Budismo

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Budismo Lou Andreas Sampaio Oliveira Dantas Atividade realizada por Lou-Andreas Sampaio – aluna do 8ºB do curso de Direito da como forma de avaliação para a disciplina Estudos Culturais, ministrada pelo prof. Jacques Gauthier. O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo. O Budismo é uma religião prática, devotada a condicionar a mente inserida em seu cotidiano, de maneira a levá-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. Por ser uma maneira de viver que extrai os mais altos benefícios da vida, é freqüentemente chamado de "Budismo Humanista". 1. O Karma e o Renascimento "Segundo as escrituras buddhistas, o criador do mundo que conhecemos não é senão a força resultante das nossas ações passadas ou carma. Todas as ações que realizamos produzem uma marca na mente, que influi na nossa evolução futura. Em resumo, a felicidade é sempre o resultado de uma atividade positiva e o sofrimento de uma atividade negativa." (Dalai Lama, citado por Tsering Paldrön em A Arte da Vida)

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Budismo

Lou Andreas Sampaio Oliveira Dantas

Atividade realizada por Lou-Andreas Sampaio – aluna do 8ºB do curso de Direito da como forma de avaliação para a disciplina Estudos Culturais, ministrada pelo prof. Jacques Gauthier.

O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos

ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da

vida e do universo.

O Budismo é uma religião prática, devotada a condicionar a mente inserida em

seu cotidiano, de maneira a levá-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e

liberdade perfeitas. Por ser uma maneira de viver que extrai os mais altos

benefícios da vida, é freqüentemente chamado de "Budismo Humanista".

1. O Karma e o Renascimento

"Segundo as escrituras buddhistas, o criador do mundo que conhecemos não é senão a força resultante das nossas ações passadas ou carma. Todas as ações que realizamos produzem uma marca na mente, que influi na nossa evolução futura. Em resumo, a felicidade é sempre o resultado de uma atividade positiva e o sofrimento de uma atividade negativa." (Dalai Lama, citado por Tsering Paldrön em A Arte da Vida)

 

De acordo com os princípios budistas, não existe o 'eu' ou 'alma'. O

renascimento acontece porque as ligações kármicas não foram quebradas e

ainda há energia para ser dissipada, como desejos e volição. Segundo o

budismo, não é a personalidade que renasce, mas sim as ações e seus frutos.

Em sânscrito, a palavra carma (páli kamma) significa ação motivada,

intencional, e se refere à causalidade, à interdependência entre todos as

causas e seus resultados ou conseqüências naturais. A volição é a inclinação

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mental para algo, presente em todo momento de consciência, seguida

imediatamente por uma ação no nível mental, verbal ou corporal.

A maneira mais utilizada se explicar o carma é a analogia de que estamos

colhendo no presente os frutos dos atos que cultivamos no passado. Nosso

futuro terá as conseqüências do que estamos fazendo agora; a cada instante

estamos plantando as sementes kármicas do nosso destino. O carma se

manifesta através de três portas: o corpo (a porta das ações), a fala (a porta

das palavras) e a mente (a porta dos pensamentos), sendo que esta última é

predominante. Essas portas podem ser hábeis (sânsc. e páli kusala) ou inábeis

(sânsc. e páli akusala), isto é, relativamente positivos ou negativos, benéficos

ou maléficos, úteis ou prejudiciais no processo de libertação, trazendo

respectivamente a felicidade e o sofrimento. Todos os seres que têm carma

semelhante terão uma visão comum do mundo em torno deles, e esse conjunto

de percepções que partilham é chamado de 'visão kármica'

Como resultado do carma, os seres sencientes são impulsionados para o

renascimento em um dos diversos níveis da existência cíclica. Basicamente, há

seis reinos (sânsc. gati) de renascimento: (1) deuses (sânsc. deva); (2)

semideuses, antideuses, deuses invejosos, demônios covardes ou titãs (sânsc.

asura); (3) seres humanos (sânsc. manushya); (4) animais (sânsc. tiryak,

tiryagyona); (5) fantasmas famintos ou espíritos carentes (sânsc. preta); e (6)

seres infernais (sânsc. naraka, nairayika).

Por surgirem de um carma extremamente negativo e por serem marcados por

grande sofrimento, os reinos dos animais, dos fantasmas famintos e dos seres

dos infernos são chamados de 'reinos inferiores'. Já os reinos dos seres

humanos, dos semideuses e dos deuses, por surgirem de um carma

relativamente positivo e por serem relativamente mais 'felizes', são chamados

de 'reinos superiores'.

