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    SOCIEDADE BRASILEIRADE ICTIOLOGIA

    Decapterus tabl Berry, 1968

    Foto: Cludio L. S. Sampaio

    Envie uma foto do seu peixe favorito [email protected]. Resoluo mnima: 200 dpi.

    Mural da SBI

    Utilidade Pblica Municipal: Decreto Municipal 36.331, So PauloUtilidade Pblica Estadual: Decreto Estadual 42.825, So PauloUtilidade Pblica Federal: Portaria Federal 373 de 12 de maio de 2000

    Utilidade Pblica Municipal: Decreto Municipal 36.331, So PauloUtilidade Pblica Estadual: Decreto Estadual 42.825, SoPauloUtilidade Pblica Federal: Portaria Federal 373 de 12 de maio de 2000N 83N 83Joo Pessoa JUNHO 2006Joo Pessoa JUNHO 2006Editorial

    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83 Pgina 1Pgina 1

    ISSN 1808-1436

    MUDANA DE E-MAIL DA TESOURARIA

    [email protected]

    http://www.sbi.bio.br/novo/login.ph

    POR FAVOR, MANTENHAM SEU CADASTRO

    ATUALIZADO JUNTO AO SITE

    Mimagoniates sylvicola: espcie ameaada...3Zungaru jahu: um peixe mais ameaado que os outros?..........4Acar-disco: uma abordagem citogentica.........6Uso de potes para conservao de material........6

    Compreendendo o genoma dos peixes.....................9Propostas equivocadas de moratria no Pantanal.......11Homenagem a Sigueru Esashika............................13

    Ocorrncia do fenmeno Dequada no Pantanal.....14

    Mim ag on iat es s ylv ic ola : es p cie a me a ada ... 3Zungaru jahu: um peixe mais ameaado que os outros?..........4Acar-disco: uma abordagem citogentica... .. .. ..6Uso de potes para conservao de material........6Compreendendo o genoma dos peixes.....................9Propostas equivocadas de moratria no Pantanal.......11Homenagem a Sigueru Esashika............................13Ocorrncia do fenmeno Dequada no Pantanal.....14

    Caros(as) associados(as),

    Em breve estaremos enviando uma mensagem a todos vocscom novidades sobre a nova pgina da SBI (o endereoeletrnico continua o mesmo, mas o visual est ficando bemdiferente) e sobre a nova logomarca que estamos

    preparando.

    Essas mudanas surgem como conseqncia da maturidadeda SBI como sociedade cientfica, da ampliao do nmero deassociados (brasileiros e estrangeiros), do sucesso dos EBIscomo eventos cientficos, da nova formatao do Boletim daSociedade e, sem dvida, da consolidao da NeotropicalIchthyology como importante revista cientfica na nossa reade atuao.

    Tambm teremos, brevemente, novidades sobre o prximoEBI, inclusive com a colocao na internet da homepage do

    evento, que foi estruturada com grande carinho pelaComisso Organizadora do evento. Desde j, agendem-separa participar do XVII EBI, que como todos sabem,acontecer em Itaja,Santa Catarina.

    Com relao ao Boletim da SBI: com grata satisfao queinformo que temos recebido textos, fotos e outros materiaispara divulgao por parte de associados das vrias regies donosso pas. Isto tem sido extremamente gratificante e tem serefletido na diversidade de assuntos que temos conseguidoabordar nos Boletins.

    Que essa participao continue e se fortalea. Afinal, a SBIsomos todos ns.

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    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83 Pgina 2Pgina 2

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    MEMBROS DA DIRETORIAE CONSELHO DELIBERATIVO

    DA SBI

    DIRETORIABINIO 2005-2007

    Presidente:

    Secretria:

    Tesoureira:

    CONSELHO DELIBERATIVO

    Presidente:

    Membros:

    Dra. Ierec Maria de Lucena Rosa

    Dra. Ana Lcia Vendel

    Dra. Renata Guimares Moreira

    Depto. de Sistemtica e EcologiaUniversidade Federal da Paraba

    [email protected]

    Depto. de Sistemtica e EcologiaUniversidade Federal da Paraba

    [email protected]

    Ncleo de Cincias AmbientaisUniversidade de Mogi das Cruzes

    [email protected]

    Pontifcia Universidade Catlica do RioGrande do Sul - PUCRS

    [email protected]

    Universidade para o Desenvolvimentodo Estado e da Regio do Pantanal -

    [email protected]

    Universidade Federal de So Carlos -UFSCAR

    [email protected]

    Fundao Universidade Federal do RioGrande - FURG

    [email protected]

    Universidade de So Paulo - RibeiroPreto - USP

    [email protected]

    Museu de Cincias e Tecnologia -PUCRS

    [email protected]

    SEMA - Mato Grosso do [email protected]

    Dr. Roberto Esser dos Reis

    Dr. Jos Sabino

    Dra. Marisa Narciso Fernandes

    Dr. Joo Paes Vieira

    Dr. Ricardo Macedo Correa e Castro

    Dr. Luiz Roberto Malabarba

    Dr. Thomaz Lipparelli

    MEMBROS DADIRETORIAE CONSELHODELIBERATIVODASBIDIRETORIABINIO 2005-2007Presidente:

    Secretria:

    Tesoureira:

    CONSELHODELIBERATIVOPresidente:

    Membros:

    Dra. Ierec Maria de Lucena Rosa

    Dra. Ana Lcia Vendel

    Dra. Renata Guimares Moreira

    Depto. de Sistemtica e EcologiaUniversidade Federal da [email protected]

    Depto. de Sistemtica e EcologiaUniversidade Federal da [email protected]

    Ncleo de Cincias AmbientaisUniversidade de Mogi das [email protected]

    Pontifcia Universidade Catlica do RioGrande do Sul - [email protected]

    Universidade para o Desenvolvimentodo Estado e da Regio do Pantanal [email protected] Federal de So Carlos [email protected]

    Fundao Universidade Federal do RioGrande - [email protected] de So Paulo - RibeiroPreto - [email protected] de Cincias e Tecnologia [email protected]

    SEMA - Mato Grosso do [email protected]

    Dr. Roberto Esser dos Reis

    Dr. Jos Sabino

    Dra. Marisa Narciso Fernandes

    Dr. Joo Paes Vieira

    Dr. Ricardo Macedo Correa e Castro

    Dr. Luiz Roberto Malabarba

    Dr. Thomaz Lipparelli

    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

    58 Reunio Anual da SBPC

    SBPC&T Semeando InterdisciplinaridadeUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - SC

    16 a 21 de julho de 2006

    http:/ /www.sbpcnet.org.br/eventos/58ra

    5th International Charr Symposium

    Pan-American Journal of Aquatic Sciences,a new scientific journal.

    The scope of the PanamJAS is the Aquatic Sciences field:Biology and Ecology of aquatic organisms, Biological- Physical-Chemical- and Geological- Oceanography, Limnology, CoastalManagement, Fisheries Biology, Aquatic Ecosystem Management,Aquaculture and related areas.

    The Journal's aim is to be a fast and free of charge media forpublication of original scientific articles. Original manuscripts willbe electronically submitted in a document attached to a formallysent e-mail to the Editors ([email protected]). Manuscripts will

    be accepted preferably in English but also in Spanish andPortuguese. There is no a priori limitation in the manuscriptsnumber of pages, inclusion of high resolution colour figures(photos, maps, etc.) or tables in each article (see the web-site formore details and the instructions for authors). Each manuscriptmust stand on its own merits and be a substantial contribution tothefield.

    Our media is exclusively electronic. The Journal is available in aweb-site (http:// www.panamjas.org/), like the most up-to-dateJournals, organised by Volumes, andthe articles freely available inPDFformat once accepted forpublication(finalversion).

    We kindly invite our fellow researchers to visit our web-site andsend their articles forevaluation andpublication.

    The Editorial Board.

    CONGRESSOAQUACINCIA 2006Fundaparque/Bento Gonalves/Serra Gacha - RSFundaparque/Bento Gonalves/Serra Gacha - RS

    14 a 17 de agosto 200614 a 17 de agosto 2006ht tp : / /www.aquac ienc ia2006 .com.br

    Primer Simposio Nacional sobre

    los Humedales del Ecuador

    Primer Simpos io Naciona l sobrelos Humedales del EcuadorLoja, EcuadorLoja, Ecuador

    24 a 28 de Julho 200624 a 28 de Julho 2006www.arcoiris.org/simposio_humedales

    University of Iceland - Reykjavk Iceland

    2 a 5 de agosto de 2006

    www.meetingiceland.com

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    A Costa do Descobrimento uma regio de grandeimportncia em termos de biodiversidade, por abrigar osmaiores remanescentes de Mata Atlntica do extremo sul daBahia. A mata nativa recebeu localmente o nome de hiliabaiana, em decorrncia dos elevados ndices de umidade,comparveis aos da hilia amaznica (Wied-Neuwied, 1820).Nos dias de hoje a densa floresta higrfila est praticamenteconfinada s reas de proteo ambiental, contando comtrs Parques Nacionais e ainda quatro unidades deconservao de uso direto (APA). Apesar dos esforos para o

    estabelecimento de reas a preservar, o sul da Bahia foidegradado ao longo dos anos, principalmente pela atividademadeireira, e o impacto da remoo da vegetao originalrepresenta um perigo para a sobrevivncia da faunanativa. Osul da Bahia entrecortado por vrios rios e riachos que doabrigo a uma rica fauna de peixes de gua doce, muitasdestas espcies endmicas. A fauna de peixes dos riachos daMata Atlntica ainda pouco estudada na regio e corre sriorisco de desaparecer sem que ns, nem ao menos, tomemosconhecimento de sua existncia.

