Breve Cronologia da Física Moderna
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Introdução
A Física é a ciência das propriedades da matéria e das forças naturais.
A Física estuda a matéria nos níveis molecular, atômico, nuclear e
subnuclear. Estuda os níveis de organização, ou seja, os estados sólido,
líquido, gasoso e plasmático da matéria. Pesquisa também as quatro forças
fundamentais: a da gravidade (força de atração exercida por todas as
partículas do Universo), a eletromagnética (que liga os elétrons aos núcleos), a
interação forte (que mantêm a coesão do núcleo) e a interação fraca
(responsável pela desintegração de certas partículas - a da radioatividade).
E foi a partir, principalmente, do final do século XIX que alguns
problemas começaram a ocorrer e os quais a Física Clássica não era capaz de
resolver. Novos fenômenos tornaram-se inexplicáveis com considerações
puramente clássicas e diversas divergências teóricas e conceituais surgiram.
O que se pretende com este trabalho é apresentar, justamente, uma
compilação cronológica com os principais acontecimentos que marcaram o
nascimento da Física Moderna, dentre os quais se podem destacar: o estudo
da radiação de corpo negro, o efeito fotoelétrico, dentre outros.
Século XIX
1803: John Dalton começa a apresentar sua teoria de que a cada elemento
químico corresponde um tipo de átomo. Mas é só em 1897, com a descoberta
do elétron, que o átomo deixa de ser uma unidade indivisível como se
acreditava desde a Antiguidade.
1860: O físico alemão Gustav Robert Kirchhoff introduz o conceito de corpo
negro ou radiador integral, definindo-o como um corpo que absorve toda a
radiação que incide sobre ele.
1879: Josef Stefan, físico austríaco (1835-2893), chegou empiricamente à
seguinte lei: R ∝ T4, onde R é a intensidade total da radiação emitida por um
corpo a uma dada temperatura T.
1884: A mecânica estatística, desenvolvida pelo alemão Ludwig Eduard
Boltzmann (1844-1906), aprofunda a Teoria Cinética dos Gases, de Maxwell.
As novas pesquisas fortalecem duas idéias que são decisivas para o progresso
da física do século XX. A primeira é que todas as substâncias são feitas de
átomos; portanto, ao estudar o comportamento dos átomos, é possível
entender as propriedades gerais das substâncias, como a temperatura de um
gás ou a quantidade de luz que ele emite ao ser aquecido. A segunda é que
esse estudo deve ser feito de maneira estatística, por meio do cálculo de
probabilidades.
1895: O holandês Hendrik Lorentz desenvolve um modelo atômico que permite
explicar a estrutura fina dos espectros atômicos.
1896: O sucesso obtido por Boltzmann levou o físico alemão Wilhelm Wien a
obter o seguinte valor experimental para a posteriormente chamada constante
de Wien como sendo 2,898.10-3 mK.
1897: Joseph John Thomson (1856-1940), ao estudar os raios X e raios
catódicos, identifica partículas de massa muito pequena, cerca de 1860 vezes
menor que a do átomo mais leve. Conclui que o átomo não é indivisível, mas
composto por partículas menores, que são, então, batizadas de elétrons.
* A data expressa é baseada no artigo “Sobre a Lei de Rayleigh - Jeans” de José Maria Filardo
Bassalo (Ver referências).
1900: É dado o primeiro passo para a criação da mecânica quântica. O estudo
pioneiro é do alemão Max Planck (1858-1947). Ele estuda uma cavidade capaz
de aprisionar certa quantidade de luz e tenta calcular a energia total
concentrada lá dentro. Fica espantado porque suas contas só dão certo
quando se supõe que a cavidade possui uma infinidade de minúsculos
"pacotes" de luz. Planck chama esses pacotes de quanta. Em 14 de dezembro,
Planck comunica, também, à Sociedade de Física de Berlim, um trabalho no
qual apresentou a famosa fórmula de Planck, assim como o valor de h =
6,626.10-34 j.s e que, mais tarde recebeu o nome de constante de Planck.
Século XX
1901: O alemão Max Planck formula as leis da radiação do corpo negro,
abrindo caminho para a teoria quântica.
1905: Após algumas correções o físico inglês John Strutt Rayleigh e o físico Sir
James jeans obtêm a mundialmente conhecida lei de Rayleigh – Jeans para a
radiação de corpo negro – Ι(λ,T) = 8πλ-4kT.*
1905: O físico alemão Albert Einstein (1879-1955) desenvolve a Teoria da
Relatividade, modificando pela primeira vez fundamentos da Física desde a
época de Isaac Newton. A mais importante alteração trazida pela relatividade é
que o tempo deixa de ser absoluto. Significa, por exemplo, que, se um relógio
está em movimento, o tempo para ele passa mais devagar que para um que
esteja parado. Einstein formula, também, a lei da equivalência entre massa e
energia, a teoria do movimento browniano e a teoria do efeito fotoelétrico.
