BLOG DEJAMILDO - Futuro da Chesf já está decidido

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A decisão do governo de auto- rizar a Eletrobrás a pagar R$ 10,3 bilhões de dividendos reti- dos desde o fim da década de 1970 abriu caminho para a ca- pitalização da estatal. Na época, os dirigentes da empresa desconversaram so- bre a possibilidade da opera- ção, agora confirmada pelo secretário do Tesouro, Arno Augustin. O assunto tem sido tratado em sigilo no governo por causa das possíveis implicações que notícias a respeito do assunto têm nas negociações das ações da Eletrobrás na Bolsa de valo- res. A capitalização da Eletrobrás é considerada fundamental pa- ra sanear as finanças e dar gás adicional para os investimen- tos da empresa. O governo quer que a Eletro- brás siga o mesmo modelo de gestão da Petrobrás. Por várias vezes, o presiden- te Luiz Inácio Lula da Silva manifestou o desejo de ver a Eletrobrás transformada nu- ma “superestatal de energia” a exemplo do que a petrolífera representa ao País. Há quem defenda que a esta- tal da energia também fique de fora do cálculo do superá- vit primário, como já ocorre com a Petrobrás. Isso porque essa contabilidade faz com que os investimentos da em- presa fiquem limitados. Luciana Xavier CORRESPONDENTE / NOVA YORK Em artigo publicado ontem no Wall Street Journal, a jornalis- ta Mary Anastasia O'Grady criti- ca o entusiasmo generalizado em relação ao Brasil e questiona o trabalho feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seus dois mandatos, e pelo presi- dente do Banco Central, Henri- que Meirelles. Ambos, na sua ava- liação, pouco fizeram além de dar continuidade aos avanços promovidos pelo governo de Fer- nando Henrique Cardoso (FHC) e o ex-presidente do BC Armínio Fraga. Para ilustrar o artigo, o jornal escolheu a foto de uma blitz poli- cial na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, no início deste ano. O artigo relata uma conver- sa que a jornalista teve com o em- presário Eike Batista na semana passada, durante sua passagem pela cidade, e se mostrou mais cética em relação às possibilida- des do País do que o consenso. Sob o título “Contenha seu en- tusiasmo”, o artigo fala da eufo- ria do próprio Eike ao tentar atrair investidores estrangeiros ao Brasil, ao participar do Invest in Rio, seminário no qual foi des- taque. “Que o senhor Batista é um disciplinado e uma sensação quando se trata de tomar risco, com vasta habilidade política, ninguém duvida. Mas será que as novas oportunidades para ele em petróleo e gás vão implicar uma maré crescente para o resto da nação?”, questiona o texto. “Podem me chamar de cética. Na verdade, quanto mais a elite do País fala das parcerias públi- co-privadas para reinventar o Brasil, com sua recém-descober- ta riqueza, mais isso soa como o mesmo velho corporativismo la- tino”, acrescentou. O artigo observa que, segun- do dados do Banco Mundial de 2010, no que diz respeito à facili- dade de se fazer negócios num país, englobando impostos e o la- do regulatório de cada econo- mia, o Brasil aparece na 129.ª po- sição entre 183 nações, uma pio- ra em relação ao ano passado, quando figurava em 127.º lugar. Ranking. O texto destaca que o ambiente de negócios no Brasil fica bem atrás do Chile (49.º), México (51.º) e China (89.