    O conhecimento da ictiofauna em nascentes e ao longodos riachos de Mata Atlntica uma das maneiras de sepromover a conservao dos peixes na regio.

    (Fig.1), um pequeno peixe deriacho, endmico do extremo sul da Bahia, est entre aspoucas espcies da regio a constar da lista oficial dasespcies ameaadas de extino (MMA, 2004). Ocorreunicamente em loca is f lores tados , com densosombreamento e cobertura vegetal. Tratam-se de peixesmuito suscetveis s alteraes ambientais causadoras de

    destruio de seus microambientes (Weitzman et al., 1996).Nas cercanias da vila de Cumuruxatiba, municpio doPrado, h remanescentes de mata secundria bem comovegetao ripria ao longo da maioriados rios.

    Mimagoniates sylvicola

    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83 Pgina 3Pgina 3

    Mimagoniates sylvicola (Characidae: Glandulocaudinae): espcie ameaada deextino em riachos litorneos do extremo sul da Bahia, Brasil.

    Luisa Maria Sarmento-Soares & Ronaldo Fernando Martins-Pinheiro ([email protected])

    Pgina 3Pgina 3

    O rio Imbassuaba, ao norte de Cumuruxatiba, tem suanascente protegida dentro do Parque Nacional doDescobrimento, e o vale do rio est em boas condies depreservao de suas matas mesmo fora da Unidade deConservao (Fig.2). No rio Imbassuaba foram encontradosindivduos de , superfcie dagua, distinguidos pela equipe devido a sua coloraoamarelada, nadando prximo a cardumes de lambaris,

    cf. . Estesindivduos foram transportadospara um aqurio de campo para fotograf-los. So peixes de

    tamanho menor do que , espciesimptridaa ,pormnos intpica.

    Mimagoniates sylvicola

    Astyanax rivularis

    Mimagoniates microleps

    M.sylvicola

    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83Fig.1. Mimagoniates sylvicola.

    Mimagoniates sylvicola

    Mimagoniates microlepis

    M. sylvicola

    ocorre na bacia do rioImbassuaba, e ainda na bacia do rio Joo de Tiba, nomunicpio de Porto Seguro (Menezes & Weitzman, 1990).

    , por outro lado, foi encontrada

    na bacia do rio Cahy, uma drenagem vizinha, ao norte do rioImbassuaba e ao sul, na bacia do rio Perupe, no municpio deCaravelas. A permanncia de no rioImbassuaba reflete a importncia em se preservar tais rios eexemplifica o quanto existncia de reas de preservaocontribui para prevenir a extino de formas endmicas deambientes florestados de mata atlntica.

    Referncias

    Menezes, N.A. & Weitzman, S.H. 1990. Two new species ofM i m a g o n i a t e s ( Te l e o s t e i : C h a r a c i d a e :Glandulocaudinae), their phylogeny and biogeographyand a key to the glandulocaudin fishes of Brazil andParaguay. Proc. Biol. Soc. Washington103(2): 380-426

    Fig.2. Rio Imbassuaba.

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    Pgina 4Pgina 4oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

    Ja ( ): um peixe mais ameaado que os outros?Zungaro jahu

    Carlos Bernardo Mascarenhas Alves ([email protected])Bilogo, Mestre em Ecologia, Conservao e Manejo da Vida Silvestre

    Consultor na rea ambiental e Gerente do Centro de Transposio de Peixes (CTPeixes/UFMG)

    O ja (Ihering, 1898) ocorre

    naturalmente em rios do Centro-Oeste, Sudeste e Sul doBrasil. um Siluriforme (Pimelodidae) de grande porte,alcanando 1,5 m de comprimento e peso superior a 150 kg(Ihering, 1929). um migrador tpico, realizando grandesdeslocamentos ao longo dos rios das bacias do Paran(Agostinho et al., 2003), Paraguai (Resende, 2003) e Uruguai(Zaniboni-Filho & Schulz,2003).

    Informaes bsicas sobre a biologia e histria naturalda espcie so escassas (Agostinho et al., 2003). Em MinasGerais, onde atualmente os rios transformaram-se em

    verdadeiras cascatas de reservatrios, o ja pode serconsiderado localmente extinto em vrios trechos das baciasdos rios Grande e Paranaba (que formam o Paran) e seusprincipais afluentes. Apesar de haver poucos dados sobre oseu real estado de conservao, o ja oficialmenteconsiderado ameaado de extino nos estados de MinasGerais e Paran. Nos outros estados onde ocorre existemduas situaes distintas: (1) onde h Lista Oficial de EspciesAmeaadas, no foi includo (SP e RS); ou (2) nem foiconsiderado onde ainda no existem Listas Oficiais deEspcies Ameaadas (SC, MS, MT e GO) veja Tabela 1.

    Recentemente, aps muita discusso, o Ministrio doMeio Ambiente publicou no Dirio Oficial da Unio a ListaNacional das Espcies de Invertebrados Aquticos e PeixesAmeaadas de Extino e Sobreexplotadas ou Ameaadas deSobreexplotao, por meio da Instruo Normativa n. 05 de21 de maio de 2004 (IN-MMA 05). Segundo o rgo, esse foium dos esforos para enfrentar a ext ino e asobreexplotao de espcies de peixes e invertebradosaquticos. Ocorre que, a no publicao da lista nos mesmosmoldes dos demais grupos da fauna, foi a sada encontrada

    para que os rgos de fiscalizao no ficassem com aobrigao de coibir a explorao de organismos aquticos,expondo a fragilidade do aparato de fiscalizao federal e dosestados.

    Zungaro jahu

    Para agravar um pouco mais a situao, a referidaInstruo Normativa cometeu o equvoco de trocar o nomeda espcie que foi indicada pelos especialistas envolvidos. Oja, conhecido at pouco tempo como ,

    seguindo as normas internacionais de nomenclaturazoolgica passou a ser designado como(espcie do sul, sudeste e centro-oeste) e

    (espcie amaznica) (Lundberg & Littmann, 2003).A espcie indicada deveria ter sido a primeira, mas o nome dasegunda que foi publicada na IN-MMA 05.

    Paulicea luetkeni

    Zungaro jahu

    Zungaro

    zungaro

    MMA Ministrio do Meio Ambiente. 2004. Lista Nacional dasEspcies de Invertebrados Aquticos e PeixesAmeaadas de Extino. Instruo Normativa n 5, 21de Maio de 2004. In: Dirio Oficial da Unio, seo 1, n102, sexta-feira, 28 de maio de 2004. ImprensaNacional. pp. 136-141.

    Weitzman, S.H., N.A.Menezes &J.R. Burns. 1996. Species ofthe glandulocaudine tetra tribe Glandulocaudini: Thegenus Mimagoniates (part 2). Tropical Fish Hobbyist

    April, 1996:179- 194.Wied-Neuwied, Maximiliano de, 1820. Viagem ao Brasil. So

    Paulo, Companhia Editora Nacional, vol. 1. ColeoBrasiliana. 1940.

    Projeto BIOBAHIA. Alto do rio do peixe pequeno, quadra

    2, lote 14, Cumuruxatiba, 45983-000 Prado, BA, Brasil.E-mail: [email protected]

    Lista / Fonte AnoStatus /

    categoria

    Justificativa / Principais ameaas

    Minas Gerais(Machado et al.,1998)

    1998 VU

    Fragmentao de hbitats pela construo degrandes hidreltricas. Alteraes fsicas, qumicase biolgicas dos ambientes por atividadesagroindustriais. A pesca possui normatizaoemprica.

    Paran(Mikich & Brnils.2004)

    2004 VU

    Esta uma espcie rara vulnervel a alteraes dehbitat na bacia do rio Paran, em funo de seuhbito migratrio e do comportamentoessencialmente reoflico em pelo menos uma fasede seu ciclo de vida, sendo afetada pela reduode ambientes lticos e criao de barreiras migrao por aproveitamentos hidreltricos. Outraameaa a introduo de espcies exticas.

