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W CONFERENCE AmCham Rio convida líderes para discutir a representatividade feminina nas organizações MERCADO Gestão responsável dos recursos naturais pode trazer valor econômico ao Rio de Janeiro REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO DESDE 1921 Nº 306 OUT/NOV/DEZ 2018 ENTREVISTA Wilson Witzel fala com exclusividade sobre o seu Plano de Governo para o Rio de Janeiro BRASIL PÓS-ELEIÇÕES BRASIL PÓS-ELEIÇÕES Especialistas apontam os desafios e os novos rumos para a economia, o mercado e a sociedade Especialistas apontam os desafios e os novos rumos para a economia, o mercado e a sociedade

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W CONFERENCE AmCham Rio convida

líderes para discutir a representatividade feminina nas organizações

MERCADO Gestão responsável dos

recursos naturais pode trazer valor econômico ao Rio de Janeiro

REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 Nº 306 OuT/NOV/DEz 2018

ENTREVISTA Wilson Witzel fala com exclusividade sobre o seu Plano de Governo para o Rio de Janeiro

Brasil pós-eleiçõesBrasil pós-eleiçõesEspecialistas apontam os desafios e os novos rumos

para a economia, o mercado e a sociedadeEspecialistas apontam os desafios e os novos rumos

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Edição 306 Brazilian Business_3

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Comunicação AmCham Rio

Aléxia Costa, Juliana botelho e Veriza Duca

Edição Grupo zoom Out de

Comunicação Corporativa

Jornalista responsável bianca Gomes

MTb 25.098

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Colaboraram nesta edição:

Felipe Daniel e Felipe Teixeira (edição de arte), Andrea Marques, bianca Gens, Chu Ken, Claudia Tavares, Marcelo Cortez, Mariana Almeida, Pedro Kirilos, Ricardo Gomes e Simone Goldstein (foto), Fernanda Falcão e Nadia Stanzig (coordenação) e Sonia Cardoso (revisão)

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos

autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara

de Comércio Americana do Rio de Janeiro

Publicidade Felipe Tavares

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Giuliana Sirena [email protected]

A tiragem desta edição da brazilian business é de 2 mil exemplares

Impressão: Walprint

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Americana do Rio de Janeiro

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32 OPINIÃO Rose Mary Frade, CEO da Comercial Milano do Brasil, fala sobre os benefícios das práticas sustentáveis para as empresas

34 DIRETORIA EM FOCODiretores da AmCham Rio apontam as pautas mais importantes para os novos governantes

36 OPINIÃOJuliana Bussade, da Dannemann Siemsen, opina sobre remessa de royalties ao exterior entre empresas brasileiras e controladoras estrangeiras

38 CONEXÃO GLOBALBrazilian Business entrevista o novo cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Scott Hamilton

40 PERFILAlexandre Bertoldi, do Pinheiro Neto Advogados, discorre sobre o futuro do direito empresarial no Brasil e relem-bra a trajetória e o engajamento socio-cultural do escritório

42 AMCHAM NEWSSaiba como foram os últimos eventos do trimestre realizados na Câmara

06 CARTA DO PRESIDENTEPedro Almeida diz que o término das eleições abre perspectivas para um novo Brasil e cita eventos importantes

08 W CONFERENCENa Casa Firjan, executivas inspiram no primeiro evento da Câmara dedicado exclusivamente ao público feminino

12 LICENCIAMENTOI Seminário Internacional de Licencia-mento Ambiental Offshore discute sobre a necessidade de melhoria dos processos para o aumento da dinâmica do setor

14 BEP14ª Brazil Energy and Power e VIII Semi-nário sobre Matriz e Segurança Energética abordaram a urgência de modernização do setor elétrico brasileiro

18 MERCADOUm Rio de Janeiro mais sustentável pode gerar valor econômico ao estado

24 CAPA Brasil pós-eleições: consultamos especialis- tas de diversas áreas para apontar os desa- fios do próximo governo e os novos rumos para a economia, o mercado e a sociedade

SUMÁRIO

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INCLUSÃO

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CARTA DO PRESIDENTE

Marcelo piu

PeDro aLmeiDa, prEsidEntE da Câmara dE ComérCio amEriCana do rio dE JanEiro

Um novo Brasil à vista

Passada uma das eleições mais emblemáticas da história democrática brasileira, é hora de pensar no futuro e aproveitar o cenário de renovação política para criar um movimento que ajude a construir um novo Brasil.

No âmbito dos negócios, percebo certo otimismo dos executivos com o que está por vir e acredito que esse clima de confiança possa transformar-se em algo concreto. Para que haja inves-timentos, os empresários precisam contar com um ambiente que inspire confiança e estabilidade.

O equilíbrio das contas públicas, com maior eficiência dos gastos, o combate à corrupção e o destravamento da economia são medidas que o novo governo deve insistir para criar condi-ções para a geração de negócios. Nossa matéria de capa faz análises sobre essas questões e tem o privilégio de publicar entrevista exclusiva com a nova liderança do Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel.

São diversos os setores da economia que oferecem oportunidades. No último mês, a AmCham Rio teve a oportunidade de dar voz ativa a dois deles. O I Seminário Internacional de Licencia-mento Ambiental Offshore reuniu os principais atores do segmento do meio ambiente ligados ao setor de óleo e gás para discutir esse assunto de extrema relevância. A dinamização dos processos de licenciamento ambiental vai ser importante para estimular o segmento de exploração de pe-tróleo, uma das atividades que mais geram riquezas e empregos, sobretudo nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que é para onde nosso olhar está mais voltado.

Sob o olhar de especialistas, o 14º Brazil Energy and Power e o VIII Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira possibilitaram debater sobre a matriz energética brasileira e a urgente necessidade de modernização do setor elétrico para que este atenda às novas demandas de energia e da sociedade.

O Brasil precisa consolidar sua posição como potência petrolífera, não apenas para competir com os novos polos com alto potencial de prospecção que surgem ao redor do globo, mas porque o gás extraído com o petróleo pode ser estratégico no processo de transição energética que resul-tará na descarbonizacão para um País mais moderno e sustentável.

Ainda nessa linha, esta edição da Brazilian Business traz uma reportagem que aborda o viés econômico da sustentabilidade e mostra como o Rio de Janeiro pode se beneficiar economi-camente, por meio do incremento do turismo e de outras atividades, se forem implementadas políticas públicas baseadas em práticas sustentáveis.

Na cobertura do primeiro evento da Casa dedicado exclusivamente ao debate sobre liderança feminina – o W Conference, que você confere nas próximas páginas –, veja o time brilhante de executivas que a AmCham Rio convidou para falar sobre a representatividade feminina nas em-presas e inspirar outras mulheres a buscarem o seu espaço nas organizações, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis.

Boas festas a todos e nossos votos de que em 2019 os diálogos e ações sobre temas relevantes continuem, fortalecendo o ambiente de negócios do Rio e contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

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PEOPLE CONNECTIONS

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emocional para transmitir confian-ça são atributos importantes que, junto com dedicação, podem ajudar a levar ao topo.

Força familiar também despertou em Rose Mary Frade a vontade de ca-minhar sozinha. “Meu pai achava as mulheres sensacionais e almejava que fôssemos independentes. Tive filhos enquanto cursava a faculdade e não havia outra opção a não ser levá-los para a sala de aula. Quando me for-mei, abri um escritório de advocacia. Não tinha cliente, mas fui à luta e de-senhei uma história de sucesso como advogada. Hoje sou a primeira presi-dente da Milano Brasil”, frisou.

Entre as suas recomendações, aconselha que as mulheres tenham coragem para inovar. “Busquem se aprofundar e não pensem que não existem possibilidades para o cres-cimento, porque sempre há”, enco-rajou a executiva.

O painel foi encerrado com per-guntas do público e em clima de muita inspiração.

Bianca [email protected]

AmCham Rio promove encontro de mulheres inspiradoras em seu primeiro evento sobre liderança feminina nas organizações

Embora a pesquisa Closing the Gender Gap, do Global McKinsey Institute, revele que

a equidade de gênero pode alavancar o PIB global em US$ 28 trilhões até 2025, ou que empresas lideradas por mulheres rendem, aproximadamen-te, 21% acima da média industrial, a remuneração global das mulheres ainda equivale a 76,5% do rendimen-to dos homens.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Brasil, as disparidades entre os sexos na par-ticipação da força de trabalho redu-ziram em cerca de 50% desde 1990, mas as desvantagens no mercado de trabalho começam cedo para as brasileiras. A proporção de pessoas com idade de 15 a 24 anos que não estão empregadas e que não se en-contram em processo de formação é de 25% para as mulheres e de 12% para os homens.

Diante de números que refletem um conjunto de obstáculos para a carreira da mulher, a Câmara de

Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) convidou líderes inspiradoras para participar do W Conference – conferência idealizada pela entidade para a promoção de debates sobre liderança feminina nos diferentes segmentos da economia, mentoria e networking. O evento aconteceu no dia 26 de outubro na Casa Firjan, em Botafogo, com o copatrocínio da PwC, e contou com a participação de grandes ícones femininos do meio empresarial.

Inspirados pelo ambiente – que integra um prédio de arquitetura con-temporânea, e premiada, a um patri-mônio histórico restaurado – e ainda pelo comprometimento de ser um lo-cal de reflexão e criação de soluções inovadoras para os desafios de uma sociedade em constante transforma-ção, os anfitriões Cristiane Alves, ge-rente-geral da Casa Firjan; Ana Paula Caporal, vice-presidente da comissão de Responsabilidade Social e gerente de planejamento de Sustentabilidade e gestão de Stakeholders; Pedro Al-meida e Gabriella Icaza, respectiva-

mente, presidente e diretora-sócia e também ex-presidente da AmCham Rio, deram as boas-vindas a um pú-blico de cerca de 200 pessoas, com-posto em sua maioria por mulheres.

Adriana Carvalho, gerente para os Princípios de Empoderamento Econômico da ONU Mulheres, abriu o encontro falando dos 17 Objeti-vos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Utilizando estatísticas, como a diferença salarial entre o homem e a mulher no mundo, que é de 23%, ela explicou por que a desigualdade de gênero cria lacunas para o desenvol-vimento econômico das sociedades.

“A igualdade de gênero melhora a economia dos países e torna as socie-dades mais pacíficas e estáveis. A di-versidade aprimora os resultados das empresas, contribuindo para um am-biente de trabalho mais inclusivo e para maiores oportunidades de negó-cio”, disse a especialista, que também discorreu sobre os Princípios de Em-poderamento das Mulheres (WEPs, na sigla em inglês), plataforma global da ONU Mulheres e o Pacto Global

da ONU que orienta corporações a adaptar ou criar práticas para melho-rar a igualdade entre homens e mu-lheres no local de trabalho, no mer-cado e na comunidade.

Em seguida, Lindália Junqueira, CEO e cofundadora da Ions Innovation e criadora do movimento #Juntospelo.Rio, mediou uma mesa-redonda com Andrea Natal, diretora-geral do Belmond Copacabana Palace; Claudia Eliza Medeiros, líder do escritório da PwC no Rio de Janeiro e Espírito Santo; e Rose Mary Leite Frade, diretora-executiva da Milano Brasil. No palco, elas dividiram com o público suas experiências de vida e suas trajetórias individuais que motivaram a conquista do cargo de liderança.

À frente de um dos hotéis mais fa-mosos do mundo, Andrea Natal lem-brou que o seu ingresso na hotelaria foi em uma época em que poucas mulheres trabalhavam nesse ramo. “Sou completamente apaixonada pela profissão, mas para chegar até aqui abdiquei de muita coisa e enfrentei diversas barreiras. Em algumas situ-ações, tive que saber lidar com a falta de respeito das pessoas, mas sem-

Do curtume para Harvard

W CONFERENCE

W Conference discute equidade de gênero no ambiente de trabalho

pre procurei ter equilíbrio para não ir além quando precisei me impor”, contou a diretora do Belmond Copa-cabana Palace, onde atua há 22 anos. Compartilhando vivências, Andrea apresentou os dois lados da moeda: “Ao mesmo tempo em que é impor-tante empoderar as mais jovens, que se espelham em mulheres de sucesso, é preciso respeitar as que não alme-jam cargos de liderança”, afirmou.

Ainda no âmbito das mulheres que buscam espaço, mesmo quando o mercado de trabalho escolhido é dominado por homens, está Clau-dia Eliza Medeiros, líder da PwC. Ela contou que o primeiro cargo dispu-tado na empresa foi com 35 traine-es, nove deles do sexo feminino. Na entrevista, falou ao presidente que gostaria de um dia ocupar a cadeira dele, buscou se desenvolver e hoje é uma das sócias da PwC. “Contei com uma estrutura familiar incrível, mas a empresa sempre investiu em mim como profissional, oferecendo opor-tunidades para o meu crescimento”, disse. Para ela, foco em autodesen-volvimento, liderança para alcançar um objetivo comum e inteligência

“A IGUALDADE DE GêNERO MELHORA A ECONOMIA

DOS PAÍSES E TORNA AS SOCIEDADES MAIS PACÍFICAS

E ESTÁVEIS”

ADRIANA CARVALhO, GERENTE PARA OS PRINCíPIOS DE EMPODERAMENTO

ECONôMICO DA ONu MuLhERES

“SOU APAIXONADA PELA PROFISSÃO, MAS PARA

CHEGAR ATÉ AQUI ABDIQUEI DE MUITA COISA E ENFRENTEI

DIVERSAS BARREIRAS”

ANDREA NATAL, DIRETORA-GERAL DO bELMOND COPACAbANA PALACE

A educação é a arma mais pode-rosa para vencer os obstáculos da vida. Esta foi a mensagem marcan-te, entre diversas outras, que Joa-na D’Arc Félix de Souza, cientista, PhD em Química pela Universida-de de Harvard e professora da Etec em São Paulo, transmitiu aos par-ticipantes.

A história da paulista de Fran-ca, que já soma 56 prêmios em sua carreira, comoveu a plateia. Filha de pais pobres, morava em uma casa em que funcionava o curtume onde o pai trabalhava. Desde cedo, aprendeu a lidar com as dificulda-des, que iam muito além de finan-ceiras devido à sua condição social e cor da pele.

