BESSA,Karla.a Teoria Queer e Os Desafios Às Molduras Do Olhar(2014)
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A Teoria queer e os desafios s molduras do olhar1
Karla Bessa2
Se preciso ainda hoje, apesar das ponderaes e crticas, destacar a fora original da
abordagem queer porque consta em suas potencialidades propor algo alm da in-cluso da
diversidade sexual, ou seja, propor estudos direciona-dos para novas identidades de gnero,
formas de conjugalidade, gestes, afetos, ou prticas erticas singulares. Ir alm da
visibi-lidade de evidncias de que existem outros modos de lidar com o corpo e os prazeres e
tentar des-exotizar nossa compreenso sobre estas prticas. Trata-se de expandir o carter de
atuao do gnero para alm dos palcos, questionando a existncia de um gnero primeiro, a
partir do qual se baseariam as manufaturas exageradas ou imperfeitas (o gnero fabricado nos
camarins ou nas salas de cirurgia).
Questiona-se assim os padres de perfeio e originalidade que constituem o pretenso
gnero verdadeiro e a respectiva sexu-alidade nele presumida. por isso que, na perspectiva
queer, uma mulher trans no menos mulher do que uma que tenha sido assim designada
desde o nascimento. A diferena poltica e no da ordem da natureza humana, o que nos
leva a outro impor-tante raciocnio queer: afinal, o que o humano em um mundo de buscas e
transformaes que fazem da tecnologia subjetiva e corporal um dilogo com outras
tecnologias criadas a partir das intervenes humanas, no tempo/espao de sua condio?
A constituio de uma anlise flmica interessada na perspectiva queer correu paralela e
em mtua sintonia com outros grandes temas e reas dos estudos feministas e de g-nero. A
crescente importncia dos estudos de cultura visual no interior da ampla rea dos estudos
1 BESSA, Karla . A Teoria queer e os desafios s molduras do olhar. Revista Cult, Sao Paulo, 03 ago. 2014. 2 Possui graduao em Histria pela Universidade Federal de Uberlndia (1990), Mestrado em Histria pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e Doutorado em Histria pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Tem experincia na rea de Histria Contempornea com Tese sobre as relaes entre a Produo Historiogrfica Brasileira e os Estudos de Gnero. Realizou estgios ps-doutorais na Universidade de Michigan (2004), Universidade de Lisboa (2008) e no Kings College London ( 2014). Foi Professora Visitante do Department of Film Studies, Kings College London (2010/2011). Dentre suas atividades de pesquisa vinculadas ao Ncleo de Estudos de Gnero PAGU, dedica-se ao estudo da cultura visual cinematogrfica contempornea e suas interconexes com os modos de produo de diferenas (gnero, raa, sexualidade, classe, escolaridade, geopoltica, etc). Coordena o Projeto CinePagu, que consiste na projeo de filmes, debates e seminrios relacionados aos estudos de gnero e sexualidade. As pesquisas desenvolvidas atualmente recobrem as seguintes reas: Histria Poltica, Estudos Culturais, Estudos de Gnero, Sexualidade, Teoria Queer e Estudos Flmicos.
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culturais e o desen-volvimento de algumas ferramentas conceituais para lidar com
representaes visuais gerou um promissor impulso no interior de outras reas de
conhecimento para pensarem a gesto das imagens de um ponto de vista ideolgico (num
primeiro momento) e, posteriormente, como discursos, ou seja, no mais inverso/distoro
de uma realidade exterior, mas o jogo de poder entre representaes em disputa.
Os primeiros estudos feministas na rea da crtica cinematogrfica datam dos anos 1970 e
abalaram o modo de pensar o filme, antes entrincheirado em teorias sobre realismo, autores,
gneros, marxismo e formalismo. Levantaram pergun-tas sobre quem produz, para qual
audincia e como utilizam os recursos tcnicos e culturais para construir uma imagtica e
narrativa flmica. Questionaram a presuno de valores e as atribuies de relao causal
direta entre atividade/passivida-de e masculinidades e feminilidades de modo estereotipado.
Esses estudos analisaram estruturas narrativas que mascaram, infantilizam e/ou idealizam
mulheres e homens e suas respec-tivas sexualidades. Pautaram-se por leituras psicanalticas,
para problematizarem a construo subjetiva das personagens e dos enredos. Penso aqui nos
trabalhos de Mary Ann Doane, Dana Polan, Teresa de Lauretis, Laura Mulvey, apenas para citar
as que conseguiram maior divulgao no meio acadmico, tanto pelo impacto de suas
pesquisas, quanto pelo modo como o mercado das citaes opera na produo acadmica.
