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Apostila de Bovinocultura Organização: Prof Elder Bianco Joinville 2008

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Apostila de Bovinocultura

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Joinville 2008

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Capítulo 1 – Introdução a Bovinocultura

Pecuária

Pecuária é a arte ou o conjunto de processos técnicos usados na produção de animais com objetivos econômicos, feita no campo.

• Pecus – cabeça de gado ““. • Pecúnia - (moeda, dinheiro). • Mencionada Bíblia:

o Adão: nomear e cuidar do Jardim do Éden e dos animais (Gênesis). • Anterior a agricultura

o Aprisionamento dos animais por caçadores-coletores o homem continuava nômade, e maioria das vezes conduzia seus

rebanhos em suas perambulações

Bovinos domésticos

• O gado doméstico descende do Auroque na Europa e do Guar na Ásia.

o Auroque – 3000 a 4000 a.C. o Meio de carga, produção de leite,

carne, couro e força

Auroque extinto no ano de 1627 Classificação científica Reino: Animalia Animais

Filo: Chordata

Como característica comum, pelo menos num dos seus estágios de vida, uma estrutura em forma de vareta - o notocórdio (notocorda) ou corda dorsal -, um tubo neural a partir do qual se irá formar o sistema nervoso central, fendas branquiais faríngeas, uma cauda que se prolonga além do ânus e uma série de faixas musculares em torno do corpo

Classe: Mammalia Mamíferos Ordem:

Artiodactyla A ordem Artiodactyla inclui os mamíferos ungulados com um número par de dedos nas patas Bovidae é uma família de mamíferos ruminantes, à qual pertencem animais domésticos como ovelha, cabra e boi e selvagens como os antílopes e bisontes. A família está bem distribuída geograficamente, sendo ausente apenas na Austrália, e ocupa habitats diversos.

Família: Bovidae

A família Bovidae está dividida nas seguintes sub-famílias: Bovinae - boi, vaca, búfalo, bisonte

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Cephalophinae - duikers Hippotraginae - a maioria dos antílopes Antilopinae - gazelas Caprinae - cabra, camurça, ovelha Reduncinae - cobs Aepycerotinae - impala Alcelaphinae - gnus Nota: O adjetivo bovídeo refere-se a esta família e não é sinônimo de bovino. Um bovídeo pode ser um bovino, no caso do búfalo, ou não, no caso da ovelha. Espécies Bos aegyptiacus- extinto Bos frontalis- bisonte indiano Bos grunniens- iaque Bos indicus- boi zebu Bos javanicus- banteng Bos sauveli Bos taurus- gado bovino e auroques

Sub-família: Bovinae

Género: Bos Os animais do gênero Bos, são mamíferos bovídeos, domesticados desde tempos pré-históricos. Este gênero inclui o gado bovino doméstico, sendo as principais espécies que o formam o Bos taurus, europeu, e o Bos indicus, ou zebu, indiano. Na atualidade, a maioria do gado bovino do Brasil é formado pelo zebu em suas diversas raças, como Nelore, ou por mestiços de B. taurus com B. indicus. As raças de origem indiana mostraram maior resistência no clima tropical.

Espécies

• Bos taurus • Bos indicus

Nomes comuns: boi, vaca, touro, bezerro, terneiro, garrote. Principais raças de bovinos

Da espécie B. taurus:

• Angus - do nordeste da Escócia, sem chifres, para corte • Caracu - para corte e como animal de tração • Charolais ou charolês - para carne • Devon • Jersey • Frísia, ou Holstein - para leite • Hereford • Holandês • Limousin - da França • Nguni, típica de África

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• Simental ou suíça-malhada

Da espécie B. indicus, animais com corcova:

• Brahman ou zebu americano, sagrado na Índia • Gir - do sul da Índia • Guzerá - ou Kankrej, principal raça da Índia • Nelore no Brasil, chamada Ongole na Índia - para corte • Zebu

De raças "sintéticas" - cruzamentos industriais:

• Simbrasil - cruzamento de Simental e Zebu para corte • Girolando - cruzamento de holandês e gir com dupla aptidão

Raças autóctones

São raças resultantes de pressões seletivas específicas ou de um relativo isolamento genético nas localidades onde se desenvolveram. Muitas dessas raças estão extintas ou em extinção fruto da globalização e da competição com raças mais produtivas. Entre as raças autóctones estão:

• Raça Ramo Grande dos Açores. • Gado crioulo em Lages (chifres

grandes)

Aptidões • Corte • Leite • Mistas

Raças puras e cruzadas P.O. – Puro de Origem P.C. – Puro por Cruzamento (cruza) Distribuição Geográfica Mundial Principais países produtores

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Rebanho mundial (milhões de cabeças) País / Ano 2004 2005 2006 2007 2008(1) Índia(2) 283,1 282,5 282,3 282 281,7 Brasil 165,5 169,6 173,8 180,3 187,2 China 134,7 137,8 140,4 139,4 140,1 Estados Unidos 94,9 95,4 96,7 97 96,9 União Européia 90,4 89,3 89,3 88,3 87,8 Argentina 50,8 50,2 50,2 51,2 51,3 Austrália 26,6 27,3 27,8 28,6 28,4

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México 28,4 27,6 26,9 26,3 26,2 Rússia 22,3 21,1 19,8 19 18,3 Canadá 13,6 13,5 13,8 13,9 14,2 África 14,5 14,9 14,7 14,1 13,7 Outros 61,4 58 57 55,8 49,6 Total 986,2 987,2 992,8 996 995,4 (1) Estimativa (2) Rebanho não comercial

Produtividade por vaca – Países selecionados

Produtividade por vaca - tonelada por cabeça

2003 2004 2005 2006 (p) 2007

(p1) 2008

Canadá 7,26 7,49 7,32 7,89 8,10 8,10 México 1,44 1,45 1,44 1,46 1,47 1,48 Estados Unidos 8,51 8,60 8,87 9,05 9,19 9,38 Argentina 3,98 4,63 4,52 4,74 4,37 4,65 Brasil 1,49 1,53 1,61 1,65 1,68 1,73 União Européia – 27 (1) 5,10 5,15 5,31 5,30 5,45 5,56 Rússia 2,82 2,86 3,08 3,14 3,23 3,30 Ucrânia 2,84 3,20 3,25 3,73 4,09 4,15 Índia 1,00 1,01 0,99 1,08 1,11 1,11 China 3,91 4,14 4,05 4,04 4,02 4,00 Japão 8,71 8,90 9,10 9,04 8,98 9,02 Austrália (2) 5,19 5,10 5,11 5,56 5,48 5,50 Nova Zelândia (3) 3,73 3,83 3,65 3,71 3,75 3,77 Fonte: USDA (United States Department of Agriculture) - Dairy: World Markets and Trad/ July 2006 (p) Dados preliminares (p1) Projeção (1) Baseado nas coletas (2) Dados referentes ao ano terminado em 30 de junho do ano corrente (3) Dados referentes ao ano terminado em 31 de maio do ano corrente Nacional Principais Estados produtores

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Curiosidades Índia

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Capitulo 2 – Alimentos e Nutrição dos bovinos Nutrientes

• Proteínas – a nutrientes de construção. • Energia - Combustível • Fibra – importante na digestão, • Minerais: fosfato bicálcico, calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato de

zinco, óxido de magnésio, etc. • Vitaminas - compostas das vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis; • Aditivos - compostos de substâncias como antibióticos, hormônios,

probióticos, antioxidante, corantes, etc. • Outros alimentos • Água

Valor nutritivo dos alimentos – é a quantidade de nutrientes que este alimento possui.

Quanto maior a percentagem de energia e de proteína, maior será o valor nutritivo do alimento e melhor será sua qualidade Ex: Farelo de soja – 45% Proteína Bruta (PB) e 75% Energia (NDT) Farelo de trigo – 15% Proteína Bruta e 65% Energia

Necessidades do Animal

Os Alimentos (nutrientes) consumidos por uma vaca são utilizados para duas finalidades:

• Manutenção do animal. • Produção de leite e carne

Manutenção do Animal Produção de leite e carne

Quanto mais pesado do animal, mais nutrientes necessita par sua manutenção Para a manutenção a necessidade de nutrientes é sempre a mesma, independe da produção do animal

Quanto maior a produção (leite ou carne) maior a necessidade de nutrientes Uma vaca para produzir 20 litros de leite por dia necessita do dobro de nutrientes do que para produzir 10 litros por dia

Alimentos na nutrição de bovinos

Alimentos Concentrados x Alimentos volumosos Alimentos concentrados Alimentos volumosos

1Kg de Ração = 720g de energia 7Kg de Capim elefante = 720g de energia Os alimentos concentrados possuem alta quantidade de energia ou de proteína em um pequeno volume

Os alimentos volumosos necessitam de um maior volume para fornecer a mesma quantidade de energia ou de proteína

Os alimentos concentrados possuem baixa quantidade de fibra

Os alimentos volumosos possuem muito mais fibra, aumentando o volume

Quanto mais velho o volumoso, mais fibra tem. Quanto mais fibra, menor o valor

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nutritivo Exemplos de concentrados Exemplos de volumosos Grãos Farelos Farinhas Milho de Soja de Mandioca Sorgo de Trigo De milho Soja de Arroz Outras

Pastagens naturais ou artificiais (braquiárias e panicuns em sua maioria), capineiras (capim elefante), silagens (capim, milho, sorgo), cana-de-açúcar, palhadas de culturas, etc

Os concentrados só devem ser usados em situações especiais

A proteína e energia dos volumosos são mais baratas

Cálculo da necessidade de volumosos Consumo médio de capim

Os animais devem ter o volumoso à disposição o maior tempo possível. O ideal é 24 horas por dia.

O manejo da pastagem deve ser conduzido de modo a manter constante a disponibilidade de forragem em torno de 2000kg de MS/ha (matéria seca por hectare) durante a estação de pastejo, e/ou uma oferta de forragem em torno de 8 a 12% do peso vivo animal. A qualidade do volumoso interfere diretamente no consumo: • Volumoso muito novo, com pouca fibra, passa muito rápido pelo estômago dos bovinos,

sendo pouco aproveitado. Neste caso o esterco se apresenta muito mole e a produção diminui.

• Volumoso muito maduro, com muita fibra, leva muito tempo para ser desmanchado no estômago. O consumo é menor e o animal produz pouco.

Capacidade de produção de leite das forragens

Tipo de Volumoso Produção de Leite (Manutenção + Produção)

Pasto comum (primavera e verão) 4 Litros Capineiras (capim-elefante, cameron e gramão) 8 Litros Pastagem perene de verão (setária, braquiária, outras)

7 Litros

Milheto e sorgo para corte 8 Litros Pastagem de Inverno (aveia, azevém, centeio, ervilhaca, trevos).

12 Litros

50% pasto comum + 50% capineiras 6 Litros 50% pastagem de inverno + 50% silagem 9 Litros 50% capineira + 50% silagem 7 Litros Silagem de milho ou sorgo 9 Litros desde que

seja complementada com cerca de 500 g de proteína por vaca

por dia. A tabela acima só funciona quando o volumoso for de boa qualidade e fornecido à vontade.

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Conversão de consumo de animais 4 novilhas (mais de um ano) Comem por 3 vacas 3 bezerras (menos de um ano) Comem por 1 vaca 2 touros Comem por 3 vacas 2 bois de trabalho Comem por 3 vacas 2 cavalos Comem por 3 vacas 5 ovelhas ou cabras Comem por 1 vaca Capacidade de suporte das forrageiras Verão

vacas por hectare Inverno

vacas por hectare Pasto comum 1 nada Setária, braquiária e outras pastagens perenes de verão

2,5 1 onde não dá geada

Cameron capim-elefante 8 3 onde não dá geada Gramão capim-imperial ou Venezuela

5 2 onde não dá geada

MiIheto pasto italiano 5 - Pastagem de inverno azevém, aveia, centeio e ervilhaca

- 3

Silagem consumo por animal 35 quilos por dia por vaca Manejo das forrageiras Como a planta cresce

No início é utilizada a energia e os minerais da semente para a formação da primeira raiz e primeiras folhas.

Dali em diante as folhas funcionam como uma verdadeira fábrica que aproveita a energia do sol, o carbono do ar, os minerais e a água do solo para produzir tudo aquilo que a planta precisa para crescer.

Ao atingir uma certa altura a planta produz mais do que precisa; esta sobra é armazenada nas raízes como reserva para ser usada quando necessário.

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Ao cortar a planta a fábrica (folhas) é eliminada.

Para formar novas folhas a planta precisa utilizar as reservas acumuladas nas raízes. Se não tiver reserva suficiente à planta vai enfraquecendo. Se a planta continuar a ser cortada, sem dar tempo para acumular reservas, acaba morrendo.

O ponto correto de corte

• É quando a forrageira atinge a máxima produção por hectare. • A forragem é de boa qualidade .. • Não prejudica o rebrote • O ponto correto de corte é determinado, em cada forrageira, pela altura e pela

idade da planta. Adubação das forrageiras

Para uma boa produção por hectare e para ter forragem de boa qualidade é necessário o solo possuir todos os minerais que a planta precisa para crescer

Para não faltar minerais e para não esgotar o solo, as forrageiras devem ser adubadas todos os anos. A quantidade necessária de calcário e adubo deve ser calculada de acordo com a análise do solo

Uso de alimentos concentrados

Alimentos concentrados só devem ser usados para complementar às necessidades não atendidas pelos volumosos.

Para cada 2 litros de leite produzidos acima da capacidade dos volumosos, fornecer 1 Kg de alimento concentrado por vaca por dia

O alimento concentrado deve ter ao redor de 16 % de proteína e 70% de energia.

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Ex: Uma vaca que produz 18 litros de leite em pastagem de inverno à vontade deve receber 3 Kg de concentrado por dia onde 12 litros são produzidos pela pastagem e 6 litros são produzidos com concentrado.

Para estabelecer dietas mais elaboradas, deve-se procurar um técnico para maiores esclarecimentos. Exercício: Cálculo da necessidade de concentrado Sal mineral

Além dos minerais fornecidos na ração concentrada, fornecer sal mineral na seguinte forma:

• Misturar duas partes de concentrado mineral com uma parte de sal comum ou adquirir a mistura pronta.

• Fornecer esta mistura à vontade em cocho coberto, • localizado onde os animais permanecem a maior parte do tempo. • Suspender o fornecimento de sal mineral 15 dias antes do parto para prevenir

a febre do leite. Uso da uréia na alimentação

A uréia pode ser usada como fonte protéica reduzindo o custo da alimentação

das vacas. A uréia deve ser sempre bem misturada com os alimentos. A quantidade máxima de uréia que se pode fornecer é de 40 gramas por dia

para cada 100 quilos de peso vivo. Exemplo: uma vaca de 400 quilos poderá receber no máximo 160 gramas de uréia por dia. Cuidado! Os animais devem ser "acostumados" aos poucos a consumir uréia. Primeira semana: fornecer no máximo 10 gramas de uréia por dia para cada 100 quilos de peso vivo. Segunda semana: fornecer no máximo 20 gramas de uréia por dia para cada 100 quilos de peso vivo. Terceira semana: fornecer no máximo 30 gramas de uréia por dia para cada 100 quilos de peso vivo. Quarta semana em diante: fornecer no máximo 40 gramas de uréia por dia para cada 100 quilos de peso vivo. Se o fornecimento de uréia for interrompido por mais de 2 dias os animais deverão ser "acostumados" novamente.

Atenção!

A uréia mata quando é fornecida de forma inadequada.

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Sistemas de Pastejo Pastejo contínuo

Animais presentes na mesma gleba por várias semanas ou até por toda a estação Pastejo rotacionado

Uma área é pastejada rapidamente e os animais removidos para uma outra área • Pastejo em faixas • Número de piquetes (divisões) é calculado pelo intervalo de descanso (em dias)

+ 1 • Taxa de lotação da área é o número de animais ( ou unidade animal – 450 kg)

por unidade de área total dos piquetes • Densidade de pastejo (ou lotação) é o número de animais por piquete Pastejo contínuo X pastejo rotacionado

Benefício do pastejo rotacionado depende da espécie vegetal. Plantas com crescimento cespitoso1 se beneficiam mais do pastejo rotacionado

Pastejo contínuo estimula o perfilhamento, maior número de perfilhos por área, enquanto que no pastejo rotacionado, o peso de cada perfilho é maior Pastejo zero (colheita da forragem)

Sistemas de colheita, conservação e fornecimento da forragem resultam em maior produção animal por área, uma vez que reduz perdas de forragem

Poucas comparações diretas, acredita-se que gire em torno de 25% o acréscimo na capacidade de produção por área

Custos mais elevado devido a maquinário, mão de obra, reposição da fertilidade do solo, estocagem, etc. Silagem

Silagem é a forragem verde

armazenada que se conserva através de uma fermentação adequada.

