BCB - Relatório de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

download BCB - Relatório de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

of 66

Transcript of BCB - Relatório de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    1/66

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    2/66

    Relatrio de Estabilidade Financeira Braslia v. 12 n 2 set. 2013 p. 1-65

    ISSN 2176-8102CNPJ 00.038.166/0001-05

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    3/66

    Relatrio de Estabilidade Financeira

    Publicao semestral do Banco Central do Brasil (BCB)

    permitida a reproduo das matrias, desde que mencionada a fonte: Relatrio de Estabilidade Financeira, volume 12, n 2.

    Eventuais divergncias entre dados e totais ou variaes percentuais so provenientes de arredondamentos.

    No so citadas as fontes das tabelas e dos grficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil.

    Diviso de Atendimento ao Cidado

    Banco Central do BrasilDeati/DiateSBS Quadra 3 Bloco B Edifcio-Sede 2 subsolo70074-900 Braslia DF

    DDG: 0800 9792345Fax: (61) 3414-2553Internet:

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    4/66

    Sumrio

    Prefcio 5

    Sumrio executivo 6

    1 Ambiente macroeconmico e financeiro 7

    1.1 Introduo ___________________________________________________________________ 7

    1.2 Mercados financeiros internacionais _______________________________________________ 7

    1.3 Mercado financeiro nacional ____________________________________________________ 11

    2 Sistema bancrio 14

    2.1 Introduo __________________________________________________________________ 14

    2.2 Liquidez ____________________________________________________________________ 14

    2.3 Crdito _____________________________________________________________________ 182.4 Rentabilidade ________________________________________________________________ 24

    2.5 Solvncia ___________________________________________________________________ 28

    2.6 Testes de estresse de capital _____________________________________________________ 31

    2.6.1 Anlise de cenrio Testes de estresse nas condies macroeconmicas ____________ 32

    2.6.2 Anlise de sensibilidade ___________________________________________________ 33

    3 Sistema de Pagamentos Brasileiro 35

    3.1 Desempenho dos sistemas de transferncia de fundos _________________________________ 35

    3.2 Desempenho dos sistemas de compensao e de liquidao de ttulos,

    valores mobilirios, derivativos e cmbio __________________________________________ 36

    4 Organizao do Sistema Financeiro Nacional 42

    4.1 Introduo __________________________________________________________________ 42

    4.2 Instituies bancrias __________________________________________________________ 42

    4.3 Nveis de concentrao no Sistema Financeiro Nacional ______________________________ 43

    4.4 Instituies no bancrias ______________________________________________________ 45

    4.5 Participao estrangeira no Sistema Financeiro Nacional ______________________________ 45

    4.6 Participao de instituies financeiras brasileiras no exterior __________________________ 45

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    5/66

    5 Regulao do Sistema Financeiro Nacional 46

    5.1 Introduo __________________________________________________________________ 46

    5.2 Cadastro Positivo _____________________________________________________________ 46

    5.3 Letra Financeira Subordinada (Lei n 12.838/2013) __________________________________ 47

    5.4 Implementao das recomendaes de Basileia III ___________________________________ 47

    5.5 Balancete Conglomerado prudencial ____________________________________________ 495.6 Conta de bancos centrais estrangeiros no BCB ______________________________________ 49

    5.7 Reviso da codificao para classificao das operaes de cmbio ______________________ 50

    5.8 Modernizao do Sistema de Transferncias Internacionais em Reais (TIR) _______________ 50

    5.9 Alteraes no Estatuto e Regulamento do Fundo Garantidor de Crdito (FGC) _____________ 50

    Boxes

    Arranjos e instituies de pagamento no mbito do SPB __________________________________ 40

    Trabalhos para Discusso que versam sobre estabilidade financeira _________________________ 52

    Apndice 54

    Anexo 60

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    6/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 5

    Prefcio

    aprovadas pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN) epelo BCB para regular o funcionamento do SFN.

    Esta edio apresenta, tambm, um boxe sobre os arranjose as instituies de pagamento no mbito do SPB.

    O relatrio em PDF est disponvel no endereoeletrnico . Tambm est disponvela base de dados utilizada para a elaborao dos grficose tabelas do relatrio, alm de outros dados de interesse,como a matriz de migrao de classificao de crdito.

    O Relatrio de Estabilidade Financeira (REF) umapublicao semestral do Banco Central do Brasil (BCB)destinada a apresentar, com foco no risco sistmico,os principais resultados das anlises sobre o SistemaFinanceiro Nacional (SFN), especialmente com respeito sua dinmica recente, s perspectivas para os prximosanos e ao grau de resilincia a eventuais choques naeconomia brasileira ou no prprio sistema. Esta edioconcentra-se nos eventos ocorridos no primeiro semestrede 2013.1

    O relatrio constitudo por cinco captulos. No primeiro,Ambiente macroeconmico e financeiro, realizada aanlise dos principais mercados internacionais e o seureflexo no mercado financeiro nacional. O segundocaptulo, Sistema bancrio, apresenta um panoramada exposio a riscos, da rentabilidade e da solvnciadas instituies e dos conglomerados que compem osistema bancrio brasileiro. Os testes de estresse de riscode mercado e de crdito e seus reflexos sobre a situaode solvncia das instituies esto includos nessecaptulo. No terceiro captulo, Sistema de PagamentosBrasileiro, so descritos os resultados da avaliao acercado funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro(SPB) e do desempenho dos sistemas de liquidao, asprincipais atividades e os avanos ocorridos no perodo,

    o comportamento da liquidez intradia e o resultadodos testes de estresse dos sistemas de compensaoe de liquidao de ttulos e valores mobilirios, dederivativos e de cmbio interbancrio. O quarto captulo,Organizao do Sistema Financeiro Nacional, analisa asprincipais alteraes ocorridas no controle acionrio deinstituiesfinanceiras. O quinto captulo, Regulao doSistema Financeiro Nacional, trata das principais normas

    1/ Neste relatrio, foi utilizada a data-base de 30 de junho de 2013 para osdocumentos contbeis. Eventuais divergncias em relao edio anteriore a outras publicaes do BCB so decorrentes de substituies.

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    7/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 6

    Sumrio executivo

    O lucro lquido (LL) do sistema bancrio manteve-seestvel, levando a recuo no Retorno sobre o PatrimnioLquido (RSPL). O LL foi limitado pelo fraco crescimentodo resultado de intermediao financeira, em razo dareduo das margens brutas nas operaes de crdito,do arrefecimento no ritmo das concesses de crditoe do impacto negativo da marcao a mercado nacarteira de ttulos. Apesar disso, permaneceu robustoe eminentemente oriundo de operaes financeiras denatureza recorrente, sobretudo bancrias e de seguros.

    No obstante a leve piora nos resultados dos testes deestresse, a desacelerao no ritmo de crescimento docapital, a ligeira reduo na relao capital prprio sobreativos e o leve incremento na participao de ativoscontingentes, a capacidade de solvncia do sistema bancriobrasileiro permanece em patamar confortvel, com IBem nvel elevado e a quase totalidade das instituiesfinanceiras atendendo exigncia regulatria de capital.A solidez do sistema bancrio verificada tambm pelosresultados dos estudos de impacto da implementao deBasileia III e pelos resultados dos testes de estresse, osquais demonstram a resilincia das instituies em todosos cenrios analisados, inclusive naqueles de extremadeteriorao das condies macroeconmicas.

    O SPB funcionou de forma eficiente e segura noprimeiro semestre de 2013. As anlises de backtesting,periodicamente realizadas para os sistemas de compensaoe de liquidao de transaes com ttulos, valoresmobilirios, derivativos e moeda estrangeira, nos quaish uma entidade atuando como contraparte central (CPC),apresentaram resultados satisfatrios ao longo do semestre.Nos sistemas de transferncia de fundos, a liquidez intradiaagregada disponvel continuou acima das necessidadesdas instituies financeiras participantes, o que garanteliquidaes com tranquilidade, sobretudo no que diz

    respeito ao Sistema de Transferncia de Reservas (STR),o sistema de transferncia de grandes valores do BCB.

    No primeiro semestre de 2013, o cenrio econmicomundial permaneceu complexo, com desempenhosheterogneos entre os pases e mudanas de cenrios aolongo do perodo. As redues na percepo de risco ena volatilidade dos mercados financeiros, observadasa partir do segundo semestre de 2012, mantiveram-seat meados de maio, quando verificou-se progressivainflexo do comportamento dos investidores. Asincertezas quanto ao incio da reduo no volume decompras de ttulos pelo banco central norte-americanoe seus impactos sobre a liquidez global implicaram aelevao da volatilidade nos mercados, com efeitosadversos e generalizados sobre a precificao de ativosfinanceiros. Especialmente nas economias emergentes,as condies de financiamento ficaram menos favorveis,

    levando a quedas nos mercados acionrios e adesvalorizaes cambiais.

    O impacto das incertezas nos mercados financeiros noprimeiro semestre de 2013, com reflexos na liquidezglobal e no aumento da volatilidade nos mercados,atestou a percepo de baixo risco de liquidez e deresilincia do sistema bancrio brasileiro.

    O ndice de liquidez (IL) permaneceu elevado apesar daqueda no valor do estoque de ttulos pblicos federais

    (TPF) e de maior vinculao de ativos lquidos paraatender ao aumento da demanda por garantias em bolsa,decorrente do aumento de volatilidade nas taxas de jurose de cmbio.

    O crdito concedido pelo SFN continuou a crescer deforma moderada, sustentado pelo crescimento do crditonos bancos pblicos, que aumentaram sua participaona carteira total. A continuidade no movimento demigrao para modalidades de menor risco, com taxasmais baixas e prazos mais longos, contribuiu para reduzir

    a inadimplncia da carteira total e o comprometimentode renda das famlias e de receita das empresas.

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    8/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 7

    1Ambiente macroeconmico e financeiro

    1.1 Introduo

    No primeiro semestre de 2013, o cenrio econmicomundial permaneceu complexo, e em um primeiromomento manteve o otimismo observado no final doano anterior, contribuindo para elevar o apetite por riscoe melhorar as condies de financiamento. No entanto,no segundo trimestre, houve elevao na volatilidade dosmercados, com efeitos adversos e generalizados sobre aprecificao de ativos financeiros.

    Especialmente nas economias emergentes, as condiesde financiamento ficaram menos favorveis, levando aquedas nos mercados acionrios e a desvalorizaescambiais. Nesse cenrio, o BCB iniciou novo ciclo

    de aumento da taxa de juros e adotou medidas paramanter a liquidez e reduzir a volatilidade no mercadode cmbio, sem contudo ter reduzido o nvel dasreservas internacionais.

