BARROS José D’Assunção Teoria da História Vol. I. Princípios e conceitos
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8/12/2019 BARROS Jos DAssuno Teoria da Histria Vol. I. Princpios e conceitos
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Outros Tempos, vol. 10, n.16, 2013 p. 324-330. ISSN:1808-8031
BARROS, Jos DAssuno. Teoria da Histria Vol. I. Princpios e conceitos. Petrpolis/RJ.Editora Vozes, 3 Ed., 2013, 319 p.
TEORIA E METODOLOGIA EM DEBATE : maneiras de ver e fazer histria1
THEORY AND METHODOLOGY IN DEBATE : ways of see and make history
EDUARDO DE MELO SALGUEIRODoutorando em Histria PPGH/UFGD
Universidade Federal da Grande DouradosBolsista CAPES
Dourados / Mato Grosso do Sul, [email protected]
Iniciamos esta resenha nos remetendo a algumas questes feitas por Jos Carlos Reis,
em um instigante e provocante artigo. Diz o autor: Pode um historiador ser considerado culto
e competente sem nenhuma preparao terico-metodolgica?, ou ento, Pode um
professor, mesmo do ensino fundamental e mdio, ensinar histria sem nenhuma bagagem
terico-metodolgica?. 2
Reis est entre os historiadores mais dedicados especialistas a abordar as questes
terico-metodolgicas da disciplina da Histria no Brasil e, a seu lado, outro proeminentehistoriador, Jos DAssuno Barros igualmente tem feito sua parte. Este ltimo, escritor de
tantos artigos e livros, vem igualmente despertando a ateno do pblico leitor especializado
em Histria, com uma trajetria consagrada ao estudo de Teoria, Metodologia e
Historiografia, propondo que debatamos e discutamos tais esferas do nosso ofcio desde o
incio da graduao nas diversas licenciaturas em Histria espalhadas pelo pas.
Barros, tal como Jos C. Reis, avalia que essencial para qualquer profissional da
Histria, ter denso conhecimento terico sobre sua rea de atuao. Conforme ressalta o autor,
A Teoria da Histria constitui um campo de estudos fundamental para a formaodo historiador. No possvel desenvolver uma adequada conscinciahistoriogrfica, nos atuais quadros de expectativas relacionadas ao nosso ofcio, semsaber se utilizar de conceitos e hipteses, sem compreender as relaes da Histriacom o Tempo, com a Memria ou com o Espao, ou sem conhecer as grandescorrentes e paradigmas tericos disponibilizados aos historiadores da prpriahistria da historiografia. 3
1 Resenha submetida avaliao em 13/08/2013 e aprovado para publicao em 27/10 /20132 REIS, Jos Carlos. O lugar da teoria-metodologia na cultura histrica. Revista de Teoria da Histria, ano 3, n.
6, dezembro de 2011, p. 5.3 BARROS, Jos DAssuno. Teoria da Histria Vol. I. Princpios e conceitos. 2013, p. 11. Os grifos so
nossos.
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No por acaso o livro aqui resenhado, Teoria da Histria, Vol. I. Princpios e
conceitos, foi lanado originalmente em 2011 e, j no ano de 2013, encontra-se em mais uma
edio, a terceira. Tal obra faz parte de um ambicioso projeto, que contar com seis volumes,
cinco dos quais j foram publicados.
Ainda que negue ser do tipo especialista que se dedica a um nico tema, conforme
relatou em recente entrevista, 4 Jos DAssuno Barros tem ocupado lugar de destaque na
rea de Teoria, produzindo uma respeitada bibliografia acerca do tema, tanto em formato de
artigos, ou em seus livros, tais como, O campo da Histria 5 e O projeto de pesquisa em
Histria 6. Isso no significa que o referido autor esteja limitado Teoria e Metodologia,
pois como se sabe, pesquisou temas medievais em seu mestrado e doutorado, alm de ter
estudado a msica, lanando h pouco tempo o livro Razes da msica brasileira, 7 dentre
outros, confirmando sua transitoriedade em diversos assuntos.
Trata-se, neste sentido, de um projeto que vem de longa data, amadurecida no
decorrer dos anos em que o autor tem publicado dezenas de textos sobre Teoria e
Metodologia. Segundo Barros, sua principal inteno foi pensar a coleo Teoria da
Histria, como um livro que buscasse suprir as demandas, nos cursos de graduao, para a
disciplina que recebe este mesmo nome.8
Desse modo, no primeiro volume de sua coleo, o autor pretender situar seus
leitores sobre questes pertinentes ao Campo Disciplinar, Teoria, Metodologia, Escola
histrica, Paradigmas Historiogrficos, dentre outros temas. Sua preocupao em ser
didtico est presente, e esta uma de suas caractersticas, isto , fazer da Teoria da
Histria um tema que possa ser atrativo e, ao mesmo tempo, indispensvel para o estudante
de graduao.
