Minas e Energia, do
Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica,
foi dada a partida para estimular
o desenvolvimento de fontes alter-
nativas no Brasil. O resultado foi
que a energia eólica passou a re-
presentar, em 2015, 3,5% da ener-
gia gerada e a fotovoltaica, entrou
pela primeira vez no balanço ener-
gético nacional, com participação
de 0,1%. As projeções são entu-
siastas. Em 2050, 20% da matriz
energética brasileira deverá ser de
origem eólica e 9,26%, solar.
Marcos Galindo lembrou que, se
no passado a conjuntura interna-
cional levou as grandes empresas
do segmento eólico a expandirem
seus territórios, vindo instalar-se
no Brasil, hoje podemos dizer que
elas vieram para ficar. [bi]
Fábrica da
Acciona, que
produz cubos
eólicos, em
Simões Filho
MANu DIAs/GoVBA
Bahia Indústria 21
conselhos
FIEb participa de seminário nacional sobre políticas para as MPENo dia 28 de setembro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou, em Brasília, o 3º Seminário Pense nas
Pequenas Primeiro. Com o tema “Como as MPEs podem ajudar o Brasil a sair da crise”, o evento reuniu especialistas para
debater sobre políticas de fomento às micro e pequenas empresas. Dirigentes da FIEB participaram do encontro que contou
com a presença do secretário especial da MPE da Presidência da República, José Ricardo da Veiga. Na oportunidade,
debateu-se a proposta de aumento e diferenciação do crédito, desburocratização, diminuição e simplificação tributária,
modernização das relações de trabalho, internacionalização e acesso à mercados, entre outros assuntos.
empresários avaliam potencial de negócios com trader de cuba
Da dir. para a
esq: Ângelo
Calmon de
Sá Junior
(FIEb), Dagmar
gonzález grau
(Embaixada de
Cuba no brasil)
e Laura Torres
(Consul geral
de Cuba)
JEFF
Erso
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to/c
oPEr
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to/s
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MA F
IEB
Com capacidade para receber grandes navios de
carga, do tipo Post-Panamax e localização
estratégica (menos de 150 quilômetros dos Estados
Unidos), o Porto de Mariel, em Cuba, apresenta um
potencial comercial expressivo para as empresas
brasileiras, mas ainda pouco explorado pelas
nordestinas. Visando impulsionar negócios entre o
país caribenho e a Bahia, a FIEB, por meio do seu
Centro Internacional de Negócios (CIN) e do
Conselho de Comércio Exterior (Comex), promoveu,
no dia 15 de setembro, um encontro com um trader
que atua na Zona Especial de Desenvolvimento
(ZED) Mariel, projeto concebido para fomentar o
desenvolvimento económico sustentado de Cuba,
atraindo o investimento estrangeiro, a inovação
tecnológica e a concentração industrial com
benefícios tributários especiais.
Seminário apresenta opçõesde financiamento para inovaçãoCriar um canal de interlocução envolvendo
setor produtivo, academia e órgãos de
fomento à pesquisa foi o objetivo do
Seminário “Diálogos para Inovação e
Empreendedorismo: Oportunidades de
Recursos Financeiros para Inovação em Micro
e Pequenas Empresas”, realizado em 1º de
setembro, na FIEB. A iniciativa foi resultado
de parceria entre a FIEB – por meio dos
Conselhos da Micro e Pequena Empresa
Industrial (Compem) e de Inovação e
Tecnologia (Citec) – e Fapesb com o objetivo
de ressaltar a importância da inovação e
apresentar alternativas de financiamento
oferecidas aos empresários baianos. A Fapesb
e o Sebrae tiveram a oportunidade de falar
sobre os editais que podem ajudar a indústria
a desenvolver inovação.
Membros de Conselhos do Nordeste e do Comam fazem visita técnica Membros do Conselho de Meio Ambiente Nordeste
(Coema-NE) da CNI, representantes das
federações de Indústria (PE, BA, CE, SE, AL, RN,
PB, PI) e integrantes do Conselho de Meio
Ambiente da FIEB (Comam) da FIEB participaram,
no dia 02 de setembro, de visita técnica à fábrica
do Boticário, em Camaçari, primeira do segmento
de cosméticos do Brasil a obter a certificação
LEED (Leadership in Energy and Environmental
Design), uma das mais importantes em
sustentabilidade do mundo. O objetivo foi
conhecer os requisitos da certificação.
22 Bahia Indústria
Rodadas de
negócios e
palestras
marcaram o
LiderAção,
realizado em
Eunápolis
É um prazer muito grande formar profissio-
nais, trazer nossa experiência para colabo-
rar com o desenvolvimento desses jovens
que estão entrando no mercado de trabalho”. O de-
poimento é do gerente de Serviços e Relacionamento
de Imprensa da Softwell Solutions em Informática,
Adriano Barbosa, tricampeã do Prêmio IEL de Estágio
na categoria pequena empresa.
Realizada no Dia do Estagiário, no auditório da Fe-
deração das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a
13ª edição do prêmio também homenageou a Kordsa
Brasil (da área de manufatura têxtil), destaque entre
as empresas de médio porte. “Este ano, estamos co-
memorando conquistas. Ficamos na 2ª colocação na
Cada vez mais as instituições de
ensino e os empresários precisam
se unir para melhorar a qualidade
da nossa mão de obra e estimular
os talentos dentro das institui-
ções”, afirmou a gerente de Desen-
volvimento Organizacional da Má-
quina de Vendas Brasil, Priscilla
Breitenbauch.
