ConeCtividade é a nova ordem - fieb.org.br · [email protected] / Sindicato da i ndúStria de e...
Transcript of ConeCtividade é a nova ordem - fieb.org.br · [email protected] / Sindicato da i ndúStria de e...
ConeCtividade é a nova ordem
ISSN 1679-2645
Bahia
indústriaFederação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SiStema FieBaNo XXIv Nº 252 2018
Tecnologia promete transformação global dos processos produtivos e impõe desafios
Nos últimos meses, a FIEB colheu duas importantes vitórias na atuação em defesa dos
interesses da indústria. Após intensa mobilização, com a participação de vários de
seus sindicatos, em favor da derrubada do veto do presidente Michel Temer ao Refis da
Micro e Pequena Empresa, que incluiu visitas a veículos de comunicação, ida à CNI e
reuniões com parlamentares da bancada baiana na Câmara Federal, o Congresso pro-
cedeu à derrubada da matéria. No último
dia 09.04, o Diário Oficial da União publi-
cou a decisão do Legislativo, de permitir a
entrada em vigor do novo Refis, uma boa
notícia para um universo empresarial mui-
to afetado pela crise econômica.
A segunda vitória foi em relação ao
anúncio da Petrobras, de suspender a
operação das plantas da Fafen na Bahia e
em Sergipe. Após forte mobilização da Fe-
deração, com apoio de parlamentares e do
governo baiano, a estatal resolveu adiar
por 120 dias o processo de “hibernação”
da empresa. A luta, agora, é para encon-
trar uma solução de mercado que permita
a continuidade da Fafen, conforme desta-
cou o presidente da FIEB, Ricardo Alban,
ao presidente da República, Michel Te-
mer, ao ser empossado na presidência da
FIEB e do CIEB, dia 6 de abril, no SENAI
Cimatec, depois de ser homenageado pela
Câmara de Vereadores e pela Assembleia
Legislativa da Bahia.
É evidente que, sozinha, a FIEB jamais teria obtido sucesso nas duas frentes. Ela
atuou com apoio da CNI, de demais Federações da Indústria, bem como de parlamen-
tares baianos; ou em conjunto com entidades parceiras como Sebrae e Fecomércio.
Ambas as vitórias tiveram sabor especial, uma vez que ocorrem quando a FIEB e o
SESI completam 70 anos de atividades, ofertando apoio técnico e atuando na defesa
institucional da indústria baiana.
São entidades com amplo histórico de serviços prestados ao desenvolvimento eco-
nômico e à competitividade industrial, mas que não se acomodam com os resultados
colhidos. Por essa razão, investe vigorosamente na qualificação de seus quadros e dos
serviços que presta. E, de olho nos desafios futuros, se prepara para apoiar na Bahia o
advento da indústria 4.0, nova fronteira da produção, considerada por muitos a quarta
revolução industrial.
Nesse processo, a convergência de tecnologias como internet das coisas, robótica
avançada, Big Data e inteligência artificial, abrirá um amplo leque de possibilidades e
de oportunidades. O Sistema FIEB está atento a tudo isso e se preparando com investi-
mentos em inovação, conforme veremos nesta edição da Bahia Indústria.
Aos 70 anos, FIEB eSESI se modernizam
Ricardo alban
fala em sessão
na assembleia
Legislativa da
Bahia
editorial
Conectividade é marca daindústria 4.0
nº 252 2018
shutterstock
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEB
Sindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e tecelagem no
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de Frei-
taS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, sindio-
[email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS
do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da
indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, sindcalcados-
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS
de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e
marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, sindiscam-
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS
QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS
Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS
e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e
lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected].
br / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, sindratar@
gmail.com.br / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS
deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁ-
tica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomuni-
caçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira
de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, sindirepaba@sin-
direpabahia.com.br / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS,
[email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte
e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected]
/ Sindicato nacional da indúStria da conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
PaniFicação e conFeitaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS extratiVaS de mineraiS metÁlicoS, metaiS noBreS e
PrecioSoS, PedraS PrecioSaS e SemiPrecioSaS e magneSita no eStado da Bahia , [email protected]
Filiada à
fiEBPReSiDeNte Antonio ricardo Alvarez Alban. ViCe-
-PReSiDeNteS Alexi Pelagio Gonçalves Portela Jú-
nior; Angelo calmon de sa Jr.; carlos henrique de
oliveira Passos; eduardo catharino Gordilho; João
Baptista Ferreira; Josair santos Bastos; Juan Jose
rosario Lorenzo; sérgio Pedreira de oliveira sou-
za. DiRetOReS titULaReS Ana claudia Basilio Lima
das Mercês; cláudio Murilo Micheli Xavier; edison
Virginio Nogueira correia; Jaime Lorenzo Piñeiro;
Jamilton Nunes da silva; João Augusto tararan;
João schaun schnitman; José carlos telles soares;
Julio césar Melo de Farias; Luiz Antonio de oliveira;
Luiz Fernando kunrath; Luiz Garcia hermida; Paula
cristina cánovas Amorin; renata Lomanto carneiro
Müller; rogério Lopes de Faria; Vicente Mário Visco
Mattos; Waldomiro Vidal de Araújo Filho; Wilson
Galvão Andrade. DiRetOReS SUPLeNteS Antonio
roberto rodrigues Almeida; Arlene Aparecida Vil-
pert; carlos Alberto Barduke; christian Villela Dun-
ce; Dirceu Alves da cruz; Marcos regis Andrade;
Mauricio toledo de Freitas; Paulo Guimarães Misk;
ricardo De Agostini Lagoeiro; roberto Fiamenghi;
sergio Aloys heeger; tiago Motta da costa
conSElhoSmiCRO e PeqUeNa emPReSa iNDUStRiaL raul costa
de Menezes; aSSUNtOS FiSCaiS e tRiBUtáRiOS sér-
gio Pedreira de oliveira souza; COméRCiO exteRiOR
Angelo calmon de sá Junior; eCONOmia e DeSeN-
VOLVimeNtO iNDUStRiaL Antonio sergio Alipio;
iNFRaeStRUtURa Marcos Galindo Pereira Lopes;
iNOVaçãO e teCNOLOgia José Luis Gonçalves de
Almeida; meiO amBieNte Jorge emanuel reis caja-
zeira; ReLaçõeS tRaBaLhiStaS homero ruben ro-
cha Arandas; ReSPONSaBiLiDaDe SOCiaL emPReSa-
RiaL Marconi Andraos oliveira; JOVeNS LiDeRaNçaS
iNDUStRiaiS Braulio Barreto Moreira de oliveira;
PetRóLeO, gáS e NaVaL humberto campos rangel;
PORtOS sérgio Fraga santos Faria
ciEBPReSiDeNte Antonio ricardo Alvarez Alban. 1º
ViCe-PReSiDeNte - hilton Morais Lima. 2º ViCe-
-PReSiDeNte - Marcondes Antônio tavares de
Farias. 3º ViCe-PReSiDeNte - Benedito Almeida
carneiro Filho. DiRetOReS eFetiVOS Antonio silva
Novaes; Arlene Aparecida Vilpert; Benedito rosa
ribeiro; eduardo de sá Martins da costa; Fagner
ramos Ferreira; Givaldo Alves sobrinho; Jorge
robledo de oliveira chiacchio; Luis Fernando
Galvão de Almeida; Mauricio Lassmann; rafael
cardoso Valente; ronaldo Livingstone Bulhões
Ferreira. DiRetOReS SUPLeNteS carlos Antonio
unterberger cerentini; cleber Guimarães Bastos;
Gustavo Brandino secco; heitor Morais Lima;
José carlos de Almeida; Paula cristina cánovas
Amorin; Paulo cesar correia de Andrade; rena-
ta Lomanto carneiro Müller; sudário Martins da
costa; Wesley kelly Felix carvalho. CONSeLhO
FiSCaL - eFetiVOS Felipe Porto dos Anjos; Nilton
teixeira sampaio Filho; roberto Ibrahim uehbe.
CONSeLhO FiSCaL - SUPLeNteS Lucas Lamego Flo-
res de oliveira; Luiz da costa Neto; Marcia cristi-
na Ferreira Gomes.
SESiPReSiDeNte DO CONSeLhO e DiRetOR RegiONaL
Antonio ricardo Alvarez Alban.
SUPeRiNteNDeNte Armando da costa Neto
SEnaiPReSiDeNte DO CONSeLhO Antonio ricardo A. Alban.
DiRetOR RegiONaL Luís Alberto Breda
DiRetOR De teC. e iNOVaçãO Leone Peter Andrade
iElPReSiDeNte DO CONSeLhO e DiRetOR RegiONaL
Antonio ricardo Alvarez Alban.
SUPeRiNteNDeNte evandro Mazo
DiRetOR exeCUtiVO Da FieB
Vladson Menezes
SUPeRiNteNDeNte exeCUtiVO De SeRViçOS
CORPORatiVOS cid Vianna
Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato
UNiDaDeS DO SiStema FieB
sistema fieb nas mídias sociais
CONSeLhO eDitORiaL Mônica Mello,
cleber Borges e Patrícia Moreira.
COORDeNaçãO eDitORiaL cleber
Borges. eDitORa Patrícia Moreira.
RePORtagem Patrícia Moreira, ca-
rolina Mendonça, Marta erhardt,
Íris Moreira Leandro (estagiária),
Luciane Vivas (colaboração). PRO-
JetO gRáFiCO e DiagRamaçãO Ana
clélia rebouças. FOtOgRaFia co-
perphoto. iLUStRaçãO e iNFOgRa-
Fia Bamboo editora. imPReSSãO
Gráfica trio.
FeDeRaçãO DaS iNDÚStRiaS
DO eStaDO Da Bahia
rua edístio Pondé, 342 –
stiep, ceP.: 41770-395 / Fone:
71 3343-1280
www.f ieb.org.br/bahia_ indus-
tria_online
As opiniões contidas em artigos
assinados não refletem necessaria-
mente o pensamento da FIeB.
