Bakhtin Pós

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BAKHTIN 1895-1975 Orel- sul de Moscovo Letras e Filosofia Exílio (1929 a 1941) Atribuição de diversos textos a seus colegas (Volochínov e Medvedev) – O círculo de Bakhtin. Obras: Marxismo e Filosofia da Linguagem Estética da Criação Verbal Freudismo Problemas da poética de Dostoiévski Questões de Literatura e de Estética •Influência na área de teoria literária, sociologia, análise do discurso, antropologia, semiótica; Filósofo da linguagem: sua linguística é considerada uma "translinguística" porque ela ultrapassa a visão de língua como sistema.

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  • BAKHTIN1895-1975Orel- sul de MoscovoLetras e FilosofiaExlio (1929 a 1941)Atribuio de diversos textos a seus colegas (Volochnov e Medvedev) O crculo de Bakhtin. Obras: Marxismo e Filosofia da LinguagemEsttica da Criao VerbalFreudismoProblemas da potica de Dostoivski Questes de Literatura e de Esttica Influncia na rea de teoria literria, sociologia, anlise do discurso, antropologia, semitica; Filsofo da linguagem: sua lingustica considerada uma "translingustica" porque ela ultrapassa a viso de lngua como sistema.

  • Filosofia do movimento: conceitos indiretos, indefinidos... Saussure (objeto da lingustica: lngua); Bakhtin (lngua: aparato tcnico; parte da linguagem)Bakhtin visa entender o exerccio da linguagem humana por parte dos indivduos Saussure: positivismo estrutura, sistema, formaBakhtin: marxismo movimento, transformao, processo Saussure: signo= significante + significadoBakhtin: signo= ideolgico ( a significao depende do contexto) Saussure: unidade bsica da lngua = signoBakhtin: unidade bsica da linguagem = enunciado Enunciado: acontecimento, demanda uma situao histrica definida, atores sociais plenamente identificados, o compartilhamento de uma mesma cultura e o estabelecimento necessrio de um dilogo. Todo enunciado demanda outro a que responde ou outro que o responder. Ningum cria um enunciado sem que seja para ser respondido. Linguagem:complexssimo sistema de dilogos, que nunca se interrompe. Todo ato verbal dialoga com outras vozes com que o antecederam assim como antecipa outras vozes

  • Questes sobre o texto A linguagem em Bakhtin: pontos e pespontos (Maria da Glria Corra Di Fanti)

    Comente a noo de dialogismo proposta por Bakhtin.

    um princpio, uma propriedade da linguagem que pressupe a permanente interrelao de sentido entre os enunciados. Para o autor, a linguagem um imenso, ininterrupto, contnuo dilogo que no tem fim absoluto.O princpio dialgico traz em seu escopo uma abordagem da no finalizao e do vir-a-ser, configurando a inconclusividade, a heterogeneidade, a diferena, a alteridade.O dialogismo constitui-se numa abordagem social, num compartilhar com o outro, excluindo qualquer abordagem individualista. Instaura-se como um processo interacional.O dialogismo descarta qualquer possibilidade de limitao de sentidos. O sentido construdo na interao, na relao com o outro, numa determinada esfera da atividade. No dialogismo, o outro tem um papel importantssimo o outro est presente no meu discurso e o meu discurso construdo para o outro.

  • 2) Para Bakhtin o que enunciado? O que signo? Por que o autor defende uma abordagem enunciativo-discursiva?Enunciado a unidade real da comunicao verbal. Um enunciado sempre um acontecimento. Ele demanda uma situao histrica definida, atores sociais plenamente identificados, o compartilhamento de uma mesma cultura e o estabelecimento necessrio de um dilogo. Todo enunciado demanda outro a que responde ou outro que o responder. Ningum cria um enunciado sem que seja para ser respondido e cada enunciado um ato histrico novo e irrepetvel. E este enunciado a unidade bsica do conceito de linguagem de Bakhtin. O signo ideolgico (apresenta ndices de valor de cunho social). Ele s existe na interao. Constitui-se como um atitude responsiva ativa de um determinado sujeito em relao a algo e, para ser compreendido, exige tambm uma atitude dialgica de um outro sujeito, o qual produz signos, num exerccio de aproximao entre o signo em observao e outros j conhecidos.A linguagem no pode ser estudada fora da sociedade, j que o enunciado, unidade concreta da interao verbal, tem estabilidade provisria e traz em sua constituio caractersticas de cada situao de enunciao em que produzido e circula.