    1.2 Mercados financeirosinternacionais

    A atividade econmica global seguiu em ritmomoderado de crescimento no primeiro semestre de

    2013, com desempenhos heterogneos entre os pases,destacando-se a acelerao do crescimento no Japoe no Reino Unido e a desacelerao na China. Depoisde seis semestres consecutivos de contrao, a reado Euro voltou a crescer no segundo trimestre do ano,impulsionada pelos bons desempenhos de Alemanha eFrana, as duas maiores economias do bloco, enquantoque Itlia e Espanha, respectivamente a terceira equarta economias da regio, contraram menos que notrimestre anterior. A rea do Euro, no entanto, ainda sedepara com os desafios da consolidao fiscal e com

    taxas de desemprego elevadas. Nos Estados Unidos

    (EUA), importante ressaltar a melhora dos indicadoresmacroeconmicos do pas, em especial os relativosaos mercados de trabalho e imobilirio, com impactospositivos no crescimento do consumo das famlias, aindaque diante de restries fiscais.

    Nesse ambiente, observou-se, at meados de maio,intensificao do otimismo nos mercados financeiros,em parte favorecido pelo maior ativismo anticclico porparte dos governos, o qual contribuiu para a reduoda averso ao risco e para a melhora continuadadas condies de financiamento de economias maisvulnerveis, em especial na Europa.2 Por outro lado, essecenrio, onde prevaleceu o relaxamento das condiesde crdito e sinais de excessos na tomada de risco porparte dos investidores os quais passaram a demandarpapis de emissores com baixa qualidade de crditoa taxas historicamente reduzidas suscitou alertas deautoridades multilaterais.3

    Todavia, ao longo do ms de maio, verificou-se umaprogressiva inflexo do sentimento dos investidores.As incertezas quanto ao incio da reduo no volume decompras de ttulos pelo banco central norte-americanoe seus impactos sobre a liquidez global implicaram aelevao da volatilidade nos mercados, com efeitos

    adversos e generalizados sobre a precificao deativos financeiros. Especialmente nas economiasemergentes, as condies de financiamento ficaram

    2/ A consolidao desse ambiente foi favorecida por eventos ocorridosainda em 2012: encaminhamento do impasse fiscal nos EUA; adoode medidas anticclicas por parte de autoridades monetrias e fiscais nas

    maiores economias; e ratificao do Banco Central Europeu (BCE) comoemprestador de ltima instncia dos entes soberanos da rea do Euro.

    3/ A esse respeito, vide, por exemplo: Caruana, Jaime. Bank for InternationalSettlements General Manager. Debt, global liquidity and the challengesof exit (julho 2013), disponvel em e OECD (2013), OECD Economic Outlook, vol. 2013/1,OECD publishing, disponvel em .

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    9/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 8

    soberanos de dez anos dos EUA a 2,61%, em 25 dejunho, nvel mais alto em 22 meses, tendo recuado a2,49% no final do mesmo ms, prevalecendo a alta de0,73 ponto percentual (p.p.) no semestre. Na mesmabase semestral de comparao, os rendimentos anuaisde papis similares de Alemanha e Itlia registraram

    elevaes respectivas de 1,32% para 1,73%; e de 3,81%para 3,95%; enquanto que os da Espanha reduziram de5,27% para 4,77% (grfico 1.1.3).

    No mercado cambial, o dlar dos EUA se valorizou nosemestre, em relao ao iene, 14,3%, e libra esterlina,6,8%, refletindo, de forma geral, o otimismo decorrentedos sinais de recuperao mais robusta nos EUA e,especificamente em relao ao iene, a intensificaodo relaxamento monetrio na economia japonesa. Emrelao ao euro, a alta do dlar foi menos acentuada,1,4% (grfico 1.1.4). Em relao s moedas de economiasemergentes, o dlar tambm se valorizou, com altas de16,6%, 8,8%, 8,1%, 8,0% e 6,1%, respectivamente,frente ao rand sul-africano, real brasileiro, lira turca,rpia indiana e peso chileno. Ressalve-se, entretanto,que a tendncia de valorizao do dlar frente s demais

    moedas de reserva4

    foi revertida entre meados de maioe de junho. Nesse intervalo, as moedas de economiasemergentes estiveram pressionadas, haja vista a maiordependncia definanciamento externo dessas economias,com o dlar valorizando-se, dada a perspectiva dereduo da liquidez global (grfico 1.1.5).

    4/ Moedas de reserva so as moedas que compem a maior parte das reservasinternacionais dos pases. Alguns exemplos so: dlar Americano, euro,iene, franco suo e libra esterlina.

    menos favorveis, levando a quedas nos mercadosacionrios e a desvalorizaes cambiais.

    Nesse contexto, os prmios de risco soberano de diversaseconomias, medidos pelos respectivos Credit DefaultSwaps (CDS) de cinco anos, aumentaram a partir de

    meados de maio de 2013. Os prmios dos CDS medidosem pontos-base (p.b.) de frica do Sul, Rssia, Turquia,Brasil, Mxico e Chile avanaram para 216, 195, 191,185, 131 e 98, respectivamente, ao final do semestre, de143, 132, 127, 108, 98 e 72, na mesma sequncia, no fimde 2012 (grfico 1.1.1). Na Europa, os prmios de riscosoberano de Espanha, Frana e Itlia, tambm medidosem p.b. pelos CDS de cinco anos, registraram variaesmais modestas, declinando nos dois primeiros pases para281 e 80, de 295 e 91, na ordem; mas aumentando para281 de 278, no ltimo (grfico 1.1.2).

    As expectativas de incio do processo de reduo

    do ritmo de compras de ativos por parte do FederalReserve (Fed) levaram o rendimento anual dos ttulos

    50

    110

    170

    230

    290

    350

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    frica do Sul Rssia Turquia

    Brasil Mxico Chile

    Fonte: Bloomberg

    Grfico 1.1.1 CDS soberanos (5 anos)p.b.

    0

    130

    260

    390

    520

    650

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    Alemanha Frana Espanha Itlia

    Fonte: Bloomberg

    Grfico 1.1.2 CDS soberanos (5 anos)

    p.b.

    0,0

    1,6

    3,2

    4,8

    6,4

    8,0

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    EUA Alemanha Itlia Espanha

    Fonte: Bloomberg

    Grfico 1.1.3 Rendimento de ttulos soberanos10 anos

    % a.a.

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    10/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 9

    Os principais ndices acionrios de economiasdesenvo lv idas e emergen tes ap resen ta ramcomportamentos distintos. No semestre, as bolsas devalores de Japo, EUA, Alemanha, Reino Unido e Franavalorizaram-se, na ordem, 31,6%, 12,6%, 4,6%, 5,4% e2,7% (grfico 1.1.6). A alta observada no Japo refletiu,em especial, a intensificao das polticas expansionistasempreendidas naquele pas. Em contraste, nos mercadosemergentes, os ndices acionrios de China, Mxico,

    Turquia e ndia recuaram, respectivamente, 12,8%,7,1%, 2,4% e 0,2% no semestre, enquanto o da frica doSul avanou 0,8% (grfico 1.1.7). Os ativos financeirosdas economias emergentes foram especialmenteafetados pela possibilidade de reduo da liquidezglobal, tornando as condies de financiamento dessaseconomias menos favorveis.

    O ndice Chicago Board Options Volatility Index (VIX),que afere o sentimento dos investidores a partir davolatilidade implcita de curto prazo dos preos dasopes do ndice S&P500, diminuiu para 16,7 pontos

    ao final de junho, de 18,0 pontos no final de 2012. Nosemestre, o VIX oscilou entre 11,3 e 20,5 pontos, picoalcanado em 20 de junho em meio s preocupaesassociadas eventual antecipao da reduo do ritmode compra de ativos por parte do Fed (grfico 1.1.8).

    90

    98

    106

    114

    122

    130

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    Fonte: Bloomberg

    Euro/Dlar Iene/Dlar Libra/Dlar

    28.6.2011 = 100

    Grfico 1.1.4 Taxas de cmbio de economias avanadas

    90

    102

    114

    126

    138

    150

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    Fonte: Bloomberg

    Rand Real Lira turca Rpia Peso chileno

    28.6.2011 = 100

    Grfico 1.1.5 Taxas de cmbio de economiasemergentes versus dlar EUA

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    29.62011

    28.10 28.2 28.62012

    29.10 27.2 28.62013

    Grfico 1.1.6 Bolsas de valoresEconomias desenvolvidas

    EUA S&P 500 Reino Unido FTSE 100Alemanha DAX Frana CAC 40

    Japo NIKKEI 225

    Fonte: Bloomberg

    29.6.2011 = 100

    55

    75

    95

    115

    135

    155

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    28.6.2011 = 100

    Grfico 1.1.7 Bolsas de valoresEconomias emergentes

    China - SHCOMP Mxico - IPC Turquia - ISE 100

    ndia - S ENSEX 30 frica do Sul - J SE

    Fonte: Bloomberg

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    Fonte: Bloomberg

    pontos

    Grfico 1.1.8 CBOE volatility index VIXndice de volatilidade

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    11/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 10

    Os ndicesMorgan Stanley Capital International(MSCI)para bancos dos EUA, da Europa e de economiasemergentes registraram variaes de 19,4%, -3,2% e-9,2% ao longo do primeiro semestre de 2013, ante altasrespectivas de 2,5%, 23,3% e 16,4% no segundo semestrede 2012. A alta nos preos das aes de bancos dos EUA

    superou o avano do ndice S&P500 e refletiu o otimismocom o avano da atividade econmica local e o potencialimpacto sobre os balanos dos bancos estadunidenses.Entre meados de maro e de abril, o MSCI para bancoseuropeus e de mercados emergentes sofreu perdasdecorrentes de incertezas associadas aos desdobramentosda crise de Chipre. Mais recentemente, entre 20 demaio e o fim de junho, os preos das aes dos bancosentraram em trajetria declinante na Europa, -12,7%, e naseconomias emergentes, -14,1%, enquanto interromperama tendncia de alta nos EUA, refletindo preocupaes

    associadas diminuio da postura acomodatcia dapoltica monetria dos EUA (grfico 1.1.9).

    As condies de financiamento nos mercadosinterbancrios5 nos EUA e na rea do Euro mantiveram-se favorveis durante o primeiro semestre do ano,

    com os spreads, em relativa estabilidade ao longo doperodo, tendo registrado nos EUA os mesmos 15,9p.b. no fim de junho e, na rea do Euro, reduzido para11 p.b., de 12 p.b. no final de 2012 (grfico 1.1.10). Aconfiana no provimento da liquidez necessria aossistemas bancrios por parte das autoridades monetriassegue como fator importante para a normalizao dosmercados interbancrios.

    5/ As condies de financiamento nos mercados interbancrios foram

    avaliadas por meio da diferena entre as taxas Euribor(trs meses) eEuro OverNight Index Average (EONIA), no caso da Europa; e, entre astaxas Libor (trs meses) e Overnight Indexed Swap (OIS), nos EUA.