Entretanto, já muito nova foi orientada para crer que o estudo seria o único meio de transformação em sua vida, o que a permitiu ingressar no Ensino Fundamental

Debate sobre liderança feminina reuniu grande audiência na Casa Firjan

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aos 4 anos de idade, concluir os estudos da faculdade aos 17, e os do mestrado aos 19 anos.

Estudou para disputar uma vaga nas concorridas Unicamp, USP e Unesp e foi aprovada nas três. Na Uni-camp se tornou doutora em Química Industrial e foi convidada para fazer o pós-doutorado na Universidade de Harvard, de onde só retornou anos depois, por questões familiares.

Como professora na Escola Téc-nica Estadual (Etec), em sua cida-de, começou a desenvolver projetos de pesquisa voltados para jovens envolvidos com o tráfico de drogas e a prostituição. Nessa trajetória, angariou prêmios – com destaque para o Kurt Politizer de Tecnologia 2014, concedido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim) – e alunos atraídos pela oportunidade de mudar completa-mente os seus destinos.

“Eu me sinto realizada pela con-tribuição à minha cidade e por ver esses jovens se desenvolvendo e tendo oportunidades. O legado que os meus pais deixaram foi o estudo. Eles sempre me incentivaram di-zendo que é ele que vai me colocar onde eu almejo chegar e este é o pensamento que transmito em sala de aula”, pontuou Joana, ovaciona-da de pé pelo público graças ao seu exemplo de perseverança e prota-gonismo feminino.

Executiva de tecnologia, Ana Pau-la Assis discorreu com propriedade sobre um fenômeno que mudou a re-presentatividade das mulheres nesse segmento. A atuação de figuras fe-mininas importantíssimas nesta área indica que “o passado é um prólogo” – frase famosa de Willian Shakespe-are que a presidente Latin America da IBM utilizou na abertura da sua palestra para ilustrar a forte presença e o talento da mulher nos primórdios da indústria da computação.

De fato, existiu uma época em

“AS MULHERES PASSARAM A VIDA TODA SE ADAPTANDO àS EMPRESAS, AGORA É HORA DE AS EMPRESAS SE ADAPTAREM

àS MULHERES”

ANA PAuLA ASSIS, PRESIDENTE LATIN AMERICA IbM

“EU ME SINTO REALIzADA PELA CONTRIBUIÇÃO à MINHA

CIDADE E POR VER ESSES jOVENS SE DESENVOLVENDO E

TENDO OPORTUNIDADES”

JOANA D’ARC FÉLIX DE SOuzA, CIENTISTA

que as mulheres dominavam esse se-tor. De acordo com a palestrante, de 1940 até meados de 1980 houve um aumento de 10% para 36% da parti-cipação das mulheres entre os profis-sionais de computação. A partir daí, no entanto, as mulheres começaram a dar lugar aos homens. “Na déca-da de 1970, o termo ‘nerd’ se popu-larizou para definir um perfil, que logo foi atribuído aos indivíduos de sucesso ligados à computação. Esse estereótipo contribuiu para o grande êxodo das mulheres, que não se viam ou não queriam ter sua imagem as-sociada a características de compor-tamento atreladas à profissão”, infor-mou a executiva.

Essa inversão paulatina culminou com o grande desequilíbrio na pro-porção dos gêneros e hoje explicam por que Steve Jobs, Bill Gates e Mark Zuckerberg são conhecidos global-mente, mas nomes como os de Ada Lovelace, Grace Hopper, Dorothy Vaughan, Mary Jackson e Katherine Johnson permaneceram no limbo.

No Vale do Silício, uma pesquisa da BBC aponta que as mulheres de-sistem da carreira na área de tecno-logia duas vezes mais que os homens.

No Brasil, um levantamento do total de formandos no curso de bachare-lado em Ciências de Computação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP São Carlos (ICMC-USP) mostra que o menor número de mulheres que concluí-ram o curso foi registrado em 2016: apenas duas (3%) ante 52 (97%) ho-mens. Em 2017, elas chegaram a 12 (17%) dos 70 formandos.

“A IBM sempre teve em sua base de valores a inclusão. A Polí-tica Corporativa de Igualdade de Oportunidades foi assinada lá trás, em 1953. Como empresa de tecno-logia, com 380 mil funcionários no mundo, não seria possível entender as necessidades do mercado e refle-ti-las em forma de serviço para os nossos clientes no mundo inteiro se não estivéssemos abertos para a di-versidade e para os diferentes pen-samentos”, observou Ana Paula.

Em sua apresentação, ela desta-cou que as empresas têm o papel e a missão de instigar debates como o promovido pela AmCham Rio, para a criação de uma sociedade mais jus-ta, inclusiva e que gere oportunida-des. “Sobre as mulheres ainda recai

uma série de obrigações que vão além do trabalho. Por isso, acredito que a palavra da atualidade para a mulher nas organizações é flexibilidade. As mulheres passaram a vida toda se adaptando às empresas, agora é hora de as empresas se adaptarem às mu-lheres”, afirmou.

Cláudia Danienne Marchi, chair-person do comitê de Recursos Hu-manos da AmCham Rio e CHRO & Partner da Degoothi Consulting, realizou uma reflexão final sobre o conteúdo passado ao longo da ma-nhã e deixou uma mensagem ao público: “sejam firmes, seguras e

“BUSQUEM SE APROFUNDAR E NÃO PENSEM QUE NÃO

EXISTEM POSSIBILIDADES PARA O CRESCIMENTO, PORQUE SEMPRE HÁ”

ROSE MARy LEITE FRADE, CEO DACOMERCIAL MILANO bRASIL

“CONTEI COM UMA ESTRUTURA FAMILIAR INCRÍVEL, MAS A

EMPRESA SEMPRE INVESTIU EM MIM COMO PROFISSIONAL”

CLAuDIA ELIzA MEDEIROS, LíDER DA PWC

NO RIO DE JANEIRO

confiantes, independentemente de sermos mulheres ou homens, pre-cisamos mostrar que temos poten-cial.” O encerramento foi realizado por Fernanda Leitão, diretora da AmCham Rio e Tabeliã do 15º Ofí-cio de Notas do Rio de Janeiro, que resumiu: “o compartilhamento das histórias de carreira dessas mulheres incríveis é a melhor forma de falar de empreendedorismo e empode-ramento feminino. Agradecemos às nossas palestrantes e temos certeza de que sairemos daqui hoje conta-giadas por essa maravilhosa troca de experiências e ideias.”

Estereótipos afastam mulheres da tecnologia

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O presidente Pedro Almeida, e as diretoras da AmCham Rio, Gabriella Icaza e Fernanda Leitão, comemoram o sucesso do evento ao lado de algumas líderes

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Bianca [email protected]

A Câmara de Comércio America-na do Rio de Janeiro (AmCham Rio), por meio do seu grupo de

estudos de Licenciamento Ambiental, e a FGV Energia reuniram autoridades e especialistas na área de meio ambiente ligados ao segmento de óleo e gás para discutir um dos assuntos de maior re-levância para a retomada de grandes investimentos em exploração: Licencia-mento Ambiental.

O I Seminário Internacional de Li-cenciamento Ambiental Offshore ocor-reu no dia 7 de novembro, no Centro Cultural FGV, e contou com um públi-co de 267 pessoas interessadas em ouvir o posicionamento de instituições que lideram as discussões sobre o tema.

Ressaltando a importância do en-contro nesse momento de transição de governo, abriram o evento Carlos Quintella, diretor executivo da FGV Energia, e o presidente da AmCham Rio, Pedro Almeida. “As discussões so-bre licenciamento têm grau máximo de importância na agenda de pleitos da en-tidade”, ressaltou Almeida.

Jônatas Trindade, assessor técnico

I Seminário Internacional de Licenciamento Ambiental Offshore aprofunda as discussões, abrindo perspectivas para um novo cenário

e diretor substituto de Licenciamento Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-rais Renováveis (Ibama) falou de ações do corpo técnico do órgão visando a melhoria dos processos, entre elas o Programa de Fortalecimento do Licen-ciamento Ambiental Federal (ProLAF). “Toda a experiência adquirida por meio de debates e cooperações técnicas em nível internacional será internalizada e traduzida em desenvolvimento econô-mico e preservação ambiental”, ponde-rou o assessor.

Moderado por Werner Grau, sócio do Pinheiro Neto Advogados, o pai-nel com o tema ‘Melhores práticas de licenciamento offshore’, contou com a participação de especialistas de dife-rentes áreas.

Para falar de ‘Licenciamento de usi-nas eólicas offshore’, Amado Pereira de Cerqueira Netto, coordenador-geral de Licenciamento da CGTEF/Dilic do Ibama, apresentou a agenda do insti-tuto destinada à preparação dos técni-cos para o licenciamento desses novos empreendimentos. “Estamos reunindo

expertise e criando uma instrução nor-mativa específica para legislar este seg-mento”, antecipou o coordenador.

‘A relevância do banco de dados in-tegrado no processo de licenciamento’ foi o tópico desenvolvido pelo country manager da Spectrum no Brasil e repre-sentante da International Association of Geophysical Contractors (IAGC), João Carlos Corrêa. Ele discorreu sobre os desafios de criar um banco de dados, para ser compartilhado entre empresas, que integre o conhecimento adquirido nos processos. “Existe uma barreira cul-tural que faz com que a retenção dessas informações provoque uma sensação de empoderamento, além da vontade de obter vantagem econômica, é claro”, disse o palestrante, acreditando que essa integração só ganhará força entre as empresas se houver uma regulação for-mal oferecendo clareza no limite entre o direito de propriedade e o comparti-lhamento de informações. Lançado em setembro deste ano, o Banco de Dados Ambiental é uma iniciativa da IAGC e órgãos reguladores, com o apoio insti-tucional da AmCham Rio.

Sob como obter eficiência a partir dos dados gerados pelos bancos de da-dos ambientais, Cristiano Vilardo, ana-lista ambiental do Ibama, falou sobre as ´Oportunidades de desenvolvimento contínuo do licenciamento ambiental nas atividades de petróleo e gás’. “É pre-ciso qualificar o conceito de banco de dados para saber exatamente o que se deseja gerenciar. Definir esses quesitos leva a uma boa gestão dos dados e, nes-te sentido, a cooperação técnica entre o Ibama e a Agência Nacional do Pe-tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tem sido bem-sucedida”, disse o analista, referindo-se ao banco de dados ambiental de uso compartilhado entre os dois órgãos federais.

A especialista ambiental da Ecology & Environment, Inc., Katherine Gutten-plan, abordou o aspecto internacional da discussão e discorreu sobre: ´Meto-dologias e tendências em licenciamento offshore´ voltadas para a proteção da vida marinha. Ela falou sobre as leis e comparou os modelos utilizados no Golfo do México e no Atlântico. Outro especialista internacional, Willian Y. Brown, chief environmental officer do Bureau of Ocean Energy Management (BOEM), contribuiu com a visão da marinha americana por meio de vide-oconferência. Em seguida, foi aberta a etapa de perguntas.

Para introduzir o segundo pai-nel, Pedro Gonçalves, pesquisador da FGV, abordou a licença ambiental no contexto do descomissionamento, apresentando cenários nacionais e globais. “O amadurecimento das ba-cias faz surgir a pauta do descomissio-namento. Uma revisão das leis atuais, baseada em benchmarking interna-cional, traria impactos socioeconômi-cos e ambientais com o exercício des-sa atividade”, alertou o pesquisador.

Líder do grupo de estudos de Li-cenciamento Ambiental e sócio do

Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, Luiz Gustavo Bezerra, moderou os debates. “A ex-periência acumulada no licenciamen-to ambiental em outras cadeias da indústria permite discussões efetivas sobre o descomissionamento”, com-partilhou ele, destacando que a revi-são das leis deve contemplar previsi-bilidade e segurança jurídica.

Em sua segunda atuação no even-to, Katherine Guttenplan, alertou so-bre os impactos acústicos do desco-missionamento e como estes influem na saúde e no comportamento dos mamíferos marinhos. Mostrou, ain-da, os prejuízos que os ruídos podem trazer às operações e as formas de mi-tigação adotadas pelo governo ameri-cano para combater tal problema.

Tendo como base o Plano Estra-tégico da ANP, o superintendente de Segurança Operacional e Meio Am-biente da instituição, Marcelo Mafra, enfatizou a necessidade de atualização da regulamentação e aproveitou para anunciar publicamente o status da revisão da resolução ANP n. 27/2006 – grande avanço regulatório que será levado à consulta pública em breve.

Em seguida, Bruno Graffino, ana-lista ambiental do Ibama, falou dos desafios do descomissionamento na área de óleo e gás na visão do órgão ambiental, e destacou: “O Ibama nun-ca esteve tão aberto para tornar mais

ágil a comunicação com os operado-res, aumentando a transparência e buscando os caminhos mais claros e diretos para dinamizar os projetos.”

Áttila Coury, chefe de departa-mento do Tráfego Aquaviário na di-retoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil, explicou que, no descomis-sionamento, a preocupação do órgão é centrada na segurança da navega-ção. “Os remanescentes da embarca-ção devem ser registrados e sinaliza-dos em carta náutica em proteção à vida humana e ao ativo”, observou o oficial.

Fechando o painel, Eduardo Zaca-ron, gerente de Descomissionamento da Petrobras, apresentou o portfólio da empresa neste segmento e sinali-zou futuras oportunidades de negó-cio. “As operadoras devem se planejar para atender às necessidades dessa nova demanda.” Ele alertou que o des-comissionamento pode gerar uma nova economia, ocupando eventuais lacunas de outras atividades durante a baixa de alguns mercados.

