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04 - Editorial Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Semana de... Octávio Carmo22 - Dossier Comunicar Boas Notícias24 - Entrevista Júlio Isidro

56 - Multimédia58 - Concílio Vaticano II60 - Estante62- Agenda64- Por estes dias66 - Programação Religiosa67 - Minuto Positivo68 - Liturgia70 - Fátima 201774 - Fundação AIS76 - LusoFonias

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AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Papa e Trump,encontro pela paz[ver+]

Debater CuidadosContinuados ePaliativos[ver+]

Dia Mundial dasComunicaçõesSociais[ver+] D. Pio Alves | Paulo Rocha | OctávioCarmo | Manuel Barbosa | PauloAido | Tony Neves | FernandoCassola Marques

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Boas notícias ou boa notícia?

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

A Mensagem do Papa para o Dia Mundial dasComunicações Sociais, que se assinala em cadaano no sétimo domingo depois da Páscoa, daascensão na liturgia católica, remete os debatesem torno da mensagem proposta para este anopor Francisco para o segmento das “boasnotícias”. Mas a proposta do Papa vai muito alémde uma catalogação simplista.“Comunicar esperança e confiança, no nossotempo” é o ponto de partida de Francisco paradesafiar utilizadores dos media e produtores deconteúdos à possível conversão de “qualquernovo drama” numa “boa notícia”. Claro que oPapa exorta a uma “comunicação construtiva”,que “promova uma cultura do encontro”, quevença o círculo vicioso da angústia” e que sejacapaz de “deter a espiral do medo”. Mas nãoincentiva à “desinformação”, à indiferença diantedo “drama do sofrimento”, nem à promoção deum “otimismo ingénuo”.A leitura da mensagem do Papa tem de ter emconta, desde logo, que o Papa nunca se refere a“boas notícias”, mesmo afirmando que asnotícias “podem ser boas ou más, verdadeiras oufalsas”, dependendo do “material” que oscomunicadores fornecem. Francisco fala antesem “boa notícia”. E insiste nesse singular,esclarecendo que só há uma “boa notícia”: “é opróprio Jesus”. E é nesta distinção queencontramos o centro de uma mensagem dirigidanão só a comunicadores, mas a todos, porquetodos nos movemos no ambiente mediático quenos habita.Se a celebração do Dia Mundial dasComunicações Socais, que acontece anualmentedesde 1967, é com frequência uma oportunidadepara apontar

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estratégias de comunicação, paradefinir apostas para quem trabalhano setor, seja em meiosgeneralistas, seja nos temáticos, depertença ou não a instituições, oPapa coloca este ano o desafio noparadigma de vida por que se devepautar o perfil de consumidores eprodutores de conteúdos. Não fazconsiderações sobre oprofissionalismo, sobre o digital ou omomento do desenvolvimentotecnológico. Antes indica a chavehermenêutica, os “óculosadequados”, nas palavras deFrancisco, para olhar a realidade,as circunstâncias do dia-a-dia.E aqui está o segredo para quemdeseja ser autor de um projetomediático

e sobretudo para os muitosutilizadores das várias propostas. Éa escolha dos “óculos adequados”que determina a opção pela “boanotícia” ou por produtossucedâneos dessa Boa Novalibertadora e está na origem desentenças avulsas sobre o prezadomundo dos média.Um tema da “tribo” dos media que écada vez mais de todos. Porque asdecisões da “tribo” dependem cadavez mais da escolha de cada um.Sendo assim, esquecemos apossibilidade de ter boas notícias?Não! Procuremos a “boa notícia” eteremos todas as “boas notícias”!

Paulo Rocha

insira a foto aqui

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Duas personalidades distintas…

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- «Só vale a pena falar no futuro de Fátima se aquelesantuário contribuir para criar muitas e variadasiniciativas espirituais e culturais, que convençam osperegrinos a dizer: qual é a minha periferia?» (FreiBento Domingues, «Público» de 21 de maio de 2017) - «Não há memória de um presidente tão impreparadoe tão imprevisível como este. E o problema é omesmo: lidera o país mais poderoso do mundo. Paraaliados e para inimigos, o facto é da maior relevância»(Teresa de Sousa, «Público» de 21 de maio de 2017) - «Jovens que não são aceites numa diocese vão paraoutra, que é o que sempre aconselho, pois se numlugar alguém duvida da nossa vocação, Deus falanoutros lugares para que descubram que podemapostar em nós e seguir o nosso caminho» (VítorEspadilha, «Correio do Vouga» de 24 de maio de2017). - «Não desbaratemos o ardor missionário queFrancisco reacendeu em Fátima» (Padre João AntónioTeixeira, «Voz de Lamego» de 23 de maio de 2017)

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Inovação e Desenvolvimento nosCuidados Continuados e Paliativos

A Clínica São João de Ávila, doInstituto São João de Deus, está apromover um congresso dedicado à«Inovação e Desenvolvimento» nosCuidados Continuados e Paliativosonde participam responsáveisnacionais dos setores. Ocoordenador

da Comissão de Coordenação paraa Reforma da Rede Nacional deCuidados Continuados Integradosem declarações à AgênciaECCLESIA disse que existem “doisgrandes grupos” para areorganização necessária acomeçar pela “diversificação derespostas”.

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“Temos algumas áreas em queprecisamos ter uma repostadiversificada e isso foi criado, nestemomento, nomeadamente, no quediz respeito a cuidados continuadosintegrados e saúde mental ecuidados pediátricos integrados”,afirmou Manuel Lopes.A “ampliação” é, segundo oresponsável, outra reformanecessária na rede de CuidadosContinuados, onde estão“claramente a ampliar o númeroquer de camas, quer de lugares”. e,ainda, o próprio “modelo” doscuidados. “Temos feito uma apostamuito grande na domiciliação doscuidados. Um primeiro momento darede foi o internamento, agora é adomiciliação. Ao mesmo tempoapostar, cada vez mais, naqualidade e desenvolver um modelode intervenção focado não nasdoenças das pessoas”.Para o coordenador da Comissãode Coordenação para a Reforma daRede Nacional de CuidadosContinuados Integrados, ocongresso é importante porquepermite o encontro dos profissionaise têm de “discutir estratégias novas”e como vão “integrar alguma dainovação que está a ser produzida”,como na área das tecnologias dainformação e comunicação. Susana Pereira, diretora deenfermagem na Clínica São Joãode

Ávila, explicou à Agência ECCLESIAque as unidades de cuidadoscontinuados se revelam“importantes para a recuperaçãodos utentes nas capacidadesperdidas” - em casos, por exemplo,de AVC, fraturas - e “para asfamílias”. “Ao longo dos últimos 10anos foi criada a oportunidade dehaver um momento intermédio depreparação e regressos aodomicílio. As respostas nunca vãoser totais, penso que tem sido feitobom caminho”, acrescentou.Susana Pereira afirma que agora osprofissionais estão numa “fase dematuração” e começam “a terdúvidas” e “necessidade deinvestigar e criar novas soluções”.O congresso é dinamizado pelaClínica São João de Ávila e o seudiretor explica que o encontro é“fundamental esta discussão denovos projetos de investigação,novas práticas que capacitam asequipas multidisciplinares paramelhor cuidar”.Em declarações à AgênciaECCLESIA, Nuno Lopes explica, porexemplo, que existem mestrados edoutoramentos nas duas áreas,“novas praticas e formas de mediros resultados” que pretendemdivulgar no congresso.Esta sexta-feira, o congressocentra-se debate a inovação edesenvolvimento nos CuidadosPaliativos e no programa destaca-sea intervenção de Edna Gonçalves, aresponsável nacional do setor.

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EMRC, fonte de esperança ehumanizaçãoO bispo de Aveiro publicou umanota pastoral para apelar àinscrição dos alunos na disciplina deEducação Moral e ReligiosaCatólica, sublinhando o papeldestas aulas na formação dasnovas gerações. “A aula de EMRCapresenta-se como um excelentecomplemento à educação recebidaem casa e na comunidade paroquial– uma ferramenta de capitalimportância para o preenchimentode muitos dos espaços vaziosdeixados pela educação”, refere D.António Moiteiro.O prelado desafia os jovens a fazeropções que ajudem a encontrar “ocaminho da verdadeira realizaçãopessoal”.Na nota pastoral ‘A EMRC, fonte deesperança e humanização’, enviadaà Agência ECCLESIA, o bispo deAveiro escreve que é necessário“estimular, guiar e apoiar” mastambém é preciso “superar muitasinércias, muitas solicitações, muitasrotinas”, pedindo a ajuda dos pais.“A vós, pais, é pedido que estejaisatentos à formação e às escolhasdos vossos filhos”, observa,destacando positivamente os“muitos pais que continuam atentose colaborantes”

e alertando para as famílias,“mesmo ditas cristãs, que nãorespiram nem promovem umaeducação com uma matriz cultural,incluindo a religiosa”. “Ser pessoa éum compromisso e um projeto edaqui nasce a importância de umaeducação para a formação dapessoa. Que este projeto se alicercesobre o amor pessoal de Deus!”,observa.D. António Moiteiro, novo presidenteda Comissão Episcopal EducaçãoCristã e Doutrina da Fé, apresenta adisciplina de EMRC como “fonte deesperança e humanização”, sendo“um direito que não pode sernegado a nenhum aluno”.“Incarnados neste tempo e nestacultura, a todos têm de serpropostos objetivos de referênciaque inspirem decisões e ações”,desenvolve.