No captulo inicial, de suma importncia para toda a coleo, Barros pretendermostrar essencialmente o que so Teoria e Metodologia, quais as suas diferenas, e em que
momento elas se aproximam e mantm o que ele chama de confronto interativo. Segundo o
autor, tal cuidado pertinente e necessrio, pois no so raras, por exemplo, a confuso entre
4 ROIZ, Diogo da Silva. Teoria e Metodologia da Histria no Brasil: entrevista com Jos D Assuno Barros. Historiae : revista de histria da Universidade Federal do Rio Grande, v. 3(1), p. 249-258, 2012.
5 BARROS, Jos D'Assuno. O Campo da Histria - especialidades e abordagens. Petrpolis: Editora Vozes,2004. v. 1. 222p.
6 BARROS, Jos D'Assuno. O Projeto de Pesquisa em Histria . Petrpolis: Editora Vozes, 2005. v. 1. 236p.7 BARROS, Jos DAssuno. Razes da msica brasileira. Ed. Hucitec, 2011.8 ROIZ, Diogo. Op. Cit., p. 256.
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Teoria e Mtodo e, mais particularmente, entre Teoria da Histria e Metodologia da
Histria. 9
Para tanto, inicialmente o autor tem a louvvel preocupao de apresentar para o seu
leitor o que exatamente uma disciplina, ou um campo disciplinar, pois uma vez que ele
est a falar de Histria enquanto disciplina, bastante produtiva sua preocupao em
esmiuar tal questo, evidenciando como todo campo disciplinar, seja da Qumica, Fsica,
Astronomia, Geologia, Medicina, etc., possui uma histria e se modifica com o tempo,
conjuntamente com suas prticas e objetos. Neste sentido, Barros apoiado em Bourdieu -,
entende que as regras de um campo disciplinar se transformam e podem ser redefinidas a
partir de seus embates internos.
Assim, o autor bastante instrutivo na sua tentativa de reflexo sobre quais
elementos so necessrios para que exista uma disciplina, ou um campo disciplinar. Desse
modo, ele nos apresenta um quadro, com dez caractersticas, apresentadas da seguinte
maneira. Toda a disciplina constituda, antes de tudo, por, 1) campo de interesses (por
exemplo, a Histria e o estudo daquilo que humano e nas mudanas dos nveis no tempo e
no espao que ocorrem na histria); 2) singularidades (isto , conjunto de parmetros
definidores que justificam sua existncia. No caso da Histria, a considerao do tempo, o uso
de fontes, etc.); 3) campos intradisciplinares (os desdobramentos dentro da prpriadisciplina em microdisciplinas, tais como Histria Cultural, Micro-histria, Histria
Poltica, etc.); 4) aspectos expressivos; 5) aspectos metodolgicos; 6) aspectos
tericos (estes trs tpicos se referem ao fato de que nenhuma disciplina se desenvolve sem
que sejam construdas certas prticas discursivas, metodologias e teorias); 7) oposies e
dilogos interdisciplinares (ainda que tenha sua singularidade, todo campo de saber est
inserido em uma constante luta disciplinar, desde o seu surgimento, e o dilogo entre vrias
disciplinas inevitvel); 8) interditos (aquilo que se coloca como proibido ouinterditado para os praticantes de uma determinada disciplina, mas que pode se alterar com
o tempo); 9) rede humana (trata-se do prprio ato de fazer, isto , os prprios indivduos de
um determinado campo o modificam, com maior ou menor grau de impacto, no exerccio de
seu ofcio); 10) olhar sobre si (seria a reflexo sobre o campo, no caso da Histria, isso se
d por meio de disciplinas como a Historiografia, que uma tentativa de compreender e