    IBAMA(IBAMA, 1989)

    1989no constanenhuma espciede peixe

    MMA(MMA, 2004)

    2004 (**)O ja includo na Relao das EspciesSobreexplotadas ou Ameaadas deSobreexplotao

    So Paulo

    (So Paulo, 1998)

    1998 no consta

    Rio Grande do Sul(Marques et al.,

    2002)2002 no consta

    Gois-

    lista emelaborao

    Mato Grosso do Sul - no possui lista

    Mato Grosso - no possui lista

    Santa Catarina - no possui lista

    Tabela 1. Status de conservao do Ja(Ihering, 1898).

    Zungaro jahu

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    Pgina 5Pgina 5oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

    urgente a necessidade de uma portaria corrigindo esseerro. Esse reparo pode vir atravs de uma ao proativa daprpria Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI), da influnciade algum associado junto ao MMA ou pelo envio dessamatria Cmara Tcnica Permanente de EspciesAmeaadas de Extino e de Espcies Sobreexplotadas ouAmeaadas de Sobreexplotao (CTP/EAS/CONABIO/MMA).

    As conseqncias dessa falha j comeam a aparecer.Em recente edital do Fundo Nacional do Meio Ambiente(Edital FNMA n. 02/2006 - Elaborao de Planos deRecuperao e de Gesto para Espcies de Peixes eI n v e r t e b r a d o s A q u t i c o s -http://www.mma.gov.br/port/fnma/apoio/di/doc/ed0206.pdf) a espcie ameaada oficialmente em Minas Gerais eParan ( ) no poder ser contemplada comprojetos porque a espcie amaznica a que consta da lista.Essa situao tende a se repetir at que a ERRATA seja

    oficialmente publicada pelo Ministriodo Meio Ambiente.Enquanto isso, os impactos que foram relacionadoscomo principais ameaas existncia do ja em Minas Geraise no Paran continuam a afetar negativamente as populaesremanescentes, dessa e de outras espcies, notadamente aedificao de usinas hidreltricas com formao de grandeslagos artificiais, fragmentao dos cursos lticos, destruiode hbitats e introduo de espcies exticas de peixes. porisso que o ja ( ) se tornou mais ameaadoque os demais, pois alm de sofrer esses e outros impactos,no considerada uma espcie oficialmente ameaada peloMMA e est perdendo a chance de estudada, ou seja,perdendoa corrida contra o tempo!

    Agostinho, A.A., Gomes, L.C., Suzuki, H.I. & Jlio Jr., H.F.2003. Migratory fishes of the Upper Paran River Basin,Brazil. In: Carolsfeld, J., Harvey, B., Ross, C., & Baer, A.(Ed.). Migratory fishes of South America: biology,fisheries, and conservation status. Victoria: World

    Fisheries Trust/IDRC/World Bank. p. 19-98.

    Ihering, R. von. 1929. Da vida dos peixes. Melhoramentos,So Paulo. 149 pp.

    Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenovveis (IBAMA). 1989. Lista oficial de espcies dafauna brasielira ameaadas de extino. Portaria 1.522,Dirio Oficial da Unio, Braslia (22/dezembro/1989).

    Zungaro jahu

    Zungaro jahu

    Bibliografia:

    Lundberg, J.G & Litmann, M.W. 2003. Family Pimelodidae(long-whiskered catfishes). In: Reis, R.E., Kullander, S.O. &Ferraris Jr., C.J. 2003. Check list of the freshwater fishes ofSouth and Central America. Edipucrs, Porto Alegre. p. 432-446

    Machado, A.B., Martins, C. S. & Drummond, G. M.. (Org.).

    2005. Lista da Fauna Brasileira Ameaada de Extino.Fundao Biodiversitas, Belo Horizonte.157pp.

    Machado, A.B.M., G.A.B. Fonseca, R.B. Machado, L.M.S.Aguiar & L. V. Lins (eds.). 1998. Livro vermelho dasespcies ameaadas de extino da fauna de MinasGerais. Fundao Biodiversitas, Belo Horizonte. 605pp.

    Marques, A.A.B., Fontana, C.S., Vlez, E., Bencke, G.A.,Schneider, M. & Reis, R.E. 2002. Lista de Referncia da

    Fauna Ameaada de Extino no Rio Grande do Sul.Decreto no 41.672, de 10 junho de 2002. Porto Alegre:FZB/MCTPUCRS/PANGEA, 2002. 52p. (PublicaesAvulsas FZB, 11)

    Mikich, S.B. & R.S. Brnils. 2004. Livro Vermelho da FaunaAmeaada no Estado do Paran. Curitiba: InstitutoAmbiental do Paran. CD-ROM.

    Ministrio do Meio Ambiente (MMA). 2004. Lista Nacional dasEspcies de Invertebrados Aquticos e PeixesAmeaados de Extino. Instruo Normativa n 5(21/maio/2004)

    Resende, E.K. 2003. Migratory fishes of the Paraguay-ParanBasin, excluding the Upper Paran Basin. In: Carolsfeld,J., Harvey, B., Ross, C., & Baer, A. (Ed.). Migratory fishesof South America: biology, fisheries, and conservationstatus. Victoria: World Fisheries Trust/IDRC/World Bank.P. 99-155.

    So Paulo. Secretaria do Meio Ambiente. 1998. Faunaameaada no estado de So Paulo. DocumentosAmbientais - Srie Probio/SP. 56pp.

    Zaniboni Filho, E. & Schulz, U. 2003. Migratory fishes of theUruguay River. In: Carolsfeld, J., Harvey, B., Ross, C., &Baer, A. (Ed.). Migratory fishes of South America:biology, fisheries, and conservation status. Victoria:World Fisheries Trust/IDRC/World Bank. p. 157-194.

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    ser enviados diretamente para a secretaria , preferencialmente em anexo.Peixe da vez,

    Contamos com a sua participao!

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    Pgina 6Pgina 6oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

    Acar-disco: uma abordagem citogentica

    Maria Claudia Gross e Eliana Feldberg ([email protected]; [email protected])Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia

    A bacia amaznica abriga cerca de 3000 espcies depeixes, sendo muitas destas espcies exploradascomercialmente como peixes ornamentais (Santos &Ferreira, 1999). Uma das espcies de maior destaque naaquariofilia o acar-disco, um cicldeo endmico destaregio. Devido ampla variao de colorao e distribuiona bacia amaznica, os acars-disco, pertencente ao gnero

    , ainda causam grande discusso quanto sua taxonomia. Alguns pesquisadores acreditam que ognero monoespecfico, enquanto outros apontam aexistncia das espcies e aeste gnero. Alm disso, muitas vezes a existncia desubespcies defendida, sendo trs includas em

    e duas em (Kullander, 2003; Silva& Kotlar, 1980). Dessa forma, estudos citogenticos mitticose meiticos auxiliaram na taxonomia destes peixes, pelomenos no que se refere diferenciao das populaes deManacapuru-AM ( ) e NovoAiro-AM ( ). Os estudos mitticosnos destas duas populaes revelou que,apesar de todos os indivduos apresentarem nmero diplideigual a 60 cromossomos e ausncia de cromossomos sexuaisdiferenciados, mostrou 46M-SM +14

    micromossomos, enquanto 50 M-SM+ 10 ST-A.Alm disso, a primeira espcie foi a nica a apresentarcromossomos inteiramente heterocromticos. Ainda, ambasas espcies apresentaram sistema de RONs mltiplas, mascromossomos diferentes foram marcados em cada espcie.Porm, o resultado mais interessante foi obtido durante aanlise das clulas germinativas, onde na prfase I de

    uma cadeia cromossmica envolvendo 20cromossomos foi evidenciada, enquanto emapenas os 30 bivalentes foram observados. Este resultadoparece ser indito em peixes, principalmente os neotropicais,mas j havia sido descrito em outros animais, como:

    Symphysodon

    S. aequifasciatus S. discus

    S.

    aequifasciatus S. discus

    Symphysodon aequifasciatus

    Symphysodon discus

    Symphysodon

    S. aequifasciatus

    S. discus

    S.

    aequifasciatus

    S. discus

    ornitorrinco (associao de cromossomos sexuais), algunsi n ve r te b ra d os ( as s oc i a o a t ra v s d e r e gi esheterocromticas terminais), sapos (translocaes seriadas)(Carrel, 2004; John & King, 1982; Siqueira-Jr et al., 2004).Estudos mais aprofundados sero realizados para entendercomo ocorre o pareamento dos cromossomos na cadeia.Entretanto, faz-se necessrio uma ampliao naamostragem de , visando verificar se existealguma diferena citogentica entre as trs subespcies de

    1 - Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia INPA-Laboratrio de gentica de peixes

    Carrel, L. 2004. Chromosome chain makes a link. Nature,432:817-818.

    John, B.; King, M. 1982. Meiotic effects of supernumeraryheterochromatin in Heteropternis obscurella.Chromosoma, 85:39-65.