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Cultura do fugaz dificultacompromissosO bispo de Viana do Casteloafirmou este domingo que a “culturado fugaz” torna difícil “assumircompromissos”, elogiando oexemplo de padres e casais queestão a celebrar 25, 50 ou 60 anosde fidelidade à sua vocação. “Hámomentos difíceis, momentos dedesânimo, momentos em quesentimos que o ambiente que nosrodeia não é favorável, pois vivemosna cultura do fugaz, sendo hojedifícil, particularmente aos maisjovens, assumir compromissosduradouros”, afirmou D. AnacletoOliveira, na Eucaristia conclusiva doencontro intergeracional ‘CampusLaetitiae’.Em nota enviada à AgênciaECCLESIA, o SecretariadoDiocesano de Comunicação Socialinforma que o prelado felicitou ospadres e os casais que estão acelebrar 25, 50 ou 60 anos deordenação sacerdotal ou dematrimónio e disse que “é motivo dealegria para todos”. “Obrigado pelovosso testemunho, ou melhor, pelasrazões da vossa esperança”,acrescentou, observando que “tantotempo a amar, a dar-se, a servir nãoé fácil”.Para o bispo de Viana do Castelo “égratificante” ver casais e sacerdotesque se mantêm fiéis “dando

razões da sua esperança” queremetem para dois horizontes: “Oamor a Cristo” e “o amor àqueles aquem nos damos”.D. Anacleto Oliveira terminou ahomilia dominical apresentadotambém o exemplo dos maisrecentes santos portugueses - SãoFrancisco e Santa Jacinta Marto -como modelos que “ajudam a dizersim, seja na vida sacerdotal seja navida matrimonial”.O ‘Campus Laetitiae’ foi um FórumIntergeracional de “oração, reflexãoe aposta contínua no convívio e nacaridade”, realizado nos dias 20 e21 de maio, no “espírito docentenário de Fátima”.A Vigararia da Evangelização,Doutrina da Fé e Catequese daDiocese de Viana do Castelo explicaque o encontro foi um desafio a uma“Igreja em saída”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Festas do Senhor Santo Cristo levaram milhares de peregrinos às ruas dePonta Delgada

Imagem peregrina de Nossa Senhora começa visita a emigrantes noLuxemburgo

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Papa e Trump, juntos em busca dapaz

O Papa Francisco recebeu estaquarta-feira no Vaticano, pelaprimeira vez, a visita do presidentedos EUA, Donald Trump, numencontro privado marcado pormensagens de paz. Após otradicional aperto de mãos, os doisresponsáveis sentaram-se frente afrente na biblioteca do Papa, com aajuda de intérpretes, durante cercade 30 minutos, tendo sido possívelouvir Trump a referir que esta erauma "grande honra".Francisco saudou depois a primeira-dama dos EUA, Melania Trump,

a filha mais velha de Trump, Ivanka,e o seu marido, Jared Kushner,antes da troca de presentes.O Papa Francisco ofereceu aDonald Trump as edições em inglêsda mensagem para o Dia Mundial daPaz 2017 - dedicada à não-violência-, assinada "especialmente" para opresidente dos EUA; das exortações“A Alegria do Evangelho” e "AAlegria do Amor", sobre a família;bem como do documento sobre “ocuidado da casa comum”, a cartaencíclica “Laudato sí”, com temasecológicos. Como

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acontece habitualmente com oschefes de Estado, Franciscoofereceu também um medalhão doseu pontificado com dois ramos deoliveira entrelaçados, símbolo dapaz que se sobrepõe à guerra,explicando detalhadamente o seusignificado."É um dos meus grandes desejos,que possa ser como a oliveira, parafazer a paz", disse.Donald Trump presenteou o Papacom um conjunto de livros de MartinLuther King, conhecido pelo seuempenho a favor dos direitoshumanos e civis da comunidadenegra nos EUA, que tem sido umareferência em vários escritos deFrancisco.A delegação do presidente norte-americano incluiu o seu secretáriode

Estado, Rex W. Tillerson, e oconselheiro de Segurança Nacional,H. R. McMaster. Ao despedir-se doPapa, o chefe de Estado dos EUAdisse: "Obrigado, não meesquecerei do que disse".Já na rede social Twitter, opresidente norte-americano evocouo encontro: "Foi a honra de umavida encontrar-me com SuaSantidade o Papa Francisco. Deixoo Vaticano mais determinado do quenunca em procurar a paz no nossomundo".Por causa do encontro oficial, atradicional audiência pública dasquartas-feiras começou meia horamais tarde, em relação ao habitual,na Praça de São Pedro, pelas10h30 locais.

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EUA e Santa Sé promovemcolaboração serenaO Papa e o presidente dos EUA,Donald Trump, apontaram noVaticano à colaboração “serena”entre o Estado e a Igreja Católica,durante o seu primeiro encontro.“Manifestou-se o desejo de umacolaboração serena entre o Estadoe a Igreja Católica nos EstadosUnidos, comprometida no serviço àpopulação nos campos da saúde,da educação e da assistência aosimigrantes”, refere uma nota oficialdivulgada pela sala de imprensa daSanta Sé.Trump encontrou-se ainda com osecretário de Estado do Vaticano,cardeal Pietro Parolin,acompanhado por D. PaulGallagher, secretário do Vaticanopara as relações com os Estados.O comunicado da Santa Sé indicaque as conversações “permitiramuma troca de pontos de vista sobrealguns temas relacionados com aatualidade internacional e com apromoção da paz no mundo”,através da negociação política e dodiálogo inter-religioso.Os responsáveis do Vaticano e dosEUA fizeram “especial referência àsituação no Médio Oriente e à tuteladas comunidades cristãs”. A notaclassifica como “cordiais” as

conversas entre o Papa, Trump eos líderes da diplomacia da SantaSé, com quem o presidente norte-americano esteve durante cerca de50 minutos.As duas partes manifestaram“satisfação pelas boas relaçõesbilaterais” existentes entre a SantaSé e os Estados Unidos da América,sublinhando o “compromisso comumem favor da vida e da liberdadereligiosa e de consciência”.A primeira-dama dos EUA, MelaniaTrump, fez uma visita ao HospitalPediátrico do Menino Jesus,propriedade da Santa Sé, em Roma.Ivanka Trump, filha do presidentenorte-americano, foi recebida pelacomunidade católica de SantoEgídio, no contexto de um encontrosobre o combate ao tráfico depessoas.

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Cáritas denuncia fome e falta demedicamentos na VenezuelaA Cáritas Portuguesa mostrou-se“preocupada” com a atual situaçãoda Venezuela, deixando alertas parao aumento do número de “criançascom fome e de doentes sem acessoa medicamentos”. “A CáritasPortuguesa apela às autoridadesnacionais para que também elasacompanhem a situação precáriadesta população, nomeadamente,dos concidadãos emigrados e queintensifique os seus contactos cominstâncias internacionais”, refere ainstituição, numa nota enviada àAgência ECCLESIA.A organização católica dá aindaconta de “muitos relatos de violênciaque estão a afetar, entre outros, acomunidade portuguesa”. Para aCáritas Portuguesa, é necessárioum esforço conjunto que leve osgovernantes venezuelanos arespeitar “os Direitos Humanos e asConvenções Internacionais” que osdefendem e garantem.A nota oficial deixa ainda um“veemente apelo” ao secretário-geral das Nações Unidas, AntónioGuterres, para que “não abrande osseus

esforços pela reposição dademocracia na Venezuela”. ACáritas Portuguesa ofereceu àcongénere venezuelana a sua“solidariedade e disponibilidadepara ajudar a população daquelepaís, sobretudo os maisnecessitados”.A organização católica está tambémem contacto com a ‘CaritasInternationalis’ que se prepara para“acionar os mecanismos de apoio”às vítimas da instabilidade social,política e económica no país sul-americano.

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Papa condena atentado de Manchester

Convocação do quarto consistório do pontificado

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Futebol ou ténis?

D. Manuel Linda Bispos das Forças Armadas e Forças de Segurança

No recentíssimo filme “Francisco, o Papa dopovo”, há uma cena que me chamaparticularmente a atenção: a audiênciaconcedida pelo representante da ditadura deVileda ao Superior Provincial dos Jesuítas daArgentina, o Padre Jorge Bergoglio. Este, nointuito de sensibilizar os governantes para odrama dos assassinatos políticos e dosdesaparecidos, consegue ser recebido por umAlmirante que nem sequer o manda sentar, masque, com toda a descontracção, concede bemmais interesse a um jogo de ténis que segue pelatelevisão do que ao motivo da conversa. E, adado momento, pergunta ao jesuíta se aprecia epratica algum desporto, ao que ele responde quegosta de futebol. É então que o representante daditadura o admoesta: futebol é um desportodemasiado «rasca», pois supõe equipa, grupoalargado se se pensar no treinador, dirigentes eoutros intervenientes. O que faz lembrar «povo»,ralé escumalha. No ténis, não: é cada um por si,tentando dar nas vistas, subir o máximo possívelnos «rankings» das celebridades. Daqui aconclusão lógica: ou entrar no jogo das todo-poderosas elites vencedoras ou fazer a «triste»opção de se rebaixar ao nível do povo que afogaas mágoas no futebol.Pois é: ontem como hoje, há que posicionar-se.Não no sentido de fazer «opção de classe», queessa, tomada no conceito marxista, já passou àfossilização da história. Mas no de, mesmo sendodirigente, consciencializar-se de que o é do povo

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a que pertence e a quem deveconduzir ao máximo da promoçãopossível.É este o dado mais visível emFrancisco. Porque um Papa só o éem comunhão plena com a sua«assembleia», a sua «ecclesia», asua Igreja, Francisco é,efectivamente, o «Papa do povo», obom pastor que sente “o cheiro dasovelhas”, aquele que meteu ombrosà tarefa hercúlea de fazer de toda acomunidade crente um “hospital decampanha” onde a multidão dosdeserdados da sorte possaencontrar recobro da saúde ou,pelo menos, algum cuidadopaliativo. E com que timbre o é!Mas se Francisco é o «Papa dopovo», os simples são, cada vezmais, o povo

do Papa. Estes sabem que não sãoescorraçados da equipa da qual eleé, simultaneamente, treinador ejogador. Por isso, sentem umpeculiar fascínio por ele, recobramgosto de jogar na sua equipa,solidificam um especialíssimosentido de união.Obrigado, Santo Padre, por terperegrinado a Fátima, ao «estádio»do povo, a esse «campo da bola»onde «joga» a equipa dos simples.Como, há cem anos, lá jogaram trêsdos mais simples dos simples.Sentimos imenso gosto em o termospor treinador desta nossa equipa. Egarantimos-lhe que, como você,neste âmbito, preferimos muito maiso colectivo do futebol aoindividualismo do ténis.

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Senta aí, vamos conversar

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

Como pai de duas filhas, foi particularmentedoloroso saber da morte de menores à saída deum concerto, em Manchester, esta semana. AEuropa tem de assumir que há um problema como Islão (o que é diferente de ver um o Islão comoum problema) e que esse problema não vem sóde fora, mas de dentro da realidade atual doVelho Continente.Ao falar do Islão, vejo que se mistura muitasvezes discurso sobre a experiência religiosapropriamente dita das consequências reais navida dos cidadãos da relação Igreja-Estado (parasimplificarmos), mormente quando uma respostade cariz securitário tende a demonizar o ‘crenteque não crê como nós’.Grandes pensadores têm manifestadopublicamente visões diversas sobre o caráterreligioso dos atentados terroristas, da “recusa damodernidade” às causas religiosas propriamenteditas - não políticas ou sociais - para a violência.A laicidade corresponde na Europa à afirmaçãode um paradigma de pluralidade, sem qualquertolerância para a coação ou imposição deconvicções - seja por parte de religiões, seja porparte de Estados.O que me parece faltar muitas vezes no debateem curso é o questionamento sobre a formadeapresentar a nossa história europeia comouma “ajuda” na determinação da relação Igreja-Estado. ‘Dar a César o que é de César’ - umafrase dos Evangelhos - tem sido historicamente oponto

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de partida para compreender anecessidade de distinção de esferase de poderes - apesar de termosvivido formas de poder teocrático.Hoje voltamos a ver-nosconfrontados com bairros a viversob a ‘Sharia’ e não sob aConstituição do país. Pessoas paraquem não faz sentido afirmar que épreciso “dar a César o que é deCésar’. Um problema real eprofundo.Não é preciso abdicar das nossas

categorias mentais, religiosas efilosóficas para integrar aspopulações muçulmanas quechegam à Europa ou que, emgerações sucessivas, crescem entrenós. Não é precisos ‘suspender oOcidente’ para reagir ao terror.Somos chamados, isso sim, apromover e ensinar uma “separaçãocolaborante”, como algunsespecialistas a definem, entreReligião e Estado, para evitar queaos fundamentalismos se respondacom novos totalitarismos.