    Os bancos da rea do Euro reportaram, ao longo dosemestre, melhorias adicionais nas condies de acesso

    ao financiamento. No entanto, a pesquisa realizada peloBanco Central Europeu (BCE) relativa ao segundotrimestre reportou melhoria menos acentuada no acessoaofinanciamento na comparao com o trimestre anteriore apontou perspectiva de deteriorao marginal dascondies de financiamento para o terceiro trimestre de2013.6 Ainda na rea do Euro, importante destacarevidncias de reduo do grau de fragmentao financeirana regio.7 A despeito da melhora relatada pelos bancos,desde meados de maio, observou-se elevao expressivanos custos mdios de proteo contra default(CDS) de

    bancos europeus, repercutindo em custos mais elevadosde proteo ao final de junho em comparao ao finalde 2012. No semestre, os prmios mdios8 dos CDS decinco anos de bancos avanaram 37,9% no Reino Unido,24,9% na Itlia, 14,8% na Alemanha, 9,4% na Espanha, e9% na Frana, situando-se, respectivamente em 144 p.b.,361 p.b., 142 p.b., 304 p.b. e 166 p.b. Em relao aosbancos dos EUA, o prmio mdio dos CDS, em trajetriadescendente at meados de maio, reverteu a tendncia eregistrou alta de 5,5% no semestre, situando-se em 118p.b. no final do perodo (grfico 1.1.11).

    6/ VideThe Euro Area Bank Lending Survey relativos ao primeiro e segundotrimestres de 2013, publicados em abril e julho de 2013, respectivamente, e

    disponveis em .

    7/ Fragmentao manifesta pela migrao de fluxos de no residentes dos

    pases mais vulnerveis da rea do Euro (Grcia, Irlanda, Itlia, Portugale Espanha) para os seus mercados domsticos, assim como a transferncia

    de depsitos de residentes dessas economias para outras consideradasmais seguras.

    8/ Prmios mdios calculados pela mdia aritmtica dos CDS dos dois

    maiores bancos de cada pas pelo critrio de capitalizao de mercado.Exceo para os EUA, onde consideraram-se os bancos JPM Chase eBank of America.

    0

    21

    42

    63

    84

    105

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    p.b.

    Grfico 1.1.9 SpreadinterbancrioEUA e rea do Euro

    EUA: Libor vs. OIS rea do Euro: Euribor vs. EONIA

    Fonte: Bloomberg

    60

    76

    92

    108

    124

    140

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    Grfico 1.1.10 MSCI Bancos

    EUA Europa Economias emergentes

    Fonte: Bloomberg

    29.6.2011 = 100

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    12/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 11

    negativamente diversos indicadores domsticos aavaliao de risco-pas subiu; as taxas de juros locaisse elevaram, principalmente as de mdio e longo prazo,acompanhadas de maior volatilidade; o real, que chegaraa apresentar valorizao frente ao dlar norte-americanono primeiro bimestre, registrou desvalorizao; e o

    mercado burstil terminou o semestre em queda. Nombito interno, contriburam para esses movimentos apersistncia da inflao, as sucessivas revises para baixodas estimativas de crescimento econmico e o incio, emabril, do ciclo de ajuste na taxa bsica de juros.

    O Banco Central do Brasil (BCB) manteve a taxa bsicade juros em 7,25% ao longo do primeiro trimestre de2013, aps ter interrompido em outubro de 2012 suaestratgia de afrouxamento da poltica monetria.9 Devido persistncia de ndices de inflao mensais elevados e

    desancoragem das expectativas de inflao futura10, oComit de Poltica Monetria (Copom) explicitou emjaneiro sua preocupao com o nvel da inflao e com adisperso dos aumentos de preos e, posteriormente, emabril, iniciou novo ciclo de aumento da taxa de juros, comelevao de 0,25 p.p. da meta para a taxa Selic, seguidode alta de 0,5 p.p. em maio (grfico 1.2.1 Evoluo dastaxas de juros). Ao longo desse semestre, as taxas de jurosno mercado futuro apresentaram trajetria crescente,exceto as de curto prazo que, at meados de abril,permaneceram relativamente estveis. A desvalorizaocambial e a expectativa de reduo dos estmulosmonetrios por parte doFederal Reserve e de reviso daperspectiva de ratingsoberano do Brasil11 desencadearamum movimento de alta no mercado de juros futuros apartir de maio, resultando em aumento de inclinao dacurva de juros domstica. No mercado de cmbio, almdas medidas adotadas pelo BCB para manter a liquideze reduzir a volatilidade, no incio de junho o governofederal retirou o Imposto sobre Operaes Financeiras(IOF) incidente sobre os investimentos estrangeiros em

    ttulos de rendafi

    xa no pas12

    e tambm sobre contratosde derivativosfinanceiros que resultassem em aumento da

    9/ De agosto de 2011 a outubro de 2012, o BCB reduziu a taxa Selic em5,25 p.p.

    10/ As Resolues n 3.991, de 30 de junho de 2011, n 4.095, de 28 de junhode 2012, e n 4.237, de 28 de junho de 2013, do Conselho MonetrioNacional (CMN), fixaram, respectivamente, as metas de inflao para

    2013, 2014 e 2015 em 4,5%, e os intervalos de tolerncia em 2,0 p.p.abaixo e acima da meta.

    11/ No incio de junho, a agncia deratingStandard & Poors (S&P) manteve anota do ratingsoberano do Brasil em BBB, mas rebaixou sua perspectivade estvel para negativa; em julho, a agncia Fitch Ratings confirmou a

    nota de crdito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em BBBcom perspectiva estvel.

    12/ Desde dezembro de 2010 a alquota dessas aplicaes estava em 6%.

    Em sntese, apesar do progresso que vem sendo alcanadona restaurao da solidez dos bancos, em especial nosEUA, ainda existem incertezas em relao qualidadedos ativos nos respectivos balanos, notadamente nosbancos europeus, em razo da aplicao em ttulossoberanos e da compresso de receita decorrente do fracodesempenho econmico.

    O balano de riscos para a estabilidade financeira,positivo no incio do perodo, deslocou-se a partir demaio, com a retrao das condies de financiamento a

    partir da perspectiva de antecipao do incio do processode normalizao das condies monetrias nos EUA econsequente contrao da liquidez financeira global, quefavorece a consolidao de taxas de juros de longo prazomais elevadas e prejudica a retomada do crescimentoeconmico global.

    Em relao aos mercados emergentes, acrescente-se orisco de deteriorao das condies de financiamento,com a possvel reverso dos influxos de capital eajustamentos desordenados nos preos dos ativos

    e mercado de crdito. Nesse contexto e, ainda,considerando as disparidades relativas ao ritmo dedesalavancagem nas economias avanadas afetadaspela crise, a consolidao da estabilidade financeira emnvel global ainda permanece frgil, apesar de avanosno fortalecimento dos balanos bancrios.

    1.3 Mercado financeiro nacional

    Ao longo do primeiro semestre de 2013, o aumento

    na averso ao risco nos mercados internacionaislevou realocao de portflios globais e influenciou

    50

    180

    310

    440

    570

    700

    29.62011

    28.10 28.22012

    28.6 29.10 27.22013

    28.6

    p.b.

    Grfico 1.1.11 CDS de 5 anos BancosPrmios mdios de pases selecionados1/

    Espanha Frana Alemanha

    Reino Unido EUA Itlia

    Fonte: Bloomberg1/ Calculados pela mdia aritmtica dos prmios de CDS dos dois maiores bancos pelocritrio de capitalizao de mercado de cada pas. Exceo EUA: JPM Chase e Bank of

    America.

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    13/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 12

    exposio cambial comprada ou em reduo da exposiocambial vendida.13

    As expectativas de mercado para o nvel de atividadedeterioraram-se ao longo do semestre e as previsespara o crescimento em 2013 foram sucessivamenterevisadas para baixo.14 Quanto inflao, embora o ndiceNacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA) tenhaapresentado trajetria mensal declinante no semestre,o ndice acumulado em doze meses atingiu 6,70% noperodo anual encerrado em junho. As expectativas deinflao para 2013 oscilaram em torno de 5,6%, acimada meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho MonetrioNacional (CMN). A persistncia da inflao, o incio dociclo de alta da taxa bsica de juros em abril, e o aumentoda incerteza no mercado internacional favoreceram aelevao da curva de juros domstica, principalmenteas de mdio e longo prazo.

    A volatilidade das taxas de juros domsticas aumentouno primeiro semestre de 2013, particularmente nosmeses de maio e junho. A expectativa de que o Fedpoderia reduzir no curto prazo os estmulos monetrios,

    a desvalorizao do real ante o dlar e a subida dastaxas de juros dos ttulos do tesouro norte-americanocontriburam para a maior volatilidade das taxas nomercado domstico (grfico 1.2.2 Volatilidade dastaxas de juros).

    No semestre, at o incio de maro, o real apresentouvalorizao de 4,4% em relao ao dlar norte-americano, alcanando R$1,95/USD no dia 8. A partir de

    13/ Desde setembro de 2011 a alquota dessas operaes estava em 1%.

    14/ De fato, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi abaixo dasprevises no primeiro trimestre, mas o ndice divulgado em agosto, parao segundo trimestre de 2013, foi superior s expectativas de mercado.

    maio, observou-se um movimento global de apreciaodo dlar, influenciado principalmente pela expectativade antecipao da retirada de estmulos monetrios peloFed. Esse cenrio e os novos sinais de desaceleraoda atividade econmica na China colaboraram paraa elevao da volatilidade e da averso ao risco nos

    mercados financeiros internacionais, pressionando ascotaes da moeda brasileira ante o dlar. O BCB,ento, efetuou leiles de swap cambial tradicional15no valor nocional de US$26,3 bilhes. Ao final dosemestre, a posio lquida em swap do BCB erapassiva em cmbio em montante equivalente a US$18,0bilhes. O real encerrou o semestre cotado a R$2,22/USD, com desvalorizao de 8,4% em relao ao dlarnorte-americano. Diante do euro, no mesmo perodo,o real desvalorizou-se em 6,9%, refletindo a pequenadesvalorizao da moeda europeia em relao ao dlar

    (grfico 1.2.3 Taxa de cmbio).

    15/ Esses leiles foram realizados no final de maro, em maio e em junho apartir de 31/5, os leiles deswap cambial realizados pelo BCB passarama ser referenciados taxa Selic.

    6,5

    7,7

    8,9

    10,1

    11,3

    12,5

    Jul2012

    Ago Set Out Nov Dez Jan2013

    Fev Mar Abr Mai Jun

    % a.a.

    Taxa Selic 3 meses 6 meses

    1 ano 2 anos 5 anos

    Fontes: BM&FBovespa e BCB

    Grfico 1.2.1 Evoluo das taxas de jurosTaxa Selic e swap de 3 e 6 meses e de 1, 2 e 5 anos

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    4,0

    5,0

    Jul2012

    Ago Set Out Nov Dez Jan2013

    Fev Mar Abr Mai Jun

    Grfico 1.2.2 Volatilidade das taxas de juros

    Curto Mdio Longo

    Fontes: BM&FBovespa e BCB

    % a.a

    0,73

    0,75

    0,77

    0,79

    0,81

    0,83

    1,95

    2,02

    2,09

    2,16

    2,23

    2,30

    Jul2012

    Ago Set Out Nov Dez Jan2013

    Fev Mar Abr Mai Jun

    EUR / US$R$ / US$

    Grfico 1.2.3 Taxa de cmbio

    R$ / US$ EUR / US$

    Fontes: BCB e Bloomberg

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    14/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 13

    O movimento de cmbio comercial foi de U$16,9 bilhesno semestre, porm, devido ao fluxo negativo no cmbiofinanceiro, o saldo de cmbio contratado ficou em US$9,5bilhes. O volume lquido de investimento estrangeirodireto (IED) foi de US$30 bilhes no perodo. J asreservas internacionais encerraram o ms de junho em

    US$369,4 bilhes, 1% mais baixas se comparadas aofinal de 2012.