  • 3) Comente a noo de plurilinguismo proposta por Bakhtin.O plurilinguismo um outro aspecto constituitivo da linguagem. Diz respeito dimenso plural, ao conjunto de vozes que esto presentes no enunciado. Diz respeito ao carter dinmico da lngua/ linguagem, que no se constitui unitariamente, mas sim como uma arquitetura de vozes discursivas/sociais. o dialogismo incorporado no discurso, a dinmica entre vozes sociais engendradas em um espao interrelacional nos limites de uma lngua nacional.O plurilinguismo rompe com a hegemonia de qualquer linguagem nica da verdade ou da lngua oficial em dada sociedade. Rejeita a estagnao do pensamento a uma s possibilidade, como uma lngua padro, culta, sem considerar as variedades.O plurilinguismo configura-se como uma interao entre lnguas sociais, isto , traz em seu escopo a preservao das variedades concretas. Repudia tendncias lingusticas voltadas para a centralizao, a estabilidade e a objetividade, que desconsideram a ambiguidade, a polissemia e a ideologia como constitutivas.

  • 4) Explique o que voc entendeu por a lngua alterna-se em movimentos dialgicos que indissocia foras centrpetas e centrfugas na enunciao do sujeito.A linguagem constitui-se num espao de tenso entre vozes sociais, num movimento dialgico que indissocia foras interdependentes, no-dicotmicas: as foras centrpetas e as centrfugas. Ao lado da centralizao verbo-ideolgica e da unio, caminham ininterruptos os processos de descentralizao e desunificao. Enquanto as foras centrpetas se empenham em manter a unidade e procuram resistir s divergncias, as foras centrfugas se empenham em manter a variedade, as diferenas.

    No h uma enunciao que no pertena a uma lngua, com foras centrpetas prprias (centralizadoras, que procuram apagar as outras vozes sociais e com foras centrfugas (descentralizadoras, que convocam outras vozes sociais). Tal movimento prprio da linguagem, prprio do discurso.

  • 5) Levando em conta as noes acima, qual a concepo de linguagem defendida por Bakhtin?A linguagem um imenso e ininterrupto dilogo que no tem fim absoluto.A linguagem plural. Nela esto presentes vrias vozes sociais que entram em concorrncia na enunciaoA linguagem uma prtica social, partilhada, uma entidade concreta e viva de signos ideolgicos.

  • Questes sobre o texto Os gneros do discurso ( Bakhtin, Esttica da Criao Verbal)Comente a seguinte passagem Todos os diversos campos da atividade humana esto ligados ao uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o carter e as formas desse uso sejam to multiformes quanto os campos da atividade humana...

    As atividades humanas so na verdade mediadas pela linguagem. Ora, como as atividades humanas so mltiplas, as formas e os padres de linguagem que moldam as atividades humanas tambm so. Ex: Atividade: Preparar um prato Gnero: Receita culinria

  • O que so gneros discursivos? Quais so suas principais caractersticas?So tipos relativamente estveis de enunciados determinados pelas especificidades de um campo (esfera) de comunicao.Os gneros so ricos, diversos, infinitos, heterogneos, mutveis; possuem tema, estilo e construo composicional.

  • Qual a relao entre enunciado, gnero do discurso e esfera(campo) de atividade?Nas diversas esferas, campos de atividade humana ( jurdica, acadmica, religiosa...) os integrantes utilizam enunciados (unidade real e concreta da comunicao)que so reiterveis, recorrentes, padronizados e que apresentam caractersticas estveis denominados gneros do discurso.

  • Os gneros so constitudos por trs elementos indissociveis: o tema, o estilo e a construo composicional. Discorra sobre cada um deles.O tema o contedo, o assunto, o dizvel.O estilo diz respeito seleo dos recursos lexicais, fraseolgicos e gramaticais da lngua. marca da pessoalidade.A construo composicional refere-se organizao, estrutura da produo. Relaciona-se introduo, desenvolvimento e concluso.

  • Diferencie gneros primrios de gneros secundrios.Gneros primrios tm vnculo com a realidade concreta.Gneros secundrios surgem em condies de um convvio cultural mais complexo e organizado. So mais desenvolvidos que os primrios. Os gneros secundrios incorporam e reelaboram os primrios.Tanto o romance como uma rplica do dilogo so enunciados. A diferena est que um complexo, secundrio, mais elaborado. O outro no.

  • Explique: os gneros discursivos so correias de transmisso entre a histria da sociedade e a histria da linguagem.

    A histria dos gneros reflete as mudanas da sociedade. A sociedade evolui e a linguagem acompanha as mudanas.Ex: Passado: telegrama Presente: email