A iniciativa do Instituto Eu-
valdo Lodi (IEL) homenageou os
agentes envolvidos no processo de
estágio. Além das empresas com
melhores práticas de atração, de-
por Marta erhardt
IEL RECONhECE bOAS PRáTICAS
Premiação homenageia empresas, instituições de ensino e estudantes
lista das Melhores Empresas para
Trabalhar na Bahia (Great Place
to Work) e esta premiação mostra
que também valorizamos os nos-
sos estagiários”, ressaltou o geren-
te da empresa, Marcello Gomes.
Já a Máquina de Vendas Brasil
(varejista do segmento de eletroe-
letrônicos) foi vencedora entre as
empresas de grande porte. “Re-
presenta o reconhecimento de um
projeto construído para apoiar e
contribuir de forma mais efetiva
com a formação dos estudantes.
Fotos: ANGELo PoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
Bahia Indústria 23
senvolvimento e retenção de esta-
giários, também tiveram destaque
os estudantes e as instituições de
ensino que incentivam a prática
de estágio durante a formação
acadêmica.
“O estágio é uma oportunidade
eficaz para que empresas identi-
fiquem e retenham seus talentos,
além de alavancar a carreira de
estudantes, contribuindo para ca-
pacitação e inserção no mercado
de trabalho”, pontuou o superin-
tendente do IEL, Evandro Mazo,
que parabenizou todos os envolvi-
dos no processo de estágio e acon-
selhou os estudantes a investirem
nesta experiência, com dedicação
e engajamento.
Os premiados ressaltaram a
importância da iniciativa. “Temos
feito um trabalho intenso para
contribuir com o desenvolvimento
do nosso estado e, para isso, nada
melhor do que formar bons pro-
fissionais e cidadãos”, pontuou a
reitora Márcia Barros, da Universi-
Workshop reuniu especialistasA cerimônia de premiação integrou
a programação do 17º Workshop
de Estágio. O evento contou com
palestras do jornalista Jefferson
Beltrão, que falou sobre 4 Ss para
o sucesso e do fundador do Empre-
lab, Daniel Maior, que falou sobre
empreendedorismo e destacou
que perseverança e dedicação são
elementos fundamentais para em-
preender. A programação incluiu,
ainda, a solenidade de entrega do
Prêmio Inova Talentos. A primeira
edição da premiação contou com
duas categorias: equipe destaque
e artigo destaque.
Entre os finalistas da categoria
equipe destaque, o vencedor foi
Arthur Oliveira, com o projeto “O
Vigilante”, na empresa Maquin
Soluções tecnológicas. Já a vence-
dora na categoria artigo destaque
foi Laíssa Vasconcelos, com o tra-
balho “Implantação de sistema/
plataforma virtual para consoli-
dar a venda”, na empresa Herbert
Uniformes.
O Inova Talentos é uma parce-
ria entre o IEL e o Conselho Nacio-
nal de Desenvolvimento Científi-
co e Tecnológico (CNPq), que visa
ampliar o número de profissio-
nais qualificados em atividades
de inovação no setor empresarial
brasileiro. [bi]
Marcus Verhine e o representante da Softwell Solutions
Empresas que
foram destaque
no Prêmio IEL
de Estágio
bahia em 2016
dade Salvador (Unifacs), destaque
entre as instituições de ensino fi-
nalistas.
Já o estudante de engenharia
mecânica da Universidade Fe-
deral da Bahia (UFBA), Gustavo
Castro Silva, foi vencedor na cate-
goria estagiário. Ele desenvolveu
um programa para calcular torque
em uniões flangeadas (artifício de
união utilizados comumente em
tubulações). Esse cálculo precisa
ser exato para evitar vazamento
nas tubulações, o que pode acon-
tecer com o excesso ou a ineficiên-
cia no torque.
Ciente da demanda, ele de-
senvolveu uma programação no
Excel, em formato de formulário,
facilitando o cálculo. “O progra-
ma calcula o torque necessário
para ter um aperto ideal da união
flangeada. Isso gerou ganho de
produtividade, mantendo a con-
fiabilidade dos ativos da planta”,
explica Gustavo, que é estagiário
da Braskem há mais de um ano.
24 Bahia Indústria
Alban entrega a Temer agenda para o crescimentoFIEB lista 27 propostas capazes dedestravar o desenvolvimento da economiabaiana em documento ao presidente
por cleber borges
Toda crise é cíclica e,
no caso presente, já co-
meçam a surgir sinais
de que estamos deixando o fundo
do poço. Portanto, o momento é
adequado para levarmos ao gover-
no federal proposições destinadas
a criar um ambiente positivo para
o investimento industrial”, afir-
mou o presidente da Federação
das Indústrias do Estado da Bahia
(FIEB), Ricardo Alban, ao lançar
o documento Bahia, Uma Agenda
para o Crescimento.
O documento elenca propostas
que a indústria baiana considera
imprescindíveis para a retomada
da atividade econômica no esta-
do. Ele foi entregue por Ricardo
Alban ao presidente Michel Te-
mer, durante audiência no Palá-
cio do Planalto, dia 16 de agosto,
na companhia do presidente da
Confederação Nacional da Indús-
Na publicação, a FIEb
sintetiza as principais
reivindicações
dos industriais baianos
tria, Robson Andrade, e de dirigentes das federa-
ções de indústrias do Ceará, Piauí e do Rio Grande
do Norte.
Na agenda, a FIEB sintetiza as principais reivin-
dicações dos industriais baianos e propõe iniciativas
nas áreas de acesso ao crédito, política fiscal e tribu-
tária, infraestrutura e recursos hídricos, meio am-
biente e demarcação de terras indígenas.