    No mercado acionrio, o ndice da Bolsa de Valores deSo Paulo (Ibovespa) apresentou trajetria declinantedurante o primeiro semestre, encerrando o perodo comqueda de 22,1% (grfico 1.2.4 ndice Ibovespa). Esseresultado refletiu a maior averso a risco nos mercadosfinanceiros, sobretudo no segundo trimestre do ano. Aindaassim, o ingresso lquido de recursos de investidoresestrangeiros na BM&FBovespa totalizou R$4,2 bilhes

    no perodo, influenciado pelo fluxo positivo observadoat abril.

    Em sntese, o aumento da volatilidade nos mercadosinternacionais, particularmente no segundo trimestre,influenciou negativamente diversos indicadoresdomsticos, com elevao das taxas de juros,

    desvalorizao do real frente ao dlar norte-americanoe queda no mercado burstil. Nesse cenrio, o BCBiniciou novo ciclo de aumento da taxa de juros e adotoumedidas para manter a liquidez e reduzir a volatilidadeno mercado de cmbio, sem contudo ter reduzido o nveldas reservas internacionais.

    45

    49

    53

    57

    61

    65

    Jul2012

    Ago Set Out Nov Dez Jan2013

    Fev Mar Abr Mai Jun

    Pontos (mil)

    Grfico 1.2.4 ndice Ibovespa

    Fonte: BM&FBovespa

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    15/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 14

    2Sistema bancrio

    Lquido (RSPL). O LL foi limitado pelo fraco crescimentodo resultado de intermediao financeira, em razo dareduo das margens brutas de crdito, do arrefecimentodas concesses de crdito, com menor gerao dereceitas, e do impacto negativo da marcao a mercadoda carteira de ttulos. Apesar disso, permaneceu robustoe eminentemente oriundo de operaes financeiras denatureza recorrente, sobretudo bancrias e de seguros.

    No obstante a leve piora nos resultados dos testes deestresse, a desacelerao no ritmo de crescimento docapital, a ligeira reduo na relao capital prprio sobreativos e o leve incremento na participao de ativoscontingentes, a capacidade de solvncia do sistemabancrio brasileiro permanece em patamar confortvel,com IB em nvel elevado e a quase totalidade dasinstituies financeiras atendendo exigncia regulatriade capital. A solidez do sistema bancrio verificadatambm pelos resultados dos estudos de impacto daimplementao de Basileia III e pelos resultados dostestes de estresse, os quais demonstram a resilincia dasinstituies em todos os cenrios analisados, inclusivenaqueles de extrema deteriorao das condiesmacroeconmicas.

    2.2 LiquidezNo perodo, a percepo de baixo risco de liquidez nosistema bancrio brasileiro foi reforada pela manutenode nveis de liquidez confortveis, mesmo tendo havidoelevao da estrutura a termo da taxa de juros e aumentoda volatilidade nos mercados.

    2.1 Introduo16

    A conjuntura de incertezas nos mercados financeirosinternacionais no primeiro semestre de 2013, comreflexos na liquidez global e no aumento da volatilidadenos mercados, atestou a percepo do baixo risco deliquidez e da resilincia do sistema bancrio brasileiro.

    O ndice de liquidez (IL) permaneceu elevado apesar daqueda no valor em estoque de ttulos pblicos federais(TPF) e de maior vinculao de ativos lquidos paraatender ao aumento de demanda por garantias embolsa, decorrente do aumento de volatilidade nas taxasde juros e de cmbio. Embora o IL tenha se reduzido,principalmente ao final do semestre, a queda foi em parte

    amenizada pela menor velocidade na expanso do crditonos bancos privados.

    O crdito concedido pelo Sistema Financeiro Nacional(SFN) cresceu de forma mais moderada, sustentadopelo crescimento do crdito nos bancos pblicos, quecontinuaram a aumentar a participao na carteira total.Observa-se, tanto na carteira pessoa fsica (PF) quantona pessoa jurdica (PJ), continuidade no movimento demigrao para modalidades de menor risco, com taxasmais baixas e prazos mais longos, o que contribuiu para

    reduzir o comprometimento de renda das famlias e dareceita das empresas. A inadimplncia da carteira totalrecuou, principalmente devido queda nos atrasos nasoperaes de crdito com PF.

    O lucro lquido (LL) do sistema bancrio manteve-seestvel, levando a recuo no Retorno sobre o Patrimnio

    16/ Para efeito deste captulo, o sistema bancrio comercial integrado pelasinstituies: banco comercial, banco mltiplo, caixa econmica e bancode investimento; e pelos conglomeradosfinanceiros compostos ao menos

    por uma das instituies anteriores. Os bancos de desenvolvimento noesto includos nas anlises, exceto na seo 2.3 Crdito, onde as anlisesenvolvem todo o SFN.

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    16/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 15

    O comportamento do fluxo de caixa estressado(grfico 2.2.3), denominador do IL, manteve-se

    praticamente estvel no segmento bancrio comercial. Os

    principais componentes que influenciaram a reduo de

    R$2,1 bilhes no semestre foram, por um lado, a maior

    estimativa de sadas decorrentes de simulao de estresse

    de mercado, devido maior volatilidade, e, por outro

    lado, a menor previso de resgates de captaes em

    cenrio de estresse, compatvel com a manuteno do

    movimento de alongamento de prazos do passivo, a ser

    detalhado posteriormente.

    A distribuio do IL individual (grfico 2.2.4) tambm

    indica a reduo da liquidez no semestre. Apesar disso, a

    representatividade, em termos de ativos, das instituies

    com IL acima ou prximo de um preponderante (83%),

    refletindo a boa liquidez do sistema.

    O IL17 do sistema bancrio comercial recuou de 1,91

    para 1,63 no primeiro semestre em razo da reduo dos

    ativos de alta liquidez,18 sobretudo no segundo trimestre,

    enquanto o Fluxo de Caixa Estressado19 apresentou

    pequena oscilao (grfico 2.2.1).

    A reduo no montante desses ativos est associada

    principalmente aos efeitos das oscilaes das taxas de

    juros e de cmbio no final do semestre. Essas oscilaes

    causaram perda de valor na carteira de TPF,20 em razo

    da marcao a mercado e da vinculao ou venda desses

    ttulos para fazer frente ao aumento de chamadas de

    garantias e a necessidade de cumprimento de ajustes

    requeridos por parte da bolsa, em decorrncia da elevao

    da volatilidade das referidas taxas. Variaes no estoque

    de TPF tm reflexos relevantes no IL, uma vez que

    respondem por aproximadamente trs quartos dos ativos

    de alta liquidez do sistema (grfico 2.2.2).

    17/ O IL relaciona o volume de recursos de alta liquidez disponveis para

    a instituio com o fluxo de desembolso dos trinta dias (21 dias teis)

    subsequentes em cenrio de estresse. O fluxo de caixa estressado simula

    desembolsos em padres bem acima dos esperados, tendo por parmetroo histrico de crises passadas. Instituies com IL superior a 1,0 (100%)

    possuem ativos de alta liquidez suficientes para suportar esse cenrio de

    estresse. Como a metodologia simula um cenrio de trinta dias em que os

    ativos lquidos teriam que ser convertidos em dinheiro, eles so marcados

    a mercado e/ou sofrem ponderao que simula reduo de preo no caso de

    venda forada. Essa mtrica de liquidez tem por base os mesmos conceitos

    que serviram de base para a definio do ndiceLiquidity Coverage Ratio

    (LCR), introduzido por Basileia III.

    18/ Para definio de ativos de alta liquidez, vide Conceitos e Metodologias,

    item i.i.

    19/ Para definio de Fluxo de Caixa Estressado, vide Conceitos e

    Metodologias, letraj.

    20/ No clculo do IL consideram-se os TPFs livres e os recebidos em lastro

    de operaes compromissadas no vinculados a garantias de operaes

    em bolsa de valores.

    -30,7

    -54,5

    -9,31,1 -1,1

    -94,6

    -100

    -80

    -60

    -40

    -20

    0

    A B C D E F

    R$ bilhes

    Grfico 2.2.2 Variao semestral dosativos lquidos1 sem. 2013

    A = TPF (marcao a mercado e/ou variao quantitativa)

    C = Cotas fundos de investimento

    D = Outros ativosE = Variao na estimativa de liberao de compulsrio

    F = Variao total

    B = TPF (vinculao a compromissadas e garantias)

    -14,3

    -3,5

    15,7

    -2,1

    -20

    -16

    -12

    -8

    -4

    0

    A B C D

    R$ bilhes

    A = Estimativa de resgate de depsitos em situao de estresse

    C = Estimativa de perdas por estresse de mercado

    D = Variao total

    B = Fluxo contratado

    Grfico 2.2.3 Variao do fluxo decaixa estressado1 sem. 2013

    0

    200

    400

    600

    800

    1.000

    0,0

    0,6

    1,2

    1,8

    2,4

    3,0

    Jan2010

    Jul Jan2011

    Jul Jan2012

    Jul Jan2013

    Jun

    R$ bilhes Un.

    Grfico 2.2.1 ndice de liquidez

    Ativos lquidos Fluxo de caixa estressado ndice de liquidez

    Alterao de metodologia

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    17/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 16

    (IHCD), poupana e obrigaes por emprstimose repasses. Entre os ttulos,21 destacam-se LetrasFinanceiras (LF), Letras Financeiras Subordinadas (LFS),Letras de Crdito Imobilirio (LCI) e Letras de Crditodo Agronegcio (LCA) (grfico 2.2.7).

    A referida realocao levou ao aumento da participaode ttulos, IHCD, compromissadas com ttulos privados,

    emprstimos e repasses, de 31,8% das captaesem junho de 2008 para 45,5% no final do primeirosemestre de 2013. Os benefcios para os bancos sooriginados principalmente de iseno de compulsrio ede contribuio ao Fundo Garantidor de Crdito (FGC)e/ou de prazos contratuais mais longos, fatores queproporcionam menor custo final e/ou alongamento doprazo dos passivos.

    21/ As LF so emitidas com prazo mnimo de 24 meses, enquanto as LFStm prazo mnimo de sessenta meses. As LCI e LCA so isentas de

    recolhimento compulsrio e seus rendimentos so isentos do impostosobre a renda da pessoa fsica (IRPF). No caso das LF, as vantagens soa iseno de recolhimento compulsrio e da contribuio ao FGC.

    A reduo no IL ocorreu tanto nos bancos pblicoscomerciais (de 2,83 para 2,29) quanto nos bancosprivados (de 1,60 para 1,39). A queda mais acentuadanos primeiros deve-se ao crescimento do crdito, nocompensado por aumento de captao ou por aumento decapital, tal qual havia ocorrido no segundo semestre de

    2012. Ainda assim, o IL dos bancos pblicos comerciaispermaneceu em nveis bem superiores ao dos bancosprivados (grfico 2.2.5).

