Basquetebol: aspectos históricos e conceituação · Art. 9º - Lateral = o primeiro que se...
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Basquetebol: aspectos históricos e conceituação
Prof. Ms. Ricardo Hugo Gonzalez
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓUNOCHAPECÓ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDECURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Canadense, radicado nos EUA.
Filósofo (1887); Pastor (1890); ACM (1891 – EF); Medicina (1898).
James Naismith
1861-1939
Dezembro (21) 1891 Springfield,
Massachussets (EUA)
ACM – “Servir à mocidade”; Estimular a necessidade do exercício físico ao lado da
instrução moral e intelectual. Inverno rigoroso; Falta de atividades esportivas adequadas ao inverno; Alunos pouco motivados; Luther Halsey Gullick (ACM), convoca Naismith (30 anos).
• esporte sem violência;
• praticado em ambiente pequeno e fechado;
• servisse de exercício completo;
• estimulasse os alunos;
• fácil manejo;
• coletivo;
• que pudesse ser praticado em área aberta (verão);
• suficientemente científico.
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RUGBY
LACROSSE
Jogos da antigüidade
Pato no rochedo
Processo de criação
A bola
1891 – Bola de football association
O alvo (1º) Fixado no chão;
Havia outros esportes assim (futebol e hóquei na grama)
(2º) Alvo em um ponto mais alto; Zelador: 2 caixas (cestos) de pêssegos com
abertura aproximada de 18 polegadas (45,72cm). Pilastra – goleiras do ginásio (3,05m); Atirassem a bola com habilidade e precisão e não
força e velocidade.
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- 13 regras (artigos) em 1891Art. 1º - Jogado com as mãos;Art. 2º - Não poderia ser batida com punho fechado;Art. 3º - Não seria permitido correr com a bola;Art. 4º - A bola deve ser segura apenas com as mãos;Art. 5º - Contato físico não permitido (2 faltas);Art. 6º - Considera-se falta bater na bola com os punhos cerrados;Art. 7º - 3 faltas consecutivas = uma cesta ao adversário;Art. 8º - Cesta é feita quando é atirada do campo para dentro da
cesta;Art. 9º - Lateral = o primeiro que se apossar da bola. Caso haja uma
disputa, será jogada no campo (+ 5 seg. = falta);Art. 10º - Fiscal (“juíz dos homens”) deve marcar as faltas (e 3
consecutivas);Art. 11º - Árbitro (“juíz da bola”) – (cesta, bola em jogo, etc);Art. 12º - 2 tempos de 15 min com 5 min de intervalo;Art.13º - Vence o maior pontuador. Em caso de empate =
prorrogação até a primeira cesta.
- Número de jogadores: de 3 até 40 (regra) dependendo do tamanho da quadra (5-7-9);
- Aula de EF (18 alunos) – apresentação do novo jogo;- Quadra não tinha dimensões estabelecidas
(retangular);- Cesta = 1 ponto e a seguir = 3 pontos (1891).- Bola ao alto (1894) a cada cesta convertida – em
1891 a bola era jogada no centro do campo;- 1895 foi estipulado a linha do lance livre;- 1897 – 5 jogadores;
Ginásio Armony Hill, local da primeira partida oficial de basquete
1895-96
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Evolução A partir de uma relação direta entre as
modificações das regras e a necessidade de se atender à dinâmica do jogo nos aspectos físicos, técnicos e táticos;
A relação entre esses fatores faz do basquetebol um esporte complexo, de uma dinâmica muito específica;
Exige do praticante um desenvolvimento cognitivo apurado para entender essa dinâmica e ter a possibilidade de tomar decisões muito rápidas frente às exigências do jogo.
- 1892 – Basquetebol feminino (professoras);- Janeiro (início)- Março (primeiro jogo) – professoras, datilógrafas e
esposas de professores da ACM1893 – primeiro torneio de basquetebol feminino;- Alunas do Smith College (Massachussets).A presença
de homens era proibida (bloomers – amplas bombachas e uma saia curta).Mesmas regras para os homens
1895 – adaptação das regras (pouca aceitação)1899 – comissão para estudar e redigir regras
adaptadas ao público feminino1901 – primeira regra (quadra dividida em 3; 3
segundos com a bola; número de jogadoras (6-9).
O Brasil foi o quinto país da América do Sul a conhecer o basquetebol (1896);
Professor Auguste Shaw (NY) – Mackenzie College (SP) – 1894;
1912 – prática como desporto (RJ - ACM) 1915 – tradução das regras e primeiro campeonato; Emancipação FIBA (1891-1932): 41 ANOS – unificação
das regras (evolução constante do esporte).
