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1 Caderno de educação infantil O Trabalho com os Campos de Experiências e com as Linguagens 02

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CAPA

Caderno de educação infantil

O Trabalho com os Campos de Experiências e com as Linguagens02

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃOSECRETÁRIO: José Ramoniele R. dos Santos

DIRETORA DE FORMAÇÃO CONTINUADA: Tereza Cristina de Oliveira

FORMAÇÃO CONTINUADAAline de Oliveira França de SouzaEliana Correia Fogaça OikoEliene de Souza PaulinoMadalena Gomes BarretoTelma de FreitasVânia Conceição Ferreira

DIRETORA DA EDUCAÇÃO INFANTILSony Barbutti de Lima Baker

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSAlex de Oliveira FernandesCláudia Jacqueline Dourado C. AlvesSheila Mota Brandão

DIRETORA DA EDUCAÇÃO BÁSICA: Crélia Leite Madureira Ambires

DIRETORIA DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO: Márcia Martins Ramalho

APOIO ADMINISTRATIVOVera Lúcia MaiaMaria de Fátima Lélis Coelho

ORGANIZADORAS DO MATERIALAline de Oliveira França de SouzaMaria Elizete Campos

ENSINO FUNDAMENTALAnna Carolina Santos de OliveiraDalila de Macêdo MoraisHeranice de Freitas TorquatoLuciana Miranda López FantaguzziMaria da Conceição de OliveiraTatiane Maria Braga Nascimento Teixeira Juliana Oliveira Guilherme D. de Araújo

EDUCAÇÃO INFANTILAline de Oliveira França de SouzaDaisy Mary do Nascimento MarquesHeddy Estanil de Oliveira MarquesMaria Elizete Campos

PREFEITO: Carlos Magno de Moura SoaresVICE-PREFEITO: João Guedes Vieirawww.contagem.mg.gov.br

EDIÇÃO: Vilarejo ComunicaçãoPROJETO GRÁFICO: Marquélia DamacenoCAPA: Marquélia DamacenoFOTOS: Divulgaçãowww.vilarejocomunicacao.com.br

COORDENAÇÃO: Rudá RicciSECRETÁRIA: Juliana Velasco www.institutocultiva.com.br

COORDENADORA DE CONTEÚDO E METODOLOGIA:Franciele Alves da Silva

CONSULTORA PARA METODOLOGIA E CONTEÚDO DE FORMAÇÃO: Michele Castro

CONSULTORA PARA INSTALAÇÃO DAS COMUNIDA-DES EDUCADORAS: Sara AzevedoREVISÃO DE CONTEÚDO E APOIO TÉCNICO: Fabiana A. S. do Amaral

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FOLHA DE ROSTOCAPA

Caderno de educação infantil

O Trabalho com os Campos de Experiências e com as Linguagens02

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O TRABALHO ORGANIZADO ATRAVÉS DOS CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS E DAS LINGUAGENS

O QUE SÃO SABERES E CONHECIMENTOS E COMO SE RELACIONAM COM AS

A Educação Infantil em nosso país, nas últimas décadas, vem construindo uma nova concepção sobre como educar e como cuidar de crianças de zero a cinco anos em instituições educacionais. Essa concepção deve buscar romper com dois modos de atendimento fortemente marcados na história do atendimento desta etapa da educação: o assistencialista, que desconsidera a especificidade educativa das crianças, e o escolarizante, que se orienta, equivocadamente, por práticas do Ensino Fundamental.

O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. (Art. 3º das DCNEI).

Falamos em planejar, registrar, refletir e replanejar como uma postura contemporânea de educador, que percebe as crianças e acolhe suas propostas.Mas isso é suficiente no contexto de Educação Infantil?

O posicionamento em relação aos processos pedagógicos na Educação Infantil parte da concepção de que a construção de conhecimentos pelas crianças, que efetivam-se pela sua participação em diferentes práticas cotidianas nas quais se relacionam com outras crianças e com adultos através de múltiplas linguagens, experiências e interações. Considerando as formas pelas quais meninos e meninas aprendem, ou seja, convivendo, brincando, participando, explorando, comunicando e conhecendo-se, é fundamental garantir às crianças vivências que considerem as especificidades das crianças atendidas nesta etapa da Educação Básica, principalmente em relação as suas idades. A organização do trabalho pedagógico deve garantir uma visão plural de mundo que considerem as diversidades culturais, étnico-raciais, de gênero, de classe social, apoiando as peculiaridades das crianças com deficiência, com altas habilidades/superdotação e com transtornos de desenvolvimento.

EXPERIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

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O TRABALHO ORGANIZADO ATRAVÉS DOS CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS E DAS LINGUAGENS