Na fermentação há a produção de ácido que é o conservante da silagem.

A fermentação adequada ocorre quando a forragem é armazenada sem a presença do ar, isto é, bem compactada.

A qualidade da silagem depende da qualidade da forragem ensilada. A fermentação não melhora a forragem; apenas conserva-a.

As melhores forrageiras para ensilagem são aquelas com elevado teor de açúcares solúveis. Este é o caso do milho e do sorgo, as melhores culturas para ensilagem. Os capins geralmente têm baixo

1 cespitoso - diz-se do vegetal que da mesma raiz lança vários troncos

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teor de açúcares e não são indicados, mas há uma exceção: o capim-elefante A cana-de-açúcar, apesar do alto teor de carboidratos solúveis, geralmente

não dá uma boa silagem, pois tende a possibilitar a fermentação alcoólica e, com isto, há muita perda de material. Entretanto, em silagens de milho, sorgo ou capim-elefante pode-se adicionar até 20% de leguminosas para melhorar seu valor protéico ou, pode-se adicionar 20% de cana picada em silagem de capim-elefante maduro, com menos umidade, para melhorar as condições de fermentação.

Tipos de Silos

Os silos forrageiros devem ser construídos próximos aos cochos e locais de alimentação, permitindo maior facilidade e rapidez no fornecimento da silagem aos animais, sem interferir nas atividades de manejo.

A escolha do tipo de silo depende de alguns fatores: recursos financeiros, topografia, tipo de solo e disponibilidade de mão-de-obra e de equipamentos mecânicos para carga e descarga.

Os modelos de silos mais usados são os de trincheiras e aéreo.

Silo Trincheira Silo Trincheira com paredes laterais

Silo de Superfície Silo Cisterna

Forragem Observações Produção

Milho

Usam-se as mesmas variedades produtoras de grãos e adaptadas à região. Corta-se a planta toda quando os grãos estiverem no ponto farináceo

cerca de 20-30 t de massa verde por hectare

Sorgo

Existem variedades mais indicadas (variedades de duplo propósito para produção de forragem e grão). Corta-se a planta toda quando os grãos estiverem no ponto farináceo

cerca de 20-40 t/ha.

Capim Elefante

Corte aos 60-70 dias de idade, quando o capim estiver com 1,8 m altura. é preciso pré-murchar o capim, antes de colocá-lo no silo, pois ele tem água demais.

20 a 30 t/ha/corte, e 3 a 4 cortes/ano

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Silo Aéreo Silo Encosta Enchimento do Silo

O silo deve ser cheio o mais rápido possível. Em caso de chuva, paralisar o

trabalho e cobrir o silo para não entrar água.

• As plantas devem ser cortadas sem a presença de orvalho ou da água da chuva.

• A forragem deve ser picada em pedaços de 2 centímetros de comprimento, aproximadamente.

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Compactação • A compactação é o passo mais

importante para uma boa fermentação.

• Socar, desde o início da ensilagem, camada por camada.

• A melhor compactação se consegue com trator de quatro rodas. A compactação com cavalo ou com os pés só deve ser feita em último caso.

• Silagem quente ou com mofo indica a presença de ar. Isto significa que não foi bem compactada.

Abaulamento

• Em nenhum momento pode entrar água da chuva no silo.

• A água arrasta o ácido conservante e a silagem apodrece.

Fechamento do silo

• Cobrir com lona plástica. A lona deve ser fixada junto à silagem com uma camada de terra, cordas ou com pneus usados. As bordas da lona sempre devem ser cobertas com terra para evitar a entrada de ar.

• Abrir um sulco ao redor do silo para escorrer a água da chuva. • O silo pode ser aberto 30 dias depois de fechado. • Não fornecer aos animais silagem estragada (mofada, podre ou com mau

cheiro).

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Fases do processo de ensilagem

Uso da silagem

• o silo pode ser aberto 30 dias depois de fechado. • Não fornecer aos animais silagem estragada (mofada, podre ou com mau

cheiro). • Deve-se retirar, no mínimo, uma camada de 15 centímetros por dia, de cima

até em baixo, para evitar que a silagem fique muito tempo exposta ao ar.

• O gado pode receber silagem à vontade. O consumo de silagem, usado como

único volumoso, é de 7 a 8 quilos por dia para cada 100 quilos de peso vivo. • Um silo aberto pode ser fechado novamente. A silagem não utilizada no ano

pode ser deixada para o ano seguinte. Cálculo do tamanho do silo Primeiro passo: • Calcular quantos quilos de silagem são necessários por dia para todos os

animais. • Considerar o período de menor consumo de silagem.

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Segundo passo: • Calcular o volume ocupado pela silagem necessária por dia (calculada acima). • Um metro cúbico de silagem pesa cerca de 550 quilos. Terceiro passo: • Calcular a altura e a largura do silo. • No silo-trincheira a inclinação das paredes deve ser de 25 centímetros por metro

de altura. • Quando compactado com trator o silo deve ter, no mínimo, uma vez e meia a

largura do trator. Quarto passo: • Calcular o comprimento do silo. O comprimento do silo dependerá da

necessidade total de silagem. • Não esquecer de aumentar em 10 por cento a necessidade para compensar as

perdas. • Silos muito compridos dificultam a construção e o enchimento. Recomenda-se

dividir o comprimento em dois, três ou mais silos, dependendo das condições do terreno e da mão-de-obra disponível.

Consumo de silagem por animal • Vacas - 1 UBA2 • Novilhas com + de 3 anos - 1 UBA • Novilhas com 2 a 3 anos - 0,75 UBA • Novilhas com 1 a 2 anos - 0,60 UBA • Novilhas com menos de 1 ano - 0,30 UBA • Touros - 1,2 UBAs • Bois de Trabalho - 1,5 UBAs

2 UBA – Unidade de Bovino Adulto. Equivale a 450Kg de Peso Vivo

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Exercício

Numa propriedade temos 1 touro, 22 vacas em lactação, 8 novilhas com mais de um ano, 3 novilhas com 2,5 anos, 2 novilhas de 1,5 anos, 5 novilhas com 8 meses e 2 bois de trabalho. Necessitamos alimentar estes animais no período de inverno que vai de maio a setembro (aproximadamente 150 dias). A propriedade dispõe de um trator de 2m de largura e um silo tipo trincheira cujas paredes laterais possuem 25% de inclinação.

Com base nestas informações calcule: • A quantidade necessária de silagem no período para os animais • O volume do silo • As dimensões que o silo deve ter (base maior, base menor, comprimento e

altura) • A área em hectares necessária para o plantio da forragem Fenação

O propósito da fenação é obter uma forragem desidratada de alta qualidade. Processo de fenação envolve remoção de grande quantidade de água da planta.

De um modo geral uma forrageira durante a fase de crescimento vegetativo, em condições normais de umidade no solo, apresenta 75 a 85 % de água

Processo de fenação: • Cortar logo após enxugar do sereno. • Espalhar no local para secar ao solo. • Após 3 a 4 horas de sol revolver com um ancinho. • Ao fim da tarde amontoar e cobrir com lona. • No dia seguinte espalhar novamente. Se necessário, revolver com ancinho para

uma secagem uniforme. o feno não deve secar demais para não perder as folhas. o feno está "no ponto" quando não se consegue descascar com a unha a haste da planta.

Cuidar para não "passar do ponto": Ao torcer um feixe de plantas elas não devem quebrar. Enfardamento

O enfardamento evita a secagem demasiada do feno e reduz a necessidade

de espaço para o armazenamento. Para facilitar o empilhamento é importante que o comprimento do fardo seja

igual ao dobro da largura. Para pequenas produções, o enfardamento pode ser feito manualmente

usando uma caixa de madeira do tamanho do fardo socando o feno com os pés. Os fardos são amarrados com arame. Para facilitar a retirada do fardo abrir

um dos lados da caixa colocando dobradiças. Ver o desenho abaixo.

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Alimentação especial

Alimentação de Touros

Os touros devem receber volumosos de boa qualidade, além de 2 kg de concentrado com 65% de NDT e cerca de 18% de proteína.

Alimentação no período seco

É o período compreendido entre a secagem e o próximo parto (aproximadamente 60 dias)

É fundamental para que haja transferência de nutrientes para desenvolvimento do feto, que é acentuado nos últimos 60 - 90 dias que precedem o parto, a glândula mamária regenere os tecidos secretores de leite e acumule grandes quantidades de anticorpos, proporcionando maior qualidade e produção de colostro, essencial para a sobrevivência da cria recém-nascida.

Deve-se evitar que a vaca ganhe muito peso nesta fase, para reduzir a incidência de problemas no parto e durante a fase inicial da lactação.

Nas duas semanas que antecedem ao parto deve-se iniciar o fornecimento de pequenas quantidades do concentrado formulado para as vacas em lactação, para que se adaptem à dieta que receberão após o parto. As quantidades a serem fornecidas variam de 0,5 a 1% do peso vivo do animal, dependendo da sua condição corporal.

O teor de cálcio da dieta de vacas no final da gestação deve ser reduzido para evitar problemas com febre do leite3 após o parto. A mistura mineral (com nível baixo de cálcio) deve estar disponível, à vontade, em cocho coberto. Bezerros (Observar na categoria correspondente)

3 Febre do Leite: é causada devido a mobilização de cálcio da circulação para o leite nos primeiros dias depois do parto. Esta condição é causada, em parte, pelo excesso de cálcio ou desbalanço entre cálcio e fósforo na dieta. Paralisia e morte podem ocorrer se o tratamento não é imediato.

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Categoria Local de manejo e de alimentação suplementar

Vacas em lactação Estábulo e pasto Vacas secas Pasto Novilhas gestantes Pasto Fêmeas de 1 a 2 anos Pasto Fêmeas até 1 ano Abrigos individuais até aos 70 dias

Pasto após 70 dias. Machos até 1 ano(1) Abrigos individuais até aos 70 dias

Pasto após 70 dias. Curiosidades

• Vacas chegam a beber até 100 litros de água por dia, em dias com temperaturas próximas a 30 graus.

• Os bovinos comem rápido o alimento e depois deitam ou ficam parados nas sombras nas horas quentes do dia, para mastigarem de novo a comida.

• As vacas geralmente comem 8 horas por dia, descansam mais 8 horas e as 8 horas restantes do dia elas remastigam o alimento.

• Para o seu tamanho, o boi come pouco sal a mais que nós Ex.: um boi pesa em torno de 250 quilos come apenas uma média de 60 gramas por dia. Os brasileiros consomem, em média, 12 gramas de sal por dia nas refeições, o que equivaleria a 48 gramas, se tivéssemos o peso de um bovino

• O número total de movimentos de mastigação por dia é de 4700 no caso do alimento ser grãos ou ensilagem e de 10500 no caso de ser feno. Se a estes movimentos se juntarem 30 000 movimentos necessários à mastigação merícia4, verifica-se que a vaca efetua cerca de 40 000 movimentos do maxilar por dia, o que constitui um esforço muscular importante e, do ponto de vista energético, um gasto que está longe de ser desprezível

4 Mastigação merícia, que sucede à regurgitação do bolo alimentar no decorrer do fenômeno da ruminação.

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Capitulo 3 – Construções e instalações em bovinocultura As instalações para a criação de gado leiteiro devem ser de preferência

simples, eficientes, de baixo custo e que proporcionem conforto aos animais. O ambiente deve ser bem limpo, seco e de boas condições sanitárias para

evitar doenças e permitir uma produção higiênica do leite. Além disso, é necessário que o local seja de fácil acesso, de boa drenagem e relativamente distante de construções particulares, para evitar possíveis problemas com doenças, moscas e odores. Orientação: a orientação das instalações é fator intimamente relacionado com o clima do local • deve permitir uma máxima insolação interna no inverno; • deve garantir a proteção contra os ventos dominantes e frios; • são orientadas, normalmente, no sentido leste-oeste, para que no verão haja

menor incidência de radiação solar no interior das instalações e maior insolação da face norte no inverno;

• Os cochos cobertos para volumosos, a melhor orientação é a leste-oeste, permitindo máximo sombreamento durante o verão e maior exposição da face norte no inverno;

• Nos bezerreiros, as baias individuais devem ser orientadas de modo que recebam o sol da manhã, devido aos efeitos benéficos dos raios solares sobre a saúde dos animais;

• No caso dos abrigos individuais (gaiolas) para bezerros, a abertura principal deve ficar exposta para o leste, permitindo a entrada do sol da manhã no interior dos mesmos, mantendo assim a cama mais seca e o sombreamento da lateral sul do abrigo, já que os bezerros têm livre acesso à sombra.

- Brete ou tronco para vacinação: é uma instalação imprescindível no manejo do gado, facilitando a pulverização, marcação, vacinação e outras atividades dependentes da contenção dos animais.

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Cochos externos: são os cochos de sais minerais e os cochos para distribuição de volumosos e concentrados nos currais e nos pastos. Reserva-se nesses últimos um espaço linear de 0,60 a 0,80 m por animal adulto, dependendo do porte dos animais. Currais: A área recomendada por vaca varia de 2 a 10 m2, dependendo do tempo que o gado permanece preso.

O piso deve ser revestido por concreto, ou calçado com lajes de pedra, para evitar a formação de lama no período das chuvas, e de poeira na época seca

As divisórias dos currais podem ser construídas com réguas e mourões de madeira (roliça ou serrada) de cimento, muros de alvenaria, tubos galvanizados, trilhos de estrada de ferro, etc. Sala-de-leite: a sala-de-leite deve ficar localizada junto à sala de ordenha para facilitar o transporte do leite para o tanque de expansão ou resfriador e também o livre acesso dos ordenhadores e ajudantes. Deve ter espaço suficiente para abrigar todos os equipamentos e utensílios de refrigeração do leite, pia ou tanque para limpeza dos equipamentos de ordenha.

Outras instalações: instalações como estábulos galpões para máquinas e equipamentos, depósito de ração, depósito de insumos (adubos, calcário, sal mineral), escritório, farmácia, mata-burros e demais dependências devem ser detalhadas e planejadas Salas de ordenha

A seleção do tipo e do tamanho da sala de ordenha e o grau de automação do equipamento de ordenha dependem do número de vacas em lactação, custos inicial e anual (capital disponível), disponibilidade de assistência técnica e da preferência pessoal do proprietário quanto à atenção individual por vaca e à eficiência da mão-de-obra. Normalmente, a velocidade de ordenha desses equipamentos varia de 6 a 8 vacas/conjunto/hora.

O sistema de ordenha mecanizada pode ser realizado das seguintes maneiras

Balde ao pé: considerado o sistema mais barato. Possui eficiência de 15 vacas/homem/hora com 2 baldes. Este sistema é indicado para propriedades, com até 50 animais. Existem 3 tipos de ordenhas no sistema Balde de Pé: no estábulo; na sala de ordenha e portátil. Circuito fechado: indicado para rebanhos menores. Neste sistema, o leite no momento da ordenha é transportado por tubo de PVC. A velocidade é de 8 vacas/hora/unidade. Poligonal: considerada uma variação da espinha de peixe, os animais ficam na mesma posição. Com capacidade para 4 lotes, este sistema é mais indicado para os criadores que desejam instalar máquinas maiores e desenvolver um trabalho mais racional dentro do fosso.

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Espinha de peixe: é o sistema mais utilizado entre os criadores; apresenta um rendimento de 37 a 42 vacas/homem/hora no tipo "4x4"; os animais ficam posicionados em 45° em relação ao fosso, posição que facilita a visualização dos úberes e tetos; as vacas entram e saem em lote, sendo a maior desvantagem do sistema, pois as vacas devem ser manejadas em lotes de produção semelhante. Este sistema de ordenha é indicado para criatórios com até 300 animais.