InFraestruturaAo todo, a publicação elenca 27 propostas, que in-
cluem, dentre outras: a simplificação dos processos
de licenciamento ambiental; ações para a revitali-
zação do Rio São Francisco; e a renegociação das
dívidas dos empresários da região nordeste com o
FNE e o Finor. Na área fiscal/tributária, reivindica
a renovação da isenção do Adicional ao Frete para
Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) para to-
do o Nordeste.
Foram também listadas demandas de infraestru-
tura, como a retomada das obras para a conclusão da
Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), atualmente
paralisadas, destinada a escoar a produção de grãos
do Oeste baiano e de minérios do Sudoeste. De acor-
SALVADOR • BAHIA • 2016
BAHIAUMA AGENDA PARA O CRESCIMENTO
Bahia Indústria 25
cNI/DIVuLGAção
Ricardo Alban
na entrega do
documento, em
brasília
do com estimativas do Tribunal de
Contas da União, já foram aplica-
dos na obra R$ 2,1 bilhões e, para
concluir a ferrovia (entre os lotes
1 e 4, de Ilhéus a Caetité, faltaria
investir R$ 1,3 bilhão.
Ricardo Alban contextualizou
as propostas no cenário econômi-
co atual e ressaltou os principais
pontos do documento, entre os
quais a implantação do Instituto
de Tecnologia em Saúde no SE-
NAI Cimatec para que este atue
em pesquisa e serviços na área
de saúde. De acordo com Alban,
o investimento em robótica nesta
área poderia baixar drasticamente
os custos de cirurgias, por exem-
plo. “O instituto vai contribuir
muito para o desenvolvimento do
setor no Brasil e isso despertou o
interesse do Ministério da Saúde”,
garante.
O presidente citou como um dos
pontos mais importantes entre as
propostas o investimento nos
portos baianos. “A Baía de Todos
os Santos é uma das maiores do
mundo. A Baía de Aratu é uma das
maiores do país. É inaceitável que
esse potencial seja subaproveita-
do e que os portos da Bahia ainda
sofram com gargalos resultantes
da falta de investimentos”, disse.
FragILIdadeAlém dos problemas de infraestru-
tura, a falta de crédito para a in-
dústria também foi destacada por
Alban, que descreveu a situação
dos empresários brasileiros como
“frágil”. “Enquanto o mundo dis-
cute a quarta revolução industrial,
em que os sistemas estarão digita-
lizados e interligados, a indústria
do país ainda está às voltas com
problemas que impedem sua com-
petitividade”, afirmou.
O documento elaborado pela
FIEB propõe a redução das taxas
de juros para financiamentos de
longo prazo no Nordeste, a exem-
plo das praticadas pelo BNB nos
empréstimos do FNE, seguindo o
padrão de variação das taxas do
BNDES para o tomador final, re-
ferenciadas na Taxa de Juros de
Longo Prazo.
Além disso, pede a diminuição
dos juros praticados pela Sude-
ne nos financiamentos do FNDE,
bem como a criação de um siste-
ma de renegociação das dívidas
do FNE e Finor.
Alban acredita que há, no go-
verno Temer, boa vontade para
encaminhar propostas como as
apresentadas pela FIEB. "Perce-
bo que há, da parte do presidente
e de alguns ministros, interesse
em ouvir nossos pontos de vista”,
pontuou. [bi]
26 Bahia Indústria
Fotos ANGELo PoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
O Serviço Social da Indústria (SESI) passa a
oferecer em Salvador, a partir de 2017, cerca
de 400 novas vagas de EBEP, o ensino mé-
dio do SESI, e mais de 1000 vagas de educa-
ção a distância para turmas de jovens e adultos. Isso
tornou-se possível com a entrega do complexo edu-
cacional do SESI Retiro, inaugurado no dia 28 de ou-
tubro pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban e pelo
superintendente do SESI Bahia, Armando Neto. Com
isso, a Rede SESI passa de 4.100 alunos matriculados
em 2016 para 5.280 em 2017, distribuídos por nove es-
colas na capital e interior, incluindo os estudantes do
ensino fundamental.
A antiga escola do SESI passou a oferecer um novo
conjunto de serviços educacionais, beneficiando, em
particular, a comunidade do entorno do bairro do Re-
tiro. Com 13 mil metros quadrados de área construída
e investimentos de R$ 35 milhões, a unidade passa a
contar com 28 salas de aula, 18 laboratórios, incluin-
do os de ciências exatas e humanas, robótica, infor-
mática, língua portuguesa, artes e biologia.
A infraestrutura é composta ainda de refeitório
com capacidade para 388 pessoas, auditório com
240 lugares, biblioteca, videoteca e salas de estudos.
Também é dotada de um ginásio com quadra polies-
portiva com medidas oficiais, salas de dança, teatro,
música, karatê e academia. O antigo prédio da escola
Escola SESI Reitor Miguel Calmon foi demolido em
2014 para dar espaço ao atual complexo de educação.
A inauguração da Unidade Retiro foi marcada
ESCOLA DE REFERêNCIAsEsI retiro é inaugurado seguindo os padrões do modelo EBEP de educação e ampliando oferta de vagas para o ensino médio na capital
por homenagens. O conjunto re-
cebeu o nome do presidente do
Conselho Nacional do SESI, João
Henrique de Almeida Souza, que
se fez presente à homenagem, e o
pavilhão de aulas foi dedicado, in
memorian, ao ex-vice-presidente
da FIEB, Emmanuel Silva Maluf,
que foi representado por sua fi-
lha Rosemma Maluf. A escola foi
rebatizada com o nome do reitor
Miguel Calmon, representado na
solenidade pelo diretor da FIEB,
Angelo Calmon de Sá Júnior, seu
sobrinho-neto. A solenidade foi
marcada por depoimentos emo-
cionados dedicados à memória
dos homenageados. O presidente
do Conselho Nacional do SESI,
João Henrique Souza, lembrou da
importância de se oferecer educa-
ção de qualidade como ferramenta
para transformar vidas.