A andrgina ngela Carne e Osso (Helena Ignez) no clssico marginal
No entanto, a tica dessas primeiras incurses pressupunha um foco, praticamente
universalizado: a maneira clssica de pensar gnero como uma relao entre
homens/mulheres, ainda que pluralizando a categoria mulher, mantendo pressupostos bsicos
da diviso entre sexo/gnero. Os efeitos dessa perspectiva no interior da anlise
cinematogrfica foram questionados, por exemplo, em pesquisas que mostravam o limite de
categorias co-mo male gaze (olhar masculino), formulada por Laura Mulvey, que no previa a
possibilidade de haver na audincia desejos con-siderados masculinos por parte de mulheres
lsbicas. O prazer de olhar e a fascinao com o corpo feminino em seus possveis contornos
poticos e erticos no era uma prerrogativa apenas de homens, muito menos seguia a
mesma lgica voyeurstica. No final dos anos 1980, Jane Ganes escreveu uma importante
crtica, sugerindo que pensar as opresses relativas a preferncias sexuais extrapola as crticas
marxistas aos mecanismos fetichis-tas do capitalismo, em especial, ao modo de analisar a
indstria cultural. Seu interesse, naquele momento, era construir uma viso que possibilitasse
perceber onde e como a racializao de corpos (negros, latinos, asiticos) interceptava e
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produzia reiteradas conexes relativas s hierarquizaes da organizao da sexualidade, para
alm da desigualdade de gnero.
O tema do corpo racializado e sexualizado volta em outro grande tema dos estudos
flmicos o debate sobre as estrelas de cinema. Se por um lado muitos estudos dessa poca
estavam preocupados com as suas estratgias de produo e circulao, Richard Dyer e Mandy
Merck interessaram-se sobretudo pelo fato de que certas personagens e seus respectivos
atores/atrizes passaram a fazer parte do imaginrio de subculturas, como os jogos de
identificaes de gays e lsbicas com atrizes como Judy Garland, Marilyn Monroe, Joan
Crawford, Marlene Dietrich e Paul Robeson. Ambiguidade, tenso ertica e o jogo de revela--
esconde desejos apresentam, nessas primeiras anlises, a importncia que tinha o ato de se
produzir, visto como imitao, base da noo performativa de gnero. Ao mesmo tempo, o
prazer visual adquirido atravs dessas e outras tantas estrelas hollywoodianas vinha de uma
certa compreenso partilhada de que entrelinhas de gestos e falas abriam oportunidades de
leituras queer dos dramas e sensibilidades encenados em primei-ro plano em termos
convencionais (solido, vnculo amoroso, paixo, desejo, fidelidade), deixando os desvios e
perverses apenas como possveis insinuaes.
No Brasil, temos o que eu chamaria de trade queer avant la lettre. No que tenham sido
produzidos inspirados pelos novos ventos dos festivais de diversidade sexual, o que seria uma
ana-cronia. Eu os considero queers por problematizarem cinematica-mente a sexualidade para
alm dos modelos do amor romntico, dos prazeres convencionais e do modo de tratar desejo
como algo restrito noo de conjugalidade baseada na monogamia e nas atraes e prazeres
direcionados para parceiros de sexo oposto. Alm disso, por deslocarem o lugar comum do
jogo masculino/feminino e por problematizarem a relao entre sexualidade, poltica e formas
de dominao que se exercem conjugando polticas racializantes e instituio da famlia como
instituio heteronormativa, enfim, por no fazerem concesses, docilizando corpos e desejos
para o conforto da audincia.
A insacivel e voraz ngela Carne e Osso (Helena Ignez), do filme de A mulher de todos
(Rogrio Sganzerla, 1969), uma personagem mpar no nosso cinema brasileiro. Representa
ao meu ver um chamado importante para o debate sobre o quanto a sexualidade pesa na
constituio de valores morais prescritos na noo de ordem e progresso. A estratgia cnica,
simples e sem grandes tores metafricas, consistiu no uso do charuto como objeto flico,
que dimensiona o apetite sexual desenfre-ado de ngela na ordem de sua virilidade. Sua
masculinidade libidinal a torna um ser andrgino, perigosa porque indomvel e, ao mesmo
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tempo, uma travesti sem que essa travestilidade ganhe visibilidade em termos de gnero ou
de orientao do desejo. A fantasiosa ilha dos prazeres permite o jogo entre gne-ro e
sexualidade. No entanto, para meu desgosto, a nica cena (rpida) lsbica do filme veio
marcada por um bvio travesti-mento, enquadrada em tom de orgia. Alegoria poltica ou no,
as aventuras sexuais de ngela carne e osso, alm de provocarem os limites de idealizaes de
feminilidades e masculinidades, tanto corpreas quanto simblicas, abrem-se para uma
apre-ciao sobre fetiche (a primeira cena um selo nesta direo) e voyeurismo. As tomadas
e sua respectiva edio surpreendem, quando, por exemplo, a personagem encara a
cmera/espectador, como quem diz eu sei que estou sendo vista, quebrando o clmax,
insistindo na performatividade de suas experincias. Destitui assim, a oniscincia do narrador
em off que conduz o sentido do que se d a ver de Angela. Sua fora vibrante repousa
exatamente nesse complemento: carnal, sem sentimentalismos, essencialismos, sem se
aprisionar a categorizaes.