    Kullander, S.O. 2003. Family Cichlidae. In: Reis, R.R.;Kullander, S.O.; Ferraris. C.J. (Eds). Check list of thefreshwater of South and Central America. Editora daUniversidade Catlica, Porto Alegre, Brasil.p. 605-654.

    Santos, G.M.; Ferreira, E.J.G. 1999. Peixes da BaciaAmaznica. In: Lowe-McConnel, R.H.(Ed). Estudosecolgicos de comunidades de peixes tropicais. EDUSP,So Paulo, Brasil. p. 345-373.

    Silva, T.; Kotlar, B. 1980. Discus. T.F.H. Publications Inc.,NeptuneCity, USA. 96 pp.

    Siqueira-Jr, S.; Ananias, F. Recco-Pimentel, S. 2004.C yt og en et ic s o f t hr ee B ra zi li an s pe ci es o f Eleutherodactylus (Anura, Leptodactylidae) with 22chromosomes and re-analysis of multiple translocations

    in E. binotatus. Genetics and Molecular Biology, 27 (3):363-372.

    Symphysodon

    S. aequifasciatus.

    Referncias

    Uso de Potes para Conservao de Material em Colees IctiolgicasPaulo Andreas Buckup ([email protected])

    Dept. de Vertebrados, Museu Nacional / UFRJ, 20940-040 Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    A preservao a longo prazo de material ictiolgicopreservado em lcool um dos aspectos tcnicos que maispreocupam curadores de colees ictiolgicas. A volatilidadedo meio conservante e seus efeitos sobre os materiaisexigem

    cuidados especiais na escolha de recipientes e materiais parasua vedao. No caso das colees cientficas este cuidadodeve levar em considerao a necessidade de manter osexemplares por longos perodos de tempo. Tipicamente,

    colees cientficas de mdio e grande porte exigem que osmateriais utilizados tenham durao mnima de vriasdcadas, e em muitos casos o ciclo de manuteno podeultrapassar um sculo, como o caso dos museus europeus e

    jocasodealgunsmuseusbrasileiros.A manuteno de material em meio lquido sempre

    representou um grande desafio tecnolgico. Durante osprimrdios da atividade de organizao de colees de

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    peixes, era comum utilizar-se recipientes de cermicafechados com membrana de bexiga urinria de animais, eainda hoje possvel encontrar material armazenado nestetipo de recipiente. Com o avano da indstria de manufaturade vidros, os potes de vidro passaram a predominar como oprincipal tipo de recipiente para armazenamento deespcimes em meio lquido. Apesar da impermeabilidade e

    resistncia qumica do vidro, no entanto, persistem at hojeas dificuldades na escolha de tampas e materiais que, a longoprazo,assegurem a necessria vedao.

    Visando subsidiar os tcnicos e curadores de coleesictiolgicas brasileiras, apresenta-se aqui uma breve sntesesobre os modelos de potes e mtodos de vedao que tmsido utilizados ao longo da histria das colees de histrianatural, e a lgumas recomendao baseadas nadisponibilidade de materiais oferecidos pela indstriabrasileira.

    Tradicionalmente os potes utilizados em coleescientficas em todos os museus do Mundo correspondem amodelos utilizados em grande escala na indstria dealimentos e no armazenamento de produtos farmacuticos.Estes modelos podem ser classificados conforme o tipo detampa e mecanismo de vedao. Os modelos historicamentemais utilizados em colees ictiolgicas so apresentados aseguir:

    .Osimplesusodeum disco de vidro para o fechamento de potes, uma soluopouco segura, porm ainda utilizada em muitas instituiesonde ainda existe material de grande porte armazenado empotes cilndricos. A vedao, ainda que insatisfatria, podeser feita com filme de cloreto de poli-vinil (PVC) ou materialadesivo. Este ainda um dos principais meios de vedao deexemplares utilizado, por exemplo, no Museu de HistriaNatural de Viena, onde a vedao feita com cera de abelhasderretida mediante a aplicao de ferro eltrico. O mtodo,no entanto, pouco prtico e deve ser evitado nas coleesque ainda esto em processo de crescimento.

    . Atmeados do sculo XX este era o principal mtodo defechamento de potes para material cientfico em colees esubstituiu com sucesso o uso das rolhas de madeira oucortia, que deterioram-se muito rapidamente. Ofechamento deste tipo de pote baseia-se no ajuste perfeitoentre o gargalo do pote e a tampa de vidro, o qual alcanado atravs do esmerilhamento de alta precisorealizado tanto na tampa quanto no gargalo. Isto significaque cada tampa precisa ser fabricada individualmente de

    forma a adaptar-se num pote especfico. Este tipo defechamento apresenta inmeros inconvenientes destacando-se (1) a dificuldade de obter um ajuste impermevel, a (2)dificuldade de manter a tampa associada ao pote para o qual

    Tipos de Potes

    Potescomtampadeplacadevidro

    Potes com tampa de vidro esmerilhado

    ela foi preparada, e (3) a dificuldade de abrir tampas ondehouve deposio de resduos ou contrao do vidro. Devidoa elevao de custos e aparecimento dos plsticos, estespotes j no mais fabricados. Existem no comrcio, noentanto, potes decorativos que imitam a forma dos potes detampa esmerilhada, porm sua tampa no esmerilhada.Muitas colees ainda possuem grande quantidade de potes

    de tampa esmerilhada, o que representa uma pesada cargapara sua manutenoe eventual substituio.

    . Antes dadisseminao de potes com tampa de rosca no final doSculo XX estes eram os tipos de potes mais utilizados emcolees ictiolgicas e ainda so utilizados em importantescolees como a do Museu Nacional de Histria Natural(USNM) de Washington. Estes potes possuem uma tampade vidro, porm a vedao feita por anel de membrana deborracha posicionado entre a tampa e o pote. A presso

    feita por um sistema de arames rgidos, fechado por ummecanismo de alavanca. A vedao muito eficiente, porma manuteno deste tipo de pote muito difcil, visto que elesforam desenhados para o a indstria alimentcia onde seprev a reutilizao da borracha de vedao. Alis, pelocontrrio, o que muitos pesquisadores percebem como comoum defeito da borracha na verdade um objetivo dofabricante: o ltex da vedao deve derreter durante aesterilizao do alimento de modo a no permitir nenhumvazamento. No USNM este problema contornado atravsda sistemtica substituio dos anis de ltex de lates poranis de borracha sinttica de altadurabilidade.

    . Este tipo depote, conhecido como snap cap foi muito utilizado emcolees ictiolgicas na segunda metade do Sculo 20,principalmente no Brasil. A vedao feita por uma tampade polietileno flexvel ajustada sobre um gargalo sem rosca.Apesar de prtico e de ter sido amplamente utilizado pelaindstria farmacutica, este tipo de pote apresenta doissrios problemas: (1) freqentemente ocorre vazamento porfalta de presso adequada da tampa, e (2) o polietileno da

    tampa no resiste presso e acaba rachando ao longo dosanos, ocasionando rpida perda do lquido conservante e doespcime. Alm disto, o sistema de fechamento no permiteo uso de potes com boca de grande dimetro.Decididamente devem ser expurgados das coleescientficas e seu uso deve ser evitado.

    . Trata-se domodelo mais utilizado atualmente em colees ictiolgicas.A dificuldade para se obter uma adequada vedao, noentanto, o principal problema deste tipo de pote (Finket al.,

    1979). Este problema minorado com o uso de diferentestipos de discos de vedao. As tampas propriamente ditaspodem ser fabricadas em diferentes tipos de material: metal,bakelite, polietileno e polipropileno. As tampas metlicas

    Potes de conserva tipo bail top

    Potes com tampa plstica de presso

    Potes com tampa de rosca helicoidal

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    costumam apresentar problemas de corroso e com oaprimoramento da indstria de plsticos j no so utilizadas.Atualmente predominamas tampas de plstico. A escolhadoplstico, no entanto muito importante. Tampas de bakelitee compostos fenlicos a base de formaldedo devem semevitadas, pois so demasiadamente rgidas e afrouxamnaturalmente com o passar do tempo. Tampas de polietileno

    ou polipropileno apresentam a flexibilidade adequada paraum fechamento seguro. As primeiras, no entanto, sosusceptveis a rachaduras e perda da plasticidade com opassar do tempo. Isto se deve ao fato de que o polietilenono inteiramente impermevel ao lcool e susceptvel aoataque por agentes qumicos e pela luz (especialmente aultra-violeta), tornando-se quebradio. Por este motivo, ascolees norte-americanas utilizam tampas de polipropileno.Infelizmente, a indstria brasileira no oferece este tipo detampa em larga escala. Recentemente o uso de tampas de

    rosca helicoidal tornou-se ainda mais difcil devido ao fato deque a indstria alimentcia passou a utilizar discos adesivosde segurana internos e as tampas de polietileno passaram ater funo predominantemente cosmtica. Muitas coleesbrasileiras que utilizavam potes reciclados de maionese oucaf em p passaram a ter dificuldades para adquirir tampasquando os fabricantes mudaram seus modelos. Alm distovrios fabricantes passaram a utilizar tampas de garra (vejaabaixo), que no permitem um fechamento apropriado paraa conservao de material em lcool.

