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    Referncia: BRULON SOARES, B. C. The museological experience: concepts for a museum ofphenomenology. ICOFOM Study Series - ISS 38. Museology: back to basics. 2009, p. 131147.

    EXPERIMENTANDO O MUSEU:A MUSEOLOGIA COMO CAMPO DISCIPLINAR

    Bruno C. Brulon Soares, Brasil.

    (Muselogo, mestrando no Programa de Ps-Graduao em Museologia ePatrimnio PPG-PMUS UNIRIO/MAST, [email protected])

    RESUMO: Conceber uma Museologia como uma cincia humana com objeto deestudo prprio implica em inseri-la num quadro epistemolgico particular, como ocaracterizado por Abraham Moles, ao definir as chamadas cincias do impreciso. Noquadro destas cincias que estudam elementos do humano este objeto complexo e suas relaes com o mundo, a Museologia descobre no Museu fenmeno, e naexperincia museolgica que o define como tal, o objeto que lhe faz um campo

    disciplinar entre as cincias contemporneas. Considerando algumas dasmanifestaes modernas do Museu, tais como os museus locais, os museus devizinhana, os ecomuseus, os Childrens Museumse os museus exploratrios todosextremamente comprometidos com a experincia , bem como o movimentoideolgico conhecido como Nova Museologia, torna-se possvel perceber que aexperincia e sempre foi o legtimo e verdadeiro objeto do Museu. Movimentodialtico que a conscincia exercita em si mesma, a experincia o que define arelao entre o humano e o real.

    PALAVRAS-CHAVE:Museu. Museologia. Experincia.

    EXPERIMENTING THE MUSEUM: MUSEOLOGY AS A DISCIPLINARY FIELD

    ABSTRACT: To conceive Museology as a human science with its own subject of studyimplies on inserting it in a particular epistemological framework, as characterized byAbraham Moles, defining the so called sciences of the imprecise. In the framework ofthese sciences which study elements the human being this complex subject and itsrelationships with the world, Museology discovers in the phenomenon Museum, and inthe museological experience that defines it as such, the object which makes it adisciplinary field among the contemporary sciences. Considering some of the modernmanifestations of the Museum, such as the local museums, the neighborhoodmuseums, the ecomuseums, the childrens museums and the exploratory museums all of them extremely committed to experience , as well as the ideological movementknown as New Museology, its possible to perceive that experience is and has alwaysbeen the legitimized and true object of the Museum. Dialectic movement that theconscience exercises in itself, the experience defines the relationship between thehuman being and the real.

    KEY-WORDS: Museum. Museology. Experience.

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    EXPERIMENTANDO O MUSEU: A MUSEOLOGIA COMO CAMPO DISCIPLINAR

    A melhor coisa, porm, naquele museu eraque tudo sempre se mantinha exatamente

    onde estava. Ningum teria se movido. Voc

    poderia ir l cem mil vezes, e aqueleesquim estaria ainda acabando de pescar

    aqueles dois peixes, os pssaros aindaestariam a caminho do sul. [...] A nicacoisa que estaria diferente seria voc.

    (Salinger, J. D. The Catcher in the rye.)

    Aps ter a modernidade relativizado todo o real, e tambm o prprio serhumano e a sua percepo do mundo, pode-se imaginar que todas as cincias seviram mergulhadas num mar de imprecises. As fronteiras entre elas perderam tudo

    aquilo que possuam de slido e se tornaram lquidas, e todo o quadro epistmico setornou permevel. Tratar da Museologia, portanto, pisar em solo flutuante, deslizarsobre gelo prestes a afundar, mergulhar no turbulento mar das cinciascontemporneas. Campo do saber ainda em constituio, no h como estabelecerseguramente os seus limites. Scheiner, na trajetria de seus estudos, trouxe para aMuseologia o fundamento das idias de Abraham Moles1. A partir do momento em queo prprio ser humano se liquefez na turbulncia do real, assim o acompanharam ascincias dedicadas a este complexo objeto de estudo. Neste cenrio incerto, somente em casos muito raros que nos confrontamos com variveis exatas e depouca ambiguidade2. Situaes variveis, coisas imprecisas, fenmenos vagos, devidoa estes objetos incertos Moles atribui a existncia de cincias do impreciso que osacompanham. Segundo ele, estas coisas imprecisas manifestam nossa conscincia

    como objetos conceituais ns lhes damos nomes e fazemos sobre elas operaes3

    mentais e prticas.De acordo com a matriz de pensamento dita ocidental, pensar racionalmente

    desviar-se das idias vagas, dos conceitos fluidos, abandonando tudo isso a umafamlia de disciplinas mal separadas ainda da filosofia-me que as engendrou e quese classifica sob o nome impreciso de cincias humanas ou cincias sociais 4. Ascincias do impreciso aquelas, segundo Moles, dentro do domnio das cincias emvias de se fazer estabelecem seu procedimento sobre a construo de umaevidncia, caracterizada pelo fato de que elas consideram o objetode sua descriocomo um dado fenomenolgico 5, cuja forma emerge dentro do esprito porprocessos de naturezas diversas. Este objeto, para a Museologia, o Museu.