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«Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo» é o tema damensagem do Papa para o 51º Dia Mundial das ComunicaçõesSociais, que se assinala no Domingo da Ascensão, este ano no dia 28de maio. Trata-se de uma jornada instituída pelo Concílio Vaticano II,que se celebra desde 1967 a partir da mensagem do Papa. A desteano foi apresentada em Lisboa, numa iniciativa do SecretariadoNacional das Comunicações Sociais, por D. Pio Alves, Graça Franco eJúlio Isidro. Os diálogos desses momentos são uma parte destesemanário, que informa sobre outros projetos publicados porocasião desta jornada. Entre eles, a revista da Agência ECCLESIAcomemorativa da visita do Papa Francisco a Portugal e o Prémio deJornalismo Dom Manuel Falcão.

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Eu penso como o Papa «Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo» é o tema damensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das ComunicaçõesSociais. O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, da IgrejaCatólica em Portugal, promoveu um encontro de apresentação e Júlio Isidroafirmou que se identifica “totalmente com as palavras do Papa”.O apresentador e produtor tem pautado a sua carreira pela alegria e umpositivismo que não alheia o espetador da realidade, por isso, considera quepode dizer: «Eu penso como o Papa.»

Entrevista conduzida por Henrique Matos Agência ECCLESIA (Ecclesia) – Amensagem do Papa Francisco parao Dia Mundial das ComunicaçõesSociais este ano dá a tónica daalegria, coloca a responsabilidadenos animadores, nos jornalistas dedarem a boa notícia. Podemos dizerque a alegria faz parte do seupercurso profissional. É importantepara si a comunicação ser alegria?Júlio Isidro (JI) – A grande alegriaque estou a ter é a circunstância dea ter já lido, como era inevitável, e,apenas mais uma vez, me identificartotalmente com as palavras doPapa.Este Papa tem tido o condão de mefazer identificar com tudo o que diz.Nunca estive em desacordo, nemnuma vírgula, e desta vez emrelação à comunicação social atételefonei

a um colega e disse: “O meu colegaPapa pensa exatamente a mesmacoisa do que eu.” (risos)Realmente, acho extraordinário quealguém que tem um conhecimentotão universal como o Papa nesteparticular esteja, mais uma vez, aacertar em cheio naquilo que deveser a comunicação social. Não naperversão da comunicação socialcomo hoje em dia, infelizmente, seestá a assistir mas sobretudo acomunicação social funcionar comouma mensagem de alegria.Não vivemos num mundo de alegria,como é evidente, e o Papa tambémnão o esconde. Não vivemosnum mundo que estáem paz, que infelizmentetambém não está, masdai a especular a

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violência, a especular aagressividade, o mau viver vai umagrande distância. Uma coisa ésermos, naturalmente, cidadãoscom os pés na terra e sabermos omundo que está à nossa volta eenquanto profissionais termos dedar conta do que está a existir.Outra coisa é aquilo que às vezeschamo escarafunchar a dor, issonão vale a pena. AE – Como é que tem sido visível aolongo da sua carreira de jornalista ede apresentador na rádio e natelevisão?JI – A minha carreira tem sidosempre feita assim, não é alienandoas

pessoas, pondo as pessoas emcasa a pensar que vivem nummundo cor-de-rosa, porque todos osdias temos notícias dessas coisas,mas outra é fazermos o culto da dorque acho extremamente violento.Ao longo destes anos todos, ounesta altura, ainda não no final,posso dizer: Eu penso como o Papa. AE – Viveu diferentes épocas,diferentes sensibilidades nos meiosde comunicação. Nota a razão deser de o Papa Francisco lançar estedesafio olhando à sua volta?JI – Se noto, se noto. Não lhe voudizer que “no meu tempo é que erabom”,

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porque é horrível. Acho que aquilotem sido a involução dacomunicação social resulta dainvolução dos próprios valores domundo. A prova está que hoje emdia há outra coisa de comunicaçãodita social, que são as redessociais, onde as pessoas serevelam tantas vezes no seu pior.Não creio que seja apenas acomunicação social a culpada distotudo. Nós somos culpados distotudo porque a comunicação social éfeita por pessoas.Ao longo da minha carreira tivevárias vezes o sonho da liberdade,e com todo o direito, todos nós. Eramuito triste não podermos pensarem voz alta, era muito triste nãosermos capazes de escrever umtexto e saber que as outras pessoaso iam poder ler. Depois veio essamagnifica explosão da liberdade eda capacidade de darmos conta donosso pensamento, divulgarmos arealidade dos factos mas, talvez, porquestões mais complicadas que têma ver com a forma como o mundo seglobalizou, como alguns foramconsiderados fora de modarealmente a comunicação socialtambém refletiu esse mundo porqueé feito por pessoas.As pessoas, infelizmente, muitas

pessoas, não têm os mesmosvalores que teriam noutros tempo eo que é lamentável é que, nestaaltura, poderiam tê-los em liberdade. AE – O Papa dá conta da situaçãoque às vezes se observa que a boanotícia não é notícia. Recordo quemas suas intervenções em televisão,em espetáculos ao vivo pautavam-sesempre por uma dimensão positivada vida e não perdeu audiências.Muito pelo contrário…JI – Sou um sonhador de talmaneira que acredita que aqualidade faz audiências. Éverdade, penso mesmo que aqualidade faz audiências.Talvez seja primeiro umaaproximação um bocadinho maislenta mas é injusto individualmentepensarmos que estamos a julgar ogosto dos outros e é isso que hojese faz. Uma sondagem não faz ogosto dos outros. O gosto dosoutros é conhecer os outros, e façoo possível por sentir no ar, mais doque os números que aparecem nofinal dos meus programas, dos quaisaté me posso gabar, é saber quecada número é uma pessoa.

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AE – Sublinhou muito esta empatiacom as pessoas. A proximidademesmo com quem escutava, comquem entrava em direto pelotelefone, com os que estavam nosespetáculos ao vivo, é muitoimportante a proximidade com aspessoas?JI – Trabalhar em comunicaçãosocial e pensar que as pessoas nãoexistem é um erro, não se está lá.Nós estamos aqui para falar compessoas, somos pessoas a falarcom pessoas. Com os nossosdefeitos, as nossas qualidades, dolado de lá também.Às vezes, em cada quadro daspessoas lá em casa penso como éque estarão a viver. Não dá nomomento em que estou a comunicarmas nas minhas fases de meditaçãocomeço a pensar a quem tereichegado, em que circunstâncias:Quem é que está feliz, quem é queestá infeliz, quem é que estádoente, quem está saudável., quemé que está com dificuldadeseconómicas, quem é que não está.Quem é que estava zangado nomomento em que estava a falar(riso), quem é que estava aconfraternizar.Enfim, é um mundo que devemos teruma ideia sempre vaga mas há umaonda que se respira no ar que fazcom que sintamos quem são osnossos auditores.

AE – E as novas geraçõesprofissionais da comunicaçãodeixam-no tranquilo? O que lhesdiria agora?JI – (risos) Diria para não seguiremconselhos mas devem seguir. Ésempre difícil dizer isto, dá um arpaternalista e sou incapaz de teresta postura mas, realmente,alguém há dias escreveu a meurespeito uma coisa muito bonita.Que faço comunicação social tendoem linha a vida e hoje em dia faz-secomunicação sem saber que hávida, ou exterior à vida.Dou várias vezes cursos decomunicação social e as nossasconversas são sempre muitointeressantes porque são semprealicerçadas na circunstância de quesou incapaz de estar a falar parauma máquina. Eu sei que estamáquina lá atrás tem gente…

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Boas notícias

A Mensagem do Santo Padre para o51º Dia Mundial das ComunicaçõesSociais encerra, de algum modo, umduplo convite: potenciar as boasnotícias; procurar na Boa Notícia,Jesus Cristo, o fundamento parauma renovada comunicação.Vencer a pressão reinante das másnotícias implica considerandostécnicos que não serãoconsensuais.Por exemplo, a necessidade devender . Parece suposto que a mánotícia vende melhor. Suponhamosque sim. Mas será porque existealguma tendência inata para gostardo mal? Não parece. Será porque,entre todos, criámos um campo decultivo que busca, com certa avidez,o cinzento-escuro do lado sombrioda vida? Talvez.

Outro exemplo. O recurso frequenteà má notícia está razoavelmenteinstalado. Cria-se um estilo, quasemoda, que não é fácil de contrariar.Ir contra corrente implica o risco deparecer cair, como escreve o SantoPadre, “num otimismo ingénuo”, deviver num mundo que parece nãoexistir. E ninguém quer ser nemparecer ingénuo!E, por vezes, o peso da visãonegativa é de tal ordem queempurra os seus clientes a reagirmal quando as coisas,ostensivamente, correm bem. Emdesespero de causa, deita-se mãodo humor ou do suposto direito aoridículo para desacreditar a verdadedas boas notícias.