    Os bancos privados continuaram com baixo apetitepor captaes, em linha com o tmido crescimentona concesso de crdito. Assim, os efeitos negativosda marcao a mercado dos ttulos prefixados e doaumento da volatilidade, j comentados, foram osfatores relevantes para a variao no montante de seusativos lquidos (grfico 2.2.6).

    No gera l, o es toque de captaes aumentou emaproximadamente R$170 bilhes no semestre (7,5%),sendo que o processo de realocao de instrumentos

    continua, com os tradicionais depsitos a prazo dandolugar a ttulos, instrumento hbrido de capital e dvida

    23

    4

    19

    9

    13

    68

    52

    22

    7

    12

    11

    6

    95

    59

    0

    6

    12

    18

    24

    30

    =2,0

    Grfico 2.2.4 Distribuio de frequncia para ondice de liquidez1/

    Ponderada pelos ativos totais

    Dezembro 2012 Junho 2013

    ndice de liquidez

    1/ Os valores sobre as barras referem-se ao nmero de instituies financeiras comndice de liquidez pertencente quele intervalo.

    %

    0,0

    0,8

    1,6

    2,4

    3,2

    4,0

    Dez2009

    Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    Un.

    Grfico 2.2.5 ndice de liquidez por controle

    Bancos pblicos comerciais Bancos privados

    Aumento de capital(dez/12)

    Emisses deIHCD (out/12)

    -65

    0

    65

    130

    195

    260

    2 Sem 2012 1 Sem 2013 2 Sem 2012 1 Sem 2013

    Captaes lquidas Operaes de crdito Ativos lquidos

    1/ Considera capital prprio e de terceiros (lquidas de compulsrio).

    Grfico 2.2.6 Variao do estoque de ativos lquidos,operaes de crdito e captaes1/ por controle

    R$ bilhesBancos pblicos comerciais Bancos privados

    0

    640

    1.280

    1.920

    2.560

    3.200

    Jun2008

    Dez Jun2009

    Dez Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    R$ bilhes

    Grfico 2.2.7 Perfil das captaes

    Depsitos a vista Depsitos a prazo

    Depsitos de poupana Emprstimos e repasses

    Compromissadas (t tulos privados) LCA + LCI + LF + LFS + DPGE + IHCD

    Outros

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    18/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 17

    Uma consequncia direta dessa mudana de perfil anecessidade de adaptao das anlises que relacionama proporo de operaes de crdito e de funding dosegmento bancrio brasileiro. Uma anlise que fiquerestrita aos depsitos convencionais pode levar apercepes inadequadas sobre o risco do sistema.

    Essa alterao de perfil beneficia o gerenciamento deprazos entre operaes de crdito e captao, propiciandoque o prazo do estoque de recursos captados harmonize-secom os prazos das operaes de crdito (grfico 2.2.8).22

    Assim, o sistema continua a dispor de fundos estveispara suportar o crescimento do crdito, o que indicadopela razo entre crdito e captaes estveis,23 que semanteve abaixo de 90% no semestre (grfico 2.2.9).

    Em relao s captaes externas, a dependncia dasinstituies financeiras para operaes no pas continuabaixa, num patamar inferior a 10%. O crescimento dascaptaes externas verificado mais substancialmentenas agncias e subsidirias no exterior,24 que utilizam amaior parte dos recursos para suas operaes fora do pas,

    22/ Foram computados os prazos mdios das prestaes vincendas dacarteira de crdito e dos resgates das captaes, ambos ponderados pelos

    respectivosfluxos. O crdito imobilirio est considerado no cmputo doprazo mdio da carteira de crdito.

    23/ So definidos como recursos estveis aqueles captados de aplicadores

    de varejo. Dentre os recursos aplicados por detentores institucionais,tambm so considerados como estveis os montantes captados eminstrumentos com prazo de resgate maior que um ano. Essa mtrica foi

    adaptada do conceito doFinancial Soundness Indicators (FSI) 022 Guiade compilao do Fundo Monetrio Internacional (FMI). Detalhes da

    definio, vide Conceitos e Metodologias, letra b.24/ Estimativa de captaes externas que ingressam no pas com base em

    demonstrativos individuais de instituies financeiras no pas. Estimativa

    de captaes externas que no ingressam no pas so captaes externasde agncias e subsidirias no exterior, pertencentes a conglomeradosbancrios com sede no Brasil.

    e vai ao encontro do processo de internacionalizao dosbancos brasileiros (grfico 2.2.10).

    Em suma, no semestre, confirmou-se a percepo daexistncia de elevado colcho de liquidez, que protegeuo sistema em relao queda no valor de ativos lquidose maior volatilidade no mercado, ao mesmo tempo emque permitiu o adequado financiamento do crescimentodo crdito, com destaque para o maior nvel de atividadedos bancos pblicos comerciais em relao aos privados.

    Alm disso, o perfi

    l de captao continua com tendnciade maior participao de instrumentos que proporcionamalongamento de prazo do passivo e menor custo decaptao. O primeiro distribui melhor a necessidade denovas captaes ao longo do tempo, aspecto positivopara a gesto da liquidez. O segundo ameniza a pressosobre a rentabilidade decorrente da reduo nas taxascobradas pelos bancos em suas operaes de crdito nosltimos anos.

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    Dez2010

    Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    Meses

    Grfico 2.2.8 Descasamento de prazos

    Prazo mdio do estoque de captaes

    Prazo mdio da carteira de crdito

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    Jun2009

    Dez Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    %

    Grfico 2.2.9 Crdito sobre captaes derecursos estveis

    0

    4

    8

    12

    16

    20

    Jun2008

    Dez Jun2009

    Dez Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    %

    Capt. externa versus capt. totais do SFN (ingressa no pas)

    Capt. externa versus capt. totais do SFN (no ingressa no pas)

    Grfico 2.2.10 Perfil das captaes externas

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    19/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 18

    2.3 Crdito

    Tendo em vista o aumento das incertezas macroeconmicas,tanto no ambiente interno quanto no externo, o crditoconcedido pelo SFN cresceu de forma mais moderadano semestre, com destaque para os bancos pblicos,

    que mantiveram o ritmo acentuado de concesso econtinuaram ganhando participao na carteira total.Observou-se uma continuidade no movimento demigrao para modalidades de menor risco, taxas maisbaixas e prazos mais longos, tanto na carteira PF quantona PJ, o que contribuiu para reduzir o comprometimentode renda das famlias e das empresas. A inadimplncia dacarteira total apresentou reduo no perodo, explicadapreponderantemente pela queda nos atrasos do crditoPF, embora a inadimplncia da carteira PJ tambm tenhacado, ainda que de forma menos relevante.

    O estoque total de operaes de crdito do SFN atingiuR$2,53 trilhes em junho de 2013, com uma expansode 6,9% no semestre e de 16,4% em doze meses,correspondendo a 55,2% do Produto Interno Bruto(PIB). O ritmo de expanso tem desacelerado desde 2010(grfico 2.3.1), coincidindo com a reduo na taxa decrescimento da atividade econmica domstica.

    O crescimento do crdito nos bancos pblicos e nosbancos privados continuou em ritmos bem distintos.Enquanto a carteira dos bancos pblicos expandiu 29,3%em doze meses, a dos privados (nacionais e estrangeiros)cresceu de forma mais moderada, 5,7%, confirmando adiferena de apetite ao crdito desses dois segmentos(grfico 2.3.2) e levando o estoque de crdito concedidopelos bancos pblicos metade do estoque de crditodo SFN.

    H um conjunto de fatores que explicam parte dasdiferenas nas taxas de crescimento de crdito entreos dois segmentos. Por um lado, perdas decorrentes

    da inadimplncia em financiamentos de veculos e decapital de giro, modalidades representativas para asinstituies privadas, levaram adoo de polticasmais conservadoras de concesso, com reflexo nataxa de crescimento de suas carteiras. Por outro lado,as modalidades que apresentam maior demandade crdito (imobilirio, direcionado PJ e rural) somais representativas na carteira dos bancos pblicos(grfico 2.3.3), o que contribuiu para sua maior taxade crescimento. Ademais, as menores taxas de jurospraticadas pelos bancos pblicos contriburam para

    expandir a demanda por crdito e possibilitaram oaumento de exposio desses bancos a uma grandebase de clientes j existentes, bem como incentivarama migrao de clientes de outras instituies.

    6

    12

    18

    24

    30

    36

    Dez2008

    Jun2009

    Dez Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    Livre Direcionado Total

    %

    Grfico 2.3.1 Crescimento anual da carteira de crdito

    Recursos direcionados e livres

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Jun2008

    Dez Jun2009

    Dez Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    %

    Grfico 2.3.2 Crescimento anual do crdito porcontrole acionrio

    Pblico Privado

    -

    300

    600

    900

    1.200

    1.500

    Jun2012

    Jun2013

    Jun2012

    Jun2013

    Pblicos Privados

    R$ bilhes

    Grfico 2.3.3 Composio da carteira decrdito por controle acionrio

    Imobilirio Demais direc. PF Consignado

    Veculos Demais livre PF Capital de giro

    Demais livre PJ BNDES Demais direc. PJ

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    20/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 19

    mantendo-se em patamar confortvel, de 1,6 em junhode 2013. A comparao das provises constitudas comos crditos baixados para prejuzo nos doze mesesseguintes, ou ainda com o total da carteira de maior risco(classificada nos nveis E a H), indica a suficincia dasprovises (grfico 2.3.7).

    O crdito direcionado (grfico 2.3.4) acentuou a diferenade velocidade de crescimento em relao ao crdito livre(grfico 2.3.1) e passou a representar 42,9% do total,ganho de 3,5 p.p. em doze meses. Como as taxas de jurosdomsticas so elevadas, inclusive quando comparadascom as praticadas em outros pases, os recursos

    direcionados tm sido a principal fonte de crdito delongo prazo no pas, seja para atender s necessidadesde investimento das empresas, seja para as famliasfinanciarem a compra do imvel. Com taxas mais baixase prazos mais longos, esses recursos impactam de formamais moderada o comprometimento de renda das famliase a capacidade de pagamento das empresas, com efeitoverificado inclusive na inadimplncia, que bem menorque no crdito concedido com recursos livres.

    As taxas de juros cobradas pelas instituies, no crditolivre, mostraram moderada elevao no semestre (grfico2.3.5), em parte reflexo do incio do ciclo de aumentosda taxa Selic. A permanncia das taxas de juros prximasaos menores nveis da srie histrica e a diferena entrea precificao feita pelos bancos pblicos e a feita pelosbancos privados continuaram estimulando a concorrnciabancria, com incentivos para a portabilidade de crdito,

    buscando menores taxas. Tanto a quantidade de operaestransferidas quanto o volume portado continuamprximos dos maiores nveis j registrados (grfico 2.3.6).

    A inadimplncia da carteira total caiu para 3,4% emjunho de 2013 ante 3,7% em dezembro de 2012, comreduo principalmente nos atrasos do crdito PF,embora a inadimplncia PJ tambm tenha se reduzido,ainda que de forma menos acentuada. O ndice decobertura25 apresentou estabilidade no semestre,

    25/ O ndice de cobertura mede a razo entre a proviso contabilizada e asoperaes vencidas h mais de noventa dias.