    No h nada de teleolgico na existncia dos museus. O desenvolvimento da

    noo de Museu acompanha historicamente o desenvolvimento humano, de acordocom as diversas sociedades. No entanto, para que se possa ter clara esta abordagemsobre a histria dos museus, ainda preciso partir de sua verdadeira origemfenomnica. Abordarei aqui o conjunto de transformaes que contriburam para amudana de tal conceito. Transformaes estas que talvez pudessem dizer respeito auma verdadeira revoluo na forma de se pensar o Museu na atualidade. Defendo,porm, que esta deve ser tratada no sentido conferido ao termo revoluo naantiguidade, aquele que, segundo o emprego astronmico de Coprnico, designava o

    1MOLES, Abraham A. As cincias do impreciso.Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1995.2

    Ibidem, p.15.3Ibidem, loc. cit.4Ibidem, p.17.5Ibidem, p.109. (grifos do autor)

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    movimento sistemtico e cclico das estrelas6, referente completude de umadeterminada rbita no revolver em torno de um eixo, ou seja, ela diz respeito a umaverdadeira reviso da noo de Museu, em sua origem e essncia. Em outraspalavras, no se trata aqui do fim definitivo de uma velha ordem, pois o Museu nuncadeixou de ser um fenmeno intrinsecamente humano, nunca perdeu sua vida epotncia, nunca deixou de fluir livremente. No entanto, no momento em que passa aser percebido verdadeiramente como fenmeno intrnseco ao indivduo humano, quese faz nascer a cincia que o acolhe.

    1. Museu

    1.1 Encantamento

    Sabe-se que os museus no sentido clssico atribudo ao termo pela matrizeuropia de pensamento chegam ao curso dos sculos XVII e XVIII tendo queresponder, pela primeira vez, a questes sociais7. A sociedade comea a questionarse esse suposto museu deveria desempenhar um papel a seu servio. A abertura do

    Louvre, em 1793, traz uma mudana radical na concepo de pblico, ao abrir asportas, pela primeira vez para a entrada das massas populares ao antigo palcio real.Os 125 anos que se seguem abertura do Louvre representam, na Europa, o perodode uma criao explosiva de novos museus, inclusive o aparecimento de novosmodelos conceituais que se diferenciam do museu tradicional ortodoxo. A primeiragrande mudana foi de ordem espacial. A idia de se criar num parque ao ar livre umtipo especial de museu, foi proposta pela primeira vez ainda em 1790, pelo cientistasuo Charles de Bonstetten. Mas somente a partir do final do sculo XIX que osmuseus a cu aberto passam a ser criados na Escandinvia. Os primeiros secaracterizavam como museus populares (folk museums8), e a nfase estava naapresentao de objetos pertencentes aos trabalhadores locais e s classescamponesas. Artur Hazelius, sueco dedicado ao trabalho com museus, cria em 1872 o

    primeiro Folk Museumda Europa, o Nordiska Museet, em Estocolmo9

    . Desde o incio,Hazelius planejou o museu como um parque popular, que atrairia o pblico geral emuma escala jamais alcanada pelos museus tradicionais. A visita ao museu a cuaberto adquire importncia na medida em que combina a experincia educacional coma recreativa: ali o pblico podia adicionar visita ao museu um passeio ao ar livre nosbosques que o permeavam.

    O que se percebe a partir de ento que cada vez mais nos museus dosltimos dois sculos, a coleo, como principal objeto, d lugar s experinciashumanas no espao musealizado. , portanto, nestes novos modelos que ir seexpressar a mudana de sentido pela qual passa o Museu que antes era orientadopara o objeto e agora se volta para a sociedade, caracterizando o que algunschamaram de museu social 10. No demoraria para que mais alguns passos

    fossem dados e se chegasse, inevitavelmente, ao modelo do ecomuseu. SegundoJean Clair11, o ecomuseu prolonga e refora as diversas formas de atividademuseolgica, acrescentando-lhes uma abertura original nunca vista antes. O Museu semanifesta na prpria comunidade, que passa a ser ela mesma o museu manifestadoatravs das relaes que esta estabelece com o real, preservando a memria, osvalores e as experincias de forma integral e democrtica.

