Barraginha: fonte de água para os animais de Seu Antônio e Dona Maria

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Barraginha Fonte de água para os animais de seu Antônio e Dona Maria Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano • nº1820 8 Buriti dos Montes Em uma casinha de taipa, sem energia elétrica e nem água encanada, em uma localidade chamada Ipueira, no município de Buriti dos Montes, Piauí, vive a família de Antônio Francisco Soares Vieira e Maria da Cruz Vieira e o filho Antônio Francisco Soares Vieira Filho, de nove anos. O casal de agricultores é casado há 10 anos e vivem do que produzem e criam em sua área produtiva. Eles contam que conviver constantemente com a falta de água era muito difícil, mas a conquista da barraginha do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro, proporcionou à família a tranquilidade de ter no quintal de casa o acesso a água para dar de beber aos animais. A luz elétrica, apesar da vontade de conhecer o conforto e as vantagens oferecidas por ela, nunca foi a maior necessidade dessa família. Dona Maria conta que o acesso à água era a maior dificuldade enfrentada por eles. Ela lembra, sem saudades, da época em que tinha que caminhar cerca de três quilômetros para buscar a água em um olho d'água na localidade Água Branca, para usar nos afazeres de casa e dar de beber às criações. A agricultora diz que chegava a fazer duas viagens por dia para buscar a água que seria utilizada nas necessidades diárias. Um jumentinho que a família possuía a ajudava a trazer a água, e quando o marido chegava da roça tinha que ir buscar novamente. “Todo dia era esse sofrimento, eu perdia muito tempo, às vezes eu ia buscar seis horas da manhã para dar água para os animais, e antes de ir pra roça o marido ia buscar carrada para tudo, beber, lavar, banhar...”. Agosto/2014

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Na localidade Ipueira, no município de Buriti dos Montes, Piauí, vive a família de Antônio Francisco Soares Vieira e Maria da Cruz Vieira. O casal conta que viver constantemente com a falta de água era muito difícil, mas a conquista da barraginha do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), proporcionou à família a tranquilidade de ter no quintal de casa o acesso à água para dar de beber aos animais.

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Barraginha Fonte de água para os animais de seu Antônio e Dona Maria

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano • nº1820 8

Buriti dos Montes

Em uma casinha de taipa, sem energia elétrica e nem água encanada, em uma localidade chamada Ipueira, no município de Buriti dos Montes, Piauí, vive a família de Antônio Francisco Soares Vieira e Maria da Cruz Vieira e o filho Antônio Francisco Soares Vieira Filho, de nove anos. O casal de agricultores é casado há 10 anos e vivem do que produzem e criam em sua área produtiva. Eles contam que conviver constantemente com a falta de água era muito difícil, mas a conquista da barraginha do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro, proporcionou à família a tranquilidade de ter no quintal de casa o acesso a água para dar de beber aos animais.

A luz elétrica, apesar da vontade de conhecer o conforto e as vantagens oferecidas por ela, nunca foi a maior necessidade dessa família. Dona Maria conta que o acesso à água era a maior dificuldade enfrentada por eles. Ela lembra, sem saudades, da época em que tinha que caminhar cerca de três quilômetros para buscar a água em um olho d'água na localidade Água Branca, para usar nos afazeres de casa e dar de beber às criações. A agricultora diz que chegava a fazer duas viagens por dia para buscar a água que seria utilizada nas necessidades diárias. Um jumentinho que a família possuía a ajudava a trazer a água, e quando o marido chegava da roça tinha que ir buscar novamente.

“Todo dia era esse sofrimento, eu perdia muito tempo, às vezes eu ia buscar seis horas da manhã para dar água para os animais, e antes de ir pra roça o marido ia buscar carrada para

tudo, beber, lavar, banhar...”.

Agosto/2014

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí

Seu Antônio afirma que com a conquista da cisterna de 16 mil litros do Programa Um Milhão de Cisterna Rural (P1MC), da ASA, que é destinada para o consumo da família, escovar os dentes e fazer a comida, as coisas começaram a melhorar. Com a conquista também da barraginha, agora a água para as suas 50 cabeças de ovelhas e bode também estava garantida no período de estiagem. Além da criação de animais a família planta milho e feijão para o consumo e quando a safra é boa também dar pra vender e rende até um dinheirinho para as demais despesas da casa.

O filho do casal, Antônio Francisco, de nove anos, estuda em uma comunidade próxima, chamada Santana. O carro passa todos os dias às 12 horas para pegar o menino e levar à escola, e já de tardezinha o traz de volta para casa.

Dona Maria e Seu Antônio dizem que a vida da família melhorou muito com a conquista da água através das tecnologias de guardar água, algo que parecia um sonho distante, mas que chegou até eles. Ela agora espera a energia elétrica. A agricultora conta que nunca teve o prazer de saber o que é ter luz em casa, sempre usou lamparina. “Quando a energia chegou na comunidade onde morava com minha família, eu casei e saí de lá, vim morar aqui que também não tem, mas eu num tinha costume mesmo, então não posso sentir”, conta ela sorrindo.

Mesmo com todas essas dificuldades enfrentada por eles, se alguém perguntar para Dona Maria se ela é feliz, a resposta vem com um sorriso de um canto a outro do rosto:

“Nós somos feliz. Eu agradeço a Deus pelo pouco que a gente tem, podia ser melhor, mas aqui amanhece e anoitece, e nós ficamos só nós três, aqui ninguém ouve, ninguém diz, se nós quiser tem o radinho de pilha que é direto ligado e é onde sabemos a notícias do mundo, aqui é muito tranquilo”.

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