Bio18bx

download Bio18bx

of 48

Transcript of Bio18bx

  • 8/12/2019 Bio18bx

    1/48

    18Primeiros mil dias da crianajanela de oportunidades

    Qualidade do sono e obesidadeuma estreita relao

    Vitamina Dqual a dose diria que precisamos?

    Publicao

    destinada

    aos

    Profiss

    ionais

    de

    Sade

    a

    no

    6n

    18j

    unho

    2013S

    o

    Paulo

    I

    SSN2

    176-846

    3

    As bases de umaslida associao

    Fitoesteris

    e sadecardiovascular

  • 8/12/2019 Bio18bx

    2/48

    nestl

    Juan Carlos Marroqun

    Presidente da Nestl Brasil

    Direo Editorial:Juan Carlos Marroqun, Lilian Miranda e Clia Suzuki

    Consultor Editorial:Claudio Galperin

    Colaboradores:Juliana Lofrese, Maria Helena Sato, Mariana Kanki, Silvia Rodrigues, Henrique Vianna, Roberta Portes, Monica Neves e Vivian Vasconcelos

    Editor:Claudio Galperin Jornalista Responsvel:Flvia Benvenga (MTb 17.339)Assistente Editorial:Maria Fernanda Elias Llanos

    Assistente de Redao:Betina Galperin Edio de Arte e Pr-Media:DLippi Comunicao Integrada (11) 3031.2900 Direo de Arte:Rosalina Sasaki

    Arte Final:Ricardo Lugo Fotografia:Egydio Zuanazzi, Thinkstock e Shutterstock Capa: Shutterstock Reviso:J Santucci

    Impresso:Matavelli Tiragem: 30.000 exemplares

    A nutrio no centro da vida

    A revista Nestl Bio um produto informativo da Nestl Brasil destinado a promover pesquisas e prticas no campo da Cincia da Nutrio realizadas no pas e no exterior, sob os cuidados de um criterioso processo editorial.Alinhada ao histrico papel da Nestl no apoio difuso da informao cientfica, a revista abre espao para a diversidade de opinies, que consideramos ser essencial para o intercmbio de i deias e conceitos inovadores.

    As declaraes expressas na revista no refletem necessariamente o posicionamento institucional da Companhia com relao aos temas tratados.

    editorial

    Desde muito cedo, em sua histria, a Nestl foi ao encontro de sua principal vocao: traduzir conhecimento

    cientfico em produtos nutricionais que melhoram a qualidade de vida de pessoas em todas as fases do desen-

    volvimento e em todos os momentos de consumo.Nesta edio da Nestl Bio, a importncia da pesquisa acadmica na rea da nutrio est exemplificada de

    maneira notvel pela contribuio de Marco Tulio de Mello e Murilo Datillo do Departamento de Psicobiologia

    da UNIFESP que abordam a intrigante relao entre a qualidade do sono e a obesidade.

    Por sua vez, o pediatra Rubens Feferbaum e a nutricionista Patrcia Zamberlan, ambos da Faculdade de Medi -

    cina da USP, discutem como os primeiros mil dias de vida influenciam de maneira determinante a sade da

    criana ao longo de sua vida.

    Nesta edio, encontramos ainda a reviso da nutricionista Maria Fernanda Llanos, da Faculdade de Sade P-

    blica da USP, sobre ingesto de caf e sade; o ponto de vista do doutor Srgio Setsuo Maeda, da Faculdade de Ci-

    ncias Mdicas da Santa Casa de So Paulo, sobre a dose diria que necessitamos de vitamina D; e a reflexo da

    nutricionista Adriana Garfo, da Unifesp, sobre o uso de suplementos multivitamnicos na preveno do cncer.

    Finalmente, este nmero da Nestl Biotem o privilgio de contar com o artigo das doutoras Ana Maria Pita Lot-

    tenberg e Renata Assis Bombo, ambas da Faculdade de Medicina da USP, que analisa criticamente a ao dos

    fitoesteris na sade humana.

    Esperamos que o conhecimento difundido por meio da nossa revista possa continuar estimulando profissionais

    de sade que nos acompanham em todo o Brasil.

    A todos, uma boa leitura

  • 8/12/2019 Bio18bx

    3/48

    Aguardamos seus comentrios e sugestes

    no e-mail [email protected], com

    seu nome completo, registro profissional,

    local de trabalho e cidade de origem.

    Trechos das mensagens podero ser

    eventualmente publicados.

    NDICE

    intercmbio

    nestl

    ou nutrc onsta e coor ena ora o

    curso tcnico em Nutrio e Diettica

    da ETEC Presidente Vargas. Gostaria de

    rece er a est otambm na esco-

    la, pois trabalho as publicaes com

    meus alunos.an ra

    og a ruzes

    Desde o incio de sua publicao, tenho

    recebido e colecionado os exemplares

    da Revista Nestl Bio, que considero

    excelente e muito til para o desen-

    vo v mento e pesqu sas em

    minha rea de atuao.

    r ene

    amp nas

    Recebi a Revista Nestl Bio

    quero parabenizar pelo trab

    pre impecvel.

    ey a

    a va or

    Sou nutricionista e trabalho no hospital

    da Secretaria de Sade do Estado de

    Natal. Tive a oportunidade de conhecer

    a ev sta est o, com assuntos

    em var a os e temas atua za os,

    que despertaram meu interesse.

    Maria Jos

    ata

    36resultadoO Prmio Nestl de Criao de

    Valor Compartilhado, edio 2012,

    premiou a Fundacin Paraguaya

    de Cooperacin y Desarrollo,

    que promove a educao e

    o empreendedorismo entre

    os jovens.

    04palavraDr. Marco Tulio de Mello e o

    nutricionista Murilo Datillo, do

    Departamento de Psicobiologia

    da UNIFESP, esclarecem os

    aspectos que associam privao

    do sono e obesidade.

    8focoCaf: conhea as evidncias

    que fundamentam a

    relao do caf

    e sade.

    22nutrio e culturaConhecido como o mais lento

    dos cozimentos, o banho-maria

    um mtodo de preparo antigo

    e simples.

    14conhecerDr. Rubens Feferbaum e a

    nutricionista Patrcia Zamberlan,

    da Faculdade de Medicina da USP,

    discutem os mil dias que definem

    a sade futura da criana: a

    janela de oportunidades.

    21calendrioConfira os prximos encontros,

    congressos e simpsios voltados

    para temas ligados nutrio.

    27ponto de vistaVitamina D: qual a dose diria

    que precisamos? A opinio do dr.

    Sergio Setsuo Maeda, professor

    assistente da Faculdade de

    Cincias Mdicas da Santa

    Casa de So Paulo.

    28qualidadeConhea a linha de produtos

    lcteos da Nestl com adio

    de fitosteris vegetais, que

    auxiliam na reduo da absoro

    de colesterol.

    31capaDr. Ana Maria Pita Lottenberg e

    Renata Assis Bombo, da Faculdadede Medicina da USP, apresentam

    os estudos que verificam a

    associao entre fitosteris e

    sade cardiovascular.

    42sabor e sadeFenmeno natural e complexo,

    a fermentao no foi criada

    pelo homem. Foi ele, porm, que

    aprendeu a controlar o processo

    para, dentre outras razes,

    conservar os alimentos.

    46leitura crticaUso de suplementos

    multivitamnicos na preveno

    do cncer.

  • 8/12/2019 Bio18bx

    4/48

    palavra

    por_ Maria Fernanda Elias Llanos

  • 8/12/2019 Bio18bx

    5/48

    palavra 5

    Apesar do conhecimento de que as alteraes no

    binmio ingesto-dispndio energtico sejam res-

    ponsveis pela epidemia de obesidade atual, os fato-

    res que acarretam o balano energtico positivo aindano foram completamente elucidados.

    Nos ltimos anos, um nmero grande de evi-

    dncias demonstrou que modificaes no padro e

    eficincia do sono, induzidas por variaes no ciclo so-

    no-viglia, podem afetar significativamente as duas va-

    riveis do binmio e aumentar o risco para obesidade.

    Tradicionalmente, as pesquisas sobre o sono tm

    como foco principal as consequncias cognitivas as-

    sociadas, devido crena de que a qualidade do repou-

    A palavra do prof. dr. Marco Tulio de Mello

    so essencial apenas para a manuteno das funes

    cerebrais. Entretanto, as investigaes avanaram

    muito e ampliaram seu espectro visando estudar o im-

    pacto da falta de sono sobre o sistema fisiolgico de

    maneira ampla.

    Assim, os resultados de estudos epidemiolgi-

    cos, laboratoriais e metanlises conduzidos na atuali-

    dade oferecem cada vez mais certeza que a restrio

    parcial do sono resulta em alteraes metablicas que

    podem contribuir para o desenvolvimento, no apenas

    de obesidade, mas tambm de resistncia insulina, adiabetes e doenas cardiovasculares.

    As demandas e oportunidades proporcionadas

    pelo estilo de vida moderno fazem com que a reduo

    do tempo de sono seja fato comum entre as popula-

    es. Uma pesquisa executada em 2009, pelo National

    Sleep Foundation (EUA), demonstrou que os adultos

    norte-americanos dormem cerca de 6 horas e 40 mi-

    nutos de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana,

    a durao do sono aumenta para 7 horas e 7 minutos.

    A obesidade uma patologia crnica que engloba

    aspectos sociais, comportamentais, culturais,

    psicolgicos, metablicos e genticos.

    Qualidade do sono e obesidade:

  • 8/12/2019 Bio18bx

    6/48

    6 palavra

    Para efeito de comparao, a durao mdia de

    sono dos adultos em 1960 era de 8,5 horas, indicando

    uma diminuio de 1,5 a 2 horas de sono, nos ltimos

    40 anos. A proporo de adultos jovens com perodo de

    sono inferior a 7 horas por dia aumentou consideravel-

    mente, passando de 15,6% em 1960 para 43% em 2009.

    No Brasil, foi constatado, por meio de autorrelato

    da populao, que a durao do sono sofreu reduo

    mdia de 0,3 horas, entre os anos de 1987 e 2007.Para esclarecer os aspectos que associam pri-

    vao do sono e obesidade, a Revista Nestl Bio con-

    versou com o prof. dr. Marco Tulio de Mello, do Departa-

    mento de Psicobiologia, da Universidade Federal de So

    Paulo (UNIFESP). A entrevista contou tambm com a

    colaborao do nutricionista Murilo Datillo, que possui

    Mestrado em Psicobiologia pela UNIFESP.

    O que os pesquisadores consideram um padro de

    sono saudvel?

    Com relao quantidade de sono, a recomen-

    dao mdia populacional est situada entre 7 e 8

    horas. Mas se sabe que alguns indivduos requerem

    mais horas e outros menos. Alm da quantidade, as

    fases do sono precisam estar em equilbrio. Deveocorrer tanto o sono REM (sono profundo, associado

    com consolidao da memria) quanto o sono No

    REM (associado com a recuperao fsica), ambos

    em quantidades adequadas.

    A populao brasileira mantm esse padro?

    A sociedade moderna apresenta um importantequadro de restrio crnica de sono, no apenas no

    Brasil, mas em todo o mundo. Isso ocorre devido

    soma de vrios fatores, como uso de internet, televi-

    so, festas e trabalhos em esquemas de turnos.

    De quando datam os estudos que associam obesidade

    e durao do sono?

    As pesquisas sobre essa temtica iniciaram em

    2000, a partir da investigao da associao entre o

    tempo de sono gasto para assistir televiso, durao

    do sono e obesidade de pessoas residentes em Valn-

    cia, na Espanha.

    Por que as alteraes do sono podem implicar aumento

    de peso?O sono, tanto em termos de quantidade quanto

    em qualidade, capaz de influenciar de maneira muito

    significante a secreo de hormnios e o metabolismo.