    . Este tipo de pote passoua ser utilizado pela indstria alimentcia como uma alternativaaos portes de rosca helicoidal. Sua principal vantagem, doponto de vista comercial, a facilidade de abertura efechamento. Existem dois tipos bsicos de potes de garras:potes para produtos secos com tampa plstica e potes deconserva com tampa metlica. Os primeiros no devem emhiptese alguma ser utilizados em colees cientficas poisseu mecanismo de fechamento visa facilitar a abertura dopote, o que justamente o oposto do que se pretende nestascolees, onde o objetivo principal o estabelecimento de

    uma vedao segura. Por outro lado, os potes de conservacom tampa metlica oferecem a possibilidade de vedaobastante segura. Estes potes foram desenvolvidos de formaa permitir a esterilizao direta do alimento e possuem umanel de borracha que promove a vedao mediante a ao docalor. O metal da tampa, no entanto, no preparado pararesistir a ao de elementos oxidantes alm do prazo devalidade usual dos alimentos, o qual muito inferior expectativa de armazenamento de material em coleescientficas. Felizmente, no entanto, o uso de discos de

    vedao apropriados demonstrou ser uma soluoapropriada para evitar a oxidao da tampa.

    .Tanto para potes com tampas de rosca helicoidal como

    Potes com tampa de garras

    Discos de vedao

    para potes com tampa metlica de garras, indispensvel ouso de discos de vedao de polietileno expandido. Nestecontexto, importante ressaltar que os discos de carto decelulose plastificados que eram utilizados pela indstriaalimentcia so inadequados para o armazenamento dematerial em meio lquido. Estes discos so inclusive um dosprincipais motivos de perda de material em colees

    cientficas que usam potes reciclados. Como a pelculaprotetora muito fina, o papelo poroso acaba sendo umfator de eliminao do lquido. Os curadores, tcnicos epesquisadores devem adotar uma postura firme de caa esubstituio a estes tipos de disco.

    Pelas suas propriedades elsticas, o polietilenoexpandido (conhecido comercialmente como Polexan) amelhor material amplamente disponvel para a realizao davedao interna. Os discos devem ser fabricados comcaractersticas de espessura e dimetro apropriados para

    cada tipo de tampa. Embora isto represente um elevadocusto inicial, visto que o fabricantecostuma exigir a produode quantidades mnimas relativamente elevadas, o custo porunidade extremamente baixo e recomenda-se compradestes discos em grandes quantidades.

    Uma desvantagem dos discos de polietileno expandido o fato de que o polietileno material permevel ao lcool.Para evitar os problemas decorrentes desta vulnerabilidaderecomenda-se o uso de discos com pelcula de polister. Orevestimento de polister impermevel ao lcool e foiespecialmente desenvolvidos para a indstria de cosmticos,visando evitar a perda de aromas e solventes. O fabricanteoferece a possibilidade de revestir apenas uma ou as duasfaces do disco. A primeira opo mais econmica, pormexige que os tcnicos e pesquisadores prestem ateno paraa necessidade de colocar o disco na posio correta.

    Independente do tipo de tampa e disco de vedaoadotados, recomendvel o uso de medidas adicionaisdestinadas a assegurar a vedao dos potes. Um tcnica

    utilizada com grande sucesso o uso de filme de PVC de boaqualidade. O filme esticado sobre a boca do pote antes doseu fechamento. Alm disto, aps o fechamento, enrola-seuma fita de PVC de forma a selar a periferia da tampa. Emnossa experincia ao longo de mais de uma dcada no MuseuNacional, este um dos mais eficientes mtodos de vedaoutilizados na coleo, sendo evidente a diferena nos nveisde evaporao em relao a potes fechados sem o uso dePVC. Em algumas situaes observamos que possvelvedar eficientemente potes com filme de PVC at mesmo

    sem utilizar qualquer tipo de tampa! Naturalmente estaprtica no recomendvel em nenhum tipo de acervo, masdemonstra a eficincia do material na vedao de potes comlcool etlico.

    Filme de polipropileno

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    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia ,Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia ,Junho de 2006, N83 Pgina 9Pgina 9

    Compreendendo o genoma dos peixesProf. Dr. Cesar Martins ([email protected])

    Departamento de Morfologia, Instituto de Biocincias, UNESP - campus de Botucatu.

    IntroduoO genoma dos peixes apresenta caractersticas muito

    peculiares, relacionadas dinmica destes organismos na

    natureza. Ao contrrio dos mamferos, em que extensosestudos tm sido realizados acerca da organizao do seugenoma, os peixes apresentam, de uma forma geral, o seugenoma pouco conhecido. Existem muitas razes para seestudar o genoma dos peixes. Uma vez que os peixes ocupam

    RecomendaesA aquisio de potes, discos de vedao e tampas de

    forma econmica e previsvel no mercado brasileiro costumaser uma dificuldade constante para curadores de todos ostipos de colees. A fim de compartilhar a experinciaadquirida no Museu Nacional, reportamos aqui ascaractersticas dos potes, discos e tampas adotados em sua

    Coleo Ictiolgica. A escolha destes materiais reflete, porum lado, a experincia adquirida ao longo dos anos e, poroutro, o fato de que as colees precisam adotar materiaisfacilmente disponveis no mercado interno. Mesmo quando possvel custear a fabricao de materiais atravs de grandesprojetos, persistem dificuldades relativas aos aspectostcnicos da sua produo e sustentabilidade da produo alongo prazo.

    No Museu Nacional foram adotados de forma padro ouso de sete tipos de potes. Estes potes foram selecionados

    de maneira a permitir o armazenamento eficiente de vriostamanhos de peixes, respeitando-se o limite de alturamximo necessrio para padronizar a altura das estantes.Peixes de maior porte so armazenados em bombonas depolietileno de alta densidade e em tanques de ao inoxidvel.Tendo em vista a disponibilidade do mercado de potes,optou-se por utilizar quatro modelos de potes com tampametlica de garra, e trs modelos com tampa de polietilenode rosca helicoidal. As caractersticas tcnicas destes potesso apresentadas na Tabela 1.

    Por fim recomenda-se cautela na escolha do fabricantedas tampas. Existem muitos fabricantes de tampas depolietileno, porm a qualidade do polietileno e o ajuste darosca varivel conforme o modelo. De modo geralrecomenda-se o uso de tampas de polietileno flexvel, nascores preta ou branca. Quanto s tampas metlicas, deve-seutilizar tampas esmaltadas brancas, uma vez que o esmalte

    ajuda a reduzir a oxidao externa. Particularmenteimportante a necessidade verificar a qualidade do ajustedas garras metlicas, pois alguns modelos podem amassarou oferecer dificuldades para o encaixe no momento dofechamento.

    Fink, W.L.; Hartel, K.E.; Saul, W.G.; Koon, E.M.; Wiley, E.O.1979. A report on current supplies and practices used in

    curation of ichthyological collections. Ad hocSubcommittee on Curatorial Supplies and Practices ofthe ASIH IchthyologicalCollection Committee. 63p.

    - Os fabricantes mencionados neste artigos possuemdiversos representantes.

    Literatura Citada

    Nota

    posio basal na histria evolutiva dos vertebrados, muitasquestes que norteiam a biologia deste grande grupo podemencontrar respostas nos peixes. Alm disso, o genoma dos

    peixes pode ajudar na compreenso de inmeros processosbiolgicos em humanos, principalmente no que se refere biologia do desenvolvimento, incluindo disfunes edoenas.