FieB – Federação das indústrias do estado da Bahiasede: (71) 3343-1200
sesi – serviço soCial da indústriasede: (71) 3343-1543@Barreiras: (77) 3611-8212@Camaçari: (71) 3627-3489@Candeias: (71) 3418-4700@Eunápolis: (73) 3281-6670@Feira de Santana: (75) 3602-9705@Ilhéus: (73) 3222-7072@Itapagipe: (71) 3254-9900@Jequié: (73) 3526-5518@Juazeiro: (74) 2102-7132@Lucaia: (71) 3879-5390@Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-2080@Piatã: (71) 3503-7400@Retiro: (71) 3234-8217@Rio Vermelho: (71) 3616-7064@Simões Filho: (71) 3296-9301@Valença: (75) 3641-3040@Vitória da Conquista: (77) 3201-5708
senai – serviço naCional de aprendizagem industrialsede: 71 3534-8090@Alagoinhas: (75) 3182-3350/3356@Barreiras: (77) 3612-2188@Camaçari: (71) 3493-7070@Cimatec: (71) 3534-8090@Dendezeiros: (71) 3534-8090@Feira de Santana: (75) 3229-9112@Ilhéus: (73) 3222-7070@Juazeiro: (74) 3614-0823@Lauro de Freitas: (71) 3534-8090@Luis Eduardo Magalhães: (77) 3628-6349@Vitória da Conquista: (77) 3086-8300
iel – instituto euvaldo lodi sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 2102-7114@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista (77) 3201-5720@Guanambi (77) 3451-6070@Jequié (73) 3527-2331
CieB - Centro das indústrias do estado da Bahia sede: (71) 3343-1214
Bahia
indústriaeditada pela Gerência
de comunicação Institucional do sistema Fieb
Estudantes da Rede SESI de
Educação participaram da etapa
Nordeste da competição, que
aconteceu no SESI Retiro
26 CAFÉ DA BAHIAENTRE OS MELHORESProduto proveniente de Piatã,
na Chapada Diamantina,
venceu concurso nacional
realizado pela ABIC
Solenidade, realizada no SENAI
Cimatec, marcou também os 70
anos da FIEB e do SESI com a
presença de autoridades
20 POSSE DE ALBANNA FIEB E NO CIEB
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB shutterstock
GILBerto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
12 COMPETIDORES DO TORNEIO DE ROBóTICA
14 UMA VIAGEM NO TEMPOExposição digital mostrou a evolução do Sistema FIEB e suas realizações
sumário
entrevista JoSé PAchEco
Por patrícia moreira
6 Bahia Indústria
Sabe a passagem da história que diz que o
português descobriu o Brasil lá pelos anos
de 1500? Quando falamos da relação do por-
tuguês José Pacheco com o Brasil fica difícil
esclarecer quem de fato descobriu a quem: se o Bra-
sil a José Pacheco ou vice-versa, tamanha a troca
que esta relação tem proporcionado a ambos, espe-
cialmente ao Brasil, que tem aproveitado as ideias
inovadoras do professor em busca de soluções para
seus graves problemas na área da educação.
O fato é que, desde o início os anos 2000, quando
o escritor e educador Rubem Alves conheceu e es-
creveu um livro dedicado à Escola da Ponte, conce-
bida por Pacheco – A escola com que sempre sonhei
sem imaginar que pudesse existir (Papirus, 2002) –
o educador começou a visitar o país e hoje o percor-
re de norte a sul, de leste a oeste, compartilhando
suas ideias e absorvendo outras tantas de brasilei-
ros, seja nos livros, academias ou nas comunidades
e escolas que tem a oportunidade de visitar. Para
ele, o Brasil tem excelentes referências na área de
educação, mas o maior problema na área educacio-
nal é a síndrome do vira-latas e a baixa estima do
professor.
Neste início de 2018, José Pacheco esteve em
Salvador para fazer a palestra principal da Jorna-
da Pedagógica da Rede SESI de Educação. Antes de
Salvador, ele havia cumprido uma rota que incluiu
Maceió, Arraial da Ajuda e Porto Seguro, sempre a
trabalho. O professor, que decidiu tornar-se prefeito
da pequena cidade de Vila das Aves, localizada na
região do Porto, em Portugal, para fazer uma peque-
na revolução na educação pública, adotando novas
metodologias na Escola da Ponte, concedeu esta en-
trevista exclusiva à Revista Bahia Indústria.
“A AvAliAção deve Ser formAtivA, contínuA e SiStemáticA. nAdA diSSo exiSte nAS eScolAS”reconhecido mundialmente pela sua visão peculiar sobre como deve ser o processo de educação e aprendizagem, especialista fez palestra em salvador
O senhor criou há 42 anos a es-
cola da Ponte, em Portugal, como
este projeto tornou-se conhecido
no Brasil?
Na realidade, eu não criei:
criamos. Pois trata-se de um pro-
jeto coletivo. Uma pessoa sozi-
nha não faz um projeto. Eu era
professor e, para que a Escola da
Ponte acontecesse, eu tive que
ser prefeito de uma cidade. O
impacto social foi muito grande.
Estive na Escola da Ponte durante
30 anos, mas também ajudando
muitos outros projetos em Por-
tugal, Europa, África. Um dia, o
Rubem Alves foi visitar a Escola
da Ponte, ele não era conhecido
em Portugal. Quando ele voltou
ao Brasil, escreveu um livro: A es-
cola com que sempre sonhei sem
imaginar que pudesse existir, que
fala da Escola da Ponte. A partir
daí, muita gente começou a pedir
que eu viesse ao Brasil.
qual a sua percepção sobre a edu-
cação no Brasil?
Entre 2001 e 2005, andei entre
o Brasil e Portugal e aquilo que
encontrei foi um Brasil com um
potencial extraordinário na edu-
cação, com os melhores teóricos
e os melhores projetos do mun-
do. Mas o Brasil tem dois proble-
mas no campo da educação: a
síndrome do vira-latas – que diz
que tudo que é bom é o que vem
de fora – e professores com baixa
autoestima. Percebi que eu teria
que sair da Ponte e vim para o
Brasil. E aqui me convidaram
para fazer projetos. Mas eu tive o
cuidado de não fazer a clonagem
da Ponte. Me diziam sempre: ‘ve-
nha fazer a Escola da Ponte no
Brasil’. Nem pensar. Brasil é Bra-
sil, Portugal é Portugal.
e o que estas idas e vindas ao
Brasil trouxeram para o senhor?
Comecei a aprender não só o
Paulo Freire, descobri o Lauro de
Oliveira Lima, o Anísio Teixeira,
o Darcy Ribeiro, o Milton Santos,
o Florestan Fernandes, e por aí
vai. E ajudei a realizar alguns
projetos que hoje são reconheci-
dos como dos melhores no mun-
do, como a Escola Amorim Lina,
em São Paulo, a Escola Campos
Sales, em Nirópolis (GO), a Esco-
la da Serra, em Belo Horizonte, a
Maria Peregrina, em São José do
Rio Preto. Foram vários e aconte-
ceu que o Projeto Âncora, desen-
volvido em Cotia, na periferia de
São Paulo, foi considerado um
dos dez melhores projetos edu-
cacionais do mundo.
Bahia Indústria 7
Bet
to Jr. / co
Per
Pho
to / s
Iste
MA F
IeB
age e o eu que pensa, algo entre eu
e o objeto de estudo, entre mim e
outro profissional. Trabalhei muito
com a avaliação. Tenho 34 livros
publicados, mas isso não me serve
de nada se eu não souber quais são
as necessidades das pessoas.
qual sua opinião sobre a avaliação
que é praticada nas escolas?
Não é avaliação.
e o que seria uma avaliação?
Posso dar-te umas 30 defini-
ções, mas o que posso dizer é que
aquilo que está na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional é
que a avaliação deve ser formativa,
contínua e sistemática, centrada
em processos. Nada disso existe
nas escolas. Nas escolas brasilei-
ras, infelizmente, o que há é classi-
ficação da nota a partir de prova e
uma prova não prova nada. Nestes
projetos a que eu me referi, e estão
entre os melhores do mundo, não
há nota. Mas o mais curioso é que,
quando os alunos destas escolas
têm que fazer uma prova do exa-
me nacional, como o Enem, vesti-
bular, ou uma seleção para ter um
emprego, são os melhores. Então,
é estranho, não é? Alunos que não
fazem prova são os melhores? Pois
é, porque eles aprenderam.
O que estas experiências com edu-
cação têm trazido para o senhor?
Muita aprendizagem. Tenho
muita gratidão ao Brasil, porque
eu me sinto útil, ajudo e aprendo.
O segredo é escutar as comunida-
des. Depois, perceber que escolas
não são edifícios, são pessoas e
deve-se partir do que as pessoas
são, dos seus valores, para cons-
truir para os outros, construir
conhecimento e melhorar as
comunidades.
"Tenho 34 livrospublicados,
mas isso não me serve de
nada se eu não souber
quais são as necessidades das pessoas"
O senhor continua à frente do Pro-
jeto Âncora?
Hoje, não mais. Quando um
projeto vai pelo seu pé, quando já
é autônomo, sustentável, eu afas-
to-me. Eu vivo no chão da escola
há 50 anos e estive no Projeto Ân-
cora desde o início.
e atualmente, o senhor está mobili-
zado por alguma nova empreitada?
Depois do Âncora, o então mi-
nistro da Educação Renato Jani-
ne (exerceu o cargo entre abril e
setembro de 2015), convidou-me
para um grupo de trabalho sobre
inovação educacional e o Instituto
Brasileiro de Informação, Ciência
e Tecnologia convidou-me para
coordenar um projeto de coleta
de dados e pesquisa sobre esco-
las inovadoras. Fui fazer este tra-
balho para Brasília. A partir daí,
fui convidado pela
Secretaria de
Educação do Distrito Federal para fazer um projeto
em Brasília. Dois anos atrás, partimos para uma ação
no Minha Casa Minha Vida na periferia de Brasília,
com três mil famílias, cerca de sete mil jovens em
idade escolar, sem escola, sem edifício de escola e
sem dinheiro pra construir escolas. Fui então viver
na capital federal, onde montamos este projeto, que
vai ser a primeira comunidade de aprendizagem do
mundo. Vamos fazer aquilo que eu nem posso nes-
te momento imaginar, mas vai ser um trabalho para
uns sete anos. A meta é que todo o Distrito Federal te-
nha o índice de desenvolvimento da educação 10, que
é o máximo, e que todos aprendam e sejam felizes;
que todas as comunidades se desenvolvam, desde a
favela, até o condomínio classe A, que todos juntos
tenham este sonho, que vai virar realidade.
O senhor veio à Bahia para falar aos professores da
Rede SeSi de educação, que está discutindo o pro-
cesso de avaliação em sala de aula. Como o senhor
pode contribuir para esta discussão?
Sempre começo minhas palestras perguntando o
que querem saber. Parto de uma comunicação dia-
lógica. É o diálogo que nos leva à condi-
ção de conhecimento. Entre o eu que
8 Bahia Indústria
VetO aO ReFiS PaRa aS mPe Cai e SetOR PRODUtiVO COmemORaempresas de micro, pequeno e médio portes poderão parcelar impostos do regime simples vencidos até novembro de 2017
o Congresso Nacional der-
rubou, em abril, o veto do
presidente Michel Temer ao
programa de refinanciamento de
dívidas das micro e pequenas em-
presas, conhecido como Refis das
MPEs. A medida dará sobrevida a
milhares de empresas optantes do
Simples Nacional que acumulam
débitos tributários com a Receita
Federal. Sem o refinanciamento,
as empresas seriam excluídas do
regime simplificado de tributação.
Além de sair do Simples, estas
empresas também teriam dificul-
dade de acessar linhas de crédito
e financiamento, conforme desta-
ca o vice-presidente da FIEB, Jo-
sair Santos Bastos, para quem “a
queda do veto significa isonomia
com empresas de outros portes”,
afirmou, lembrando que, em 2017,
o governo criou um Refis para
grandes empresas, que somavam
então dívidas de R$ 300 bilhões
com o fisco.
Para o presidente do Conselho
da Micro e Pequena Empresa In-
dustrial (Compemi) da FIEB, Raul
Menezes, a decisão “vai permitir
que as MPE possam parcelar o
débito tributário e continuarem
ativas, mesmo considerando as
dificuldades geradas no período
da data do veto até a efetiva imple-
mentação do refinanciamento”.
Durante este período de incer-
teza, destacou-se a mobilização
da FIEB para a derrubada do ve-
to, que incluiu visitas aos prin-
cipais veículos de comunicação
baianos, uma ida a Brasília para
contatos com parlamentares, e o apoio recebido do seu presidente,
Ricardo Alban, de Raul Menezes, e dos dirigentes sindicais Waldo-
miro Araújo (Sindicato do Vestuário) e Jamilton Nunes (Sindicato de
Cerâmicas). “Tudo isso resultou numa vitória da micro e pequena
empresa para todo o país”, comemora Nunes.