InFraestruturaO Sistema FIEB vem ampliando
os investimentos na expansão
da rede de educação do SESI. Em
2014, foi entregue a Escola SESI
João Ubaldo Ribeiro, no município
por Patrícia Moreira
de Luís Eduardo Magalhães. Este
ano, entrou em funcionamento
a Escola SESI de Vitória da Con-
quista, no sudoeste da Bahia. Para
2017, a rede ganhará as escolas de
Feira de Santana, na região norte,
Ilhéus/Itabuna, na região sul na
Bahia, e a de Barreiras, na região
oeste. Ao todo, o Sistema FIEB, por
meio do SESI, investiu R$ 111 na
ampliação e requalificação de sete
escolas da rede na Bahia.
Para o presidente Ricardo Al-
ban, o país precisa de equipa-
mentos de educação com a infra-
estrutura necessária para asse-
gurar a qualidade de ensino. Foi
o que se buscou com a implanta-
ção do complexo educacional do
SESI Retiro. “Temos um exemplo
de sucesso em educação, que é
a Escola Djalma Pessoa, do SESI
Piatã, que serviu de modelo de
fazer a ampliação da nossa rede.
Bahia Indústria 27
Fotos ANGELo PoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEBPresidente da
FIEb abriu a
solenidade de
inauguração
Após entrega,
foi feita uma
visita às
Instalações;
estrutura é
composta de
28 salas de
aulas e 18
laboratórios
Atualmente, este modelo, que é
referência nacional, já está pre-
sente nas escolas SESI do interior
da Bahia e em 2017 chegará a Fei-
ra de Santana, Ilhéus e Barreiras
e até 2018 também no município
de Juazeiro”.
reFerêncIaAo investir em um modelo de refe-
rência em educação, destacou Al-
ban, o SESI também quer servir de
referência para que outras redes
de educação possam se inspirar
e seguir o exemplo ao conhecer
outros caminhos possíveis. “Que-
remos somar esforços e competên-
cias para promover educação de
qualidade e contribuir para rever-
ter os indicadores de produtivida-
de do país, o que somente é pos-
sível com investimento em educa-
ção e qualificação”, acrescentou.
O superintendente do SESI, Ar-
mando Neto, lembrou que o SESI
quer atingir a meta de ampliar o
número de alunos na sua rede de
educação regular para 5.500 até
2018. Também citou outras metas
a serem alcançadas, como au-
mentar o número de matrículas
de educação de jovens e adultos
para 12 mil e para 40 mil o total de
alunos nos cursos de educação a
distância do SESI até 2018.
Armando Neto falou ainda da
importância de se resgatar a au-
toestima dos estudantes para con-
seguir o sucesso na área de edu-
cação. “Temos grandes problemas
de educação no país e um dos de-
safios é resgatar a autoestima e o
orgulho do estudante. Sem isso,
não vamos avançar”, observou,
destacando: “O sucesso do SESI e
do SENAI deve-se ao orgulho que
os nossos estudantes têm de fazer
parte da nossa rede e é isto que faz
a diferença”. [bi]
28 Bahia Indústria
IndIcadores Números da Indústria
ANO DEVE FEChAR COM qUEDA DE 5,9%Em julho, somente três segmentos – alimentos, bebidas e metalurgia – apresentaram crescimento na produção
A produção física da indús-
tria de transformação da
Bahia apresentou queda
de 4,0%, na comparação
dos últimos 12 meses, terminados
em julho, com igual período ante-
rior. Com esse resultado, a Bahia
cai para o 3º lugar no ranking
dos 14 estados que participam
da Pesquisa Industrial Mensal
de Produção Física ( PIM PF-R),
do qual apenas o estado de Mato
Grosso continua apresentando o
mesmo resultado positivo (9,0%).
Os demais estados registraram re-
ano anterior, a produção física da
indústria de transformação baia-
na apresentou queda de 19,1%.
Três dos 11 segmentos industriais
da Bahia apresentaram resultados
positivos: Alimentos (4,5%, com
maior produção de açúcar cristal,
leite em pó, carnes de bovinos
frescas ou refrigeradas, tortas,
bagaços, farelos e outros resíduos
da extração do óleo de soja), Me-
talurgia (2,1%, maior produção de
barras, perfis e vergalhões de co-
bre e de ligas de cobre) e Couro e
Calçados (-2,0%).
sultados negativos: Amazonas (-18%), Rio de Janeiro
(-11,7%), Pernambuco (-11,3%), São Paulo (-10,1%),
Rio Grande do Sul (-9,9%) Paraná (-9,1%), Ceará
(-7,9%), Minas Gerais (-7,6%), Santa Catarina (-7,6%),
Pará (-7,5%), Goiás (-4,3%) e Espírito Santo (-3,2%).
Na Bahia, apenas três dos 11 segmentos pesqui-
sados registraram crescimento: Metalurgia (16,3%),
Bebidas (10,1%) e Alimentos (2,3%). Apresentaram
resultados negativos: Equipamentos de Informática
(-40,2%); Veículos automotores (-25,6%); Minerais
não metálicos (-15,2%); Refino de petróleo e biocom-
bustíveis (-4,2%); Borracha e plástico (-4,1%); Couro e
Calçados (-2,8%); Produtos químicos (-0,4%) e Celu-
lose e Papel (-0,1%).