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Não se trata, como é óbvio, defalsear ou inventar a realidade.Trata-se, com palavrasda Mensagem, de ler a realidade“com os ‘óculos’ certos”. E o PapaFrancisco, com a força de quemconhece a realidade, apela, logo notítulo, a “comunicar esperança econfiança”. E atreve-se a dizer: “nãotenhas medo, que Eu (Deus) estoucontigo”!A perceção desta realidade situa-senum patamar que, humanamente,nos ultrapassa. Por isso, ninguémpode ser julgado por, livremente,não o alcançar. Mas quem, porgraça e correspondência, aí se situatem redobrada responsabilidade epossibilidade de cultivar o campodas boas notícias. “N’Ele (em JesusCristo),

afirma o Papa Francisco, aspróprias trevas e a morte tornam-selugar de comunhão com a Luz e aVida. Nasce, assim, uma esperançaacessível a todos, precisamente nolugar onde a vida conhece aamargura do falimento”.E se até a morte não tem que sermá notícia o que é que não pode terleitura positiva?Consciente das dificuldades queeste tipo de comunicação encerra,Francisco recorda os modoscomunicacionais de Jesus Cristo:deixar – escreve – “que sejam asimagens – mais do que os conceitos– a comunicar a beleza paradoxal davida nova em Cristo, onde ashostilidades e a cruz não anulam,mas realizam a salvação de Deus,onde a fraqueza

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é mais forte do que qualquer poderhumano, onde o falimento pode sero prelúdio da maior realização detudo no amor”.… “As imagens mais do que osconceitos”! E o Papa Francisco falado que sabe e do que pratica. Aindahá dias, entre nós, em Fátima,pontuou a sua mensagem compalavras – certamente! – mas, maisainda, com gestos. Por exemplo: nodia 12, na Capelinha das Aparições,com um silêncio de cerca de oitominutos, trouxe muitas centenas demilhares de pessoas da euforiasensível ao recolhimento orante; nodia 13, na celebração da Eucaristia,o comovido abraço com a criançamiraculada penetrou sensivelmenteno coração da imensa assembleia. Sem luz não há sombras: só hánoite. A verdade e a beleza doquadro da realidade humana integraharmoniosamente as cores, a luz, asombra. A beleza da verdade,presente em cada palavra, em cadagesto, assume e transmite aequilibrada realidade onde domina aboa notícia. “A esperança fundadana boa

notícia que é Jesus faz-nos ergueros olhos”, escreve o PapaFrancisco, e alarga horizontes deesperança. “A confiança na sementedo Reino de Deus (…) torna-noscapazes de atuar (…) com apersuasão de que é possívelenxergar e iluminar a boa notíciapresente na realidade de cadahistória e no rosto de cada pessoa”.Retomo o título da Mensagem: “‘Não tenhas medo que Eu estoucontigo’ (Is 43, 5). Comunicaresperança e confiança, no nossotempo”.

+Pio Alves(Presidente da Comissão Episcopal

da Cultura, Bens Culturais eComunicações Sociais)

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Dia Mundial das ComunicaçõesSociais tem de ser valorizado

O presidente eleito para a ComissãoEpiscopal da Cultura, Bens Culturaise Comunicações Sociais disse àAgência ECCLESIA que deseja“valorizar cada vez mais” acelebração do Dia Mundial dasComunicações Sociais parafomentar uma “pastoral decomunicação”.“A partir deste dia podem nascer

novos dinamismos paracomunicação social na Igreja”,afirmou D. João Lavrador,acrescentando que todas ascomunidades e dioceses devem“alertar em cada ano para aimportância dos media”.Para o bispo de Angra, o DiaMundial das Comunicações Sociaislembra também o dever que todosos

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educadores têm na promoção da“boa utilização” dos media, paraalém de acentuar a funçãoevangelizadora que podem ter.“É uma forma de valorizar acomunicação social como meio deevangelização e de estimular, nasociedade, que toda a comunicaçãosocial pugne pela verdade ecaminhe sempre no sentido do bem,da dignificação da pessoa e do bemcomum”, acrescentou D. JoãoLavrador.O bispo de Angra, que dentro de ummês vai assumir a coordenador dosetor da pastoral das comunicaçõesna Conferência EpiscopalPortuguesa, lembrou que os medianão podem ser analisados apenascomo instrumentos, uma vez que osmeios “já são conteúdo”.“Temos uma forma de comunicaratravés das novas tecnologias, dasredes digitais onde o conteúdo e aforma se misturam”, referiu nocontexto do Dia Mundial dasComunicações Sociais, que seassinala este domingo.

O Dia Mundial das ComunicaçõesSociais foi instituído peloConcílio Vaticano II e assinala-sedesde 1967 a partir de umamensagem do Papa, que este anotem por tema “Comunicar esperançae confiança, no nosso tempo”.D. João Lavrador disse que amensagem do Papa foi “muito bemacolhida” pelos media da Diocesede Angra e os seus colaboradores,desafiados a ir além da “realidademais negativa dos factos”.“Eles sentiram que a mensagem doPapa é um incentivo e um alertapara a comunicação social tenhauma ótica mais positiva, não ficandoapenas na realidade mais negativados factos”, indicou o bispo deAngra.Para D. João Lavrador, o PapaFrancisco diz na mensagem que o“centro da boa notícia é a pessoade Jesus Cristo”, que ensina a“olhar a ótica positiva mesmo nosfatos mais negativos”.

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«Otimismo, Evangelho e Jesus» –receita para boas notícias

O bispo auxiliar de Lisboa, D. NunoBrás, afirma que “gostava” de veralguém a “arriscar a sério” noconvite de publicar “boas notícias”que o Papa Francisco lançou atodos na mensagem para o DiaMundial das Comunicações Sociais.“Poucos são aqueles que seatrevem a arriscar. Gostava de veralguém a arriscar a sério, hásempre a boa

notícia do cãozinho de peluche nofim do noticiário, mas não é isso”,disse em declarações à AgênciaECCLESIA.Para D. Nuno Brás, “não se trata deesconder” o que é mau, “osofrimento” porque do Evangelho“faz parte também o própriosofrimento”.“Trata-se de não ficarmos comoderrotados diante de muros de másnotícias e pessimismos e realidades

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que não nos deixam viver até comoseres humanos”, desenvolveu otambém membro da Secretaria paraa Comunicação (Santa Sé).‘Comunicar esperança e confiança,no nosso tempo’ é o título damensagem do Papa Francisco parao Dia Mundial das ComunicaçõesSociais, celebrado no domingo queantecede o Pentecostes, este anodia 28 de maio.“A questão é que um cristão deveser sempre otimista. O ponto departida creio que deva ser esseporque percebemos que JesusCristo salvou o mundo, porque háuma resposta, uma saída, um outrohorizonte para o mundo”,desenvolveu D. Nuno Brás.É neste contexto, explica, que surgeo convite do Papa Francisco a“todos os comunicadores cristãos”para que olhem para o mundo apartir da perspetiva do Evangelho.O bispo auxiliar de Lisboa sublinhaque “gostava” de ver um jornal, umnoticiário, onde “se rompam osclichés do jornalismo, que seensinam nas faculdades decomunicação”, e que à partida “dãoêxito garantido”.“Gostava de ver alguém a arriscar asério neste convite que o PapaFrancisco lançou a todos”, concluiu.

De recordar ainda que D. Nuno Brásparticipou na primeira Assembleiaplenária da Secretaria para aComunicação que quer reforma dosdiversos media da Santa Sé, noinício de maio."Trata-se de integrar todas asrealidades mas a partir de uma novaperspetiva: todos estes serviços vãocontinuar a existir, mas de formaintegrada”, disse na alturaem declarações à AgênciaECCLESIA.O Conselho Pontifício para asComunicações Sociais, a RádioVaticana, a Sala de Imprensa daSanta Sé, o «L'OsservatoreRomano», o Centro TelevisivoVaticano, a Livraria Editora Vaticanae a Internet são os diferentes meiosde comunicação que o PapaFrancisco quer reformar.

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Não podemos ser mensageiros dadesgraça

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O diretor do Secretariado Nacionaldas Comunicações Socais da IgrejaCatólica em Portugal afirma que osmedia da Igreja, de modo especial,“não” podem “desistir da obrigaçãode educação” a sociedade para asboas notícias.“Não podemos desistir da obrigaçãode educação que temos dasociedade. O Papa Francisco apelaa sermos capazes como cristãos delevar a esperança. Não podemosser mensageiros da desgraça”,afirmou o padre Américo Aguiar emdeclarações à Agência ECCLESIA.O sacerdote é também o presidentedo Conselho de Gerência daRenascença Multimédia e explicaque “não é fácil ser emissor” deboas notícias quando se deve teraudiências porque “o pé foge,rapidamente, ao encontro daquiloque são os momentos difíceis davida uns dos outros, às vezes porboas razões”.A mensagem do Papa Franciscopara o Dia Mundial dasComunicações Sociais 2017 temcomo tema ‘Comunicar esperança econfiança, no nosso tempo’.Para o diretor do SecretariadoNacional das Comunicações Socaisda Igreja Católica em Portugal opontífice “chama a testemunhar, ser

agentes das boas notícias”, com a“Boa Nova do Evangelho emprimeiro lugar”.O padre Américo Aguiar observaque as boas notícias não são “ocritério principal” dostelespetadores, dos leitores ou doscibernautas porque são “atraídospelo mal”.“Rimos quando alguém cai à nossafrente e, só depois, vamos emsocorro, por ventura. Facilmente,gostamos ou temos em nósqualquer coisa de voyeurismo, dever o crime, o assalto, de ver osangue, a desgraça”, desenvolve.Segundo o responsável, asaudiências é que indicam “que éexatamente assim” a preferência equando um órgão de comunicaçãosocial segure esses dados “asaudiências sobem”.“Não é isso que queremostestemunhar”, observa, sublinhandoque a razão da Igreja Católicamarcar presença “nas mais diversasplataformas de comunicação” é“providenciar um encontro comCristo”.

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A Agência ECCLESIA, quepertence ao SecretariadoNacional das ComunicaçõesSocais da Igreja Católica emPortugal, publicou uma revistacomemorativa da viagem doPapa Francisco a Portugal.“Ele próprio disse que todos oqueriam em casa, na sua aldeia,na sua cidade mas não erapossível acolher todos osconvites, por isso, fazemos ocontrário, levamos o Papa atodas as casas, famílias do país”,disse o padre Américo Aguiar.Para o diretor do SecretariadoNacional das ComunicaçõesSocais da Igreja Católica emPortugal, a publicação é tambémuma forma de “criar umdocumento histórico para o quefoi a histórica visita do Papa”.O sacerdote considera que a expressão de Francisco em Fátima ‘temosmãe’ e dá título à capa da revista é “a palavra-chave da comunicação doPapa” e agora uma forma de “recordar materialmente a visita”.O padre Américo Aguiar recorda ainda que as publicações especiaiscomemorativas começam a ser “quase tradição”: “Fizemos umarecentemente que levou até às populações a experiência que foi a imagemda virgem peregrina por todas as dioceses de Portugal.“Foi um sucesso a procura e acolhimento desse documento histórico e agoranão podíamos deixar de levar a casa de cada português a presença doPapa em Fátima”, realçou o diretor do Secretariado Nacional dasComunicações Socais.