    6ARENDT, Hannah. Da Revoluo.So Paulo: tica, 1990. p.35.7SCHEINER, T. C.. As bases ontolgicas do Museu e da Museologia. In: ANNUAL REGIONAL ICOFOM MEETINGFOR LATIN AMERICA AND THE CARIBBEAN ICOFOM LAM (08). Coro, Venezuela. 28 nov. / 04 dic. 1999.Museologa, Filosofa y Identidad en Amrica Latina y el Caribe. Org. and edited by Ana Mara Reyes y NellyDecarolis. Passim.8

    ULDALL, Kai. Open Air Museums. In: Museum.p.68-102. Japanese museums. vol.10. N1, 1957.9CLAIR, Jean. As origens da noo de ecomuseu. In: Cracap Informations, no. 2-3, 1976. p.2-4.10SCHEINER, T. C.. Op. cit. p.150.11Ibidem, loc. cit.

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    A dcada de 1970, na Frana, marca o pensamento museolgico com adisseminao excessiva das idias que provinham da Ecologia, numa correnteideolgica que tentava englobar o museu. Com o desenvolvimento dos parquesnaturais e, mais tarde, a experincia ecomuseolgica na comunidade urbana doCreusot-Montceau-Les-Mines, cada vez mais se faz presente a formao de umaNova Museologia, como um fenmeno histrico que se formou objetivamente. Ela aexpresso de uma mudana prtica no papel social do Museu. tambm umaestruturao de valores, ou seja, qualquer coisa de mais subjetivo. Para Maure12, ela a expresso de uma ideologia especfica. uma filosofia e um estado de esprito quecaracterizam e orientam o trabalho de certos muselogos. Instaurada como paradigmados anos 1980, definida pela maioria dos seus adeptos como uma Museologia deao, ela refletia uma insatisfao com o posicionamento dos museus diante dassociedades. O novo Museu proposto se coloca como um fenmeno social, ampliandoa sua ao que no se restringe mais esfera da preservao da cultura, mas setorna, igualmente, gerador de conhecimento, influenciando, de forma positiva, odesenvolvimento social 13.

    1.2 Desmistificao

    O processo evolutivo que levou formao de uma ideologia do Museu e dopensamento museolgico chamada de Nova Museologia, j se desenvolvia desde ofinal do sculo XIX e teve seu pice cem anos depois, tomando a forma de ummovimento organizado no mbito de uma novaproposta terica e prtica. H a umamudana de atitude que faz com que os museus deixem de olhar apenas para dentrode suas colees e passem a ver o que est do lado de fora: as pessoas. Desenvolve-se, pois, um verdadeiro servio pblico centrado na educao das comunidades. Noentanto, esta nova postura do Museu est baldada em mudanas prticas diversas,que se fizeram perceber em todos os nveis de sua ao e nas mais variadascategorias atravs das quais este se manifestou nas ltimas dcadas.

    Embora j existissem antes e tenham se desenvolvido principalmente naEuropa no decorrer do sculo XIX, em meados do sculo XX, no ps-guerra, queganham importncia os museus locais em todo o mundo. O papel social dos museusse define partindo do propsito de reerguer as sociedades devastadas pela guerra14.Neste momento, destacam-se no apenas os grandes museus das metrpoles, mastodos os pequenos museus voltados para comunidades menores e dedicados preservao do patrimnio de um territrio limitado. Diversos e complexos, estesmuseus sofriam com a falta de recursos e estavam sujeitos a problemas comunshoje nos ecomuseus tais como recorrentes disputas de poder e o controle por partedas autoridades locais. , por outro lado, como uma evoluo dos museus tradicionaisnos Estados Unidos, que se desenvolvem nos guetos os neighborhood museums museus de vizinhana cujas funes tradicionais passam a estar voltadas para a

    vida das pessoas da vizinhana, de forma que expliquem quem elas so, de ondevm, o que conquistaram, quais so seus valores e suas necessidades15. Aapresentao da histria num museu de vizinhana deve ser inovadora e relevante,para ajudar aos moradores a encontrar seu lugar nela. O museu se colocar comocentro da vida daquele espao delimitado e deve se fazer consciente de todos os seusaspectos. Nestes museus desenvolvidos principalmente na dcada de 1960, o