º), com notas especialmente ruins nas categorias iniciar um negó- cio, pagamento de impostos e contratação de mão de obra. “Mas há outro sinais preocupan- tes”, alerta a jornalista, se referin- do ao que chamou de protecio- nismo na área de petróleo, que favorece especialmente os negó- cios de Eike Batista. E ressalta que o presidente Luiz Inácio Lu- la da Silva pode até receber mui- tos elogios de empreendedores, mas que uma análise mais apura- da de seu trabalho mostra que “a melhor coisa que ele fez no co- mando do País foi nada”. “O que quer dizer que pelo menos ele não desfez das conquistas mone- tária e fiscal do senhor Cardo- so”, avaliou, referindo-se ao ex- presidente Fernando Henrique Cardoso. Sobre o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o comentário é de que o atual presi- dente do BC, fez “muito pouco” além de dar continuidade à políti- ca contra inflação do ex-presi- dente do BC Armínio Fraga e im- plementar algumas melhoras no que diz respeito à legislação. Freie entusiasmo pelo Brasil, diz artigo do ‘WSJ’ PARA ENTENDER MARY ANASTASIA O’GRADY JORNALISTA DO ‘WSJ’ “A melhor coisa que ele (Lula) fez no comando do País foi ‘nada’”, trecho do artigo Governo vai reforçar capital da Eletrobrás Em entrevista exclusiva, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, também afirma que o governo cumprirá meta fiscal do ano Dividendos abrem caminho à capitalização Quando o melhor é nada Adriana Fernandes / BRASÍLIA O governo vai fazer ainda este ano a capitalização da Eletro- brás. Em entrevista, o secretá- rio do Tesouro Nacional, Arno Augustin, confirma a opera- ção que, segundo ele, será o se- gundo passo no saneamento da empresa, depois que o go- verno decidiu pagar aos acio- nistas dividendos atrasados havia até 30 anos. O secretário descartou, no en- tanto, a possibilidade de retirar a estatal elétrica do cálculo das contas do superávit do setor pú- blico, como defendem alguns in- tegrantes do governo. Responsável pela administra- ção do caixa, Augustin prevê que, após o resultado negativo de fevereiro, as contas do gover- no deverão apresentar déficit em outros meses deste ano. Mas garante que, a partir do segundo semestre, o crescimento mais forte da arrecadação vai garantir o cumprimento – sem artifícios – da meta de superávit primário equivalente a 3,3% do PIB. Augustin diz ainda que, se pre- ciso, o governo pode elevar o va- lor dos empréstimos do Tesouro ao BNDES para financiar investi- mentos. Ele defende o aumento da fatia de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) que é destinada ao BNDES. Eletrobrás. “Não há necessida- de de retirar a estatal do cálculo do resultado das contas públi- cas. Seria o mesmo que não ter mais estatais federais no cálcu- lo, já que, sem a Eletrobrás, o que sobraria de contribuição dessas empresas seria um valor muito pequeno. Não é o fato de estar ou não no cálculo que impede que ela tenha o modelo da Petrobrás, como quer o presidente. Ter a Eletrobrás na conta é um contro- le a mais para termos um resulta- do fiscal positivo. Mas quando as estatais têm resultado menor do que o previsto, o Tesouro com- pensa fazendo superávit maior, como ocorreu no ano passado.” Governança. “O esforço de transformação da Eletrobrás em uma empresa com modelo mais próximo ao da Petrobrás está em andamento. Já há melhorias im- portantes de gestão, como a unifi- cação das subsidiárias regionais. É uma empresa com melhoria de governança em processo.” Capitalização. “O governo re- solveu um problema de 30 anos referente ao pagamento de divi- dendos atrasados, que impedia qualquer discussão de capitaliza- ção da Eletrobrás. Esse primeiro e mais difícil passo já foi dado. Haverá capitalização este ano. O modelo está sendo discutido.” Superávit. “Do meio para o fim do ano, os superávits nas contas públicas serão bem melhores por causa do aumento da arreca- dação. No primeiro bimestre, ti- vemos investimentos maiores, porque os projetos têm um perío- do de maturação. E, felizmente, eles estão cada vez mais fortes. A tendência é de maior crescimen- to do investimento no ano. Mas não vamos fechar 2010 com o mesmo crescimento dos