O I Seminário Internacional de Licenciamento Ambiental Offshore contou com o patrocínio da PetroRio e Shell, na categoria Rubi; das em-presas Norte Energia, Gol, Delta, Air France, KLM, Gás Natural Açu, Eco-logy Brasil, Mattos Filho, American Airlines e Spectrum, na Prata; e de Pi-nheiro Neto e Wärtsilä, na Bronze. Licenciamento

ambiental no contexto do descomissionamento

Representantes de diversas instituições trouxeram seus pontos de vista ao evento

O evento contou com a participação de grande público e instituições que lideram as discussões sobre o tema

bIANCA GENS

bIANCA GENS

Novos horizontes para o licenciamento ambiental

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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Edição 306 Brazilian Business_15

W CONFERENCE

14_Edição 306_ out/nov/dez 2018

Bianca [email protected]

Temas ligados à nova configu-ração do setor elétrico brasi-leiro; oportunidades de negó-

cio de gás natural; competitividade e impactos econômicos da área de downstream e o desenvolvimento da smart grid no Brasil orientaram os debates no 14ª Brazil Energy and Po-wer e no VIII Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira. O encontro foi realizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e FGV Ener-gia, no dia 8 de novembro, no Centro Cultural FGV.

Carlos Quintella, diretor da FGV Energia, deu boas-vindas à plateia e observou: “O novo governo mostrou preocupação pelo setor de energia, o que nos deixa otimistas. Isso nos faz acreditar que um arcabouço regula-tório favorável e um ambiente políti-co estável e previsível podem contri-buir para a retomada da indústria de óleo e gás.”

O diretor da KPMG no Rio de Janeiro e diretor da AmCham Rio, Manuel Fernandes, falou do orgulho da Câmara em ser pioneira na reali-

zação de eventos que discutem o setor. “Reconheço a forte atuação do nosso comitê de Petróleo e Gás a partir de conversas produtivas e interfaces com agentes e especialistas da área e com o próprio Ministério de Minas e Energia (MME). Acredito que estamos contri-buindo para um estado profícuo”, des-tacou Fernandes.

José Mauro Ferreira, diretor da Em-presa de Pesquisa Energética (EPE), fa-lou da importância do gás natural na matriz energética como base de gera-ção de energia, para cobrir os picos de demanda por energia e a intermitência das fontes renováveis.

‘O papel do gás natural na matriz energética brasileira’ teve a modera-ção de David Zylbersztajn, diretor-presidente da DZ Consultoria, e con-tou com a participação de Francisco José Arteiro, diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e de Renata Nascimento Szczerbacki, gerente de Estudos de Mercados e Ne-gócios da Petrobras.

O gás natural será estratégico para sustentar uma base para a transição dos derivados de petróleo para fontes

de baixo carbono. Seu market share na matriz energética brasileira pra-ticamente triplicou, passando de 5% em 2000 para 13%, em 2017, e há po-tencial para crescer ainda mais.

Para falar sobre ‘Oportunidades de negócios no setor de gás natural do Brasil’, o moderador Giovani Loss, sócio do Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, con-vidou para participar do painel Celso Silva, presidente da EVP Golar Power; Carlos Baldi, diretor de Implantação e Operação da Gás Natural Açu; e Ma-theus Nogueira, gerente-executivo de Novos Negócios da Eneva.

Os convidados concordaram sobre a necessidade de alteração da legisla-ção para que os riscos sejam reduzi-dos e a disposição para os investimen-tos possa melhorar. “É necessário que a regulação preveja melhor integração entre o setor de gás natural e o de ge-ração”, afirmou Matheus Nogueira.

Em ‘Políticas de preços, competi-tividade no refino e impactos socio-econômicos no downstream’, objeto da discussão seguinte, Felipe Kury, diretor da Agência Nacional do Pe-

tróleo, Gás Natural e Biocombustí-veis (ANP), falou da importância de tornar o ambiente regulatório ami-gável para que os investimentos se realizem de forma coerente. “O mo-mento é de criar a visão que a gente imagina para o setor nos próximos anos e isso é um trabalho não ape-nas do governo, mas da indústria e de toda a sociedade”, pontuou.

O mercado que se configurou após o reposicionamento da Petrobras está exigindo a criação de ações regulató-rias para que os investimentos no refi-no e na infraestrutura logística sejam retomados e que os preços praticados estejam em linha com referências in-ternacionais e ajustados à realidade do mercado local.

Além de Kury e o moderador Adriano Pires, consultor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), contribuíram para o painel: Leonardo Gadotti, presidente da Plural; Fernan-da Delgado, coordenadora de pesqui-sa da FGV Energia; Luís Carvalho, diretor da UBS Group; e Guilherme França, gerente executivo de Marke-ting e Comercialização da Petrobras.

Em ‘Revisão das regras de inte-gração da geração distribuída em 2019’ – discussão moderada por Gustavo de Marchi, consultor da FGV Energia – Luiz Eduardo Barata,

diretor-geral do ONS, disse que em-bora a geração distribuída venha se consolidando no mundo todo como uma das formas mais inteligentes e baratas de se produzir energia, o Bra-sil está muito atrás de outros países e terá que buscar a equalização se qui-ser avançar nesse método.

A visão de outros especialistas – como Carla Gaspar Primavera, su-perintendente de Energia do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES), e Fernan-do Henrique Schuffner, sócio-exe-cutivo da ABC Energia – contribuiu para o aprofundamento de outras questões, como o novo consumidor (prosumer) e o conceito dos 3Ds (Descentralização, Descarbonização e Digitalização).

Para falar sobre ‘Oportunidades e desafios para o desenvolvimento da smart grid no Brasil’, o moderador Josias Matos de Araújo apresentou os elementos que provocaram rup-tura no setor, em especial a incor-poração de soluções mais inovado-ras, que incluem desde a invenção dos carros elétricos até a criação de novos modelos de negócios. “A re-gulamentação não pode estar atra-sada. Ela tem que estar pari passu aos acontecimentos”, disse ele, que é presidente do Comitê Internacio-

nal de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (CIGRE).

Este painel teve a participação de André Pepitone, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétri-ca (Aneel); de Alessio Montone, head of Smart Meter, Network Technolo-gy and Innovation, Global Infraes-tructure and Networks da Enel; Luís Henrique Ferreira, vice-presidente da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL); Clodoaldo José Ferreira, di-retor de Metrologia Legal do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro); e Sergio Jacob-sen, diretor da Unidade de Negócios Digital Grid da Siemens.

Com a moderação de Reive Bar-ros dos Santos, presidente da EPE, o público foi instigado a pensar sobre ‘Revisão do modelo de contratação’ a partir dos comentários dos espe-cialistas: Alexandre Viana, diretor da Pacific Hydro; Edvaldo Santana, pre-sidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace); e Roberto Castro, conse-lheiro de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elé-trica (CCEE).

“Cada desenho de mercado pos-sui elementos positivos e negativos. O que maximiza o resultado é uma escolha coerente, que lide com os pontos negativos com maturidade. O perigo está quando se mistura dife-rentes desenhos, criando complexi-dade com um sistema ineficiente”, definiu Viana, salientando que o custo da transição poderá ser com-pensado pelos ganhos gerados pela competição futura.

O evento foi patrocinado na categoria Diamante pela Petrobras; PetroRio, Shell e Total, na Rubi; Norte Energia, Gol, Delta, Air France, KLM, Gás Natural Açu, Ecology Brasil, Mattos Filho, American Airlines e Spectrum, na categoria Prata; e Wärtsilä e Pinheiro Neto, na Bronze.

Mais evolução para o setor energético brasileiro

Mais evolução para o setor energético brasileiro14º Brazil Energy and Power e VIII Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira reúnem especialistas da área para debater soluções endereçadas à urgência de modernização do setor

Com a participação de um público de 318 pessoas, o evento debateu soluções para a modernização do setor

Manuel Fernandes, diretor da AmCham Rio, recepcionou o público e falou do pioneirismo da Câmara em eventos que discutem o setor

bIANCA GENSbIANCA GENS

BEP

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Edição 306 Brazilian Business_16 Edição 306 Brazilian Business_17

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Edição 306 Brazilian Business_19

MERCADO

O Rio de Janeiro é por sua natureza um ícone de sustentabilidade. Em 1861, D. Pedro II coman-dou o primeiro grande projeto de reflorestamen-

to do Brasil, ordenando a desapropriação de fazendas de café que deram origem ao Parque Nacional da Tijuca e às Paineiras.

Aqui também se deu a maior conferência da história para o meio ambiente, a Eco-92 e, vinte anos depois, a Rio+20, e a partir delas desencadearam-se inúmeras dis-cussões sobre desenvolvimento sustentável, capazes de nortear os países que desejavam alcançar uma economia verde. A expectativa é de que a 25ª Sessão da Conferên-cia das Partes da UNFCCC (COP 25), em 2019, aconteça aqui também e gere bons frutos.

Empenhado em combater a mudança climática, o Rio de Janeiro aderiu ao C40 – Grandes Cidades para Liderança do Clima – e foi uma das primeiras em âmbito mundial a fixar metas concretas e ousadas para redução das emissões de gases do efeito estufa em 20% até 2020.

Estes e outros registros marcam os esforços do Rio de Janeiro para encontrar o caminho da sustentabilida-de. Mas o patrimônio natural carioca só vai gerar valor e riquezas para a cidade quando houver uma profunda mudança de paradigma, na qual governo, sociedade e

Cidade sustentável e economicamente fortalecida

Bianca [email protected]

Como a gestão responsável dos recursos naturais pode trazer valor econômico ao Rio de Janeiro e o resgate do

seu protagonismo em sustentabilidade

impactam diretamente esses pilares da sociedade, ter uma visão sistêmica dos serviços e integrá-los com foco nos ODS para mudar paradigmas”, avalia Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Jornalista com foco em Susten-tabilidade, André Trigueiro diz que pensar em longo prazo é importan-te, mas é preciso agir em medidas de curtíssimo prazo, sobretudo nas áreas onde a população é menos as-sistida. “Os governos precisam ge-rar emprego e renda com atividades econômicas pontuais. Promover a capacitação utilizando gêneros de trabalho que demandem mão de obra e façam parte do universo da vida dessas pessoas”, diz ele, citando como exemplo os projetos na área da reciclagem e de beneficiamento de materiais descartados no lixo, os quais têm valor no mercado por se-rem reaproveitados.

“A PALAVRA-CHAVE PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL

É COOPERAÇÃO”

EDuARDO KANTz, LíDER DO COMITê DE SuSTENTAbILIDADE DA AMChAM RIO E

DIRETOR DE SuSTENTAbILIDADE E JuRíDICO DA PRuMO LOGíSTICA

empresas incorporem parâmetros sustentáveis de forma sistêmica e transversal, defendem os especialistas.

“A palavra-chave para uma sociedade sustentável é cooperação. Precisamos de um modelo no qual todos tenham responsabilidades a cumprir se desejarem um País com melhor qualidade de vida, sem comprometer o meio ambiente e o futuro das gerações que virão”, resu-me Eduardo Kantz, líder do comitê de Sustentabilidade da AmCham Rio e diretor de Sustentabilidade e Jurídico da Prumo Logística.

Ele lembra a última conferência sobre o tema, reali-zada pela entidade em dezembro, quando foram abor-dadas novas tecnologias, smart cities, economia circular, mobilidade urbana, entre outros assuntos, e da 14ª edi-ção do Prêmio Brasil Ambiental, que reconheceu as or-ganizações com melhores práticas em sustentabilidade.

No caso específico das organizações, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – metas esta-belecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a erradicação da pobreza, a promoção do bem-estar e a proteção do meio ambiente – trouxeram novos parâ-metros e passaram a fazer parte da tomada de decisão das organizações, como os custos e os riscos hídricos envolvidos no negócio, a precificação de carbono no

processo de avaliação de um empre-endimento ou, ainda, a adoção de um modelo de gestão que valorize a diversidade e a igualdade de gênero, raça e faixa etária.

No âmbito governamental, o de-senvolvimento sustentável do estado depende de políticas eficientes, vol-tadas para a resolução de medidas emergenciais, como a redução dos níveis de pobreza, a oferta de edu-cação de qualidade, o saneamento básico e a urbanização inteligente. Tais medidas trariam inúmeros be-nefícios, entre eles uma política ha-bitacional correta e a consequente diminuição das moradias de risco, o descarte irregular do lixo e esgoto, e o aumento do coeficiente de saúde.

“Estamos num período de transição, no qual os governantes precisam saber administrar com olhar atento. Não basta mais considerar apenas o orçamento de segmentos essenciais como educação, saúde e segurança. É preciso encarar os desafios que são críticos e

Segundo Trigueiro, o Rio de Ja-neiro tem vocação para a sustenta-bilidade, mas precisa contar com governantes comprometidos e cien-tes de que a cidade está pronta para exercer de fato e de direito a condi-ção de protagonista em gestão sus-tentável. “A natureza é exuberante, é inspiradora, mas precisamos ser ícones por mérito, não apenas por dádiva”, comenta.

“ESTAMOS NUM PERÍODO DE TRANSIÇÃO, NO QUAL OS GOVERNANTES PRECISAM SABER ADMINISTRAR COM

OLHAR ATENTO”

MARINA GROSSI, PRESIDENTE DO CEbDS

“A NATUREzA É EXUBERANTE, É INSPIRADORA, MAS

PRECISAMOS SER ÍCONES POR MÉRITO, NÃO APENAS

POR DÁDIVA”

ANDRÉ TRIGuEIRO, JORNALISTA COM FOCO EM SuSTENTAbILIDADE

Uma cidade com inúmeras qualidades e possibilidades

O Rio de Janeiro possui um po-tencial cultural muito grande, uma história fantástica, e estes fatores, aliados ao clima, à paisagem, ao povo e à criatividade dos cariocas favore-cem a atração do turismo, uma de suas vocações mais fortes.

Todo esse ativo ambiental e cultu-ral poderia trazer retorno econômico se os principais dilemas de sustenta-bilidade da cidade – ausência do sa-

Ricardo Gomes: biólogo produziu documentário para mostrar a resiliência da Baía de Guanabara

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MERCADO

20_Edição 306_ out/nov/dez 2018

neamento e a desigualdade explícita das favelas integradas à geografia da cidade – fossem sanados.

A força da economia criativa e um polo intelectual e tecnológico com a maior concentração de universida-des, centros de pesquisas, doutores e PHDs podem tornar o Rio de Janeiro um expoente nos campos da inova-ção, ciência e tecnologia.

Em âmbito nacional, é possível atuar em todas as frentes. A elevada participação das energias renová-veis na matriz energética pode dar ao País uma posição de destaque na atual economia de baixo carbono.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a capacidade instalada em energia solar no Brasil deve fechar o ano perto de 2,5 gigawatts, um salto de cerca de 115% ante a marca de 1,15 gigawatt no final de 2017. Este impulso representa apenas

0,8% na capacidade dessa fonte no País, que deve expandir com a maior participação de um mercado voltado para a construção de grandes parques fotovoltaicos e utilização dessa tecnologia em construções.