    12MAURE, Marc. A Nova Museologia: o que ?In: [ANNUAL CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL COMMITTEEFOR MUSEOLOGY/ICOFOM (17)]. SymposiumMuseum and Community II.Stavanger, Noruega, jul. 1995.13SCHEINER, T. C. Musologie et philosophie du changement. In: STUDY SERIES, Paris, ICOM, n.8, 2000. p.22.14 neste perodo que so criados a UNESCO e o ICOM. Em 1947, na Segunda Conferncia Geral da UNESCO, noMxico, afirma-se que todos os tipos de museus podem exercer grande influncia na vida social. no perodo ps-

    guerra na Europa que se funda uma perspectiva da funo social que seria reafirmada e ganharia fora na AmricaLatina a partir da dcada de 1970.15KINARD, John R. & NIGHBERT, Esther. The Anacostia Neighborhood Museum, Smithsonian Institution, Washington,D.C. Museum. vol. XXIV, n2. 1972. The fine arts museum of Expo70, Osaka.p.103.

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    comprometimento social j se revelava como uma Museologia comunitria, que tinhacomo centro de suas atividades um museu tradicional em sua essncia.

    tambm nos Estados Unidos, com a proposta de renovar para educar, que sepode compreender a evoluo dos Childrens Museums, que se desenvolveramdurante todo o sculo XX. Os museus para crianas no esto voltadosprioritariamente preservao de colees materiais quando as possuem ; seuobjetivo evocar alguns tipos de experincias com o pblico jovem16. Eles constituemum ldico espao de ensaio com o propsito de introduzir as crianas cultura a qualesto destinadas, e cultivar nelas a visita ao museu como hbito cultural. Nunca houvedvida para estes museus que a sua funo era a de ensinar, dando subsdios para apassagem das crianas vida adulta. Este modelo o primeiro a privilegiar aeducao, e com ele que se descobre que, no ambiente do museu, educador eeducando podem ser posies cambiantes: para atrair o pblico infantil o Museuprecisou se reinventar, aprendeu uma nova linguagem para poder ensinar.

    O experimentar vence a batalha contra o contemplar que tambm nodeixa de constituir uma face da experincia no novo museu que nasce a partir dasnovas formas que se apresentam, principalmente ao longo do sculo XX. E o

    nascimento dos museus exploratrios que coroa esta (r)evoluo. Embora algunsmuseus de cincia e tecnologia17, alm de alguns dos Childrens Museums, jutilizassem o recurso das exposies interativas e as tcnicas de demonstrao, esteseram mais simplistas e estavam centrados na indstria e na tecnologia, em vez depriorizarem o ensino das cincias. com o Exploratoriumde So Francisco, criadopelo fsico e educador Frank Oppenheimer em setembro de 1969, que surgeverdadeiramente uma nova forma de se ensinar as cincias e, acompanhando-a, umanova maneira de se conceber o Museu.

    Em vez de tentar apresentar todos os aspectos da cincia e da tecnologia comrecursos limitados, Oppenheimer traa o curso do Exploratoriumpriorizando a fsica,as percepes humanas e as cincias como arte, num ambiente que promove oaprendizado de forma ldica. A base filosfica do museu criado por ele a descoberta.

    A idia era criar uma fonte de fascnio pelo aprender como jamais se viu, facilitando oensino tradicional em todos os seus nveis18. Em vez de simplesmente exibir materiaiso museu d ao visitante a oportunidade de reagir a eles, explor-los e manipul-los.Quando percepo e arte so combinadas, o resultado uma experincia libertadora.As vitrines praticamente inexistem no Exploratorium; no h guardas ou sinais de notocar. Os visitantes participam da construo da experincia: interagem de variadasformas, manuseiam, escutam, vem, escolhem que caminho percorrer. A missoprincipal, idealizada por Oppenheimer, tornar o mundo compreensvel e divertidopara o pblico19. O atelier do museu encontra-se em espao aberto para que odesenvolvimento dos prottipos esteja vista de todos. No h segredos guardados, ano ser aqueles que o visitante ir descobrir dentro de si mesmo, com a suapercepo do real a partir das experincias propostas pelo museu. A valorizao das

    experincias e vivncias trazidas para dentro do museu por cada um que chega,permite que todos se tornem professores em algum momento. Formal ou casual, aeducao no museu, como se deu no Exploratorium de Oppenheimer, se faz peloprprio indivduo que se torna, simultaneamente, educando e educador.