analisar historicamente o desenvolvimento dos trabalhos histricos). 10
9 BARROS, Jos DAssuno. Op. Cit., 2013, p. 12.10 Id., p. 19-40.
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Sero mais de vinte pginas dedicadas a explicar os aspectos inerentes a um campo
disciplinar e que so bastante teis para a compreenso de todo o texto, pois situa o leitor, a
compreender melhor o funcionamento das disciplinas como um todo e, especialmente a
Histria. Aps esse tpico, Jos D Assuno Barros ir se debruar na tentativa de deixar
claro o que Teoria e Metodologia, suas aproximaes e peculiaridades. Segundo o
autor, a teoria seria um modo de ver e a metodologia, um modo de fazer. Nas suas
palavras,
A teoria remete (...) a uma maneira especfica de ver o mundo ou de compreendero campo de fenmenos que esto sendo examinados (...) Por outro lado, a Teoriaremete ainda aos conceitos e categorias que sero empregados para encaminhar uma
determinada leitura da realidade (...)J a Metodologia remete sempre a uma determinada maneira de trabalhar algo,de eleger ou constituir materiais, de extrair algo especfico desses materiais (...) Ametodologia vincula-se a aes concretas (...) mais do que o pensamento, remete ao e a prtica. 11
No entanto, conforme j foi mencionado, o autor enfatiza que h um confronto
interativo entre ambas, nos mostrando como isso se d, pois como informa, frequente que
uma deciso terica possa encaminhar um tipo de escolha metodolgica ou vice-versa. O
Materialismo Histrico foi utilizado como exemplo pelo autor,
(...) no raro que o Materialismo Histrico um dos paradigmas historiogrficoscontemporneos seja referido como um campo terico-metodolgico, uma vez queenxergar a realidade histrica a partir de certos conceitos como a luta de classesou como os modos de produo tambm implica necessariamente umadeterminada metodologia direcionada percepo dos conflitos, das relaes entrecondies concretas imediatas e desenvolvimentos histricos e sociais. [Destemodo] Uma certa maneira de ver as coisas (uma teoria) repercute de alguma maneiranuma determinada maneira de fazer as coisas em termos de operaeshistoriogrficas (uma metodologia). 12
Desta maneira, teoria e metodologia so, nas suas palavras, irms siamesas e que
vivem inseparveis na prtica da pesquisa cientfica e, evidentemente, da operao
historiogrfica.
No captulo seguinte, intitulado de Teoria da Histria e Filosofia da Histria,
dividido em trs subcaptulos -, Barros mostra o encontro entre a historiografia e a cincia a
partir da Teoria, e o papel desta ltima na formao do historiador, ontem e hoje, alm de
explicar as diferenas entre teoria e filosofia da Histria.
11 BARROS, Jos DAssuno. Op. Cit., 2013, p. 65-67. Os grifos so nossos.12 Ibid., p. 73.
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O autor faz um percurso acerca da teorizao da Histria enquanto conhecimento
cientfico, nos mostrando que se antes do sculo XVIII havia uma Historiografia, entretanto,
no se pode falar que existia uma Teoria da Histria. Para ele, tanto as filosofias da Histria
quanto as teorias da Histria so enunciadas em uma nova era historiogrfica que data da
passagem do sculo XVIII para o XIX e que existira entre ambas, cumplicidades e diferenas.
No campo da Histria, institucionalmente profissionalizada a partir do sculo XIX,
pode-se falar que emergem os primeiros paradigmas historiogrficos, que eram o Positivismo,
o Historicismo e o Materialismo Histrico. Segundo Barros, uma Teoria da Histria, ou um
paradigma historiogrfico, corresponder a uma certa viso histrica do mundo, ou mesmo a
uma a uma determinada viso sobre o que vem a ser Histria. 13
Alm disso, faz uma observao bastante importante nos mostrando que dependendo
de sua filiao terica, o historiador poder ver o mundo e pensar a historiografia de um
modo ou de outro, o que no anula, evidentemente, que o mesmo transite por diversas
correntes tericas. Neste sentido, diz ele, com certeira observao:
Diante do amplo conjunto de teorias que se disponibilizam ao historiador, sersempre preciso escolher, pois no existem frmulas consensuais com vistas aentender ou praticar a histria. Em termos de Teoria, cada historiador estcondenado a ser livre. 14
Para finalizar, Barros apresenta efetivamente as diferenas entre as teorias da histria
e as filosofias da histria. Para ele, as primeiras preocupam-se com a escrita e o ofcio da
Histria-Disciplina, enquanto as segundas procuram decifrar o sentido da histria-processo.
Em termos bastante didticos, dir o autor que as filosofias da histria podem ser
entendidas como um gnero filosfico que produz uma reflexo ou especulao sobre a
histria, 15 ou, em outras palavras, sobre seu fim. O autor, no entanto, pondera que ainda que
as especulaes sejam bem mais limitadas nas teorias, elas existem num certo nvel. Bastaver os casos do Positivismo de Comte, que pensava em um fim da histria com a
sociedade positiva, ou ento o Marxismo e sua sociedade sem classes.
Para simplificar, o autor nos apresenta um ilustrativo quadro mostrando as principais
caractersticas das filosofias da histria e das teorias da histria. Em tal ilustrao, as
primeiras teriam maior carga de especulao filosfica , preocupao primordial com o
sentido da histria , produzidas predominantemente por filsofos , que seriam muito mais