investi- mentos obtido no primeiro bi- mestre, de 101%.” Arrecadação. “A arrecadação já está crescendo a taxas muito fortes. Acreditamos que vai cres- cer muito mais a partir do segun- do semestre. À medida que os meses vão passando, o ritmo maior da atividade econômica vai tendo impacto na arrecada- ção. Os dois primeiros meses de receita já foram melhores do que a nossa expectativa.” Déficits e meta cheia. “É possí- vel termos outros resultados ne- gativos ao longo do ano. Mas va- mos fazer a meta cheia de superá- vit primário, de 3,3% do PIB . Não faremos superávit além da meta, como em 2008. Os analistas es- tão enganados quando dizem que o governo cortou “vento’ do Orçamento. Na prática, o valor de 3,3% do PIB de meta de superá- vit se mostrou capaz de reduzir a relação entre dívida líquida e PIB e, ao mesmo tempo, manter o investimento. Não é um valor teórico, um valor que o Brasil já viu funcionar.” Estatais. “As estatais não vão dar o mesmo resultado negativo do ano passado. Em 2009, coinci- diu que muitos investimentos das estatais andaram mais rapi- damente, o que levou ao déficit. Além disso, a própria receita das estatais com a expansão da eco- nomia em 2010 tende a ser me- lhor. As receitas de Estados e mu- nicípios também vão crescer.” Corte orçamentário. “O corte de R$ 21,8 bilhões feito no Orça- mento garante o superávit. Não sei que conta os analistas fize- ram para avaliarem que a conta não fecha. Toda crítica é boa, mas nós também fazemos as nos- sas e temos acertado. O governo, obviamente, sempre tem mais in- formações que os analistas para fazer as contas. Não temos nada previsto de receitas extraordiná- rias para este ano.” Subsídios. “A nova linha de R$ 80 bilhões de financiamento do BNDES com subsídio do Tesou- ro era necessária, mesmo depois da saída da crise. Trata-se de in- centivar o investimento. Se não tivermos um forte crescimento de bens de capital, logo ali na frente alguém vai dizer que a uti- lização da capacidade instalada da indústria está muito forte. Em função disso, alguém pode dizer que o Brasil tem que cres- cer menos por causa da necessi- dade de combater a inflação.” BNDES. “A solução estratégica para o BNDES se dará no dia em que o País tiver taxas de juros menores de curto prazo do que de longo prazo. Ficará mais fácil o financiamento pelo próprio BNDES. Ele poderá captar recur- sos no mercado. Hoje, a taxa de curto prazo, que é a Selic, é maior do que a de longo prazo, a TJLP. Essa distância está dimi- nuindo e vai diminuir mais. Quando isso acontecer, o pró- prio mercado vai oferecer mais empréstimos no longo prazo. O mercado vai concorrer com o BNDES. Não será necessário o banco ficar tão grande. Ele vai ter concorrência. Vai ser bom.” Empréstimo. “Se for necessá- rio mais dinheiro do Tesouro no BNDES, vamos colocar. Mas acho que não será preciso. Se is- so acontecer, será a melhor notí- cia do ano. Não acredito que o banco conseguirá financiar mais do que os R$ 80 bilhões já em- prestados pelo Tesouro.” FAT. “Aumentar o dinheiro do FAT (para o BNDES) pode ser importante. Não precisa ser uma solução só para aumentar o funding BNDES. Poderemos ter várias. Mas uma mudança no FAT tem que ser constitucional. É muito pouco provável que pos- samos fazer para este ano.” Compra de dólares. “O Tesou- ro agora tem mais prazo para comprar mais dólares para o pa- gamento dos compromissos ex- ternos. São US$ 11 bilhões.” ANDRE DUSEK/AE-20/2/2009 Recorte, cole, descubra, desenhe! Em formato gibi, o Estadinho é diversão garantida. Todo sábado no Estadão. No azul. ‘Estatais não vão dar o mesmo resultado negativo do ano passado’, disse Augustin B6 Economia TERÇA-FEIRA, 6 DE ABRIL DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