    Pouco a pouco, as novas experincias na Museologia passam a ter comocaracterstica a forma pela qual as instituies se relacionam com a populao a que oMuseu destinado. Pode-se dizer que, nestas instituies, o antigo "corao" doMuseu a coleo foi colocado na periferia do sistema para ser substitudo pelo

    16HEIN, Hilde S. The museum in transition.A philosophical perspective. Washington: Smithsonian Books, 2000. p.33.17Entre eles, o Museum of Science and Industry em Chicago, o Franklin Institute Science Museum na Filadlfia, e o

    Califonia Museum of Science and Industry em Los Angeles. DANILOV, Victor J. The Exploratorium of San Franciscotwenty years later. Museum. Museum at forty.N163. vol. XLI. N3. 1989. p.156.18Ibidem, loc. cit.19Ibidem, p.159.

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    humano, a quem o Museu est destinado. O seu novo e mais verdadeiro coraopassa a ser as relaeshumanas com o real e as dinmicas que da resultam.

    2. O fenmeno instaurado

    Foi sobretudo na Europa central, que certos acadmicos comearam aprivilegiar uma viso mais ampla e mais terica da Museologia. Nos anos de 1980,com a primeira publicao que pretendia discutir a Museologia de forma aberta edemocrtica para criar um verdadeiro frum de debate no campo que se inauguravacomo tal, Vino!Sofka o primeiro a levantar abertamente a questo: Museologia,cincia ou apenas trabalho prtico do Museu?, sendo este o tema do primeiro volumedo que foi chamado de Museological Working Papers MuWoP20. Na tentativa deresponder pergunta, entre os pensadores que apresentaram suas idias nestemomento inicial de debates, Anna Gregorov quem d o primeiro grande passonesta discusso:

    Je considere la musologie (non seulement pour sa terminaisonlogie) comme une discipline scientifique en voie de formation, dontlobjet est ltude du rapport spcifique homme-ralit,et ce danstous les contextes dans lesquels il sest manifest et se manifesteconcrtement.21

    Para a autora, as colees dos museus no poderiam ser o objeto daMuseologia, se j so objeto de estudo de outras disciplinas cientficas, aplicadasmesmo em instituies alm do museu. O museu, nesta concepo, tambm nopoderia constituir o objeto da Museologia. Desta forma, o prprio conceito de Museuentra em crise. Para a autora, o objeto da Museologia no podia ser um prdio, umainstituio, uma construo arquitetnica repleta de colees j estudadas por outrascincias. Gregorov tenta definir a Museologia como disciplina independente com seuobjeto de estudo prprio. Este objeto de estudo , ao mesmo tempo um aspecto da

    existncia material do mundo e de suas relaes e fenmenos.A partir, ento, das idias estabelecidas por Gregorov, Strnsk" quem

    afirma, rompendo com o paradigma do museu instituio, que o Museu possuidor deum carter fenomnico e que Museologia, museografia, Teoria dos museus,Musestico, so termos que reportam ao fenmeno museu22. Ele lembra que ateoria em si no cincia, e que a Museologia ainda chega contemporaneidadetendo que lutar por um espao entre as cincias. Strnsk", segundo Gob & Drouguet,desejou fundar uma meta-museologia 23, uma teoria da teoria da Museologia, que seinserisse na teoria do conhecimento. O que ele fundava, porm, era a Museologiacomo uma cincia embrionria, inserindo-a, finalmente, na epistme contempornea.Dentro do pensamento de Strnsk" o objeto da Museologia no podia mais ser omuseu como ele vinha sendo entendido at aquele momento, mas a musealidade,que seria o produto de uma relao especfica do humano com a realidade, de uma talnatureza imaterial contida apenas nesta relao; especfica, pois ela depende de uma

    20Documentos de Trabalho em Museologia.21 Eu considero a museologia (no somente por sua terminao logia) como uma disciplina cientfica em via deformao, na qual o objeto o estudo da relao especfica homem-realidade,e isso em todos os contextos nosquais ela manifestada e se manifesta concretamente. (traduo nossa) GREGOROV, Anna. In: MUWOP:Museological Working Papers/DOTRAM: Documents de Travail en Musologie. Museology Science or justpractical museum work? Stockholm: ICOM, International Committee for Museology/ICOFOM; Museum of NationalAntiquities, v. 1, 1980. Org. and edited by Vinos Sofka. Assisted by Andreas Grote and Awraam M. Razgon. Printingand binding by Departments offset central, Stockholm, Sweden. p.19. (grifos da autora)22STRNSK#, Z. Z. In: MUWOP: Museological Working Papers/DOTRAM: Documents de Travail en Musologie.Museology Science or just practical museum work? Stockholm: ICOM, International Committee for

    Museology/ICOFOM; Museum of National Antiquities, v. 1, 1980. Org. and edited by Vino!Sofka. Assisted by AndreasGrote and Awraam M. Razgon. Printing and binding by Departments offset central, Stockholm, Sweden. p.43.23 GOB, Andr & DROUGUET, Nomie. La musologie. Histoire, dveloppements, enjeux actuels. Paris : ArmandColin, 2006. p.17.