“O basquetebol é um jogo fácil de jogar e difícil de dominar”
James Naismith
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Caracterização do basquetebol
Segundo De Rose Jr (2006, p.116) “o basquetebol é jogado por duas equipes de cinco jogadores cada. O objetivo de cada equipe é jogar a bola dentro da cesta adversária e evitar que a outra equipe obtenha o controle da bola ou faça pontos
Classificação dos Esportes de Cooperação/Oposição
Separado
Companheiro – Adversário – Meio Ambiente
Simultânea
Basquetebol
Handebol
Futebol
Futsal
HockeySquash
VoleibolTênis
Comum Alternada
Espaço Participação
HERNANDEZ-MORENO,1998
Áreas disponíveis (m2), por jogador, em diferentes modalidades desportivas (Oliveira, 1999)
13,5Voleibol
32Voleibol de Praia
42Basquetebol
57Handebol
80 Futsal
285Futebol de Campo
Área por jogador (m2)Modalidade
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Ocupação do Espaço
Invasão x Não-invasão
Disputa da BolaLuta Direta x Luta Indireta
Trajetórias PredominantesTrocas de Bolas x Circulação de Bola
Classificação dos Esportes Coletivos
Atividade social organizada
Estabelecimento de relações de cooperação e de adversidade
Funcionalidade geral (tática coletiva) e particular (tática individual)
Caracterização dos Esportes Coletivos
Apelo à Cooperação (sistemas de referência comuns de natureza motora; espírito de colaboração e de entre-ajuda; subordinar os interesses pessoais aos interesses da equipe,..)
Traços Fundamentais dos Esportes Coletivos
Apelo à Inteligência (adaptação às novas situações – adaptabilidade; respostas às situações aleatórias e diversificadas;...)
Princípio Básico:
Coordenar ações numa situação de oposição com a finalidade de recuperar, conservar e fazer progredir a bola, criando situações de finalização
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Problemas Enfrentados nos Esportes Coletivos
Plano Espacial e Temporal
Ataque – Tentativa de ultrapassar os adversários
Defesa – Dificultar ou parar os adversários
Plano da Informação
Produção de incerteza para os adversários
Produção de certeza para os colegas
Plano da Organização
Transição de projeto individual para projeto coletivo
Aciclicidade técnica (meta é alcançada numa só fase principal, contrapondo os movimentos cíclicos)
Características dos Esportes Coletivos
Atenção distributiva (atenção dirigida para a seleção de uns estímulos em detrimento de outros)
Participação psicológica intensa (grande controle emotivo)
Incidência morfo-funcional (variabilidade de movimentos exige solicitações motoras diversificadas)
Caráter complexo (aberto) da técnica(condições ou circunstâncias estão em permanente mutação)
Intervenção Espacial:
Com invasão do terreno adversário
Natureza das disputas de bola:
Disputa direta
Trajetórias predominantes da bola:
Ação simultânea sobre da bola
Especificidades Basquetebol
Estrutura Formal de Jogo
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Esforços intermitentes, mistos alternados (aeróbico-anaeróbico)
Disputa direta pela posse de bola
Há invasão do meio campo adversário
Trajetórias predominantes são de circulação de bola
Energético / Funcional
Tático - Técnico
Basquetebol
Aspectos importantes para a prática do basquetebol
O basquetebol é um esporte que envolve capacidades motoras condicionantes e coordenativas.
Aplicadas nas especificidade do jogo e da função de cada jogador.
Há três capacidades condicionantes que são básicas no basquetebol: força, resistência e velocidade.
Capacidades coordenativas
Percepção espaço-temporal;
Seleção imagem-campo; Coordenação
multimembros; Coordenação óculo
manual; Destreza manual; Estabilidade braço-mão; Precisão.
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Técnicos - fundamentos
Os fundamentos podem ser executados isoladamente ou combinados com outros fundamentos.
Dependem das capacidades físicas e motoras. As ações são executadas em ambientes abertos
ou inestáveis. Exigem uma leitura do ambiente e das variações
e possibilidades que ele oferece além do domínio técnico.
Técnicos - fundamentos
A única situação em que há estabilidade ambiental é o lance livre.
Os fundamentos do basquetebol podem ser classificados em dois grandes grupos: defesa e ataque.
Os fundamentos de defesa, normalmente são executados sem bola (exceto o rebote).
Os fundamentos de defesa são: posição defensiva, deslocamento na posição defensiva, rebote de defesa.
Técnicos - fundamentos
Os fundamentos de ataque podem ser executados com bola e o objetivo principal é a obtenção da cesta.
São fundamentos de ataque: drible, passes, arremessos, rebote de ataque.
Na execução de todos os fundamentos, sejam eles de defesa ou de ataque, há necessidade de um grande controle do próprio corpo.