    O resultado disso o aumento da fome, diminuio da

    saciedade, prejuzo na perda de gordura e, ao mesmo

    tempo, facilitao do acmulo de gordura pelo organis-

    mo, contribuindo para o desenvolvimento da obesidade.

    As evidncias se aplicam a jovens e adultos?

    Sim, as mesmas alteraes metablicas foram

    identificadas nas duas populaes.

    De que maneira o sono interfere no mecanismo da sa-

    ciedade?

    O dbito de sono est associado com o aumento

    de grelina e com a reduo de leptina. A grelina um

    hormnio que aumenta a fome e o consumo alimentar,

    alm de diminuir a queima de gordura. Por outro lado, a

  • 8/12/2019 Bio18bx

    7/48

    palavra 7

    leptina um hormnio que estimula a saciedade e di-

    minui o consumo alimentar, alm de aumentar a quei-

    ma de gordura. A partir da restrio do sono, portanto, o

    indivduo passa a sentir mais fome e menor saciedade.

    Vale lembrar que ele tambm passa a ter preferncias

    por alimentos com maior teor energtico.

    Por qu?

    Os mecanismos ainda no foram totalmente es-clarecidos, mas a hiptese que seja em decorrncia

    das alteraes hormonais descritas anteriormente. A

    privao do sono estimularia os indivduos a escolher

    aqueles alimentos que fornecem maior quantidade de

    energia e de maneira mais instantnea.

    A m qualidade do sono pode interferir no gasto ener-

    gtico?

    Sim, pode. Os pesquisadores acreditam que o

    mecanismo tambm esteja relacionado alterao no

    perfil de secreo hormonal (leptina e grelina). Mas

    ainda no possvel afirmar.

    O senhor poderia explicar a relao com o controle gli-

    cmico?A restrio do sono promove ativao do Sistema

    Nervoso Autnomo Simptico, o qual regula as situaes

    de estresse. Devido a essa ativao, h prejuzos na se-

    creo de insulina pelo pncreas hormnio responsvel

    por estimular a entrada da glicose nas clulas muscula-

    res e do tecido adiposo. Consequentemente, a captao

    de glicose pelas clulas, que dependem de insulina paradesempenhar tal ao, tambm fica prejudicada.

    Como fica a sade das pessoas que trabalham noite?

    Os trabalhadores noturnos, ou os que revezam en-

    trem turnos, sofrem alteraes no ciclo circadiano que

    podem acarretar maior risco para obesidade, diabetes

    mellitus tipo 2, elevao do triglicrides e LDL-colesterol,

    doenas cardiovasculares e hipertenso arterial.

    [1] Zimberg IZ, Dmaso A, Del Re M et al. Short sleep duration and obesity: mechanisms and future perspectives. Cell Biochem Funct 2012; 30: 524529.REFERNCIAS

    Existem maneiras de minimizar os impactos negativos

    causados por esse estilo de vida?

    Os riscos poderiam ser reduzidos por meio da

    prtica regular de exerccios fsicos e alimentao

    equilibrada, pois ambos esto associados com re-

    percusses metablicas e fisiolgicas que se opem

    quelas impostas pela restrio de sono.

    Alm dos mecanismos citados anteriormente, h ou-tros que poderiam associar a privao do sono com

    obesidade?

    Sim. Um fator que tambm pode contribuir para

    esse fenmeno a diminuio da taxa de metabolismo

    basal, principalmente nos dias subsequentes restrio

    de sono. Outra questo investigada envolve os nveis

    circulantes de citocinas, mas os resultados ainda so

    contraditrios, j que as pesquisas so relativamente

    novas e, na grande maioria, com nmero amostral pe-

    queno. Alm disso, os aspectos metodolgicos dos en-

    saios poderiam justificar a divergncia nos resultados.

    Quais so as perspectivas futuras dos estudos de bio-

    logia do sono?

    Conjuntamente com a investigao das repercus-ses negativas que o dbito de sono produz ao organis-

    mo, se faz necessrio compreender quais intervenes

    tm efeito potencial para reverter tais danos. Mas, para

    tanto, os pesquisadores partem do princpio que au-

    mentar a quantidade de sono na populao uma tarefa

    praticamente impossvel. Acredito que, em um primeiro

    momento, os estudos deveriam permanecer investigan-do quais so os outros fatores/hormnios que podem

    contribuir para as alteraes metablicas. O segundo

    passo seria trabalhar para minimizar os prejuzos.

  • 8/12/2019 Bio18bx

    8/48

    consumo habitual erelao com a sade

    foco

    Conforme descreve a lenda, a primeira xcara de caf teria sido

    consumida no sculo 9 por um pastor de cabras etope chamado Kaldi.

    O rapaz notou que seu rebanho se tornava mais energtico quando co-

    mia pequenos frutos vermelhos de determinada planta (1).

    Kaldi colheu algumas amostras e as levou para o homem santo

    da regio, que, em sinal de desaprovao, arremessou todas ao fogo. Oaroma exalado foi to delicioso que os homens recolheram rapidamen-

    te os gros, visando tritur-los e mistur-los com gua para beber (1).

    Mas foi apenas no sculo 15 que as primeiras evidncias sobre o

    consumo de caf foram realmente confirmadas, quando os monges Su-

    fis desfrutaram da bebida na regio do atual Imen. Depois, a popula-

    o tomou conhecimento do caf por meio das cafeterias primitivas no

    Cairo e Meca, sendo que os desbravadores logo passaram a introduzi-la

    em diversas regies do globo (1).

    Caf:por_ Maria Fernanda Elias Llanos

  • 8/12/2019 Bio18bx

    9/48

    foco 9

    Componentes do caf quepodem afetar a sade humana.

    Cafena

    Esse alcaloide purnico (1,3,7-trimetilxantina)

    parece exercer seus efeitos biolgicos por meio do

    antagonismo dos receptores de adenosina reconhe-

    cido neuromodulador endgeno com funo inibidora.

    Assim, alguns efeitos fisiolgicos associados com a

    administrao da cafena incluem estimulao do sis-

    tema nervoso central (SNC), elevao da presso arte-

    rial, aumento da taxa metablica e da diurese (5).A cafena absorvida rapidamente pelo estma-

    go e intestino delgado e distribuda para todos os teci-

    dos, incluindo a regio cerebral. O metabolismo inicial

    ocorre no fgado, com a atividade do citocromo P450

    (isoforma CYP1A2) (5).

    A concentrao da substncia no caf pode va-

    riar consideravelmente. Uma anlise feita nos EstadosUnidos, utilizando 14 amostras da bebida adquiridas

    em estabelecimentos comerciais distintos, concluiu

    que a quantidade de cafena em 240 ml da bebida pre-

    parada por infuso oscila entre 72 mg e 130 mg. Em

    amostras de caf expresso, a variao situou-se entre

    58 mg e 76 mg por dose (50 ml) (6).

    O estudo referido demonstrou tambm que o con-

    tedo de cafena de uma mesma opo de caf, com-

    prada em um nico estabelecimento comercial durante

    6 dias distintos, variou entre 130 mg e 282 mg (por-

    o de 240 ml) (6).

    Na atualidade, o cultivo das plantas destinadas

    para comercializao ocorre na regio entre os trpicosde Cncer e Capricrnio, conhecida como cinturo do

    caf. O terreno exige solo poroso, temperatura constan-

    te entre 18C e 24C, com incidncia solar e ndice plu-

    vial moderados, sendo que os dez maiores produtores

    so: Brasil, Colmbia, Indonsia, Vietn, Mxico, Etipia,

    ndia, Guatemala, Costa do Marfim e Uganda (2).

    O caf considerado uma das bebidas mais con-

    sumidas no mundo e, apesar de os atributos associa-

    dos a aroma e sabor serem os mais exaltados, o con-

    tedo de cafena presente na preparao tambm tem

    sua popularidade, principalmente, por sua relao com

    o aumento do estado de alerta e sade (3).

    No passado, as limitaes metodolgicas de pes-

    quisas que incluem presena de cofatores como hbito

    de fumar e sedentarismo foram responsveis por da-dos inconclusivos e questionamentos exacerbados so-

    bre os prejuzos potenciais da bebida para a sade (3).

    Mais tarde, os ajustes nos procedimentos per-

    mitiram isolar esses cofatores e associar o consumo

    habitual de caf com a reduo do risco para vrias

    doenas crnicas (4).

    A cafena apenas um dos diversos elementosda complexa mistura de componentes que configura a

    relao caf e sade.

    Os cidos clorognicos figuram

    entre os principais constituintesfenlicos responsveis pela aoantioxidativa dos cafs.

  • 8/12/2019 Bio18bx

    10/48

    10 foco

    fontes desse elemento na dieta humana, sendo que 200

    ml pode conter entre 20 mg e 675 mg, dependendo da

    espcie de caf e das condies de processamento (9).

    Cerca de 2/3 do cido clorognico ingerido atingem

    o coln, so metabolizados pela microflora e hidrolisados

    em cidos cafico e qunico. Para o consumidor frequentede caf, a bebida representa a fonte diettica mais rica

    nesses compostos fenlicos (10).

    Mesmo que os cidos clorognico e cafico de-

    monstrem atividade antioxidante in vitro, ainda no foi

    esclarecido o nvel de contribuio in vivo, j que ambas

    substncias so amplamente metabolizadas e seus me-

    tablitos possuem ao antioxidante consideravelmen-

    te inferior (10).

    Micronutrientes

    Diversos micronutrientes encontrados no caf,

    incluindo magnsio, potssio e niacina, podem contri-

    buir para os efeitos sade associados ao consumo

    regular da bebida.

    Segundo o USDA Nutrient Database, 240 ml da pre-

    parao feita por infuso contribui com 7 mg de magnsio

    e 30 ml de caf expresso com 24 mg do mesmo nutriente.

    Assim, 1 xcara de caf poderia contribuir de 1% a 5% da

    Estudo publicado no New England Journal

    of Medicinemostrou associao inversaentre o consumo de caf e mortes

    resultantes de doenas cardiovasculares.

    Cafestol e kahweol

    Considerados fatores associados elevao do co-lesterol srico total e LDL-C, esses dois diterpenos so ex-

    trados do caf modo durante o processo de infuso (7).

    Os mecanismos dos efeitos do cafestol e kahweol

    sobre o metabolismo das lipoprotenas anda no foram

    totalmente esclarecidos, entretanto, estudos mostram

    que grande parte desses dois componentes removi-

    da quando a bebida escoa pelo filtro de papel (7).Estudos mostram tambm que os dois diter-

    penos podem produzir efeitos anticarcinognicos,

    incluindo a inibio da atividade enzimtica da fase I

    (envolvida na ativao da carcinognese) e induo

    das enzimas da fase II (associadas na detoxificao

    do carcingeno), assim como na estimulao dos me-

    canismos de defesa antioxidante intracelular (5).

    Em pases como Escandinvia, Turquia e Frana,

    onde o caf no preparado com coador, as concen-

    traes de cafestol e kahweol na bebida so elevadas,

    variando entre 6 mg e 12 mg por xcara (8).

    Por outro lado, cafs filtrados, instantneos e

    percolados contm teores baixos das substncias, o

    equivalente a 0,2 mg a 0,6 mg por xcara (8).

    Apesar da concentrao de dipertenos ser relati-vamente alta em cafs expressos, o tamanho reduzido

    da poro faz com que a bebida se torne uma fonte in-

    termediria de cafestol e kahweol (aproximadamente

    4 mg por xcara) (8).

    cidos Clorognico e Cafico

    Os cidos clorognicos figuram entre os principais

    constituintes fenlicos responsveis pela ao antioxi-

    dativa dos cafs. A bebida uma das mais importantes

  • 8/12/2019 Bio18bx

    11/48

    foco 11

    recomendao diria para homens adultos, segundo as

    Recommended Dietary Allowances (RDA) (11).Para potssio, 240 ml de infuso e 30 ml de expres-

    so contm de 116 mg e 34 mg, respectivamente, sugerin-

    do uma contribuio de 1% a 2% de ingesto diria adequa-

    da para homens adultos (Adequade Intake AI) (11).