Na comparação de julho de 2016 com igual mês do
Bahia Indústria 29
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
2014
20162015
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2014-2016)
JAN
JUL
FEV
MA
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V
DEZ
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)
115
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2014
20162015
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2014-2016)
bro deste ano, das unidades 9 e 18,
postergou para janeiro de 2017.
sInaIs posItIvosA indústria foi um dos setores que
primeiro começou a sofrer com a
crise econômica. O consumo das
famílias em baixa e a falta de in-
vestimentos contribuíram para os
resultados negativos. A crise políti-
ca tem sua parcela de responsabili-
dade neste cenário ruim. No entan-
to, alguns analistas consideram a
hipótese de que a economia brasi-
leira já tenha chegado ao fundo do
poço e pode estar ensaiando uma
leve recuperação a partir deste se-
gundo semestre. Os indicadores
que mostram essa possibilidade de
bahia: pim-pf de julho 2016
Indústria de Transformação -19,1 -2,1 -4,0refino de petróleo e biocombustíveis -37,6 -2,1 -4,2produtos químicos -0,3 3,9 -0,4veículos automotores -29,8 -26,5 -25,6alimentos 4,5 3,6 2,3celulose e papel -25,6 -0,2 -0,1borracha e plástico -4,0 -5,5 -4,1metalurgia 2,1 22,7 16,3couro e calçados 2,0 -0,7 -2,8minerais não metálicos -16,7 -17,7 -15,2equipamentos de informática -60,8 -19,4 -40,2bebidas -11,0 12,3 10,1
Extrativa Mineral -21,8 -18,9 -14,7
VArIAção (%)
SETORES JUL16/JUL15 JAN-JUL16/ AgO15-JUL16/ JAN-JUL15 AgO14-JUL15
Apresentaram resultados ne-
gativos: Equipamentos de infor-
mática (-60,8%, menor produção
de computadores pessoais de me-
sa: desktops; gravador ou repro-
dutor de sinais de áudio e vídeo:
DVD, home theater: computado-
res pessoais portáteis - laptops,
notebook, handhelds, tablets e
semelhantes); Refino de Petróleo
e Biocombustíveis (-37,6% devido
a uma parada não programada da
unidade de craqueamento catalíti-
co de resíduos U-39 durante todo
o mês de julho); Veículos automo-
tores (-29,8%, menor produção de
automóveis e painéis para instru-
mentos dos veículos automotores);
Celulose e papel (-25,6%, menor
produção pastas químicas de ma-
deira); Minerais não metálicos
(-16,7%, menor produção da massa
de concreto preparada para cons-
trução, cimentos “Portland” e ar-
gamassas ou outros aglomerantes
não refratários); Bebidas (-11,0%);
Borracha e plástico (-4,0%) e Pro-
dutos químicos (-0,3%).
A menor queda da produção
física da indústria da Bahia, em
comparação ao Brasil, deve ser
relativizada: no início de 2015, foi
registrada redução acentuada da
produção na atividade de refino
(que representa mais de 30% do
valor da transformação industrial)
por conta de uma parada de ma-
nutenção na RLAM, deprimindo
a base de comparação. Por outro
lado, neste 2º semestre é esperado
queda na produção da indústria
baiana um pouco mais acentuada
por conta de parada programada
para manutenção da Braskem (o
segmento de Produtos químicos
representa 18% do valor de trans-
formação industrial). No entanto,
a RLAM, que havia previsto uma
parada programada para novem-
reversão do ciclo econômico são a
normalização dos níveis de esto-
que, a elevada capacidade ociosa
(que por si só é um ponto de partida
para um novo ciclo econômico vir-
tuoso), a melhora das expectativas
empresariais e o câmbio.
As estimativas de mercado
apontam para uma desaceleração
da queda da produção industrial
neste ano, que deverá encerrar em
retração de 5,93% (ante os 9,7%
atuais) e crescimento em 2017
(+0,5%). Na mesma direção, o PIB
deverá crescer 1,3% em 2017 e a
inflação deverá convergir para a
meta (5,12%), de acordo com infor-
mações do Banco Central (relató-
rio Focus). [bi]
30 Bahia Indústria
painel
Setor empresarial discute impactos do coral-sol na economia As condicionantes de licença ambiental referentes ao coral-sol podem
levar à paralisação progressiva das atividades de óleo e gás na Bahia.
A exigência de que toda embarcação apresente declaração de “casco
limpo” para navegar em águas brasileiras pode ocasionar o desvio de
rotas e afetar a competitividade do segmento. Essa é a avaliação dos
conselhos de Petróleo, Gás e Naval (CPGN) e de Meio Ambiente
(Comam) da FIEB. Coral-sol é nome dado às espécies de corais exóticos
Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis, consideradas invasoras.
“Criamos um grupo para buscar uma interlocução mais ampla e uma
posição proativa com o envolvimento de outras áreas do Governo. Os
custos de prevenção afetam a competitividade. Por isso, a discussão
deve envolver o Ministério de Meio de Ambiente, a Marinha e o
Ministério de Ciência de Tecnologia tanto para conservar os aspectos
ambientais quanto serviços e empregos”, afirmou Humberto Rangel,
coordenador do CPGN.
Coral-sol, originário da áfrica, está se proliferando na costa brasileira
Josair bastos foi homenageado pelo trabalho realizado na Abigraf
Inovação em ginástica laboral
Ao longo de 14 meses, os trabalhadores das
indústrias Battre e Brisa foram envolvidos no
projeto de inovação Academia Tecnológica
Orientada, do SESI Bahia. O projeto buscou
colocar em prática um novo conceito na prática
de atividades físicas no ambiente laboral,
alinhando procedimentos de ergonomia com o
auxílio de games e sensores de movimentos. A
proposta visa estimular a prática de atividade
física, pelo menos, duas vezes por semana,
com duração de 15 minutos diários por
indivíduo. A Academia Tecnológica foi um dos
23 projetos aprovados pelo Edital SESI SENAI
de Inovação 2014 e foi o único projeto do
Norte-Nordeste que aprovado naquele ano, de
um total de 367 proposições submetidas pelos
departamentos regionais do SESI e SENAI de
todo o Brasil. “O objetivo foi contribuir para a
redução do absenteísmo no ambiente de
trabalho, adotando um programa que
contempla a análise e orientação dos gestos
motores”, explicou Francis Antão, do SESI.