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Más notícias obrigam a apontarcaminhosA jornalista Graça Franco, diretorade informação da RádioRenascença, afirma que amensagem do Papa Francisco parao setor das Comunicações Sociaisincita a que os profissionaisapontem “caminhos, soluções”perante uma “má notícia” porquetêm a “responsabilidade óbvia”quando dão “determinadasnotícias”. “Não há tragédiasinsolúveis porque Deus estáconnosco. Quando damos uma mánotícia temos por obrigação de sercatólicos não dá-la como boa notíciamas apontar caminhos, apontarsoluções”, disse à AgênciaECCLESIA.A diretora de informação da RádioRenascença exemplificou com aspalavras do Papa Francisco quefala do drama dos refugiados mas“incita a que lhes abram as portas”,refere à “atenção com a Coreia masincita ao desarmamento”.A mensagem papal ‘Comunicaresperança e confiança, no nossotempo’ “é para todos oscomunicadores, não apenas para oscatólicos” mas, segundo GraçaFranco, “incita” a que se “transmitaisso”.A jornalista católica recebeu odocumento para o Dia Mundial dasComunicações Sociais de “forma

muito pessoal” e considera queFrancisco na metáfora das lentescom que se vê o mundo “a primeiraleitura tem de ser feita”internamente. “O Papa desafia a irao oculista e acertar as dioptriascom que estamos a ver a realidadee, provavelmente, ajustar a nossaforma de ver a uma mais corajosanaquilo que é no fundo um cristãono mundo”, desenvolveu, sobre “umolhar esperançoso”.Neste contexto, Graça Francorecorda a recente viagem do PapaFrancisco ao Santuário de Fátima erealçou que “é muito curioso” que opontífice “utilizou a Salve-Rainhamas disse este vale de alegria”, ouseja, retirou da oração comum àIgreja a análise negativa do mundo.A diretora de informação da RádioRenascença referiu que “háresponsabilidade óbvia em dardeterminadas notícias” porque se “osuicídio é contagioso”, e existemestudos que o comprovam, a“obrigação” é evitar repetir “quandoessa imitação pode ser mais forte”.Dando outro exemplo, comentousobre um caso recente que quemtransmite “a notícia de uma violaçãonum autocarro”, partilhando nainternet o vídeo, “está a violar

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novamente a adolescente” e não anoticiar a violação. “Um consumo demau jornalismo, uma baixa exigênciados públicos pode levar a umaconquista de audiências através desensacionalismo crescente”, realçaa jornalista católica, para quem se ojornalismo que existe “não é de boaqualidade” deve-se “existir que seja”.Graça Franco afirmou ainda que asboas notícias têm o seu lugar noespaço informativo mas “não sãonotícias cor-de-rosa, não sãofalsamente boazinhas” porque isso“não faz parte do mundo dojornalismo que busca a verdade”.“Temos que pensar que a maneiramais efetiva de passar a mensagemsão as histórias humanas, comgente dentro e testemunhos”,concluiu, acrescentando que “a boanotícia a sério para comunicar” é oencontro com Jesus, “que Ele veiocomunicar e isto é para toda ahumanidade”.

“Temos que pensar que amaneira mais efetiva depassar a mensagem sãoas histórias humanas,com gente dentro etestemunhos"

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Transformar más notícias emesperança

O diretor da Agência ‘MediaGate’afirma que mesmo as notíciasnegativas “podem significaresperança”, citando o PapaFrancisco, que escreveu amensagem ‘Comunicar esperança econfiança, no nosso tempo?’ para oDia Mundial das ComunicaçõesSociais. “As notícias são notícias emesmo as que têm um caráter maisnegativo podem ser difundidas comoutro ponto de vista e podemsignificar esperança”, afirmou PauloSantos.

Em declarações no programaECCLESIA, na RTP2, o diretor daAgência ‘MediaGate’ constata quehá uma tendência para dizer “que sefaz o que as audiências queremconsumir” e como é um mercado“será esse o grande motivo”.Para o entrevistado, numa situação“tão dramática como suicídio” podecomeçar-se a pensar em prevenir,“apresentar caminhos de apoio enão apenas a parte mórbida”, porisso, a prevalência de más notíciasem

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relação às boas “depende muito dasperspetivas”. “Nas agênciastentamos focar nas notícias a quemservirmos, o que parece serinteressante difundir, e por issoprocuramos sempre outrosângulos”, contextualiza.Por sua vez, o diretor da AgênciaECCLESIA afirma que no jornalismo“é preciso acentuar as regras dadeontologia” porque chegam para obom exercício da profissão e “nãoprecisa de ser católico”. “Se vemoso espetáculo da violência seremosinduzidos a ela, o mesmo se diz dosincêndios, algum concerto entre osmédia faz com que as imagens quese mostram não sejam umespetáculo”, exemplificou PauloRocha.Para o jornalista existe uma vertente“muito pedagógica” que os mediatêm de cultivar e recorda que oPapa Francisco, na sua mensagem,refere que quando se vê “muitaviolência, muito mal podem-seanestesiar as consciências e cair nodesespero”. “É isso que está emcausa, sermos

indiferentes ao próprio mal. Adeontologia é suficiente, o sercatólico vai dar a boa notícia que oPapa fala, que é a matriz cristã, doEvangelho com a qual se encara avida, ao estilo de Jesus Cristo”,desenvolve.Paulo Rocha assinala que a boanotícia “não é o querer transformaro mal em bom” ou “ser ingénuos”perante algo que possa ser negativomas “apresentar uma proposta devida que é autêntica boa notícia”.A mensagem do Papa Francisco‘Comunicar esperança e confiança,no nosso tempo’ foi publicada nafesta litúrgica de São Francisco deSales, padroeiro dos jornalistas (24de janeiro). O jornalista PauloRocha assinala que a mensagempapal apresenta “sempre linhas deforça muito sugestivas”,normalmente, ao nível mediático,com “muitas indicações práticas”para o exercício do jornalismo epara o trabalho dos profissionaisdos vários setores dos média.

Segundo o diretor da Agência ‘MediaGate’, a Igreja Católica precisaencontrar uma “linguagem de comunicação mais simples” para aspessoas e considera que se podem “segmentar os discursos com omesmo objetivo”. “É difícil para quem não tenha estudos uma linguagemmuito erudita. A Igreja deve seguir o exemplo do Papa Francisco e mais,deve escolher comunicadores e linhas de comunicação muito herméticaspara fora”, sublinhou Paulo Santos.

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A Igreja na Sociedade em Rede

O padre Miguel Neto, diretor doGabinete de Informação da Diocesedo Algarve, considera que acelebração do Dia Mundial dasComunicações deve levar a pensarnos media ao serviço dahumanidade, envolvendo ascomunidades católicas nesteesforço.Os mais de 50 anos destacelebração têm mostrado um “olharde esperança” dos Papas sobre osmeios de comunicação social, com

mensagens mais centradas no“apelo à utilização desses meiospara a evangelização”.Em 2017, o Papa Francisco propõeum “exercício muito difícil” decomunicar boas notícias, face àpredominância das “más notícias”na procura que é feita pelo público,criando um ciclo que é “possívelinverter”.O padre Miguel Neto é autor da tesede doutoramento ‘A Igreja na

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Sociedade em Rede – Perspetivasteológicas a partir do estudo deManuel Castellsi’, com especialidadeem Teologia Prática, naUniversidade Católica Portuguesa.Um tema particularmentesignificativo para o trabalho daIgreja e a sua relação com o mundocontemporâneo.Manuel Castells, investigadorcatalão, dedica a sua análise aquestões sociológicas associadasao uso das novas tecnologias e ao

surgimento da sociedade em rede.Miguel Neto salienta neste trabalhoa presença da Igreja junto dahumanidade, vendo a internet comoum espaço de vida, que completaoutros.O sacerdote considerou que a Igrejatem como preocupação central olugar do ser humano no mundo e oseu relacionamento com Deus ecom os outros, ou seja, em todos osambientes, incluindo o digital.

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Comunicação atenta à realidadediocesana

O Departamento Arquidiocesanopara a Comunicação Social (DACS)de Braga promoveu uma tertúliasobre ‘Fé, Religião e Jornalismo: Umcaminho comum?’, na qual oarcebispo primaz, D. Jorge Ortiga,manifestou a abertura da Igreja localaos órgãos de comunicação social eseus profissionais, numa atitude deum “diálogo franco e transparente”.“A Arquidiocese de Braga é umaIgreja que comunica, que está comos

jornalistas na vida do dia a dia eestes podem contar connosco, nãono sentido de instrumentalizar, de"comprar" seja quem for, mas nosentido de disponibilidade parapoderem desempenhar a suamissão para o bem comum, para obem de todos”, declarou, numaintervenção citada pelo ‘Diário doMinho’.Evocando a mensagem do Papapara o 51.º Dia Mundial dasComunicações Sociais, que secomemora a 28 de

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maio, D. Jorge Ortiga exortou osprofissionais da comunicação sociala privilegiarem as “boas notícias” ea procurarem o “lado bom” que anotícia encerra.A tertúlia contou com intervençõesdos jornalistas Joaquim Franco eAntónio Marujo, numa iniciativamoderada por Flávia Barbosa,coordenadora do DACS.Para Joaquim Franco (SIC), a Igrejadeve “repensar a sua estratégia decomunicação”, propondo uma“plataforma de comunicação” parauma “informação livre, plural einserida no tempo”.António Marujo, especialista eminformação religiosa, considera queo principal problema é a“ignorância” entre jornalistas eIgreja, propondo como solução“criatividade, exigência”.O Secretariado das ComunicaçõesSociais da Diocese de Bragança-Miranda também assinala o 51.º DiaMundial das Comunicações Sociaiscom várias ações de proximidadeaos profissionais desse setor e umaEucaristia, até domingo.“Queremos comunicar esperança econfiança a todos os profissionaisdeste setor. Numa atitude deproximidade e de fermentar

relações”, refere uma nota doorganismo, enviada à AgênciaECCLESIA.Em Évora, o Departamento deComunicação Social daArquidiocese promove umaconferência de imprensa com D.José Alves, na sede do jornal “ADefesa” (largo das Portas de Moura- Évora), pelas 12h00. “Queremos comunicaresperança e confiança atodos os profissionaisdeste setor. Numa atitudede proximidade e defermentar relações”