    Tabela 1. Caractersticas tcnicas dotes em uso no Coleo Ictiolgica do Museu Nacional.Pote Capacidade

    mxima

    Rosca Tampa Disco de

    vedao3

    Altura Dimetro

    SB-1360-S

    95 ml1

    115 ml Helicoidal polietileno

    preta

    42,5 mm 86, 9 mm 48,4 mm

    Conserva

    268 ml

    268 ml 4 garras metal 63 mm 52 mm 100,5 mm 68,7 mm

    Azeitona 200 g 350 ml 4 garras metal 63 mm 62, 2 mm 129,3 mm 67,7 mm

    Azeitona 500 g 823 ml 4 garras metal 74 mm 68,9 mm 168,2 mm 90,2 mmAzeitona 1000 g 1562 ml 6 garras metal 85 mm 83,5 mm 254,0 mm 99,8 mm

    Conserva TV

    2 litros

    2370 ml helicoidal polietileno

    86 mm

    89,0 mm 185,1 mm 150,2 mm

    Conserva TV

    3 litros

    3250 ml helicoidal polietileno

    86 mm

    89,0 mm 245,2 mm 149,7 mm

    1 Contato do Fabricante: Tel.: (11) 4355 -1800, Fax: (11) 4355-1899.2

    Contato do Fabricante: http://www.saint-gobain-embalagens.com.br.3

    Contato do Fabricante: http://www.geraldiscos.com.br

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    oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83 Pgina 11Pgina 11

    evolutiva de um grupo de organismos em questo. Entre asdiversas famlias multignicas presentes no genoma,destaca-se a famlia multignica codificadora do RNAr 5S,componente estrutural e funcional do ribossomo e de grandesignificado para a clula. Nos eucariotos superiores a famliamultignica codificadora de RNAr 5S apresenta unidadesrepetitivas organizadas em tandem compostas de uma regiocodificante do RNAr 5S e um segmento espaador no

    transcrito (NTS). Embora a seqncia nucleotdica e aorganizao genmica das repeties do DNAr 5S vm sendoinvestigadas em mamferos, a estrutura organizacional destesegmento do genoma ainda no conhecida para muitosoutros vertebrados, como os peixespor exemplo.

    Dessa forma, objetivando uma melhor compreenso daorganizao e dinmica evolutiva das seqncias de DNAr 5Sno genoma dos peixes e, consequentemente dosvertebrados, anlises deste segmento do genoma vem sendo

    analisado em diversos grupos de peixes telesteos, emespcies de lampria, que representam um grupo primitivo apartir do qual ocorreu a diversificao da maioria dosvertebrados, e tambm em elasmobrnquios. Estesresultados, somados s informaes disponveis naliteratura, permitiro uma melhor compreenso daorganizao e evoluo da famlia multignica de RNAr 5Snos peixes e consequentemente nos vertebrados. A anlise

    do DNAr 5S em diversos grupos de peixes evidenciam apresena de um sistema duplo caracterizado pela presenade subfamlias de DNAr 5S nestes organismos. Este sistemaduplo de DNAr 5S pode estar evidenciando duplicaesgenmicas que ocorreram durante a histria evolutiva dospeixes. Alm disso, o intenso dinamismo com que asseqncias de DNAr 5S evoluem faz com que tais regiesgenmicas representem marcadores promissores aplicados identificao de espcies.

    Como interpretaes inadequadas podem levar a propostas equivocadas de moratria dapesca no Pantanal.

    Emiko Kawakami de Resende ([email protected])Pesquisadora da Embrapa Pantanal

    U lt im am en te v em o co rr en do u ma s r ie d einterpretaes equivocadas das reais causas que poderiamlevar reduo dos estoques pesqueiros no Pantanal.Dentre as quais, em primeiro lugar, esto: a degradaoambiental, a intensidade das inundaes e a pesca, querseja profissional ou amadora/esportiva.

    O principal fator ecolgico que regula a abundncia e a

    diversidade de peixes em ambientes inundveis o quechamamos cientificamente de pulso de inundao, que nadamais do que o encher e secar dos rios e da plancie deinundao, a cada ano. Mas como isso afeta os peixes?Atravs dos processos biolgicos mais importantes esensveis para qualquer espcie animal: a disponibilidade dealimentos e o sucesso reprodutivo.

    Como isso ocorre? As reas da plancie pantaneira,quando so inundadas pelas cheias dos rios, formam umvasto ambiente onde se desenvolvem as comunidadesfitoplanctnica, zooplanctnica, perifitnica (algasmicroscpicas fixas a plantas) e perizonica (invertebradosassociados ao perifiton) que suportam a alimentao e odesenvolvimento de larvas e alevinos, em uma produomais e levada que aquela proveniente de reaspermanentemente inundadas ou apenas da produo docanal do rio.

    Em rios onde o pulso de inundao est atuante, como orio Cuiab, na regio do Porto Cercado, onde se encontra aReserva Particular de Patrimnio Natural do SESC, observa-se uma comunidade de peixes altamente diversificada e rica

    em espcies herbvoras como os Myleinae (pacu-pevas) eAnostomidae (ximbors); detritvoras como Prochilodontidae(curimbats) e Curimatidae (sairus); e onvoros comoBryconinae (piraputangas), Triportheinae (sardinhas) e

    Characidae (lambaris e saus). Estas espcies so a base dacadeia alimentar de peixes carnvoros como dourado,pintado, cachara, jurupensm e jiripoca, dentre outros.

    O sa iru-boi, Potamorhina squamoralevis , particularmente interessante, pois apresenta-se totalmenteadaptado ingesto de detritos encontrados no fundo doscorpos d'gua. Seus olhos so totalmente voltados para

    baixo, de tal forma que a viso especialmente adaptadapara se alimentar de material orgnico depositado nosambientes inundados.

    Em resumo, no processo da enchente/cheia, as reasinundadas tm a sua vegetao alagada, ocasio em queparte morre e se decompe, formando os detritos orgnicos,fonte de alimento dos peixes detritvoros. Outra partefunciona como substrato/filtro que retm os sedimentos e amatria orgnica dissolvida, servindo como substrato para odesenvolvimento de algas e microorganismos animais(bactrias, tecamebas, etc). Finalmente, um terceiro estratofornece alimento aos peixes na forma de flores, frutos esementes.

    Alm disso, a inundao tambm propicia odesenvolvimento de ricas comunidades de insetos aquticosque servem de alimento aos peixes. Assim, a inundaoproporciona abundantes e variadas fontes alimentares parapeixes detritvoros, herbvoros, insetvoros e onvoros queso a base da cadeia alimentar dos peixes carnvoros e deoutras espcies animais que as consomem, como avesaquticas, jacars, lontrase ariranhas.

    A produo de alimentos aos peixes na plancieinundvel , portanto, altamente dependente da intensidadeda inundao: quanto maior a inundao, maior a reaa la g ve l, m ai or a p ro du o d e a li me nt os e

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    12/15Pgina 12Pgina 12oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

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    conseqentemente, maior a produo de peixes. Ou seja,h uma relao diretamente proporcional entre o nvel daenchente e a produo de peixes no Pantanal. Algunspesquisadores chegaram a desenvolver modelosmatemticos para explicitar essa relao e assim enfatizar aimportnciada manutenodestas reas inundveis.

    A dinmica das enchentes no Pantanal altamente

    dependente de fenmenos globais como El Nio e La Nia.Observando os registros das alturas do rio Paraguai,existentes na rgua de Ladrio, desde 1900, verifica-se queas cheias do rio flutuaram em algo em torno de sete anos decheias grandes e sete anos de cheias pequenas, de 1900 at1960. De 1960 a 1974, durante 14 anos, as cheias forammuito pequenas e se dizia que o Pantanal ia secar e virar umenorme deserto. As populaes locais relatam que aproduo pesqueira foi muito reduzida nesse perodo.

    Por outro lado, nesse perodo, a pecuria desenvolveu-

    se extraordinariamente, ocupando as reas ao longo dos riosque possuem pastagens de excelente qualidade, devido aossolos mais ricos adubados pelas inundaes. Poucosacreditavam que o Pantanal fosse encher novamente. Essequadro modificou-se radicalmente em 1974, quandosobreveio uma grande cheia que causou enormes perdas degado, onde os animais rodaram coma enchente ou morreraminundados ou de fome por falta de alimento. Entretanto, essafase de grandes cheias que se iniciou em 1974, propiciourenovao espantosa dos estoques de peixes, persistindo de1974a1998,ouseja,durantemaisde20anos.

    A partir da dcada de 80, os acessos ao Pantanalmelhoraram e, embasada nessa grande produo de peixes,houve grande desenvolvimento do setor turstico pesqueiroda regio. O auge foi a vinda de quase 60.000 pescadoresamadores/esportivos em 1999, registrados pelo Sistema deControle da Pesca de Mato Grosso do Sul e responsveis porcercade 80% do total de peixes capturados na regio.

    A partir de 1998, iniciou-se novamente um perodo decheias pequenas, cujo mnimo ocorreu em 2005, quando agua do rio Paraguai no extravasou para a plancie nas

    proximidades de Corumb. Dessa forma, como a produopesqueira totalmente dependente das cheias e como asmesmas foram reduzidas, houve tambm uma reduogradual nessa produo. Nessas ltimas dcadas, houvetambm a ocupao do Centro-Oeste pelas atividadesagropecurias que se desenvolveram sem os devidoscuidados com a conservao de solos. Muito solo foi erodidonosplanaltos, levados pelosrios e depositado no Pantanal. Ascalhas dos rios na plancie pantaneira foram entupidas deareia. Em casos mais drsticos, ocorre o soerguimento do

    leito do rio acima da plancie e quando as margens serompem (arrombados), ocorre o extravasamento de guaspara a plancie formando enormes reas permanentementeinundadas e mesmo na seca, o rio no volta mais ao seu leito,

    como est acontecendo h mais de 20 anos no rio Taquari.Nessa situao, como o pulso de inundao perdido, ouseja, no enche e seca a cada ano, h uma reduo drsticana produo de alimentos para os peixes e no seu sucessoreprodutivo e, portanto, uma reduo na produopesqueira, como se observou no rio Taquari, outrora um dosriosmais piscosos do Pantanal.