Sistema de tandem: esse sistema foi desenvolvido para os rebanhos maiores, de até 80 animais. O sistema mais comum é o "4x4"; apresenta um rendimento de 22 a 32 vacas/homem/hora. O manejo neste sistema é individual, entrada e saída das vacas são controladas por meio de fotocélulas. Neste tipo de ordenha, um único profissional pode cuidar de 6 a 8 animais.

Paralela ou Lado a Lado: é indicada para propriedades que contenham de 300 a 1000 animais, em que cada operador cuida sozinho de 12 a 30 unidades. Neste sistema, as vacas ficam umas ao lado das outras e de costas para o fosso.

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Rotatória ou Carrossel: é o mais moderno de todos os sistemas de ordenha. Desenvolvido para atuar em fazendas com mais de 500 vacas, sua extensão máxima atende até 60 unidades. Nesse sistema, o ordenhador cuida de 30 vacas e são ordenhados 120 animais/hora. Cercas5: • Fixas • Móveis • Cordoalha • Vegetação • Madeira • Arame Liso

• Arame Farpado

• Cerca elétrica

5 Mais informações estão disponíveis em: Instalações para Bovinos de Corte http://www.bu.ufsc.br/cac/bovinoscorte.PDF

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Capitulo 4 – Anatomia, Morfologia e Fisiologia Animal

Esqueleto Bovino Nomeie as partes indicadas de acordo com os números ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________

______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________

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Partes externas de um bovino

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Sistema digestivo; Bovinos, caprinos, ovinos, bubalinos entre outros animais, são classificados

como ruminantes, pois sua dieta é composta principalmente de material vegetal e seu sistema digestivo composto por quarto estômagos Rúmen (pança), Retículo (barrete), Omaso (folhoso), Abomaso (coagulador).

Animais ruminantes podem ser reconhecidos facilmente devido aos freqüentes movimentos de mastigação mesmo quando não estão comendo (ruminação). Movimento do alimento nos ruminantes

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O trato digestivo dos ruminantes adapta-se bem à digestão de celulose, o que não ocorre com a maioria dos outros mamíferos. Os quatro estômagos Retículo e rúmen (fermentação)

O retículo e o rúmen são os dois primeiros estômagos dos ruminantes. O conteúdo alimentar no retículo se mistura com o conteúdo do rúmen quase continuamente (cerca de uma vez por minuto). Ambos estômagos, freqüentemente chamados de retículo-rúmen, contém uma densa população de microorganismos (bactérias, protozoários, e fungos). O rúmen é um saco que contém cerca de 100 a 120 kg de material vegetal sob processo digestivo. As partículas fibrosas permanecem no rúmen de 20 a 48 horas pois a fermentação das fibras pelas bactérias é um processo relativamente demorado. Contudo, algumas partículas são digeridas mais rapidamente e tendem a ficar no rúmen por um período mais curto de tempo. O retículo é uma “estrada de passagem” onde as partículas que entram e saem do rúmen são selecionadas. Somente partículas de menor tamanho (<1–2 mm) e com alta densidade (> 1.2 g/ml) vão para o terceiro estômago. As bactérias do rúmen

O rúmen fornece o ambiente propício e fonte alimentar para o crescimento e reprodução dos micróbios. A ausência de ar (oxigênio) no rúmen favorece o crescimento de algumas bactérias em particular, e algumas delas conseguem degradar a parede celular das plantas (celulose) em simples açúcares (glicose). Os micróbios fermentam a glicose para obter energia para crescer e durante o processo de fermentação eles produzem ácidos graxos voláteis (AGV). Os AGV atravessam a parede ruminal os quais são a principal fonte de energia da vaca. Omaso (recicla alguns nutrientes) O terceiro estômago ou omaso têm cerca de 10 litros de volume. O omaso é um órgão relativamente pequeno com uma alta capacidade de absorção. Ele também permite a reciclagem da água e minerais como o sódio e o fósforo que retornam ao rúmen pela saliva. O processo digestivo que acontece no retículo é diferente do processo digestivo que acontece no rúmen; e o omaso funciona como um órgão de transição entre estes dois órgãos. Contudo, o omaso não é um órgão essencial, pois camelos, lhamas e alpacas não possuem o omaso (pseudo-ruminantes). Abomaso (digestão ácida)

O abomaso é o quarto estômago do ruminante. Este estômago é parecido com o estômago de não ruminantes. O abomaso secreta um ácido forte (HCL) e também outras enzimas digestivas. Em não ruminantes, os alimentos ingeridos são digeridos inicialmente no abomaso. Contudo,

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o material que entra no estômago de ruminantes é feito principalmente de partículas alimentares não fermentadas, subprodutos da fermentação microbiana e micróbios que crescem no rúmen (de 0.5 a 2.5 kg por dia).

Nos ruminantes jovens (aproximadamente 3 meses), os pré-estômagos não estão totalmente desenvolvidos e até essa idade esses animais são verdadeiros monogástricos, funcionando o abomaso como seu principal e mais importante órgão na digestão. Desenvolvimento dos estômagos

Rumem Reticulo

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Omaso Abomaso Recados finais • Os animais ruminantes podem utilizar uma variedade maior de fontes alimentares

que os animais não ruminantes. Os micróbios do retículo-rúmen permitem com que os ruminantes transformem fibras em alimento (forragens, resíduos de plantio e sub-produtos industriais) e nitrogênio não protéico (amônia, uréia) em alimentos altamente nutritivos e palatáveis para humanos (leite, carne).

• Os alimentos fibrosos são necessários para a saúde da vaca, pois eles mantêm a ruminação e a produção de saliva que são necessários para o correto funcionamento do rúmen e para a obtenção de uma população bacteriana adequada no rúmen.

• Uma vaca pode comer forragens (alimentos de pouca energia) e concentrados (alimentos de alta energia). Contudo, a adição de grandes quantidades de concentrados na dieta deve ser gradual (maior que um período de 4 a 5 dias) para permitir que a população bacteriana no rúmen se adapte à nova dieta.

• As fezes de ruminantes são ricas em material orgânica e inorgânica, e podem servir como excelentes fertilizantes.

Curiosidades • Uma vaca de 500 kg respira 1,5 m3 de ar por minuto. • Quando a vaca rumina de 6 a 8 horas por dia ela produz cerca de 170 litros de

saliva; contudo, se a ruminação não for estimulada (ex: muito concentrado na dieta) ela produz somente cerca de 40 litros de saliva.

• Produção e expulsão de aproximadamente 1000 litros de gases por dia. • No rumem existem 200 bilhões de bactérias que auxiliam a digestão. • O processo de fabricação do queijo até hoje segue o mesmo princípio, é feito

através da coagulação do leite pela ação do composto enzimático extraído de um dos estômago dos bovinos.

• O processo digestivo dos bovinos produz uma quantidade considerável de metano - gás que afeta a camada de ozônio 21 vezes mais que o gás carbônico. Segundo cálculos da Embrapa, um boi libera cerca de 60 quilos de metano a cada ano.

• A gelatina é extraída da pele, das cartilagens e dos ossos bovinos

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Órgãos reprodutivos do macho e fêmea;

Vaca Touro

Estrutura da glândula mamária

O úbere de uma vaca é um órgão designado à produção de leite e oferecimento ao bezerro recém-nascido. Ele está suspenso externamente à parede posterior do abdômen e portanto não está restrito, apoiado ou protegido por uma estrutura óssea.

O úbere de uma vaca é composto por quatro glândulas mamárias ou quartos. Cada quarto é uma entidade funcional própria que opera independentemente e secreta o leite por seu próprio teto. Geralmente, os quartos traseiros são levemente mais desenvolvidos e produzem mais leite (60%) do que os quartos dianteiros (40%).

Os principais componentes do úbere estão listados aqui com uma curta explicação de sua importância e função. Sistema de suporte. Um conjunto de ligamentos e tecido conjuntivo mantém o úbere próximo à parede do corpo. Ligamentos fortes são desejados porque eles ajudam a prevenir a ocorrência de úbere penduloso, minimizando o risco de ferimentos, e evitando dificuldades no uso de equipamentos de ordenha.

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Sistema de suporte do úbere da vaca. Sistema secretor e de ductos. O úbere é conhecido como uma glândula exócrina porque o leite é sintetizado em células especiais agrupadas em alvéolos e então excretado para fora do corpo por um sistema de ductos que funciona como os afluentes de um rio. Inervação do úbere. Receptores nervosos na superfície do úbere são sensíveis ao toque e à temperatura. Durante o preparo do úbere para ordenha, esses nervos são estimulados e iniciam o reflexo da descida do leite que permite a liberação do leite. Os hormônios e o sistema nervoso também estão envolvidos na regulação do fluxo de sangue para o úbere. Por exemplo, quando uma vaca se assusta ou sente dor física, a ação da adrenalina e do sistema nervoso, diminuem o fluxo sanguíneo para o úbere, inibindo o reflexo da descida do leite e diminuindo a produção de leite.

Alvéolos e ductos formam o sistema secretor de leite.

Suprimento sanguíneo e estruturas capilares. A produção de leite demanda muitos nutrientes que são trazidos ao úbere pelo sangue. O sangue carrega hormônios que controlam o desenvolvimento do úbere, síntese de leite, e regeneração de células secretoras entre as lactações (durante o período seco).

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Esquema do sistema vascular do úbere, ilustrando as artérias alimentando o úbere com sangue e as veias drenando o sangue do úbere.

Sistema linfático. Ele transporta os resíduos, os subprodutos, provenientes do úbere. Os nódulos linfáticos funcionam como filtros que destroem substâncias estranhas e também fornecem linfócitos que combatem as infecções. Ás vezes por volta do primeiro parto sofrem de edema, particularmente causado pela presença de leite no úbere que comprimem os linfócitos Curiosidades • Em vacas leiteiras modernas, o úbere pode pesar mais de 50 Kg devido a grande

quantidade de tecido secretor e leite que se acumula entre as ordenhas. • A produção de leite demanda muitos nutrientes que são trazidos ao úbere pelo

sangue. Para produzir 1 Kg de leite, 400 a 500 Kg de sangue devem passar pelo úbere.

Determinação da idade Dentes (Cronologia dentária)

A dentição tem importância útil para determinar a idade nos bovinos. É certo

que a exatidão de se verificar o tempo de vida relacionando ao desgaste e a troca dos dentes, não tem uma precisão em relação à idade, porém, chega-se a determinar as idades, no máximo de seis em seis meses, com uma certa facilidade. A variação depende muito de fatores raciais, ambientais e de manejo.

Para compreender melhor a cronologia dentária, é necessário saber: a) Anatomia e fisiologia dos dentes

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b) Erupção e desgaste dos dentes d) A dentição, suas trocas e desgastes relacionados à idade Os dentes estão dispostos de modo que formam sobre as bordas das

mandíbulas, um arco em forma parabólica. É necessário lembrar que nos bovinos, a dentição se inicia na parte posterior (molares e pré-molares) da mandíbula, tendo uma falha de dentes no meio (chamado de barra) e finaliza com os dentes da parte anterior (incisivos), onde se faz a “leitura” da cronologia dentária. No maxilar superior, esta fileira anterior de dentes (incisivos), presente na mandíbula, é inexistente. Não há dentes caninos nos bovinos.

Deste modo, a dentição nos bovinos é formada, em pares, da seguinte maneira: • Mandíbula – 04 incisivos , 0 caninos, 03 pré-molares e 03 molares, aos pares,

totalizando 20 dentes; • Maxilar superior – 0 incisivos, 0 caninos, 03 pré-molares e 03 molares, em cada

lado, totalizando 12 dentes. O bovino portanto, tem um total de 32 dentes, sendo portanto o mesmo número

de dentes do homem, porém com disposição diferente.

Os primeiros dentes, chamados de “dentes de leite”, tem um certo tempo de vida

e conforme a idade do animal eles começam a cair, dando lugar aos dentes definitivos, que normalmente se mantém até o fim da vida do animal. Porém, estes dentes definitivos vão sofrendo desgastes naturais, conforme a idade vai avançando.

São as perdas dos dentes de leite (e se observa nos incisivos pela facilidade de visualização), e os desgastes dos dentes de leite e dos definitivos, que se tem à possibilidade de avaliar o tempo de vida de um animal.

A perda dos dentes incisivos começam pelo centro da arcada dentária. São os dois incisivos centrais, chamados de pinças, que iniciam as quedas dos dentes, e com intervalos, vão caindo também os chamados “cantos” ou “médios”, que são os incisivos seqüenciais.

Estes intervalos entre a queda e a troca (crescimento por completo do definitivo) do dente, são de aproximadamente seis meses.

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O desgaste dos dentes é devido ao trabalho dos mesmos em arrancar e triturar os alimentos.

Conforme os dentes vão se desgastando, vão perdendo a forma obliqua e ficando retos, conforme figura abaixo.

Na cronologia dentária deve-se então ser levado em conta, a época de queda e crescimento de cada par de dentes incisivos, as etapas de crescimento tanto dos dentes de leite como os definitivos e os desgastes.

DENTES IDADE EM MESES Queda das pinças 18 a 24 meses Crescimento das pinças 24 a 28 meses Queda dos 1ºs médios 28 a 34 meses Crescimento dos 1ºs médios 34 a 38 meses Queda dos 2ºs médios 38 a 42 meses Crescimento dos 2ºs médios 42 a 48 meses Queda dos 3ºs médios 48 a 54 meses Crescimento dos 3ºs médios 54 a 60 meses

Animal até a desmama

O desgaste ainda é pequeno pois o animal se alimenta basicamente de leite

Animal com 1 ano de idade Notem o desgaste das pinças e

dos médios

Animal sobre ano (18 meses) Observe que as pinças estão

prestes a cair

Queda das pinças De 18 a 24 meses

Crescimento total das pinças De 24 a 28 meses

Queda dos 1ºs médios De 28 a 34 meses

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Crescimento dos 1ºs médios

De 34 a 38 meses Crescimento dos 2ºs médios

De 42 a 48 meses Queda dos 3ºs médios

De 48 a 54 meses

Crescimento dos 3ºs médios De 54 a 60 meses

Razamento dos dentes 9 anos

Razamento total dos dentes e inicio da perda dos definitivos

Acima de 10 anos

O desgaste dos dentes acontecem em todos os países e nas diversas raças, pesquisadores observam diferenciações em relação a esta cronologia, entretanto não diferenciam ao extremo desta tabela que evidenciamos acima.

A importância de se saber avaliar a idade dos animais pelos dentes no dia a dia, podemos citar a seguir: • Na compra de animais, para verificar o que realmente está se comprando; • No auxílio à identificação de animais dentro de um plantel, quando se perdeu ou

está em dúvida quanto à identificação do mesmo; • Nos frigoríficos, para classificação das carcaças. Chifres

Chifres de um bovino de 6 anos

Chifres de um bovino de 7anos

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Características de um animal leiteiro/corte

Animais com aptidão para corte geralmente apresentam corpo cilíndrico e grande massa muscular.

Animais com aptidão leiteira apresentam corpo em forma de cunha, valorizando o sistema mamário.

Escolha de reprodutores

A vaca é avaliada numa escala objetiva de características lineares,

proporcionando uma descrição dos pontos fortes e fracos de cada animal, com o objetivo de melhorar o tipo funcional do plantel. O Sistema Mamário é a seção mais importante e de maior peso. Úberes sedosos, bem formados capacitados à produção pela altura e largura de seus ligamentos, são requeridos. Um Úbere funcional com colocação de tetos apropriada, torna a ordenha fácil em qualquer sistema. Um Úbere bem aderido ao abdômen, dura por inúmeras lactações. Pés e Pernas: Tem importância crucial na sustentação da longevidade em ambientes de sistema comercial. Caminhando reto e movendo-se com facilidade, a vaca deve ter cascos altos com boa profundidade de talão. O que se busca é desenvolver os Pés como uma força na Raça. Uma nova característica em pesquisa, Locomoção, está sendo avaliada em instalações sem contenção. Locomoção significa Pés e Pernas saudáveis, livres de problemas, resistente a Laminite6. Força Leiteira: Identifica vacas de costelas amplas e bem arqueadas, combinando Força com determinação na habilidade de produzir leite. Sem muito tamanho ou massa em exagero mas forma leiteira em equilíbrio com uma força adequada é desejável.