“Foi um ato de justiça. Esta era uma medida necessária para
mais de 600 mil empresários brasileiros que, caso o veto não ca-
ísse, iriam para a recuperação judicial, e agora poderão voltar a
investir no mercado”, acrescenta o superintendente do Sebrae da
Bahia, Jorge Khoury.
Como FiCaCom a derrubada do veto, as MPEs poderão parcelar as dívidas ven-
cidas até novembro de 2017, com redução de até 80% nos juros e
de até 70% na multa, sem deixar o Simples Nacional. O prazo de
parcelamento dos débitos é de até 175 meses. Para se beneficiar do
Refis, as empresas terão que dar uma entrada de 5% do total devido
à Receita Federal, valor que poderá ser dividido em 5 vezes, com
prestações acrescidas da taxa Selic e de mais 1%. A adesão poderá
ser feita em até 90 dias após a promulgação da lei, em 09.04.
A redução da dívida dependerá das condições do pagamento: no
pagamento integral: redução de 90% dos juros de mora (cobrados
pelo atraso) e de 70% das multas; pagamento em 145 meses: redu-
ção de 80% dos juros de mora e de 50% das multas; pagamento em
175 meses: redução de 50% dos juros de mora e de 50% das multas.
Congresso derrubou veto de temer ao programa de refinanciamento
LuIs MAceDo/câMArA Dos DePutADos
» Cerca de 20 mil empresas baianas devem ser beneficiadas com a possibilidade de refinanciar dívidas pelo programa federal. Em todo o país, o acesso ao Refis afetaria diretamente 600 mil empresas, de acordo com dados do Sebrae
Bahia Indústria 9
circuito POR CLEBER BORGES
Cacau da Bahia ganha seloO Sul da Bahia está em festa, com a decisão do
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI),
ao conceder Indicação Geográfica (IG) da região na
produção da amêndoa de cacau. Com a conquista da
IG, por solicitação da Associação Cacau Sul Bahia,
a área passa a contar com o Selo de Origem, o que
permite valorizar a produção de cacau e chocolate
dos produtores locais. O Selo é concedido a lugares
que são conhecidos como tradicionais produtores
de um determinado produto ou serviço ou cujas ca-
racterísticas do produto, quando originário do local,
são únicas. No caso do Sul da Bahia, conta toda a tra-
dição e história em torno da produção de cacau, co-
mo, por exemplo, o modo de produção cabruca, que
minimiza o impacto no meio ambiente, ajudando a
manter parte da flora sem eliminar a fauna local.
Brasil é pouco competitivoEstudo da CNI com o ranking da competitivida-
de em 17 países de economias similares mostra que,
em 2017, Brasil e Argentina ficaram, respectivamen-
te, na penúltima e na última colocações. Apesar do
resultado, o Brasil subiu do 11º para o 4º lugar no
quesito disponibilidade e custo da mão de obra em
2017. O país também avançou uma posição – pas-
sou do 16º para o 15º lugar – no quesito peso dos
tributos. Porém caiu em quesitos como infraestru-
tura e ambiente macroeconômico. O levantamento
consta do estudo Competitividade Brasil 2017-2018,
elaborado pela Confederação Nacional da Indús-
tria. No primeiro lugar do ranking aparece o Cana-
dá, seguido pela Coréia do Sul, Austrália, China,
Espanha e Chile.
Confiança do empresário permaneceO empresário brasileiro continua confiante em re-
lação à economia e à própria empresa. É o que revela
estudo divulgado pela CNI. O indicador permaneceu
estável em fevereiro, na comparação com o mês an-
terior, registrando leve variação de 59 para 58,8 pon-
tos. Os números revelam que a confiança do empre-
sário é a segunda maior desde abril de 2011, ficando
atrás apenas do índice verificado em janeiro. Os in-
dicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos.
Quando estão acima de 50 pontos mostram que os
empresários estão confiantes. Em 18 de 32 setores
pesquisados houve alta na confiança industrial.
Cresce a produtividade do trabalhoSe a economia brasileira permanece entre as menos competitivas no
conjunto dos países emergentes, no aspecto relativo à produtividade do
trabalho na indústria cresceu 4,5% em 2017, em relação ao ano anterior. É
o que mostra o estudo Produtividade na Indústria, da CNI, que traz o re-
sultado da divisão do volume produzido pelas horas trabalhadas. Nos úl-
timos dez anos, de 2007 a 2017, o indicador teve um crescimento de 8,4%.
O estudo conclui que para manter os ganhos de produtividade é preciso
aumentar os investimentos em inovação e capacitação nas empresas.
“Meu modelo de negócios são os Beatles. Eles se balanceavam, e
o total era maior do que a soma
das partes. É como eu enxergo
os negócios: as coisas incríveis
nunca são feitas por uma única
pessoa, são feitas por um
time.”
Steve Jobs, criador da Apple, que
revolucionou as indústrias de
computadores pessoais e de smartphones
10 Bahia Indústria
sindicatos
eleições
Diálogo da
Rede Sindical
é uma das
ações do PDa
ANGeL
o P
oNte
s/c
oPer
Pho
to/s
Iste
MA F
IeB
» Novidades na área de refrigeraçãoEngenheiros, técnicos, mecânicos e estudantes da área de refrigeração participaram de palestra promovida pela empresa Elgin, fabricante de equipamentos. Realizada no SENAI Cimatec, a iniciativa contou com o apoio do Sindratar e da FIEB.
encontro com especialista discute setor da construção Empresários do setor da constru-
ção civil conheceram oportunida-
des para fomentar seus negócios
no Encontro com o Especialis-
ta, promovido em parceria pelo
Sinduscon-BA, Sinprocim-BA e
Sebrae. O encontro abordou a im-
portância do conhecimento das
normas técnicas e como ter suces-
so na cadeia da construção civil
e artefato de cimento. O evento
também foi realizado em Ilhéus,
na região sul do estado.
PROgRama De DeSeNVOLVimeNtO aSSOCiatiVO DeFiNe açõeS PaRa 2018 Iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria
com federações de todo o país, com o objetivo de aprimorar a atuação
dos sindicatos e fortalecer seu vínculo com as indústrias, o Programa
de Desenvolvimento Associativo (PDA) chega a 2018 com fôlego para os
novos desafios do ambiente sindical. Neste ano, o programa vai focar
em projetos que busquem reforçar a sustentabilidade dos sindicatos e
identificar um novo modelo sindical, mais próximo dos associados e
com melhor divulgação dos serviços oferecidos.
Estão previstas duas edições do Diálogo da Rede Sindical; quatro do
Bate-papo Sindical, que neste ano será transmitido por videoconferên-
cia para todo o país; além de 13 edições do Intercâmbio de Lideranças
Setoriais da Indústria. O PDA também contará com capacitações de líde-
res e executivos sindicais e capacitações para empresários da indústria.
SINPEQ rEElEgE dIrEtorIaA defesa de interesses das in-
dústrias junto aos poderes Exe-
cutivo, Legislativo e Judiciário é
um dos focos da diretoria eleita
do Sindicato das Indústrias de
Produtos Químicos e de Petroquí-
micas de Camaçari, Candeias e
Dias D’Ávila (Sinpeq), que tomou
posse em março. O presidente re-
eleito, Roberto Fiamenghi, ficará
à frente do sindicato até 2021. Ele
ressalta que “o sindicato também
atuará fortemente para assesso-
rar as empresas associadas na
implementação da nova legis-
lação trabalhista, por meio do
apoio nas negociações sindicais”.
INtErIorIzação é foCo do SINdIbrItaInteriorizar as ações e ampliar o
quadro de associados são priori-
dades para a diretoria do Sindica-
to da Indústria de Mineração de
Pedra Britada da Bahia (Sindibri-
ta), que tomou posse em abril para
mandato até 2021. De acordo com
o presidente reeleito, Fernando
Jorge Carneiro, as ações vão ao en-
contro do projeto de interiorização
da FIEB. “Queremos ir às regiões
onde a indústria de pedra britada
começa a se expandir, identifi-
car carências, levar informação e
qualificação da mão de obra. Pa-
ra isso, contamos com o apoio da
FIEB”, afirmou.
Nova dIrEtorIa do SINdPaCEl toma PoSSEA gerente de Relações Institucio-
nais e Sustentabilidade da BSC –
Bahia Specialty Celulose, Sabrina
de Branco, assumiu, em abril, a
presidência do Sindicato das In-
dústrias de Papel, Papelão e Celu-
lose (Sindpacel). Ela é a primeira
mulher presidente do sindicato,
um dos mais antigos da Bahia,
que comemora 65 anos em 2018.
“A diretoria anterior trabalhou
arduamente para elevar a repre-
sentatividade do Sindpacel. Meu
desafio é manter a boa imagem do
sindicato em todas as esferas, em
prol da defesa dos interesses do
setor”, afirmou.
Bahia Indústria 11
José augusto dos Santos ministrou a capacitação
empresários
do setor no
lançamento
do projeto
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
ÍrIs MoreIrA LeANDro/sIsteMA FIeB
LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
moveba busca novidades em feira do setorDiretores e representantes de
empresas associadas integra-
ram a missão técnica do Sin-
dicato da Indústria do Mobili-
ário (Moveba) à Movelsul Bra-
sil 2018, considerada a maior
feira de móveis da América
Latina. O evento ocorreu en-
tre os dias 12 e 15 de março, na
cidade de Bento Gonçalves/
RS. O grupo composto por
seis empresários aproveitou
a oportunidade para visitar
empresas fornecedoras de
componentes para o setor.
modelo de atuação articulada é ampliadoPara aproximar ainda mais
sindicatos e empresas, o Mo-
delo de Atuação Articulada
entre as áreas Sindical e de
Mercado do Sistema Indústria
foi ampliado em 2018, com
o desafio de alcançar mais
sindicatos filiados. O projeto
permite às entidades sindicais
divulgar as soluções do Siste-
ma FIEB à sua base de repre-
sentação e conquistar novos
associados.
Até março deste ano, oito
sindicatos faziam parte do
projeto, que é uma parceria
do Sistema FIEB com a Con-
federação Nacional da Indús-
tria (CNI). Para a gerente de
Relações Sindicais da FIEB,
Manuela Martinez, a partir do
momento em que se amplia o
Modelo de Atuação Articulada
a outros sindicatos é possível
potencializar a abrangência
do Sistema Indústria.
Curso apresenta lean manufacturing na prática Os conceitos relacionados à ma-
nufatura enxuta – que propor-
ciona ganhos de produtividade e
competitividade, reduzindo des-
perdícios – foram apresentados
no curso Lean Manufacturing na
Prática - Game Lean, promovido
pelo Sindipeças-BA. Com carga
horária de 16 horas, a capacita-
ção foi ministrada pelo consultor
especialista José Augusto dos
Santos. Os participantes apren-
deram na prática como funciona
o sistema de manufatura enxuta,
com o game lean, uma espécie de
maquete que simula uma linha
de produção.
LaNçaDO PROJetO PaRa CRiaçãO Da CeNtRaL De NegóCiOS De VeStUáRiOUma reunião no Condomínio Bahia Têxtil marcou o lançamento do
projeto de criação da Central de Negócios de Vestuário da Região Me-
tropolitana de Salvador, apoiado com recursos do Programa de Apoio
à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi). O
programa é uma parceria entre a CNI e o Sebrae Nacional.