    643,7

    442,2

    801,8

    284

    510,7

    345,7

    160,1

    69,3

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    Tipo de pessoa Controle Modalidade

    %

    Grfico 2.3.4 Segmentaes para a carteira decrdito direcionada (junho de 2013)

    PJ PF Pblicos Privados BNDES Imobilirio Rural Demais

    5

    13

    21

    29

    37

    45

    Mar2011

    Jun Set Dez Mar 2012

    Jun Set Dez Mar 2013

    Jun

    Livre PJ Livre PF Direcionado PJ Direcionado PF

    Grfico 2.3.5 Evoluo das taxas de jurosRecursos livres e direcionados, PF e PJ

    % a.a.

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    200

    320

    440

    560

    680

    800

    Dez2010

    Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    MilR$ milhes

    Valor financeiro (eixo da esquerda) Quant idade de operaes

    Grfico 2.3.6 Portabilidade de operaes de crditoMdia mvel de 3 meses

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    Mar2011

    Jun Set Dez Mar 2012

    Jun Set Dez Mar 2013

    Jun

    %

    Grfico 2.3.7 Inadimplncia, provises e baixaspara prejuzo

    Carteira de crdito classificada nos nveis E at H

    Provises

    InadimplnciaCrditos baixados doze meses seguintes

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    21/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 20

    De forma geral, o mercado imobilirio brasileiro contacom bons fundamentos e o estoque dessa modalidade ainda baixo na comparao internacional. Aproximadamente95% das operaes possui como garantia a alienaofiduciria, que proporciona maior segurana ao provedordo crdito, pela maior celeridade no processo de execuo

    da garantia. A amortizao predominante da carteira sed pelo Sistema de Amortizaes Constantes (SAC),que leva a prestaes decrescentes ao longo do tempo,reduzindo o risco decorrente do alongamento de prazos edo aumento do LTV, comparativamente a outros sistemasde amortizao, como o Price. Devedores com mais deum financiamento representam apenas 2% dos contratose 5% do saldo das operaes. Os ndices de medida davariao dos preos dos imveis residenciais, como ondice de Valores de Garantia de Imveis ResidenciaisFinanciados (IVG-R),27 tm apresentado desacelerao

    desde 2010, aproximando-se do ritmo de crescimentoda renda das famlias e, portanto, de um patamar maissustentvel no longo prazo, atenuando as preocupaesem relao ao crescimento acentuado dessa carteira.

    O crdito rural PF cresceu 12,0% no semestre e 29,8%em doze meses, em linha com o desempenho do setoragropecurio no Brasil.28 As principais fontes defundingpara essa modalidade so os recursos obrigatrios dosbancos comerciais, calculados com base em percentuaisdos recursos a vista (34%), principalmente depsitos avista, e dos recursos da poupana rural (67%). Outra fonteso as LCA, que, a ttulo de incentivo do governo, soisentas do imposto de renda para as pessoas fsicas. Tudoisso possibilita taxas mais baixas para os tomadores, comreflexos favorveis na inadimplncia da modalidade, que bastante reduzida.

    Os emprstimos com consignao foram o outro destaquedo perodo em termos de crescimento, com elevao de10,9% no semestre e 18,2% em doze meses. Ressalta-

    se ainda a concentrao de operaes de consignadopara funcionrios pblicos (61,4%) e pensionistas doInstituto Nacional do Seguro Social (INSS) (30,3%),o que representa risco de crdito mais reduzido para as

    27/ O IVG-R um indicador que mensura a tendncia de longo prazo dosvalores de imveis residenciais no Brasil, utilizando informaes do

    Sistema de Informaes de Crdito (SCR) do BCB. Os dados estopublicados no Sistema Gerenciador de Sries Temporais (SGS), srie n

    21.340, e sua metodologia encontra-se descrita no boxe Evoluo dosvalores de imveis residenciais no Brasil, publicado na edio de marode 2013 do Relatrio de Estabilidade Financeira (REF).

    28/ O PIB do setor agropecurio cresceu 14,7% no primeiro semestre de 2013comparado com o mesmo perodo de 2012, ante 2,1% do setor de serviose 0,8% da indstria.

    O saldo da carteira PF aumentou 7,7% no semestree 16,5% em doze meses, alcanando R$1,16 trilhoem junho de 2013. Analisando o comportamento dasmodalidades destinadas ao consumo das famlias,conjuntamente com o ritmo de crescimento dofinanciamento habitacional, possvel afirmar que

    continua o movimento de migrao para modalidadesde menor risco na carteira PF (grfico 2.3.8).

    Os financiamentos habitacionais, depois de atingiremtaxas anuais de crescimento superiores a 50% em 2010,vm reduzindo o ritmo de expanso, tendo registrado, emjunho, alta de 16,9% no semestre e de 35,4% em dozemeses. Os prazos mdios de concesso nessa modalidadecontinuam em elevao, bem como o loan-to-value(LTV),26 que atingiu 71,0% em junho de 2013, contra68,0% em dezembro de 2012. Ademais, a inadimplnciada modalidade apresentou leve alta no semestre,influenciada pelas safras mais recentes (grfico 2.3.9).

    26/ O LTV calculado com base nas informaes sobre garantias que constamno Sistema de Informaes de Crdito do BCB (SCR), e essa anlise levaem conta somente as operaes concedidas em cada data-base.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    Jun2007

    Jun2008

    Jun2009

    Jun2010

    Jun2011

    Jun2012

    Jun2013

    %

    Imobilirio Consignado Veculos Rural

    Carto sem juros Mais risco Demais

    Grfico 2.3.8 Composio da carteira de crdito PF1/

    1/ As modalidades de maior risco so emprstimos sem consignao, chequeespecial, crdito rotativo e compras parceladas pelas instituies financeiras (IF)vinculadas a carto de crdito.

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    Jun2011

    Set Dez Mar 2012

    Jun Set Dez Mar 2013

    Jun

    %

    Grfico 2.3.9 Inadimplncia por safras etradicional para financiamento imobilirio

    Inadimplncia aps 6 meses Inadimplncia tradicional

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    22/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 21

    J o comprometimento de renda31 (CR) apresentoureduo significativa no ltimo ano, alcanando 21,5%em junho de 2013, ante 23,0% doze meses antes.Esse comportamento explicado pelo aumento daparticipao de modalidades de prazos mais longos, taxase prestaes menores, que impactam de forma menos

    acentuada o CR das famlias (grfico 2.3.11), e tambmpela continuidade do movimento de reduo de taxas dejuros cobradas nos emprstimos.

    Na carteira PF, continua em curso a tendncia de

    expanso da base de clientes, que cresceu 3,3% nosemestre, atingindo cerca de 63 milhes em junho de2013,32 quantidade significativa comparada com os 100

    31/ O indicador de CR das famlias obtido dividindo-se os desembolsosmensais para pagamento de principal e juros referentes s operaes decrdito bancrio pela MSAD daquele ms. Para mais detalhes sobre a

    metodologia de clculo do comprometimento de renda das famlias, videboxe Endividamento e Comprometimento de Renda das Famlias com

    Dvidas Bancrias: reviso metodolgica, publicado no REF de setembrode 2011.

    32/ Nessa quantidade esto includos os clientes com carteira ativa,

    coobrigaes e operaes baixadas para prejuzo. Considerando-sesomente aqueles com carteira ativa, a quantidade seria de 51 milhes,crescimento de 2,2% no semestre.

    instituies comparado ao dos funcionrios de empresasprivadas, que possuem menor estabilidade no emprego.

    J os emprstimos sem consignao, de maior risco,expandiram de forma mais moderada, 6,0% no semestree 10,5% no ano. Outras duas modalidades que possuem

    nveis mais altos de inadimplncia e taxas de juros maiselevadas apresentaram crescimento baixo: o estoque decheque especial cresceu 1,0% em doze meses, enquantoo saldo de emprstimos rotativos vinculados a carto decrdito aumentou 1,9%. Isso indica menor apetite dasinstituies financeiras por modalidades de maior risco.

    O estoque total de emprstimos vinculados ao carto decrdito, que inclui, alm do rotativo, as compras a vista, asparceladas pelos lojistas e as parceladas por IFs, alcanouR$125,6 bilhes em junho de 2013, queda de 0,8% em

    relao a dezembro de 2012 e crescimento de 10,1% emdoze meses. Ressalta-se que as submodalidades sobre asquais no incidem juros, compras a vista e parceladaspelo lojista, so as mais representativas, correspondendoa 71,3% do total vinculado a carto de crdito, alm deterem apresentado o crescimento mais significativo noperodo.

    O saldo da carteira de veculos, incluindo osfinanciamentose os arrendamentosfinanceiros, apresentou queda de 2,5%no semestre. Essa reduo , em parte, reflexo de uma

    postura mais conservadora por parte das IFs na concessode crdito depois da elevao da inadimplncia dessamodalidade em 2011 e 2012, o que pode ser confirmadopela reduo tanto dos prazos mdios29 quanto do LTVmdio das novas concesses, que atingiu 85,0% no finalde 2010 e tem cado, desde ento, para cerca de 70,8%em junho de 2013.

    O endividamento das famlias30 manteve trajetriade alta, embora em ritmo mais moderado, atingindo44,8% em junho de 2013. Essa elevao explicada,em grande parte, pelo crescimento do financiamentoimobilirio, visto que o endividamento nas demaismodalidades tem mostrado estabilidade (grfico 2.3.10).

    29/ Vide tabela 2.3.1, que trata dos prazos mdios de concesso pormodalidades PF.

    30/ O indicador de endividamento obtido dividindo-se a dvida das famliaspela massa salarial ampliada disponvel (MSAD) dos ltimos doze meses.Para mais detalhes sobre a metodologia de clculo do endividamento das

    famlias, vide boxe Endividamento e Comprometimento de Renda dasFamlias com Dvidas Bancrias: reviso metodolgica, publicado noREF de setembro de 2011.

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Jun2005

    Jun2006

    Jun2007

    Jun2008

    Jun2009

    Jun2010

    Jun2011

    Jun2012

    Jun2013

    %

    Grfico 2.3.10 Endividamento das famlias

    Endividamento demais Endividamento imobilirio

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    Jun2005

    Jun2006

    Jun2007

    Jun2008

    Jun2009

    Jun2010

    Jun2011

    Jun2012

    Jun2013

    %Grfico 2.3.11 Comprometimento de renda dasfamlias

    CR demais CR imobilirio

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    23/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 22

    milhes que compem a Populao EconomicamenteAtiva (PEA). Com a atrao de novos tomadores,as instituies devem prosseguir aperfeioando seuscritrios de concesso e seus modelos de gesto de risco.Nesse sentido, destaca-se o Cadastro Positivo, que entrouem vigor no dia 1 de agosto de 2013 (vide seo 5.2),

    ferramenta destinada a tornar mais eficiente a gesto dorisco de crdito.