As florestas, incluindo a Amazô-nica, são uma oportunidade ímpar de criação de um ecossistema de negócios que invista em conservação florestal e uso econômico e responsável, bem como de venda de créditos de carbono – que beneficia tanto as empresas que compram e neutralizam suas emissões, como apoia o proprietário e o incenti-va a não derubar árvores.

Resiliente, a baía pode ser case de sucesso

Porta de entrada para o descobri-mento, a Baía de Guanabara foi muito importante para o desenvolvimento do Brasil. Mas com a poluição, suas

águas limpas e navegáveis foram taxa-das de inóspitas, sendo, inclusive, alvo de críticas na época das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

Esse acontecimento repercutiu mundialmente e reverberou em forma de inquietação no biólogo Ricardo Gomes. Ele decidiu filmar o fundo da baía para mostrar que, além de resiliente, ela ainda é o lar de rica biodiversidade.

“Antes de me formar, passei dois anos da minha vida sobrevivendo da pesca na Baía de Guanabara. Co-nhecia o local e sabia que poderia encontrar muita vida marinha, daí veio a ideia de filmar o Baía Urbana e mostrar uma beleza impressionan-te. Isso também foi registrado pela imprensa na mesma época, fato este positivo para a cidade”, diz o criador do documentário.

“Países como Sydney, Hong Kong e Estados Unidos – acostu-

Cidades inteligentes refletem em qualidade de vida

mados a explorar a beleza de suas baías como atração turística – mo-vimentam a economia com milha-res de pessoas que vêm atraídas pela topografia desses ambientes e pelas opções de lazer, esporte e turismo ecológico a eles oferecidas. O Rio de Janeiro, com sua singularidade estética, tem todas as condições de replicar tais conceitos e ser mais um case de sucesso”, destaca Lars Grael, premiado iatista brasileiro.

Há vinte anos, o Instituto Rumo Náutico, do velejador, fundou o pro-jeto Grael para democratizar o espor-te entre jovens de baixa renda. “Ensi-nar a nadar, remar, velejar é parte dos ensinamentos, mas a lição principal é promover a educação ambiental. Formar jovens multiplicadores com consciência de uso e preservação é o que podemos fazer para melhorar a situação da baía”, diz Grael, que ofe-rece curso técnico profissionalizante a fim de capacitar para o mercado náutico e possibilitar um futuro mais digno aos assistidos pelo projeto.

A mobilidade sustentável foi um dos temas discutidos na 23ª Sessão da Conferência das Partes (COP 23), realizada em 2017 na Alema-nha, e uma das ações mais relevan-tes para a solução da descarboniza-ção do transporte.

No Rio de Janeiro, o transpor-te sobre trilhos contribui com uma mobilidade urbana mais sustentável. Dados de 2016 apontam que o VLT carioca, com apenas seis meses de operação e uma linha aberta, eco-nomizou 62 ton de CO2 por meio da compra de energia oriunda de fontes renováveis no mercado livre. Transportando 60 mil pessoas por dia útil, o VLT representa cerca de

40 mil carros a menos nas ruas, e uma redução de 4,8 ton/km de CO2 equivalente emitidas por dia.

A construção de cidades inte-ligentes – uma área responsável pela abertura de muitas frentes de negócio – é vista como uma das medidas mais efi-cazes para se alcançar sustentabilidade.

Responsável por cerca de 6% da capacidade instalada do Bra-sil, advinda majoritariamente de fontes limpas e renováveis, a En-gie fortalece o seu portfólio no País com projetos sustentáveis, os quais incluem desde a geração e transmissão de energia e geração solar distribuída, até mobilidade, incluindo a engenharia de carros elétricos, segurança, eficiência energética e iluminação.

Em Niterói, município de meio milhão de habitantes no estado do Rio de Janeiro, a empresa imple-mentou uma solução tecnológica inovadora no Centro de Controle

de Operações (CCO) para melho-rar o tráfego no município. Entre as tecnologias utilizadas, os Siste-mas Inteligentes de Tráfego (SIT) permitiram o controle de semáfo-ros nas áreas de maior trânsito na cidade, resultando na maior fluidez do trânsito, além da melhoria da qualidade de vida e do ar, com a re-dução de gases poluentes advindos dos engarrafamentos.

“O setor privado, como fonte de crescimento econômico, emprega-bilidade e inovação, é um parceiro fundamental dos Objetivos de De-senvolvimento Sustentável. Pode-mos contribuir criando soluções sustentáveis, seja para a proteção do meio ambiente, o combate às mu-danças climáticas, o acesso à energia ou para a geração de emprego”, diz Gil Maranhão, diretor de Estratégia, Comunicação e Responsabilidade Social Corporativa da Engie Brasil.

A sustentabilidade como parte do planejamento estratégico do de-senvolvimento do Rio de Janeiro é uma realidade que vai beneficiar a sociedade em inúmeros aspectos, além de ampliar os horizontes de negócio de empresas e governos que enxergam além do econômico e optam por uma administração pau-tada nos princípios sociais, ambien-tais e éticos.

Grael e o velejador Samuel Gonçalves, ex-aluno do projeto Grael e proeiro de Lars desde 2011

“O SETOR PRIVADO É UM PARCEIRO FUNDAMENTAL

DOS OBjETIVOS DE DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL”

GIL MARANhãO, DIRETOR DE ESTRATÉGIA,

COMuNICAçãO E RESPONSAbILIDADE SOCIAL

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Edição 306 Brazilian Business_25

CAPA

BRASIL PÓS-ELEIÇÕES

Especialistas apontam os desafiose os novos rumos para a economia,o mercado e a sociedadeBianca [email protected]

O resultado das urnas chan-celou a vontade pública de uma renovação completa na

configuração política brasileira. A entrada de novos personagens e os novos pesos de cada partido na Câ-mara representam um ponto de in-flexão para o País, indicando novos rumos para a economia, para o mer-cado e para o futuro da sociedade, acreditam os especialistas.

Diante de olhares esperançosos, o futuro presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PSL), indica, por meio das suas escolhas, declarações e pela formação da sua equipe, que irá abraçar uma agenda econômica mais liberal, adotando um modelo públi-co de gestão moderno e inovador.

No Plano de Governo de Bolso-naro, a Segurança, a Saúde e a Edu-cação são áreas prioritárias, ao lado de ações de tolerância zero com o crime, a corrupção e os privilégios. No entanto, o senso de urgência re-cai sobre a agenda econômica, uma vez que esta viabilizará o desenvolvi-mento de todas as outras esferas.

Segundo os economistas, o pri-meiro passo do presidente eleito deve ser em direção ao ajuste das contas públicas. A dívida do setor público rompeu a barreira dos R$ 5 trilhões em abril e, hoje, de acordo com Banco Central, o endividamen-to do governo federal, dos estados e municípios equivale a 75,9% do Pro-duto Interno Bruto (PIB).

A equalização do cenário fiscal vai servir para conter parte dos es-tragos provocados pelos dois anos de PIB negativo no biênio 2015-2016. No curto prazo, além das re-

formas da Previdência e Tributária, outras urgências são apontadas, como a revisão da regra de reajuste de salário; a contenção de um pos-sível estouro do teto dos gastos e as definições sobre o reajuste do salá-rio dos servidores públicos; e a po-lítica de subsídio ao diesel – medi-da válida até 31 de dezembro e que pode influenciar a atual política de preço dos combustíveis.

“As decisões do futuro presidente com relação a esses temas nos pri-meiros seis meses vão fornecer pis-tas de como o cenário econômico do Brasil deve ficar em 2019. A reorga-nização interna da economia vai ser um dos grandes desafios desse go-verno, já que será um primeiro ano de mandato com forte restrição orça-mentária e déficit nas contas públi-cas”, observa Priscila Pereira Pinto, CEO do Instituto Millenium (Imil), um dos maiores think tanks brasilei-ros de economia.

O atual governo prevê que o dé-ficit primário para 2019 será de R$ 139 bilhões. No seu plano, Bolsona-ro diz que o déficit público primário precisa ser eliminado já no primei-ro ano e convertido em superávit no segundo ano. “Temos o objetivo de equilibrar as contas públicas no menor prazo possível, buscando um superávit primário que estabilize a relação dívida e PIB. Quebraremos o círculo vicioso do crescimento da dívida, substituindo-o pelo círculo virtuoso de menores déficits, dívida decrescente e juros mais baixos. Isso estimulará os investimentos, o cres-cimento e a consequente geração de empregos. Esse processo de redução

de dívida será reforçado com a reali-zação de ativos públicos”, declarou o candidato eleito.

Neste âmbito, Priscila diz que a de-sestatização ocorrerá para aumentar a eficiência e a competitividade, e desta-ca que a combinação entre a liderança política de Bolsonaro e a experiência no setor privado do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, pode con-tribuir para o sucesso das operações. “Já tivemos algumas demonstrações de que a opção será pelo caminho de menos intervenção estatal e mais liber-dade de mercado, no sentido de deixar a economia se fortalecer com a com-petição que naturalmente existe entre as empresas de médio e grande porte no Brasil. Algumas empresas estatais, como os Correios e a Eletrobras, pre-cisam se inserir na dinâmica do livre mercado”, avalia.

“A REORGANIzAÇÃO INTERNA DA ECONOMIA VAI SER UM DOS

GRANDES DESAFIOS DESSE GOVERNO”

PRISCILA PEREIRA PINTO, CEO DO INSTITuTO MILLENIuM (IMIL)

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BRASIL PÓS-ELEIÇÕES

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CAPA

26_Edição 306_ out/nov/dez 2018

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Bid Round 16Bid Round 17

Bid Round18

A executiva destaca que a abertu-ra para outros modelos econômicos – pensamento que pode ter predo-minado na escolha de técnicos para cargos estratégicos e de ministérios – pode agregar valor ao governo ao possibilitar uma nova visão, um me-lhor entendimento do setor privado, além de um conjunto de experiências em nível internacional. “Ministros alinhados com a ideia de uma econo-mia aberta, transparente e que ponha o cidadão no centro dos interesses pode ser o grande diferencial desse governo”, sugere Priscila.

Blu Putnam, economista-chefe e diretor-geral do CME Group, parti-lha da visão da CEO do Imil sobre equilibrar as contas públicas. Put-nam reforça que a prioridade do go-verno deve ser reduzir o seu déficit orçamentário e alerta que os merca-dos estarão atentos à disciplina fis-cal da nova matriz econômica. “Se o Brasil fizer algum progresso nes-se sentido, estará bem posicionado para aproveitar as forças globais de comércio”, aposta.

Ele analisa que a reforma fiscal, aliada à expansão das exportações de soja, milho e petróleo podem alavancar a economia brasileira, em especial no momento em que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China abre espaço para a maior relevância do País nos mer-cados internacionais. “O Brasil é o grande vencedor dessa disputa co-mercial”, garante.

Com uma visão positiva sobre o novo governo, o executivo ainda avalia que há espaço para taxas de ju-ros ligeiramente mais baixas, o que, na sua opinião, poderia aliviar o sa-crifício da reforma fiscal. “Se o País aliar a reforma fiscal ao aumento do

Disciplina fiscal: bom para a economia e para o comércio internacional

“O BRASIL É O GRANDE

VENCEDOR DESSA DISPUTA

COMERCIAL”

bLu PuTNAM, ECONOMISTA-ChEFE E

DIRETOR-GERAL DO CME GROuP

volume das exportações, pode haver valorização da moeda e a chance de o Banco Central reduzir a Selic”, ana-lisa o especialista.

Mauro Rochlin, professor de MBA da FGV, entende que a pro-posta de adoção de uma política econômica de orientação liberal co-labora para estimular investimentos. “Como os investidores acreditam que a intervenção do Estado na eco-nomia compromete a eficiência do funcionamento do mercado, pro-postas voltadas à redução do papel do governo no setor produtivo têm a aprovação do mercado”, analisa.

Rochlin explica que, por favo-recerem o reequilíbrio fiscal, as propostas de privatização e refor-ma da Previdência também são bem vistas pelos investidores, uma vez que entendem que o cresci-mento da dívida pública, pela tra-jetória de alta explosiva, deve ser rapidamente contido.

Política econômica liberal traz ânimo a investidores

O Boletim Macro do Ibre da FGV, publicado em outubro, esti-ma que os investimentos no Brasil em 2018 fechem com aumento de 6,8%, se comparado ao mesmo pe-ríodo de 2017. “Pelo viés do poten-cial de expansão, os setores de in-fraestrutura, geração e transmissão de energia, transportes, logística e de óleo e gás são os que têm maior chance de investimentos nos próxi-mos anos”, prevê Mauro.

Para petróleo e gás, o novo go-verno propõe a abertura do setor de transporte de gás natural e dis-tribuição de derivados, com acesso a dutos e investimentos em shale gas. Para a política de preços de de-rivados da Petrobras, a meta é se-guir o mercado internacional, mas com mecanismos de hedge para que as variações sejam suavizadas. A competição deve ser promovi-da também no setor de gás e, para que haja estímulo, a ideia é manter

“PROPOSTAS VOLTADAS à REDUÇÃO DO PAPEL DO

GOVERNO NO SETOR PRODUTIVO TêM A APROVAÇÃO DO

MERCADO”

MAuRO ROChLIN, PROFESSOR DE MbA DA FGV

Políticas energéticas irão garantir o desenvolvimento

“O GOVERNO DEVE EVITAR

MUDANÇAS FREQUENTES E

REPENTINAS ”

CLAuDIO MAKAROVSKy, DIRETOR-

PRESIDENTE DA AbESPETRO

o programa de desinvestimento da Petrobras, com ênfase nos segmen-tos de refino, varejo e transporte.

O foco nos investimentos em exploração e produção deverá ga-rantir o bom desempenho do setor nos próximos anos. Projeções da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPe-tro) mostram que apenas no pro-jeto de desenvolvimento do campo de Libra, no pré-sal, as estimativas de investimentos atingem cerca de U$ 100 bilhões, e que a retomada pode ajudar na geração de 1,2 mi-lhão de empregos.