    A contribuio de niacina pode variar entre 6% e

    18% do RDA para homens adultos, j que 1 xcara da in-

    fuso fornece de 1 mg a 3 mg de cido nicotnico (11).

    Evidncias cientficasMortalidade

    Um estudo prospectivo, publicado no New En-

    gland Journal of Medicine em 2012, examinou a as-

    sociao entre o consumo de caf e a mortalidade total

    e causal subsequentes. Participaram mais de 200 mil

    homens e 170 mil mulheres, com 50 a 71 anos, no

    incio do estudo. Indivduos que sofreram infarto e os

    portadores de doenas cardiovasculares e cncer fo-

    ram excludos da amostragem. O consumo de caf foi

    verificado em apenas um momento, coincidindo com o

    incio da pesquisa (12).

    Os autores observaram associao inversa entre

    o consumo de caf e mortes resultantes de doenascardiovasculares, respiratrias, infarto, diabetes, in-

    feces, mas no para cncer. O resultado foi similar

    para subgrupos, incluindo pessoas que nunca fuma-

    ram e que reportaram excelente estado de sade no

    incio do experimento (12).

    Carcinoma basocelular

    Pesquisadores da Harvard Medical School e Bri-

    gham and Women's Hospital utilizaram dados do Nurses'

    Health Study e do Health Professionals Follow-up Study

    para uma anlise prospectiva do risco para carcinoma

    basocelular (22.786 casos), carcinoma espinocelular

    (1.953 casos) e melanoma (741 casos) em relao in-

    gesto de cafena (13).

    O estudo publicado em 2012 no Cancer Resear-

    ch mostrou que a ingesto de cafena por homens e

    mulheres est inversamente associada ao risco para

    carcinoma basocelular, mas no para as outras duas

    variedades da doena. Os autores concluram tambm

    que a cafena proveniente de outras fontes dietticas

    (ch, chocolate e refrigerantes base cola) apresen-

    tou a mesma associao inversa. Os resultados, entre-

    tanto, no se aplicam para o consumo da bebida des-cafeinada (13).

    Carcinoma hepatocelular

    Diversos estudos de caso-controle realizados na

    Europa e, pelo menos, dois prospectivos de coorte con-

    duzidos no Japo observaram associao inversa signi-

    ficativa entre o consumo de caf e o risco para carcino-

    ma hepatocelular (14).

    Um dos estudos do Japo, que envolveu mais de

    90 mil indivduos de ambos os sexos durante 10 anos,

    demonstrou que o risco para carcinoma hepatocelular

    Estudo da Harvard Medical School sugere

    associao inversa entre a ingesto de cafena

    e risco para carcinoma basocelular.

  • 8/12/2019 Bio18bx

    12/48

    12 foco

    obteve decrscimo dose-dependente com o aumento do

    consumo de caf. Aqueles que consumiram pelo menos5 xcaras dirias de caf tiveram risco 76% menor, quan-

    do comparado s pessoas que no consumiam a bebida.

    Nesse estudo, a associao inversa mais significativa

    foi observada entre os indivduos portadores do vrus da

    hepatite C (14).

    CirroseO consumo de caf foi inversamente associado

    ao risco para cirrose em diversos estudos caso-contro-

    le, assim como para mortalidade por cirrose alcolica

    em dois estudos prospectivos de coorte (4).

    Um estudo com durao de 8 anos, que envolveu

    mais de 120.000 indivduos de ambos os sexos, con-

    cluiu que o risco de morte por cirrose alcolica era 22%

    menor por xcara de caf consumida diariamente (15).

    Em outro estudo prospectivo, com durao de

    17 anos e amostra de 51.000 noruegueses (homens

    e mulheres), demonstrou que aqueles que consumiam

    pelo menos 2 xcaras dirias de caf tinham risco 40%

    menor de morte por cirrose do que aqueles indivduos

    que no consumiam caf (16).

    Cncer colorretal

    De modo geral, o consumo de caf tem sido inver-

    samente associado com o risco para cncer de clon em

    estudos de caso-controle, mas no em estudos prospec-

    tivos de coorte.

    Uma metanlise que combinou o resultado de 12

    estudos de caso-controle e 5 prospectivos de coorte con-

    cluiu que indivduos que consumiam 4 ou mais xcaras

    de caf diariamente tinham risco para cncer de clon

    reduzido em 24%, quando comparados a indivduos que

    no consumiam a bebida. Entretanto, o consumo de caf

    no foi associado com risco para cncer colorretal quan-

    do apenas os estudos de coorte foram considerados (17).

    De maneira similar, uma reviso de estudos epide-

    miolgicos encontrou evidncia de associao inversa

    entre o consumo de caf e risco para cncer de clon em

    estudos de caso-controle, mas no obteve evidncia a

    partir de estudos prospectivos de coorte (18).

    Diferentemente, os dois maiores estudos prospec-

    tivos de coorte realizados na atualidade, que investiga-

    ram a relao entre caf e cncer colorretal, concluram

    que homens e mulheres norte-americanos que conso-

    mem regularmente 2 xcaras ou mais da bebida des-cafeinada tiveram risco para cncer retal 48% inferior,

    quando comparado a indivduos que nunca consumiram

    a verso tradicional da bebida (19).

    Diabetes mellitus tipo 2

    Grandes estudos prospectivos de coorte reali-

    zados na Holanda, nos Estados Unidos, na Finlndia ena Sucia demonstram significativa associao dose-

    Estudos prospectivos, realizados naEuropa e EUA, sugerem associao dose-

    dependente entre o consumo de caf e a

    reduo do risco para diabetes tipo 2.

  • 8/12/2019 Bio18bx

    13/48

    foco 13

    [1] Pendergrast M, Uncommon Grounds: The History of Coffee and How It Transformed Our World . Basic Books, 2010. [2] Nestl.All you want to know about coffee.[Online] http://www.nescafe.com/coffee_origins_en_com.axcms. [3] Willett WC et al. Coffee consumption and coronary heart disease in women. A ten-year follow-up. . JAMA, 275:458462. 1996. [4] Higdon

    JV, Frei B. Coffee and Health: A Review of Recent Human Research. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 46:2, 101-123. 2006. [5] Cornelis MC. Coffee Intake. Progress in MolecularBiology and Translational Science,Vol. 108. 2012. [6] McCusker RR, Goldberger BA, Cone EJ. Caffeine content of specialty coffees.J. Anal. Toxicol, 27:520522. 2003. [7] Huber WW et al.Effects of coffee and its chemopreventive components kahweol and cafestol on cytochrome P450 and sulfotransferase in rat liver. Food Chem Toxicol, 46:12308. 2008. [8] Gross G et al.Analysis of the content of the diterpenes cafestol and kahweol in coffee brews. Food Chem. Toxicol,35:547554. 1997. [9] Maria BCA, Moreira AFR. Mtodos para anlise de cido clorognico.Quim. Nova, 27(4): 586-592. 2004. [10] Olthof MR et al. Chlorogenic acid, quercetin-3-rutinoside and black tea phenols are extensively metabolized in humans.J. Nutr., 133:18061814.2003. [11] U.S. Department of Agriculture and Agricultural Research Service. USDA Nutrient Database for Standard Reference, Release 17. 2004. [12] Freedman ND et al.Association ofcoffee drinking with total and cause-specific mortality.N Engl J Med. 17;366(20):1891-904. 2012. [13] Song F et al. Increased Caffeine Intake Is Associated with Reduced Risk of BasalCell Carcinoma of the Skin. Cancer Res; 72(13); 32829. 2012. [14] Inoue M et al. Influence of Coffee Drinking on Subsequent Risk of Hepatocellular Carcinoma: A Prospective Studyin Japan.Journal of the National Cancer Institute, Vol. 97, No. 4, February 16, 2005. [15] Klatsky AL et al. Coffee, tea, and mortality.Ann. Epidemiol., 3:375381. 1993. [16] Tverdal A,Skurtveit S. Coffee intake and mortality from liver cirrhosis. Ann. Epidemiol., 13:419423 . 2003. [17] Giovannucci E. Meta-analysis of coffee consumption and risk of colorectal cancer..Am. J. Epidemiol., 147:10431052. 1998. [18] Tavani A, La Vecchia C. Coffee, decaffeinated coffee, tea and cancer of the colon and rectum: A review of epidemiological studies,1990-2003.. Cancer Causes Control., 15:743757. 2004. [19] Michels KB et al. Coffee, tea, and caffeine consumption and incidence of colon and rectal cancer. J. Natl. Cancer Inst., 97:282292. 2005.[20] van Dam RM, Feskens EJ. Coffee consumption and risk of type 2 diabetes mellitus.Lancet., 360:14771478. 2002. [21] Salazar-Martinez E et al. Coffee consumption and risk fortype 2 diabetes mellitus.Ann. Intern. Med., 140:18. 2004. [22] Reunanen A et al. Coffee consumption and risk of type 2 diabetes mellitus. Lancet., 361:702703. 2003. [23] Ross GWet al.Association of coffee and caffeine intake with the risk of Parkinson disease.JAMA. 283:26742679. 2000. [24] Ascherio A et al. Prospective study of caffeine consumption and riskof Parkinsons disease in men and women.Ann. Neurol., 50:5663. 2001. [25] Palacios N et al. Polymorphisms of caffeine metabolism and estrogen receptor genes and risk of Parkinsonsdisease in men and women.Parkinsonism Relat Disord;16:3705. 2010. [26] Cao C et al. High Blood Caffeine Levels in MCI Linked to Lack of Progression to Dementia.Journal of AlzheimersDisease. 30(3). 2012. [27] Zhang Z et al. Habitual coffee consumption and risk of hypertension: a systematic review and meta-analysis of prospective observational studies.Am J Clin Nutr.93:12129. 2011. [28] Cornelis MC et al. Coffee, CYP1A2 genotype, and risk of myocardial infarction.JAMA. 295:113541. 2006. [29] Happonen P et al. Catechol-o-methyltransferase genepolymorphism modifies the effect of coffee intake on incidence of acute coronary events.PLoS One. 1:117. 2006. [30] Heaney RP. Effects of caffeine on bone and the calcium economy.FoodChem. Toxicol., 40:12631270. 2002. [31] Fairweather-Tait SJ. Iron nutrition in the UK: Getting the balance right.Proc. Nutr. Soc., 63:519528. 2004. [32] Wen X et al. Effect of roasting onproperties of the zinc-chelating substance in coffee brews. J. Agric. Food Chem.,53:26842689. 2005.

    REFERNCIAS

    -dependente entre o consumo de caf e a reduo do

    risco para diabetes tipo 2 (4).Um estudo prospectivo publicado na Lancet, rea-

    lizado com mais de 17.000 holandeses de ambos os

    sexos, demonstrou que o risco para desenvolver diabe-

    tes tipo 2 era 50% menor entre os indivduos que con-

    sumiram, pelo menos, 7 xcaras de caf por dia, quando

    comparados aos que bebiam 2 xcaras ou menos (20).

    Os dois maiores estudos prospectivos de coor-te que examinaram a relao entre o consumo de caf

    e diabetes tipo 2 foram o Health Professional Follow-

    -up Study (41.934 homens) e o Nurses Health Study

    (84.276 mulheres), ambos nos Estados Unidos. Ho-

    mens que consumiram, pelo menos, 6 xcaras de caf

    por dia tiveram risco 54% menor para diabetes tipo 2 do

    que aqueles que no tomaram caf. Entre as mulheres,

    aquelas que consumiram, pelo menos, 6 xcaras de caf

    por dia tiveram risco 29% menor, quando comparadas

    s que no consumiram a bebida. Nos dois estudos, a

    maior ingesto de cafena tambm esteve associada

    com significativa reduo do risco para a doena (21).