Vinte empresas do setor farão parte do projeto, que é executado
pelo IEL, em parceria com o Sindicato da Indústria de Vestuário e
Artefatos de Joalheria e Bijuteria do Estado da Bahia (Sindvest) e o
Condomínio Bahia Têxtil. Outra iniciativa que vai contribuir para o
fortalecimento do setor de vestuário é o Arranjos e Sistemas Produti-
vos Inovativos Locais (ASPIL) de Confecções de Salvador, que rece-
beu, em março, reconhecimento do governo estadual e do Ministério
da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
12 Bahia Indústria
torneio de robóticA 2018 tem recorde de competidoreSrepresentantes de seis estados participaram da 5ª edição do torneio FLL
POR patrícia moreira
pegar a estrada e percorrer
mais de 1.600 Km entre São
Luiz do Maranhão e Salva-
dor foi apenas um detalhe
para Maurício Melo, 16, estudante,
que ao lado de mais sete colegas
encarou dois dias de viagem em
uma van para participar do Torneio
Regional e Robótica First® Lego®
League (FLL). Foi a primeira vez da
equipe na competição e todos che-
garam com a disposição de viven-
ciar ao máximo a experiência.
“Não esperava que fosse tão
animado. Isso é bom, porque
quebra o nervosismo”, explicou o
estudante, que cursa o 2º ano do
ensino médio do Instituto Estadu-
al de Educação do Maranhão (IE-
MA). Para o torneio, além de com-
petir com robôs, eles trouxeram a
proposta de reaproveitar a água da
condensação dos aparelhos de ar
condicionado para irrigar hortas
e jardins. Voltaram para casa com
uma premiação na bagagem: a de
melhor Pit (estande) do torneio.
Assim como a turma do Ma-
ranhão, marcaram presença na
Fotos ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
estudantes de
seis estados
competiram,
se divertiram
e torceram por
suas equipes
etapa Nordeste da competição re-
presentantes de seis estados. Duas
equipes de Sergipe, duas de Ala-
goas, uma de Pernambuco e uma
da Bahia foram classificadas pa-
ra a etapa nacional, que este ano
aconteceu entre 16 e 18 de março,
em Curitiba, antecedendo a etapa
internacional do FLL.
uso da águaAs equipes que representaram a
região Nordeste em Curitiba são
Robocamp e Robomac (AL), Robo-
coe e Techcoe (SE), Visão Elétrons-
bot (PE) e Love Tec (BA). A repre-
sentante da Bahia é uma das 13
equipes do SESI Bahia na competi-
ção e é formada por estudantes da
Escola SESI Reitor Miguel Calmon.
O campeonato deste ano de-
safiou as equipes a apresentarem
soluções para o uso ou reuso da
água. Dentre os projetos apresen-
tados, a Robocamp desenvolveu
uma pastilha produzida com clo-
reto de magnésio, bicarbonato de
sódio e sal do himalaia que puri-
fica a água de poços e açudes, tor-
nando o seu PH neutro.
A etapa Nordeste aconteceu na
Bahia Indústria 13
prÊmios oFiCiais
•Desempenho do Robô TECHCOE (SE)•Design mecânicoVISÃO ELÉTRONSBOT (PE)•ProgramaçãoLOVE TEC (SESI-BA)•estratégia & inovação MIDAS (SESI-BA)•inspiraçãoEquipe F5 (SESI-BA)•trabalho em equipeMRR-3 (BA)•gracious ProfessionalismHidra
projeto de pesquisa•Solução inovadoraTecnomaníacos (SESI-BA)•apresentaçãoNASA
Champion´s award1º lugar – Robocamb (SESI/SENAI-AL)2º lugar – Robocoe (SE)3º lugar – Robomac (SESI/SENAI-AL)
ClassiFiCados para o torneio naCional 2017/2018•Robocamb (SESI/SENAI-AL)•Robocoe (SE)•Robomac (SESI/SENAI-AL)•Techcoe (SE)•Visão Elétronsbot (PE)•Love Tec (SESI-BA)
suplentes 2017/20181º Suplente – Equipe F52 º Suplente – Nasa3º Suplente – Hidra
prÊmios espeCiais•técnicoRobolife - Katia e Clovis•Contra todas adversidadesRobot Friends•estrela inicianteSeventeam•Voluntário DestaqueDjalma Neto •JuizJacinara
Prêmio Steam - Natus VincerePIt destaque - IEMA
Escola SESI Reitor Miguel Calmon,
no bairro do Retiro, em Salvador,
nos dias 23 e 24 de fevereiro. Fo-
ram 39 equipes, somando mais de
300 competidores, de escolas pú-
blicas, particulares e equipes de
garagem. Além do torneio, o SESI,
em parceria com a Zoom, realizou
oficinas de Lego abertas ao públi-
co nos dois dias do evento.
O superintendente do SESI
Bahia, Armando Neto lembrou que
a instituição investe em diversas
tecnologias e está sempre em bus-
ca da inovação. “Estamos comemo-
rando 70 anos em 2018 e ao longo
destes anos sempre buscamos
inovar e isso inclui identificar no-
vas formas de ensinar. A robótica
é uma das formas de estimular o
aprendizado de maneira lúdica e
divertida”, destaca. A competição
também foi acompanhada pela ge-
rente de Educação, Cléssia Lobo,
que ressaltou a consolidação do
torneio – que este ano teve um nú-
mero recorde de participantes.
Ao final do evento, os competi-
dores conheceram o tema da tem-
porada 2018/2019: Into Orbitsm -
Explore viver e viajar pelo espaço.
14 Bahia Indústria
shutterstock
máquinas
e tecnologias
conectadas
marcam a
nova era
Bahia Indústria 15
cliente acessa a loja e é identificado
pelo sistema graças à sua conexão de
celular. Ele escolhe o produto de seu
interesse e deixa a loja sem que seja
necessário passar ou digitar o núme-
ro do cartão de crédito para saldar a
fatura, que é paga pelo aparelho de
comunicação. Do outro lado, a empre-
sa identifica imediatamente o produto retirado da prate-
leira e entra em operação um sistema de comunicação
entre máquinas que vai ordenar a reposição do estoque
sem que nenhuma ação humana seja necessária. Ficção?
Nem tanto. De acordo com o professor do SENAI Cimatec
Herman Lepikson, isto já está acontecendo na Amazon,
a gigante norte americana de varejo.
O relato serve para ilustrar uma revolução que vem
tomando corpo graças ao avanço tecnológico. O conceito
ainda está em construção, mas as discussões em torno
da Indústria 4.0 já começam a se amplificar e a mobilizar
empresas em todo o mundo. Ela é o futuro, mas, cada
vez mais, bate à porta de quem busca competitividade,
eficiência e produtividade nos negócios.
A indústria 4.0, que nasceu aplicada à manufatura,
pressupõe automação, controle, conectividade e tudo is-
so com o suporte da tecnologia da informação. A pressão
que move as instituições a buscarem entender e promo-
ver a transformação necessária no ambiente produtivo,
vem de fora. Como lembra o diretor regional do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Bahia),
Luís Breda, “Alemanha, Estados Unidos, China e Coreia
do Sul têm avançado a passos largos neste processo,
acendendo o alerta nos demais mercados da economia
globalizada”. Perder este bonde – ou seria bit? – signi-
empresas terão que se adaptar à novaordem para viabilizar os negóciose assegurar competitividade
O FUTURO ESTáACONTECENDO
POR patrícia moreira
fica ficar para trás e ser riscado do
mapa das oportunidades.
Não por acaso, a diretoria da Fe-
deração das Indústrias do Estado
da Bahia (FIEB), que reconduziu
Ricardo Alban à presidência para
o quadriênio 2018-2022, elegeu a
indústria 4.0 como o maior desa-
fio da nova gestão. “A indústria
4.0 não é uma opção. Ela já é uma
realidade e todo o setor produtivo
deve estar mobilizado para que o
país esteja apto a acompanhar esta
nova revolução. Entendemos que
inovar e fazer acontecer a indústria
do futuro é um compromisso que
deve mobilizar a todos e o Sistema
FIEB estará preparado para apoiar
a indústria”, destaca o presidente.
A avaliação do superintenden-
te Nacional do Serviço Social da
Indústria (SESI) e diretor-geral
do Serviço Nacional de Aprendi-
zagem Industrial (SENAI), Rafael
Lucchesi é de que já estamos vi-
mensuração
de resultados
e maior avanço
na gestão dos
processos
produtivos
já são realidade
Compreender e reestruturar paraapoiar a indústria
O diretor regional do Serviço So-
cial da Indústria (SENAI Bahia),
Luís Breda, lembra que tudo o
que remete à indústria 4.0 faz
pensar em fábricas inteligentes
e implica em desafios. “Precisa-
mos entender como a indústria
precisa se reestruturar para re-
alizar, por exemplo, operações
em tempo real, dar respostas
em tempo real, acompanhar de
perto as mudanças no mercado,
permitindo interferir diretamen-
te no processo. Se a resposta for
tardia, perde-se oportunidade e
competitividade”, explica.
O Big Data é, de acordo com
Breda, o pilar deste processo,
em que o volume de dados se-
rá cada vez mais robusto e não
será possível tratá-los nos mol-
des tradicionais, mas de forma
automática e dinâmica. “O Big
Data permitirá traçar tendên-
cias de mercado, analisar o
próprio processo produtivo pa-
ra predizer o que vai acontecer
em termos de falhas e desem-
penho. Segurança cibernética
é outro pilar e preocupação”,
contextualiza.
“As empresas vão precisar
aprofundar, estudar, entender
este conceito e planejar como
vão implantá-lo”, destaca o di-
retor, lembrando que o SENAI
está estruturando um portfólio
de produtos adequados a esta
nova realidade. O SENAI vai
também dar início a um pro-
cesso de aproximação com as
empresas para mostrar o que é
possível realizar.
Apesar de a indústria bra-
sileira e baiana ainda não es-
tarem vivenciando ou se pre-
parando para adaptar os seus
processos à nova ordem tecno-
lógica, o SENAI Cimatec já de-
senvolve projetos voltados para
a indústria nacional e soluções
de baixo custo para viabilizar a
implantação dos conceitos 4.0.
E na avaliação de Herman
Lepikson, nosso atraso não é
tão grande. “Se a gente tomar
as decisões certas agora, pode-
mos fazer disso uma vantagem
competitiva. Como trata-se
de uma mudança estratégica,
quem sair primeiro leva vanta-
gem”, sinaliza. Para ele, a FIEB
já tomou iniciativa fundamen-
tal que foi o suporte para que o
Cimatec possa ter este papel de
liderança, inclusive pensando
já na indústria 5.0.
plataForma de sstNa perspectiva de se aproximar
das empresas e de reformular
o portfólio, o SESI lança ainda
no primeiro semestre deste ano
o SESI Viva +, um produto que
vai mudar o perfil de atendi-
mento da entidade e atender a
uma demanda latente nas em-
presas de todos os portes. “O
grande salto é em volume de
atendimento. Temos a meta de
ampliar em muito o atendimen-
to ao trabalhador e oferecer um
grande banco de dados a ser-
viço das empresas e dos traba-
lhadores da indústria”, destaca
Armando Neto.
shutterstock
16 Bahia Indústria
Bahia Indústria 17
"o big data está como pilar deste processo. com a manufatura 4.0 será necessário tratar dados de forma mais automática e dinâmica"
"o SenAi cimatec tem desenvolvido projetos relevantes e alimentado programas do SenAi nacional e do governo brasileiro voltados à indústria 4.0"
luís breda, diretor-regional do SENaI bahia
Herman lepikson, pesquisador do Cimatec
vendo a revolução industrial 4.0 e
que ela terá um enorme impacto.