Para que este setor continue crescendo e se desenvolvendo no Brasil, a ABESPetro recomenda que o novo governo mantenha a previsibilidade do calendário de rodadas, a clareza no regime jurí-

dico e regulatório, a reativação de campos maduros, a implementação de políticas públicas para viabilizar exportações de bens e serviços – com alicerce no Pedefor (Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvol-vimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural), e a efetivação da política de Pesquisa, Desenvolvi-mento e Inovação (PDI).

“Tivemos vários avanços em óleo e gás nos últimos anos e o resultado disso foi o retorno dos investidores para o Brasil. Voltamos a ser, com as riquezas do pré-sal, o local mais atrativo para exploração e produção de petróleo no mundo. O calendário plurianual de leilões, o Repetro e a política de conteúdo local são pro-vas desses avanços”, salienta Clau-

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CAPA

28_Edição 306_ out/nov/dez 2018

Brazilian Business: Segurança foi o pilar da sua campanha. Que medidas pretende tomar nos pri-meiros seis meses para combater este problema no rio de Janeiro?

Wilson Witzel: Vamos trabalhar com pilares: urbaniza-ção das comunidades, investigação constante e combate aos chefões do tráfico e da milícia, além de um programa para retirada de jovens em situação de risco. A Polícia Ci-vil será estruturada para investigar a fundo a lavagem de dinheiro, que financia o crime e seus executores. Assim vamos asfixiar o crime organizado e combater o tráfico de drogas e armas. E a Polícia Militar terá treinamento e respaldo para fazer policiamento ostensivo. Além disso, faremos uma adequação no modelo das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que estarão subordinadas aos chamados Distritos Policiais, que serão as células-base de organização das polícias, criando verdadeira sinergia.

BB: Que medidas pretende tomar para resolver o problema do rombo fiscal do estado?

WW: Vamos avaliar, em um primeiro momento, a Lei de Recuperação Fiscal, que tem dado algum fôlego ao estado, segundo o governador Pezão, e mais adiante analisar a possibilidade de renegociá-la. Trabalharemos na redução de gastos e no aumento de receitas. Para o desenvolvimento econômico, destaco a importância da abertura para investimentos ao capital estrangeiro como uma alternativa para a criação de empregos. Além dis-so, se faz necessária a desburocratização do processo de abertura de empresas.

BB: Como pretende cultivar o bom relacionamen-to com a comunidade empresarial e fomentar in-vestimentos para o estado?

WW: Defendemos uma nova modelagem para as Parce-rias Público-Privada (PPPs), na qual os estados poderão atrair grandes investimentos estrangeiros para progra-mas de concessão de serviços em diversas frentes, sobre-tudo nas áreas de infraestrutura e mobilidade urbana.

Atualmente, a Constituição prevê exploração direta de muitos serviços, como radiodifusão, portos, aeroportos, apenas pela União. Uma alternativa seria a aprovação de uma emenda constitucional para que os estados possam fazer as concessões por meio de PPPs, com novas mode-lagens, inclusive com prazos maiores, que se adequem a cada caso. Com essa modificação, vamos incentivar que o capital estrangeiro traga grandes investimentos, geran-do mais emprego e renda.

BB: Qual será o olhar do governo estadual em rela-ção aos royalties do petróleo? Pretende direcioná-los para sanar as contas do estado?

WW: A utilização dos royalties do petróleo para o paga-mento de despesas de custeio tem um histórico de mais de três décadas. No atual momento, não há alternativa a não ser manter este fim, pois uma alteração compromete-ria metade dos municípios fluminenses da região Norte, Metropolitana, Baixada e Costa Verde. Inclusive, a admi-nistração do próprio estado do Rio de Janeiro. No longo prazo, pretendemos reduzir a atual dependência do pe-tróleo, com a retomada do processo de industrialização e dos investimentos nos setores de pesca, agropecuária e turismo. A intenção é diversificar.

BB: Considerando que o rio de Janeiro é uma ci-dade com vocação natural para o turismo, um polo de inovação e celeiro da indústria criativa, pretende desenvolver esses segmentos para movimentar a economia do estado?

WW: Entendemos que o turismo é o “novo petróleo” do Rio e iremos atuar para fomentar os atrativos não só da ci-dade do Rio, como também de todo o estado. Existe mui-to potencial a ser explorado e este será um bom caminho para contribuir na geração de emprego e renda.

Uma conversa com o novo governador do Rio de janeiroBianca [email protected]

Rio de janeiro: compromisso com as contas públicas e a segurançaBianca [email protected]

No Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), ex-juiz federal com 17 anos de magistra-

tura e sem vida política pregressa, assume o Rio de Janeiro com o pro-pósito de uma mudança com base ética, eficiente e comprometida com a responsabilidade fiscal e o enfren-tamento ao crime organizado, con-forme seu Plano de Governo.

O combate à corrupção, crimi-nalidade e reorganização das contas públicas são os pontos críticos que a nova liderança deve focar para er-radicar um problema ainda maior: a autoconfiança do estado. Na opinião de Gustavo Grisa, cientista político e palestrante exclusivo na Star Palestras, o Rio de Janeiro terá, acima de tudo, que resgatar a confiança e a dinâmica, os resultados e o sentimento de que está em processo de recuperação.

“Uma forte reestruturação precisa ser feita, sobretudo em recursos huma-nos, buscando eliminar distorções, pri-vilégios e estruturas sobrepostas. Deve haver uma nova visão sobre o patrimô-nio do estado em imóveis e outros bens,

de forma a utilizá-los em parcerias e na geração de recursos. O esforço fiscal, de busca de equilíbrio, virá junto com uma recuperação econômica do País e o adensamento de investimentos no estado a partir da recuperação da cre-dibilidade”, sumariza.

Dono do segundo maior PIB nacio-nal, o Rio de Janeiro foi um dos estados mais impactados com a crise econômi-ca e política que atingiu o Brasil e a cri-se internacional do petróleo, a principal vertente econômica do estado.

Para que se recupere, o ajuste pre-cisa ser estrutural, não emergencial. Uma gestão responsável, focada em um plano viável de recuperação fiscal, pode ser determinante para resgatar a credibilidade junto ao mercado. “O Plano de Recuperação Fiscal tem que ir além de uma gestão. É importante que exista segurança jurídica e acordos e planos sejam respeitados. O que não impede que o mesmo seja aprimorado, repactuado em consonância com esta-dos que estão em situação similar. O momento político é de avançar nesse sentido”, enfatiza Grisa.

Segurança Pública do Rio: desafio para se resolver em conjunto

Com a previsão de término da in-tervenção federal marcada para 31 de dezembro, Witzel informou, em en-trevista à imprensa, que vai solicitar ao governo federal a manutenção da Garantia da Lei e da Ordem no Rio de Janeiro por um período de dez meses, aproveitando o legado da intervenção.

Na área da Segurança Pública, Grisa prevê que haverá um esforço maior de coordenação, informações, transparência e ações que gerem re-dução dos índices de criminalidade e reincidência, e também ações pre-ventivas junto à população em maior risco social, envolvendo todas as ins-tâncias, incluindo maior cooperação com o governo federal.

A coordenação de ações que resul-tem em segurança pública e equilíbrio fiscal é essencial para que o Rio de Ja-neiro volte a ser um local seguro para se viver e próspero para os negócios.

dio Makarovsky, diretor-presidente da ABESPetro.

As novas lideranças acreditam que, na formulação do preço da ener-gia, inclusive dos combustíveis, há forte influência dos tributos estaduais, e estes precisarão ser rediscutidos en-tre todos os entes federativos, com o objetivo de não sobrecarregar o con-sumidor final.

O Brasil pode atrair grande quan-tidade de investimentos, gerando em-pregos e reduzindo o custo final para a população, ao oferecer um ambiente de negócios que conjugue previsibi-lidade, simplicidade e transparência. “O governo deve evitar mudanças fre-

quentes e repentinas não apenas nas alíquotas, mas também na forma de recolhimento e cálculo dos tributos. Deve, ainda, eliminar o excesso de obrigações assessórias e de tributos, sobretudo os que incidem sobre uma mesma base, e possibilitar o acesso de qualquer pessoa aos dados sobre a alocação e o efetivo emprego dos re-cursos arrecadados”, detalha Jose An-drés Lopes da Costa, sócio do Chediak Advogados. Ainda sobre políticas re-gulatórias, mas desta vez do ponto de vista da transição para uma economia de baixo carbono, Luiz Gustavo Bezer-ra, sócio do Mattos Filho, aponta: “O Brasil deve aproveitar sua posição de

maior detentor de recursos naturais para modernizar seu aparato regula-tório com instrumentos econômicos, de cooperação e eficiência, de forma a valorar e valorizar estes recursos e o seu potencial de serviços, racionalizar procedimentos e incentivar indús-trias, como as de energias renováveis, biocombustíveis e agroflorestal.” Espe-cialista em Direito Ambiental, Bezerra acredita que, se bem implementada, a nova Política Nacional de Biocombus-tíveis (RenovaBio), que é centrada em um mercado mandatório de créditos de descarbonização (CBios), será um bom exemplo de reforma regulatória a ser replicada no novo governo.

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Edição 306 Brazilian Business_33

opinião

32_Edição 306_ out/nov/dez 2018

Sustentabilidade nas empresas:baixo custo e alto retorno

rose Frade,CEO da Comercial Milano do brasil

Adotar práticas sustentáveis na gestão de uma empresa pode ser bem mais simples e econô-

mico do que pensa a maioria dos admi-nistradores. Medidas concretas, como comprar energia de fontes renováveis e reutilizar a água consumida, não apenas preservam o meio ambiente, mas trazem qualidade de vida para o entorno. Sus-tentabilidade pode ser lucrativa e não demanda altos investimentos.

A Comercial Milano do Brasil – com-panhia de logística situada em Duque de Caxias/RJ – acreditou nessa premissa e resolveu adotar, há três anos, um progra-ma que prioriza soluções inovadoras em prol da natureza, desenvolvidas dentro de casa. Somente de janeiro a dezem-bro de 2017, obtivemos uma economia de cerca de R$ 3,3 milhões com ações em prol da natureza nas áreas de ener-gia, coleta seletiva e venda de recicláveis, reúso de água, entre outras. Além do ganho financeiro, foram conquistados valores intangíveis e preciosos, como o bom relacionamento com a comunidade do entorno e a vinculação da marca Mi-lano à responsabilidade socioambiental.

Com a ajuda de especialistas, criamos um mecanismo próprio de captação e tratamento de água, evitando a sobre-carga no sistema público de distribuição. Beneficiamos, diretamente, a população do Distrito Industrial de Duque de Ca-xias, que sofre com o precário abasteci-mento de água – infelizmente, problema comum na Baixada Fluminense.

Para tal, construímos uma Estação de Tratamento de Água de Reúso (ETAR), na qual, mensalmente, são tratados 220 mil litros de água. Ao final do processo,

devolvemos à natureza efluentes com qualidade acima dos padrões exigidos pela legislação am-biental. Desde 2015, já evitamos o uso de nove milhões de litros de água em nossas plantas.

Outro tripé do nosso programa é o consumo eficiente de energia, pois atuamos em um segmen-to de atividade elétrica intensiva. Migramos para o Mercado Livre e nos enquadramos na Categoria de Consumidores Especiais, ou seja, de empresas que só podem comprar energia de fontes reno-váveis, como eólica, solar, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Desta forma, de fevereiro a dezembro de 2017, evitamos a emissão de 473 toneladas de carbono (t CO2), o equiva-lente a 3.312 árvores replantadas. Como resulta-do, recebemos a Certificação de Uso de Energia Renovável emitida pela Comerc-Sineconsult.

“IMPLEMENTAR UM PROGRAMA DE GESTÃO SUSTENTÁVEL É FACTÍVEL, ECONôMICO E

PRÁTICO, BASTA TER VONTADE, DEDICAÇÃO E UM POUCO DE CRIATIVIDADE”

Nada disso, porém, seria válido sem a convi-vência harmoniosa com a comunidade do entor-no de nossas plantas. Além de gerar cerca de 400 empregos, procuramos reduzir ao máximo o ní-vel do som produzido por nossas máquinas – atu-almente, os compressores emitem sons abaixo do nível adequado a uma área de uso misto, embora estejamos localizados num distrito industrial.

Certificado pelo ISO 14.001, o Sistema de Ges-tão Ambiental implantado colabora, ainda, para a redução do volume de detritos, já que os resíduos orgânicos são transformados em adubos e usados nos jardins da empresa.

Implementar um programa de gestão sus-tentável é factível, econômico e prático, basta ter vontade, dedicação e um pouco de criatividade. O resultado, com certeza, compensa.

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DIRETORIA EM FOCO

34_Edição 306_ out/nov/dez 2018

Em sua visão, qual a pauta mais importante para o futuro governador do Rio de janeiro?

PEDRO KIRILOS

O Rio de Janeiro vive uma crise econômica e, para sobreviver, é preciso refletir sobre os modelos de negócios atuais e como podemos ser protagonistas nessa reinvenção. A indústria criativa tem potencial estratégico para alavancar a economia do Brasil, pois gera riqueza em polos globais de inovação, como o Vale do Silício, e, cada vez mais, mostra-se um caminho de renovação para os modelos tradicionais. Califórnia e Rio já foram inúmeras vezes comparados quanto à diversidade, lifestyle e, até mesmo, em índices de criminalidade, entretanto, esses estados se reinventaram por meio de pesados investimentos em tecnologia e inovação. O Rio tem potencial para ser um hub global de inovação, e já conta com um ecossis-tema completo de startups pronto para ser explorado. Por isso, acredito que a saída está na inova-ção, nas políticas que a fomentem de maneira sustentável, trazendo investimentos e um ambiente de negócios voltado para essa visão de longo prazo.