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    idia de Museu at ento indita. Para Strnsk", o fenmeno museu, levando emconta os processos de formao da cultura humana, tem hoje o seu lugar nasociedade e tambm sua misso especfica. E o termo Museologia, ou teoria demuseu, est, portanto, orientado em direo ao fenmeno museu.

    As discusses iniciais no mbito da recm-criada teoria museolgica,inauguravam o que hoje podemos perceber desabrochar como uma fenomenologia doMuseu. A partir da publicao do segundo e ltimo nmero24 dos MuWoP que sepropunha a discutir o tema Museologia e interdisciplinaridade, plantada a sementede uma teoria museolgica de base essencialmente filosfica; e a comunidademuseolgica internacional se depara pela primeira vez com uma forma especfica depensar o Museu e a Museologia, em grande parte expressa pelos pensadores do lesteeuropeu. Segundo Cervolo, a utilizao do que a autora chama de um lxico deBrno 25 no permite a total compreenso para aqueles que a este desconhecem.Termos como musealidade, musestico, musealium, entre outros, no eramutilizados no Ocidente, e no apresentavam correlatos na lngua inglesa. Acusados detratar de uma teoria filosfica do Museu ministrada apenas na Universidade de J. E.Purkyne, em Brno, estes tericos de fato se referiam s mudanas que se davam nos

    museus em todo o mundo, e estabeleciam o que viria a ser, nas prximas dcadas, osfundamentos bsicos da teoria museolgica.Assim, pensar uma fenomenologia do Museu significa pens-lo em movimento,

    em um constante processo de atualizao de si mesmo, pois assim que se comportao fenmeno. Este um processo que acompanha a transformao do prprioindivduo humano, pois a ele que o Museu diz respeito. Segundo a fenomenologia deHegel, por exemplo, o movimento de que falamos no outra coisa seno ummovimento de percepo, no qual ambos os lados percebente e percebido so,ao mesmo tempo, um s e indistinto 26. O fenmeno, portanto, totalidade do aparecer, a mudana mesma, ou tem a mudana como essncia, e acaba funcionando quasecomo espelho, no qual percebido e percebente se vem refletidos um no outro, nomundo supra-sensvel.

    2.1 A experincia museolgica

    Os fenmenos constituem o real como o experimentamos, ao contrrio decomo ele existe independente de nossas experincias (as coisas-em-si). Desta forma,temos na fenomenologia a busca pela compreenso do prprio processo dasexperincias humanas, ou seja, da relao humano-realidade, que no Museu se datravs do que chamarei de experincia museolgica.

    Em Hegel, a experincia o movimento dialtico que a conscincia exercita emsi mesma, tanto em seu saber como em seu objeto, enquanto dele surge o novoobjeto verdadeiro para a conscincia 27. Neste processo, Hegel ainda explica que, apartir do verdadeiro, fica determinado para a conscincia como que o seu perceber

    est constitudo, ou seja, no se trata de um puro apreender simples, mas em ser seuapreender ao mesmo tempo refletido em si a partir do verdadeiro 28. Em outraspalavras, a percepo do real pelo indivduo humano implica a percepo de si mesmoinserido neste real percebido. Esta relao que constitui a experincia determinadapelo prprio agente que experimenta.