“Temos um conjunto de novas tec-
nologias baseadas na inteligência
artificial, na digitalização, na
automação, na manufatura avan-
çada, na indústria aditiva, no Big
Data. Há estimativas que determi-
nam que 70% dos empregos serão
impactados, bem como as princi-
pais cadeias de valor. E é claro que
isso vai determinar novos padrões
de produção e de competição nos
mercados”, contextualiza.
paradigmasHerman Augusto Lepikson, pro-
fessor da pós-graduação em Ma-
nufatura Avançada e Sistemas
Integrados de Manufatura do SE-
NAI Cimatec e pesquisador líder
do Instituto SENAI de Inovação
em Logística e Manufatura Avan-
çada, observa que alguns para-
digmas estão postos para este
novo ambiente produtivo. Os processos precisam ser
mais inteligentes, para permitir aproveitar melhor as
oportunidades de negócios; mais conectados, porque
tanto as equipes quanto a cadeia de valor associado
ao negócio precisam ser ágeis; mais atentos: a orga-
nização vai precisar atuar com rapidez e foco para
aproveitar as oportunidades e todos precisam estar
aptos a aprender continuamente para tirar proveito
das experiências e testar novas possibilidades.
Para que isso aconteça, Lepikson explica que é
preciso traduzir tudo isso em tecnologia, mas tam-
bém em uma cultura organizacional apta a absorver
esta dinâmica. “Na indústria tradicional temos che-
fes, líderes, poucos pensantes e muitos que execu-
tam. Neste novo conceito, tudo que depende de mão
o robô vai fazer. Nossas empresas ainda executam e
não investem no pensar. Compartilhar dados signifi-
ca pensar e agir rapidamente. Esta é a maior transfor-
mação que vem por aí”, ilustra o pesquisador.
A era que se desenha para a indústria requer um
conjunto de tecnologias, explica Lepikson, como o
Big Data, que a partir das análises de dados vai ge-
rar informação e consequentemente, conhecimento.
O Big Data, juntamente com a robótica autônoma,
são as chamadas tecnologias habilitadoras que da-
18 Bahia Indústria
rão a tônica da nova ordem ope-
racional. Neste contexto, os siste-
mas são integrados e as máquinas
falam umas com as outras sem
precisar de intervenção humana.
Isso implica também em se criar
máquinas cada vez mais inteli-
gentes – internet das coisas – e
também na previsão de sistemas
seguros para o processamento
das informações e sua guarda em
nuvem, ou seja, investimentos em
cibersegurança.
“Para que não haja um des-
locamento tecnológico é preciso
dominar estas mudanças. Quem
não fizer isso será deslocado”,
alerta Rafael Lucchesi. E Lepik-
son acrescenta: “Se a gente tomar
as decisões certas agora, a gente
pode fazer disso uma vantagem
competitiva”.
O superintendente do Serviço
Social da Indústria (SESI Bahia),
Armando Neto, pontua que dois
grandes desafios estão postos pa-
ra as empresas: além do avanço
tecnológico e inovação, no senti-
do de maior automatização, maior
relacionamento com os clientes
e fornecedores, outro importante
desafio é o ganho de escala. “As
empresas têm que encontrar for-
mas de produzir com custos muito
baixos, de maneira que possam
vender em larga escala”.
Mas a questão que ainda pre-
ocupa a todos é a necessidade de
mudança de mentalidade. O supe-
rintendente regional do Instituto
Euvaldo Lodi (IEL-Bahia), Evan-
dro Mazo, cita uma pesquisa que
leu recentemente e revela que o
empresário brasileiro ainda não
está se movimentando neste senti-
do e acha que vai conseguir fazer a
virada para se inserir na indústria
4.0 rapidamente. “Isso é um equí-
voco”, alerta.
Pesquisas da Confederação Na-
"o SenAi oferece todo um pacote voltado para a indústria mais produtiva. mas, além disso, as empresas terão que buscar competências no seu chão de fábrica para incorporar essas tecnologias"rafael lucchesi, diretor-geral do SENaI
Volume de dados terá no Big
Data a principal ferramenta
para inferir competitividade
Bahia Indústria 19
Formar pessoas exigemudanças em educação
A quarta revolução industrial impõe tam-
bém mudanças na formação de pessoas,
o que inclui o desenvolvimento de novos
formatos e metodologias educacionais.
De olho nestas novas configurações, e
alinhado às diretrizes do Ministério da
Educação, que propôs um novo currículo
para o ensino médio, o Serviço Social da
Indústria (SESI), em parceria com o Ser-
viço Nacional de Aprendizagem Indus-
trial (SENAI), passou a oferecer o Novo
Ensino Médio na Rede SESI.
No lançamento nacional do projeto
piloto para o ano letivo de 2018, Rafael
Lucchesi frisou que a ideia é se anteci-
par às demandas da sociedade diante do
impacto da inteligência artificial sobre o
mercado de trabalho. “Estudos apontam
que 70% dos empregos serão afetados pe-
la indústria 4.0 e o mundo inteiro está se
moldando a isso”.
Cinco estados estão adotando o piloto:
Bahia, Goiás, Espírito Santo, Alagoas e
Ceará. Na proposta do Novo Ensino Mé-
dio, o currículo é cumprido em três anos
e o estudante já sai com uma formação
profissional.
Aluna da primeira turma, Cleane
Araújo valida a nova metodologia. “O
curso está me preparando para resol-
ver problemas e a ter um olhar diferen-
ciado”, conta. Para o professor de física
Fabricio Santana, a metodologia propor-
ciona um amadurecimento do aluno. O
ensino das disciplinas por área de co-
nhecimento – física química e biologia
integram a área de Ciências da Natureza
– também trouxe ganhos. “Trabalhar por
área não é fácil, mas o resultado é muito
bom e os estudantes passam a entender
que as disciplinas estão integradas. Esta
é a grande mudança”, explica.
Além do ensino médio, que vai prepa-
rar os futuros profissionais que vão atu-
ar na indústria 4.0, o SESI também atua
com educação continuada, voltada para
quem já está no mercado. “O grande de-
safio que se coloca para o SESI é preparar
os trabalhadores para esta mudança. Se
o trabalhador quiser se empregar ou se
manter na indústria 4.0 ele precisa se
readaptar em vários sentidos”, destaca o
superintendente do SESI Bahia, Arman-
do Neto. Ele destaca que neste sentido, o
SESI oferece um portfólio moderno que
pode promover esta adaptação.
cional da Indústria (CNI) também
apontam que CEOs das empresas
brasileiras identificam a neces-
sidade de fazer a virada nos seus
processos produtivos, mas ainda
estão praticando pouco, o que é
um ponto de alerta. “O domínio de
novas competências será determi-
nante para a continuidade destas
empresas no mercado”, destaca
Lucchesi.
Na Bahia, o processo ainda é
incipiente. Herman Lepikson acre-
dita que a iniciativa e liderança da
FIEB é um importante ponto de
partida para uma transformação
efetiva e para ajudar a trazer esta
consciência para a indústria baia-
na. Para isso, todas as entidades
do Sistema FIEB foram mobiliza-
das a apresentar propostas para
compor a Agenda Indústria 4.0,
documento que irá balizar a se-
gunda gestão de Ricardo Alban à
frente da entidade.
Professor Fabrício Santana com alunos do ensino médio de Feira de Santana
shutterstock
sIL
VIo
tIt
o/c
oPer
Pho
to/s
Iste
MA F
IeB
20 Bahia Indústria
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
o Brasil precisa de uma
nova política industrial,
que devolva ao setor o
seu dinamismo e que dê
às regiões mais pobres – Norte e
Nordeste – um tratamento diferen-
ciado. Responsável pelos avanços
tecnológicos mais impactantes, a
indústria conduz ao desenvolvi-
mento e, por essa razão, requer
uma atenção especial, afirmou o
empresário Ricardo Alban na ce-
rimônia de posse na presidência
da Federação das Indústrias do
Estado da Bahia (FIEB) e do Cen-
tro das Indústrias do Estado da
Bahia (CIEB), no dia 6 de abril, no
SENAI Cimatec.
Na presença do presidente Mi-
Posse na presidência da FIeB e do cIeBocorreu com as comemorações pelos70 anos da Federação e do sesI
ricArdo AlbAn defende novApolíticA induStriAl
chel Temer ao evento, juntamente
com o ex-ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, o presidente
da FIEB e do CIEB, Ricardo Alban
observou que os industriais nor-
destinos não deveriam pagar a
instituições como o BNB e a Sude-
ne juros superiores aos cobrados
pelo BNDES, por exemplo. “Temos
que tratar regiões diferentes com
políticas também diferentes para
diminuir os desequilíbrios regio-
nais”, afirmou.
A nova política deve incluir uma
atenção maior à Embrapii (Associa-
ção Brasileira de Pesquisa e Inova-
ção Industrial) que precisa ser para
o setor industrial o que a Embrapa
representa para o agronegócio. Al-
ban destacou, também, a necessidade de uma solução
de mercado para o funcionamento da Fafen, fábrica de
fertilizantes do polo de Camaçari, bem como a aprova-
ção da Rota 2030, novo regime automotivo.
rota 2030 sai em maioO presidente Michel Temer concordou com Ricardo
Alban em sua defesa de um tratamento diferenciado
para o Nordeste. “Os estados nordestinos merecem,
de fato, atenção diferenciada”, afirmou o presidente.
E aproveitou para anunciar que pretende concluir, em
maio, o Rota 2030. “Aqui se mencionou a questão do
Rota 2030. Estamos finalizando esse tema e creio que,
no começo do mês que vem, nós vamos completá-lo e
aprová-lo de uma vez”, prometeu o presidente.
O presidente da CNI, Robson Andrade, aproveitou
a ocasião para destacar avanços do governo Temer,
o principal deles a reforma das leis trabalhistas, que
trouxe um sopro de modernidade ao Brasil. Mas men-
José trindade entrega honraria a Ricardo alban Sessão especial em homenagem aos 70 anos da FieB e do SeSi, na alba
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
POR cleber borges
Bahia Indústria 21
cionou a paralisação das tratati-
vas visando a aprovação da refor-
ma previdenciária.
Autoridades de todo o país es-
tiveram na solenidade. Entre elas,
presidentes de 21 federações de
indústria; o ministro da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços, Mar-
cos Jorge; o vice-governador, João
Leão; e o prefeito de Salvador,
ACM Neto.
No dia 05.04, o presidente Ri-
cardo Alban foi homenageado
com a medalha Thomé de Souza,
pela Câmara de Vereadores de Sal-
vador. E, na manhã de 06.04, ele
participou das homenagens aos 70
anos da FIEB e do SESI, na Assem-
bleia Legislativa da Bahia.
henrique meirelles, aCm Neto,
michel temer, Robson andrade
e João Leão prestigiaram a
posse de Ricardo alban
"temos que tratarregiões diferentescom políticas tambémdiferentes para conseguirmos diminuirdesequilíbrios regionais"Ricardo alban, presidente da FieB e do CieB
Fotos ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
22 Bahia Indústria
exposição, vídeos e música marcam aposse e aniversários da FIeB e do sesI
HiStóriA e ArtenoS 70 AnoS
Sabe quando várias formas de arte se juntam
para contar histórias? Foi o que aconteceu na
comemoração dos 70 anos da FIEB e do SESI.