    Entretanto, nem todos os estudos prospectivos

    de coorte observaram a mesma associao inversa

    significativa. Um estudo mais antigo, conduzido naFinlndia com mais de 19.000 homens e mulheres,

    mostrou que o consumo de, pelo menos, 7 xcaras

    dirias de caf no estava associado ao risco para dia-

    betes tipo 2 aps 14 anos de acompanhamento (22).Apesar de alguns ensaios clnicos de curta dura-

    o conclurem que a administrao de cafena dimi-

    nui a tolerncia glicose e a sensibilidade insulina,

    resultados de estudos epidemiolgicos sugerem que o

    consumo habitual de caf apresenta associao inver-

    sa com tolerncia diminuda glicose. At que a rela-

    o entre o consumo em longo prazo de caf e o riscopara diabetes tipo 2 esteja mais bem elucidado, pre-

    maturo recomendar o consumo de caf como medida

    preventiva da doena (4).

    Leia as evidncias sobre doena de Parkinson, demncia,doenas cardiovasculares e consideraes finais na ntegradesse artigo http://www.nestle.com.br/nestlenutrisaude

    15

  • 8/12/2019 Bio18bx

    14/48

    7492

    A prestigiosa revista The Lancet publicou em 2008

    uma srie de cinco estudos focando um conjunto de inter-

    venes ou "janela de oportunidades" no perodo dos mil

    dias compreendido entre o tempo da gestao a termo

    (280 dias) somado aos primeiros dois anos de idade (730

    dias), que apresentam alto impacto na reduo da mortali-

    dade e danos ao crescimento e neuro-desenvolvimento fu-

    turo da criana [1,2].Estima-se que globalmente 13 milhes de crianas

    nasam com restrio de crescimento intrauterino (RCIU). A

    subnutrio at os cinco anos de vida acomete 178 milhes

    delas e 90% (160 milhes) vivem em 36 pases localizados

    na frica Sub-Sahariana e no sudeste da sia, o que repre-

    senta 46% dos 438 milhes de crianas desses pases (1).

    A subnutrio na infncia tem como principais cau-

    sas a RCIU e o dficit de nutrientes na alimentao e/ou a

    presena de doenas infecciosas principalmente durante

    os dois primeiros anos de vida, o que sugere uma janela

    de oportunidades de interveno compreendida entre a

    gestao e os dois anos de vida (1).

    As intervenes propostas consistem em: a) asse-

    gurar mulher cuidados no pr-natal e nutrio adequada

    conhecer

    por_ Rubens Feferbaum

    Patrcia Zamberlan

    que definem a sade futura da criana:

    a janela de oportunidades

    Mil dias

    15

  • 8/12/2019 Bio18bx

    15/48

    210

    105

    20175

    270durante a gestao e lactao; b) possibilitar a ingesto

    adequada de vitaminas e minerais para os mais neces-sitados por meio de dieta, alimentos enriquecidos e suple-

    mentos; e c) naqueles em risco de subnutrio, assegu-

    rar o acesso a alimentos e nutrientes necessrios para o

    crescimento e manuteno da sade, promover a gesto

    nutricional das doenas infecciosas e propiciar alimenta-

    o teraputica s crianas severamente subnutridas por

    dficit de alimentos e/ou doenas associadas (1, 2).Durante a reunio do FMI e Banco Mundial em 2010

    lderes da economia mundial sensveis a essas questes

    lanaram o SUN Scaling Up Nutrition (3), um movimen-

    to global constitudo por governos, rgos de sade inter-

    nacionais (OMS, Unicef), sociedade civil, ONGs e empresas

    de todo o mundo, visando combater a subnutrio nos

    pases participantes do projeto. O planejamento do trinio

    2012-2015 consiste no acesso aos alimentos de valor

    nutricional e outros determinantes do estado nutricional

    como gua potvel, cuidados sade, proteo social aos

    carentes e ini ciativas de gerar emprego e renda s mulhe-

    res. O objetivo atingir as metas de sade determinadas

    pela Assembleia Mundial de Sade de 2012 (incluindo a

    reduo em 40% de crianas com dficit de estatura) e

    promover boas prticas nutricionais como o aleitamentomaterno exclusivo. O principal foco de atuao da inter-

    veno so os primeiros mil dias de vida, compreendidos

    entre a gestao e o segundo ano de vida.

    conhecer 15

    A janela de oportunidades

    dos mil dias de vida extrapola

    a questo da subnutrio.

    A propsito dessas metas, simpsios i nternacionais

    e apresentao dos resultados do programa SUN devero

    ocorrer durante o perodo compreendido entre os Jogos

    Olmpicos de 2012 e 2016 copatrocinadas pelo primeiro-

    -ministro britnico, David Cameron, e o vice-presidente do

    Brasil, Michel Temer.

    No entanto, a janela de oportunidades dos mil dias

    de vida atualmente extrapola a questo da subnutrio.Doenas crnicas no transmissveis que podem acometer

    a vida futura da criana com RCIU ou subnutrio precoce

    originou a teoria da origem fetal das doenas crnicas no

    transmissveis descritas originalmente por Barker (4) e

    atualmente apoiada pelas possveis alteraes epigen-

    ticas dela decorrentes (5). Ainda, os excessos, as inade-

    quaes dietticas e os erros alimentares nesse perodo

    levando obesidade e/ou a deficincias de micronutrien-

    tes so aspectos importantes amplamente estudados nos

    pases afluentes e em desenvolvimento.

    A preveno das doenas crnicas no transmissveis

    deve ser iniciada durante o perodo intrauterino, com a ade-

    quada nutrio da gestante, evitando deficincias nutricio-

    nais e RCIU. Segundo o conceito de programao metab-

    lica, um agravo em fases crticas do desenvolvimento, quealtera uma estrutura somtica ou o ajuste de um sistema

    fisiolgico, teria consequncias na sade do indivduo em

    longo prazo. H evidncias cientficas mostrando que a

    101

    140

    300

  • 8/12/2019 Bio18bx

    16/48

    378310

    16 conhecer

    quantidade e a qualidade dos nutrientes recebidos

    pelo feto influenciam o seu desenvolvimento e o apa-recimento futuro de doenas no transmissveis como

    obesidade, hipertenso arterial e doenas cardiovas-

    culares (6, 7). Da mesma forma, fatores nutricionais

    nos primeiros dois anos de vida podem modular o risco

    para essas doenas, especialmente em crianas com

    antecedente de RCIU (8, 9).

    Subnutrio no incio da vida aimportncia da nutrio materna

    O esforo para garantir o sucesso de uma gestao

    representa uma das funes fundamentais da vida. Os

    objetivos so quatro: a sade da mulher durante a gravi-

    dez, a sade do concepto, o bem-estar materno para pos-

    sibilitar a nutrio do recm-nascido (RN) e a proteo

    contra o desenvolvimento de doenas crnicas durante a

    vida adulta. O perodo de crescimento e desenvolvimento

    intrauterino o mais vulnervel no ciclo da vida.

    Gestantes representam um grupo com muitas

    particularidades na composio de sua dieta. Em de-

    corrncia das novas demandas nutricionais, o estado

    anablico dinmico e promove ajustes contnuos em

    relao a diversos nutrientes. Sendo assim, suas ne-

    cessidades nutricionais so diferentes das mulheres

    adultas no gestantes. O cumprimento do consumo

    dirio necessrio para os diferentes componentes da

    dieta promover o desenvolvimento saudvel para o

    feto e manuteno da sade materna. Se a ingesto

    diettica for insuficiente e os estoques de nutrientes

    da gestante estiverem baixos, o feto recorrer s re-

    servas pr-concepcionais para se suprir, ocasionandocomprometimento do binmio materno-fetal.

    O diagnstico das condies nutricionais da mu-

    lher que inicia a gestao muito importante. Aquelas

    que apresentam inadequada reserva de nutrientes as-

    sociada a uma ingesto diettica insuficiente podero

    ter um comprometimento do crescimento fetal e o con-

    cepto apresentar baixo peso ao nascer (BPN) (10).

    O ganho de peso adequado na gestao varia de

    acordo com o ndice de massa corprea (IMC) pr-ges-

    tacional. Mulheres que iniciam a gestao com baixo

    peso (IMC < 18,5) devem ter um ganho aproximado de

    12,5 a 18,0 kg; gestantes com estado nutricional pr-

    -gestacional eutrfico (IMC entre 18,5 e 25,0) devem

    ter um ganho ponderal entre 11,5 kg e 16,0 kg; mulhe-

    res com sobrepeso pr-gestacional (IMC entre 25,0 e30,0) devero ganhar de 7,0 a 11,5 kg; e gestantes

    com obesidade pr-gravdica (IMC > 30) no devero

    ganhar mais que 7,0 kg (11).

    320

    360

    420450

    520

  • 8/12/2019 Bio18bx

    17/48

    conhecer 17

    A energia o principal nutriente determinante

    no ganho de peso gestacional, apesar de a deficincia

    de alguns micronutrientes tambm restringirem esse

    incremento. Alm de causar RCIU, a m nutrio do

    feto (traduzida pela nutrio materna) em diversos es-

    tgios da gestao traz danos ao crebro, com srias

    implicaes futuras para o desenvolvimento motor,

    cognitivo e intelectual do indivduo e predisposio

    de doenas crnicas no transmissveis, como a obe-sidade e alguns tipos de cncer, durante a vida adulta.

    Aps revisarem a influncia da nutrio no de-

    senvolvimento cerebral, autores como Georgieff (12)

    concluram que alguns nutrientes, alm da energia e

    das protenas, so importantes nesse processo como

    os cidos polinsaturados de cadeia longa (LCPUFA),

    iodo, ferro, zinco, cido flico e colina.

    O iodo um tpico exemplo de nutriente cuja de-

    ficincia durante o perodo crtico do desenvolvimento

    cerebral acarreta consequncias adversas em longo

    prazo, como o cretinismo (que resulta em retardo men-

    tal e alteraes neurolgicas) e diminuio do quo-

    ciente de inteligncia (QI) (13, 14).

    O ferro tem um papel fundamental na homeostase

    do organismo, uma vez que participa de processos celu-lares vitais como o transporte de oxignio, produo de

    energia por meio do metabolismo oxidativo, crescimento

    celular mediante a sntese de cidos nuclicos, sntese de

    neurotransmissores cerebrais e cofator em reaes enzi-

    mticas e outros processos metablicos. A carncia de fer-

    ro durante a gestao pode levar anemia, que aumenta

    o risco de parto prematuro e morte perinatal. Pode haver

    tambm consequncias em longo prazo para a criana,

    como a diminuio da capacidade cognitiva, afetiva, de

    aprendizagem e de concentrao (15, 16, 17). Para evitar

    esses efeitos deletrios, a Organizao Mundial da Sade

    (OMS) recomenda a suplementao medicamentosa comoprofilaxia no segundo e terceiro trimestres da gestao.