Rafael Motta CEO do Grupo Case Benefícios e Seguros

O tamanho do estado precisa ser revisto para equilibrar as contas públicas e permi-tir um crescimento sustentável. É necessário restabelecer a confiança do investidor com medidas que atraiam investimentos centrados em parcerias público-privadas, em setores específicos da economia que geram empregos e renda. No curto prazo, fazem-se necessá-rias ações imediatas para a retomada da construção civil e a viabilização de investimentos privados em fontes renováveis de energia, como solar e eólica; em centros de excelência de produção de equipamentos e prestação de serviços para o setor de óleo e gás e no setor de tec-nologia e inovação, com fomento ao desenvolvimento de startups com foco em negócios digi-tais. Adicionalmente, são fundamentais ações de inteligência na área da segurança para resgatar a ordem pública e atrair turistas e eventos setoriais para o Rio de Janeiro. No médio e longo prazo, são necessários investimentos robustos em educação e saúde, os quais gerarão efeitos positivos e permanentes em segurança e na economia.

Manuel FernandesResponsável pelo Escritório da KPMG no Rio de Janeiro, Líder Latam para o Setor de Energia e Recursos Naturais

Entendo que, nesse momento, no Rio de Janeiro, a principal pauta da agenda política dos candidatos deve ser a segurança pública. Os índices de violência urbana cresceram muito e impactam diretamente o bem-estar da população e o desenvolvimento econô-mico do nosso estado. Os candidatos devem perquirir as causas e traçar uma estratégia de enfrentamento da violência que conjugue o fortalecimento do binômio polícia e justiça, reprimindo de forma efetiva a criminalidade, de modo a deter e a desestimular a transgressão à lei. Eles também devem trabalhar na preservação das garantias e dos direitos fundamentais, por meio de políticas sociais que visem o acesso de todos à educação e à redução das desigual-dades econômicas, fatores que culminam no aumento dos índices de violência.

Fernanda Leitão Tabeliã do 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro

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opinião

36_Edição 306_ out/nov/dez 2018

Remessa de royalties ao exterior por empresas brasileiras e controladoras estrangeiras

“NO PANORAMA FINANCEIRO DO BRASIL, AS OPERAÇÕES DE LICENÇA DE MARCAS E PATENTES

DO EXTERIOR SÃO IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA BRASILEIRA”

Juliana Bussade,head da área Tributária na Dannemann Siemsen e membra do subcomitê de Assuntos Tributários da AmCham Rio

No panorama financeiro no qual o Brasil figura como grande impor-tador de tecnologia e direitos de

suas matrizes estrangeiras, as operações de licença de marcas e patentes do exterior se mostram importantes para o desenvolvi-mento da economia brasileira.

Nesse cenário, a remessa de royalties, ou seja, a remuneração pelo uso de patentes ou uso de marcas comerciais e industriais para empresa controladora no exterior, somente será admitida nos termos da legislação do imposto de renda, a contar da averbação do respectivo contrato no Instituto Nacio-nal da Propriedade Industrial (Inpi) e no Banco Central do Brasil (Bacen).

Além disso, nessas condições, tais re-messas devem observar o limite fixado por ato normativo que varia de 1% a 5% das vendas líquidas dos produtos atrelados ao direito de propriedade intelectual e in-dustrial utilizado, observando a natureza do pagamento e o setor ao qual a empresa estiver enquadrada. Cumpre ressaltar que tais limites não se aplicam às remessas e casos de empresas independentes, em cuja situação os limites são suscetíveis à dedução fiscal.

No entanto, em 2017, o Inpi publicou Instrução Normativa traçando novas dire-trizes de sua atuação, com vistas a desburo-cratizar os processos de averbação de con-tratos entre empresas, tentando diminuir sua interferência como órgão público nas atividades entre partes privadas e seguin-do as políticas vanguardistas dos demais países, nos quais os órgãos semelhantes se limitam aos termos acordados.

Nessa esfera, o Inpi não faz uma análise dos aspectos financeiros do contrato nem do percentual que as empresas poderiam

considerar como despesas dedutíveis para o cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), quando apurados pela sistemática do Lucro Real, um dos regimes existentes na legislação pátria. Atu-almente, o Inpi se limita a refletir no certificado de averbação o percentual estipulado no contrato, com a ressalva expressa de que não analisou a legislação fiscal e cambial aplicável.

Ocorre que as normas fiscais que tangenciam esse assunto não foram revogadas e, a despeito da Instrução Normativa do Inpi, aquelas que limitam o valor de determinadas remessas ao exterior continu-am válidas. Assim, pela análise dessas leis, apenas po-dem ser remetidos às controladoras estrangeiras os valores que puderem ser deduzidos para fins fiscais, nos termos dos limites expostos acima (1% até 5% da receita líquida).

Dessa forma, a Receita Federal do Brasil, que até então não divergia e tampouco questionava o per-centual de dedutibilidade indicado pelo Inpi, ficou com a responsabilidade exclusiva de averiguar se tais limites vêm sendo aplicados de forma correta pe-los contribuintes do Lucro Real. Ao Bacen, restou a competência única de conferir a exatidão dos valores enviados ao exterior, devendo, se necessário, aplicar as sanções devidas.

Até o presente momento não há decisões da Re-ceita Federal do Brasil sobre esse assunto, tampouco novas orientações por parte dessa autarquia ou do Bacen a respeito da possibilidade de se enviar royal-ties decorrentes de licença de patentes e marcas para controladoras no exterior em desarmonia com as re-gras fiscais, o que acaba por gerar certa insegurança às empresas que usualmente realizam tais remessas.

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CONEXÃO GLOBAL

38_Edição 306_ out/nov/dez 2018

Bianca [email protected]

Com passagem em outros países da América do Sul, como Equador e Colômbia, o novo cônsul-geral

dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Scott Hamilton, está fascinado pela opor-tunidade de trabalhar pela primeira vez no Brasil. Na companhia da esposa Isabel e dos dois filhos, ele planeja viajar pelo Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo – os três distritos que estão sob sua cober-tura consular – para conhecer diferentes pessoas e lugares. Por meio dessa expe-riência, muito além de se aprofundar na cultura brasileira, ele pretende deixar um legado que permita, no futuro, olhar para este momento como um período de ex-trema cooperação bilateral em diversas frentes, além de laços fortalecidos e com mais oportunidade de negócios e investi-mentos para os dois países.

ACERVO CONSuLADO GERAL DOS EuA NO RJ

Scott Hamilton assume o consulado geral dos Estados Unidos no Rio de janeiro

Brazilian Business: Quais são as principais prioridades de sua gestão?

Scott Hamilton: Espero usar bem as experiências adquiridas em uma carreira dedicada, principalmente, a questões da Amé-rica Latina e África. Nossa prioridade número um em qualquer missão dos Estados Unidos no exterior é garantir a segurança dos cidadãos americanos. Continuaremos a buscar esse propó-sito e trabalharemos para desenvolver ainda mais os fortes laços entre nossos países, as duas maiores democracias do hemisfério.

BB: Como percebe a relação entre o Brasil e os eUa? o que pode ser feito para aumentar os negócios e interes-ses comerciais entre os dois países?

SH: Os EUA têm uma grande relação comercial com o Brasil. Como duas das maiores economias do mundo, esperamos con-tinuar a melhorar a competitividade global e a prosperidade das duas nações, expandindo o engajamento entre o governo e o se-tor privado. No setor de petróleo e gás, vimos como a decisão do Brasil de promulgar reformas regulatórias e retomar o calendário de leilões gerou excelentes parcerias entre empresas brasileiras e

norte-americanas nos últimos anos. Essas parcerias irão gerar comércio e investimentos significativos por décadas, com benefícios para o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, em particular. E acho que isso é apenas o começo. Acredito que vamos olhar para este momento como um período de extrema cooperação bilateral em várias frentes, o que levará a laços mais fortes, maior estímulo ao turismo, mais comércio e investimentos em ambos os países.

BB: existe alguma área de negócio, setor ou proje-to específico que pretenda trabalhar para aumentar este relacionamento?

SH: Há tantos pontos em comum e interesses compartilha-dos entre nossas culturas e sociedades que estou confian-te de que nosso relacionamento bilateral continuará a se aprofundar e a se ampliar. A parceria Brasil-EUA é natural. Quando o secretário de Defesa dos Estados Unidos James Mattis visitou o Rio de Janeiro em agosto, ele disse: “juntos, buscamos fortalecer nossa parceria estratégica de coopera-ção, que é transparente, confiável e estável”, acrescentando:

“vejo à frente um futuro brilhante para o Brasil e o nosso hemisfério”. Eu não poderia deixar de concordar. Estamos particularmente bem posicionados no Rio de Janeiro para ajudar a construir o trabalho que ambos os países têm feito para fortalecer o intercâmbio entre as pessoas, bem como os laços fortes em segmentos como segurança, energia e turismo, para citar alguns.

BB: em que aspectos a permanência no rio de Janeiro contribuirá para sua vida pessoal e profissional?

SH: Estamos no Brasil desde agosto. Minha família e eu já vivenciamos o famoso acolhimento brasileiro, que é muito agradável, tanto nas relações que construímos no trabalho quanto fora dele. Os cariocas estão entre as pessoas mais calorosas do mundo, o que faz com que trabalhar e viver no Rio de Janeiro seja uma delícia. A beleza impactante da cidade também é uma oportunidade maravilhosa. Sou um ávido fotógrafo e acho as cenas do cotidiano do Rio inspi-radoras e fascinantes.

Scott Hamilton em visita ao Galpão Aplauso, ONG que promove atividades de inserção de jovens no mercado de trabalho

“Acredito que vamos olhar para este momento como um período de extrema cooperação bilateral em várias frentes”

O cônsul-geral assumiu a posição em agosto

ACERVO CONSuLADO GERAL DOS EuA NO RJ

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Edição 306 Brazilian Business_4140_Edição 306_ out/nov/dez 2018

PERFIL

Com 76 anos de atuação, o escritório de advocacia Pinheiro Neto acaba de desembarcar na meca da inovação

mundial, o Vale do Silício, onde não apenas pretende ser um hub para clientes, em espe-cial os da área de tecnologia, mas um local para a especialização de seus profissionais e o mapeamento de novas demandas de merca-do. A iniciativa pode ser vista no meio jurídi-co como ousada, mas, para o escritório, este foi mais um movimento natural e bem-suce-dido de uma organização que concilia o van-guardismo na prática jurídica com a tradição e a observância de valores essenciais. Nesta entrevista, Alexandre Bertoldi, sócio-diretor do Pinheiro Neto, conversa com a Brazilian Business sobre as leis brasileiras, o futuro do direito empresarial no Brasil, fatos marcantes desta trajetória e projeções do escritório para os próximos anos.

Bianca [email protected]

“Continuamos acreditando muito no Brasil. Temos certeza de que os investimentos nos setores de tecnologia, agronegócio e infraestrutura serão enormes nos próximos anos, e estamos preparados para isso”

Pioneiros do direito empresarial e um dos nomes mais fortes no mercado jurídico brasileiro, Pinheiro Neto está sempre se reinventando

PERFIL

Brazilian Business: o Pinheiro Neto testemunhou di-versos marcos da história jurídica e econômica do Bra-sil ao longo de sua atuação. Qual análise o escritório faz das leis brasileiras?

alexandre Bertoldi: Vivemos um momento complexo, no qual existe certa sobreposição das competências dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A crise política que vive-mos nos últimos três anos só fez aprofundar os problemas, e é claro que certas reformas de leis e ordenamentos que se fazem necessárias há algum tempo já deixaram de figurar en-tre as pautas prioritárias. Certas reformas são necessárias para destravar alguns setores, simplificar a atividade econômica e possibilitar que o Brasil retome o rumo do crescimento. Nossa expectativa é de que o próximo Governo, com a colaboração do Congresso, ataque de uma vez por todas essas questões fundamentais.

BB: Considerando a atual conjuntura do mercado bra-sileiro, quais segmentos deverão demandar maior as-sistência jurídica e como o Pinheiro Neto pretende atu-ar para suprir essas necessidades?

aB: Penso que, inevitavelmente, teremos uma explo-são na área de Project Finance, sobretudo no que diz respeito a financiamentos para projetos na área de infraestrutura. Não é segredo que o grande gargalo enfrentado pelo Brasil para um crescimento mais ace-lerado é a falta de uma infraestrutura mais adequada. Necessitamos de rodovias, ferrovias, portos, aeropor-tos, e com a escassez de recursos públicos para o fi-nanciamento dessas obras, não vejo outra alternativa senão a de recorrermos ao mercado de capitais e às estruturas que o modelo Project Finance oferece.

BB: Qual a visão do Pinheiro Neto sobre o futuro do direito empresarial no Brasil?

aB: Bastante otimista. Temos regras atualizadas e as nossas cortes começam a se mostrar mais aptas a lidar com temas complexos como disputas societárias, por exemplo. Nossas empresas são hoje muito mais sofis-ticadas do que eram há 15 ou 20 anos, temos um mer-cado acionário bem mais robusto e assuntos como governança e compliance vieram para ficar. Em suma, acreditamos que as questões relativas às empresas e ao direito empresarial se tornarão cada vez mais com-plexas e frequentes no Brasil – aliás, o que é bastante comum com o desenvolvimento da economia.

BB: Quais as projeções da empresa para os pró-ximos cinco anos no Brasil? Tem planos de ex-pansão ou foco em algum setor específico?

aB Continuamos acreditando muito no Brasil. Temos certeza de que os investimentos nos setores de tecno-logia, agronegócio e infraestrutura serão enormes nos próximos anos, e estamos preparados para isso. Te-mos a sorte de o Brasil ter um grande mercado inter-no – muito sofisticado em alguns aspectos, e ainda ne-cessitando de um maior desenvolvimento em outros. Conseguimos atrair grande volume de investimentos mesmo tendo estado, nos últimos anos, um pouco à margem dos movimentos globais e tendo perdido espaço na exportação de produtos manufaturados. Com alguns ajustes, o Brasil será capaz de recuperar sua competitividade e novamente se tornar um polo de atração de investimento nos mais diversos setores.

BB: recentemente, Pinheiro Neto inaugurou uma unidade no Vale do Silício. Como a pre-sença física em um local que inspira inovação pode contribuir para o exercício do Direito aqui no Brasil?

aB: Constatamos que tínhamos inúmeros clientes na área de tecnologia e que essas são empresas diferentes, com uma cultura particular e muito fluida. Temos tam-bém alguns sócios que tiveram a oportunidade de fazer seus mestrados em Stanford, e que são familiarizados com a região. Diante disso, foi um movimento natural. A presença física na região vai ajudar a nos manter atu-alizados e mais perto das inovações constantes, além de nos permitir mais proximidade com o cliente. Tem sido um projeto tão bem-sucedido que apenas lamento não termos tido essa ideia antes.