Música, poesia, vídeos e exposição fotográfi-
ca chamaram a atenção dos convidados, ajudando a
contar a história ds duas instituições.
Em um palco estilizado, teve samba de mesa com
o grupo Menos Um no Quarteto, com participações de
Nelson Rufino, Juliana Ribeiro e Jonga Lima, que aju-
daram a reproduzir o ambiente da Varanda do SESI,
espaço do Teatro Rio Vermelho. Em outro ambiente,
o público conferiu a música de Cláudia Cunha, Ana
Mametto e Manuela Rodrigues, com Alexandre Leão,
Yacoce Simões e Joceval Santana.
Os visitantes foram recebidos com uma exposição
digital, que resgatou a história das duas instituições e
seus colaboradores. Projeções sobre o piso reforçavam
o tom de modernidade, mostrando que FIEB e SESI
estão antenados aos novos desafios. “As duas insti-
tuições atuam integradas e este congraçamento entre
diretoria, sindicatos e funcionários demonstra isso.
Estamos alinhados aos desafios da indústria 4.0”, afir-
ma Armando Neto, superintendente do SESI-BA. [cb]
"estamos alinhadosaos desafios quea indústria 4.0requer, com produtosem educação e emSaúde e Segurançano trabalho"
armando Costa Neto, superintendente do SESI bahia
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
VALt
er P
oNte
s/c
oPer
Pho
to/s
Iste
MA F
IeB
GILBerto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Bahia Indústria 23
exposição digital,
shows de música
popular brasileira e
vídeos contando a
história do Sistema FieB
encantaram os convidados
GILBerto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
GILBerto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
24 Bahia Indústria
conhecido destino turístico da Bahia, que se
destaca pelas belas paisagens e cachoeiras,
a Chapada Diamantina também ganha noto-
riedade com a produção de cafés especiais.
É desta região o vencedor do 14º Concurso Nacional
ABIC de Qualidade do Café. Com nota final de 8,62
pontos (em uma escala de 0 a 10), o microlote da ca-
feicultora Letícia Alcântara, produzido na Fazenda
Divino Espírito Santo, no município de Piatã, ven-
ceu a disputa. O segundo lugar também ficou com a
Bahia. Foi para o café cereja descascado de Antônio
Rigno de Oliveira, também de Piatã, com a nota de
8,57 pontos.
POR marta erhardt
de AltAquAlidAde
cafés produzidos na Bahia ganham visibilidade em concursos nacionais
A nota final é resultado da so-
matória da pontuação obtida no
Júri Técnico, Júri Popular e no
quesito Sustentabilidade da Pro-
priedade. Neste ano, nove con-
sumidores baianos integraram o
Júri Popular, que contou com uma
etapa realizada na Federação das
Indústrias do Estado da Bahia
(FIEB), em parceria com o Sindica-
to das Indústrias de Café da Bahia
(Sincafé-BA).
Essa foi a terceira vez que um
Bahia Indústria 25
shutterstock
ciados em Salvador, Rio Grande
do Norte, Brasília e São Paulo. E a
procura pelo produto tem aumen-
tado, com crescimento anual entre
5% e 7%, segundo Alcântara.
Na avaliação do presidente do
Sincafé, Antonio Roberto de Al-
meida, a especialização no seg-
mento gourmet é uma possibili-
dade. “O assunto foi discutido no
Encontro Nacional do Café e pode
ser uma alternativa para as indús-
trias de menor porte, que têm en-
café produzido na Fazenda Divino
Espírito Santo conquistou o pri-
meiro lugar no concurso da ABIC.
“É um reconhecimento do nosso
trabalho. Mostra que não devemos
deixar de investir em cafés espe-
ciais, pois agrega valor ao produ-
to”, comenta o produtor Michael
Freitas de Alcântara, pai de Letí-
cia de Alcântara. As duas sacas do
café campeão foram arrematadas
no leilão dos Melhores Cafés do
Brasil - Safra 2017 pelo Grupo 3 Co-
rações, por R$ 9 mil cada.
novos merCadosProdutor de cafés especiais na
Chapada Diamantina há 23 anos,
Alcântara acredita que além de in-
centivar os produtores, os concur-
sos contribuem para abrir novos
mercados. “É um chancela que
abre portas. Tivemos visitas de
compradores do Japão, Noruega,
Alemanha e Inglaterra”, enumera.
Desde 2007, ele passou a indus-
trializar a produção e comerciali-
za a marca própria Café Gourmet
Piatã em pontos de venda diferen-
frentado dificuldade no mercado
do varejo”, comenta.
A produção de cafés gourmets
tem aumentado no estado, segun-
do o diretor de Qualidade da As-
sociação dos Produtores de Café
da Bahia (Assocafé), José Carlos
Novaes. “A Bahia tem tudo para
ser o maior produtor de café de
qualidade do Brasil. A produção
vem crescendo muito e os concur-
sos ajudam a valorizar o produ-
tor”, avalia.
Com experiência de mais de 35 anos como classi-
ficador, degustador e corretor de café, Novaes aponta
alguns fatores que contribuem para a qualidade, co-
mo o clima e a altitude. “É maior a probabilidade de
se obter melhores cafés quando o processo de colhei-
ta é manual, no qual apenas os frutos maduros são
colhidos. Além disso, existem cuidados que devem
ser observados na secagem, despolpamento e arma-
zenagem”, explica.
A aplicação de técnicas corretas e de boas práti-
cas de colheita também são apontadas pelo diretor
executivo da Associação Brasileira da Indústria de
Café (ABIC), Nathan Herszkowicz, como fatores im-
portantes para a produção de cafés de qualidade. E
é justamente por este quesito que o café brasileiro se
destaca internacionalmente. “O café do Brasil é pro-
curado como sendo a matéria-prima mais importante
para sustentar a qualidade nos mercados mundiais.
Hoje, o Brasil é o maior fornecedor de café, o maior
produtor de grãos de alta qualidade e o país que tem
o maior número de propriedades certificadas em rela-
ção à sustentabilidade”, destaca.
Consumo deve crescer 3,6% ao anoApesar do cenário de crise econômica, o consumo
de café no Brasil apresentou alta de 3,6% em 2017,
superando a expectativa da ABIC de crescimen-
to de 1% a 1,5%. Para 2018, a associação estima
que o consumo chegue a 22,8 milhões de sacas.
O diretor executivo da ABIC, Nathan Herszkowi-
cz, avalia que o aumento se dá pelo fato de o café
ser uma bebida de consumo diário e também pela
melhoria da qualidade. “A qualidade é o motor
do consumo. Quanto maior a qualidade, maior o
consumo”, avalia.
As perspectivas para o setor são animadoras.
Pesquisa da Euromonitor International encomen-
dada pela ABIC prevê que o consumo crescerá em
média 3,6% ao ano, segundo explica Herszkowi-
cz. “Esse crescimento faria com que, em 2021, o
consumo no Brasil chegasse a 25 milhões de sa-
cas de café, cerca de 4 milhões de sacas a mais, o
que seria um resultado excelente para distribuir
as safras grandes que virão nos próximos anos”.
Para a indústria baiana de café, o cenário não
é tão positivo. O setor tem enfrentado dificuldade
diante da crise econômica e também com a seca
dos últimos anos. “Nosso café tem se destacado,
mas com a seca, temos tido dificuldade para ob-
ter matéria-prima de qualidade. A alternativa é
buscar fora do estado, o que eleva os custos lo-
gísticos”, explica Antonio Roberto de Almeida,
presidente do Sincafé.
Segundo Almeida, outro fator que tem dificul-
tado a participação das marcas locais no mercado
interno é a entrada de grandes players nacionais,
que oferecem produtos com preços mais baixos.
“A guerra de preços dificulta a penetração das in-
dústrias de menor porte no mercado. As grandes
empresas têm maior ganho de escala, com logís-
tica e canais de distribuição mais abrangentes”,
destaca, lembrando que 70% das 79 associadas
ao sindicato são microempresas.
michael
Freitas de
alcântara,
da Fazenda
Divino
espírito Santo
ArquIVo PessoAL
26 Bahia Indústria
Bahia Indústria 27
aRgeNtiNa miRa meRCaDO NaCiONaLEntre os anos de 2013 e 2017, as exportações baianas
para a Argentina totalizaram US$ 4,711 bilhões. No
mesmo período, as importações de produtos argen-
tinos somaram US$ 5,085 bilhões, originando um
déficit comercial acumulado para a Bahia de US$
374 milhões. Mas, se no plano estadual o resultado é
favorável ao país vizinho, no plano nacional o saldo
comercial pende para o Brasil, que acumulou um su-
perávit de quase US$ 8,2 bilhões no mesmo período.
Para tentar igualar a situação, a diplomacia ar-
gentina vem realizando encontros com empresários.
Um deles, o Projeções e Oportunidades de Negócios:
Brasil/Bahia – Argentina, promovido pelo Consula-
do da Argentina na Bahia, Câmara Empresarial de
Comércio Argentina-Bahia (Cecab) e o Centro Inter-
nacional de Negócios da FIEB, aconteceu em Salva-
dor. Estiveram no encontro o presidente da Cecab,
Paulo Cintra, o cônsul-geral da Argentina, Pablo
Virasoro, o coordenador do Conselho de Comércio
Exterior da FIEB, Angelo de Sa Jr., e Gustavo Segre,
diretor da Moinho Cañuelas Brasil.
Conselhos
JeFFersoN PeIXoto /coPerPhoto/sIsteMA FIeB
embaixador sul-africano visita FieBO coordenador do Comex da FIEB, Angelo Calmon de Sa Jr. recebeu a
visita do embaixador da África do Sul no Brasil, Joseph N. Mashimbye. Acompanhado de comitiva, o representante do país africano conversou
sobre oportunidades de parcerias e negócios entre os empresários do seu
país e executivos baianos. Mashimbye se interessou pelas feiras comer-
ciais realizadas no estado e em agendar rodadas de negócios. O embai-
xador encerrou sua agenda na Bahia com uma visita ao SENAI Cimatec.
gustavo Segre,
executivo
argentino,
fala de
oportunidades
ao microfone,
Carlos Passos
comenta
complexidade
das leis
VALter PoNtes /coPerPhoto/sIsteMA FIeB
JeFFersoN PeIXoto /coPerPhoto/sIsteMA FIeB
ReFORma tRaBaLhiSta Na CONStRUçãO CiViLRepresentantes da cadeia da indústria da construção
discutiram aspectos da aplicação da Reforma Traba-
lhista no setor durante seminário realizado na FIEB,
pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Construção da
Bahia. O evento reuniu a superintendente Regional
do Trabalho e Emprego, Gerta Schultz, e o diretor da
Secretaria de Assessoramento Jurídico do TRT/BA,
João Franco Filho, que apresentaram as principais
mudanças ocorridas na legislação e como os órgãos
vêm atuando em relação à nova Lei.