1905: Einstein declara que os quanta são uma nova espécie de
partículas: os átomos de luz.
1910: Modelo pudim – J. J. Thomson diz que os átomos são formados por uma
nuvem de eletricidade positiva na qual flutuam, como ameixas em volta de um
pudim, partículas de carga negativa - os elétrons.
1911: O americano Robert Millikan mede a carga do elétron.
1911: Os átomos deixam de serem os menores pedaços de matéria que existe.
O físico de origem australiana Ernest Rutherford (1871-1937) verifica
que o átomo tem um núcleo central, duríssimo, no qual fica concentrada quase
toda sua massa. Ele sugere que o resto dessa massa, menos de 1
milésimo do total, gira em torno do núcleo na forma das já conhecidas
partículas de eletricidade, chamadas elétrons.
1913: O dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) dá a primeira descrição de
um átomo por dentro. No centro fica um núcleo ínfimo, 100 mil vezes
menor que o átomo todo. A sua volta giram os elétrons, mais ou menos
como os planetas orbitam o Sol. Bohr ensina a calcular as órbitas dos
elétrons, o que representa um avanço grande sobre o modelo atômico
proposto por Rutherford.
1913: O inglês James Frank e o alemão Gustav Hertz criam o conceito do nível
de energia do elétron dentro do átomo.
1916: Albert Einstein amplia sua Teoria da Relatividade para englobar
os efeitos da força da gravidade. Seu esquema teórico passa a se chamar
Teoria da Relatividade Geral. Com ela, pela primeira vez, os físicos têm
fórmulas que podem ser aplicadas ao Universo inteiro. É por meio dessas
fórmulas que, mais tarde, se calcula a expansão das galáxias após uma
grande explosão inicial, o Big Bang.
1919: Rutherford desintegra o núcleo de nitrogênio e detecta partículas
nucleares de carga positiva. Elas seriam chamadas de prótons. Segundo
Rutherford, o núcleo é responsável pela maior massa do átomo. Anuncia a
hipótese de existência do nêutron, confirmada apenas 13 anos depois.
1923: O francês Louis Victor Pierre Raymond de Broglie (1892-1987)
demonstra que as partículas também agem como ondas. Ele descobre que o
elétron aparece como uma partícula, ou seja, um concentrado de matéria,
e, também, como onda, como se sua massa estivesse espalhada pelo espaço,
oscilando. Com isso se completa o quadro que Einstein começara a montar
ao dizer que as ondas luminosas podem comportar-se como partículas.
1925: Os alemães Werner Heisenberg e Ernst Jordan, o austríaco Erwin
Schroedinger, o dinamarquês Niels Bohr e o inglês Paul Dirac formulam a nova
teoria da mecânica quântica.
1925: O austríaco Wolfgang Pauli enuncia o princípio quântico da exclusão.
1926: Partindo da idéia de que as partículas, como o elétron, às vezes
agem como ondas, Erwin Schroedinger (1887-1961) cria uma nova
imagem dos átomos por dentro. Os elétrons, agora, não se parecem mais
com partículas girando em torno do núcleo atômico – da mesma forma que
planetas orbitam o Sol. Em vez disso, tudo se passa como se a massa dos
elétrons estivesse espalhada em volta do núcleo, ou seja, como se cada
elétron fosse uma onda vibrando ao redor do núcleo. Os elétrons
continuam também a ser vistos como partículas em órbita. Eles mudam de
aspectos conforme as circunstâncias, ora aparecendo como partículas, ora
como ondas.
1927: Os americanos G. P. Thomson, Clinton Davisson e Lester Germer
descobrem experimentalmente a difração de elétrons.
1927: O físico norte-americano Clinton Joseph Davisson (1881-1958)
demonstra que os objetos também agem como ondas, comprovando a teoria
de Louis de Broglie.
1927: Define-se o Princípio da Incerteza, sobre o qual se baseia quase
toda a física moderna. É o passo decisivo para o estabelecimento da
mecânica quântica. O autor da definição é o alemão Werner Carl
Heisenberg (1901-1976). De acordo com esse princípio, não é possível
medir com absoluta precisão, ao mesmo tempo, a velocidade e a posição
dos átomos. Ao medir uma velocidade, o cientista sempre perturba o
átomo, tirando-o um pouco de sua posição. Esta, então, já não pode ser
estimada com todo o rigor. E vice-versa: quando se tenta descobrir a
posição do átomo, modifica-se sua velocidade, e a medição fica prejudicada.
1932: James Chadwick, membro da equipe de Rutherford, descobre os
nêutrons, partículas nucleares com a mesma massa do próton, mas com carga
elétrica neutra.
1947: O físico brasileiro, César Lattes, participa da descoberta do méson.
1950: Albert Einstein expande a teoria da relatividade na teoria geral do campo.
1969: J. Weber, alemão, observa as ondas gravitacionais, postuladas por
Einstein em 1916.