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Romper círculo das notícias másO Papa Francisco desafia os mediae os jornalistas de todo o mundo apassar de uma lógica de “notíciasmás” para uma da “boa notícia”,rejeitando o sensacionalismo e aexploração dos dramas humanos.“Creio que há necessidade deromper o círculo vicioso da angústiae travar a espiral do medo,resultante do hábito de fixar aatenção nas ‘notícias más’ (guerras,terrorismo, escândalos e todo o tipode falhanço nas vicissitudeshumanas)”, refere, na mensagempara o 51.º Dia Mundial dasComunicações Sociais.O texto, divulgado pela sala deimprensa da Santa Sé, tem comotema ‘Comunicar esperança econfiança, no nosso tempo’.O Papa sublinha que, graças aoprogresso tecnológico, o acessoaos meios de comunicaçãopossibilita a muitas pessoas terconhecimento “quase instantâneo”das notícias, divulgando-as devárias maneiras. “Estas notíciaspodem ser boas ou más,verdadeiras ou falsas”, observa.Francisco pede, por isso, que todosse empenhem na promoção de uma“comunicação construtiva” querejeite os preconceitos e promovauma

“cultura do encontro”. “Num sistemacomunicador onde vigora a lógicade que uma notícia boa nãodesperta a atenção, e, porconseguinte, não é uma notícia,onde o drama do sofrimento e omistério do mal facilmente sãoelevados a espetáculo, podemos sertentados a anestesiar a consciênciaou cair no desespero”, alertou.O Papa propõe um “estilocomunicador aberto e criativo”, quenão se prontifique a dar “papel deprotagonista ao mal”, mas procureevidenciar as “possíveis soluções”,inspirando uma abordagem“responsável”.Francisco defende ainda umacomunicação concreta e próxima,capaz de “iluminar a boa notíciapresente na realidade de cadahistória e no rosto de cada pessoa”.“Pessoas que se deixam conduzirpela Boa Notícia no meio do dramada história, tornando-se como quefaróis na escuridão deste mundo,que iluminam a rota e abrem novassendas de confiança e esperança”,precisa.A mensagem alude a um sentimentogeneralizado de “mau humor eresignação” que pode gerar “apatia”

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ou “medos”, apresentando comoresposta a “lógica da ‘boa notícia’”.“Esta boa notícia, que é o próprioJesus, não se diz boa porque nelanão se encontra sofrimento, masporque o próprio sofrimento é vividonum quadro mais amplo, como parteintegrante do seu amor ao Pai e àhumanidade”, precisa o Papa.Francisco sustenta que, à luz destalógica, os dramas da humanidadesão um “cenário possível” de boasnotícias, dado que “o amorconsegue sempre encontrar ocaminho da proximidade”. “Quem,com fé, se deixa guiar pelo EspíritoSanto, torna-se capaz de discernirem cada evento o que aconteceentre Deus e a humanidade,reconhecendo como Ele mesmo, nocenário dramático deste mundo,esteja compondo a trama dumahistória de salvação”, acrescenta.O Papa fala da esperança como a“mais humilde das virtudes” eescreve que o “Reino de Deu” seapresenta como “uma sementeescondida a um olhar superficial,cujo crescimento acontece nosilêncio”.O Dia Mundial das ComunicaçõesSociais, única celebração dogénero

estabelecida pelo Concílio VaticanoII (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), écelebrado no domingo que antecedeo Pentecostes (28 de maio, em2017).A mensagem do Papa é publicadana festa litúrgica de São Franciscode Sales, padroeiro dos jornalistas(24 de janeiro).

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O Secretariado Nacional dasComunicações Sociais está apromover o ‘Prémio de JornalismoDom Manuel Falcão’, em parceriacom o Grupo RenascençaMultimédia para apoiar, incentivar egalardoar trabalhos jornalísticos detemática religiosa. A primeira ediçãodo ‘Prémio de Jornalismo DomManuel Falcão’ vai distinguirtrabalhos realizados entre o dia 8 demaio de 2016 e o próximo diaMundial das Comunicações Sociais,a 28 de maio.Este é um prémio anual e distinguetrabalhos publicados, emitidos oupartilhados no períodocompreendido entre celebrações doDia Mundial

das Comunicações Sociais, quenormalmente acontece no mês demaio de cada ano.As candidaturas ao ‘Prémio deJornalismo Dom Manuel Falcão’devem ser propostas por leitores,ouvintes, telespectadores ouutilizadores dos vários meios departilha de conteúdos. O prémioserá constituído por um diploma euma dotação em dinheiro de 2500euros e é patrocinado pelo GrupoRenascença Multimédia.O regulamento e outras informaçõessobre o ‘Prémio de Jornalismo DomManuel Falcão’ estão disponíveisem www.ecclesia.pt/premio

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Uma ponte entre a fé e a culturahttp://www.snpcultura.org/Para comemorar o 51º Dia Mundialdas Comunicações Sociais, queeste ano celebramos a 28 de maio,sugiro um dos melhores sítiosonline, de temática religiosa,escritos em português. Com umdesign inovador, arrojado e comconteúdos muito bem produzidos,aconselho que visitem o sítio doSecretariado Nacional da Pastoralda Cultura que se encontradisponível no endereçowww.snpcultura.org.O sítio está construído de umaforma diferente do habitual fugindo,dessa maneira, ao tradicional menulateral. Logo de início somosconvidados a dar uma vista de olhospor todo o sítio, encontrando algunsartigos bastante interessantes.Em “destaque” podemos consultar oque foi inserido mais recentemente,quais os eventos decorrentes quese inserem na índole destesecretariado e ainda ligações paradois canais de vídeo online que nospresenteiam com extraordináriosregistos visuais e sonoros.Na opção cultura, somos brindadoscom verdadeiros manjaresintelectuais! No item “impressãodigital” onde o olhar entre a fé

e a cultura é bastante acutilante,desperta-nos para leituras deelevado relevo e que nos ajudam afazer uma análise da realidade quenos rodeia do ponto de vista da fé.Por outro lado, na opção “vemos,ouvimos e lemos” como o nomeindica sugere-nos variados temasdentro destas áreas sensoriais.Clicando em “A teologia visual dabeleza” entramos num ambienteonde se consegue extrair o carizteológico da beleza, comoinspirações do ser humano na suarelação com o divino.Artigos de âmbito mais espiritualtambém têm lugar nesta autênticafonte de cultura. Desde uma leiturado Evangelho através das imagens,até à singularidade das pedrasangulares, não deixando de proporpaisagens e umbrais que nostransportam e aproximam para umaespiritualidade plena de vida.No item “Igreja” podemos perceberque as sugestões apresentadas nostransportam para um ambiente maisrelacional. No item “observatóriocultural” é percetível o debate daatualidade cultural com artigos muitobem redigidos. Caso pretendaconhecer pormenorizadamentetodas as personalidades que foram

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laureadas com o prémio Árvore daVida, basta que aceda à opção comesse mesmo nome. Por outro lado,dispomos de dois excelentesrepositórios de conteúdos relativosa duas temáticas tão ricas à Igreja.São elas os 50 anos do segundoconcílio do Vaticano e o PapaFrancisco.Para finalizar posso afirmar quetodos os items são muito ricos,sendo que, quase todos nosobrigam a parar em cada umdedicando-lhes muita atenção. Oque por si só revela a qualidade dainformação

apresentada.Este sítio é de facto bastante vivoao nível cultural, transportando-nospara lugares remotos nas maisdiversas áreas culturais quenaturalmente não foram aquiabrangidas. Sempre fazendo aponte, entre a fé e a cultura, comconteúdos atuais e muito bemfundamentados por pessoas deelevado sentido crítico, écertamente um local a visitar comregularidade.

Fernando Cassola [email protected]

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II Concílio do Vaticano: Será aliturgia a dimensão que mais seesbanja na Igreja?

O primeiro documento conciliar foi a Constituição«Sacrosanctum Concilium», publicado a 04 dedezembro de 1963 no encerramento da segundasessão do II Concílio do Vaticano (1962-65). Segundoo bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, aliturgia é a primeira “grande escola permanente da fée da vida espiritual”.Para o prelado que é também professor de liturgia naUniversidade Católica Portuguesa (UCP) a«Sacrosanctum Concilium» é, “indiscutivelmente”, ofruto maduro de uma história mais que centenária,que “viu convergir as insistências provenientes domundo da investigação teológica, histórica, bíblica elitúrgica, assim como da antropologia e daarqueologia, da experiência litúrgica da tradiçãomonástica e da paciente ação pastoral de muitosresponsáveis no ministério” (In: «Liturgia, a primeiraescola da fé»; Carta Pastoral por ocasião do Ano daFé)Apesar desta consideração, D. José Cordeiro realçaque às vezes chega a pensar que a liturgia “é adimensão que mais se esbanja na Igreja”. “Paramuitos, a liturgia deixou de ser uma fonte da qual sebebe a água pura e bela do mistério e um vértice quese deseja alcançar e passou a ser um problema quese deve resolver”, acrescentou.O sucessor de João XXIII - o Papa que convocou o IIConcílio do Vaticano – afirmou, no discurso declausura da 2ª sessão conciliar (04 de dezembro de1963), que “não ficou sem fruto a discussão difícil eintrincada, pois um dos temas – o primeiro a serexaminado e o primeiro, em certo sentido, naexcelência intrínseca e na

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importância para a vida da Igreja – oda sagrada liturgia, foi felizmenteconcluído”.O aprofundamento teológico danatureza da liturgia cristã éapresentado pela Constituição«Sacrosanctum Concilium», que searticula em 7 capítulos com 130números. Até se chegar aoresultado final o documento sofreugrandes alterações. A comissãopreparatória da Sagrada Liturgiapresidida a princípio pelo cardeal G.Cicognani e depois pelo cardeal A.Larraona, preparou um esquema deconstituição, com um proémio e oitocapítulos. Este esquema, elaboradonos princípios de 1962, foiexaminado pela Comissão Centraldo Concílio durante a quinta reunião(28 de março a 3 de abril) e enviadoaos padres

conciliares em junho seguinte.O texto foi apresentado ao Concílioa 20 de outubro de 1962, debatidoda 3ª à 18ª Congregação Geral,corrigido pela Comissão Litúrgica,sujeito por capítulos à votação,modificado segundo as propostasdos padres, e votado pela primeiravez em 22 de novembro de 1963, na73ª Congregação Geral. Dos 2178votantes, 2158 votaram «placet»(Sim). No dia 25 do mesmo mês foianunciada a promulgação para o dia04 de dezembro, dia doencerramento da segunda sessãoconciliar. A votação realizada napresença do Papa Paulo VI teve oseguinte resultado: 2151 votantes;2147 «placet»; 04 «non placet».Fica na história como o primeirodocumento nascido do II Concílio doVaticano.

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“Sermão para quem adormece naIgreja. O humor de um clássico”

Debate com a participação do Padre João Seabra e Luísa Leal de Faria.Moderação de Paulo Rocha, Agência Ecclesia. Dia 2 de junho, das 19h às20h, na Praça Laranja Como já vem sendo tradição, aUniversidade Católica Editora estarápresente na Feira do Livro deLisboa, de 1 a 18 de junho noParque Eduardo VII.