    O prazo mdio (PM) das concesses na carteira PFtotal continua em alta, atingindo 133 meses no primeirosemestre de 2013 (tabela 2.3.1). Essa elevao temsido determinada, em grande parte, pelo financiamentoimobilirio, que tem ganhado representatividade nacarteira e possui o PM mais alto e em ascenso.

    A inadimplncia da carteira PF acentuou a tendncia dequeda do semestre anterior, atingindo 5,0% em junho de2013, ante 5,6% em dezembro de 2012. Destaque para acarteira de financiamento de veculos e emprstimos semconsignao, ambas com redues significativas (grfico2.3.12). Estratificando por controle, observa-se que aqueda da inadimplncia foi verificada, principalmente,nos bancos privados, nos quais a reduo pode ser

    explicada pela perda de representatividade das safrasmais antigas e de menor qualidade na carteira total, medida que elas so renovadas, baixadas a prejuzoou substitudas por safras mais recentes, de melhorqualidade. Ademais, observou-se uma melhora geral nacomposio da carteira PF, com modalidades de menorrisco ganhando participao no total.

    Em relao ao crdito corporativo, a carteira apresentoucrescimento moderado, de 6,2% no semestre e de 16,2%em doze meses, alcanando R$1,37 trilho em junho

    (tabela 2.3.2). Desconsiderando-se o efeito cambial, a

    alta teria sido de 14,8%33 nos doze meses encerradosem junho de 2013.

    Como nos emprstimos s famlias, o crescimentodo crdito PJ explicado basicamente pelos crditosdirecionados, que totalizaram R$644,7 bilhes em junho,expanso de 10,0% no semestre e de 22,5% em doze

    meses. O saldo do crdito com recursos livres s empresasalcanou R$728,2 bilhes em junho, crescimento anualde 11,2% e de apenas 3,1% no ltimo semestre.

    No crdito PJ com recursos direcionados, o rural e oimobilirio continuaram crescendo acima da mdiadessa carteira, assim como na PF. Apesar do ritmomais moderado de crescimento, o Banco Nacionalde Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES)continua sendo a fonte mais relevante de crdito

    33/ A carteira de crdito PJ denominada em moeda estrangeira atingiu cercade R$200 bilhes em junho de 2013, representando, aproximadamente,14% do crdito corporativo.

    Tabela 2.3.1 Prazo mdio das concesses (meses)

    Modalidades 2011 2013

    Dez Jun Dez Jun

    Pessoa fsica 105 113 123 133

    Financiamento de veculos 46 42 43 41

    Financiamento imobilirio 289 301 315 324

    Emprstimo consignado 57 59 60 61

    Emprstimo sem consignao 30 37 39 41

    Rural 38 36 38 42

    Pessoa jurdica 53 56 61 64

    Recursos direcionados 84 87 93 97

    Recursos livres 24 27 30 30

    2012

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    Mar2011

    Jun Set Dez Mar 2012

    Jun Set Dez Mar 2013

    Jun

    %

    Sem consignao Consignado Veculos

    Financiamento rural Imobilirio

    Grfico 2.3.12 Inadimplncia PF por modalidade

    %

    2012 2013 2012 2012

    Jun Jun Jun Dez

    Crdito livre 55,4 53,0 11,2 3,1

    Capital de giro 28,5 27,2 11,0 2,0

    Comrcio exterior1/ 8,4 8,2 13,5 11,3

    Crdito direcionado 44,6 47,0 22,5 10,0

    BNDES direto 19,0 19,3 17,8 5,0

    BNDES indireto 15,4 15,5 16,7 9,5Crdito rural 3,6 4,2 37,9 18,8

    Financiamento imobilirio 3,2 3,4 24,4 10,2

    Total PJ / (PJ+PF) 54,3 54,2 16,2 6,2

    1/ ACC, financiamento de importaes e exportaes e repasses externos.

    Tabela 2.3.2 Composio da carteira de crdito PJModalidades selecionadas

    Crescimento doestoque; jun. 2013

    em relao a:

    Participao damodalidade na

    carteira PJ:

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    24/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 23

    direcionado para as empresas, representando 74,2% dototal dessa carteira.

    No que diz respeito forma pela qual o BNDES emprestaseus recursos, mereceu destaque o crescimento maisacentuado no semestre dos financiamentos indiretos,

    notadamente as linhas do Programa de Sustentao doInvestimento (PSI), e a atuao dos bancos pblicos, cujacarteira cresceu 18,4% no perodo ante 4,6% dos privados.

    No crdito PJ com recursos livres, a expanso maismoderada explicada principalmente pela desaceleraona modalidade capital de giro, que representa mais dametade da carteira e cresceu 11,0% em doze meses. Adiferena na atuao entre IFs de controle pblico e decontrole privado se verificou de forma acentuada nessamodalidade, sendo que os primeiros cresceram 34,9% em

    doze meses, ante recuo de 2,8% nos demais. Com efeito,a participao relativa das IFs de controle pblico nessacarteira elevou-se 7,9 p.p. em doze meses, atingindo44,5% em junho. Entre as demais modalidades deemprstimos livres, aquelas de carter rotativo34 retraram2,5% em doze meses (grfico 2.3.13), indicando umamelhora do perfil de risco da carteira PJ.

    No que se refere segmentao da carteira de crdito deacordo com o porte das empresas, as pequenas e mdiasempresas (PME) tm perdido participao no crditototal PJ, atingindo 48,1% em junho de 2013, quedade 3,2 p.p em dois anos. Isso explicado pela maiorrepresentatividade das operaes com PME na carteirade crdito livre e pelo crescimento mais moderado dessacarteira no perodo, quando comparado com o crditodirecionado (grfico 2.3.14).

    34/ Carteira PJ de crdito livre rotativo compreende as seguintes modalidades:cheque especial, conta garantida e carto de crdito.

    Ao operar principalmente com linhas de crdito maiscurtas (tabela 2.3.1) e com taxas livres, as PME tornam-se

    mais sensveis a oscilaes adversas na economia e arestries em momentos de maior averso ao risco. Amenor disposio para a concesso de crdito dos bancosprivados s PME reflete-se na diferena sistemticaentre a oferta e a demanda de crdito para esse segmento(grfico 2.3.15), como se pode observar pelos dadosda pesquisa trimestral de condies de crdito.35 Osbancos pblicos, por sua vez, mantiveram sua atuaonesse segmento, o que pode ser parcialmente explicadopelas garantias oferecidas pelos vrios fundos de avaldestinados ao fomento da atividade das micro, pequenas

    e mdias empresas.36

    Apesar de ainda se constituir na principal fonte definanciamento para as empresas, o sistema bancrio vemperdendo relevncia medida que se expandem os mercadosexterno e de capitais (grfico 2.3.16). Notadamente a partirde meados de 2011, as dvidas contradas pelas empresasno financeiras fora do sistema bancrio tm ganhadoparticipao, constituindo-se, em junho, em 35,3% do totalante 30,8% em dezembro de 2011.

    Os crditos de origem bancria representavam, emjunho, 64,7% do endividamento e 85,5% do servio dadvida das empresas no financeiras. Apesar do equilbrio

    35/ A pesquisa trimestral de condies de crdito no Brasil conduzidatrimestralmente e visa captar as percepes dos agentes de mercadoacerca das perspectivas do mercado de crdito no que tange demanda e

    oferta. A pesquisa capta informaes qualitativas tanto sobre a demanda ea oferta observadas no trimestre como tambm sobre as expectativas para

    o perodo seguinte. Para mais informaes, vide Trabalhos para Discusson 245/2011, do BCB, intitulado Pesquisa Trimestral de Condies deCrdito no Brasil.

    36/ So exemplos desses mecanismos o Fundo Garantidor de Operaes(FGO), o Fundo de Aval para Gerao de Emprego e Renda (Funproger)e o Fundo de Aval s Micro e Pequenas Empresas (Fampe).

    -10

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Dez2008

    Jun2009

    Dez Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    Rec. livres Rec. direcionados

    Livre no rotativo Livre rotativo

    %

    Grfico 2.3.13 Crescimento anual do crdito PJ

    11,03%

    24,40%

    11,78%

    18,04%

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    Carteira Inadimplncia Carteira Inadimplncia

    Livre Direcionado

    Grandes PMEs

    Grfico 2.3.14 Carteira ativa e inadimplncia1/

    Por direcionamento e porte do tomador Jun/13 %

    1/ Os percentuais dentro dos rtulos expressam o crescimento anual de cada portena respectiva carteira.

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    25/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 24

    entre crditos livres e direcionados na composio doendividamento, os recursos livres, em razo de prazosmais curtos e taxas mais elevadas, so responsveis por72,7% do CR das empresas, contra apenas 12,8% geradospelos recursos com direcionamento (grfico 2.3.17).

    Em razo dessas mudanas de mix, com troca derecursos livres por direcionados, e de crdito bancrio

    por mercado de capitais e externo, o CR das empresascom o pagamento de dvidas vem se reduzindo aolongo dos ltimos semestres, a despeito do crescimentodo endividamento.37

    37/ Na tentativa de aprimorar o monitoramento do risco de crdito PJ, o BCBempreendeu um exerccio de estimao do comprometimento de renda das

    empresas brasileiras. Neste exerccio, a metodologia similar adotada noartigo Do debt service costs affect macroeconomic andfinancial stability?,publicado noBIS Quarterly Review de Setembro de 2012 e disponvel em

    . Para mais informaessobre o comprometimento de renda e o endividamento das empresasbrasileiras, vide seo Conceitos e Metodologias, itens e e f.

    A inadimplncia PJ caiu 0,1 p.p. no semestre,representando 2,1% da carteira em junho de 2013, depois

    de apresentar estabilidade no segundo semestre de 2012.O nvel de atraso se reduziu principalmente em funo dedois fatores: o aumento da representatividade do crditodirecionado e tambm a queda na inadimplncia dasoperaes com recursos livres. Analisando por controle,a queda foi mais pronunciada nos bancos privados, de3,5% para 3,1% no semestre.

    A continuidade do cenrio de incertezas econmicasrelacionadas retomada do crescimento da atividadedomstica deve coexistir com a trajetria de reduo doritmo de crescimento da carteira de crdito. Ademais,a substituio de passivos mais onerosos por dvidasmenos dispendiosas vem contribuindo para a reduogradual do comprometimento de renda tanto das famliascomo das empresas. Essa migrao para modalidadesde mais baixo risco deve contribuir para a reduo dainadimplncia, o que propicia melhores condies aoSFN para enfrentar possveis cenrios adversos taiscomo: i) baixa expanso da atividade econmica; ii)interrupo do crescimento da renda real das famlias;

    e iii) eventual elevao do desemprego.