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A decisão do governo de auto-rizar a Eletrobrás a pagar R$10,3 bilhões de dividendos reti-dos desde o fim da década de1970 abriu caminho para a ca-pitalização da estatal.

Na época, os dirigentes daempresa desconversaram so-bre a possibilidade da opera-ção, agora confirmada pelo

secretário do Tesouro, ArnoAugustin.

O assunto tem sido tratadoem sigilo no governo por causadas possíveis implicações quenotícias a respeito do assuntotêm nas negociações das açõesda Eletrobrás na Bolsa de valo-res.

A capitalização da Eletrobrásé considerada fundamental pa-ra sanear as finanças e dar gásadicional para os investimen-tos da empresa.

O governo quer que a Eletro-brás siga o mesmo modelo de

gestão da Petrobrás.Por várias vezes, o presiden-

te Luiz Inácio Lula da Silvamanifestou o desejo de ver aEletrobrás transformada nu-ma “superestatal de energia” aexemplo do que a petrolíferarepresenta ao País.

Há quem defenda que a esta-tal da energia também fiquede fora do cálculo do superá-vit primário, como já ocorrecom a Petrobrás. Isso porqueessa contabilidade faz comque os investimentos da em-presa fiquem limitados.

Luciana XavierCORRESPONDENTE / NOVA YORK

Em artigo publicado ontem noWall Street Journal, a jornalis-ta Mary Anastasia O'Grady criti-ca o entusiasmo generalizadoem relação ao Brasil e questionao trabalho feito pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva, emseus dois mandatos, e pelo presi-dente do Banco Central, Henri-que Meirelles. Ambos, na sua ava-liação, pouco fizeram além dedar continuidade aos avançospromovidos pelo governo de Fer-nando Henrique Cardoso

(FHC) e o ex-presidente do BCArmínio Fraga.

Para ilustrar o artigo, o jornalescolheu a foto de uma blitz poli-cial na favela do Jacarezinho, noRio de Janeiro, no início desteano. O artigo relata uma conver-sa que a jornalista teve com o em-presário Eike Batista na semanapassada, durante sua passagempela cidade, e se mostrou maiscética em relação às possibilida-des do País do que o consenso.

Sob o título “Contenha seu en-tusiasmo”, o artigo fala da eufo-ria do próprio Eike ao tentaratrair investidores estrangeiros

ao Brasil, ao participar do Investin Rio, seminário no qual foi des-taque.

“Que o senhor Batista é umdisciplinado e uma sensaçãoquando se trata de tomar risco,

com vasta habilidade política,ninguém duvida. Mas será que asnovas oportunidades para eleem petróleo e gás vão implicaruma maré crescente para o restoda nação?”, questiona o texto.“Podem me chamar de cética.Na verdade, quanto mais a elitedo País fala das parcerias públi-co-privadas para reinventar oBrasil, com sua recém-descober-ta riqueza, mais isso soa como omesmo velho corporativismo la-tino”, acrescentou.

O artigo observa que, segun-do dados do Banco Mundial de2010, no que diz respeito à facili-

dade de se fazer negócios numpaís, englobando impostos e o la-do regulatório de cada econo-mia, o Brasil aparece na 129.ª po-sição entre 183 nações, uma pio-ra em relação ao ano passado,quando figurava em 127.º lugar.

Ranking. O texto destaca que oambiente de negócios no Brasilfica bem atrás do Chile (49.º),México (51.º) e China (89.º),com notas especialmente ruinsnas categorias iniciar um negó-cio, pagamento de impostos econtratação de mão de obra.“Mas há outro sinais preocupan-tes”, alerta a jornalista, se referin-do ao que chamou de protecio-nismo na área de petróleo, quefavorece especialmente os negó-cios de Eike Batista. E ressalta

que o presidente Luiz Inácio Lu-la da Silva pode até receber mui-tos elogios de empreendedores,mas que uma análise mais apura-da de seu trabalho mostra que “amelhor coisa que ele fez no co-mando do País foi nada”. “O quequer dizer que pelo menos elenão desfez das conquistas mone-tária e fiscal do senhor Cardo-so”, avaliou, referindo-se ao ex-presidente Fernando HenriqueCardoso.