"A mente é a fonte tanto do nosso sofrimento quanto da nossa felicidade. Pode ser usada de modo positivo para criar benefícios ou de modo negativo para criar malefícios. [...] Com a mesma certeza que a semente de uma planta venenosa produz frutos venenosos, ou uma planta medicinal cura, as ações maléficas produzem sofrimento e as ações benéficas, felicidade. Nossas ações viram causas, e dessas causas naturalmente vêm resultados. Tudo o que é colocado

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em movimento produz um movimento correspondente. Se você joga uma pedra numa lagoa, formam-se ondulações ou anéis que correm para fora, batem na margem e voltam. O mesmo se passa com o movimento dos pensamentos: ondulações correm para fora, ondulações retornam. Quando os resultados desses pensamentos chegam de volta, sentimo-nos vítimas indefesas: estávamos inocentemente vivendo nossa vida — por que todas essas coisas estão acontecendo conosco? O que acontece é que os anéis estão voltando para o centro. Isso é o carma. [...]

A mente comum é cheia de oscilações e turbulências. Se não há uma força que a controle e controle seus efeitos sobre o corpo e a fala, somos jogados para cima e para baixo, para frente e para trás: nossa realidade fica igual a um passeio da montanha russa. Na verdade, é mais parecida ao girar de uma roda. Pomos uma roda em movimento e, a cada vez que reagimos, damos um novo impulso nela, ficando presos em seu movimento perpétuo. Dessa forma, nossa experiência da realidade continua a girar em ciclos, com todas as suas variações, vida após vida. Assim é o interminável samsara, a existência cíclica. Não compreendemos que estamos vivendo resultados que nós mesmos criamos, e que nossas reações produzem ainda mais causas, mais resultados — incessantemente. [...]

O carma pode ser comparado a uma semente que, em condições adequadas, dará lugar a uma planta. Se você colocar na terra uma semente de cevada, pode ter certeza de que obterá um broto de cevada. A semente não vai produzir arroz. A mente é como um campo fértil — coisas de todos os tipos podem crescer nele. Quando plantamos uma semente — um ato, uma palavra ou um pensamento —, num dado momento, será produzido um fruto que irá amadurecer e cair por terra, perpetuando e incrementando sementes de causalidade potentes em nosso corpo, fala e mente. Quando se juntarem as condições adequadas para o amadurecimento do nosso carma, teremos que lidar com as conseqüências das coisas que plantamos." (Chagdud Tulku Rinpoche, Portões da Prática Budista)

2. O Ciclo de Samsara

Samsara é o ciclo das existências nas quais reinam o sofrimento e a frustração

engendrados pela ignorância e pelos conflitos emocionais que dela resultam. O

samsara compreende os três mundos superiores (deva, semideuses e seres

humanos) e os três inferiores (seres dos infernos, preta e animais), julgados

não por um valor, mas em função da intensidade de sofrimento.

Os budistas acreditam, em sua maioria, no samsara. Este, por sua vez, é

regido pelas leis do carma: a boa conduta produzirá bom carma e a má alma

produzirá carma maléfico. Assim como os hindus, os budistas interpretam o

samsara não-esclarecido como um estado de sofrimento. Só nos libertaremos

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do samsara se atingirmos o estado total de aceitação, visto que nós sofremos

por desejar coisas passageiras, e alcançarmos o nirvana ou a salvação.

3. Nirvana

Palavra de conhecimento mundial, mas cujos significados verdadeiros são

amplamente desconhecidos. Em sânscrito, 'Nir' é 'não', e 'vana' é 'cordão';

assim Nirvana pode ser traduzido como 'não estar preso', ou 'estar liberto' (da

tirania do ego, da ignorância, da ilusão e da dor). No budismo, o Nirvana é um

estado do ser, e não um lugar ou 'paraíso', e pode ser alcançado por todos que

renunciam ao 'eu' e ao apego. É um estado de paz e alegria sem limites. Algo

eterno, fora do sofrimento. Aquele que atinge o Nirvana não se arrepende do

passado nem se preocupa com o futuro; vive o momento presente e está livre

da ignorância, dos desejos egoístas, do ódio, da vaidade, do orgulho. Torna-se

um ser puro, meigo, cheio de Amor Universal, Compaixão, bondade, simpatia,

compreensão e tolerância. Presta serviço aos outros com a maior pureza, não

procura lucro, nem acumula coisa alguma, nem mesmo bens espirituais, pois

está liberto do desejo de vir a ser alguma coisa. Buda atingiu o Nirvana em

vida, aos 35 anos, quando a pessoa 'Gautama Siddhartha' morria para dar

lugar ao Iluminado. Segundo textos budistas, ele renasceu 547 vezes antes de

finalmente chegar lá.

1. É a meta do budismo.

2. É o apagar do fogo das paixões e a extinção do ego.

3. É não necessitar mais reencarnar.

4. É o que todo budista procura por toda vida, a paz absoluta.

5. É o que faz do homem comum um Buda.

6. É a iluminação.

7. É a extrema paz.

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REFERÊNCIAS

REVISTA ÉPOCA. Saiba tudo sobre o Budismo. Disponível em:

<http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT553084-1655-1,00.html>

Acesso em: 12.set 2010

BUDISMO. Wikipédia. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Budismo#O_ciclo_de_samsara> Acesso em: 12 set

2010

O que é o Budismo. Disponível em:

<http://hsingyun.dharmanet.com.br/buddhismo.htm> Acesso em: 12.set.2010