As características individuais e táticas do contexto do jogo fazem com que os atletas se especializem em determinados fundamentos.
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Técnicos - fundamentos
Os fundamentos de ataque podem ser executados com bola e o objetivo principal é a obtenção da cesta.
São fundamentos de ataque: drible, passes, arremessos, rebote de ataque.
Na execução de todos os fundamentos, sejam eles de defesa ou de ataque, há necessidade de um grande controle do próprio corpo.
As características individuais e táticas do contexto do jogo fazem com que os atletas se especializem em determinados fundamentos.
Táticos
Tavares (1993) afirma que o processo tático engloba três momentos:
1. Observação do que ocorre na quadra.2. Escolha da resposta, tomada de decisão.3. Execução do gesto técnico.
Bayer (1986) sob o ponto de vista do ataque, a tática está baseada nos conceitos de obtenção e conservação da posse da bola, desequilíbrio da defesa adversária e finalização.
Táticos
Tavares (1993) afirma que o processo tático engloba três momentos:
1. Observação do que ocorre na quadra.2. Escolha da resposta, tomada de decisão.3. Execução do gesto técnico.
Bayer (1986) sob o ponto de vista do ataque, a tática está baseada nos conceitos de obtenção e conservação da posse da bola, desequilíbrio da defesa adversária e finalização.
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Táticos
Tática individual: a) de ataque, b) de defesa;
Tática grupal de ataque: a) servir e ir e b) corta-luz;
Tática grupal de defesa: a) ajuda, b) saída de corta-luz e c) troca de marcação.
Tática coletiva1. Sistema de defesa: a)individual, b)por zona.
2. Sistema de ataque: a) ataque posicionado,b) contra-ataque.
Organização de ataque
Material humano disponível;
Defesa do adversário;
Opções de finalização e continuidade;
Rebote de ataque e equilíbrio defensivo;
Cognitivos
É fundamental que os praticantes tenham a compreensão da dinâmica do jogo.
Este trabalho de compreensão deve ser iniciado na formação dos atletas.
Possibilitando uma prática integrada ao contexto do jogo.
Os programas de iniciação deveriam abordar a prática do jogo de forma simples, através de situações de “jogo reduzido”.
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Considerações finais
A caracterização da estrutura do esporte é um dos fatores determinantes do processo de ensino-aprendizagem-treinamento.
A prática do basquetebol envolve inúmeros fatores que integrados, permitem um melhor aproveitamento das possibilidades do jogo.
Explorar as capacidades e habilidades naturais do praticante, respeitando seus estágios de crescimento, de desenvolvimento e maturação.
Referências ADELINO, J. As coisas simples do basquetebol. Lisboa: Direção Geral dos Desporto, 1991
399 p. BELTRÁN, J. O. 1250 Ejercícios y juegos en baloncesto. Barcelona: Paidotribo. 1998.
volumen 1, p 27-169. BAYER, C. La Enseñanza de los Juegos Deportivos Colectivos. Barcelona: Editorial
Hispano Europea, S.A. 1986. 245 p. CARRILLO, L. F. Historia del Baloncesto. 2001. Disponível em: < http://
www.efdeportes.com/ > Acesso em 30 de novembro 2007. DAIUTO, M. Basquetebol: origem e evolução. São Paulo: Iglu, 1991 DE ROSE JR, D. Modalidades esportivas coletivas: o basquetebol. In ________, Modalidades
esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, v 1, 2006. p 113-127. DE ROSE JR, D. ; SILVA, T.A.F. As modalidades esportivas coletivas. In: _________,
Modalidades esportivas coletivas, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, v 1, 2006. p 01-14. DE ROSE JR, D.; TRICOLI, V. .Basquetebol: conceitos e abordagens gerais. In: De ROSE JR,
D.(Ed).Basquetebol: uma visão integrada entre a ciência e a prática. São Paulo: Manole, 2005. p 01-14.
FERREIRA, A. E. X. ; DE ROSE JR, D. Basquetebol. Técnicas e táticas: uma abordagem didático-pedagógica. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda E.P.U. Editora da Universidade de São Paulo EDUSP. 1987. 99 p.
GIL, A. C. Metodologia do ensino superior. São Paulo: Atlas. 1997 p. 121 GOLDSTEIN, S. La bíblia del entrenador de baloncesto. Barcelona: Paidotribo, 2003.347 p. HERNANDEZ MORENO, J. Análise de las estructuras del juego deportivo. Zaragosa:
Inde. 1998, 184p. WISSEL, H. Baloncesto, aprender y progresar. Barcelona: Paidotribo, 2006. 232p
Ricardo Hugo Gonzalez
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