13 BARROS, Jos DAssuno. Op. Cit., 2013, p. 87.14 Id., Ibid., p. 91-92. Os grifos so nossos.15 Id., Ibid., p. 117.
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realizaes pessoais dos filsofos , enquanto as segundas carregariam consigo uma menor
carga de especulao filosfica , preocupao primordial com a realidade histrica
percebida atravs das fontes , produzidas predominantemente por historiadores e cientistas
sociais , espaos de discusso coletiva de setores da historiografia .16
Assim, ser a partir do sculo XIX, com o afastamento das filosofias da histria e a
partir da formao da comunidade cientfica dos historiadores e sua institucionalizao, que
esse profissional passar a teorizar e pensar incessantemente no seu ofcio. Isso significa dizer
que com a Teoria da Histria, o campo disciplinar Histria passou a olhar sobre si. Desde
ento, a Teoria da Histria estabeleceu-se como um horizonte obrigatrio para todo
historiador que aprende e desenvolve seu ofcio. 17
O terceiro e ltimo captulo mais extenso e aborda uma poro de questes que so
divididas em cinco subcaptulos. Barros apresentar essencialmente os principais conceitos
para o estudo de Teoria da Histria. Primeiramente o autor divide a Teoria da Histria em trs
direes: a primeira seria aquela mais geral, ou seja, o campo de estudos que examina todos
os aspectos tericos envolvidos na produo do conhecimento histrico; a segunda, Teoria
da Histria II , mais voltadas s grandes correntes de concepo da Histria no interior de
cada paradigma (ex: variaes do Positivismo [...] do Materialismo Histrico), ou mesmo
entre os paradigmas e at independente deles; e a terceira, Teoria da Histria III temligao aos problemas mais particulares, ou seja, sistemas coerentes para a compreenso de
processos histricos especficos (a Revoluo Francesa, o Nazismo, etc.) desenvolvidos por
um ou mais historiadores. 18
Alm dessas trs, o autor nos mostra alguns outros importantes conceitos, tais como
Matriz disciplinar , Conjunto de preceitos e atributos da Histria (forma de conhecimento)
que aceito pela ampla maioria dos historiadores; Paradigma Historiogrfico , isto ,
Grandes linhas dentro da historiografia (...) que apresentam uma forma especfica deconceber e lidar com a Histria, como por exemplo, o Positivismo, Historicismo e
Materialismo Histrico; Escola Histrica , grandes conjuntos coerentes de historiadores,
unidos por um programa de ao em comum; e Campo Histrico , que se divide em dois, pois
seria tanto Modalidades no interior da Histria, que estabelecem conexo umas com as
outras e, subespecializaes da Histria. 19
16 Fizemos um resumo de tais caractersticas, que so apresentadas mais detalhadamente em BARROS, JosDAssuno. Op. Cit., 2013, p. 126.
17 Id., Ibid., p. 147.18 Id., Ibid., p. 163.19 BARROS, Jos DAssuno. Op. Cit., 2013, p. 163.
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Devemos lembrar, claro, que Barros dedica todo restante de sua obra para esmiuar
tais conceitos. Trata de mostrar as especificidades das Cincias Humanas em relao s
Cincias Naturais e Exatas, enfatizando, por exemplo, a ideia de que o historiador, desde a sua
graduao, deve ter conscincia de que no existe apenas um paradigma historiogrfico
verdadeiro. Por esta razo, pode exercer a liberdade para transitar em vrios deles, ou, pelo
menos, respeit-los e aceit-los como plausveis dentro do grande campo disciplinar que a
Histria, para no cair naquilo que Jos Carlos Reis chama de pirronismo histrico. 20
Para citarmos um exemplo, no tpico quarto do terceiro captulo, o autor indica que
devemos nos afastar de alguns vcios que, segundo ele, so nocivos ao historiador. Para citar
alguns, o pssimo costume de atacarmos autores pessoalmente, em vez de fazermos uma
discusso eminentemente terica, ou ento, o fetiche do autor, isto , o endeusamento de
determinados tericos como se fossem os nicos corretos, ou at mesmo a f cega em um
nico paradigma ou teoria, como se todos os outros fossem errados. Nas suas palavras, no
podemos incorrer no erro de transformarmos determinadas correntes tericas em dogmas,
uma vez que tal atitude pode transformar uma boa cincia em m religio (p. 256).
Nesse sentido, o texto de Jos DAssuno Barros tem diversas qualidades, desde sua
notria erudio, quanto sua disposio em auxiliar (jovens) pesquisadores, pois nessa obra, a
principal caracterstica ali encontrada, reside nas suas cirrgicas explicaes dadas aopesquisador da Cincia da Histria. Com uma boa quantidade de exemplos, diversos quadros
explicativos, e uma narrativa bastante suave, acreditamos que o autor foi bem-sucedido em
seu objetivo, uma vez que tal obra merece ateno dos professores de Teoria da Histria da
graduao. No entanto, no se trata de ser apenas uma obra de apresentao da Teoria da
Histria, trata-se de uma demonstrao de que no possvel escrever uma histria
problematizada, sem que haja um exerccio terico-metodolgico na orientao das nossas
pesquisas e do nosso ensino de Histria.
20 REIS, Jos Carlos. O desafio historiogrfico. Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2010.