Com a ajuda dos games e sensores de
movimento, foi possível fazer uma avaliação
minuciosa dos gestos psicomotores e promover
correções posturais de forma lúdica.
Indústria gráfica realiza encontro na FIEb A concorrência da produção gráfica chinesa foi um
dos temas discutidos na reunião da Associação
Brasileira da Indústria Gráfica - ABIGRAF Nacional
realizada dia 23.9, na FIEB, em Salvador. Na
reunião, o vice-presidente da FIEB, Josair Bastos, foi
homenageado pelo trabalho à frente da Abigraf
Bahia. Representantes de diversas regionais
debateram soluções para os principais problemas do
segmento, como a bitributação de ISS e ICMS sobre
produtos gráficos, a concorrência desleal (de
produtos chineses impressos na China e de gráficas
que não participam de concorrências, por exemplo)
e a diminuição da demanda por publicações
impressas.
cEzAr BrAsIL/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
DIVuLGAção/ENsEADA
Bahia Indústria 31
EJA formA turmA Em fEirA • Com o objetivo de
elevar a escolaridade de trabalhadores da
indústria e de seus dependentes, o SESI Feira de
Santana concluiu a primeira turma do ensino
médio a distância no município. A iniciativa faz
parte do programa de Educação de Jovens e
Adultos (EJA) do SESI Bahia e diplomou 65
estudantes de dez empresas industriais.
O curso tem carga horária de 1.260 horas.
Dia Nacional da Construção Social Mais de 400 trabalhadores da construção civil
participaram, dia 27 de agosto, na Faculdade
DeVry/Ruy Barbosa, em Salvador, do Dia Nacional
da Construção Social. O evento foi realizado
simultaneamente em outras 31 localidades do País.
Na Bahia, a realização ficou a cargo do Sinduscon-
BA e do SESI. A ação contou com uma extensa
programação com alongamento, esquete teatral e
karaokê, além de atividades de prevenção e
promoção da saúde. “O objetivo foi proporcionar
aos trabalhadores um dia de lazer, educação e
saúde, levando qualidade de vida e reconhecimento
àqueles que são o maior patrimônio de uma
empresa”, afirmou o presidente do Sinduscon,
Carlos Henrique Passos.
Cursos SENAI a R$ 99 Elaborados para pessoas que buscam
aprimoramento profissional ágil e com baixo
investimento, os Cursos SENAI a 99 reais propiciam
ganho de conhecimento técnico para uma rápida
inserção no mercado de trabalho ou para aqueles
que desejam iniciar seu próprio negócio. São cursos
de 20 horas que contam com uma estrutura completa
de ensino e a qualidade reconhecida.
Feira de estágio em barreirasA região de Barreiras sediou este ano a 1ª Feira de
Estágio do IEL na região oeste da Bahia. O evento
reuniu cerca de 800 estudantes que foram em busca
de informações sobre carreira profissional e
oportunidades de estágio. Foram dois dias de
atividades que permitiram a troca de informações
entre estudantes, empresários e instituições de
ensino. Foram arrecadados 200kg de alimentos.
VALtEr PoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
Novo prédio
do Cetind terá
capacidade
para seis mil
alunos
SENAI Lauro de Freitas amplia capacidade de atendimentoO Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(SENAI-Bahia) inaugurou, 29 de setembro, o
Edifício Almir Mendes de Carvalho Junior. O novo
prédio mais do que dobra a capacidade de
atendimento do centro de formação, que passará de
2.970 alunos/dia para 6.300 alunos/dia, em cursos
de qualificação e de aperfeiçoamento profissional e
técnicos de nível médio.
O novo edifício contempla 37 novas salas de aula e
integra a unidade Lauro de Freitas, que se destaca
pela produção de conteúdos educacionais. A
unidade, que abrange 13 áreas de competência na
oferta de cursos, conta com plantas piloto, sonda, e é
a única no estado com um núcleo de treinamento em
trabalho em altura. O novo prédio ganhou o nome
do engenheiro civil de formação, que se destaca pela
longa história de serviços prestados à indústria
baiana e ao Sistema Indústria da Bahia, onde
ocupou as funções de presidente do Conselho do
SENAI e presidente do CIEB.
síLVIo tIto/coPErPhoto/sIstEMA FIEB
32 Bahia Indústria
jurídico
Prazo para adesão ao eSocial é adiadoA Receita Federal, por meio
da Resolução nº 02, do
Comitê Diretivo do eSocial,
publicada no Diário Oficial
da União de 31.08.2016,
prorrogou o prazo para as
empresas aderirem ao
eSocial. Com a prorrogação,
os empregadores e
contribuintes com
faturamento acima de R$ 78
milhões deverão aderir ao
programa a partir de 1º de
janeiro de 2018. Os demais
empregadores e
contribuintes só estarão
obrigados a aderir ao
sistema a partir de 1º de
julho de 2018.