    2.4 Rentabilidade

    No primeiro semestre de 2013, a tendncia de reduodas margens brutas de crdito apresentada nos ltimosanos, o menor apetite concesso de crdito pelos bancosprivados e o impacto negativo da marcao a mercado dacarteira de ttulos limitaram o crescimento do resultado deintermediaofinanceira. Em contrapartida, a reduo no

    volume de despesas com provises, fato que no ocorriadesde 2010, e o resultado obtido em uma operao no

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    Dez2007

    Jun2008

    Dez Jun2009

    Dez Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    Crditolivre

    Crditodirecionado

    Merc.capitais

    Merc.externo

    %

    Fontes: BCB, Cetip e IBGE

    Grfico 2.3.16 Endividamento PJPor fonte de recursos

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    Dez2007

    Jun2008

    Dez Jun2009

    Dez Jun2010

    Dez Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    Crditolivre

    Crditodirecionado

    Merc.capitais

    Merc.externo

    %

    Grfico 2.3.17 Comprometimento de renda PJPor fonte de recursos, mdia mvel 12 meses

    Fontes: BCB, Cetip e IBGE

    -1,0

    -0,5

    0,0

    0,5

    1,0

    1Trim2011

    3Trim

    1Trim2012

    3Trim

    1Trim2013

    3Trim

    Demanda Oferta

    1/ 3 trim 2013: demanda e oferta esperadas. Demais perodos: observadas.

    Grfico 2.3.15 ndice de condies de crditoDemanda xoferta das PME1/ Un.

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    26/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 25

    negociao gerou despesas de R$8,3 bilhes no perodoante R$2,2 bilhes de receitas em 2012. Alm disso,houve retrao de R$10,2 bilhes em 2012 para R$4,6bilhes no resultado com a venda definitiva de ttulos. Aelevao em rendas com outras operaes de tesouraria,como operaes compromissadas, foi insuficiente para

    compensar esses impactos.

    Alm do fraco resultado nas operaes de tesouraria,o crescimento moderado da carteira de crdito e amanuteno da presso sobre margens brutas restringiramo avano do resultado de intermediao financeira quevinha ocorrendo nos ltimos exerccios, a despeito dareduo das despesas de proviso.

    Conforme discutido na seo 2.3, a perda darepresentatividade de safras mais antigas e de menor

    qualidade na carteira total, e mudanas na composio dacarteira, privilegiando modalidades de menor risco, taiscomo crdito habitacional, crdito consignado, crditorural e repasses do BNDES, resultaram em melhora nainadimplncia no setor bancrio, em especial dos bancosprivados. Como consequncia, houve recuo nas despesasde proviso desses bancos nos doze meses findos emjunho de 2013. Assim, apesar da reduo da margembruta de crdito, a margem lquida dos bancos privadosavanou levemente. O mesmo no ocorreu em bancospblicos comerciais, que apresentaram margens bruta elquida mais baixas que em 2012 (grfico 2.4.2).

    Destaca-se que os bancos privados obtm margembruta de crdito mais elevada, uma vez que grande

    parte de suas operaes envolve maior risco que asde bancos pblicos, consequentemente, h exigncia

    recorrente38 contriburam para o acrscimo de R$4,7bilhes no LL e de 0,5 p.p. no RSPL. Desconsiderandoessa operao no recorrente, o LL permaneceria estvele o RSPL recuaria 0,6 p.p., de 13,4%, em dezembro de2012, para 12,8%, em junho de 2013 (tabela 2.4.1 egrfico 2.4.1).

    O incio da elevao da taxa bsica de juros e o consequente

    deslocamento da curva de juros, com aumento das taxasem todos os prazos, contriburam para a queda noresultado com ttulos e valores mobilirios. Em razo dasignificativa exposio prefixada em ttulos, o ajuste avalor de mercado atingiu R$20,3 bilhes negativos nosdoze meses findos em junho de 2013. Embora grandeparte dessa variao seja na carteira classificada comodisponvel para venda e, portanto, registrada diretamenteno patrimnio lquido, o ajuste proveniente de ttulos para

    38/ Em abril de 2013, o Banco do Brasil (BB) alienou parte de sua participao

    no BB seguridade, gerando um acrscimo de aproximadamente R$4,7bilhes no LL do sistema bancrio. A anlise de rentabilidade deste REFdesconsidera essa operao.

    10

    12

    14

    16

    18

    20

    0

    13

    26

    39

    52

    65

    Jun2011

    Set Dez Mar 2012

    Jun Set Dez Mar 2013

    Jun

    % R$ bilhes

    Lucro lquido: bancos privados (nacionais e estrangeiros)

    Lucro lquido: bancos pblicos comerciais

    Lucro decorrente da alienao do BB seguridade

    RSPL anual com o resultado da alienao do BB seguridade

    RSPL anual sem o resultado da alienao do BB seguridade

    Grfico 2.4.1 Lucro lquido e RSPL anualAcumulado nos ltimos doze meses

    Tabela 2.4.1 Composio do lucro lquidoR$ bilhes

    ltimos doze meses findos em

    Dez 2012 Jun 2013

    Resultado de intermediao bruto 246,9 250,4 3,5

    Desp. prov. p/ crdito, lq. reverses (91,7) (90,9) 0,7

    Resultado de intermediao lquido 155,2 159,5 4,3

    Receita de servios 87,7 92,3 4,6

    Despesas administrativas (163,9) (168,9) (5,0)

    Demais resultados operacionais (16,4) (20,3) (3,9)

    Itens extraordinrios (2,3) 6,3 8,6

    IR e CSLL (5,3) (9,2) (3,8)

    Lucro lquido 54,9 59,7 4,7

    Variaonominal

    4,0

    5,6

    7,2

    8,8

    10,4

    12,0

    Jun2011

    Set Dez Mar 2012

    Jun Set Dez Mar 2013

    Jun

    Bancos pblicos comerciais: margem bruta

    Bancos privados: margem bruta

    Bancos pblicos comerciais: margem lquida

    Bancos privados: margem lquida

    Grfico 2.4.2 Margem de crdito bruta e lquida deprovises, por controle acionrioAcumulado nos ltimos doze meses

    %

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    27/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 26

    de maior retorno. Incluindo-se o efeito das despesasde proviso, consideradas como medida de risco, adiferena entre as margens de crdito dos dois tiposde controle acionrio reduz-se de forma expressiva.Vale lembrar que outras caractersticas das operaestambm influenciam a diferena entre margens, como

    prazos e vinculao a direcionamento de recursos. Seusefeitos no foram segregados e, portanto, continuamafetando a margem lquida.

    Ainda concernente s margens de crdito, verificou-se, no primeiro semestre de 2013, que, diferentementedos bancos pblicos comerciais, os bancos privadosconseguiram compensar a reduo das receitas comreduo proporcional nos custos de captao. Isso devido, em parte, ao menor apetite ao crdito dessesltimos, que lhes permitiu uma maior otimizao da

    carteira passiva, privilegiando os instrumentos de custoefetivo mais baixo. Assim, a vantagem de bancos pblicoscomerciais sobre os demais em termos de custo decaptao reduziu-se para apenas 0,4 p.p. (grfico 2.4.3).Para o prximo semestre, os aumentos promovidos naSelic a partir de abril de 2013 devem refletir em aumentono custo de captao em todo o sistema bancrio.

    As menores margens obtidas pelos bancos pblicoscomerciais so compensadas, em parte, pela exclusividadeem servios de administrao de loterias e fundos diversos,como o Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS),o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste(FNE) e o Fundo Constitucional de Financiamento doNorte (FNO), que representaram R$6,4 bilhes em

    receitas nos doze meses findos em junho de 2013. Essaprerrogativa contribui para que as receitas desses servios

    sejam muito relevantes para a formao do resultadooperacional dos bancos pblicos comerciais, mesmoconsiderando as despesas operacionais a elas associadas.

    Ressalta-se que, em ambos os tipos de controle, asreceitas de servios tm progressivamente aumentado

    sua contribuio para gerao de resultado operacional,antes de descontadas as despesas administrativas. Entreessas receitas, sobressaiu-se, no primeiro semestre de2013, a ampliao das rendas de carto de crdito. Asrendas de tarifas bancrias mantm-se como a principalfonte de receita de servios, embora tenham perdidoflego devido ao menor volume de concesso de crdito(grfico 2.4.4).

    Alm do aumento de receitas com servios, ampliaram-seos ganhos com atividades seguradoras, previdenciriase de capitalizao, cuja participao no LL do sistemabancrio atingiu 15,4%. Observa-se que o resultado deR$8,4 bilhes dessas atividades incorporado ao sistemabancrio via equivalncia patrimonial39 (grfico 2.4.5).

    39/ Para a anlise do REF, considerou-se o resultado com seguro, previdncia

    e capitalizao dos seis maiores bancos BB, Ita, Bradesco, CaixaEconmica Federal (CAIXA), Santander e HSBC obtido nasdemonstraes contbeis publicadas.

    5

    9

    13

    17

    21

    25

    Jun2011

    Set Dez Mar 2012

    Jun Set Dez Mar 2013

    Jun

    Bancos pblicos comerciais: rentabilidade bruta das op. de crdito

    Bancos privados: rentabilidade bruta das operaes de crdito

    Bancos pblicos comerciais: custo de captao

    Bancos privados: custo de captao

    Grfico 2.4.3 Rentabilidade das operaes de crdito ecusto de captao, por controle acionrioAcumulado nos ltimos doze meses

    %

    5,9 6,9 8,0 8,4 8,5 11,9 12,5 13,2 13,4 13,5

    2,8 2,82,9 3,4 4,0 8,1 9,2 10,6

    11,8 12,41,9 2,12,2 2,3 2,5 5,2

    5,2 5,56,2 6,32,2 2,6

    2,8 2,9 3,15,5 5,8

    5,8 6,1 6,4

    0

    9

    18

    27

    36

    45

    Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    Jun2011

    Dez Jun2012

    Dez Jun2013

    Bancos pb licos comerc ia is Bancos pr ivados (naciona is eestrangeiros)

    Rendas de tarifas bancrias (PF e PJ)

    Rendas de carto de crdito

    Rendas de administrao de fundos de investimento

    Rendas de servios de cobrana

    Rendas de mercado de capitais

    Rendas de garantias prestadas

    Rendas de servios de arrecadaes e convnios

    Rendas de administrao de fundos, programas e loterias

    Rendas de outros servios

    Grfico 2.4.4 Contribuio das receitas de serviospara o resultado operacional (antes das desp. adm.)1/

    %

    1/ Os nmeros dentro dos rtulos expressam o valor, em R$ bilhes, da respectivareceita de servio nos ltimos doze meses.

  • 7/29/2019 BCB - Relatrio de Estabilidade Financeira - Set2013.pdf

    28/66

    Setembro 2013 | Relatrio de Estabilidade Financeira | 27

    No entanto, o crescimento das receitas no provenientesde juros e o esforo para a conteno de despesasadministrativas foram insuficientes para garantir melhorado ndice de eficincia operacional40 do sistema bancrio,que passou de 72,4% para 73,0% (grfico 2.4.6).

    A estrutura de despesas administrativas dos bancosprivados contribui para que eles obtenham melhoreficincia operacional que os bancos pblicos comerciais.Os bancos privados despendem menos que os demais,

    sobretudo com pessoal, para gerar o mesmo montanteem resultado operacional. Um dos motivos a maiorflexibilidade detida pelos primeiros para adequartempestivamente as despesas s suas estratgias.

    No primeiro semestre de 2013, enquanto os bancospblicos comerciais incrementaram despesas de pessoal ecom terceiros em R$3,