A Universidade Católica Editoraassume a sua posição comreconhecido prestígio no meioacadémico e empresarial, atravésdo desenvolvimento de várias linhas

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editoriais que refletem a atividadecientífica da Universidade CatólicaPortuguesa. Integrando no seucatálogo a produção depensamento original e rigoroso doquadro de docentes, investigadorese colaboradores da Universidade,cumpre a missão de atuar comomeio de comunicação privilegiadoentre a comunidade académica e asociedade.Com este intuito preparámos umaprogramação muito especial:debates sobre temas da ordem dodia, nomeadamente, neurociências,cuidados paliativos, robótica,identidade juvenil e direito dotrabalho. Teremos também sessõesde autógrafos com os autores dasmais recentes obras editadas pelaUniversidade Católica Editora: entreoutros, João Wengorovius Meneses,Alexandre Castro Caldas e JoanaVasconcelos.Esperamos por si no Pavilhão D43!

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Maio 2017Dia 26* Évora: O arcebispo de Évora, D.José Alves, apresenta a mensagemdo Papa Francisco para o 51º DiaMundial das Comunicações Sociaisàs 12h00, na sede do jornal «ADefesa», numa conferência deimprensa do Departamento deComunicação Social daarquidiocese. Dias 26 e 27* Lisboa e Fátima: Colóquiocomemorativo dos 100 anos dasaparições a Cova da Iria intituladocom o tema «Fátima – História –Memória»; dia 26 na AcademiaPortuguesa de História, em Lisboa,e 27 no Centro Pastoral Paulo VI,Fátima. Dia 27* Itália: Papa Francisco vai visitar aDiocese de Génova. * Porto: Conselho Diocesano daPastoral Juvenil * Guimarães: O Corpo Nacional deEscutas assinala 94 anos defundação na cidade da Arquidiocesede Braga.

O epicentro dos festejos doescutismo católico é o centrohistórico de Guimarães, a partir das9h00. * Porto: O grupo de jovens da AçãoCatólica Rural da Diocese do Portopromove a conferência «Eutanásia –Já pensaste?», a partir das 14h30,na Casa Diocesana de Vilar, noPorto. * Aveiro: Encenação da peça«Vossemecê que me quer?» peloGrupo Pedras Vivas, integrada nascelebrações do centenário dasaparições de Fátima, às 21h00, naigreja Matriz da Gafanha daEncarnação * Aveiro: Concerto espiritualcomemorativo dos 100 anos dasaparições na Cova da Iria, pelosCoros do Arciprestado de Aveiro, às21:30, na Sé. Dias 27 e 28Ferreira do Alentejo: Festival TerrasSem Sombra promove uma visita aocentro de Ferreira do Alentejo(14h30), o concerto «Um EspaçoComum: Aspetos da Tradição Líricaem Portugal e Espanha», às 21h30,na igreja martiz.

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E, uma ação de salvaguarda debiodiversidade no Rio Sado, nodomingo de manhã. * Lisboa: A Fundação Betâniapromove um curso orientado porEmma Ocaña sobre «Do medo queparalisa ao medo que desperta», noCentro Cultural Franciscano.* Beja: Encontro dos antigos alunosdos seminários de Beja e Serpa. Dia 28A Igreja Católica celebra o 51.º DiaMundial das Comunicações Sociais.O Papa Francisco escreveu amensagem «Comunicar esperançae confiança, no nosso tempo»; * Fátima: Peregrinação da Diocesede Portalegre-Castelo Branco aoSantuário da Cova da Iria; * Lisboa: A ‘Elenco Produções’ vaiapresentar o musical ‘Entre o Céu ea Terra’, sobre os 100 anos dasAparições de Fátima, em Lisboa;(Dia 3 de junho é no Porto) * Lisboa: Encerramento da exposição «Um peregrino entre peregrinos -Encontros entre Portugal e a SantaSé, 1967-2017»,

no contexto da visita recente doPapa Francisco, no Museu daPresidência. * Portugal: Encerramento dascandidaturas ao «Prémio deJornalismo Dom Manuel Falcão», doSecretariado Nacional dasComunicações Sociais distinguetrabalhos de temática religiosa * Alcobaça: Patriarcado de Lisboadinamiza Festa Diocesana daFamília com o tema «A Alegria doAmor», no Mosteiro de Alcobaça; * Coimbra: Pastoral Universitáriaorganiza bênção das pastas dosestudantes da Universidade deCoimbra, às 11:00, na Sé Nova. * Oeiras: Concerto de Páscoa commúsica de Haendel, Geminiani,Vivaldi, Bach e Buxtehude, às16h00, na igreja matriz. * Santarém: Inauguração daexposição «A beleza da mãe deDeus - da infância ao dia em que osol bailou», às 17h00, no MuseuDiocesano. Dia 30Vaticano: Pontifício ColégioPortuguês vai ser distinguido com otítulo de ‘Casa da Vida’ pelo apoio apessoas perseguidas durante aocupação nazi em Roma.

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27 de maio - ItáliaPapa Francisco vai visitar a Diocese de Génova e aAgência ECCLESIA vai acompanhar a viagem comtodas as notícias em www.agencia.ecclesia.pt. PortoGrupo de jovens diocesano da Ação Católica Ruralorganiza a conferência «Eutanásia – Já pensaste?» naCasa Diocesana de Vilar, a partir das 14h00. GuimarãesCelebrações nacionais do 94.º aniversário do CorpoNacional de Escutas, a partir das 09h00. 27 e 28 de maio - Ferreira do AlentejoFestival Terras Sem Sombra promove uma visita aocentro de Ferreira do Alentejo (14h30), o concerto«Um Espaço Comum: Aspetos da Tradição Lírica emPortugal e Espanha», às 21h30, na igreja martiz. E,uma ação de salvaguarda de biodiversidade no RioSado, no domingo de manhã. 28 de maioA Igreja Católica celebra o Dia Mundial dasComunicações Sociais. O Papa Francisco escreveu amensagem «Comunicar esperança e confiança, nonosso tempo». 31 de maio a 02 de junhoColóquio internacional «A Devoção a Santo Antónioem Portugal e no Brasil», promovida pelo Museu SantoAntónio, no cinema São Jorge e no auditório da Uniãodas Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h30Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia;23h30 - Entrevista deAura Miguel Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 28 maio, 13h30 -O Comunicar a esperança -Dia Mundial dasComunicações Sociais. Segunda-feira, dia 29, 15h00 - Entrevista com o padre AntónioBarbosa, sobre as propostaseducativas no Colégio deGaia. Terça-feira, 30 dia23 15h00 - Informação e entrevista à irmã ConceiçãoCabrita, sobre as propostas da Paulinas Editora naFeira do Livro de Lisboa. Quarta-feira, dia 31, 15h00 - Informação e entrevistaao padre Tony Neves sobre o Pentecostes Jubilar dosMissionários Espiritanos. Quinta-feira, dia 01 junho, 15h00 - Dia Mundial daCriança. Sexta-feira, dia 26, 15h00 - Entrevista de análise àliturgia de domingo com padre Armindo Vaz e frei JoséNunes. Antena 1Domingo, 28 de maio - Dia Mundial dasComunicações Sociais. Segunda a Sexta-feira, 29 de maio a 2 de junho -Escutar os jovens na Igreja Católica.

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Ano A – Solenidade da Ascensão doSenhor Olhar para oCéu, partir emmissão

A Solenidade da Ascensão de Jesus, que hojecelebramos, sugere que, no final do caminhopercorrido no amor e na doação, está a vida definitivana comunhão com Deus. Os discípulos e seguidoresde Jesus são chamados a concretizar o seutestemunho hoje.Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencialda liturgia deste domingo: Jesus, depois de terapresentado ao mundo o projeto do Pai, entrou navida definitiva da comunhão com Ele. Os discípulosnão podem ficar a olhar para o Céu numa passividadealienante; mas têm de ir para o meio das pessoas,continuar o projeto de Jesus. Uma Igreja em saída, nodizer do Papa Francisco.Aí está a segunda leitura a convidar os discípulos aterem consciência dessa esperança de vida plena emcomunhão com Deus. Devem caminhar ao encontrodessa esperança de mãos dadas com os irmãos,membros do mesmo corpo, e em comunhão comCristo, a cabeça desse corpo.O Evangelho apresenta o encontro final de Jesusressuscitado com os seus discípulos, num monte daGalileia. A comunidade dos discípulos, reunida à voltade Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seuSenhor, adora-O, recebe d’Ele a missão de continuarno mundo o testemunho do Reino. Ide, ensinai, batizai,testemunhai.E que fazemos nós hoje?É um tremendo desafio testemunhar no nosso mundoos valores do Reino, esses valores que, muitas vezes,estão em contradição com aquilo que o mundodefende e que o mundo considera serem asprioridades da vida.Com frequência, os discípulos de Jesus são objeto dedesprezo e indiferença, porque insistem emtestemunhar que a felicidade está no perdão e noamor, no serviço e no dom da vida.

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O confronto com o mundo geramuitas vezes, nos discípulos,desilusão, sofrimento, frustração.Nos momentos de deceção e dedesilusão convém, no entanto,recordar as palavras de Jesus: “Euestarei convosco até ao fim dostempos”. Esta certeza devealimentar a coragem com quetestemunhamos aquilo em queacreditamos.Olhar o Céu implica estarmosatentos aos problemas e àsangústias das pessoas,questionados pelas inquietações emisérias, pelos sofrimentos esonhos, pelas esperanças ealegrias que enchem o

coração dos que nos rodeiam,sentirmo-nos solidários com todos,particularmente com aquelas quesofrem.É isso que a Ascensão nos pedehoje e nesta semana: olhar para oCéu e partir em missão, levando oSenhor no coração. E neste DiaMundial dos Meios de ComunicaçãoSocial, procuremos proclamar boasnotícias para o nosso tempo,comunicando esperança econfiança, como nos pede o PapaFrancisco.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Santos Pastorinhos em peregrinação a Roma

Um conjunto de celebraçõesassinalou este sábado, em Roma, acanonização de Francisco e JacintaMarto, pastorinhos de Fátima, com apresença de uma delegaçãoportuguesa. Uma semana após acanonização na Cova da Iria, aBasílica de São Pedro acolheu umacelebração presidida pelo cardealangelo Amato,

prefeito da Congregação dasCausas dos Santos (Santa Sé).“A santidade não tem idade, a Luzde Deus manifesta-se nos pequenose grandes, e por isso a santidadedos pequenos não devesurpreender, é uma manifestaçãoceleste”, disse o responsável daSanta Sé, numa intervenção citadapelo Santuário de Fátima.