    Essa situao agravada ainda mais pelos pescadoresque arrombam mais margens, pois o senso comum diz queonde h gua, h peixe, o que no verdade quando ospulsos de inundao so perdidos. Hoje, em funo destarealidade, os 5.000 km2 permanentemente inundados do rioTaquari, no Pantanal, funcionam como enormes desertosaquticos e produzem muito pouco peixe e no servem paraa pecuria.

    Alm disso, a ocupao agropecuria dos planaltoscircundantes ao Pantanal deve ainda estar afetando a

    produo pesqueira pela remoo das matas ciliares (fontede alimento aos peixes na forma de folhas, flores, frutos esementes) e pela introduo de contaminantes agrcolas,afetando a produo de peixes na sua fase mais sensvel, areproduo, pois a maioria dos peixes de valor econmico migradora e se reproduz nas cabeceiras dos rios, na regiodos planaltos.

    Os peixes apresentam ainda respostas interessantes aestresses ambientais, particularmente no que tange aotamanho para iniciar a reproduo. Alevinos de curimbatsproduzidos em cativeiro se reproduzem no primeiro ano devida, com tamanhos entre 15 e 20 cm, como pode serobservado em qualquer tanque de piscicultura, em respostaao estresse do confinamento em tanques. O mesmoacontece para peixes de couro como pintados e cacharas.

    O que observamos hoje agindo nas populaes depeixes no Pantanal um somatrio de todos os fatoresdescritos anteriormente, levando reduo dos estoquespesqueiros. Por todo o exposto, os pescadores profissionaisno so os principais responsveis pela reduo dosestoques pesqueiros, so apenas vtimas dessa situao por

    necessitarem uma captura mnima a sua sobrevivncia, oqueaos olhosde leigos parece um exagero!

    A gesto da pesca vem desprestigiando essa categoriae, cada vez mais, aumentando as restries a sua atividade,chegando finalmente proposio de moratria da pescaprofissional. Entretanto, aos olhos dos que conhecem elabutam a vida inteira sobre o assunto, no ser proibindo apesca, no caso, apenas a profissional, que teremos arecuperao dos peixes. Essa estratgia j foi utilizada,proibindo-se a pesca do curimbat em 1993, mas at a

    presente data, no houve o to esperado retorno dosgrandes cardumes de curimbats, justamente porque no a pesca a principal causa da reduo dos estoques dessepeixe. Como os curimbats se alimentam de detritos, quanto

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    Pgina 13Pgina 13oletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83letim Sociedade Brasileira de Ictiologia, Junho de 2006, N83

    menor a cheia, menor a sua produo, como tem sidodesde 1998, aliadas ainda s degradaes ambientaiscausados pelo mau uso da terra.

    Estamos vivendo uma poca onde fica patente anecessidade de incluso social das comunidades maiscarentes. Uma poltica adequada para a pesca profissional,que no Pantanal praticada de forma artesanal, deve ser de

    apoio e melhoria de vida dos pescadores profissionaisartesanais, pois como em todo o Brasil, essa categoria composta, em sua quase totalidade, pelos menos favorecidose com baixo grau de escolaridade. Alm do mais, eles so osdetentores do chamado conhecimento ecolgicotradicional, que os tornam profundos conhecedores doambiente, constituindo um valioso patrimnio cultural danao, que vem sendo transmitido de pai para filho, hmuitas geraes. Para esse segmento, necessrio que hajauma poltica que de fato realize a incluso social,possibi litando acesso educao, capacitao etreinamento, bem como apoio para o desenvolvimento denovas formas de aproveitamento do pescado. necessrioque haja agregao de valor atividade, seja desenvolvendoformas de processamento de pescado, produzindo fils depeixes; pratos semi-prontos; utilizando o couro de peixe paraproduo de artesanatos como bolsas, cintos, sapatos,agendas; e utilizando vrtebras e escamas tambm paraartesanato.

    recomendvel ainda, aproveitar outras espcies depeixes abundantes e que hoje no so utilizados, como

    cascudos pretos, sairu-bois e curimbats. Afinal, existem 263espcies de peixes no Pantanal e utilizamos apenas 15 a 20

    Pescador por toda sua vida e formado como tcnico agrcola,Sigueru gostava de aprender e de transmitir conhecimento.No h como desconhecer o imenso legado que deixou

    pesca, ictiologia e a pesquisadores que passaram pelaregio de Tef (Amaznia Central). Muitas monografias,dissertaes, teses e pesquisas surgiram aps conversase/ou excurses com ele. Na dcada de 70, foi um dosresponsveis pela elaborao e efetivao do sistema dedesembarque pesqueiro em Manaus. O mesmo sistema queajudou a idealizar e implementar no municpio de Tef, nadcada de 90. Pesquisadores que passaram ou trabalhamnesta regio, como Ana Rita Alves, Carlos Araujo Lima, CarlosEdwar, Danielle Sequeira Garcez, Leandro Castello, LuizCosta, Michael Goulding, Miriam Marmontel, Joo PauloVianna, Jorge Ivn Snchez-Botero, Jos Mrcio Ayres,Miguel Petrere Jr, Ronaldo Barthem, Oriana Almeida, PeterBayley, Vandick Batista, Vera Silva, William Crampton, entreoutros, apoiaram-se, de alguma forma, nos conhecimentos

    Homenagem pstuma Sigueru Alfaia Esashika pela grande contribuio nas pesquisasrealizadas com peixes e pesca na regio de Tef, mdio Solimes, Amazonas

    Jorge Ivn Snchez-Botero & Danielle Serqueira Garcez ([email protected])

    Programa de Manejo da Pesca / Instituto de Desenvolvimento Sustentvel Mamirau

    de Sigueru para realizar suas investigaes. tido como co-responsvel pela criao da Reserva de DesenvolvimentoSustentvel Mamirau, e em diversos relatrios e

    publicaes produzidos pelo Instituto de DesenvolvimentoSustentvel Mamirau (IDSM) e em demais artigoscientficos, seu nome est registrado nos agradecimentos,apontado como participante, colaborador ou assessor. Foipresidente da Colnia de Pescadores de Tef (Z-4), eprofessor da Escola Agrcola. Em sua ltima participao noIDSM, atuava como supervisor do desembarque pesqueirodo Programa de Manejo de Pesca e colaborador em outrosProgramas do Instituto. Sigueru Alfaia Esashika faleceu nodia 12de maro de 2006e levou consigo no s um pouco da

    alegria de familiares e amigos, mas tambm histrias,pesquisas, e quem sabe, alguns segredos da Amaznia.Pesquisadores atuais ou que j passaram por Tef sentiromuito sua falta. Agradecemos o tempo de convvio.

    espcies. Com isso, estaremos gerando emprego e rendapara essa classe social e reduzindo o esforo de pesca sobreas espcies consideradas nobres e de maior interesse para apesca esportiva.

    Para que a pesca se torne efetivamente sustentvel hque se ter um marco regulatrio, onde haja mecanismos quepropiciem a reposio dos estoques de peixes e a

    manuteno da atividade pesqueira, em consonncia com asflutuaes da gua no Pantanal. Para isso, h que se fazeruma gesto participativa que agregue todos os usurios dapesca, tanto do setor da pesca profissional artesanal comodo setor turstico pesqueiro, considerando como o sistemafunciona e como eles iro se colocar frente a essacondicionante. Atravs de uma gesto participativa, pode selanar mo de acordos de pesca, experincia bem sucedidana regio amaznica, buscando solues que sejamconvenientes tanto para os peixes como para os homens quevivem dos peixes. A Embrapa Pantanal tem hoje informaese experincia suficientes para subsidiar a implantao domanejo participativo dos recursos pesqueiros no Pantanal.

    Finalizando, importante salientar que para amanuteno dos estoques pesqueiros do Pantanal, necessria a adoo de polticas adequadas de uso erecuperao dos ambientes que j se encontram degradadosnos planaltos, aliadas a prticas econmicas que sejamefetivamente sustentveis. Eis o desafio: a integrao daspesquisas com as polticas pblicas, os governantes egestores de pesca responsveis e comprometidos com a

    conservao dos recursos naturais e com a incluso social.