Milton Gonalves representa a rainha drag do filme A Rainha Diaba (1974), de Antonio
Carlos da Fontoura
Alm de ngela, tivemos tambm a Rainha Diaba (Antonio Carlos da Fontoura, 1974).
Nossa rainha (Milton Gonalves) desdramatiza sua condio marginal de negra, gay, drag e
se-nhor do trfico. A atuao de Milton Gonalves evidencia o jogo de ambiguidades entre
masculinidades e feminilidades que gera, deliberadamente ou no, instabilidade de gnero. As
oscilaes entre docilidade e rudeza, meiguice e excentricidade (sem medo de ser
carnavalesca enquanto administra duramente seus aliados e subordinados) criam o
estranhamento. No es-tamos diante de algo (algum) comum. Uma festa de travestis colore a
tela de plumas e paets. uma das cenas mais belas do filme, tanto por trazer vida e alegria ao
sbrio mundo do crime desvirilizando a imagem do traficante, bandido, marginal, cuja
masculinidade inscrita na ordem do jogo violncia gera poder quanto por revelar uma
outra esfera de sociabilidade, irmandade, criando camadas de submundo dentro do
submun-do. Quem so os pares da Rainha? A narrativa no aprofunda, mas d a entender que
os laos que sustentam e estabilizam as relaes no passam pelo crivo de instituies como a
famlia; nem mesmo a parceria amorosa est atada a parcerias sexuais. O rearranjo da noo
de pertencimento, confiana e solida-riedade passa pela condio limite de exposio
fragilidade e precariedade da travestilidade. O filme no nenhum libelo poltico sobre vida e
condio travesti, no tem inteno de representar demandas de afirmao. Expe com
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despudor a ambiguidade e ambivalncia de valores, por isso, no vitimiza ou culpabiliza o jogo
de violncias que toma conta do morro. Desmoraliza tanto a sexualidade quanto a vontade de
poder. Leva a situao ao extremo, margem da margem.
Finalmente temos Bauer, ou melhor, a luta de Vera (1986) para viver Bauer. O filme de
Srgio Toledo talvez seja o mais reconhecido internacionalmente como parte da rara
filmografia at a dcada de 1980 a abordar o tema da transexualidade. A personagem instiga
pelo grau de seriedade e certeza quanto ao modo como quer viver sua sexualidade e seu
corpo. Desconcerta justamente a, onde pensamos que pudesse haver um lado c-modo na
busca por um conforto afirmativo de gnero. O que Vera/Bauer apresenta em pormenores o
cotidiano, o detalhe da coero estabilidade de gnero. Ser feminina na busca da harmonia
com o corpo, como sendo o biolgico o determinante da conduta, da vestimenta, do gesto,
requer um trabalho cont-nuo de educao, autopercepo. As insistncias da instituio
FEBEM para evitar a masculinizao das meninas internas, tornam visveis tanto as estratgias
de disciplinarizao que mar-cam a constituio do corpo generificado (definido em termos de
gnero) quanto insinuam o desprezo para com o prprio corpo feminino, passvel das
violncias invisveis dos servidores que as guardam e, supostamente, protegem.
As crises da personagem com as marcas sexuais, escamote-adas com vestimentas, que a
tornam aos olhos dos outros uma mulher (seios, vagina) ficam mais doloridas quando, no
contato ertico-amoroso, sua parceira Clara cobra acesso ttil e visual ao seu corpo. Dar-se ao
toque naquilo que convencionalmente constitui o feminino, ainda que por prazer ou amor, era
sentido por Bauer como uma violao. A materialidade que a constitui a oprime. Ela percebe
sada na interveno e transformao, via cirurgia. Algo inacessvel, dada a sua condio de ex-
detenta e subempregada. A carne o limite quando o simblico desmo-rona. Os amparos,
oriundos das personagens que lhe acolhem nessa angustiante travessia, so insuficientes
porque o drama, vivido por Bauer no singular, requer condies sociais comple-tamente
ausentes de sua perspectiva naquele momento. Se Bauer no tem espao para viver em Vera e
Vera no sabe viver sem Bauer, encurtar o sofrimento parece ser a nica porta vivel
personagem. No entanto, a narrativa conduz a um final com um toque de mistrio.