6 Laminite é uma inflamação das lâminas sensíveis dos cascos.

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Uma Garupa com estrutura apropriada é importante na reprodução. Um declive suficiente de Íleos para Ísquios é desejável para facilidade de parto e uma transição saudável para a linha de ordenha. A Garupa deve apresentar largura adequada e amparada por vértebras fortes. Detalhamento dos critérios de avaliação: Ligamento do Úbere Anterior (UA)

O avaliador codifica o úbere anterior, avaliando ambos os lados da vaca quanto à força de aderência deste ligamento ao seu corpo. O comprimento, a forma, a flacidez e a falta de profundidade também são considerados. Um úbere anterior forte é muito importante para uma vida produtiva mais longa, uma vez que tem influência sobre a profundidade de úbere e na prevenção de ferimentos.

Altura do Úbere Posterior (AUP)

O ligamento do Úbere Posterior determina a altura do úbere posterior e é medido do ponto mais alto onde a vaca armazena o leite. O avaliador considera onde este ponto do ligamento se posiciona em relação ao nível do flanco e da vulva. Úberes mais altos permitem maior capacidade de produção sem acrescentar profundidade.

Largura do Úbere Posterior (LUP)

Medido no mesmo ponto que a altura de úbere, o avaliador codifica tendo como base uma vaca adulta média com aproximadamente 14 cm de largura de úbere posterior. Úberes mais largos também permitem maior capacidade sem profundidade, o que é um bom indicador do nível de produção da vaca.

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Suporte Central (SC) É codificado medindo-se a profundidade do clivo na base do úbere. Um úbere

médio apresenta 1/4 polegadas (3,18 cm). Este clivo é a principal medida do suporte central e, em geral, é um indicativo de facilidade de ordenha, textura de úbere e colocação de tetos.

Profundidade de Úbere (PU)

Observando-se a vaca lateralmente, a profundidade de úbere é medida do topo do úbere até o ponto mais baixo do piso do úbere. O avaliador leva em consideração a idade e o estágio de lactação da vaca ao codificar. Úberes rasos são muito importantes para uma vida produtiva mais longa com elevada produção de leite. Úberes muito profundos ficam expostos a danos físicos, reduzindo a qualidade do leite.

Colocação de Tetos Anteriores (CT)

A codificação da colocação dos tetos é dada observando-se o úbere por trás. O avaliador tem como base onde os tetos anteriores estão posicionados nos quartos e no quão separados estão. Tetos centralizados são considerados médios (50). A colocação correta dos tetos é essencial para facilitar a ordenha e reduzir escoriações.

Comprimento de Tetos Anteriores (CMT)

Um comprimento considerado médio tem 5,72 cm e para cada 0,64 cm de diferença são acrescentados ou diminuídos 10 pontos aos 50 da média. O tamanho do teto é muito importante para prevenir a queda das teteiras, uma causa muito comum de tetos doentes e da mastite.

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Estatura (EST)

A altura é medida na cernelha, considerando-se para fins de ajuste a idade e o estágio de lactação do animal, comparados ao padrão de cada raça. Uma vaca Holandesa média (50), por exemplo, possui 140 cm de altura e para cada 2,5 cm é acrescentado ou diminuído de 10 a 50 pontos. Já uma vaca Jersey média tem 125 cm e cada 1,5 cm equivale a 10 pontos.

Angulosidade (ANG)

É um indicativo de aptidão leiteira. O arqueamento, comprimento e espaçamento de costelas são seus componentes mais importantes. Animais descarnados, ossatura plana, qualidade de úbere e pescoço longo e fino são sinais secundários de angulosidade, levando-se em consideração o estágio de lactação da vaca. Uma vaca média em angulosidade recebe 50 pontos, e uma caracterização leiteira excepcional recebe os escores mais elevados.

Força (FOR)

É medida na extremidade anterior do animal e reflete a capacidade dos órgãos vitais para sustentação da lactação em maior tempo de permanência no plantel. Considerando-se a idade da vaca e o estágio de lactação, a codificação é 60% baseada na largura de peito e 40% no perímetro torácico. Pontuações ligeiramente acima da média são as mais desejáveis, já que a força excessiva pode sacrificar angulosidade.

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Largura de Garupa (LG)

A princípio a largura de garupa é medida entre as articulações e os ossos da anca – ou ílios. A largura entre os ísquios também faz parte do cálculo. Uma vaca adulta média possui 15 polegadas (38,1 cm) entre seus ílios. Esta característica está ligada à facilidade de parto e em algumas vezes a força e à largura de úbere posterior.

Ângulo de Garupa (AG)

O ângulo pélvico reflete a inclinação do ângulo da garupa, dos ílios para os ísquios. O ângulo pélvico é uma característica de sentido duplo, isto é, ambos os extremos são indesejáveis. Aqui a condição desejada é o valor intermediário, onde os ílios se colocam 1 polegada (2,5 cm) mais altos que os ísquios. Um ângulo de garupa indesejável pode prejudicar a performance reprodutiva e a mobilidade da vaca.

Aprumos Posteriores Vista Lateral (APL)

Observando-se a vaca ou a novilha lateralmente, é codificado pela curvatura das pernas na articulação dos jarretes. Por ser também uma característica de sentido duplo, pernas mais duráveis colocam-se na posição intermediária – 50 pontos. Vacas com pernas muito retas - baixos escores - apresentam maiores problemas nas articulações e vacas com pernas excessivamente curvas - altos escores - estão mais propensas ao estresse da musculatura e dos tendões e, geralmente, possuem ângulo de pés baixos.

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Aprumos Posteriores Vista Posterior (APP) A observação das pernas posteriores vista por trás é uma característica

relativamente nova e considerada de grande importância na longevidade da vaca. Vacas com uma projeção reta vista por trás, representam alto escore e são propensas a ter uma distribuição de peso apropriada sobre seus pés. O escore médio 50 indica uma suave tendência de pés voltados para fora. Animais que juntam os jarretes - baixos escores - tendem a ter uma inadequada distribuição de peso sobre os pés e a ter maior desgaste na face interna dos pés, o que pode causar mais problemas.

Ângulo de Pés (AP)

É baseado na verticalidade do ângulo na parte anterior dos pés em vista lateral. Uma codificação média (50) corresponde, aproximadamente, a um ângulo de 40o. Esta característica é de grande importância para o prolongamento da vida produtiva do animal, pois está relacionada à mobilidade, durabilidade e a freqüência da necessidade de aparo dos cascos.

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Códigos Adicionais

Os códigos de manejo e miscelâneas são determinados pelo criador ou pelo avaliador como um item destacado ou indesejável. A maioria destas características, em geral, possui baixa herdabilidade, difícil de ser incluída nas provas dos touros, por falta de uma mensuração confiável. Entretanto, os códigos de manejo e as miscelâneas fazem parte do processo de avaliação de vacas e novilhas.

Códigos de Manejo 1. Ordenha lenta 2. Disposição nervosa 3. Baixo teor de proteína 4. Alta Contagem de Células Somáticas 5. Freqüente ocorrência de partos difíceis 6. Textura de úbere indesejável 7. Baixa fertilidade 8. Tetos muito grandes 9. Baixo teor de gordura

Códigos de Miscelâneas A. Úbere em declive B. Úbere em declive inverso C. Tetos posteriores muito próximos D. Jarretes grosseiros E. Dificuldade de locomoção (sem gravura) F. Quartela fraca G. Pernas muito para trás H. Para fotografar I. Lombo fraco J. Prognatismo K. Corpo raso L. Tetos muito grandes M. Tetos muito pequenos

Escore corporal

A avaliação da condição corporal indica bem o estado nutricional do animal,

sendo usada na avaliação preliminar da função ovariana de vacas e novilhas. Trata-se de um método prático e eficiente, embora subjetivo, para identificar individualmente vacas que não estão apresentando cio (anestro) e que necessitam de manejo alimentar especial.

A avaliação da condição corporal é feita por observação visual da presença de gordura sobre as costelas, dorsolombar e garupa. Deve-se colocar os animais em local bem iluminado, fazendo a avaliação individual e atribuindo valores numéricos de 1 a 5.

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Os índices de condição corporal recomendados nos diferentes estágios de

lactação são: • Parto 3,0 a 3,5 • Serviço: 2,5 • Fim da lactação: 3,0 a 3,5 • Período seca: 3,0 a 3,5

Curiosidades

• Uma vaca vive em média de 10 a 18 anos. • Bovinos (Bos taurus, Bos indicus) possuem 60 cromossomos.

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Capitulo 5 - Bovinocultura de Leite Principais Raças

Holandesa Jersey Pardo Suíço Sistemas de Criação; Extensivo

O sistema extensivo de criação é mais usado com gado misto, sem padrão racial definido, e consiste em criar os animais soltos no pasto. As instalações são simples, inadequadas ou ausentes.e praticamente não usa técnicas de controle da produção. Semi-Intensivo

Caracterizado pelo melhor manejo, alimentação, controle higiênico-profilático, produtivo, reprodutivo, conseqüentemente exigindo maior trabalho, maior investimento de capital e melhoria nas condições zootécnicas no processo de instalação. Intensivo

O sistema intensivo de criação é o mais recomendado para gado de alto padrão racial e com elevada produtividade. Exige uma tecnologia especial no seu manejo, com uma mão-de-obra especializada. Os animais são criados permanentemente confinados em galpões com manejo extremamente controlado.

A grande vantagem do sistema intensivo de criação consiste na eficiência do manejo e no conseqüente aumento da produtividade,

Este sistema procura explorar ao máximo o potencial genético produtivo do animal, pois possui um custo elevado. Manejo produtivo e reprodutivo:

Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação artificial.

As novilhas estarão aptas para a reprodução ao atingirem determinado peso vivo conforme mostrado na Tabela abaixo apesar de atingirem a puberdade já aos 8 meses de vida.

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Os reprodutores (machos) quando bem alimentados, ao atingirem 16 meses de idade, estarão aptos para efetuar duas coberturas por semana.

Liberar para reprodução 1° Parto

Raça Peso (Kg) Idade (meses) Peso (Kg) Idade (meses)

Holandesa HZ 330-340 kg 15-18 meses 500-550 kg 24-27 meses Mestiça HZ 320 kg 20-24 meses 450-500 kg 31-33 meses Jersey JZ 230-240 kg 15 meses 360 kg 24 meses Mestiça JZ 270-280 kg 20-22 meses 420 kg 29-31 meses

As vacas leiteiras devem ser cobertas ou inseminadas, no primeiro cio, a

partir de 45 dias após a parição. Vida produtiva e reprodutiva da vaca - São úteis ao criador as seguintes informações:

• Duração média do período de gestação 283 dias; • Período ideal da lactação: entre 305 e 365 dias, nas raças especializadas,

porém freqüentemente mais curto nos zebuínos; • Período de serviço: É o intervalo entre duas prenhes consecutivas, isto é,

entre a parição e enxertia (concepção) seguinte. Deve ser de 60 a 90 dias; • Período de descanso (seca): É o intervalo entre duas lactações consecutivas.

Nas raças especializadas para, leite deve ser de 45 a 90 dias, sendo preferível 60 dias, de modo que possam sobrar 10 meses para o período de lactação.

• Intervalo entre as parições: A duração ideal é de 365 a 420 dias.

− Ciclo estral;

É o conjunto de alterações anatomo-fisiológicas que se repete, em média a cada 21 dias, podendo variar de 17 a 24 dias. Divide-se em: • Proestro - Período que antecede o cio (dura de 4 a 10 horas); • Estro - Cio propriamente dito; é a fase do ciclo estral onde a fêmea aceita o

macho • Metaestro - Período imediatamente posterior ao cio; • Diestro - Período entre um cio e outro.

0 1 2 3 4 5 6 7 12 9 10 11

Parto Parto

Gestação ± 9 meses

Lactação Seca

Serviço

Período em meses

Curva de Lactação

L/dia

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7 Sinais do Cio: • Comportamento similar ao do touro (monta

em outras fêmeas e se deixa montar); • Mostra sinais de Inquietação e nervosismo; • Se aproxima subitamente; a posição

cabeça-contra-cabeça pode ser vista freqüentemente;

• Se encosta em outras vacas; • Cheira a vagina e a urina de outras vacas,

às vezes seguido do reflexo de Fleming (entortar o nariz);

7 Corpo lúteo é uma estrutura endócrina temporária em mamíferos, envolvida na produção de

Progesterona, necessária para a manutenção de uma gravidez.

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• Movimento de perseguição; alguns animais tentam colocar o queixo na garupa das outras vacas, que pode ou não ser seguido por uma atividade de monta;

• Vulva inchada e brilhante, com mucosa avermelhada; descargas de muco transparente pela vulva;

• Urina constantemente; • Diminuição da produção de leite; • Perda de apetite; • Afastamento do rebanho; • Animal sujo (esterco na garupa); • Queda de pêlos na altura da inserção da cauda devido ao

comportamento de monta; • Fica parada quando montada.

Freqüentemente as vacas mostram sinais de cio durante a noite, durante as primeiras horas da manhã, ao entardecer e em intervalos de 4 a 5 horas durante o dia.

Recomenda-se de 2 a 3 observações diárias do

rebanho, com duração média de 30 minutos cada, para a identificação do animal em cio.

Tem-se também a opção do rufião, que é um touro vasectomizado, que permanece junto com as vacas o tempo inteiro e é utilizado para marcar as vacas no cio.

O animal é provido de um "busal marcador" que risca a anca das vacas montadas..

As observações deverão ser feitas rotineiramente nos mesmos horários.

Cio Silencioso É outro tipo de cio que ocorre também em percentuais muito pequenos. O

animal não apresenta sinais externos de cio. Horário de inseminação

Na vaca, o cio dura de 10 a 18 horas. O final do cio será quando ela não mais aceitar a monta. Este momento é importante, pois é o momento ideal para que a inseminação seja feita.

Vacas observadas em cio pela manhã (aceitando monta), deverão ser inseminadas na tarde do mesmo dia.

Vacas observadas em cio à tarde deverão ser inseminadas na manhã do dia seguinte, bem cedo.

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Vale lembrar que a maioria das fêmeas, entra em cio à noite e de madrugada, sendo observadas em cio pela manhã, o que significa que a maioria das inseminações serão realizadas à tarde.

Acasalamento; Para a reprodução dos bovinos adota-se um dos seguintes processos: • monta natural; • monta controlada; • inseminação artificial Monta natural: É quando o macho e a fêmea realizam a cópula em liberdade, sem a interferência do homem. Monta controlada: A monta controlada é quando há interferência do homem, que leva a fêmea em cio ao macho para acasalamento programado. O macho permanece separado do rebanho. Cuidados com o touro

• o touro deve ser separado das vacas; • o touro deve ser usado no máximo três anos no mesmo rebanho para evitar a

cobrição das filhas; • Usa-se em média um touro para cada 30 vacas;

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• aos 30 meses de idade a medida do bolsa escrotal deve atingir pelo menos 34 centímetros de diâmetro;

• fazer uma vez por ano exames de brucelose, tuberculose, tricomoníase, leucose e campilobacteriose.

Inseminação Artificial: É um processo de reprodução em que o sêmen é colocado no útero da vaca em cio pelo homem, usando equipamentos especiais, visando a sua fecundação.

As vacas para serem inseminadas devem estar bem nutridas, saudáveis e

sem problemas de reprodução. O sucesso da inseminação artificial depende também do máximo cuidado de higiene e correta observação do cio. Vantagens da inseminação artificial:

• possibilita o uso de sêmen de touros provados; • economiza na manutenção do rebanho pela ausência do reprodutor na

propriedade; • possibilita baixo investimento em relação à aquisição de um bom reprodutor; • evita a transmissão de doenças pelo touro; • valoriza o rebanho pela qualidade dos animais; • permite o cruzamento alternado de raças diferentes; • possibilita a melhoria de certos caracteres desejáveis; • facilita anotações e registros; • estimula o produtor a aprimorar o manejo do rebanho.

Transferência de embriões

A transferência de embriões é uma técnica que consiste na estimulação por meio de aplicação de hormônios específicos, de uma superovulação numa “vaca de elite”.

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Ao invés de liberar apenas um ovócito (óvulo), que seria o processo natural, ela libera vários. A aplicação hormonal é feita de 8 a 12 dias após o cio e por 4 dias seguidos. No terceiro dia, aplica-se o hormônio para induzir o cio, que ocorre após dois dias. O passo seguinte é inseminar artificialmente a fêmea e, sete dias depois, faz-se uma lavagem uterina para recolher os óvulos já fertilizados.