    O zinco tem importante funo no crescimento e

    desenvolvimento fetal, uma vez que necessrio para

    a diferenciao celular (18). Sua necessidade durante

    a gestao tem um aumento de aproximadamente 40%

    nas necessidades dirias. Apesar da deficincia de zin-

    co ser rara, estima-se que 80% das gestantes no mundo

    apresentam ingesto deficiente desse micronutriente

    (19). Essa condio parece associada morte fetal e

    neonatal precoce, RCIU, prematuridade e pobre desen-

    volvimento cognitivo e motor, apesar de ainda no haver

    um claro consenso sobre isto. Na verdade, necessrio

    examinar o impacto da deficincia de zinco nos diferen-

    tes estgios do desenvolvimento e sua interao com a

    deficincia de outros micronutrientes (20, 21).A necessidade de folato para a gestante supera

    em 50% sobre o valor de referncia para a mulher adul-

    ta. O acido flico tem papel fundamental no processo de

    550

    600 635

    573

    640

  • 8/12/2019 Bio18bx

    18/48

    multiplicao celular, sendo, portanto, imprescindvel

    durante a gestao. Atuando como coenzima no meta-bolismo de aminocidos (glicina) e sntese de purinas

    e pirimidinas, bem como na sntese proteica, sua defi -

    cincia pode ocasionar alteraes na sntese de DNA e

    alteraes cromossmicas, como defeitos do tubo neu-

    ral e espinha bfida. Alm disso, baixas concentraes

    de folato na corrente sangunea esto associadas ao au-

    mento de risco de partos prematuros, BPN e RCIU (22).A colina parece ser importante durante a gestao

    uma vez que influencia a proliferao das clulas-tronco

    e, assim, a estrutura do crebro (23). Em estudos ani-

    mais, a suplementao dessa vitamina resulta em me-

    lhora do desempenho da prole em testes cognitivos, de

    comportamento e de memria (24, 25).

    Os lipdios da dieta materna tambm esto en-

    volvidos com o crescimento fetal e contribuem para o

    desenvolvimento normal da gestao. Os LCPUFA, em

    especial o cido araquidnico (AA) e o cido docosahe-

    xaenoico (DHA), so essenciais para o desenvolvimen-

    to do sistema nervoso central e da retina fetal. Estudos

    tm demonstrado que a suplementao de gestantes

    com DHA ou alimentos enriquecidos com DHA melhora

    os estoques de LCPUFA (n-3) tanto da me quanto do

    feto (26, 27, 28), apesar de no haver meta-anlises

    publicadas em relao aos efeitos dessa suplementao

    sobre as funes cognitiva e visual da criana.

    RCIU e suas consequncias nocrescimento e desenvolvimento futuro

    Evidncias recentes sugerem que o padro de

    crescimento da criana durante os primeiros anos de

    vida seja fortemente influenciado pelo padro de cres-

    cimento fetal, o que pode determinar uma elevao na

    probabilidade de ocorrncia de desfechos, no s me-

    tablicos, mas tambm cognitivos desfavorveis. Alte-

    raes no padro de crescimento aps o nascimento,

    principalmente em RN com RCIU, relacionam-se signifi-

    cativamente com o desenvolvimento de doenas crni-

    cas em idades subsequentes. A conduta corrente reco-

    menda estimular e promover o crescimento do lactente

    com BPN, visando reduo das taxas de morbimor-talidade e preservao dos aspectos neurocognitivos.

    Os riscos para essas doenas so consistentemente

    encontrados em grupos de indivduos com um grande655

    670

    738

    715

    18 conhecer

  • 8/12/2019 Bio18bx

    19/48

    A associao entre eventos neonatais e

    maior risco para doenas na vida adultano , necessariamente, ligada apenas

    ao baixo peso ao nascer.

    aumento no peso corpreo entre o nascimento e a ida-

    de escolar ou pr-adolescncia, primariamente naque-

    les que eram pequenos para a idade gestacional (PIG)

    ou que tinham baixo peso ao nascer (BPN). Ou seja, as

    consequncias de determinado peso corpreo so con-

    dicionadas tanto pelo crescimento intrauterino quanto

    durante a infncia. O exato mecanismo desse efeito

    adverso em longo prazo no conhecido. Uma das teo-

    rias aceita que o RCIU causa alteraes em diversos

    eixos hormonais e que essa resposta hormonal alte-

    rada, combinada a estmulos ambientais, perpetua-se

    ao longo da vida. Sabe-se que o crescimento ps-natal

    est sobcontrole endcrino central, principalmente viahormnio do crescimento (GH) hipofisrio e fatores

    de crescimento associados (IGF-1). Devido ao fato de

    o eixo GH/IGF-1 ser o principal regulador desse cresci-

    mento, anormalidades na secreo desses hormnios

    poderiam explicar a no recuperao do crescimentoem algumas crianas nascidas PIG e a resistncia

    insulina, com consequentes alteraes de composio

    corprea observada nesses indivduos.

    A importncia do aleitamento maternoComo visto, consenso que a associao entre

    eventos neonatais e maior risco para doenas na vida

    adulta no necessariamente ligada apenas ao BPN.

    Nesse caso, outros mecanismos e sinais para programa-

    o parecem ser importantes. Um dos mais estudados

    a nutrio no incio da vida.

    Sabe-se que crianas que recebem leite materno

    apresentam uma cintica de crescimento e desenvolvi-

    mento diferente de crianas que recebem frmula (29).

    Em um importante estudo epidemiolgico, von Kries etal (30) avaliaram o impacto do aleitamento materno na

    preveno de obesidade e sobrepeso na infncia em

    9.357 crianas alems entre cinco e seis anos de idade.

    Isoladas as condies interferentes, os autores encon-

    traram 3,8% de crianas obesas dentre as amamenta-

    das por menos de dois meses e somente 0,8% dentre

    aquelas amamentadas por mais de 12 meses. A literatu-

    ra prope que o RN em uso do leite materno receba uma

    quantidade calrica suficiente para crescer, mas no su-

    740 800

    890

    904

    20

  • 8/12/2019 Bio18bx

    20/48

    [1] Victora C.G., Adair L., Fall C., Hallal P.C., Martorell R., Richter L. et al. Maternal and child undernutrition: consequences for adult health and human capital. Lancet 2008; 371:340-57.[2] Bhutta Z., Ahmed T., Black R.E., Cousens S., Dewey K., Giugliani E. et al. What works? Interventions for maternal and child undernutrition and survival. Lancet 2008; 371:417-40.[3]Scaling Up Nutrition. Available: www.scalingupnutrition.org (acesso 21 jan. 2013). [4] Barker D.J., Eriksson J.G., Forsn T., Osmond C. Fetal origins of adult disease: strength ofeffects and biological basis. Int J Epidemiol 2002; 31:1235-9. [5] Hanley B., Dijane J., Fewtrell M., Grynberg A., Hummel S., Junien C. et al. Metabolic imprinting, programming andepigenetics a review of present priorities and future opportunities. Br J Nutr 2010; 104(Suppl 1):S1-25. [6] Scerri C., Savona-Ventura C. Early metabolic imprinting as a determinantof childhood obesity.Int J Diabetes Mellit 2010; 2:175-8. [7]Barker D.J., Osmond C., Golding J., Kuh D., Wadsworth M.E. Growth in utero, blood pressure in childhood and adult life, andmortality from cardiovascular disease.B.M.J. 1989; 298:564-7. [8] Baird J., Fisher D., Lucas P., Kleijnen J., Roberts H., Law C. Being big or growing fast: systematic review of size andgrowth in infancy and later obesity.B.M.J. 2005; 331:929. [9] ONG K.K., Loos R.J.F. Rapid infancy weight gain and subsequent obesity: systematic reviews and hopeful suggestions.Acta Paediatr 2006; 95:904-8. [10] Ramakrishnan U. Nutrition and low birth weight: from research to practice.Am J. Clin Nutr 2004; 79:17-21. [11]Institute of Medicine (IOM). WeightGain during Pregnancy: Reexamining the Guidelines. Washington, DC: The National Academies Press; 2009. [12]Georgieff M.K. Nutrition and the developing brain: nutrient prioritiesand measurement.Am J. Clin. Nutr 2007:85:614S-20S. [13]Benton D. The inuence of dietary status on the cognitive performance of children. Mol Nutr Food Res 2010; 54:457-70.[14]Delange F. The role of iodine in brain development. Proc Nutr Soc 2000; 59:75-9. [15]Scholl TO. Iron status during pregnancy: setting the stage for mother and infant. Am J ClinNutr 2005; 81:S1218S-22. [16]Rao R, Georgieff M.K. Iron in fetal and neonatal nutrition. Semin Fetal Neonatal Med 2007; 12:54-63. [17]Beard J.L. Why iron deficiency is importantin infant development.J Nutr 2008; 138:2534-6. [18] MacDonald R.S. The role of zinc in growth and cell proliferation. J Nutr 2000; 130 (Suppl 5):S1500-8. [19]Cauleld L.E. ZavaletaN, Shankar AH, Merialdi M. Potential contribution of maternal zinc supplementation during pregnancy to maternal and child survival. Am J Clin Nutr 1998; 68(Suppl 2):S499-508.[20] Black M.M. The evidence linking zinc deficiency with childrens cognitive and motor functioning. J Nutr 2003; 133:1473S-76S. [21] Donangelo C.M., King J.C.. Maternal zincintakes and homeostatic adjustments during pregnancy and lactation. Nutrients 2012;4:782-98. [22] Timmermans S., Jaddoe V.W., Hofman A., Steegers-Theunissen R.P., SteegersE.A.Periconception folic acid supplementation, fetal growth and the risks of low birth weight and preterm birth: the Generation R. Study. Br J. Nutr 2009;102: 777-85. [23] Zeisel S.H.Choline: critical role during fetal development and dietary requirements in adults.Ann Rev Nutr 2006; 26:229-50. [24] Zeisel S.H., Niculescu M.D. Perinatal choline influences brainstructure and function. Nutr Rev 2006:64:197-203. [25] McCann J.C., Hudes M., Ames B.N. An overview of evidence for a causal relationship between dietary availability of cholineduring development and cognitive function in offspring.Neurosci Biobehav Rev 2006;30:696-712. [26]Velzing-Aarts F.V., van der Klis F.R., van der Dijs F.P., van Beusekom C.M., LandmanH., Capello J.J. et al. Effect of three low-dose fish oil supplements, administered during pregnancy, on neonatal long-chain polyunsaturated fatty acid status at birth. ProstaglandinsLeukot Essent Fatty Acids 2001; 65 :51-7. [27] Montgomery C., Speake B.K., Cameron A., Sattar N., Weaver L.T. Maternal docosahexaenoic acid supplementation and fetal accretion. BrJ Nutr 2003; 90:135-45. [28] de Groot R.H., Hornstra G., v an Houwelingen A.C., Roumen F. Effect of alpha-linolenic acid supplementation during pregnancy on maternal and neonatal

    polyunsaturated fatty acid status and pregnancy outcome.Am J Clin Nutr 2004; 79:251-60. [29]Kramer M.S., Guo T., Platt R.W., Vanilovich I., Sevkovskaya Z., Dzikovich I. et al. Feedingeffects on growth during infancy.J Pediatr 2004;145:600-5. [30] von Kries R., Koletzko B., Sauerwald T., von Mutius E., Barnert D., Grunert V. et al. Breast feeding and obesity: crosssectional study. B.M.J. 1999;319:147-50. [31] Boullu-Ciocca S., Dutour A., Guillaume V., Achard V., Oliver C., Grino M. Postnatal diet-induced obesity in rats upregulates systemic andadipose tissue glucocorticoid metabolism during development and in adulthood: its relationship with the metabolic syndrome.Diabetes 2005;54:197-203. [32]Koletzko B, von Kries R,Closa R, et al. Lower protein in infant formula is associated with lower weight up to age 2 y: a randomized clinical trial. Am J Clin Nutr 2009;89:183645 . [33] Seach K.A., Dharmage S.C.,Lowe A.J., Dixon J.B. Delayed introduction of solid feeding reduces child overweight and obesity at 10 years.Int J Obes (Lond) 2010;34:1475-9. [34] Ministrio da Sade. Secretaria deAteno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Sade da criana: nutrio infantil: aleitamento materno e alimentao complementar. Braslia: Ministrio da Sade; 2009. 1 12p.