Vera/Bauer tentou nos sensibilizar para algo que, no final dos anos 1980, estava
formulando um novo vocabulrio. Quase duas dcadas depois, a presena de transexuais e
transgneros em filmes mudou muito. Hoje h mais de duzentos e cinquen-ta e seis festivais
dedicados cultura e filmografia GLBTQ. Destes, pelo menos uns treze esto em
funcionamento na Amrica do Sul (Argentina, Venezuela, Colmbia, Peru, Chile, Bolvia,
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Uruguai, Brasil). Na dcada de 1990, o Mix Brasil da Diversidade foi o grande pioneiro; na
ltima dcada, vimos pi-pocar, em diferentes estados, festivais e mostras (algumas
competitivas, outras no) que promovem direta ou indireta-mente exibies e debates em
torno de gnero, sexualidade e diversidade sexual. Dentre as vrias iniciativas eu citaria o For
Rainbow e o Curta o Gnero de Fortaleza, o DIV.A (dedicado animao), Mostra Possveis
Sexualidades de Salvador, Festival CLOSE (Porto Alegre), Rio Festival Gay de Cinema (R.J).
Alguns so iniciativas de grupos GLBTQ outros de estudantes/pesqui-sadores (Cinepagu
Unicamp); ou de ONGs e institutos de arte e cultura (Drago do Mar, Fbrica de Imagens).
Final dos anos 1950 na Casa Susanna, sociedade secreta onde era possvel romper os papeis de
gnero tradicionais da poca.
Um dos focos principais dos festivais criados no Brasil, mas no s aqui, a relao entre
poltica sexual e direitos huma-nos. Talvez seja por isso que filmes como o encantador curta
metragem O olho e o zarolho (J. Vicente & R. Guerra, 2013), o surpreendente O amor que no
ousa dizer seu nome (Barbara Roma, 2013), bem como o experimental e irreverente Vestido
de Laerte (Cludia Priscilla e Pedro Marques, 2012) tenham sen-sibilizado uma plateia ampla
de frequentadores desses festivais. Nessa direo, falta maior investimento em arquivos que
tragam para esses novos espaos de projeo a histria das produes audiovisuais
independentes, como por exemplo, o importante trabalho produzido por Rita Moreira.
H uma esttica queer? Esta pergunta j fora formulada logo no incio da criao dos
festivais (esttica gay) e reformu-lada a partir do debate iniciado nos anos 1990 com B. Ruby
Rich, sobre o New Queer Cinema. Ainda hoje se pergunta o que foi/ novo no cinema queer.
No vejo consenso entre os diversos autores que se dispuseram a qualificar a esttica ou a
proposta poltica para um cinema queer; definir o que seria circunscrever um potencial que
pode nos surpreender. Afinal, trata-se de um campo de invenes, mais do que da indstria
cinematogrfica em si ou das grandes corporaes miditicas. A qualidade primordial: filmes
que problemati-zem nossas convenes e verdades acerca da sexualidade e do gnero,
rompendo binarismos (homem versus mulher, heterossexualidade versus
homossexualidade etc).
Uma das razes para o crescimento do cinema queer em vrios pases nos ltimos anos
foi o barateamento da produo flmica com o uso de cmeras digitais e softwares de edio.
A ideia na cabea e a cmera na mo continua sendo um potencial transgressor que libera a
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criatividade para fora dos esquemas narrativos e cinemticos dos filmes de alto custo,
produzidos nos grandes estdios de cinema. Outro fator que impulsionou a produo foi o
contexto da AIDS nos anos 1980 e a tentativa de dar novos significados e formular outras
representaes para os estigmas que marcaram a correlao entre homossexualidade e
doena. Em termos de Brasil, eu agregaria a estes fatores levan-tados por Rich o fato de que
temos vivido nos ltimos anos uma terrvel contradio. A presena miditica, em especial
atravs da TV, de programas como Big Brother, novelas, sries dos ca-nais fechados, que
fazem uma espetacularizao da imagem de personagens, gestos (toda a mdia em torno do
beijo gay/lsbico da novela das oito) que, se por um lado ajudam na promoo da
visibilidade dos que questionam a normatizao da heteros-sexualidade, por outro
desencadeam reaes violentas, como perseguies polticas e ataques verbais por parte de
religiosos ortodoxos que consideram qualquer sexualidade/afetividade fora da norma uma
afronta e instigam seus fiis prtica do assdio moral e da vigilncia coercitiva.
Diversificam-se os meios de produo/divulgao de ima-gens, narrativas da cultura
audiovisual e do cinema digital. Crescem as formas de compartilhamento de toda essa
produ-o atravs de redes sociais em diferentes formatos de telas, das menores, como as de
celulares, s maiores, os cinemas. Por isso mesmo, cresce a disputa e acirram-se as lutas no
campo das re-presentaes. O apelo da crtica queer justamente o de sensibili-zar nosso
olhar para enfrentar esses novos campos de batalha.