Em laboratório, os embriões viáveis são identificados e separados. Daí podem ser congelados ou transferidos imediatamente para o útero de "mães de aluguel", ou seja, as vacas que vão gestar o embrião.

É importante ressaltar que elas devem estar com o ciclo estral sincronizado com a vaca doadora. Depois, basta esperar o bezerro nascer. Pode ser feita uma coleta a cada 60 dias podendo se ter em torno de 6 embriões viáveis por coleta, em média, sendo a taxa de concepção em torno de 50-60% dos embriões implantados. Trata-se de uma técnica relativamente cara e usada apenas em “animais de elite”. Gestação

Período compreendido entre a fecundação e o nascimento caracterizado por alto nível de Progesterona em circulação e íntimo contato materno-fetal. Exame de prenhes

Alguns métodos para se detectar a prenhes incluem o não retorno do cio, palpação retal, níveis de progesterona no leite e o ultrassom. Cada método têm suas vantagens e desvantagens: Não retorno do cio: uma vaca que não retorna em cio dentro de 21 dias após a inseminação pode estar prenha. Porém, uma vaca pode não retornar em cio devido a cistos foliculares ou devido a simples falha na detecção do cio. Portanto, quando não se pode utilizar de outras técnicas para a detecção da prenhes, uma vaca é declarada prenha se ela não foi detectada em cio nos últimos 60 dias (tempo de três ciclos estrais). Palpação retal: um veterinário pode usar o exame de palpação retal 40 a 60 dias depois da inseminação para detectar o feto no útero, outras estruturas relacionadas com a gestação, e a presença do corpo lúteo no ovário. Progesterona no leite: durante a prenhes, os ciclos estrais são interrompidos pela presença do corpo lúteo que continua produzindo progesterona durante toda a prenhes. A persistência da progesterona no leite 21 a 23 dias após a inseminação pode ser utilizada como uma ferramenta para o diagnóstico da prenhes. UItrassom: equipamento específico que é capaz de realizar tal diagnóstico, porém de custo elevado. Crescimento do feto

A maioria do crescimento fetal ocorre nos últimos 3 meses de gestação (190 a 282 dias de gestação), e o peso do feto aumenta de 4kg para cerca de 45kg. Para o crescimento fetal normal muitos nutrientes são necessários, fazendo com que os requerimentos nutricionais da vaca aumentem, especialmente durante os últimos 2 meses de gestação. Neste período a fêmea deve receber a mesma dieta que ira receber após o parto com restrição do sal mineral

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Secagem das vacas Método secagem rápida (alta produção) • Verificar a existência de mamite, caso o teste seja negativo deve-se: • Separar o animal colocando em um piquete com pouca pastagem • Não fornecer concentrado • Parar de ordenhar • Continuar com o fornecimento de água Método secagem Lenta (baixa produtividade) • 1° dia: Oferecer como alimento somente volumoso, nada de ração concentrada; • 2° dia: Ordenhar normalmente pela manhã e à tarde. Após esta ordenha, deixar a

vaca presa no curral, inclusive durante a noite, sem água e sem nenhum alimento;

• 3° dia: Ordenhar normalmente pela manhã, fornecendo água ao animal. À tarde não ordenhar e dar água e algum alimento volumoso , deixando a vaca presa durante a noite;

• 4° dia: Não ordenhar. Dar um pouco de água e alimento volumoso, deixando novamente a vaca presa durante `a noite;

• 5° dia: Ordenhar pela manhã. Colocar medicamento contra mamite nas tetas de acordo com orientação do Médico Veterinário e soltar a vaca no pasto.

Observar o úbere nos dias seguintes. Se houver produção de leite, a vaca poderá ficar presa por mais uma noite, sem alimento.

Se as vacas apresentarem sintomas de inflamação no úbere, este deve ser

tratado com antibióticos específicos Tomando estas medidas, normalmente não ocorrem problemas com as

vacas. Vale lembrar que vacas ordenhadas com bezerro ao pé, devem ser apartadas

no primeiro dia e o bezerro deve ser levado para pastos mais retirados. A presença do bezerro estimula a produção do leite.

Pré-Parto Uso de piquete de maternidade: Um piquete de maternidade deve ser reservado onde o animal possa se movimentar livremente durante o parto. O piquete deve ser bem seco, bem ventilado e bem limpo depois de cada parto. Parto

O parto é definido como o nascimento do feto acompanhado pela expulsão da placenta. Representa o início de uma nova lactação e o nascimento de mais uma cria. O parto é dividido em três fases distintas:

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• Preparatória: compreende as três últimas semanas antes do parto e termina com o início das contrações uterinas. Mostra o seguinte quadro: hiperemia8 e edema da vulva e úbere; afrouxamento de articulação (sacroilíaca) e de ligamentos (sacroisquiáticos). Na véspera do parto o animal se isola, o tampão mucoso se desprende e aumentam a pulsação e a freqüência respiratória.

• Dilatação: dura três a oito horas e vai do início das contrações uterinas, que se sucedem a cada 15 minutos, até o rompimento das bolsas alantoideana9 e amniótica.

• Expulsão do feto: dura de uma a três horas e vai do início do rompimento da bolsa até a saída completa do feto. Nas primíparas10 pode durar de quatro a seis horas. As contrações uterinas ocorrem a cada dois a cinco minutos e no auge a cada 1,5 a 2 minutos. A expulsão da placenta ocorre até 12 horas após o parto.

Manejo do parto distócico

Depois de 1 ou 2 horas de intensas contrações, os pés dianteiros do bezerro devem estar aparecendo. Se a vaca se aparenta cansada, a assistência pode ser necessária. É muito importante lavar e desinfetar as mãos, braços, a vulva da vaca e todo o equipamento usado durante a assistência. A posição do bezerro deve ser checada primeiro e, caso seja necessário, devemos corrigi-la antes de tracionar o bezerro. A tração do bezerro deve ser feita quando a vaca se contrai.

Posição Normal do parto Anomalias no parto (parto distócico)

8 Hiperemia do Gr. hypér, excessiva + haîma, sangue s. f., congestão sanguínea de um tecido ou órgão. 9 É a membrana intermediária entre o córion (mais externa) e o ânion (em contato com o feto) 10 Primíparas: De primeiro parto

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Pós-parto

Um processo chamado involução uterina se inicia imediatamente depois do parto. O útero se encolhe e alguns tecidos devem ser renovados. A primeira ovulação pós-parto pode acontecer dentro de 15 dias depois do nascimento do bezerro, porém esta ovulação geralmente não é acompanhada de comportamento de cio (cio silencioso), e os primeiros ciclos estrais podem ter uma menor duração. Porém, mais de 90% das vacas devem ter sido observadas em cio pelo menos uma vez até 60 dias pós-parto. Complicações do pós-parto Retenção de Placenta

Retenção de placenta é a permanência total ou parcial da placenta no útero por um período acima de 12 horas após o parto.

A placenta NÃO deve ser removida manualmente devido ao risco de danificação de tecidos uterinos com possibilidades de infertilidade irreversível.

Recomenda-se a lavagem do posterior do animal com água e sabão, o corte da parte pendurada da placenta retida e o uso de antibacterianos de largo aspecto via parenteral, com a finalidade de se evitar a proliferação de germes; e/ou o uso de hormônios para induzir ou intensificar as contrações uterinas.

Para evitar a retenção de placenta, mantenha os animais livres de doenças infecto-contagiosas e debilitantes, evitando o aborto, fornecer alimentação adequada, evitar excessiva movimentação das vacas e secar a vaca dois meses antes do parto. Curiosidades • No parto o animal perde em média 80 kg de peso entre o feto, líquidos fetais e as

membranas que envolvem o próprio feto. • Normalmente nasce apenas um feto mas é possível uma gestação de 4 ou mais

fetos. Principais índices produtivos e reprodutivos para rebanhos bovinos leiteiros

Índice Reprodutivo Valores ótimos Valores indicativos de problemas

sérios Intervalo entre partos 12,5 – 3 meses > 14 meses Média de dias até o primeiro cio < 40 dias > 60 dias Média de dias vazios a primeira cobertura 45 a 60 dias > 60 dias Coberturas por concepção <1,7 > 2,5 Vacas observadas em cio dentro de 60 dias após o parto

> 90% < 90%

Tempo do período seco 50 a 60 dias <45 ou >70 dias Taxa de aborto < 5% >10 % Idade média da primeira parição 24 meses < 24 ou > 30 meses Descarte por problemas reprodutivos < 10% > 10% Intervalo entre partos < 380 dias > 470 dias

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Criação de bezerros e novilhas - Algumas práticas de manejo Nas primeiras horas do nascimento Verifique se o bezerro está respirando

Problemas de respiração estão normalmente associados com partos demorados (distócicos).

Se o bezerro não respira imediatamente após o parto, deve-se primeiramente retirar o muco das narinas e boca do bezerro.

Outras formas de estimular a respiração incluem utilizar uma palha ou graveto para fazer cócegas na narina ou despejar água fria na cabeça do bezerro. Seque o bezerro (opcional)

Um bezerro que é mantido seco e em local protegido de vento, pode enfrentar temperaturas abaixo de zero sem ter problemas de saúde. Palha seca e limpa ou mesmo saco de estopa pode ser usado para esfregar no bezerro logo depois do nascimento.

A vaca naturalmente seca o bezerro lambendo-o, estimulando também a respiração. Desinfecção de umbigo

Na maioria dos casos, apenas poucos centímetros do cordão umbilical continua ligado ao bezerro. Qualquer acúmulo de sangue dentro do cordão deve ser retirado apertando-se o mesmo até que todo sangue retido saia, para que assim, em seguida, possa se aplicar uma solução de iodo (7%) ou outro antiséptico.

Quando o bezerro tiver 2 dias de vida, o cordão umbilical deve ser examinado para verificar se existe qualquer evidência de infecção. A infecção de umbigo pode rapidamente progredir a uma septicemia (presença de bactéria da circulação sanguínea), o que freqüentemente resulta na morte do bezerro. Não deixe o bezerro com a vaca

Bezerros devem ser removidos do piquete (área) de parto rapidamente após o nascimento. Desta forma aumenta-se a taxa de sobrevivência e monitora-se a quantidade de colostro ingerida.

Quando o bezerro e a vaca ficam juntos após o nascimento, mesmo por algumas poucas horas, é fundamental supervisionar as mamadas.

Quando ocorre ligação (vínculo) entre bezerro e vaca, a absorção de anticorpos ingeridos com o colostro aumenta, porém, no momento da separação, haverá uma situação ainda mais estressante para a vaca.

Em alguns casos, as vacas rejeitam e possivelmente machucam seus bezerros imediatamente antes do parto. Outro fator a se considerar quando o bezerro e a vaca são mantidos juntos é a saúde do bezerro; o risco de doenças infecciosas aumenta quando os bezerros são mantidos juntos com suas mães. Fornecimento do colostro

Entende-se por colostro como a secreção grossa, amarelada e cremosa que é coletada no úbere após o parto. Secreções coletadas da segunda à oitava ordenha

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(quinto dia de lactação) são denominadas leite de transição devido ao fato de sua composição se assemelhar gradualmente à do leite integral.

O primeiro momento de fornecimento de colostro deve acontecer assim que o bezerro esteja respirando normalmente após o parto, preferencialmente na primeira hora pós-parto.

A segunda refeição deve ocorrer entre seis e nove horas do nascimento. Quando ocorrer atraso no primeiro fornecimento, deve-se aumentar a freqüência nas

primeiras 24 horas de vida do bezerro para que haja o suprimento necessário de anticorpos. Não se deve fornecer outro tipo de alimento antes que se garanta a ingestão de colostro.

Além de seu alto valor nutritivo, o colostro fornece anticorpos necessários para proteção de bezerros recém-nascidos de várias doenças infecciosas que podem provocar diarréia e morte. Com 24 horas após o nascimento, bezerros perdem a capacidade de absorver anticorpos intactos.

A quantidade de

colostro necessária para a maioria dos bezerros varia de 1,25 a 2,5 Kg por refeição. A quantidade consumida por refeição não deve exceder a capacidade do estômago (5% do peso corporal ou por exemplo 2 Kg de colostro para um bezerro de 40 Kg).

Colostro deve ser administrado de três a quatro vezes nas 24 primeiras horas do nascimento.

O colostro deve ser aquecido à temperatura corporal (39°C) em banho-maria e fornecido em um balde ou mamadeira (com bico devidamente limpo). Equipamento (mamadeira, bico

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de mamadeira, caneco de medida, etc.) deve ser lavado após o uso. Outra função do colostro é ajudar na primeira descarga intestinal, isto é, ajuda

a expelir as primeiras fezes que é o chamado mecônio. O mecônio são fezes amarelas pegajosas de difícil eliminação portanto sendo o colostro um leve laxante vai ajudar nesta eliminação Identificação do bezerro

Métodos de identificação incluem: • Corrente ou faixa de pescoço com número ; • Brinco de metal ou plástico; • Tatuagem de tinta; • Marca a frio.

Aloje o bezerro em baias (casinhas) individuais

Bezerros não apresentam resistência a doenças ao nascimento. O risco de contraírem e transmitirem doenças estará diminuído quando os recém nascidos forem colocados em casinhas individuais secas, protegidas do vento e que evitem contato direto entre animais.

Casinhas de bezerros (ou mesmo baias individuais) devem ser limpas e desinfetadas ao se remover os bezerros para um outro local. A área da casinha (ou a baias) deve ficar vaga por pelo menos 3 a 4 semanas até a próxima ocupação. Primeiras semanas após nascimento Remova tetos adicionais (opcional)

A remoção deve ser feita com aproximadamente 2 a 3 semanas de vida, quando o bezerro é ainda pequeno e fácil de manejar.

Utilize tesoura curva com ponta fina ou bisturi para cortar o teto fora. Normalmente não ocorre qualquer sangramento. Descorna de bezerros

A descorna é recomendada na maioria dos rebanhos. Pode ser feita quando o botão cornuário está emergindo e pode ser bem identificado (1 a 6 semanas de idade). A descorna fica mais estressante quando os animais vão ficando mais velhos.

Ela deve ser feita antes da desmama para evitar estresse adicional.

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No momento da desmama Desmama de bezerros individuais é geralmente feita de acordo com: • Idade; • Peso; • Ingestão de concentrado por dia.

Porém, decisões sobre desmama devem-se basear na quantidade de matéria seca que os bezerros ingerem por dia, não na sua idade ou peso.

Concentrados para bezerros devem estar disponíveis a partir de 5–10 dias após o nascimento. Um bezerro consumindo 0,7 kg ou mais de matéria seca em 3 dias consecutivos está pronto pra desmama.

A recomendação é desmamar com aproximadamente 8 semanas de idade. Bezerros devem ficar em casinhas (baias) ou bezerreiras individuais por

aproximadamente 10 dias após desmama, até que não tenham mais o hábito de mamar uns nos outros.

Bezerras desmamadas: de 2 – 5 meses de idade

Bezerros desmamados de tamanhos semelhantes devem ser colocadas em grupos pequenos (4 a 6 bezerros) em alojamentos de transição onde as características da instalação individual puderam ser mantidas, isto é, cobertura de solo (ou cama) limpa e seca, boa ventilação, fácil acesso a água e alimento, etc. Deve haver área de comedouro suficiente para que todos os bezerros possam se alimentar ao mesmo tempo, principalmente quando um concentrado é oferecido em quantidades restritas. Isto porque, deve-se procurar evitar competição entre bezerros jovens. Novilhas pré-púberes: de 6 – 11 meses de idade

Grupos de novilhas pré-púberes devem consistir de 10 a 20 animais. A variação máxima de peso dentro de um grupo não deve exceder 70–90 kg. Alimentação e taxa de crescimento devem ser cuidadosamente monitoradas, já que ganho de peso excessivo durante este período pode interferir na capacidade futura de produção de leite. Por outro lado, ganho de peso insuficiente gera atrasos na idade à puberdade, inseminação e conseqüentemente, ao primeiro parto. O monitoramento da altura, peso e condição corporal da novilha é muito importante nesta fase para a avaliação das práticas de alimentação. Novilhas em idade de inseminação: de 12–15 meses de idade

Estas novilhas devem ser agrupadas primariamente para facilidade de observação de cio e manejo reprodutivo (para inseminações). A variação máxima do peso corporal não deve ultrapassar 130 kg. Novilhas prenhas: de 16–22 meses de idade

Durante este período, alimentação e peso corporal devem ser monitorados para que as novilhas cheguem ao primeiro parto com altura, peso e condição corporal adequadas. Não há necessidade de gastos com instalações, nem mesmo programas de alimentação. Novilhas em final de gestação: de 22–24 meses de idade

Poucos dias antes do parto, recomenda-se passar com as novilhas pela sala de ordenha junto das vacas em lactação para que seja mais fácil depois a adaptação

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à rotina de ordenha. Se possível, novilhas de primeira cria devem ser mantidas em seu mesmo grupo de animais após o parto, para evitar o estresse de entrar em um grupo de vacas mais velhas.