    REFERNCIAS

    Leia esse artigo na ntegrahttp://www.nestle.com.br/nestlenutrisaude

    perior necessria, alm de ganhar peso de forma mais

    lenta que um RN alimentado com frmula infantil. Comoestudos experimentais demonstram que o excesso ali-

    mentar no perodo neonatal associa-se a maior risco

    para obesidade e sndrome metablica na vida adulta

    (31), possvel que este seja um dos mecanismos pe-

    los quais o aleitamento materno possa proteger contra

    doenas ao longo da vida. Sabe-se tambm que as dife-

    renas constitucionais entre o leite materno e a frmula

    infantil, como a quantidade de calorias e protenas, que

    parece provocar diferentes respostas insulinmicas,

    uma varivel importante nesse contexto. Outro possvel

    fator envolvido a diferena no comportamento alimen-

    tar de crianas que recebem aleitamento materno, sen-

    do que estes RN apresentam uma frequncia de suco

    diferenciada, assim como demonstram maior grau de

    controle da quantidade de leite ingerida. Alm de forne-

    cer macronutrientes em quantidades adequadas ao RN

    e ao lactente, o leite materno apresenta teores elevadosde nutrientes essenciais para o desenvolvimento neu-

    ropsicomotor e cognitivo, como os LCPUFA.

    Na impossibilidade do aleitamento materno, as

    frmulas infantis utilizadas devem apresentar quan-

    tidade e qualidade adequadas de protenas e fornecer

    um perfil satisfatrio de aminocidos ao lactente. O

    uso de frmulas infantis com quantidades reduzidas de

    protena, nos teores mnimos preconizados pelo Codex

    Alimentarius (1,8 g/100 kcal), no primeiro ano de vida

    parece contribuir para a obteno de menores valores

    de IMC em fases posteriores da infncia e o excesso

    proteico, alm da sobrecarga renal e metablica, pode

    levar obesidade futura (32).

    S.OOBJETIVO

    ATINGIRASM

    ETASDESADE

    DETERMINADA

    SPELAASSEMB

    LEIAMUNDIALDESADEDE2012(INCLUINDOAREDUOEM40%DECRIANASCOMDFICITDEESTATURA)EPROMOVERBOASPRTICASNUTRICIONAISCOMOOALEITAMENTOMATERNOEXCLUSIVO.OPRINCIPALFOCODEATUAODAINTERVENOSOOSPRIMEIROSMILDIASDEVIDA,COMPREENDIDOSENTREAGESTAOEOSEGUNDOANODEVIDA.

    1.000910 940 990[1] Rubens Feferbaum professor da disciplina de Pediatria Neonatal da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo - FMUSP.[2] Patrcia Zamberlan nutricionista do Instituto da C riana do Hospital das Clnicas da FMUSP.

    20 conhecer

  • 8/12/2019 Bio18bx

    21/48

    calendrio

    >> Ao patrocinar e divulgar encontros cientficos na rea de Nutrio, a Nestlespera contribuir para que os profissionais de sade possam debater e

    compartilhar suas experincias a partir da produo acadmica mais recente.Confira alguns dos principais eventos que vo ocorrer nos prximos meses.

    ago.2 Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentao e

    Nutrio >> 13 a 16

    Nesta edio do encontro bianual da SBAN, as conferncias e cursos

    estaro voltados para a temtica Nutrio e Sade ao Longo dosCiclos da Vida. O evento ser realizado em Foz do Iguau (PR), nas

    dependncias do Hotel Mabu. Para verificar as normas de envio de

    trabalhos e a programao preliminar, visite: http://www.sban.org.br/

    congresso2013/index.php

    out.36. Simpsio Internacional de Cincias do Esporte

    >> 03 a 05

    Organizado pelo Centro de Estudos do Laboratrio de Aptido

    Fsica de So Caetano do Sul (CELAFISCS), o simpsioacontece em So Paulo (SP), no Centro de Convenes

    Rebouas. A programao cientfica foi desenvolvida de

    acordo com o tema Transformando Ideias em Aes na

    Atividade Fsica e no Esporte. Para informaes e inscrio,

    acesse: http://www.simposiocelafiscs.org.br/

    36. Congresso Brasileiro de Pediatria >> 8 a 12

    Paralelamente, acontecem o 7 Congresso Brasileiro deOtorrinolaringologia Peditrica e o 9 Congresso Brasileiro

    de Reumatologia Peditrica. O encontro, considerado o maior

    evento da pediatria nacional, ter sede em Curitiba (PR).

    As inscries de trabalhos cientficos podem ser feitas

    at o dia 15 de julho. Para mais informaes sobre normas e

    programao preliminar, visite:

    http://www.cbpediatria.com.br/

    5. Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e

    Osteometabolismo (BRADOO) >> 24 a 26

    O evento celebrado por ser o primeiro grande encontro da

    Associao Brasileira de Avaliao ssea e Osteometabolismo

    (ABRASSO), aps a fuso das entidades: Sociedade Brasileira

    de Densitometria Clnica (SBDens), Sociedade Brasileira

    de Endocrinologia e Metabologia (SOBEMOM) e Sociedade

    Brasileira de Osteoporose (SOBRAO). Acontece em Porto de

    Galinhas, na cidade do Recife (PE) e a programao cientfica

    pode ser obtida no endereo: http://www.bradoo.com.br/

    set.XVII Congresso Brasileiro de Nutrologia >> 18 a 20Simultaneamente ao congresso, acontecem o XVIII Simpsio de

    Obesidade de Sndrome Metablica, o XI Annual Meeting International

    Colleges for Advancements of Medical Nutrition e o X Frum de Direito

    Humano Alimentao Adequada. Informaes sobre inscrio,

    programao preliminar e hospedagem em So Paulo (SP) esto

    disponveis no site oficial do evento: http://www.mzpublicidade.com.br/congresso_2013/index.php

    68. Congresso Brasileiro de Cardiologia >> 28 set a 01 out

    O tradicional encontro acontece no Rio de Janeiro (RJ) e celebra o

    septuagsimo aniversrio de fundao da Sociedade Brasileira de

    Cardiologia (SBC). A programao destaca sesses conjuntas com

    as principais sociedades de cardiologia do mundo, como American

    College of Cardiology, European Society of Cardiology, American Heart

    Association, sociedades latino-americanas e europeias, entre outras.

    Para mais informaes: http://congresso.cardiol.br/68/default.asp

    22 nutrio e cultura

  • 8/12/2019 Bio18bx

    22/48

    22 nutrio e cultura

  • 8/12/2019 Bio18bx

    23/48

    nutrio e cultura

    por_ Luiza de Andrade

    D e v a g a rD e v a g a r z i n h o

    Numa cidadezinha minscula do interior, a menina que ainda nem completara

    18 anos, e hoje virou uma cozinheira muito esperta, juntou o pouco ouro que tinha,

    pinado daquela gaveta aveludada de cacarecos de valor. O mesmo fez seu namorado.E ento ela bateu apressada na porta do banheiro, enquanto seu pai, um conhecido

    farmacutico da regio, estava a se banhar. Disse, do lado de fora, que ia cidade vizi-

    nha fazer alianas de noivado. E seu pai, entoou, l debaixo do chuveiro, calmo, calmo:

    Filha, cozinhe em banho-maria....

    Pois esse princpio de coco, o banho-maria, cuja histria se confunde com a

    lenda de uma certa alquimista judia, chamada Maria, que vivia no sculo 2 a.C., no Egito,

    e teria criado o mais lento dos cozimentos, virou expresso para referir-se a processos

    mais vagarosos e suaves. A expresso, alis, pode ter derivado do latim balneum-ma-

    ris (mergulho no mar), em referncia utilizao do mar Tireno no preparo da antiga

    cozinha romana. Tambm h citaes que associam essa mesma Maria, nos escritos

    histricos, me de Jesus, como smbolo da gentileza e suavidade, j que o mtodo

    propicia um cozimento delicado, sem a agressividade direta do calor, ou a uma irm de

    Moiss, uma alquimista, vai saber.

    Outros registros, no tratado do historiador britnico Felipe Fernandz-Armesto, por

    exemplo, passeiam pelas diversas maneiras de cozimento em brasas, com chamasvivas, com pedras aquecidas, em fogueiras e as tratam como uma forma de organizar

    a sociedade, no to-somente como um ato e preparar um alimento. A fogueira no campo

    passa a ser um local de comunho quando as pessoas comem ao seu redor, diz.

    Surge, l pelas tantas, a referncia ao banho-

    -maria, como mtodo que antecede a criao tardia de

    utenslios de cozinha de cermica, que pressupunha como segue nos tempos de hoje que os ingredientes a

    serem aquecidos fossem acomodados em um recipiente

    a descansar sobre outro, cheio dgua quente. Das tripas

    e dos estmagos dos animais, que eram usados como

    recipiente, confiavelmente impermeveis e bastante

    elsticos, tambm se fazia bom uso para banho-maria.

    Eles [os rgos internos] podem funcionar como reci-

    pientes para fervura e se, digamos, um pequeno in-

    testino recheado e colocado dentro de outro maior

    podem ser muito teis para banho-maria.

    Conhecido como o mais lento dos cozimentos, o banho-maria um mtodo antigo e simples de coco, em que alimentos delicadosisolados por gua so submetidos a um calor brando e uniforme.

    O banho-mariapermite melhordistribuio do calor.

    24 nutrio e cultura

  • 8/12/2019 Bio18bx

    24/48

    Nessa coco isolada por gua, obtm-se um aquecimento mais bem distribu-

    do, de forma que o risco de queimar o alimento, cozido vagarosamente, eliminado. Ocalor excessivo, dizem os pesquisadores argentinos Diego Golombek e Pablo Schwar-

    baum, produz ligaes demais entre as protenas. sobre o aumento da mobilidade

    dos tomos e das molculas que o cientista francs Herv This, que vai para a cozinha

    com a inteno de buscar respostas fsicas e qumicas para as transformaes dos ali-

    mentos, se fixa quando discute sobre cozimento, que torna os alimentos mais macios

    (como no caso das carnes) e desencadeia reaes qumicas que engendram compos-

    tos aromticos. A cozinha quase a arte do cozimento, diz.

    Para o professor da escola Wilma Kvesi, Jol Ruiz, o banho-maria um pro-

    cesso culinrio destinado a manter aquecidos certos ingredientes seja para fundir

    as substncias (chocolate, gelatina, manteiga) sem correr o risco de queim-las ou

    para cozinh-las vagarosamente no calor da gua quente. Trata-se de um mtodo que

    mantm a temperatura dos ingredientes em torno de 80 graus, de forma a impedir que

    a temperatura de ebulio e presso da gua, que de 100 graus, comprometa a estru-

    tura molecular dos ingredientes. preciso ficar atento: a gua nunca deve ferver e, para

    isso, usa-se fogo bem baixo.

    A tcnica do banho-maria evitaa ferocidade da ao direta dofogo, que dificilmente uniforme.

    Na cozinhaEssa tcnica antiga e extremamente simples,

    que nasceu da necessidade de cozinhar alimentos

    delicados, de forma suave e com calor uniforme, traz

    resultados importantes na cozinha, dizem os profissio-

    nais. O banho-maria evita a ferocidade da ao direta

    do fogo, que dificilmente uniforme o calor que vemda base diferente do calor que se difunde para as la -

    terais. Por isso, lembra a cozinheira Helosa Bacellar,

    do L da Venda e autora de quatro livros de receita

    entre eles, um sobre chocolate, outro sobre bacalhau

    , importante ter uma panela boa, que propicie uma

    difuso de calor uniforme.

    A tcnica do banho-maria, diz ela, exige uma pa-nela que apare o recipiente em que voc vai cozinhar

    o alimento. Por exemplo: quero derreter chocolate

    perfeio. Coloco o chocolate em um recipiente menor

    e esse recipiente dentro de uma panela. Coloco, ento,

    gua o quanto baste para cobrir trs quartos desse re-

    cipiente. Ligo o fogo, e a gua, que no vai chegar a fer-

    ver, aquece de maneira uniforme o recipiente em que

    est o chocolate.