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O cardeal italiano disse que asantidade de Francisco e JacintaMarto “mostra a simplicidade dosinocentes”, recordando que “Fátimatem uma mensagem de salvaçãopara o mundo”.Já de tarde, Aula Magna daPontifícia Universidade Gregorianarecebeu uma conferência sobre aespiritualidade dos novos santosportugueses.D. António Marto, que encerrou oevento, assinalou que “Francisco eJacinta Marto são os primeiros

destinatários da mensagem deFátima e assim colaboradores deDeus na sua mensagem demisericórdia”.O bispo de Leiria-Fátima confessouestar de “coração em festa” aorecordar o “valor da vida invisível deFrancisco e Jacinta, que não eramfamosos, nem tinham acesso aredes sociais, viviam no silêncio aexperiencia da fé”.O programa comemorativoencerrou-se à noite, com umconcerto de Giampaolo di Rosa naIgreja de Santo António dosPortugueses.

Com o tema «Fátima – História – Memória» vai realizar-se entre sexta-feirae sábado um colóquio comemorativo dos 100 anos das aparições a Covada Iria.No primeiro dia, o congresso decorre em Lisboa, Academia Portuguesa deHistória, e a conferência inaugural é proferida por Marco Daniel sobre «Otempo e o Espaço – Micro e macro-história do acontecimento ‘Fátima’», lê-se no programa enviado à Agência ECCLESIA.De seguida três oradores – D. Carlos Azevedo; Cristina Sobral e MariaJosé Azevedo Santos – abordam o tema «Fontes para o Estudo deFátima». «Fátima e a primeira República» e «O republicanismo e Fátima»são as reflexões realizadas na tarde do primeiro dia do colóquio.O Santuário de Fátima, Centro Pastoral Paulo VI, acolhe os participantesno segundo dia onde são abordados os temas: «Fátima, O Estado Novo eo 25 de Abril»; «A questão religiosa ao tempo do Estado Novo» e «Fátimae o discurso religioso contemporâneo».A conferência de encerramento deste colóquio promovido pelo Santuáriode Fátima e Academia Portuguesa de História é proferida por D. ManuelClemente que reflete sobre «Fátima no contexto do catolicismocontemporâneo».

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Espetáculo que assinala o centenáriodas Aparições começa digressão

O musical oficial da celebração doCentenário das Aparições, “Entre oCéu e a Terra”, vai ser apresentadoa 27 de maio, no Coliseu de Lisboa,e a 3 de junho, no Coliseu do Porto.A estreia da obra, encomendadapelo Santuário de Fátima no âmbitodo Centenário das Aparições deNossa Senhora aos Pastorinhos,realizou-se no Centro Pastoral dePaulo VI, em Fátima, a 13 deoutubro, repetindo

nos três dias seguintes com lotaçãoesgotada.“Assumindo-se como o musicaloficial da Celebração do Centenáriodas Aparições, o espetáculo resultado desafio lançado pelo Santuário àElenco Produções, ainda em 2014,de pensar as Aparições sob umolhar contemporâneo, promovendoa Mensagem de Fátima eapresentando uma abordagemartística única deste

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acontecimento que marcou o séculoXX”, refere uma nota divulgada pelapágina do Santuário de Fátima nainternet.O musical ‘Entre o Céu e a Terra’assume uma “linguagemcontemporânea e composiçãototalmente original”, com produção

da Elenco Produções, envolvendo60 pessoas. O espetáculo tem aduração de 70 minutos e “cruza opassado com o presente,abordando temas da atualidadecomo a emigração ou oenvelhecimento, num olhar voltadopara os peregrinos”.

A Vortice Dance Company vai apresentar este sábado e domingo oespetáculo multidisciplinar ‘O dia em que o sol bailou’, sobre a história dasaparições de Nossa Senhora de Fátima, no Auditório Vita, em Braga. Osdois dias contam com duas sessões, às 17h30 e 21h30.O espetáculo tem como base temática o contexto social e cultural dasaparições na Cova da Iria, bem como o reflexo desses acontecimentos notempo presente.O título da obra remete para última aparição da Virgem Maria aospastorinhos, a 13 de outubro de 1917, e o projeto cruza várias disciplinasartísticas como a dança, o vídeo, a figuração em holograma, a cenografia3D e figurinos recicláveis. “A mensagem toca todos, acreditando-se ounão, porque é enorme em termos de conteúdo. As pessoas podemesperar ver coisas que já viram, mas ditas de uma forma diferente”, dissea coreografa e bailarina Cláudia Martins à Agência ECCLESIA, na primeiraapresentação do espetáculo, em 2016.O espetáculo foi encomendado pelo Santuário de Fátima para acelebração do Centenário das Aparições.

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Regresso dos cristãos à Planície de Nínive, no Iraque

Reconstruir a esperançaHá datas que ficam para a História.Em Agosto de 2014, os jihadistas doautoproclamado “Estado Islâmico”invadiram, perante a indiferença domundo, a região da Planície deNínive, expulsando de suas casasmilhares de famílias cristãs. Agora,em Maio de 2017, com o apoio daFundação AIS, iniciou-se areconstrução dessas casas.Os olhos voltaram a encher-se delágrimas nos rostos de tantoscristãos no Iraque. A cerimónia quemarcou o início da enormeoperação de reconstrução de casasdos cristãos da Planície de Nínive,na segunda-feira, dia 8 de Maio, foimuito simples, embora carregada designificado. Os proprietários dasprimeiras 105 habitações destruídastotalmente ou parcialmente pelosjihadistas, e que vão agora serreconstruídas, receberam umapequena oliveira para plantaremnos seus quintais como símbolo depaz e de reconciliação. Em Agostode 2014, os jihadistas ocuparam aregião da Planície de Nínive eobrigaram milhares de famílias afugir com a roupa que traziamvestida. As suas casas foram depoisidentificadas, uma a uma. Marcadascom um símbolo.

Apontadas a dedo. Nada foipoupado. Agora, com a expulsãodos jihadistas, os cristãos precisamde ajuda de novo. Mas o regressosó será possível quando as suascasas estiverem habitáveis. No dia 8de Maio, numa cerimónia muitosimples, iniciou-se esse complexoprocesso de reconstrução. Nessacerimónia, Philipp Ozores,secretário-geral internacional daFundação AIS, entregou a cada umadessas famílias, uma pequenaoliveira. Uma vida normalEstas oliveiras vão agora serplantadas junto às suas casas. É aresposta da paz e da tolerância aoódio e à crueldade. O objectivo éambicioso: devolver quase 13 milcasas destruídas pelos jihadistas naPlanície de Nínive às respectivasfamílias cristãs. Azhaar NaissanSaqat é um dos que nunca mais vaiconseguir esquecer esses dias deAgosto de 2014 quando milhares decristãos foram obrigados a fugir dassuas terras. Ainda hoje essamemória assusta. Ainda hoje seesvai em lágrimas quando recordatantas pessoas que ficaram de mãosvazias apenas por serem cristãos. Já

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passaram quase três anos. Pareceque foi ontem. Naissan Saqat émédico. Tem 46 anos e tal como amaior parte destes cristãos, tambémele fugiu para Erbil. Nesta cidade noCurdistão iraquiano, Saqat abriudois centros médicos para auxiliaros deslocados que, como ele,perderam tudo o que tinham. Agora,o doutor Naissan só deseja umacoisa: levar uma vida normal,regressar a casa, à rua ondesempre morou, ao convívio com osvizinhos, os amigos. Por isso, anotícia de que a reconstrução dasaldeias

cristãs vai iniciar-se encheu-o defelicidade. E, por isso, só tempalavras de agradecimento para osbenfeitores da AIS. “A Fundação AIStornou possível para nós aesperança de que poderemosregressar a nossas casas e àsnossas igrejas e levar vidas normaisoutra vez”. Só quem passa pelaviolência mais inimaginável é quecompreende a enorme felicidade dese poder levar apenas uma vidanormal…

Paulo Aidowww.fundacao-ais.pt

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Ousar dar boas notícias

Tony Neves Espiritano

A Ascensão é sempre dia das comunicaçõessociais. Paulo VI tomou a sério decisão doConcílio Vaticano II e instituiu o Dia Mundial dasComunicações Sociais. A partir daí, nunca ospapas se calaram e, ano após ano, foi publicadauma Mensagem para este dia.O papa Francisco dispara, neste 2017, contra aobsessão das más notícias. Se o Evangelho éuma Boa Nova, porquê insistir tanto em notíciasdeprimentes? Não haverá nada debaixo do solque se possa narrar pela positiva? O lado bomda vida e dos acontecimentos não merece sercontado? O Papa pede que narremos,sobretudo, aquelas boas notícias que nosprovocam e nos incentivam a sair em direção àsperiferias e margens para retirar os pobres docharco em que vivem mergulhados, quaseafogados nos seu problemas e dramas.A Mensagem do Papa remete-me para um autorconsagrado, Dominique Wolton, que acaba depublicar um livro com um título bem a propósito:‘Comunicar é viver!’. Destaco algumas frases queme marcaram durante a leitura desta obra dereferência, porque escrita por um dos maioressociólogos da comunicação da actualidade: ‘Repelimos os refugiados com uma brutalidadeoposta a todos os nossos valores europeus. Oseuropeus esqueceram tragicamente o querecorda o Papa Francisco: ‘somos todosrefugiados’. (…). Ninguém pensaria que teríamostantos muros’.‘A mundialização económica faz vencer a lei domais forte: os ricos são cada vez mais ricos, os

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pobres cada vez mais pobres e asclasses médias muitas vezesenfraquecidas’.‘Comunicar é também aprender acoabitar’.‘Porque não, como eu reclamo há20 anos, difundir uma boa notíciaem cada boletim de informação eatravés das redes?. A humanidadeseria, sem dúvida, mais feliz’. ‘Nunca devemos desesperar dohomem. O desejo de amar, de daré, muitas vezes, mais forte quetodos os egoísmos’. Em Fátima, o Papa deu ao mundo(a 2000 jornalistas!) diversas boasnotícias: ‘Temos Mãe!’; ‘Doentes,

não tenhais vergonha de ser umtesouro precioso da Igreja!’; ‘Sempreque olhamos para Maria, voltamos aacreditar na força revolucionária daternura e do carinho!’; ‘Quandopassamos através dalguma cruz,Cristo já passou antes!’; ‘sejamos nomundo sentinelas da madrugadaque sabem contemplar o verdadeirorosto de Jesus Salvador, aquele quebrilha na Páscoa, e descobrirnovamente o rosto jovem e belo daIgreja, que brilha quando émissionária, acolhedora, livre, fiel,pobre de meios e rica no amor!’. Como o papa Francisco, ousemospartilhar com todos boas notícias!

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