Taxa de crescimento de novilhas e performance reprodutiva (raças grandes).

Produção de leite Leite Composição do leite e seu valor nutricional

O leite é um produto comum da secreção da glândula mamária. É um produto complexo e nutritivo que contém mais de 100 substâncias que

estão em solução, suspensão ou emulsão em água. Composição do leite de diferentes espécies (quantidade por 100 g).

Nutrientes Vaca Búfala Humano Água, g 88.0 84.0 87.5 Energia, kcal 61.0 97.0 70.0 Proteína, g 3.2 3.7 1.0 Gordura, g 3.4 6.9 4.4 Lactose, g 4.7 5.2 6.9 Minerais, g 0.72 0.79 0.20

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A composição do leite varia consideravelmente com a raça da vaca, estágio de lactação, alimentação, estação do ano, e muitos outros fatores.

Entretanto, algumas relações entre os constituintes são muito estáveis e podem ser usadas para indicar se houve alguma alteração na composição do leite. Por exemplo, um leite de composição normal tem gravidade específica que varia normalmente de 1.023 a 1.040 (a 20°C) e ponto de congelamento que varia de –0.518 a –0.543°C. Qualquer alteração, por adição de água por exemplo, pode ser facilmente determinada porque essas características do leite não estarão mais no intervalo de valores normais.

O leite é um produto altamente perecível que deve ser refrigerado a 4°C o mais rápido possível após a coleta.

Categorias de Leite

Leite tipo A É um leite de excelente qualidade microbiológica e pode ser consumido,

desde que resfriado e armazenado corretamente, de 5 dias a 7 dias após a pasteurização. o leite Tipo A não pode ser transportado cru, e por isso, tem que ser pasteurizado e embalado na própria fazenda. A legislação brasileira só permite a produção do leite Tipo A integral (teor de gordura 5,6%), ou seja que não é retirado nenhuma parte da gordura. Não existe leite Tipo A desnatado ou semi desnatado, cujo teor de gordura é de menos 0,5% e 0,2% respectivamente.

Leite tipo B É um leite de boa qualidade. Porém a contagem de microorganismos no

momento da pasteurização se encontra em níveis mais elevados, pelo menor controle da higiene na produção e na refrigeração. Há um maior intervalo entre a ordenha (na fazenda) e a pasteurização (nos laticínios). O leite tipo B, também só é encontrado na forma integral.

Leite tipo C É um leite de baixa qualidade, inclusive, com modificação no sabor pelo

elevado número de bactérias antes da pasteurização, pois o leite é entregue na plataforma dos laticínios na temperatura ambiente. E a conseqüência é uma vida de prateleira muito curta, menos que 3 dias. Alguns cientistas da área de alimentação não recomendam o consumo desse leite. Pasteurização do Leite

Pasteurização: consiste no tratamento térmico do leite a uma certa temperatura (71 a 75ºC), inferior ao ponto de ebulição, durante um determinado tempo e resfriá-lo imediatamente. Pasteurização Lenta: Aquecimento a 65º C e mantendo-o nessa temperatura por 30 minutos e em seguida resfria-se a 4 – 5º C.

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Pasteurização Rápida: Aquecimento de 71 a 75ºC, durante 15 segundos e resfriado com água gelada a uma temperatura de 2 – 3ºC.

Todo leite cru ou pasteurizado deve ser mantido resfriado, entre 2 e 5º C, para sua melhor conservação. Após esse tratamento térmico, o leite é resfriado a 5ºC e, em seguida, é embalado e estocado em câmaras refrigeradas.

Ultrapasteurização

É resultado da ultrapasteurização, obtida a partir da aplicação da Ultra Alta Temperatura (daí seu nome UHT, sigla para a expressão em inglês Ultra High Temperature). O líquido é aquecido entre 130°C e 150°C por um período de 2 a 4 segundos e, em seguida, resfriado a temperatura ambiente.

Esse tratamento garante a eliminação de todos os microorganismos. A única substância acrescentada ao leite nesse processo é o citrato de sódio, um composto orgânico já presente na composição do leite natural, que garante a estabilidade das proteínas durante o processo de ultrapasteurização.

A refrigeração do leite é importante para evitar que ele estrague mais rapidamente, ou seja, antes de chegar ao fim do prazo de validade. A razão disso acontecer é porque existem bactérias que sobrevivem à pasteurização e que, apesar de não fazerem mal à saúde, podem estragar o produto Curiosidade

• Vaca Jersey pode produzir anualmente o equivalente a 32,6 vezes o próprio peso, embora a média seja de 10-12 vezes seu próprio peso em leite, todos os anos!

• Se toda a população da terra resolvesse compartilhar o leite produzido no mundo em um ano, cada um de nós teria um copo de leite por dia (aproximadamente 530 bilhões de litros por ano)

• O consumo per capita de leite no país é de 127 litros, na América do Norte o consumo chega próximo de 219 litros per capita.

Informações sobre a Ordenha Secreção do leite

A secreção do leite pelas células secretórias é um processo contínuo. Durante a ordenha, a taxa de secreção de leite é de certa forma diminuída

mas nunca cessa completamente. Entre ordenhas, o acúmulo de leite aumenta a pressão no alvéolo e diminui a taxa de síntese do leite. Por isso, é recomendado que vacas de alta produção sejam ordenhadas o mais próximo de intervalos de 12 horas (as mais produtoras devem ser ordenhadas primeiro de manhã e por último a noite). A ejeção do leite mais freqüente reduz a pressão acumulativa dentro do úbere e por esta razão, ordenhar três vezes ao dia pode aumentar a produção de leite em 10 a 15%.

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Ordenha Ordenha é o ato de coletar leite após um estímulo adequado na vaca para

liberação de leite do úbere. Coletar leite de uma vaca envolve muito mais do que uma extração mecânica. Basicamente, a ordenha é um esforço de equipe no qual a vaca, a máquina e o operador (ou o bezerro) possuem papéis fundamentais. Para que a ordenha seja rápida e completa, a vaca deve receber os sinais adequados do seu ambiente. Uma vez que a ejeção do leite é desencadeada, o leite é expulso para fora do alvéolo pelas células mioepiteliais (musculares) e forçado para dentro do sistema de ductos. Então, a ação da boca de um bezerro, da mão de um operador ou do conjunto de uma máquina pode coletar o leite que é drenado para a glândula e para o canal do teto. Reflexo de ejeção do leite (Iniciação da descida do leite)

A maior parte do leite se acumula dentro do alvéolo entre as ordenhas. O reflexo de ejeção do leite começa com a ativação dos nervos cujos estímulos são interpretados pelo cérebro (hipotálamo) para sinalizar à vaca que a ordenha está começando. Um estímulo ou a combinação dos seguintes estímulos externos pode iniciar o reflexo da ejeção do leite • O toque físico de um bezerro mamando ou de um operador • limpando os tetos (que são sensíveis ao toque e temperatura); • visão de um bezerro (especialmente em Bos indicus vaca tipo zebu); • O som do equipamento de ordenha.

Após esses estímulos, o cérebro envia um sinal para a pituitária posterior, uma glândula na base do cérebro, que libera o hormônio ocitocina na corrente sanguínea.

O sangue transporta a ocitocina para o úbere onde ela estimula a contração dos minúsculos músculos (células mioepiteliais) ao redor do alvéolo cheio de leite. As contrações ocorrem 20 a 60 segundos após o estímulo. A ação de apertar aumenta a pressão intramamária e força o leite pelos ductos para a glândula e cisterna do teto.

Reflexo de ejeção do leite

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A ação da ocitocina dura somente seis a oito minutos porque a concentração no leite diminui rapidamente. Portanto, é importantíssimo colocar o conjunto de teteiras (ou iniciar a ordenha manual) ao redor de um minuto após início da preparação do úbere. Um atraso na colocação das teteiras reduz a quantidade de leite ordenhada. É possível que ocorra uma segunda liberação de ocitocina porém, esta é geralmente menos eficaz que a primeira. Inibição da descida do leite

Em algumas situações, o reflexo de ejeção do leite pode ser inibido. Quando isso ocorre, o leite não é liberado dos alvéolos e somente uma fração pequena pode ser coletada. Impulsos nervosos são enviados à glândula adrenal quando eventos incômodos ocorrem durante a ordenha (dor, excitação ou medo). O hormônio adrenalina, liberado pela glândula adrenal, pode induzir a constrição dos tecidos sanguíneos e capilares no úbere. O fluxo sanguíneo reduzido diminui a quantidade de ocitocina enviada ao úbere.

Além disso, a adrenalina parece inibir diretamente a contração das células mioepiteliais no úbere. Portanto, a vaca pode não ser ordenhada rapidamente e completamente nas seguintes situações:

• Preparo inadequado do úbere; • Atraso na colocação de teteiras (ou início da ordenha manual) minutos após

preparo do úbere; • Situações diferentes que levam à dor (apanhar) ou medo (gritar, latir); • Falha no funcionamento do equipamento de ordenha. Após a primeira parição, as vacas devem ser treinadas à rotina de ordenha. A

situação emocional que ocorre nessas vacas pode ser o suficiente para inibir o reflexo de ejeção do leite. Uma injeção de ocitocina em várias ordenhas pode ajudar. Entretanto, essa prática não deve ser feita rotineiramente porque algumas vacas podem rapidamente se tornar dependentes da injeção para o reflexo de ejeção do leite. Coletando leite do úbere

O orifício na ponta do teto é mantido fechado por um grupo de músculos circulares (esfíncter). Normalmente, o leite na glândula e na cisterna do teto não sai do teto sem uma força externa para superar a força dos músculos do esfíncter. Entretanto, o leite de algumas vacas com forte reflexo de ejeção do leite e ou esfíncters fracos pode escorrer do teto, devido ao aumento de pressão no úbere no momento da ordenha superar a força do esfíncter.

A diferença em pressão entre o interior e exterior do teto é geralmente necessária para abrir o esfíncter e deixar o leite fluir. O leite é geralmente removido do úbere por (1) um bezerro mamando; (2) ordenha manual; ou (3) equipamento de ordenha. Um bezerro mamando usa o vácuo

Um bezerro mamando ou um equipamento de ordenha usa o vácuo, ao contrário da pressão para extrair leite da glândula e do canal do teto. Quando uma sucção forte e suficiente (vácuo) é aplicada na ponta do teto, a pressão fora do teto é menor que a de dentro e o leite é expulso para fora. Um bezerro mamando enrola a sua língua e o céu da boca ao redor do teto. Vácuo é criado na ponta do teto quando a mandíbula abre e a língua retrai em direção à garganta. Como resultado, o

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leite se acumula na boca. Quando o bezerro engole o leite, o fluxo de leite do teto cessa porque a pressão dentro da boca volta ao normal.

Entre 80 e 120 ciclos alternados de mamadas e goles ocorrem por minuto.

Ordenha manual usa pressão Na ordenha manual, a mão segura toda extensão do teto. O dedão e o dedo

mais próximo da extremidade superior do teto, assim como os outros dedos, apertam para dentro e para baixo. O aumento da pressão interna no teto (relativamente à atmosférica fora do teto) força o leite pelo esfíncter.

A máquina de ordenha usa vácuo

A máquina de ordenha também usa vácuo para extrair leite do úbere. Quando a máquina de ordenha é utilizada, a dupla câmara no copo da teteira

e o pulsador, permitem que os tetos sejam submetidos alternadamente a dois estágios que são o vácuo (fase de ordenha) e à pressão atmosférica (fase de massagem). Durante esse período há um descanso no canal do teto que se fecha. Geralmente, a teteira de uma máquina de ordenha abre e fecha 45 a 65 vezes por minuto (taxa de pulsação).

Detalhes do sistema de ordenha

As figuras abaixo mostram os componentes básicos das máquinas de ordenha.

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A - Pulsador B - Tampa vedação C - Coletor D - Recipiente para o leite

E - Detalhe Pulsador pneumático

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Procedimentos para Ordenha Antes da ordenha

1. Monitore a saúde do úbere regularmente • Verifique a saúde do úbere com o CMT (Califórnia Mastite

Teste) uma vez por mês. • Anote os resultados de cada vaca • Nunca entregue o leite de vacas cujo teste mostrou uma reação

positiva

2. Planeje a seqüência da ordenha • Conduzir gentilmente as vacas para a sala de ordenha • Inicie a ordenha com as vacas saudáveis • Então ordenhe as vacas mais velhas • Termine a ordenha com as vacas que estão em tratamento, cujo

leite não será entregue à indústria de laticínio

3. Sempre retire um primeiro jato de leite • Nunca espirre leite no chão • Tire 2 ou 3 jatos de leite de cada teto em uma caneca em uma

caneca de fundo escuro. Essa prática permite: estimular a descida do leite, diagnosticar a mastite e retirar os jatos mais contaminados por microrganismos.

• Examine se o leite está com floculação, alterações de cor ou consistência. Leite com mudanças visíveis na composição nunca devem ser entregues ao laticínio

4. Limpe cuidadosamente os tetos • Lavar apenas a parte inferior dos tetos com água potável pois a

presença de matéria orgânica nas tetas inviabiliza a ação de desinfetantes. Água de má qualidade possibilita a ocorrência de mastite

• Fazer a imersão dos tetos com um dos seguintes desinfetantes (clorexidina a 0,3%, iodo a 0,3% ou hipoclorito de sódio a 2%), aguardando 30 segundos para sua ação. Essa prática diminui de forma significativa os microrganismos da pele dos tetos. Tais microrganismos são conhecidos como psicrotróficos por se multiplicarem preferencialmente em baixas temperaturas do leite.

• Utilize papel toalha descartável para secar o úbere. De preferência utilize toalhas pré-umedecidas. Tetos molhados prejudicam a qualidade do leite, além de permitirem levar para o leite resíduos de desinfetantes

• Atenção! Nunca utilize a mesma toalha de úbere para mais de uma vaca

• Tetos muito sujos são limpos primeiramente com bastante água morna. Seque cuidadosamente o úbere e os tetos

Nunca inicie os procedimentos de ordenha com a limpeza dos tetos, o resultado é que os germes que crescem no canal dos tetos podem entrar no úbere. Sempre inicie retirando um primeiro jato de leite antes de limpar os tetos!

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Durante a ordenha Iniciar a ordenha e ir até o final, sem nenhuma parada. A importância desse

tempo deve-se ao fato de que o hormônio responsável pela ejeção do leite (ocitocina) age apenas por mais seis ou sete minutos, e é nos primeiros minutos após a preparação que se ordenha 70% do leite da vaca.

5. Verifique o vácuo da ordenha (Ordenha mecânica) • O vácuo ideal é especificado pelo fabricante • Sempre verifique o vácuo antes da ordenha • A taxa e a razão do pulsador precisam estar dentro dos padrões

6. Coloque o conjunto de ordenha imediatamente após a preparação do úbere • Evite a entrada de ar • Verifique o posicionamento do conjunto de ordenha • Alinhe os tubos de pulsação e de leite • Limpe as unidades de ordenha externamente

7. Evite a sobre ordenha • Acompanhe o processo de ordenha. Os indicadores de vazão

de leite são úteis. As máquinas de ordenha com vazão controlada reduzem os efeitos negativos da sobre ordenha.