    Alex Atala, o quarto melhor chef do mundo se-

    gundo a revista britnica Restaurant, fazia para seus

    filhos, desde pequeninos, um brouilladede ovos e re-

    queijo, que lhe exigia calma na elaborao. Veja: a re-

    ceita de inspirao francesa combina ovos, requeijo e

    manteiga que, somente se cozidos na temperatura cor-

    reta, alcanam um ponto de mingau semelhana deum creme ingls. H que ficar muito atento, porm, ao

    cozimento dos ovos, cuja protena coagula completa-

    mente quando ultrapassa a temperatura de 63 graus.

    nutrio e cultura 25

  • 8/12/2019 Bio18bx

    25/48

    A manteiga, o leite e o requeijo so misturados a frio

    para que derretam em banho-maria brando (por volta

    de 40 graus, ressalta Atala) e, depois de batidos, os

    ovos so acrescentados mistura, mexidos com vigorat que chegue consistncia desejada.

    Bacellar tambm cita essas preparaes: o cre-

    me ingls, que exige muita tcnica no preparo e em-

    pelota facilmente se entra em contato direto com o

    fogo, e o ovo mexido perfeito. Para ele [o ovo mexido]

    no ficar borrachento, grudento, voc precisa de um

    calor muito delicado. Um ovo mexido realmente perfei-

    to, mido e macio, pode ser conseguido com banho-

    -maria. A chef sugere que se adicione manteiga, leite

    e creme de leite ao ovo e o deixe em banho-maria at

    que esteja quase totalmente coagulado, mas ainda um

    pouco cru. Depois, diz, acrescente o que quiser, queijo,

    salmo defumado, presunto.

    Todas as receitas com ovo, alm da temperatura

    controlada para o preparo, devem ser servidas imedia-tamente depois de prontas, pois a ao do calor prolon-

    ga o cozimento do alimento, mesmo j longe do contato

    com a fonte de energia.

    Forno

    No cardpio do clssico restaurante Marcel, fundado em 1955, no qual brilhamos sufls, est claro: se quiser provar o de chocolate, na sobremesa, h que pedir com

    antecedncia ou no ter pressa; demora entre 30 e 40 minutos para chegar mesa.

    Pois o jovem chef Raphael Despirite que quando criana saa da escola e ia todas as

    noites ao restaurante francs de seu av, no qual sua misso era incorporar as claras

    em neve aos sufls o prepara somente na hora do pedido, no forno, em banho-maria.

    Quando aplicado no forno, esse mtodo utilizado para manter a umidade. Coloco uma

    assadeira com gua e o ramequim sobre ela. Alm de manter a temperatura uniforme,

    desprendida de todos os lados, Despirite faz proveito de certa umidade gerada no forno,

    com a evaporao da gua.

    Quindim e pudim so outras receitas que tambm vo ao forno destampadas

    para que a ao do calor seja mais direta. No caso do quindim, por exemplo, a inteno

    que o coco resseque um pouco para que forme uma crostinha isso d nova combi-

    nao de texturas e sabores.

    No forno, muitas vezes, as preparaes tambm so acomodadas sobre uma

    assadeira com gua quente, em formas metlicas ou de porcelana, untadas com man-teiga e bem vedadas. Devemos tampar alimentos em banho-maria no forno quando

    queremos proteg-los de um calor mais intenso, quando queremos que esse calor no

    tenha contato direto com o alimento. Por exemplo, uma terrine de carne. Tambm pos-

    svel isolar a temperatura com a ajuda de outro alimento em vez da tampa podera-

    mos usar bacon, por exemplo, diz Jol Ruiz, cozinheiro e professor.

    s avessasUm bom cozinheiro, diz Alex Atala em suas Escoffianas Brasileiras, tem de saberusar os dois banhos-maria: o quente e o frio. Nesta ltima verso, da mesma forma

    como no tradicional, um recipiente maior acolhe um recipiente menor com o alimento,

    mas, claro, aqui, a gua misturada a gelo. Essa tcnica se aplica, com mais frequn-

    cia, a peixes, crustceos e moluscos e ainda pode ser til aos legumes. Uma cenoura

    crua fica mais crocante e mais bem conservada se estiver mais fria que a temperatura

    ambiente, registra o chef.

    O banho-maria frio consiste em resfriar e conservar ingredientes. Assim como

    no mtodo tradicional, em que a gua levemente aquecida, na verso fria, o processo

    capaz de manter as caractersticas de sabor e textura de vrios alimentos. Ainda

    utilizado para choques trmicos ou para interromper a coco de receitas sensveis,

    como cremes e molhos.

    O termocirculador pode ser traduzidocomo uma adaptao mais precisa emoderna do banho-maria.

    26 nutrio e cultura

  • 8/12/2019 Bio18bx

    26/48

    O novo banho-mariaA nova verso do banho-maria o termocircula-

    dor. uma revoluo nesse mtodo, diz o chef Raphael

    Despirite, do restaurante Marcel. O aparelho em questo

    ganhou restaurantes de vanguarda e hoje alcanou, ain-

    da, cozinhas domsticas. O termocirculador pode sertraduzido como uma adaptao mais precisa e moderna

    do banho-maria, usado ao se cozinhar um alimento a v-

    cuo, tcnica batizada de sous-vide("sob vcuo").

    Alimentos preparados usando sous-vide so pri-

    meiro acondicionados a vcuo em embalagens que supor-

    tam altas temperaturas, para ento serem cozidos. Assim,

    durante o processo, no h interferncia de substnciascomo ar, gua ou vapor (somente do tempero, que deve

    ser bem dosado). Obtm-se, em resultados constantes,

    alimentos com textura e umidade preservadas.

    Mesmo que sous-vide defina o nome da tcnica,

    para chegar ao seu resultado, primordial cozinhar o

    alimento a uma temperatura baixa e constante. pos-

    svel utilizar fornos combinados (mais eficientes) no

    processo, mas os aparelhos de water baths ou um

    mtodo moderno, que faz referncia ao banho-maria

    tradicional, como o termocirculador, so mais precisos.

    Eles se constituem de um recipiente que preenchido

    com gua, um controlador de temperatura e, em alguns

    casos, uma bomba.

    A tcnica moderna de sous-videse originou na Sua dos anos 1960, como uma

    maneira de preservar e esterilizar a comida em cozinhas de hospitais. Hoje, muitos res-taurantes a usam em uma combinao de mtodos de cozimento (depois de cozida a

    vcuo, a carne pode ser, por exemplo, braseada) e tambm para preservar o alimento.

    O vanguardista catalo Ferran Adri, que a usava em seu El Bulli, fechado em 2011,

    um dos mais famosos exemplos. Mas tambm fazem parte da lista de adeptos do mto-

    do chefs como o ingls Heston Blumenthal, do trs-estrelas Michelin Fat Duck, e o fran-

    cs Jel Robuchon, com restaurantes premiados espalhados por todo o mundo.

    A tcnica pode, entretanto, ser mais fcil do que prope seu nome. E atinge resul-

    tados dificilmente encontrados usando tcnicas tradicionais. Cada alimento tem uma

    temperatura diferente de coco, que varia, sobretudo, com sua espessura e formato.

    Uma lista com indicaes de temperatura pode ser encontrada em livros de receita.

    Para ganhar textura extremamente macia, uma costela de boi, por exemplo, pode

    ficar at 72 horas cozinhando a 58 graus no mtodo. J uma poro individual de

    rib eyeprecisa de mais de 3 horas cozinhando a 56 graus. O tempo de preparo pode va-

    riar de horas a dias, mas o importante que, ajustadas as configuraes, o cozinheiro

    fica liberado da atividade.Uma panela, um termmetro e pacincia so tudo o que os autores de Modernist

    Cuisine at Home, Nathan Myhrvold e Maxime Bilet, sugerem para quem deseja cozinhar

    com o sous-vide.

    Mas quando falamos de aparelhos profissionais (com cerca de 200 dlares pos-

    svel encontrar uma verso simples), h basicamente duas categorias: aqueles em que

    a gua circula em seu interior e outros que no.

    Os autores, conhecidos pela sua primeira srie de livros, Modernist Cuisine, nodesanimam o leitor de sua enciclopdia. Ensinam, na verso de seu livro para leigos,

    que, com um pouco de improviso (e alimentos que no requerem longo cozimento),

    possvel tentar a tcnica at na prpria pia (para quem tem gua quente encanada) e

    at mesmo no mesmo isopor que carrega o piquenique at o parque. preciso ter jogo

    de cintura. E um pouquinho de pacincia.

    Cada alimento tem uma temperaturadiferente de coco, que varia, sobretudo,com sua espessura e formato.

    BIBLIOGRAFIALarousse Gastronomique; Um Cientista na Cozinha, Herve This; O Cozinheiro Cientista, Diego Golombek e Pablo Shwarbaum; Pequeno Dicionrio da Gastronomia, Maria Lucia Gomensoro;Comida Uma Histria, Felipe Fernndez-Armesto;Escoffianas Brasileiras, Alex Atala; Elementos da Culinria de A a Z Tcnicas Ingredientes e Utenslios , Michael Ruhlman; ModernistCuisine at Home, Nathan Myhrvold e Mxime Bilet; New York Times(Sous Vide Moves From Avant-Garde to the Countertop, Julia Moskin).

  • 8/12/2019 Bio18bx

    27/48

    ponto de vista

    DR. SERGIO SETSUO MAEDA

    Professor Assistente daFaculdade de CinciasMdicas da Santa Casade So Paulo. Mestre e

    Doutor em Endocrinologiapela UNIFESP. Mdicoresponsvel pelo setor deDensitometria ssea doLaboratrio Fleury. Primeirosecretrio da AssociaoBrasileira de Avaliaossea e Osteometabolismo(ABrASSO)

    A discusso sobre quais seriam as concentra-

    es adequadas de vitamina D bastante atual e po-

    lmica. Recentemente houve o posicionamento deduas instituies a respeito, o Institute of Medicine

    (IOM) e a Endocrine Society.

    Em outubro de 2010, o IOM lanou e atua-

    lizou os valores referentes ingesto diettica de

    referncia (DRI, na sigla em ingls) em relao ao

    clcio e vitamina D. O IOM reforou que o valor

    de normalidade da 25-hidroxivitamina D de 20 ng/

    mL. Alm disso, foram definidos os nveis adequadosde ingesto dessa vitamina de acordo com as diversas

    faixas etrias. Em crianas e adolescentes de 0 a 18

    anos, a ingesto ideal de 400 UI e pode aumentar

    para 600 UI. O limite superior de 1.000 UI at os

    6 meses de idade, 1.500 UI at 1 ano, 2.500 entre 1

    e 3 anos; 3.000 UI entre 4 e 8 anos; aps os 8 anos,

    passa a ser de 4.000 UI.

    Em julho de 2011, porm, a Endocrine Society

    lanou sua diretriz sobre avaliao, tratamento e pre-

    veno da deficincia de vitamina D que foi conduzi-

    da pelo dr. Michael Holick. Nessa diretriz, destacou-

    -se que o valor de normalidade desse metablito de

    30 ng/mL, considerando-se insuficincia quando os

    valores esto entre 20 e 30 ng/mL e deficincia em

    valores abaixo de 20 ng/mL.A diretriz da Endocrine Society menciona ain-

    da em que casos se deve avaliar as concentraes

    de vitamina D, mostrando que, alm de doenas

    steo-metablicas (osteoporose, raquitismo, osteo-

    malcia, hiperparatireoidismo primrio, idosos com

    histrico de quedas e fraturas), existem outras vrias

    indicaes (por exemplo: obesidade, Aids, doenas

    granulomatosas, sndromes de m-absoro, doenarenal crnica).