O valor da taxa dos distritos industriais é reduzido A Lei Estadual nº 13.571,
publicada em 19 de agosto,
dentre outras deliberações,
reduziu o valor mensal da
taxa pelo serviço de
administração, execução,
manutenção, conservação e
gestão dos Distritos
Industriais de R$ 0,50 por m²
para R$ 0,09 por m² de área
ocupada. Também
estabeleceu teto/limite para
a cobrança, além de prever
tratamento diferenciado para
as microempresas e
empresas de pequeno porte.
O recolhimento da referida
taxa deverá ser efetuado até
o dia 9 do mês subsequente,
nos termos do Decreto
Estadual nº 28.595/1981.
O novo marco legal da inovação nas licitações e contratos
Com o objetivo de desburocratizar
e estimular a ciência, tecnologia
e inovação, a Lei nº 13.243, novo
marco legal da inovação, publica-
da em 11 de janeiro de 2016, inse-
riu modificações relevantes na Lei
de Licitações e Contratos Admi-
nistrativos (8.666/93) e na Lei do
Regime Diferenciado de Contrata-
ções (12.462/11).
Inicialmente, para facilitar a
especificação pelo ente contratan-
te, foi acrescido um inciso na Lei
de Licitações. Ele define produtos
para pesquisa e desenvolvimento
como sendo os bens e insumos e
serviços e obras utilizados para
atividade de pesquisa científica
e tecnológica, como desenvolvi-
mento de tecnologia ou inovação
tecnológica, discriminados em
projeto de pesquisa aprovado.
A fim de estimular a pesquisa
científica, foi criada uma nova
hipótese de dispensa de licitação
(contratação direta) para a aquisi-
ção ou contratação de produto pa-
ra pesquisa e desenvolvimento, o
qual não se vincula a qualquer li-
mite de valor, diferentemente das
contratações de obras e serviços,
nas quais haverá necessariamente
limitação de valor, ou seja, até o
valor máximo de R$ 300 mil.
Ainda na hipótese de dispensa
de licitação para aquisição ou con-
tratação de produtos para pesqui-
sa e desenvolvimento, também se-
rá permitida a contratação do au-
tor do projeto básico ou executivo,
hipótese anteriormente vedada.
Nesse compasso, com o obje-
Viviane bastos Cerqueira Pitanga integra a Gerência Jurídica da FIEB
tivo de desburocratizar, a Lei de
Licitações passou a dispensar do-
cumentos de habilitação na con-
tratação de produto para pesquisa
e desenvolvimento quando desti-
nados à pronta entrega ou quando
o valor não ultrapassar R$ 80 mil.
Contudo, esta flexibilização ainda
carecerá de regulamentação por
Decreto Federal, visto que não foi
mencionado se a desobrigação se-
rá em relação a documentos espe-
cíficos ou de todos documentos de
habilitação.
Outra inovação foi a ampliação
da possibilidade de utilização do
regime diferenciado de contrata-
ções públicas (Lei 12.462/11) pe-
los órgãos e entidades dedicados
à ciência, tecnologia e inovação.
A aplicabilidade deste regime é
opcional e, quando utilizado, de-
verá constar de maneira expressa
no instrumento convocatório do
certame.
Dessa forma, a expectativa é
que, a partir de agora, as altera-
ções legislativas resultantes da
Lei nº 13.243 desburocratizem o
sistema de licitação e a compra
de produtos destinados à pesqui-
sa científica e tecnológica. Calha
ressaltar que as especificidades
e qualidade dos produtos vincu-
lados à pesquisa passaram a ser
tratados de maneira diferenciada.
Diante disso, podemos afirmar
que a nova lei avançou em diver-
sos pontos e certamente promove-
rá um ambiente regulatório mais
seguro e favorável para a inovação
no Brasil.
por ViViane bastos cerqueira Pitanga
Bahia Indústria 33
IdeIas
por Fernando ladeira
Projetos são meios para alcançar
um objetivo específico em um pe-
ríodo de tempo finito. Têm a ver
com mudança de patamares e com
a geração de produtos ou serviços
únicos. Temos observado nesses
anos de crescimento da Gestão de
Projetos duas tendências: o surgi-
mento de novidades e o uso “sem
filtros” de um relevante conjunto
de boas práticas e de aplicação
ampla, o Project Management Bo-
dy of Knowledge (PMBoK)(1).
A plataforma (PMBoK), desen-
volvida a partir da experiência
na gestão de projetos bastante
complexos, tende a ser usada na
íntegra, quando deveria ser uma
referência.
Em nossa experiência, acredi-
tamos que três aspectos são essen-
ciais para uma Gestão de Projetos
eficaz: origem e escolha dos proje-
tos, organização das pessoas e do
processo de gestão.
Projetos são meios. Não perca o
foco nos fins. A definição do ob-
jetivo de um projeto é mais impor-
tante do que a do seu objeto, isto
é, para que será feito, e não o que
será feito. Quais os benefícios es-
perados da execução de determi-
nado projeto?
O documento utilizado para
responder a essa questão chama-
-se “plano de negócio” (ou “busi-
ness plan”). Um plano de negócios
bem elaborado deve deixar claro
quais benefícios serão obtidos
com a execução do projeto e quais
os recursos necessários para tal
ou, em casos extremos, deixar cla-
ro que o projeto não deve existir,
pois não se justifica sob o ponto de
vista técnico-econômico.
Bons estudos de viabilidade
permitem comparar opções. Exis-
tem várias formas de se alcançar
um objetivo. Qual a melhor op-
ção? Só podemos responder a es-
sa questão se tivermos elementos
que nos mostrem os custos, os be-
nefícios e os riscos de cada uma.