Sobre o presidente do BancoCentral, Henrique Meirelles, ocomentário é de que o atual presi-dente do BC, fez “muito pouco”além de dar continuidade à políti-ca contra inflação do ex-presi-dente do BC Armínio Fraga e im-plementar algumas melhoras noque diz respeito à legislação.

Freie entusiasmo pelo Brasil, diz artigo do ‘WSJ’

PARA ENTENDER

MARY ANASTASIAO’GRADYJORNALISTA DO ‘WSJ’“A melhor coisa que ele (Lula)fez no comando do País foi‘nada’”, trecho do artigo

Governo vaireforçar capitalda EletrobrásEm entrevista exclusiva, o secretário do Tesouro, Arno Augustin,também afirma que o governo cumprirá meta fiscal do ano

Dividendosabrem caminhoà capitalização

● Quando o melhor é nada

Adriana Fernandes / BRASÍLIA

O governo vai fazer ainda esteano a capitalização da Eletro-brás. Em entrevista, o secretá-rio do Tesouro Nacional, ArnoAugustin, confirma a opera-ção que, segundo ele, será o se-gundo passo no saneamentoda empresa, depois que o go-verno decidiu pagar aos acio-nistas dividendos atrasadoshavia até 30 anos.

O secretário descartou, no en-tanto, a possibilidade de retirar aestatal elétrica do cálculo dascontas do superávit do setor pú-blico, como defendem alguns in-tegrantes do governo.

Responsável pela administra-ção do caixa, Augustin prevêque, após o resultado negativode fevereiro, as contas do gover-no deverão apresentar déficitem outros meses deste ano. Masgarante que, a partir do segundosemestre, o crescimento maisforte da arrecadação vai garantiro cumprimento – sem artifícios– da meta de superávit primárioequivalente a 3,3% do PIB.

Augustin diz ainda que, se pre-ciso, o governo pode elevar o va-lor dos empréstimos do Tesouroao BNDES para financiar investi-mentos. Ele defende o aumentoda fatia de recursos do Fundo deAmparo ao Trabalhador (FAT)que é destinada ao BNDES.

Eletrobrás. “Não há necessida-de de retirar a estatal do cálculodo resultado das contas públi-cas. Seria o mesmo que não termais estatais federais no cálcu-lo, já que, sem a Eletrobrás, o quesobraria de contribuição dessasempresas seria um valor muitopequeno. Não é o fato de estar ounão no cálculo que impede queela tenha o modelo da Petrobrás,como quer o presidente. Ter a

Eletrobrás na conta é um contro-le a mais para termos um resulta-do fiscal positivo. Mas quando asestatais têm resultado menor doque o previsto, o Tesouro com-pensa fazendo superávit maior,como ocorreu no ano passado.”

Governança. “O esforço detransformação da Eletrobrás emuma empresa com modelo maispróximo ao da Petrobrás está emandamento. Já há melhorias im-portantes de gestão, como a unifi-cação das subsidiárias regionais.É uma empresa com melhoria degovernança em processo.”

Capitalização. “O governo re-solveu um problema de 30 anosreferente ao pagamento de divi-dendos atrasados, que impediaqualquer discussão de capitaliza-ção da Eletrobrás. Esse primeiroe mais difícil passo já foi dado.Haverá capitalização este ano. Omodelo está sendo discutido.”

Superávit. “Do meio para o fimdo ano, os superávits nas contas

públicas serão bem melhorespor causa do aumento da arreca-dação. No primeiro bimestre, ti-vemos investimentos maiores,porque os projetos têm um perío-do de maturação. E, felizmente,eles estão cada vez mais fortes. Atendência é de maior crescimen-to do investimento no ano. Masnão vamos fechar 2010 com omesmo crescimento dos investi-mentos obtido no primeiro bi-mestre, de 101%.”