BB: a inovação está muito presente no universo em-presarial hoje. Para o Pinheiro Neto, de que forma ela pode estar presente no sistema jurídico brasilei-ro e qual seria sua contribuição?

aB: Os impactos da inovação ainda estão para atingir o mercado jurídico com toda plenitude, e poderão ser muito disruptivos. Acompanhamos com interesse as aplicações de inteligência artificial no Direito, sabendo que isso pode mudar drasticamente a maneira que os escritórios trabalham hoje – seja otimizando o processo de busca de documentos e acompanhamento processual, ou até, em alguns casos, reduzindo o contato de estagiários e advogados com tarefas mais simples e repetitivas. Acho que a grande contribuição para o sistema jurídico brasileiro seria, idealmente, trazer uma maior celeridade ao curso dos processos e agilizar as decisões do poder Judiciário, que hoje podem ser desanimadoramente morosas e muito difíceis de justificar num ambiente de negócios em que se exige um mínimo de previsibilidade.

BB: o escritório já apoiou diversas ações que, de for-ma direta ou indireta, trouxeram retorno (cultural, social) à sociedade. Poderia citar alguns deles e ex-plicar por que o engajamento com essas iniciativas é importante para a estratégia do Pinheiro Neto?

aB: Desde a fundação do escritório entendemos que seria importante devolver parte de tudo o que recebemos da so-ciedade. Somos extremamente criteriosos e seletivos, mas temos uma Comissão de Responsabilidade Social que ava-lia diversos projetos e decide onde alocamos cerca de R$ 5 milhões ao ano nesse setor. Ajudamos desde projetos de alfabetização de adultos até hospitais para tratamento de câncer infantil, e patrocinamos, de maneira exclusiva e com dinheiro não incentivado, a maior exposição de Toulouse Lautrec já feita na América Latina. Entendemos que um es-critório como o nosso tem que exercer uma função social. Poder ajudar nos dá muito prazer e orgulho.

ACERVO PINhEIRO NETO

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AMCHAM NEWS

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Para debater o cenário da imunização no País, a Câ-mara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), por meio do comitê de Saúde, pro-

moveu, no dia 30 de agosto, o evento ‘Vacinas: um olhar atual’. O encontro reuniu representantes de empresas em palestra ministrada pela gerente de Vacinas e médica da GlaxoSmithKline (GSK) Bárbara Furtado, que abordou o contexto das coberturas vacinais e a prevenção da saúde dos trabalhadores para as organizações.

A abertura do encontro foi realizada por Gilberto Ururahy, líder do comitê de Saúde, diretor da AmCham Rio e diretor-mé-dico da MedRio Check-Up. O evento teve a moderação de Celso Ramos Filho, professor adjunto da UFRJ e membro da Academia Nacional de Medicina, que trouxe uma breve contextualização das epidemias antigamente disseminadas no Brasil.

Celso Ramos Filho discorreu sobre acontecimentos históri-cos, desde a descoberta de enfermidades como a meningite, va-ríola, doença meningocócica e poliomielite, até a revolta da vaci-na e implantação do Programa Nacional de Imunização (PNI). Segundo ele, para estabelecer o programa de vacinação foram implantadas iniciativas inovadoras. “Para chegar ao estágio em que estamos hoje, foram necessárias muitas ações como leis de campanhas, planos de controle e o PNI, implantado no País no ano de 1993”, destacou.

Após exemplificar os problemas enfrentados pela população com o surgimento da doença meningocócica e da varíola, o pro-fessor Celso ressaltou os trabalhos realizados para a introdução da imunização no País. “Depois dessas epidemias, foi necessário conseguir vacinas suficientes para atender o Brasil, sendo implan-tadas às pressas uma fábrica de vacinação e 92 mil postos com cerca de 123 mil trabalhadores”, complementou.

O tema do evento foi desenvolvido pela Dra. Bárbara, que re-tratou os aspectos das coberturas vacinais com dados do Ministério da Saúde. Segundo a profissional, o Brasil sofre com a grave redução das taxas de imunização. “A campa-nha vacinal atingiu apenas 40% no País. As cidades do Rio

Iniciativa do comitê de Recursos Humanos da AmCham Rio, o evento ‘Gestão de cultura corpo-

rativa: um diferencial para o desen-volvimento dos negócios’, realizado no dia 13 de setembro, reuniu espe-cialistas e profissionais da área para uma discussão sobre práticas de ges-tão determinantes para a melhoria do clima e o fortalecimento das marcas. Durante a programação, foram des-taques temáticas como a importância da liderança para o comprometimen-to dos times; o bom gerenciamento de equipes diversas e os impactos do en-gajamento para o bem-estar dos fun-cionários e fortalecimento da marca.

É incontestável que empresas que constroem uma cultura sólida de go-vernança e gestão conseguem gerar maior engajamento de seus colabo-radores e, assim, melhorar o clima interno, contribuindo consequente-mente para a força de sua identidade. A cultura organizacional diz muito sobre como a empresa é gerenciada, como seus colaboradores a percebem, sobre a produtividade das equipes e, principalmente, que tipo de mensa-gem gostaria de transmitir a partir de suas práticas.

A abertura foi realizada pela líder do comitê, Cláudia Danienne Marchi, CHRO & Sócia da Degoothi

Consulting. Em seu discurso, ela destacou a vasta experiência dos palestrantes e a diversidade do público presente, composto por representantes de empresas de diferentes segmentos. “Gostaria de reiterar as boas-vindas a vocês. Nosso objetivo neste evento é compartilhar ideias sobre cultura, engajamento, dicas, desafios e nada melhor do que um time de experts para palestrar. Convidamos um grupo seleto de speakers com muita bagagem mercadológica. Tenho certeza de que cada um vai trazer um olhar extremamente plural”, anunciou.

A primeira palestra foi realizada por Cleber Lourenço, diretor de RH da Shell. O especialista trouxe um panorama de gestão de reputação e a importância de promover uma comu-nicação clara quanto ao propósito da organização para fortalecer a confian-ça dos colaboradores e a reputação da marca. “Como vou influenciar, e assim conseguir liderar e me posi-cionar como empresa? Por que não ser proativo e fomentar as principais discussões? É fundamental ter uma comunicação clara e se antecipar aos ruídos. Uma vez que o propósito é claro, quem se identifica permanece na organização”, destacou Lourenço.

Eluard Moraes, chief Human

Bárbara Furtado, gerente de Vacinas da GSK, e Celso Ramos, membro da Academia Nacional de Medicina, foram os convidados do evento

de Janeiro e Roraima foram as que registraram menor cobertura. A vacinação infantil também atingiu o me-nor índice nos últimos 16 anos”, informou.

A especialista apontou que a maioria dos adultos brasilei-ros não está com seu calendário vacinal em dia, e que há vários motivos que podem justificar esse comportamento. “Além da questão cultural, existem os problemas sociais e econômicos, a ausência das vacinas disponíveis na rede pública e a falta de informação, já que diversos profissionais deixam de dar apoio à imunização de seus pacientes pela ausência de contato com essas doenças”, destacou.

Durante a apresentação, a médica explicou a importância do calendário de vacinação do adulto: servir de orientação para a imunização ou atualização das vacinas de quem, na infância, não foi protegido. Outra questão crítica quanto à cobertura em adultos é a dificuldade em avaliar quais vacinas foram admi-nistradas, o que resulta na possível necessidade de reaplicação.

Dra. Bárbara também abordou a necessidade de as empre-sas atuarem como grandes mediadoras do conhecimento e fa-cilitadoras dos processos de melhoria da saúde e do bem-estar geral dos seus colaboradores. Reforçou, ainda, o poder das or-ganizações com o auxílio à prevenção e pontuou que a vacina é a principal prevenção aliada ao serviço de saúde ocupacional.

A profissional defendeu a ‘cultura da vacinação’ como for-ma de evitar a reintrodução geral dos vírus no País, reforçando que a imunização de adultos e profissionais tem dois objeti-vos principais na diminuição da mortalidade precoce e na melhoria da qualidade de vida: a eliminação de doenças e a proteção individual.

Encerrando o encontro, a especialista salientou a impor-tância da qualidade de vida como foco da produtividade organizacional, reafirmando o papel das empresas como agentes de transformação no bem-estar de seus emprega-dos. “Os empregadores devem estar preparados para ge-renciar saúde; e a saúde está ligada à produtividade de seus profissionais”, concluiu.

aléxia Costa [email protected]

Baixa cobertura vacinal é pautana AmCham Rio

Juliana [email protected]

Cultura organizacional:um diferencial competitivoEspecialistas debateram engajamento, gestão e diversidade nas organizações

Resources officer da Prudential, falou ao público sobre cultura e engajamento. Apresentou estudos e cases da Prudential que atestam a importância do comprometimento do colaborador e de uma sólida cultura para os resultados das companhias. “Organizações com funcionários engajados são até 22% mais rentáveis e 21% mais produtivas; têm índice de satisfação 10% acima da média e conseguem reter até 44% a mais de empregados.” Ainda de acordo com ele, o ownership do nível de liderança é muito importante para o processo de engajamento: “o líder modela, é o que contrata gente de desafio. Ele também é o exemplo da equipe e por isso é capaz de engajar”.

Danyela Ramos, gerente de Proje-tos da consultoria Great Place to Work, abordou em sua palestra a urgência de as organizações se tornarem mais inclusivas. “As empresas diversas, que permitem que o colaborador se ex-presse e faça parte do processo de deci-são, são até cinco vezes mais rentáveis”, apontou Danyela. Ela destacou, ainda, a necessidade de uma liderança forte para gerenciar conflitos advindos de equipes diversas. E finalizou o painel deixando ao público a seguinte refle-xão: “uma cultura forte é uma cultura uniforme ou adaptável?”.

DIVuLGAçãO AMChAM RIODIVuLGAçãO AMChAM RIO

Imunização: grave redução das taxas tornou o assunto pauta entre especialistas

Práticas de gestão para a melhoria do clima e fortalecimento das marcas foram objeto de discussão

Cultura organizacional:um diferencial competitivo

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AMCHAM NEWS

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aléxia Costa [email protected]

Lawtechs ganham destaque no setor jurídicoSeminário apresentou tendências, desafios e uma nova perspectiva para a área

Atenta às demandas tecnológicas e às transforma-ções do mercado jurídico, a Câmara de Comér-cio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio)

promoveu, no dia 30 de outubro, o seminário ‘Lawtechs e os reflexos no setor jurídico’. O encontro abordou uma nova perspectiva para o setor, apresentando o surgimento das Lawtechs, a implementação de ferramentas como blo-ckchain, smart contracts e o uso da jurimetria para maior agilidade e estratégia dos trabalhos.

A abertura e boas-vindas foram realizadas por Julian Chediak, diretor da AmCham Rio e sócio do Chediak Ad-vogados. O debate contou com a presença de Rafael Nasser, coordenador técnico do departamento de Informática da PUC-Rio; Hugo Pierre, gerente executivo PMP da Growth Tech; Caio Almeida, diretor jurídico da Wärtsilä Brasil e membro do comitê de Assuntos Jurídicos; Fernando Libe-rato, sócio-diretor da Aurum Software; Angélica Heringer, diretora jurídica da CSM Brasil e membro do comitê de As-suntos Jurídicos, e Alexandre Montoni, sócio do Villemor Amaral Advogados.

O primeiro painel apresentou uma contextualização de blockchain e smart contracts como inovação jurídica e se-gurança de programação. Rafael Nasser iniciou o ciclo de palestras falando sobre conceitos para a implementação e adequação das ferramentas na área. “A grande mudança de perspectiva dessas tecnologias é que elas trazem um conceito da distribuição de poder. Nossa sociedade está acostumada a trabalhar com uma relação de confiança e centralidade, mas a ideia do blockchain é tornar o pro-cesso de confiança não mais centralizado, e sim melhor distribuído”, defendeu.

Hugo Pierre discorreu sobre o tema ‘Operações carto-rárias com foco em confiabilidade e percepção do usuário’. Na opinião do especialista, as ferramentas são um meio de conceder validade e autenticidade às transações realizadas entre as partes, aprimorando as atividades e ampliando os

serviços de forma mais confortável, segura e acessível. “A blockchain é um reordenamento de conceitos de tecno-logias que já existem há algum tempo e seu diferencial é a forma como se conseguiu reunir todos esses princípios e trazer para uma abrangência mais aplicável”, pontuou.

Por sua vez, Caio Almeida apresentou ao público o case da organização voltado para a aplicação da inteli-gência artificial. Durante sua explanação, ele abordou os desafios enfrentados para se adequar às novas tec-nologias, alinhando segurança jurídica ao ambiente de negócios. Finalizando sua palestra, apresentou duas ini-ciativas desenvolvidas pela Wärtsilä Brasil: o ‘Legal App’ e o ‘Hackathon’. “O Legal App será uma ferramenta de auxílio básico e de conexão imediata com advogados. Já o Hackathon é uma competição tecnológica para desen-volver projetos que ajudem o departamento jurídico a trabalhar de forma mais ágil e estratégica”, informou.

Outros pontos destacados foram como desmistifi-car a automação em escritórios e empresas, a inovação como chave para o crescimento e o grande potencial de atuação das Lawtechs no mercado. Fernando Libera-to apresentou sua visão sobre inovação, abordando as novas tendências para o futuro da advocacia. “As coisas mudaram e nem sempre a inovação significa algo dis-ruptivo, pode ser apenas um jeito melhor e mais seguro de se fazer algum trabalho”, explicou. No encerramento do encontro, o palestrante deixou uma reflexão aos par-ticipantes: “existe um imenso mar de startups surgindo todos os dias e elas são uma oportunidade gigantesca para o universo jurídico. Por que não olhar para esse mercado?”, finalizou.

Após o ciclo de palestras, foi promovido um bate-papo, no qual os participantes tiveram a oportunidade de dirigir perguntas aos especialistas. O evento teve a participação de um público de cerca de 40 pessoas e aconteceu no auditório da AmCham Rio.