    No 5 International Symposium on the Nu-

    tritional Aspects of Osteoporosis (Sua), em maio

    de 2003 (publicado em 2005), grandes pesquisa-

    dores da vitamina D j haviam discutido quais se-

    riam os valores adequados para a 25-hidroxivitami-na D, considerando-se parmetros da sade ssea,

    e entraram em consenso a respeito de que, para

    a correo do hiperparatireoidismo secundrio, a

    reduo do risco de quedas e fraturas e a mxima

    absoro de clcio, o melhor ponto de corte de vi-

    tamina D seria de 30 ng/mL.

    O colecalciferol, ou a pr-vitamina D, a forma

    preferida para reposio e tratamento. Por ser lipos-solvel, h risco de intoxicao quando utilizada em

    doses elevadas. Existe comercialmente a apresenta-

    o da forma ativa da vitamina D; a 1,25(OH)2D,

    ou calcitriol (comprimidos de 0,25 g). Porm, esse

    composto tem meia-vida curta, maior custo e no cor-

    rige o estado de hipovitaminose D, pois no eleva as

    concentraes de 25OHD, a forma de estoque desse

    metablito. O uso dessa apresentao reservada a

    pacientes com insuficincia renal, hipoparatireoidis-

    mo e formas especficas de raquitismo.

    Segundo a diretriz da Endocrine Society deve-

    -se manter o nvel de 25 hidroxi-vitamina D acima

    de 30 ng/mL. Pacientes que usam anticonvulsivan-

    tes, corticoides, antifngicos e antirretrovirais ne-

    cessitam de dose duas a trs vezes maiores que arecomendada a pessoas saudveis de mesma idade.

    Em crianas de 0 a 1 ano de idade, recomenda-se

    400-1.000 UI/dia (limite superior 2.000 UI/dia);

    para aqueles entre 1 e 18 anos, recomenda-se 600-

    1.000 UI (limite superior de 4.000 UI/dia) e para

    aqueles acima de 18 anos entre 1.500-2.000 UI (li-

    mite superior de 10.000 UI/dia). As recomendaes

    para mulheres grvidas e em amamentao seguema orientao conforme a faixa etria da me. Para

    manter os nveis acima de 30 ng/mL, o ideal seria de

    1.000 UI por dia.

    Vitamina D: qual a dose diriaque precisamos?

  • 8/12/2019 Bio18bx

    28/48

    qualidade

    A adio de fitoesteris a alimentos como leite e iogurte

    tem sido associada reduo de LDL-Colesterol.

    Ao dos toesteris na

    Devido s inmeras evidncias acerca dos benefcios da ingesto de fitosteris

    sobre os nveis plasmticos de colesterol, a comunidade cientfica passou a conduzir

    metanlises, estudos de reviso e a elaborar opinies a partir de encontros promovi-

    dos por especialistas na rea.

    Dentre essas informaes, encontram-se pesquisas executadas com matrizes

    alimentares, como leite e derivados, cujos resultados possibilitam a formulao e o

    lanamento de produtos que atendem ingesto diria de fitoesteris, necessria

    para obter benefcios cardiovasculares.

    Nesse sentido, constata-se a publicao de sete metanlises sobre o efeito hi-

    pocolesterolmico dos fitoesteris, sendo que todas elas enfatizaram a ao dose-

    -dependente e demonstraram sua eficcia ntida em uma srie de matrizes alimen-

    tares, incluindo leite [1-7].Uma dessas metanlises, conduzida por AbuMweis e colaboradores (2008),

    concluiu que a ingesto diria de 1,5 g a 2,0 g de fitoesteris reduziu a concentrao

    plasmtica de LDL-colesterol (LDL-C) em 0,3 mmol/L [1].

    sade cardiovascular

    qualidade 29

  • 8/12/2019 Bio18bx

    29/48

    Outra, elaborada por Chen e colaboradores (2005), afirmou que a ingesto di-

    ria de 2,0 g de fitoesteris/fitoestanis diminuiu os nveis de LDL-C em 11% [2]. Vale

    lembrar que os fitoestanis so esteris vegetais saturados e, portanto, se diferem dos

    fitoesteris, que possuem duplas ligaes na estrutura do anel de esterol. Os fitoesta-

    nis so menos abundantes na natureza, quando comparados aos fitoesteris, sendoo sitostanol e o campestanol os mais numerosos [4].

    Baseados nos resultados de estudos de interveno em humanos, Demonty e

    colaboradores (2009) definiram uma equao que permitiu calcular o decrscimo de

    colesterol para uma dose especfica de fitoesterol. A partir dos clculos a equipe com-

    provou uma reduo substancial de LDL-C (0,3 mmol/L ou 8%) para a ingesto diria de

    1,6 g de fitoesteris [3].

    Na mesma linha, a metanlise de Katan e colaboradores (2003) demonstrou que aingesto diria superior a 1,5 g de fitoesteris reduziu os nveis de LDL-C em -11,3% [4].

    As revises de literatura ratificam o efeito hipocolesterolmico dos fitoesteris,

    sendo que as concluses gerais desses estudos so consistentes com os resultados

    das metanlises descritas anteriormente [8-17].

    Alm disso, uma srie de 12 estudos randomizados e controlados avaliaram os

    efeitos do consumo dirio de 0,4 g e 2,4 g de fitoesteris ingeridos por meio de matriz

    lctea. Todos os ensaios evidenciaram uma reduo nas concentraes plasmticas

    de LDL-C, que oscilou entre 5,0% e 15,9%, quando comparados aos grupos controle [18-

    29]. Do total de estudos, trs deles utilizaram dosagem de 1,6 g dirias de fitoesteris

    por um perodo de seis semanas e demonstraram reduo nas concentraes de coles-

    terol de 8,4%, 10,6% e 11,3% [23, 26, 28].

    Um estudo duplo cego, randomizado, placebo-controle e cruzado verificou os efei-

    tos do produtoActiColem indivduos com hipercolesterolemia leve e que no estavam

    em tratamento [30]. O experimento demonstrou de forma clara o efeito da ingesto de

    fitoesteris sobre a reduo do colesterol (-7,1% na dose de 1,2 g/d; e -9,6% na dosede 1,6 g/d; p

  • 8/12/2019 Bio18bx

    30/48

    REFERNCIAS

    Nestl ActiColActiCol uma linha de produtos lcteos da Nestl com adio de fitosteris vegetais que auxiliam na reduo da

    absoro de colesterol. Alm do composto lcteo em p, a linha composta por iogurtes, nos sabores abacaxi e morango.

    Cada poro de 200 ml (preparado com 25 g de ActiCol, ou 2 colheres bem cheias) contm 0,6 g de fitosteris.

    Recomenda-se o consumo dirio de 2 pores deActiCol(1,2 g de fitosteris) como parte de uma dieta saudvel.

    [1] AbuMweis et al., 2008; [2] Chen et al., 2005;[3]Demonty et al., 2009;[4] Katan et al., 2003; [5] Musa-Veloso et al., 2011; [6] Talati et al., 2010; [7] Wu et al., 2009;[8]Brufau et al., 2008; [9]Choudhary et al., 2011; [10]Clifton et al., 2009; [11] Gupta et al., 2011; [12] Kamal-Eldin et al., 2009; [13]Malinowski et al., 2010; [14] Marangoni etal., 2010; [15] Micallef et al., 2009; [16]Nijjar et al., 2010; [17] Schonfeld et al., 2010. [18] Banuls et al., 2010; [19]Banuls et al., 2011; [20]Casas-Agustench et al., 2011;[21] Clifton et al., 2004; [22]Escurriol et al., 2010; [23]Hansel et al., 2007; [24] Hernandez-Mijares et al., 2010;[25]Hernandez-Mijares et al., 2011;[26]Mannarino et al.,2009; [27]Noakes et al., 2005;[28]Plana et al., 2008; [29] Racette et al., 2010. [30]Thomsen et al., 2004; [31] EFSA Journal, 2010.

    INFORMAO NUTRICIONALPoro de 25 g* (2 colheres de sopa)

    Quantidade por poro % VD (**)Valor energtico 100 kcal = 420 kJ 5%Carboidratos 16 g 5%Protenas 5,0 g 7%Gorduras totais 1,7 g 3%Gorduras saturadas 0 g 0%Gorduras trans 0 g ***Fibra alimentar 0 g 0%Sdio 83 mg 3%

    Clcio 375 mg 38%Vitamina C 20 mg 44%Vitamina E 3,8 mgTE 38%Vitamina D 0,75g 15%

    * Frao suciente para preparar 200 ml. ** % Valores dirios de referncia com baseem uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kJ. Seus valores dirios podem ser maioresou menores dependendo de suas necessidades energticas. *** VD no estabelecido.

    INFORMAO NUTRICIONAL75 g (1 unidade)***

    Quantidade por embalagem % VD (*)Valor energtico 70 kcal = 294 kJ 4%Carboidratos 11 g 4%Protenas 1,9 g 3%Gorduras totais 2,2 g 4%Gorduras saturadas 0 g 0%Gorduras trans no contm **Fibra alimentar 0 g 0%Sdio 27 mg 1%

    * % Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400kJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores dependendo de suas ne-

    cessidades energticas. ** VD no estabelecido. *** A poro de referncia paraIogurte de 200 g.

    INFORMAO NUTRICIONAL75 g (1 unidade)***

    Quantidade por embalagem % VD (*)Valor energtico 71 kcal = 298 kJ 4%Carboidratos 11 g 4%Protenas 1,9 g 3%Gorduras totais 2,3 g 4%Gorduras saturadas 0 g 0%Gorduras trans no contm **Fibra alimentar 0 g 0%Sdio 29 mg 1%

    * % Valores dirios de referncia com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400kJ. Seus valores dirios podem ser maiores ou menores dependendo de suas ne-

    cessidades energticas. ** VD no estabelecido. *** A poro de referncia paraIogurte de 200 g.

    O iogurte com suco de abacaxi e a verso com polpa de morango fornecem 1,1 g de fitosteris por poro de 75 g.

    Nota importante: O aleitamento materno a melhor opo para a alimentao do lactente proporcionando no somente benefcios nutricionais e de proteo, como tambm afetivos. fundamental que a gestante e a nutriztenham uma alimentao equilibrada durante a gestao e amamentao. O aleitamento materno deve ser exclusivo at o sexto ms e a partir desse momento deve-se iniciar a alimentao complementar mantendo oaleitamento materno at os 2 anos de idade ou mais. O uso de mamadeiras, bicos e chupetas deve ser desencorajado, pois pode prejudicar o aleitamento materno e dicultar o retorno amamentao. No caso de utilizao deoutros alimentos ou substitutos de leite materno, devem-se seguir rigorosamente as instrues de preparo para garantir a adequada higienizao de utenslios e objetos utilizados pelo lactente, para evitar prejuzos sade.A me deve estar ciente das implicaes econmicas e sociais do no aleitamento ao seio. Para uma alimentao exclusiva com mamadeira ser necessria mais de uma lata de produto por semana, aumentando os custosno oramento familiar. Deve-se lembrar me que o leite materno no somente o melhor, mas tambm o mais econmico alimento para o beb. A sade do lactente pode ser prejudicada quando alimentos articiais soutilizados desnecessria ou inadequadamente. importante que a famlia tenha uma alimentao equilibrada e que, no momento da introduo de alimentos complementares na dieta da criana ou lactente, respeitem-se oshbitos culturais e que a cria na seja orientada a ter escolhas alimentares saudveis.Em conformidade com a Lei 11.265/06; Resoluo ANVISA n 2 22/02; OMS - Cdigo Internacional de Comercializao de Substitutos do Leite Materno (Resoluo WHA 34:22, maio de 1981); e Portaria M.S. n 2.051 de 0 8 denovembro de 2001.

  • 8/12/2019 Bio18bx

    31/48

    dossi bio

    1 Sade CardiovascularA importncia do colesterol no plasma foi evi-

    denciada nos d