O presidente do Sindicato da Indústria da Cons-
trução (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos,
coordenador do comitê, considerou que o evento foi
uma “oportunidade de aprender um pouco mais so-
bre a complexidade das leis trabalhistas neste novo
cenário”. Já o presidente do Sindicato da Indústria de
Produtos de Cimento (Sinprocim), José Carlos Telles
Soares, acrescentou que o segmento tem interesse em
promover discussões sobre o tema. “Existem várias
interpretações e isso precisa ser discutido”, explica.
Para ele, a reforma veio favorecer o empreendedor ao
garantir segurança jurídica para que continue rea-
lizando investimentos, mas também traz benefícios
para o trabalhador.
28 Bahia Indústria
etapa indispensável na formação do estudante, o estágio visa à
sua preparação para o mercado de trabalho. Para disseminar a
importância desta ferramenta, além de reconhecer e incentivar
boas práticas, foi criado o Prêmio IEL de Estágio, que completa
15 anos em 2018. Promovida pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), em par-
ceria com o Fórum de Estágio da Bahia, a premiação homenageia as
empresas com melhores práticas de atração, desenvolvimento e reten-
ção de talentos, bem como os estudantes que se destacam e as institui-
ções de ensino que apoiam e incentivam a prática.
A premiação estadual foi criada em 2004, a partir de discussões do
Fórum que apontavam a necessidade de se desenvolver ações de cons-
cientização sobre o tema. “O estágio é importante para o estudante,
que tem a oportunidade de mostrar seu talento; para as instituições
prêmio iel de eStágio comemorA 15 AnoS em 2018
POR marta erhardt
Premiação homenageia boas práticas de empresas, instituições de ensino e estudantes
Bahia Indústria 29
VALter PoNtes / coPerPhoto / sIsteMA FIeB
a gerente
do ieL,
edneide Lima
(C), e os
vencedores
da etapa
estadual
de 2017
prêmio traz oportunidades de rever os processos e
também de compartilhar as boas práticas”.
O sucesso do Prêmio IEL de Estágio foi tão grande
que ele foi adotado pelo IEL em todo o país. A edi-
ção nacional reúne os vencedores estaduais de cada
categoria. Desde 2007, ganharam destaque 20 fina-
listas baianos, entre empresas de pequeno, médio e
grande portes, estagiários e instituições de ensino.
No total, a Bahia ficou sete vezes em primeiro lugar
nas diversas categorias.
reConheCimentoO último deles foi conquistado no ano passado pela
empresa Kordsa Brasil, multinacional do ramo têxtil,
vencedora na categoria média empresa. A organiza-
ção, que figura nos rankings das melhores empresas
para se trabalhar da Great Places to Work e Você S.A,
conta atualmente com 22 estagiários. O diretor de RH
& TI da Kordsa Brasil S.A, Luis Carlos França, expli-
ca que o programa de estágio é estruturado para que
o jovem possa ter uma experiência prática. “A gen-
te leva o estagiário para a área de atuação, com um
mentor para auxiliar em seu processo de capacita-
ção”, conta. O tutor responsável elabora um plano de
desenvolvimento do estagiário, a partir do qual são
realizadas avaliações semestrais.
Os estudantes também participam de projetos de
melhoria contínua da empresa, conforme conta a
coordenadora do programa de estágio, Isa Pinheiro.
“Quando atuam nestes projetos, os estagiários exer-
cem não só as habilidades técnicas, mas também
competências comportamentais, como liderança e
trabalho em equipe”.
A edição nacional do prêmio de 2017 teve outros
destaques da Bahia. A Sete Serviços Empresariais Tra-
balho e Educação ficou na terceira colocação entre as
instituições de ensino técnico. Já as empresas Tecon
Salvador e Lacerta Consultoria Projetos e Assessoria
Ambiental ficaram em terceiro lugar nas categorias
grande e micro/pequena empresa, respectivamente.
Na microempresa Lacerta Consultoria Projetos
e Assessoria Ambiental, o estágio é visto como um
caminho para promover a inovação. “Implementa-
mos métodos e técnicas que nasceram de projetos
propostos por estagiários. Com isso, a empresa aca-
bou se tornando uma referência na área”, comenta
o sócio-diretor administrativo da empresa, Moacir
Tinoco. Ele destaca, ainda, que através do estágio a
Lacerta identifica profissionais promissores.
de ensino, que contribuem com o futuro profissio-
nal dos jovens; e para as empresas, que contam com
profissionais qualificados capazes de transformar
a realidade das organizações”, analisa a gerente de
Desenvolvimento Empresarial e de Carreiras do IEL,
Edneide Lima.
A iniciativa também contribui para o compartilha-
mento de experiências positivas, na avaliação da co-
ordenadora do Centro de Carreiras da Unijorge, Ana
Rita Barros. O centro universitário foi vencedor, em
2017, entre as instituições de ensino participantes da
disputa estadual. “Foi o reconhecimento do trabalho
desenvolvido nos últimos anos. A participação no
30 Bahia Indústria
Lideranças empresariais se reúnem para construção da agenda Legislativa 2018
A etapa de consulta pública para a construção da Agenda Legislativa 2018 congregou representantes
de sindicatos filiados à Federação e de Conselhos Temáticos da indústria. No evento, em que foi realiza-
do o 1° Seminário RedIndústria Bahia, foram analisados projetos de lei de interesse do setor. “Esta é uma
etapa fundamental na elaboração da Agenda Legislativa, em que os principais interessados opinam e
trazem novas proposições para a construção deste documento”, afirma o diretor executivo da Federação
das Indústrias do Estado da Bahia, Vladson Menezes. Os projetos de lei em tramitação na Assembleia
Legislativa que, na visão da indústria, promovem ou prejudicam a competitividade das empresas, serão
publicados na Agenda Legislativa da Indústria do Estado da Bahia, elaborada pela FIEB, por meio da
área de Assuntos Legislativos e Executivos da Gerência de Relações Governamentais e Sindicais. O do-
cumento será lançado no dia 25 de maio, data em que se comemora o Dia da Indústria.
estande do ieL no encontro de Prefeitos, no Cimatec
painel
eStUDaNteS RePReSeNtama Bahia NOS eStaDOS UNiDOS
Marcos Felipe Pereira, João Vitor Oliveira e Gabriel
Negrão Morais, alunos da Escola SESI Djalma Pes-
soa, descobriram até onde a curiosidade e um tubo
de ensaio podem levar. Marcos e João fizeram desco-
bertas estudando a microalga Dunaliella salina, que
reduz a concentração de CO2 no ambiente. Já Gabriel
enxergou que cascas de laranjas podem ser insumo
para a indústria farmacêutica. Eles embarcam, em
maio, para os Estados Unidos, onde participam do
maior evento científico pré-universitário, a Intel-Isef,
que tem a participação de 78 países. Eles represen-
tam a Bahia na delegação brasileira.
Betto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Betto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
ieL amPLia PaRCeRiaS COm mUNiCíPiOS BaiaNOS
Com parcerias firmadas com quase 70 prefeituras
em toda a Bahia para alocação e acompanhamento
de estagiários, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA),
entidade que integra o Sistema FIEB, apresentou
seu serviço de estágio durante o 6º Encontro de Pre-
feitos, realizado no SENAI Cimatec. “No interior, o
estágio nas prefeituras é uma importante oportuni-
dade para os jovens. Esta ferramenta educacional
possibilita que eles coloquem em prática os conhe-
cimentos adquiridos e também contribuam para
implementar projetos, apoiando a gestão e trazen-
do inovações”, ressaltou o superintendente do IEL,
Evandro Mazo, que, na oportunidade, também es-
treitou relacionamento com prefeitos parceiros.
marcos,
gabriel e João
representam a
Bahia nos eUa
Bahia Indústria 31
SeJa! abre perspectivaspara jovens em Camaçari
Jovens acima de 18 anos, residentes em Camaçari,
e que ainda não concluíram o ensino médio, tiveram
a oportunidade de retomar os estudos e agregar ao
currículo uma formação profissional. Patrocinado
pela Braskem, o Programa SEJA! – Saberes da EJA,
é ministrado pelo SESI em parceria com SENAI. São
105 vagas de ensino médio profissionalizante, na
modalidade EaD (a distância). Os inscritos receberão
qualificação profissional como montador e reparador
de microcomputadores, eletricista residencial e mon-
tador de construção a seco (drywall).
CieB promove encontros
Para levantar as demandas das indústrias do
interior, o Centro das Indústrias do Estado da
Bahia promoveu reuniões com empresários e li-
deranças das regiões norte e sudoeste. Em Vitória
da Conquista, o encontro teve o apoio da Associa-
ção das Indústrias de Vitória da Conquista e do
Sebrae e, em Juazeiro, da Associação das Empre-
sas do Distrito Industrial do São Francisco.
LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
COmPetitiViDaDe Da iNDÚStRia PetROqUímiCa
Para marcar os 40 anos do Polo Industrial, o Comitê
de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) firmou par-
ceria com o SENAI Cimatec para realizar um estudo
sobre a cadeia química-petroquímica e apontar possí-
veis caminhos para assegurar o seu desenvolvimento
e sustentabilidade. O convênio foi assinado pelo presi-
dente da FIEB, Ricardo Alban, e pelo superintendente
do Cofic, Mauro Pereira. O estudo é patrocinado por 15
empresas vinculadas ao Cofic. O documento será en-
tregue aos candidatos ao governo do estado.COmitiVa NaCiONaL ViSitOU O CimateC
Representantes do Programa Conhecendo
a Indústria visitaram as instalações do SENAI
Cimatec. Composta por técnicos e diretores da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), re-
presentantes de ministérios e do Congresso, a
comitiva foi recebida pelo diretor regional do
SENAI Bahia, Luís Breda Mascarenhas, e pe-
lo gerente de Tecnologia e Inovação do SENAI
Cimatec, Daniel Motta. A visita teve como obje-
tivo demonstrar a transparência e eficiência do
Sistema Indústria, apresentando os modelos
de gestão e inovação, alinhados com ações de
educação, qualificação e prestação de serviços
técnicos. O programa é organizado e executa-
do pela CNI e coordenado pela Gerência Exe-
cutiva de Relacionamento com o Executivo e
propõe a realização de visitas de autoridades
do Governo Federal às instalações do SESI e
SENAI pelo país. O grupo visitou também a
Escola SESI Djalma Pessoa.
Ford educação adota a robótica O Programa Ford de Educação para Jovens ini-
ciou a primeira turma do Curso de Robótica que teve
a aula inaugural realizada durante o Torneio First®
Lego® League, realizado pelo SESI. A turma de 25
alunos do Ensino Fundamental II da Rede Pública de
Camaçari vivenciou a robótica educacional. O objeti-
vo do curso, que adota a metodologia Lego, é desen-
volver, de forma lúdica, habilidades como raciocínio
lógico, criatividade e trabalho em equipe.
mauro Pereira,
Ricardo alban
e Roberto
Fiamenghi
grupo conheceu as instalações do campus
ANGeL
o P
oNte
s/c
oPer
Pho
to/s
Iste
MA F
IeB
32 Bahia Indústria
Daniel moreno Castillo é advogado, especialista em Direito Tributário pela UFBA; membro da Comissão de Direito Tributário e da Comissão de Sociedades de Advogados da oAB Bahia e sócio do Lapa Góes e Góes Advogados
jurídiCo
PgFN regulamenta a averbação de bensFoi publicada, em 08.02.18,
a Portaria da Procuradoria-
-Geral da Fazenda Nacio-
nal (PGFN) nº 33, que re-
gulamenta os artigos 20-B
e 20-C da Lei Federal nº
10.522/02, inseridos pela
Lei Federal nº 13.606/18.