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    OCORRNCIA DO FENMENO NATURAL DEQUADA NO PANTANALDebora Fernandes Calheiros ([email protected])

    Mrcia Divina de Oliveira ([email protected])Pesquisadoras da Embrapa Pantanal na rea de Limnologia

    A Embrapa Pantanal vem acompanhando a o fenmenonatural de deteriorao da qualidade da gua dos rios elagoas marginais, denominado popularmente como

    dequada, h pelo menos 15 anos, mas com estudos maissistemticos a partir de 1994.

    Dentro do ciclo de cheia e seca dos rios, no recuar dasguas (perodo de vazante), a vegetao aqutica morre e dlugar vegetao terrestre, na maioria gramnea, querapidamente se recompe. Durante a enchente, a gua passaa cobrir a plancie gradativamente, em lminas d'gua muitorasas, deixando a vegetao submersa. Ocorre ento adecomposio de toda esta matria orgnica, provenientedas plantasaquticas mortas e das terrestres e, medida que

    aumenta o nvel da inundao, os produtos da decomposioso levados para os lagos (baias), crregos (corixos) erios.

    O processo de decomposio to intenso, que aatividade de oxidao da matria orgnica pelas bactrias capaz de consumir todo o oxignio dissolvido (OD) na gua eliberar o dixido de carbono livre (CO2 livre). Durante adequada, baixas concentraes de OD (que passam devalores entre 6 e 7mg/L e chegam at a completa anoxia ou0,0mg/L) e altas de CO2 livre (sendo que os valoresconsiderados normais, entre 5 e 10mg/L, passam a valores >20mg/L, chegando a atingir at 100mg/L), so muitolimitantes para os peixes, e dependendo da intensidade etempo de durao do fenmeno pode matar toneladas depeixes.

    Portanto, a dequada um fenmeno natural,caracterizado pela alterao das caractersticas da gua,como cor, odor, oxignio dissolvido, gs carbnico dissolvido,pH, condutividade eltrica, nutrientes (nitrognio, fsforo,carbono), demanda bioqumica de oxignio, dentre outros. Atemperatura outro fator importante. Normalmente, napoca de enchente (fevereiro, maro, abril) as temperaturasso muito altas (32C) no Pantanal, o que auxilia na

    acelerao do processo de decomposio. Ao entrar umafrente fria, as temperaturas caem por alguns dias e oprocesso de decomposio desacelera, consequentemente, aqualidade da gua melhora.

    Ocorre sempre na subida das guas, normalmente defevereiro a abril, quando o nvel do rio Paraguai (medido nargua de Ladrio-MS) passa dos 3,5m. A alterao daqualidade da gua (dequada) ocorre todos os anos, mas amorte de peixes somente em anos em que o fenmeno maissignificativo.

    O grau de deteriorao da qualidade da gua dependedas caractersticas do regime hidrolgico de cada ano: se ovolume de cheia for grande e a velocidade de inundao alta,tais processos ocorrem antecipadamente (incio daenchente), de forma mais acentuada e podem durar meses. A

    Comoeporqueocorre

    Quando ocorre

    magnitude da seca do ano anterior tambm interfere noprocesso, pois est relacionada com a quantidade debiomassa de plantas terrestres que sofrer decomposio na

    cheia subseqente.

    Ocorre em toda a rea de inundao dos rios doPantanal sul, principalmente na rea de inundao do rioParaguai. O fenmeno da dequada ocorre em toda a rea deinundao dos grandes rios como Paraguai, Miranda,Aquidauana, Taquari e So Loureno/Cuiab, durante oprocesso de enchente (janeiro-maio, no Pantanal sul), epode atingir propores suficientemente grandes para afetargrande parte do rio Paraguai jusante, chegando, em algunsanos, at Porto Murtinho (MS), no final da bacia do AltoParaguai, em territrio brasileiro. , portanto, um fenmenodiferenciado da mortandade observada em lagoas e canaistemporrios, quando esto secando (outubro-dezembro, noPantanal sul).

    Sabemos que os peixes sofrem com a dequada, quandono morrem ficam com dificuldades de respirao, por isso freqente observ-los "boqueando", ou seja, pegando ar nainterface ar-gua. O pacu desenvolve um lbio na parteinferior da boca para melhorar a eficincia na tomada de OD

    da superfcie durante a dequada. Estima-se grosseiramenteque a magnitude da mortandade de peixes em evento dedequada classificado como elevada como sendo da ordemde milhares de toneladas.

    Tal fenmeno age como um fator regulador daestrutura (tipos de espcies presentes) e dinmica (nmerode indivduos ou densidade populacional) das comunidadesaquticas e deve ser estudado, principalmente no que dizrespeito s populaes de peixes e de organismos quecompem sua dieta: fitoplncton (algas que vivemsuspensas na coluna d'gua); perifton (algas e outrosorganismos, como bactrias e protozorios, aderidos sobre

    as razes, caules e folhas das plantas aquticas); zooplncton(microcrustceos suspensos na gua); organismosbentnicos (que vivem no sedimento) e bactrias. Quandoocorre em grande escala, deve acarretar um impactoexpressivo na comunidade de peixes, tanto na fase inicial dedesenvolvimento larval/jovem (ictioplncton) - uma vez queo fenmeno em geral coincide com o perodo de desova -quanto na adulta.

    Observamos tambm que alguns organismos dacomunidade de zooplncton (animais microscpicos)desaparecem durante a dequada. Outro exemplo de efeitosobre os organismos aquticos, a mortandade da espciede molusco bivalve introduzida (mexilho dourado), cujosindivduos morrem quando as concentraes de oxigniodissolvido chegam a 0,0mg/L e permanecem por perodoprolongado (mais que um dia).

    Ondeocorre

    Efeitossobreavidaaqutica

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    ExpedienteBOLETIM

    SociedadeBrasileira de Ictiologia N 83

    Presidente: IerecMaria de LucenaRosaSecretria:AnaLcia Vendel

    Tesoureira: Renata Guimares Moreira

    Diretoria SBI - Ana L. Vendel e IerecL. Rosa - Assistentes: Gabrielle D.Tenrio e AndrL.C.Castro

    Elaborao: Editorao:

    Endereo:

    CGC: 53.828.620/0001-80

    Secretaria da SBI, Depto. de Sistemtica e Ecologia-CCEN, UniversidadeFederal da Paraba, CampusI, Joo Pessoa -PB, 58059-900. Email: [email protected]. Homepage:

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    Para filiar-se SBI, atualizar seu endereoou pagar anuidade acesse

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    Os conceitos, idias e comentrios expressosneste boletim so de inteira responsabilidade da

    Diretoria da SBI ou de quem os assinam

    Caso no queira receber futuras edies do Boletim

    Sociedade Brasileira de Ictiologia, envie um email para

    [email protected] com a palavra REMOVERno campo assunto

    Gross, M. C. Comportamento cromossmico meitico e mittico de acars-disco ( e, Cichlidae, Perciformes) da Amaznia Central. Dissertao de mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas

    daA maznia/ UniversidadeFederal doA mazonas,6 7 pp.E mail: .

    Symphysodon aequifasciatusSymphysodon discus

    [email protected]

    Envie dados (conforme modelo acima) da sua dissertao ou tese defendida

    entre Julho e Setembro/2006 para que a divulguemos no prximo Boletim

    Vivian VasconcellosFernando CarvajalJane Piton Serra

    Victoria Judith Isaac Nahum

    REFILIADOS:Ricardo Cardoso Benine

    William SeveriAna Carolina P.Valladares da Rocha

    Luciano Fogaa de Assis Montag

    Informaes e Pedidos: Alguns exemplares do livro eCD esto disponveis e podem ser solicitadosgratuitamente pelo e-mail: [email protected].

    TOWARDS GREATERKNOWLEDGE OF THE

    BRAZILIAN SEMI-ARIDBIODIVERSITY

    Universidade Federal deFeira de Santana

    Luciano Paganucci deQueiroz, Alessandro Rapini

    & Ana Maria Giulietti

    Informaes:P e d i d o s :

    www.pensoft.net/newreleases/12423.htm

    o r d e r s @ p e n s o f t . n e t

    p e n s o f t @ m b o x . i n f o t e l . b g f a x

    +359-2-8704282 +359-2-8704281

    www.pensoft.net

    o uo u

    ou telefone ouatravs de http://

    Amazon Fish Parasites. AquaticBiodiversity of Latin America

    (ABLA Series), ISSN 1312-7276.Volume 1. ISBN 9546422584

    V.E. Thatcher

    Pensoft PublishersSofia-Moscow, 2006.

    Pedidos: www.livrariaconceito.com.brou atravs da livraria do MZUSP

    PEIXES DE RIACHOS DA MATAATLNTICA

    Nas Unidades de Conservaodo Vale do Rio Ribeira de Iguape

    no Estado de So Paulo

    Osvaldo Takeshi Oyakawa;Alberto Akama; Kelly CristinaMautari; Jos Cezar Nolasco

    Editora Neotrpica, 2006, 201p.

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