Arrecadação. “A arrecadaçãojá está crescendo a taxas muitofortes. Acreditamos que vai cres-cer muito mais a partir do segun-do semestre. À medida que osmeses vão passando, o ritmomaior da atividade econômicavai tendo impacto na arrecada-ção. Os dois primeiros meses dereceita já foram melhores do quea nossa expectativa.”

Déficits e meta cheia. “É possí-vel termos outros resultados ne-gativos ao longo do ano. Mas va-mos fazer a meta cheia de superá-

vit primário, de 3,3% do PIB . Nãofaremos superávit além da meta,como em 2008. Os analistas es-tão enganados quando dizemque o governo cortou “vento’ doOrçamento. Na prática, o valorde 3,3% do PIB de meta de superá-vit se mostrou capaz de reduzir arelação entre dívida líquida ePIB e, ao mesmo tempo, mantero investimento. Não é um valorteórico, um valor que o Brasil jáviu funcionar.”

Estatais. “As estatais não vãodar o mesmo resultado negativodo ano passado. Em 2009, coinci-diu que muitos investimentosdas estatais andaram mais rapi-

damente, o que levou ao déficit.Além disso, a própria receita dasestatais com a expansão da eco-nomia em 2010 tende a ser me-lhor. As receitas de Estados e mu-nicípios também vão crescer.”

Corte orçamentário. “O cortede R$ 21,8 bilhões feito no Orça-mento garante o superávit. Nãosei que conta os analistas fize-ram para avaliarem que a contanão fecha. Toda crítica é boa,mas nós também fazemos as nos-sas e temos acertado. O governo,obviamente, sempre tem mais in-formações que os analistas parafazer as contas. Não temos nadaprevisto de receitas extraordiná-rias para este ano.”

Subsídios. “A nova linha de R$80 bilhões de financiamento doBNDES com subsídio do Tesou-ro era necessária, mesmo depoisda saída da crise. Trata-se de in-centivar o investimento. Se nãotivermos um forte crescimentode bens de capital, logo ali nafrente alguém vai dizer que a uti-lização da capacidade instaladada indústria está muito forte.Em função disso, alguém podedizer que o Brasil tem que cres-cer menos por causa da necessi-dade de combater a inflação.”

BNDES. “A solução estratégicapara o BNDES se dará no dia emque o País tiver taxas de jurosmenores de curto prazo do que

de longo prazo. Ficará mais fácilo financiamento pelo próprioBNDES. Ele poderá captar recur-sos no mercado. Hoje, a taxa decurto prazo, que é a Selic, émaior do que a de longo prazo, aTJLP. Essa distância está dimi-nuindo e vai diminuir mais.Quando isso acontecer, o pró-prio mercado vai oferecer maisempréstimos no longo prazo. Omercado vai concorrer com oBNDES. Não será necessário obanco ficar tão grande. Ele vaiter concorrência. Vai ser bom.”

Empréstimo. “Se for necessá-rio mais dinheiro do Tesouro noBNDES, vamos colocar. Masacho que não será preciso. Se is-so acontecer, será a melhor notí-cia do ano. Não acredito que obanco conseguirá financiar maisdo que os R$ 80 bilhões já em-prestados pelo Tesouro.”

FAT. “Aumentar o dinheiro doFAT (para o BNDES) pode serimportante. Não precisa seruma solução só para aumentar ofunding BNDES. Poderemos tervárias. Mas uma mudança noFAT tem que ser constitucional.É muito pouco provável que pos-samos fazer para este ano.”

Compra de dólares. “O Tesou-ro agora tem mais prazo paracomprar mais dólares para o pa-gamento dos compromissos ex-ternos. São US$ 11 bilhões.”

ANDRE DUSEK/AE-20/2/2009

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no Estadão.

No azul. ‘Estatais não vão dar o mesmo resultado negativo do ano passado’, disse Augustin

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