DIVuLGAçãO AMChAM RIO

Evento mostrou como as Lawtechs abrem novos horizontes para o setor

aléxia Costa [email protected]

Networking Coffee reúne executivos para manhã de negóciosIsabela Pimentel, especialista em Comunicação Integrada, palestrou no evento

No dia 9 de novembro, os as-sociados à AmCham Rio se reuniram para uma manhã

de novas parcerias, benchmarking e reciclagem de conhecimentos, propor-cionados pela última edição do ano do Networking Coffee, evento tradicional e exclusivo da Câmara. Isabela Pimen-tel, especialista em Comunicação Or-ganizacional Integrada e consultora na Comunicação Integrada, foi a convida-da especial do encontro para palestra com o tema ‘Como ser um influencia-dor em sua empresa’.

“A comunicação influenciadora é um fator competitivo para o compar-tilhamento de valores, ideias, visões, e para a articulação de parcerias e alian-ças”, foi uma das orientações da espe-cialista durante o encontro conduzido por Gerson Stocco, líder do subcomi-tê Tributário da AmCham Rio e um dos diretores da Câmara, que deu as boas-vindas ao executivos reforçando o papel da entidade em fomentar o benchmarking e proporcionar poten-ciais negócios.

Com a palestra de Isabela Pimentel, os participantes foram inspirados a se tornarem multiplicadores da imagem das empresas que representam. Du-rante seu discurso, foram apresenta-das estratégias para uma comunicação capaz de engajar os profissionais com os valores da organização a que per-tencem. “É preciso lembrar que o co-laborador é o embaixador da marca e, quando valorizamos o papel desse fun-cionário, ele sente mais vontade de in-tegrar a companhia. É uma questão de empoderamento, dar voz e poder para

desenvolver talentos e competências”, destacou a especialista.

O café da manhã foi uma oportu-nidade para os profissionais se conhe-cerem. Os executivos puderam trocar cartões e compartilhar experiências, além de expor materiais institucionais, ampliando oportunidades de negó-cios. Participando pela primeira vez do evento, Renata Falcão, coordenadora de Vendas do Grand Hyatt Rio de Janei-ro, acredita que o encontro é ideal para fortalecer redes de relacionamento com objetivos semelhantes. “É bom ter con-tato com representantes de empresas de diversos segmentos. Acredito que antes de realizar novos negócios precisamos entender as pessoas. Aqui, consegui-mos criar uma conexão em que todos estão com o mesmo propósito”, ressal-tou a coordenadora.

De acordo com Ionio Esteves, dire-tor comercial da Career Center, a oca-sião possibilita um networking entre empresas de destaque. “É uma ótima ocasião para conversar com parceiros e reunir boas empresas em um mesmo

ambiente. O encontro é importante para nós que temos interesse em novas relações de trabalho e parce-rias”, afirmou.

Estiveram presentes ao evento representantes de cerca de 40 organizações, entre elas: Belmond Copacabana Palace, Bradesco Seguros, Colliers International, Interfreight Transportes, Mariaca Consultoria, MXM Sistemas, Oceaneering Brasil e Prumo Logística.

O café da manhã foi uma oportunidade para os profissionais se conhecerem

Isabela Pimentel deu dicas de como ser um influenciador na empresa

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Novos SóciosPOR DENTRO DA CÂMARAOvERvIEW

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Tupinambá AdvogadosJoão Paulo Tupinambá – AdvogadoAv. Treze de maio, nº 13, sala 517 - Centro 20031-901 - Rio de Janeiro(21) [email protected]

Exata ConsultoriaRiccardo Alessandro Demarchi - DiretorRua José Linhares, 126 – Leblon22430-220 - Rio de Janeiro(21) 2113-9274 [email protected]

ELEIçõES DE MEIO MANDATO NOS EUA APONTAM NOVO CENáRIO

No dia 6 de novembro, os americanos foram às urnas para eleger 35 senadores em 33 estados, além de 435 deputados e alguns governadores. O resultado parcial aponta que o Partido Republicano manteve a liderança no Senado, mas perdeu a maioria na Câmara de Deputados. Segundo Circle (The Center for Information and Research on Civic Learning and Engagement), organização focada no público jovem, o comparecimento de eleitores de 18 a 29 anos apresentou um salto histórico em relação a 2014, e pode ter sido a maior desde 1982. Dentre os habilitados para votar, 31% participaram do processo político – pouco abaixo dos 31,7% de 1982 e maior que o resultado de 20% de 2014. Segundo dados do Centro Americano para Mulheres e Política da Universidade Rutgers, a projeção é que 110 mulheres ocupem cargos políticos, o que representa um aumento de 31%. A previsão para o término da apuração dos votos é de cerca de dois meses.

Claro e Unicef firmam parceria para a educação brasileira

A Claro firmou parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com a intenção de combater a distor-ção idade-série, estimular a produção de novas tecnologias educacionais e melhorar o desenvolvimento de currículos escolares específicos para adolescentes em situação vulne-rável nas escolas do País. A organização pretende ajudar a construir uma rede que contribua para a melhora da qualida-de do ensino por meio de um veículo digital que disponibiliza dados de escolaridade nos ensinos médio e fundamental. A ferramenta ajuda identificar boas práticas e a criar novas parcerias com a sociedade civil em benefício de estudantes e professores.

Associadas assinam Pacto de Integridade da Indústria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

A BHGE, Chevron, Ocyan, Petrobras e TechnipFMC firma-ram o ‘Pacto de Integridade da Indústria de Petróleo’ em bus-ca de um mercado mais ético e transparente. O acordo foi ide-alizado por 14 organizações do setor, com o apoio do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e do Insti-tuto Ethos. Participaram do encontro o ministro da Transpa-rência e Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, e o presidente do IBP, José Firmo. Para o diretor-presidente do Ethos, Caio Magri, o acordo é necessário e ajudará a reesta-belecer nova dinâmica em um setor altamente impactado pela Operação Lava-Jato.

Porto do Açu assina Acordo de Cooperação com o Porto de Houston

A Porto do Açu Opera-ções, empresa do Grupo prumo, assinou um acor-do de Cooperação com o Porto de Houston (Texas). A parceria viabiliza uma sinergia comercial entre o maior complexo portu-ário da América Latina e um dos mais importantes portos dos Estados Unidos. Com isso, pretende-se proporcionar benchmarking para a troca de experiências e boas práti-cas, além da geração de novos negócios. Segundo Tadeu Fraga, CEO da Porto do Açu Operações, a troca aumentará a exposição do Porto do Açu e irá gerar novas oportuni-dades e criação de novas rotas, principalmente envol-vendo operações com contêineres, que é o ponto forte do novo parceiro.

MjV instala seu laboratório de Inovação no Parque Tecnológico da UFRj

Com o objetivo de fomentar um ambiente de inovação com tecnologias e metodologias que favoreçam a criati-vidade e a colaboração no ambiente empresarial, a MJV Technology e Innovation escolheu o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para ins-talação de seu laboratório de Inovação Aberta. A iniciativa busca desenvolver projetos nas áreas de crowdsourcing, aceleração e incubação de startups, co-criação com ex-perts, etc. Entre os benefícios , estão a redução de custos e ‘time to market’, uma vez que os projetos são feitos com expertises já existentes no mercado, além da proximidade com a comunidade acadêmica da instituição, que conta com cerca de 60 mil membros, entre alunos, professores e pesquisadores. A inauguração do laboratório está prevista para dezembro de 2018.

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Edição 306 Brazilian Business_49

COMITÊ EXECUTIVOPRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Sócio-Diretor, Grupo Case Benefícios e Seguros

1º. VICE-PRESIDENTE Robson Barreto_Sócio, Veirano Advogados

2º. VICE-PRESIDENTE Luiz Fernando Bertoncello_Vice-Presidente Sênior de Operações e COO, Prudential do Brasil

3º. VICE-PRESIDENTE Leonardo Coelho_Diretor Comercial, Amil

DIRETOR-SECRETÁRIO João César Lima_Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

DIRETOR FINANCEIRO Carlos Affonso S. d’Albuquerque_CEO, Valid

CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Chediak_Sócio, Chediak Advogados

EX-PRESIDENTES Rafael Sampaio da Motta; Roberto Ramos; Henrique Rzezinski

PRESIDENTES DE HONRASergio Amaral_Embaixador do Brasil nos EUA

P. Michael McKinley_Embaixador dos EUA no Brasil

LIDERANÇAS DE COMITÊSAssuntos Jurídicos – Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados e Bruno Tocantins_Sócio, Tocantins Advogados

Propriedade Intelectual– Fernanda Magalhães_Sócia, Kasznar Leonardos Propriedade Intelectual Tributário – Gerson Stocco_Sócio, Gaia Silva Gaede Advogados

Marketing – Noel De Simone_Sócio, Savvy Serviços Financeiros e Dyene Galantini_Associate Director, Marketing Programs, IHS Markit

Petróleo e Gás – Ana C. F. Lopes_ Diretora de Relações Governamentais & Públicas, Chevron Brasil e Alejandro Duran_Brazil Country Manager, BHGE

Recursos Humanos – Cláudia Danienne Marchi_CHRO&Partner, Degoothi Consulting

Saúde – Gilberto Ururahy_Diretor-Médico, Med-Rio Check-Up e Thais Jorge_Diretora de Rede Referenciada, Bradesco Seguros

Setor Elétrico – Alessandra Amaral_Diretora-Presidente, Energisa Comercializadora e Jorge Alcaide_Diretor Regional, Wärtsilä

Seguros, Resseguros e Previdência

Sustentabilidade– Eduardo Kantz_ Diretor de Sustentabilidade & Jurídico, Prumo Logística

Tecnologia e Inovação – Bruno Augusto dos Santos_Consultor especialista de TIC, Algar Telecom

Turismo e Negócios – Maria Paula Comaru_ Diretora de Vendas e Marketing, Hilton

INICIATIVAS

Grupo de Estudos de Licenciamento Ambiental – Luiz Gustavo Bezerra_Sócio, Mattos Filho Advogados

Indústria Criativa e Cultura – Steve Solot_Presidente, Latin American Training Center – LATC

Relações Governamentais – João César Lima_ Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

DIRETORESAlejandro Duran_Brazil Country Manager, BHGE

Alexandre de Botton_Sócio-Diretor, Korn Ferry

Antonio Carlos Worms Till_Presidente, Vita Check-up Center

Bruno Tocantins_Sócio, Tocantins Advogados

Carlos Affonso S. d’Albuquerque_CEO, VALID

Carlos Eduardo Caruso Ferreira_CEO, CSM Sport & Entertainment

Carlos Francisco Picini_Diretor Executivo, Bradesco Seguros

Carlos Otavio Quintella_Diretor Executivo do Centro de Estudos de Energia, FGV Energia

Fernanda Leitão_Tabeliã, 15º Ofício de Notas

Fernando Bomfiglio_Diretor de Relações Institucionais, Souza Cruz

Gerson Stocco_Sócio, Gaia Silva Gaede Advogados

Gilberto Ururahy_Diretor-Médico, Med-Rio Check-Up

Italo Mazzoni_Presidente, Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU)

João César Lima_Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

José Firmo_Vice-Presidente Sênior, Seadrill

José Magela Bernardes_Diretor-Presidente, Prumo Logística

Julian Chediak_Sócio, Chediak Advogados

Leonardo Coelho_Diretor Comercial, Amil

Luiz Fernando Bertoncello_Vice-Presidente Sênior de Operações e COO, Prudential do Brasil

Luiz Ildefonso Simões Lopes_Senior Managing Partner, Brookfield Brasil

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores - DPC

Manuel Fernandes_Sócio, KPMG

Maria Paula Comaru_Diretora de Vendas e Marketing, Hilton Copacabana e Barra

Mariano L. Vela_Presidente, Chevron Brasil

Mauricio J. Vianna e Silva_CEO, MJV Technology & Innovation

Noel De Simone_Sócio, Savvy Serviços Financeiros

Patrício Marques Roche_Sócio, PwC

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Sócio-Diretor, Grupo Case Benefícios e Seguros

Roberto Blyth_Líder, Citibank

Roberto Lopes Pontes Simões_CEO, Ocyan S.A

Robson Goulart Barreto_Sócio, Veirano Advogados

Sérgio de Oliveira Duarte_Presidente, Vitalis

Solange Zaquem_Diretora Comercial, SulAmérica Seguros

Steve Solot_Presidente & CEO, Latin American Training Center – LATC

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C.

Salles | Gabriella lcaza | Gilberto Duarte Prado

Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski

Ivan Ferreira Garcia | João César Lima |

Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz

Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da

Cunha | Peter Dirk Siemsen | Rafael Sampaio

da Motta | Roberto Prisco Paraíso Ramos |

Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo

Veirano | Rubens Branco da Silva |

Sidney Levy

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO

SANTO

PRESIDENTE

Otacílio José Coser Filho_Membro do

Conselho de Administração, Coimex

Empreendimentos e Participações Ltda.

DIRETORES

Bruno Moreira Giestas_Diretor de Marketing,

Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor,

Rede Gazeta

Márcio Brotto Barros_Presidente, Bergi

Advocacia

Maria Alice Paoliello Lindenberg_Relações

Governamentais, Rede Gazeta

Rodrigo Loureiro Martins_Advogado, Sócio

Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor,

Centro Educacional Leonardo da Vinci

48_Edição 306_out/nov/dez 2018

QUEM SOMOS

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIOGerência Executiva: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | [email protected]ção e Finanças: Liliane Ponte (21) 3213-9212 | [email protected] e Relacionamento: Felipe Tavares (21) 3213-9294 ou Giuliana Sirena (21) 3213-9227 |[email protected]ês e Eventos: Myllena Fernandes (21) 3213-9235 ou Nathannie Gomes (21) 3213-9234 |[email protected]ção: Juliana Botelho (21) 3213-9230 | [email protected]

LINHA DIRETA COM A AMCHAM ESDiretor Executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 99972-5933 | [email protected]

Page 27: Brasil pós-eleições · Mariana Almeida, Pedro Kirilos, Ricardo Gomes e Simone Goldstein (foto), Fernanda Falcão e Nadia Stanzig (coordenação) e Sonia Cardoso (revisão)

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