Conduzir projetos exige uma
organização específica das pesso-
as. As empresas podem ser classi-
ficadas em três tipos: orientadas a
projetos (lucro gerado pela execu-
ção dos projetos – ex.: construto-
ras), orientadas a processos repe-
titivos (resultado associado à pro-
dução e produtos com longo ciclo
de vida – ex.: papel e celulose) e
híbridas (orientadas especialmen-
te para processos repetitivos, mas
com muitos projetos; ênfase no de-
senvolvimento de novos produtos
– ex.: Telecom).
Empresas híbridas e orientadas
a processos repetitivos não pos-
suem naturalmente uma estrutura
adequada para conduzir projetos
e precisam de um bom sistema de
governança que coexista com a es-
trutura formal.
A gestão de projetos deve ser
simples e disciplinada. O proces-
so de gestão de projetos é dividi-
do basicamente em dois subpro-
cessos: planejamento e controle.
Tempo gasto no planejamento é
tempo economizado na execução.
Verdade – mas cuidado com os
exageros! Um dos maiores peca-
dos é o desbalanceamento entre
o esforço empregado no planeja-
A gestão de projetos deve ser simples e disciplinada. O processo de gestão de projetos é dividido basicamente em dois subprocessos: planejamento e controle
Fernando Ladeira é sócio da Falconi
Gestão de projetos: o que é essencial?
mento e a falta de disciplina no
acompanhamento e correção de
rumo ao longo do projeto. Projetos
são esforços únicos; logo, haverá
imprevistos.
Por outro lado, por que acre-
ditar que o plano é perfeito e
negligenciar a necessidade de
verificação e correção de rumo?
Gostamos de planejar, mas nin-
guém gosta de ser cobrado, esse
papel cabe ao Escritório de Proje-
tos (EP).
Temos observado que os Escri-
tórios de Projetos têm dado um
bom suporte aos gestores na ela-
boração de seus planos, porém,
sem cumprir com o papel de “to-
car o bumbo”. Planos perfeitos
não existem e planos bons preci-
sam ser replanejados de tempos
em tempos.
Esses três aspectos têm sido ob-
servados por algumas empresas
com bastante sucesso. Serão bem-
-sucedidas na condução de pro-
jetos as empresas que souberem
deixar de lado modismos e exage-
ros e identificar o que realmente é
essencial ao resultado. [bi]
(1) o guia PmBoK e uma norma reconhecida para a profissão de gerenciamento de projetos. Um padrão e um documento formal que descreve normas, metodos, processos e práticas estabelecidas.
livros
leitura&entretenimento
Roberto Civita em detalhesCarlos Maranhão reconstitui os acertos e os
fracassos dessa figura tão fundamental
quanto polêmica na história da mídia
brasileira. Roberto Civita (1936-2013), o
homem que mudou o jornalismo brasileiro
à frente da Editora Abril. No auge a editora
teve 10 mil funcionários e mais de trezentos
títulos. Workaholic, curioso, grande
formador de talentos, homem de convicções
fortes mas avesso a confrontos, Civita
redefiniu o jornalismo no Brasil ao criar
publicações como Veja e Realidade.
Impostos em discussãoDepois do sucesso de A cabeça do brasileiro
e A cabeça do eleitor, o cientista social
Alberto Carlos Almeida se volta para discutir
os impostos. Ele mostra que o brasileiro sabe
que paga muito imposto e deseja que os
recursos se revertam em melhores serviços.
O livro parte de uma pesquisa que ouviu mil
brasileiros adultos em todas as grandes
regiões do país, em aproximadamente 70
municípios. O resultado une Karl Marx e
Adam Smith, um livro esquerdista e liberal
ao mesmo tempo.
ROBERTO CIVITA: O DONO DA BANCACarlos MaranhãoCompanhia das Letras568 p.R$ 69.90 e-book - R$ 39.9
O dedo na ferida: menos imposto, mais consumoAlberto Carlos AlmeidaRecord, 196 p.R$ 39,90
34 Bahia Indústria
Laudamuco – Senhor de Nenhures O último dia de vida de um rei prestes a ser assassinado
pelo próprio povo é narrado na peça “Laudamuco –
Senhor de Nenhures”, escrita em 1976 por Roberto Vidal
Bolaño, reconhecido dramaturgo da Galícia. O texto,
montado por diversas companhias europeias, ganha
nova versão em Salvador, assinada pelo grupo Toca de
Teatro. A montagem é a sétima do grupo, que completa
10 anos de estrada em 2016, e marca a terceira parceria
artística com o encenador espanhol Moncho Rodríguez.
No palco, os atores Danilo Cairo, João Guisande, e a atriz
Fernanda Beltrão.
WALtEr costA NEto/DIVuLGAção
DIVuLGAção
Arte nos FortesOs Fortes de São Diogo e Santa Maria, ambos no Porto da Barra,
já protegeram a capital baiana de ataques inimigos. Hoje, os
locais carregados de história dão lugar a espaços artísticos. O
Espaço Carybé das Artes, no Forte de São Diogo, mostra a obra
do argentino com ajuda da tecnologia. Um conjunto de
projetores colore o espaço com desenhos nas paredes internas.
Já o Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana, no Forte de
Santa Maria, é dividido em seis eixos principais: Retratos,
Paisagens Urbanas, Culto Afro-Brasileiros, Interior da Bahia,
Cenas do Cotidiano e Fotografia Contemporânea. São imagens
de personalidades, momentos cerimoniais, carnaval etc.
Não perca Fortes de São Diogo e de Santa Maria, seg, qua a dom, 11h às 19h. Porto da Barra
Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, 5 a 27 de novembro, sábados e domingos, 20h. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Gratuito para industriários
exposição
teatro
Cam
panh
a de
corr
ente
da
cele
braç
ão d
e Ac
ordo
Judi
cial
com
o M
inis
tério
Púb
lico
do T
raba
lho