    A experincia museolgica est intrinsecamente presente no indivduo e definida por um conjunto de subjetividades que caracteriza esta relao especfica do

    24 Os MuWoP/DoTraM, idealizados e desenvolvidos por Vino! Sofka e Jan Jelinek, so publicados apenas at osegundo nmero devido falta de subveno para sua publicao, e as discusses tericas iniciadas, ganham cenanovamente nos ICOFOM Study Series (ISS) que os procederam.25CERVOLO, Suely Moraes. Da palavra ao termo um caminho para compreender a museologia.So Paulo:

    Universidade de So Paulo/Escola de Comunicao e artes. 2004. p.124.26HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do Esprito.Petrpolis, RJ: Vozes, 2007. p.111.27Ibidem, p.80.28Ibidem, p.100. (grifos do autor)

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    humano com o real. No se trata, porm, da noo de fato museolgico desenvolvidapor Waldisa Rssio29nos anos 1980, pois este, derivado do fato social pensado naSociologia por Durkheim30 e Mauss, previa o museu apenas como espaoinstitucionalizado, e a relao se limitava ao cenrio da instituio. Se o conceito defato social e o de fato museolgico que o sucedeu implica algo absolutamentecoletivo que se d no seio da sociedade, podendo at mesmo se opor s vontadesindividuais, a experincia museolgica diz respeito a algo de natureza diferenciada, auma relao totalmente espontnea que se inicia no indivduo humano e somente apartir de ento pode passar a constituir estruturas coletivas. E se quisermos relacion-la com algum conceito da Sociologia, talvez o mais adequado fosse aquele,desenvolvido por Bourdieu31, do habitus, como um sistema de dispositivos durveis,estruturas estruturadas predispostas a funcionarem como estruturas estruturantes. Ohabitus de Bourdieu representa, segundo o autor, um conjunto de regrascoletivamente orquestradas, sem que estas sejam o produto de um chefe deorquestra. Produto da histria, o habitusse constitui como um conjunto de prticas quese do individual e coletivamente32. Ou seja, como afirma o prprio Bourdieu, o habitusgarante a existncia de experincias passadas que foram depositadas na forma de

    esquemas de percepo, de pensamento e de ao, que iro assegurar umaconstante atravs do tempo.Produtora de musealidade, a experincia museolgica tem como base o

    conceito, originrio das teorias do inconsciente e da idia de um fluxo mental formadodurante a existncia do indivduo, de Museu Interior33, que seria considerado osubsidirio de todos os outros museus criados pelo ser humano. No se trata,portanto, de uma ao apenas individual; ela se d individualmente, mas estcompletamente atrelada ao coletivo. Jung prope a hiptese de que o inconsciente,em seus nveis mais profundos, possui contedos coletivos em estado relativamenteativo, o que ele designou por inconsciente coletivo34. Da mesma forma que o indivduono apenas um ser singular e separado, mas tambm um ser social, a psiquehumana no deve ser vista como algo isolado e totalmente individual.

    Nada disso metafsico. Desde o Iluminismo, e a proposta de se superar aantiga cultura da curiosidade no museu, substituindo-a pela experincia do mundo sobsua forma organizada35; e, mais tarde, com o Exploratorium, os museus exploratriosem geral, os museus a cu aberto, e, finalmente, os ecomuseus, comprovou-se que oMuseu deve estar comprometido e envolvido com a experincia do pblico. Ele nofaz referncia s experincias resultantes das relaes humanas com o real, pois ele a experincia em sua essncia ou no seria um fenmeno. E de fato nunca deixoude ser. No so os aparatos interativos que fazem do Museu uma experinciahumana, um fenmeno; estes apenas evidenciaram o que j existia. Pois aexperincia sempre esteve ali, fosse ela semitica, filosfica, contemplativa, cientficaou inconsciente. Esta inerente ao humano desde muito antes do Mouseion deAlexandria, das musas e do templo36. O que sempre esteve no centro de qualquer

    29RSSIO (1984 apud CERVOLO, 2004).30O fato social, como define Durkheim, se refere a todos os fenmenos que se passam no interior da sociedade; umsentimento coletivo que no exprime apenas aquilo que existe de comum entre todos os sentimentos individuais, mas uma outra coisa, uma resultante da vida comum, um produto das aes e reaes que se do entre as conscinciasindividuais, uma vertente de energia especial que se deve precisamente sua origem coletiva. Segundo ele, setodos os coraes vibram em uni som, no significa uma concordncia espontnea entre indivduos, mas amanifestao de um fato social. DURKHEIM, mile. Les rgles de la mthode sociologique.Chicoutimi: Universitdu Qubec, 1894.31BOURDIEU, Pierre. Le sens pratique.Paris: ditions de Minuit, 1980. passim.32Ibidem.33Modelo conceitual de museu com base na psicanlise. Museu que guarda todas as lembranas, vivncias e oselementos inconscientes de cada indivduo. O museu interior atua tanto no que se refere psique pessoal quanto coletiva, ou seja, tambm se d na relao indivduo-sociedade.34JUNG, C. G. O Eu e o Inconsciente.Petrpolis, RJ: Vozes, 2007. p.13.35

    SCHAER, Roland. Linvention des muses.Paris: Gallimard / Runion des muses nationaux, 2007. p.33.36SCHEINER, T. M. Apolo e Dionsio no templo das musas Museu: gnese, idia e representaes na culturaocidental. 1998. Dissertao(Mestrado em comunicao) Programa de Ps-Graduao em Comunicao e Cultura.Universidade Federal do Rio de Janeiro/ECO, Rio de Janeiro, 1998.passim.