Esta Portaria discipli-
na, dentre outros, os pro-
cedimentos para o enca-
minhamento de débitos
para fins de inscrição em
dívida ativa da União.
De acordo com a re-
ferida Portaria, a PGFN
poderá averbar, inclusive
por meio eletrônico, a Cer-
tidão de Dívida Ativa nos
órgãos de registro de bens
e direitos sujeitos a arresto
ou penhora, para fins de
averbação pré-executória.
Tais medidas entrarão
em vigor 120 dias após a
publicação da Portaria,
que ocorreu em 9 de feve-
reiro deste ano.
Definidas normas para a conversão de multas ambientais Foi publicada, em 16.02.18,
a Instrução Normativa nº
06, do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e Recur-
sos Naturais Renováveis
(Ibama). A instrução regu-
lamenta os procedimentos
necessários à aplicação da
conversão de multas em
serviços de preservação,
melhoria e recuperação
da qualidade do meio am-
biente, instituída pelo De-
creto Federal nº 7.179/17.
Incidência tributária sobre o crédito presumido de IcMS é definida pelo STJ
Depois de forte divergência entre
a Primeira e Segunda Turma do
STJ, ambas da Primeira Seção,
cuja competência envolve a es-
tabilização de casos tributários,
a Corte Superior firmou entendi-
mento pela não incidência do IR-
PJ e CSLL sobre os créditos presu-
midos de ICMS.
De acordo com a decisão no
EREsp 1.517.492-PR, o crédito pre-
sumido de ICMS não integra a ba-
se de cálculo dos tributos em ques-
tão. Para a Corte Superior, o crédi-
to presumido é dispensa de receita
dos Governos Estaduais no pleno
exercício das suas competências
tributárias para o fomento regio-
nal, e não acréscimo patrimonial
dos contribuintes.
Assim como no RE 574.706,
no qual o STF sedimentou que
o ICMS apenas transita pela es-
crita fiscal e contábil dos contri-
buintes, sem reflexo patrimonial
positivo para efeitos de fatura-
mento, aqui o crédito presumido
deste imposto não pode servir de
elemento quantitativo do IRPJ e
CSLL, segundo o STJ. A Corte, no
entanto, limitou a aplicação deste
entendimento aos benefícios con-
cedidos com estrita observância
aos requisitos legais.
Tendo como prova a “guerra
fiscal”, diversos benefícios de
ICMS concedidos pelos Estados,
incluindo a Bahia, não observa-
POR daniel moreno castillo ram os requisitos constitucionais e
legais exigidos para a sua conces-
são. Carece a maioria de Convênio
CONFAZ, exigido pela Constitui-
ção Federal e pela Lei Complemen-
tar - LC nº 24/75.
A despeito da ausência de Con-
vênio em muitos, com o advento
da LC nº 160/17 os Estados têm
a oportunidade de ratificar os
benefícios de ICMS que tenham
sido concedidos fora dos moldes
constitucionais e da LC 24/75,
mediante publicação das normas
instituidoras e depósito de atos
concessivos.
Em nosso Estado, diversos são
os incentivos fiscais com crédito
presumido de ICMS concedidos
à indústria como o PROBAHIA,
PROIND, BAHIAPLAST e o DESEN-
VOLVE, além do crédito presumido
previsto no Regulamento do ICMS/
BA para outras operações.
Visando dar efetividade à LC
160 e Convênio CONFAZ 190/17, o
Estado da Bahia publicará os atos
normativos e listará os concessi-
vos de benefícios a serem ratifica-
dos antes das datas previstas pela
legislação (29/03 e 29/06/2018),
oportunizando eventuais republi-
cações com aditivos à lista.
Com a questão jurídica estabili-
zada pelo STJ, mesmo os gestores
mais cautelosos finalmente têm
terreno firme para buscar a ade-
quação da pesada carga tributária
brasileira aos limites da lei, em
busca de eficiência tributária.
Bahia Indústria 33
POR marta gomes
e irena martins
Os inúmeros escândalos viven-
ciados pelo Brasil, os quais trou-
xeram à tona atos de corrupção
envolvendo representantes eleitos
pela sociedade e interesses de par-
ticulares, revelaram que a ética es-
tava cada vez mais distante do dia
a dia das empresas.
Assim, o clamor social apontou
para a necessidade de uma lei que
repelisse, com veemência, atos
praticados por empresas privadas
nas relações com o Poder Público
que se revelassem lesivos à Ad-
ministração Pública nacional ou
estrangeira: a lei nº 12.846/2013,
mais conhecida como Lei Anticor-
rupção.
A Lei Anticorrupção, ao prever
a aplicação de punições às empre-
sas pela prática de atos lesivos à
Administração Pública, determi-
na a criação de dois cadastros: o
Cadastro Nacional de Empresas
Punidas (CNEP) e o Cadastro Na-
cional de Empresas Inidôneas e
Suspensas (CEIS), que dão publi-
cidade às sanções aplicadas às
empresas, com base na Lei Anti-
corrupção.
É importante registrar a pos-
sibilidade de abrandamento das
sanções quando a empresa provar
a existência de “procedimentos
marta gomes e irena martins integram a Gomes Martins Advogados & Consultores
compliance: um chamado para a éticainternos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregulari-
dades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta”.
Em síntese, caso a empresa prove, em sua defesa, a existência de
um programa de integridade que venha sendo aplicado internamen-
te, de fato e não apenas formalmente, a sanção aplicável poderá ser
reduzida.
O programa de integridade ou, como vem sendo mais conhecido,
compliance, consiste num conjunto coordenado de ações com o objeti-
vo de prevenir condutas ilícitas.
Uma empresa deve começar seu programa de compliance pela
elaboração de Código de Ética, o qual deverá contemplar os valores,
comportamentos e princípios que devem informar condutas, incluindo
regras de relacionamento com o setor público e aplicável a todos os
funcionários e à direção.
Há de se ter em mente que o programa de compliance implica inte-
gral comprometimento da empresa no cumprimento da legislação e,
por isso, a necessidade de ter em seu
quadro colaboradores, em todas as
áreas, bastante familiarizados com
a ordem de valores comunicada atra-
vés do seu programa de compliance.
De outra forma, considerando
que cada empresa tem suas parti-
cularidades, um programa de com-
pliance eficaz deve ser antecedido
por levantamento minucioso da realidade da empresa, sendo certo que
não é possível “programas de compliance de prateleira”.
Um programa de compliance bem-sucedido deve contar com com-
prometimento da alta administração; identificação das principais áre-
as de exposição para adoção de medidas preventivas na proporção do
risco verificado; implementação de políticas e procedimentos; treina-
mentos periódicos como meio de comunicar as políticas e procedimen-
tos do compliance; canais de denúncia; e investigações internas, além
de revisão periódica.
Talvez um dos maiores benefícios da lei anticorrupção tenha sido
induzir a avaliação da gestão das empresas e, assim, estimular uma
administração pautada na ética, nos âmbitos interno e externo.
É nesse contexto que o Código de Ética e Conduta ganha ainda
maior relevo, na medida em que pode vir a ser um importante instru-
mento para transformação gradual da cultura empresarial, de modo
a proporcionar relações internas e externas, em especial, com o Po-
der Público, pautadas em padrões éticos que contribuam para nosso
processo civilizatório.
Tudo leva a crer que o compliance será responsável por mudanças es-
truturais sólidas e positivas no ambiente empresarial que acabarão por,
quem sabe, deixar cada vez mais esquecido o tal “jeitinho brasileiro”.
ideias
Tudo lEva a crEr quE o coMpliancE sErá rEsponsávEl por Mudanças EsTruTurais sólidas E posiTivas no aMBiEnTE EMprEsarial quE acaBarão por, quEM saBE, dEixar cada vEz Mais EsquEcido o Tal “jEiTinho BrasilEiro”
leitura&entretenimento
livros música
músiCa
Sob a ótica junguianaEm Símbolos da Literatura, Carlos
São Paulo mergulha no universo ima-
ginário da literatura para fazer uma
releitura dos personagens, traçando
paralelos com símbolos da Psicolo-
gia Analítica. A obra surgiu da ideia
de reunir seus artigos publicados na
revista Psique e revela toda a sensibi-
lidade e experiência de médico psico-
terapeuta ao construir novas interpre-
tações sobre símbolos da literatura,
revelando sua percepção sobre a hu-
manidade e suas singularidades.
Os robôs vão roubar seu trabalho, mas tudo bem
Com o avanço frenético das novas
tecnologias, muito em breve seremos
substituídos, profissionalmente, por
robôs. Trata-se do “desemprego tecno-
lógico”, fenômeno discutido em Os ro-
bôs vão roubar seu trabalho, mas tudo
bem, de autoria do italiano Federico
Pistono, empreendedor, pesquisador
e palestrante, formado em ciências
da computação e pós-graduado pela
NASA. A obra explora o impacto dos
avanços tecnológicos em nossa vida e
dá sugestões de como evitar um possí-
vel colapso total do sistema.
Símbolos na Literatura Carlos São PauloEd. Gato Preto (www.gatopretoeditora.com.br)R$ 40
Os robôs vão roubar seu trabalho, mas tudo bem Federico PistonoEditora Portfolio Penguin Livro R$ 49,90E-book R$ 34,90
34 Bahia Indústria
DIVuLGAção
Primavera Burlesque no maBAs mais recentes criações do artista visual Miguel Cordei-
ro estão reunidas na exposição Primavera Burlesque. São 50
obras que, através de cores quentes, puras e vivas, servem co-
mo metáforas para celebrar o contínuo renascer artístico e a
ironia do olhar. A exposição faz parte do centenário do Museu
de Arte da Bahia (MAB). O público poderá conferir a série Gau-
guin Delicatessen; a adaptação ilustrada de O Corvo, de Edgar
Allan Poe; e objetos-esculturas que flertam com o inusitado.
São trabalhos em variadas técnicas e dimensões, que transi-
tam entre a pintura, o desenho, a colagem e a construção de
objetos. Cordeiro despontou na cena cultural em 1979 com os
grafites urbanos de Faustino, personagem que povoou os mu-
ros de Salvador e outras cidades do Brasil.
James taylor revisitadoCom interpretações de hits como You’ve got a friend, Handy
Man e Carolina in my mind no repertório, Eduardo Gil sobe ao
palco do Teatro SESI para o show Taylor, em que revisita o mú-
sico norte-americano e intérprete da fusão do "country-gospel-
-rock", James Taylor. Com produção de Jonga Cunha, Eduardo
Gil será acompanhado pelos músicos Duarte Velloso (violão),
Parah Monteiro (guitarra), Marcos Sampaio (baixo), Jorge Bra-
sil (bateria), Luciano Serravalle (teclados) e Ângela Velloso
(back vocal), com a canja especial de Jonga na percussão.
Não perca museu de arte da Bahia Av. Sete, 2.330, Corredor da Vitória, SalvadorDe terça a sexta, das 13h às 19h. Sábados e domingos, das 14h às 18h. Até 30.5gratuito (71) 3336-6081
Não perca taylor - Teatro SESI Rio Vermelho, 27.4, 20hR$ 60 (inteira)R$ 30 (meia)(71) 3616-7064
livros exposição
ANJ_202x265mm_70Anos.indd 1 4/11/18 4:18 PM