• Não faça nada a mais durante a ordenha

8. Não deixe leite residual • Retire o conjunto de ordenha após o fechamento do vácuo. • Retire todas as quatro teteiras ao mesmo tempo • Retirar o leite residual manualmente

Após a ordenha

9. Mergulhe imediatamente os tetos em solução de limpeza • Terminada a ordenha, desinfetar completamente os tetos

(mínimo 2/3 de cada teto), com produtos que contenham um dos princípios ativos: iodo livre a 0,5%, iodophor a 1%, gluconato de clorexidina a 0,5%, cloro na forma de hipoclorito a 3%, ácido sulfônico a 2%. Essa prática pode reduzir em até 50% os casos de mastite subclínica

• Oferecer alimento para estimular a permanência dos animais de pé. Imediatamente após a ordenha e por um período de aproximadamente duas horas, o esfíncter fica aberto. Se as vacas se deitam, os microrganismos do ambiente entram no canal, propiciando a ocorrência de novas infecções

• O sucesso no controle de doenças e bactérias somente ocorre com uma limpeza regular dos tetos

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10. O resfriamento evita a multiplicação de bactérias • Refrigerar o leite após passar por um coador de náilon ou

material inoxidável. O leite não pode ser coado em pano nem ficar fora da refrigeração, por ser perecível.

• Verifique a temperatura de resfriamento (Siga as recomendações das indústrias de laticínios)

• Os tanques de resfriamento e armazenagem também devem ser imediatamente limpos após a drenagem

11. Limpe os equipamentos de ordenha após a ordenha • Pré-enxágüe a tubulação com água morna potável (35º a 45ºC) • Meça a quantidade correta de detergentes • Circule a solução de limpeza por pelo menos 10-15 minutos • Enxágüe novamente com água potável • Drene a tubulação e deixe secar • Remova as unidades de ordenha da cuba de lavagem ou dos

jateadores. • Deixe-os secar.

12. Faça regularmente a manutenção do equipamento de ordenha • Reveja o relatório de análise da indústria de laticínios com

relação aos parâmetros de qualidade e composição do leite • Faça um cruzamento de dados mensal com o Teste de Mastite

Califórnia • Substitua os insufladores e tubos de acordo com as

recomendações • Faça a manutenção da planta de ordenha a cada 1000 horas de

operação ou a cada seis meses. Formas de ordenha

De acordo com o manejo adotado, o qual pode ser com ou sem o bezerro ao pé, vamos ter condutas diferentes para cada modalidade: com o bezerro ao pé este fica a disposição na hora da ordenha para vir e apojar.

Feito isto, ao acabar a ordenha, o bezerro é solto com a mãe para retirar o leite residual. Pode ser separado imediatamente após o esgotamento total do leite, ou permanecer junto até a hora da apartação á tarde. Este manejo não é o mais recomendado pois neste caso o bezerro mama o leite que poderia ser aproveitado na ordenha da tarde.

Este tipo de manejo apresenta algumas vantagens, porém as desvantagens estão em supremacia. Por outro lado se alimentamos os animais de forma artificial, o contato da mãe com o bezerro não existe. Isto facilita a mão-de-obra e tem-se um maior controle do que o animal está ingerindo, contudo, traz todos os transtornos da criação de órfãos. Por outro lado esta prática permite a observação individualizada, dando a oportunidade de se tomar atitudes mais rápidas para sanar os problemas que aparecem.

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Capitulo 6 - Bovinocultura de Corte (em construção) Raças Raças Puras

ABERDEEN ANGUS A raça Aberdeen Angus possui a pelagem preta ou vermelha, é uma raça mocha muito utilizada em cruzamentos industriais e na formação de novas raças de corte. No Brasil, entrou juntamente com a raça Nelore na formação do gado Ibagé, no Rio Grande do Sul e nos Estados Unidos na formação da raça Brangus, juntamente com a raça Brahman.

BLANC BLUE BELGE No início do século XX, já existia a raça Azul, na Bélgica, também conhecida com o nome de raça de Mons, a qual parecia ser uma derivação da raça Holandesa O gado Blanc-Blue-Belge foi importado para o Brasil em 1994, para o município de Alvorada do Sul, no Paraná. O desenvolvimento muscular é de origem genética, ou seja, sua carne não contém qualquer tipo de aditivo.

BLONDE D´AQUITAINE O Blonde D’Aquitaine foi introduzido no Brasil em 1972 na exposição de Esteio, no Rio Grande do Sul. Vários fazendeiros utilizam o Blonde em cruzamentos industriais, obtendo excelentes resultados, principalmente quando a raça usada é a Nelore, mas precisamente no Brasil-Central. Uma grande utilidade do Blonde no Brasil é o cruzamento com a raça Caracu, para formação da raça Aquitânica.

CHAROLÊS Devido à sua extraordinária produção de carne, essa raça esta espalhada por todo o mundo. No Brasil, o gado Charolês tem prestado inestimáveis serviços, principalmente na formação da raça Canchim A carne do gado Charolês é de excelente qualidade, com pouca gordura superficial, embora marmorizada internamente. O rendimento de carcaça varia de 58 e 65%, em regime de campo, e de 65 e 70%, em regime de confinamento.

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HEREFORD Originário da Inglaterra, é uma das mais famosas raças selecionadas para produção de carne. O Hereford é o gado de pastejo e engorda fáceis em pastagens inferiores, mostra excelente aptidão para recuperação de peso após as chuvas. A cara branca é um caráter dominante e se transmite aos produtos oriundos de cruzamentos, independente de qual seja a raça utilizada. No cruzamento com o gado zebuíno (zebu americano e brasileiro) deu origem a raça Braford, hoje muito difundida no Brasil.

LIMOUSIN A raça Limousin está presente no Brasil desde o início do século XX, quando em 1872 foi trazido um touro e uma vaca, por Henri Goreix, convidado por D.Pedro II para dirigir uma escola de mineração em Ouro Preto-MG. Atualmente, é uma raça muito utilizada principalmente em Goiás e Mato Grosso, mas podemos encontrá-la também em Minas Gerais e São Paulo nos programas de cruzamentos industriais, bem como em programas de seleção e vendas de reprodutores e matrizes

MARCHIGIANA É uma raça originária da Itália e foi introduzida no Brasil há aproximadamente 30 anos. Tem a pelagem branca com a pele preta e com grande número de glândulas sudoríparas. A raça é muito utilizada em cruzamentos industriais para a produção de novilhos precoces. No Centro-Oeste, os produtores estão usando muito a raça para cruzamentos com o zebuíno, obtendo animais mestiços que são utilizados em confinamento e também em regime de engorda, em regime de campo

PIEMONTESA Introduzida no Brasil em 1974. Apresenta uma produção leiteira média de 2.300 litros em 305 dias, com recordes de 5.000 litros. Os machos pesam em média entre 750 e 900 kg e as fêmeas entre 450 e 600 kg. aos 18 meses de idade. O Piemontês garante um rendimento de carcaça acima de 65%, podendo chegar a 72%. O rendimento de músculos chega a 84%, significando 432 kg de carcaça aos 16 meses de idade.

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RED ANGUS É famoso pelas virtudes de precocidade sexual, velocidade de ganho de peso rusticidade e fixação de características. Pesquisas mostram que a coloração vermelha é mais resistente aos carrapatos e ao calor. Em cruzamentos industriais, contribui para o aumento da prolificidade, qualidade de carcaça e rusticidade sobre a raça absorvida. São precoces, com excelente conversão alimentar e rápido acabamento de carcaça. É comum verificarem-se animais em plena produção com 14 a 15 meses de idade. Entre 18 e 20 meses, o macho chega a pesar em média 450 kg.

Raças Sintéticas

IBAGÉ Os cruzamentos que deram origem à raça Ibagé começaram a ser feitos a partir da década de 40. Em 1955, nasceram em Bagé os primeiros os primeiros animais 5/8 de sangue Aberdeen Angus + 3/8 de sangue Nelore, pioneiros da raça denominada Ibagé em homenagem a um índio, personagem histórico do município.

CANCHIM A raça Canchim resultou do cruzamento da raça européia Charolesa com as raças zebuínas Indubrasil, Guzerá e Nelore. O início dos trabalhos de cruzamentos e seleção dos animais foi em 1940, na fazenda de Criação de São Carlos, em São Paulo. O nome Canchim foi dado em função a uma espécie de árvore muito comum na região. O gado Canchim vem sendo muito utilizado em cruzamentos industriais em todo país.

SANTA GERTRUDIS No ano de 1940, o governo americano reconheceu a raça Santa Gertrudis como gado de corte. A raça possui 5/8 de sangue Shorthorn e 3/8 de sangue Brahman. Tem a pelagem vermelho-escuro retinta. No Brasil, pode ser encontrado em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia, onde vem sendo muito utilizado nos cruzamentos com o gado zebuíno, produzindo mestiços rústicos e precoces para o abate

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BRAFORD A formação da raça Braford foi iniciada na década de 60, pelos cruzamentos das raças Hereford e do gado zebuíno (zebu americano e brasileiro), sendo reconhecida pelo Ministério da Agricultura do Brasil em 1993. Na condição de animal sintético, todos os graus de sangue são considerados como reprodutores para formação da raça.

BEEFMASTER O grau de sangue da raça é desconhecido. Teoricamente possui ¼ de sangue de Hereford, ¼ de sangue de Shorthorn e ½ sangue zebu. Em 1954, o Beefmaster foi reconhecido pelo USDA como raça pura, existindo hoje mais de 100 criadores. Atualmente, somam mais de 7.000 animais, ficando atrás no total de animais registrados apenas para as raças Angus, Hereford e Simental

BEEFALO No final da década de 1940, o governo do Canadá começou uma experiência que durou 40 anos para a obtenção da raça. O Beefalo é um animal híbrido resultante do cruzamento do Bison (3/8 de sangue) com o bovino (5/8 de sangue das raças Shorthorn, Hereford e Charolês). Em 1957, teve seu primeiro touro fértil, com ¾ de sangue de Bison O nome Beefalo originou-se no início da década de 70 como resultado da produção de animais férteis com 3/8 de sangue Bison e 5/8 de sangue bovino.

Raças zebuínas

NELORE A raça Nelore vem liderando com segurança e tranqüilidade o número de animais registrados dentro da raça e das demais raças zebuínas. Com o crescimento do rebanho Nelore, surgiram novas variedades, como o Nelore Mocho e, agora, oficialmente reconhecidas, as pelagens vermelha, amarela e pintada de preto. O gado Nelore vem sendo utilizado em cruzamentos industriais com as raças européias especializadas para produção de carne com a finalidade de obter novas raças ou simplesmente para produção de novilhos precoces para o abate.

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TABAPUÃ A raça Tabapuã é uma raça nacional, originária do município de Tabapuã, São Paulo. O Tabapuã vem sendo muito utilizado em cruzamentos, garantindo um produto mocho, rústico e lucrativo. Através do cruzamento do touro Tabapuã com vacas Nelore, surgiu a raça Tabarel. Outros cruzamentos também são realizados com as raças Guzerá, Holandesa e outras raças européias, principalmente as raças de corte, no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

BRAHMAN A raça Brahman foi aprovada para a criação no Brasil, em l994. O gado Brahman caracterizou-se pela resistência às condições adversas do meio e pelo desenvolvimento e aptidão para a produção de carne. Os caracteres raciais são irrelevantes, dando-se pouca importância à pelagem, perfil craniano, tamanho dos chifres e tamanho das orelhas

(Em construção) − Melhoramento genético, Cruzamentos; − Sistemas de Criação; − Extensivo; − Semi-extensivo − Intensivo − Manejo reprodutivo − Abate Cortes Bovinos

No mercado existem cortes limpos, embalados a vácuo, e congelados, que

podem ser conservados até por 60 dias, sem risco de contaminação. É o tipo chamado de carne resfriada. Às vezes sua cor é escura, o que não significa estrago.

cortes para diferentes destinações. Para assar: rosbife, bisteca com osso, miolo de alcatra, picanha, maminha,

coxão duro ou mole, lagarto, patinho e ponta-de-costela. Para refogar: cupim, acém, bisteca, patinho, fraldinha, capa de filé e filé de

costela. Para ensopar: Além dos que servem para refogar, entram rabo, tutano, ponta

de agulha, aba de filé, peito e carne moída. Para fritar: contrafilé, patinho, coxão mole, alcatra e filé mignon.

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1 - Pescoço 6 - Filé mignon 11 - Maminha 16 - Alcatra (+Picanha) 2 - Acém 7 - Bisteca 12 - Coxão mole 17 - Capa de filé 3 - Peito 8 - Contra Filé 13 - Lagarto 18 - Coxão duro 4 - Paleta 9 - Músculo 14 - Patinho 19 - Cupim 5 - Fraldinha 10 - Ponta de agulha 15 - Costela 20 - Aba do Filé

• Aba do filé: utilize-a moída pois tem nervos demais. • Acém: carne de “segunda”, relativamente magra, que pode entrar em cozidos,

assados, refogados, ou preparada em bifes ou moída. • Alcatra: de “primeira”, de fibras macias, uma das campeãs na preferência dos

brasileiros, esta carne é, também, uma das mais nobres. Da peça inteira da alcatra, localizada no traseiro do boi, saem outros cortes igualmente apreciados, como a picanha e a maminha. É usada principalmente para fazer bifes, mas faz igual sucesso em assados e cozidos de panela.

• Braço: conhecida por paleta ou pá, é carne nervosa, que leva muito tempo para cozinhar. É de “segunda”.

• Bisteca: também conhecida como chuleta. É arredondada, intercalada por gordura amarela-clara. Pode vir com ou sem osso, é considerada uma das mais saborosas do boi e pode ser servida assada, frita ou grelhada.

• Capa de filé: outra carne nervosa, de “segunda”, que pede muito tempo no cozimento.

• Contra Filé: também conhecido por filé do lombo. Muito macio, é magro mas sua parte externa mostra grossa camada de gordura. Fica ótimo assado e frito. Com ele é feito o tradicional bife à cavalo (com ovo frito). Corte nobre do lombo do boi, fica ao lado do filé mignon.

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• Costela: também conhecida como pandorga e assado. Cercada de osso e gordura, é apropriada tanto para cozidos como para assados. É fibrosa e requer preparo lento, que pode chegar a 12 horas no "bafo" da churrasqueira, ou seja, longe da brasa.

• Coxão duro ou Ponta de Alcatra: é um pedaço com fibras grossas, mas menos macia que as do coxão mole. Mas de “primeira”, como esse. Indicada principalmente para sopas, ensopados e outras receitas que exigem cozimento lento, capaz de lhe amaciar. Vem do músculo traseiro do boi.

• Coxão mole: também chamada de chã de dentro, é constituído por fibras macias e curtas, com gordura e nervos, carne macia mas não muito suculenta. Durante muito tempo, foi sinônimo de carne para bife. Pode ser feita à milanesa, enrolada, assada ou na forma de escalopes.

• Cupim: é a corcova do boi-zebu. Nele, fibras e gordura se entrelaçam. É saboroso e muito usado em churrasco. Mas exige um longo tempo de cozimento.

• Filé de costela: também é chamado de filé de costa, é de “segunda”, demora para cozinhar e é recomendável em cozidos e refogados.

• Filé mignon: é extremamente macio, tenro e suculento, mas não muito saboroso, sempre pede um bom molho por acompanhamento. Peso médio: 2 quilos. Ideal para bifes altos, servidos ao ponto ou mal passados. Da França vêm dois cortes feitos com este pedaço: turnedô, pedaços mais grossos, e medalhão, mais finos. Fica ao longo do dorso do boi.

• Fraldinha: composta pela parede do abdômen do animal, tem fibras longas, nervos e gorduras. Já foi considerada carne de “segunda”. Muito consumida em churrascos (cortes de fatias finas que vão à grelha), espetinhos, assados de panela e receitas como estrogonofe. Pequena, macia e suculenta. Localizada na lateral do boi.

• Lagarto: de “primeira”, formado por fibras longas e magras, com uma parte externa gordurosa. Também conhecido como lagarto-branco e tatu. Carne dura, nada suculenta, com formato arredondado. Em assados, deve ser bem passado e pode ganhar recheios de farofa, cenoura ou lingüiça. Cru, cortado em fatias finíssimas, faz sucesso como carpaccio.

• Maminha da alcatra: Tirada da peça inteira da alcatra, é muito macia e suculenta, naturalmente, de “primeira”. Boa para assados e churrascos em geral. Pesa, em média, 2 kg.