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    concepo do Museu a relao. Relao entre o humano e as coisas do mundo;entre ele e seus semelhantes; entre ele e seu inconsciente, no dilogo mais profundoque o Museu pode promover.

    Experincias, diferentemente de coisas, no so colecionveis, mas sotransitrias e elusivas, estritamente localizadas, no no tempo ou no espao, mas noindivduo humano somente. A realidade experimental fenomenologicamentedivorciada de suas causas e conseqncias37. A experincia est no aqui e no agora.A visita ao museu nos catapulta para novos mundos, para formas alternativas de sepensar e sentir. Segundo Hein, os museus seriam, assim, avenidas que nos conduzempara fora de ns mesmos, mas ao mesmo tempo nos levam a mergulhar para dentrode nossa mais ntima realidade. Os museus atuam poderosamente nas subjetividades,permitindo o dilogo entre as diferenas, tornando possvel o confronto entrediferentes vises de mundo. evidente que a subjetividade, como base de todaexperincia, deve ocupar um lugar proeminente na experincia museolgica38. Acapacidade do Museu de produzir experincia em vez de confirmar a realidade celebrada como sua raison dtre. E para verdadeiramente ser entendido, passa a sernecessrio o conhecimento de seus usurios, mais do que de seu contedo.

    A mudana atual diz respeito a uma nova percepo dos objetos pelosmuseus, que agora os utilizam com o propsito claro de promover a experinciasubjetiva. Desta mudana resulta, como explica Hein, uma nova atitude museolgica,mais propcia a gerar perguntas do que respostas39, confrontando-se, por isso, comdesafios metafsicos o que o objeto? e com questes epistemolgicas o que a verdade? O que isso? se revela como uma pergunta incompleta e exaustiva.Chega-se, pois, de uma ontologia a uma fenomenologia do Museu, no momento emque o foco passa das coisas para a experincia.

    Nasce um Novo Museu, que novo por ter superado grande parte dosparadigmas que o mantinham como estabelecimento restritivo e elitista.

    A nova concepo do Museu nos leva diretamente a uma Museologia que temo humano como objeto e que est sujeita a toda complexidade do real. Estas cincias

    se comportam como formas de perceber o humano na medida em que ele vive, emque fala, em que produz%*e em que experimenta o mundo, e, por isso, ainda se vemem projeto. Como nos ensinou Foucault, estas cincias estudam o ser humano comoforma viva que v abrir-se um espao cujas coordenadas mveis ele articula em simesmo%!. Trata-se, assim, de uma epistemologia do impreciso, com base noschamados conceitos fluidos ou imprecisos%# (fuzzy concepts), que permanecendoperfeitamente operacionais no nvel do pensamento e da criao, possuem definiesbastante vagas e que no til que sejam precisados abusivamente, pois umadefinio demasiado estreita e rgida esvazia o seu valor heurstico. As ditas cinciasdo impreciso tratam de saber como o ser pensa imediatamente sem que tenharecorrido fora opressora do raciocnio %$, e, certamente, pagando essa liberdadecom o risco permanente de erro. Mas como possvel ser completamente precisoquanto se trata do humano em sua complexidade? O ser humano, afirma Moles, no um ser racional e a razo no basta para dar conta da totalidade de fatos e atos denossa vida%%. No h um nico prisma que d conta de analisar o humano sem apelarpara as fronteiras tnues onde h o encontro de cincias distintas. Se a natureza daexperincia museolgica de fronteira e mesclada pelas mais variadas formas depensamento, assim tambm deve ser a cincia que a abarca.

    37HEIN, Hilde S. The museum in transition.A philosophical perspective. Washington: Smithsonian Books, 2000. p.7.38Ibidem, p.X.39Ibidem, p.6.40FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas.So Paulo: Martins Fontes, 2007. p.485.41

    Ibidem, loc. cit.42ZADEH (1965, apud MOLES 1995).43MOLES, Abraham A. As cincias do impreciso.Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1995. p.113.44Ibidem, p.31.

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