• Músculo: às vezes considerado de “segunda”, às vezes de “terceira”. Cortado com osso toma o nome de osso-buco, muito valorizado na cozinha, principalmente a italiana. Ideal para sopas, caldos e cozidos. Deve ficar no fogo até amaciar. Desfiado pode ser usado também em saladas frias. É de ótimo sabor.

• Paleta e miolo de paleta: Pernas dianteiras do boi. Como os outros cortes provenientes dessa parte, a paleta é apropriada para cozidos, assados de panela e picadinhos. O miolo é mais macio e suculento, parecido com o patinho (às vezes é até vendido como tal). Bom para assados.

• Patinho: corte de “primeira”, com fibras macias. Ao fazer bifes corte-o no sentido das fibras para que não endureçam. Também usado picadinho e cozido como o prato húngaro "goulash".

• Peito e peito com osso: Dele é feito o pastrame, um temperado servido em fatias finíssimas, como o carpaccio. Entre outras receitas, dá origem ao

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"puchero", cozido tradicional na Argentina. Exige muito tempo de cozimento por causa da grande quantidade de músculos e fibras. É de “segunda”.

• Peixinho: Também conhecida como coió e lagartinho-da-pá. O corte é macio e vai bem em cozidos e assados. Localizado no braço.

• Pescoço: tem muito tecido conjuntivo e gordura, exige prolongado tempo de cozimento. É considerado de “terceira”.

• Picanha: inteira ou em bifes, essa carne é muito macia e suculenta e não pode faltar na grelha de um bom churrasco. Mas também pode ser preparada no forno, frita ou cozida. A parte mais tenra é a pontinha. Ao comprá-la, não se deixe enrolar. Ela deve ter não mais de 25 centímetros de comprimento e o peso ideal é de 1 quilo a 1.500 gramas, além de possuir um aspecto “marmorizado”, ou seja, entremeado por gordura. Se pesar mais você estará pagando uma parte em coxão duro e a peça não terá maciez uniforme.

• Ponta de agulha: considerada de “terceira”, é constituída pelas últimas costelas do boi. Pode ser moída e, quando inteira ou em pedaços, também pede muito tempo de cozimento.

• Rabo: compõe-se de diversos ossos recobertos com carne gordurosa e, como toda carne junto

Capitulo 7 - Sanidade Animal (em construção) Informações úteis Sinais de Saúde Sinais de Doença Temperatura normal: 38,5 a 39°C Febre Apetite normal Falta de apetite ou apetite depravado Crescimento normal Atraso no crescimento Ruminação Normal Parada na ruminação Fezes e urina normais Fezes e urina com alterações Pulsação animais adultos: 55 a 85/min Pulsação animais jovens: 70 a 100/min Respiração Adulto: 15 – 18 /min Respiração bezerro: 18 – 21 /min

Qualquer alteração nos valores

Olhos vivos Olhos tristes e fundos Apetite normal Falta de apetite e apetite depravado Pêlos lisos e brilhantes Pêlos sem brilho e arrepios Cuidados sanitários na compra de animais Vacas • idade - após o quinto parto a produção diminui; • não comprar vacas secas; • pedir ao seu veterinário exame de brucelose, tuberculose, mamite, leucose e ginecológico; • não comprar vacas com defeitos nas pernas,cascos, úbere e outros.

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Touros • idade - após cinco anos diminui a fertilidade; • verificar se já tem filhos; • verificar o tamanho dos testículos. Os dois devem ser do mesmo tamanho e devem descer. • medir o diâmetro do saco; • não deve ter defeitos nas pernas e nos cascos; • pedir ao seu veterinário exame de brucelose, tuberculose, tricomoníase, campilobacteriose, leucose e avaliação da fertilidade. Tratamento das doenças

Preventivo Curativo Para evitar as doenças Para curar a doença já instalada Exemplos: • uso de vacinas • uso de carrapaticidas • uso de vermífugos • alimentação correta • manejo correto • higiene

Exemplos: • uso de remédios: • antibióticos • soro • e outros remédios

Tratamento preventivo custa menos Tratamento curativo custa mais caro Calendário preventivo para gado leiteiro Tratamento preventivo Febre aftosa a partir dos quatro meses idade de acordo com a

campanha da Secretaria da Agricultura Raiva vacinação aos seis meses de idade. Repetir a cada

um ou três anos dependendo do tipo de vacina Carbúnculo sintomático e Gangrena gasosa

quatro e aos seis meses de idade. Repetir todos os anos

Brucelose Tuberculose Leucose

fazer o teste uma vez por ano a partir de doze meses de idade

Paratifo da vaca no sétimo ou oitavo mês de gestação vacinação dos bezerros aos quinze dias de idade

Outras diarréias ver informações técnicas "diarréias dos bezerros" Tristeza parasitária controle dos carrapatos. Esterilização de seringas e

agulhas. Fazer os bezerros ter contato com os carrapatos o mais cedo possível para adquirirem resistência

Verminose uso de vermífugo (ver informações) Carrapatos banhos carrapaticidas

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Verminoses A verminose causa retardo no crescimento, diminuição da produção de leite e

redução da resistência contra outras doenças. Sinais da verminose • Pêlos arrepiados e sem

brilho; • Papeira; diarréia; • emagrecimento; • retardo no crescimento; • diminuição da produção. Cuidado! Quando a verminose mostra os sinais é porque o animal já está muito atacado.

Como se reproduzem os vermes Controle das verminoses

Uso de vermífugo aos 30 dias 60 dias Quatro meses

Bezerros (até seis meses de idade)

Seis meses Uso de vermífugo a cada quatro meses Fevereiro Junho

Animais com mais de seis meses

Outubro Controle da Fasciola hepática (baratinha do fígado) deve ser realizada com fasciolicidas específicos nos meses de abril e setembro. Carrapatos

Os carrapatos sugam o sangue, causam anemia e fraqueza, transmitem a doença "tristeza", desvalorizam o animal e o couro.

Podem permanecer por vários meses no solo Controle deve ser realizado com carrapaticidas específicos.

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Deficiências Nutricionais Nutriente Sintomas de deficiência nos bezerros

Energia Baixo peso ao nascimento; antieconômico, bezerros de crescimento lento.

Proteína Baixo peso ao nascimento; Bezerros de crescimento lento, e se muito desnutridos, imunidade diminuída (baixa resistência a infecções) devido aos baixos níveis de imunoglobulina no colostro.

Cálcio e fósforo

Raramente são um problema, pois grandes quantidades de cálcio e fósforo podem ser mobilizadas dos ossos para o crescimento fetal.

Iodo Bócio em bezerros recém paridos. Cobre Bezerros fracos, mostrando sintomas de bócio.

Selênio Bezerros antieconômicos, degeneração muscular (doença dos músculos brancos), paralisia e falha cardíaca.

Vitamina A Diminuição do período de gestação e aborto em casos mais severos; nascimento de bezerros fracos, cegos ou descoordenados; forte diarréia (branca) em bezerros fracos.

Vitamina D Nascimento de bezerros com bócio (raramente).

Vitamina E Relacionado às deficiências em selênio; membros enfraquecidos, dificuldades para ficar em pé e incapacidade para se amamentar.

Mamite ou Mastite Bovina

A mastite é uma inflamação da glândula mamária. É uma doença que pode se

apresentar na forma clínica, onde os sinais da inflamação são mais visíveis, ou, mais freqüentemente, na forma subclínica onde esses sinais são menos marcantes. No entanto, as duas formas provocam alterações no leite.

Clinica: Quando se nota alterações no úbere: úbere dolorido, quente, vermelho

e inchado. Subclínica: Quando não é visível no úbere e nem no leite. Só pode ser percebida

através de testes especiais (CMT). É perigosa pois pode contaminar todo o rebanho.

Diversos microrganismos podem causar mastite, porém os agentes

bacterianos são os responsáveis por 90% dos casos outros fatores, isoladamente ou associados, podem influenciar ou determinar o surgimento da mastite, tais como o manejo, a nutrição, a higiene, o homem, o animal e o meio ambiente.

Os índices mundiais de mastite subclínica estão em torno de 40%. No Brasil, a prevalência média da forma clínica é de 17,45% e da forma subclínica 72,56%.

Além dos prejuízos na produção primária, a mastite também é um problema para as indústrias de laticínios. A utilização de leite de baixa qualidade tem implicações tecnológicas relevantes como, por exemplo, o baixo rendimento na fabricação dos derivados, a diminuição da vida de prateleira dos produtos e alterações nas características originais do leite e dos derivados.

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Todas as alterações na composição do leite apresentam grandes impactos sobre a qualidade dos derivados lácteos. Estas alterações podem ser verificadas pela Contagem de Células Somáticas (CCS)11. Efeito do leite com altas contagens de células somáticas sobre os produtos lácteos

PRODUTO PROBLEMA Leite condensado e leite evaporado Leite em pó Queijo Leite fluido Leite UHT Produtos fermentados Manteiga

Diminui a estabilidade ao calor Gosto de queimado ou outros sabores estranhos Aumento no tempo de coagulação Diminuição da firmeza do coágulo Queda no rendimento Alteração do sabor na estocagem Geleificação provocada pelo aumento da atividade proteolítica Inibição do crescimento das culturas lácticas, principalmente de Lactobacillus acidophilus, devido ao aumento da atividade fagocitária Diminuição do rendimento Aumento da rancificação

O tratamento da mastite com antibióticos vem sendo utilizado desde o final da II Guerra Mundial. E, atualmente, é um importante componente dos programas de saúde do rebanho leiteiro.

Contudo, o uso indiscriminado dos antibióticos tem ocasionado o aparecimento de resíduos no leite e nos seus derivados. Timpanismo (Empanzinamento)

Timpanismo é o acúmulo de gás no estômago do animal. Pode levar a morte. Ocorre freqüentemente nos animais em pastagens de leguminosas principalmente as de trevo. O sinal mais importante é o inchaço do vazio, do lado esquerdo. Como evitar o timpanismo • Evitar que animais esfomeados entrem em pastagens com leguminosas. • Observar de perto os animais na fase da adaptação á pastagem, nos períodos

úmidos e durante o florescimento dos trevos. • Não colocar na pastagem de leguminosas os animais que tem timpanismo com

freqüência. Tratamento

• Fazer os animais trotearem; • Manter os animais com a parte da frente mais elevada; • Usar óleo vegetal ou um produto contra o timpanismo • Perfurar o rúmem (só em último caso)

11 CCS - é a contagem de células presentes no leite, que podem ser do tipo epitelial ou de defesa . As

células epiteliais são oriundas da descamação normal do tecido de revestimento e secretor interno da glândula mamária. As células de defesa nada mais são do que as células brancas do sangue (os leucócitos), que são mobilizadas para a glândula mamária logo após a entrada de bactérias para dentro do úbere, na tentativa de eliminar estes patógenos.

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Injeções e vias de aplicação de vacinas

Injeção é a introdução de líquidos com medicamentos em sua constituição no corpo dos animais. Por não passarem pelo estômago, têm ação muito mais rápida; por essa razão, a quantidade é sempre menor, pois é concentrada.

É necessário o máximo da higiene para se evitar formar edema (tumor) ou inflamação local (fazer leve massagem); como desinfetante usa-se algodão embebido em álcool ou éter. As injeções podem ser: Endovenosa ou na veia (IV) É aplicada diretamente numa das veias e tem a finalidade de atuar com mais rapidez e também .quando se usa medicamentos irritantes ou ainda em grande quantidade de líquidos. Nos bovinos e eqüinos, a região usada é a veia jugular, que passa pelo pescoço, de preferência a veia esquerda, que leva o sangue da cabeça para o coração.

Essa injeção deve ser aplicada lentamente para evitar reações perigosas; usar agulha calibre 16 x 7 cm de comprimento ou 35 x 15 cm, sempre observando o paciente, que pode ter um choque ou reação, que se manifesta quando:

a) o animal espuma pela boca; b) a temperatura do seu corpo diminui (o corpo esfria); c) o coração dispara, com batidas interrompidas; d) a respiração fica entrecortada.

Atenção: Parar imediatamente a aplicação e esperar o animal se recuperar. Quando o medicamento é injetado fora da veia, geralmente causa inflamação, deixando o local escuro e necrosado. Nesse caso, colocar gelo diretamente ou em bolsa. Subcutânea ou hipodérmica (SC) É aplicada diretamente sob a pele ou couro, devendo-se escolher um local onde se formem pregas, onde a pele está mais solta, para facilitar a propagação do líquido e ser melhor absorvido pelos vasos sangüíneos aí existentes. Essa injeção é a mais usada para se aplicar vacinas, soros e medicamentos químicos. Escolhe-se, de preferência, a região costal ou dos flancos (atrás da paleta). O calibre das agulhas curtas, para não penetrar na carne, deve ser 20 x 8 cm ou 25 x 8 cm. Intramuscular (IM) É aplicada diretamente nos músculos, o mais profundo possível, porque normalmente se usam medicamentos dolorosos por serem oleosos, irritantes, não devendo, por isso, ficar superficialmente na pele, pois podem causar abscessos.

A região mais usada é a nádega, face externa da coxa e tábua (tala) do pescoço. Para diminuir a dor, após a introdução da agulha até o fim, deve-se retraí-Ia um pouquinho e verificar se não está dentro de algum vaso sangüíneo, fazendo-se pequena aspiração; se estiver, deve-se puxá-la ligeiramente. As agulhas mais usadas são de calibre 25 x 12 cm e 30 x 15 cm. Intradérmica (ID) Consiste na aplicação do líquido sob a pele, o mais superficial possível, sentindo-se a agulha; após a injeção, fica uma bolinha que deverá ser absorvida lentamente. É usada a região subcaudal (coccigiana) ou a face inferior da orelha. Usa-se agulha calibre 10 x 5 cm. Esse tipo de injeção é usado para se fazer aplicação em testes de reação, inclusive de tuberculina, para detectar se o animal é tuberculoso etc.

Há ainda outros tipos de injeção de menor uso e importância, a saber: • via intra-ruminal (IR); • via intramamária (IMM); • via intraperitonial (IP).

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Principais Plantas tóxicas Samambaia - causa intoxicação aguda, sangue na urina e o câncer do esôfago. A samambaia é consumida principalmente na fase de brotação. O consumo ocorre principalmente quando há escassez de alimentos Tratamento preventivo - manter as pastagens limpas (roçadas). Maria Mole ou Flor das Almas - é consumida de forma involuntária junto com o pasto. A doença ocorre alguns meses após o consumo. A doença aparece com mais freqüência de agosto a janeiro. Tratamento preventivo - limpeza dos pastos. As plantas devem ser arrancadas antes da floração. Desta forma a praga desaparece em poucos anos. Maria Preta ou Timbó ou Cinamomo Bravo -é encontrada do Planalto ao Extremo Oeste. A planta chega a 15 metros de altura. Os bovinos ingerem a planta com facilidade sempre que houver escassez de alimento. O principal sinal de intoxicação é o aborto em qualquer fase da gestação. Tratamento preventivo - eliminar a praga dos pastos. Cestrum corymbosum - ocorre do Planalto ao Vale do Itajaí em campos abandonados, beira de cercas e de matas. Os animais ingerem a planta principalmente no inverno. Tratamento preventivo - arrancar as plantas. As roçadas favorecem a brotação. Mata Boi ou Coerama ou Piloteira - ocorre principalmente no Oeste do Estado. Os casos de intoxicação ocorrem principalmente no inverno. Tratamento preventivo - eliminar as plantas da área de pastagem. Chumbinho ou Bem-me-Quer-Mal-me-Quer ou Cambará - ocorre em todo o Estado. Tratamento preventivo - eliminar a planta das pastagens. Pessegueiro Bravo ou Baga de Tucano - pode atingir a 15 metros de altura. Os animais ingerem as folhas com facilidade. As folhas contém ácido cianídrico. Os animais adoecem rapidamente. Muitas vezes os animais são encontrados mortos sem ter mostrado antes nenhum sinal de doença. Tratamento preventivo - procurar eliminar as plantas nas áreas de pastagens. Mio-mio - encontrado principalmente nas regiões do planalto. Tratamento preventivo - limpeza dos pastos. Mandioca -a intoxicação pode ocorrer tanto pela ingestão da raiz como pelas folhas. Tratamento preventivo - arrancar as raízes ou cortar as folhas 24 horas antes de serem fornecidas aos animais. - Acostumar os animais aos poucos. - Usar variedades de mandioca com baixo teor de ácido cianídrico.

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