Existem diversas nomenclaturas e definições para denominar e explicitar o que são “saberes” e o que são “conhecimentos”. Discutir a distinção entre conhecimentos e saberes aponta para uma reflexão sobre as relações de poder presentes nesses dois conceitos e as significações que assumem no uso que se faz desses termos. Etimologicamente, saber vem do latim, sapěre e significa ter sabor, saborear, discernir. A raiz sap- aponta para a ideia de diferenciar , de separar, de fazer escolhas. Saber significa então a capacidade do sujeito de tomar decisões, de agir. É da ordem do subjetivo, pois quem pensa, aprecia, avalia, decide, julga é o sujeito. Saber implica numa ação integradora, numa escolha intencional frente às situações. Os saberes estão presentes no dia a dia das instituições, comunidades, grupos familiares, etc. São responsáveis por importantes dimensões da formação dos sujeitos, mas muitas vezes são desconsiderados nos planejamentos realizados nas instituições.Por outro lado, conhecimento, etimologicamente significa ter notícia, ou noção de algo (latim cognoscěre), implica em ato, efeito ou atividade de conhecer. A palavra conhecimento está ligada ao radical gnō-.Esse radical aponta para a busca das propriedades, dos fenômenos, das entidades e das ações. É da ordem do objeto, da objetividade. Conhecer “é decifrar as relações e as regularidades daquilo que não é subjetivo”. (VEIGA-NETO ; NOGUERA , 2009, p. 5). Os conhecimentos são legitimados como aqueles conteúdos formais, historicamente construídos pela humanidade, sistematizados pela ciência. Nas instituições educacionais, eles são vivenciados de forma organizada e são previstos em programas, muitas vezes com horários predefinidos, sendo objeto constante de registro e observação.Relacionando saberes e conhecimentos observamos que, etimologicamente, apontam para duas dimensões, uma subjetiva ligada ao saberes e outra objetiva ligada aos conhecimentos. De acordo com Veiga-Neto e Noguera:Conhecimento diz respeito ao ato de conhecer realizado pela razão ou pela experiência, está ligado à cognição e à apropriação do objeto através do pensamento, enquanto o saber diz da sabedoria, da prudência e da moderação, está ligado à reflexão, à sensatez. Nesse sentido, o conhecimento não pode existir sem o saber. Conhecimento e saber não são opostos, mas sim complementares.Podemos dizer que os saberes têm precedência sobre os conhecimentos, os quais foram organizados a partir dos diversos saberes que vêm sendo construídos e acumulados pela humanidade ao longo dos anos. O campo dos saberes é amplo e abrangente. “O saber co-existe e pré-existe com a ciência” (VEIGA-NETO ; NOGUERA , 2009, p. 7), com o conhecimento.Historicamente, foi delegado à escola o papel de transmitir os conhecimentos formais às novas gerações. Em decorrência disso, foi construída uma “cultura escolar”, que conserva o mito de que os conhecimentos a serem privilegiados nas instituições devem ser aqueles ligados a determinadas ciências. Dessa forma, os saberes foram desprezados. Entretanto, hoje quando se modifica o papel da família e se ampliam as funções da escola em relação à formação humana dos sujeitos, faz-se necessário rever o currículo das instituições, incluindo conhecimentos e saberes, o objetivo e o subjetivo, o formal e o informal.É importante destacar que os saberes não devem ficar limitados ao currículo oculto, e sim integrados aos currículos das instituições de Educação Infantil de Contagem; podem e devem estar bem explícitos, na medida em que forem planejados, organizados, registrados e desenvolvidos. Assim, os saberes e conhecimentos vão articulando-se, entendendo queessa produção faz parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico da humanidade. Nesse sentido, as crianças poderão articular os saberes produzidos pela comunidade, de domínio popular e se apropriar do conhecimento mais sistematizado para produzir novas relações e novas significações. Por exemplo, em uma experiência de fazer um bolo com as crianças numa IEI, estão envolvidos saberes (modos de fazer, receita oral, medidas não convencionais, hábitos alimentares e de higiene próprios das culturas nas quais a profissional e as crianças estão inseridas) e também conhecimentos (a escrita da receita, quantidades e medidas convencionais, o valor nutritivo dos alimentos, as transformações da matéria, conhecimentos próprios da língua, da matemática, da nutrição e da química).(Discutindo o Currículo da Educação Infantil de Contagem, página 25-28)

Para atender a esses objetivos, devem ser criadas experiências de aprendizagem, ou seja, experiências concretas na vida cotidiana que levam à aprendizagem da cultura, pelo convívio no espaço coletivo, e à produção de narrativas, individuais e coletivas, por meio de diferentes linguagens, como colocam as DCNEI (Parecer CNE/CEB nº 20/09).As diversas possibilidades de experiências que as crianças podem usufruir, na unidade de Educação Infantil e citadas no parecer acima, não ocorrem de modo isolado ou fragmentadas, mas são promovidas por um conjunto de práticas que articulam com os saberes e os conhecimentos que as crianças já trazem.

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Refletir esse conjunto de práticas aponta a necessidade de se ter um currículo organizado e planejado intencionalmente, de forma a abarcar a integralidade do desenvolvimento das crianças. Nesse sentido, trazer para as instituições a diversidade de saberes que compõe a nossa realidade social se faz necessário, pois aprendemos e nos desenvolvemos em meio às experiências e às relações que estabelecemos com o mundo e com a cultura. Daí a proposta do arranjo curricular para a Educação Infantil se organizar em Campos de Experiências, conjuntos formados considerando alguns pontos de convergência entre os elementos que os orientam.Os Campos de Experiências incluem determinadas práticas sociais e culturais de uma comunidade e as múltiplas linguagens simbólicas que nelas estão presentes. Constituem-se como forma de organização curricular adequada a esse momento da educação da criança de até 5 anos, quando certos conhecimentos, trabalhados de modo interativo e lúdico, promovem a apropriação de conteúdos relevantes. Os campos potencializam experiências de distintas naturezas, dadas a relevância e a amplitude dos desafios que uma criança dessa faixa etária enfrenta em seu processo de viver, de compreender o mundo e a si mesma.Os Campos de Experiência colocam, no centro do projeto educativo, as interações, as brincadeiras, de onde emergem as observações, os questionamentos, as investigações e outras ações das crianças articuladas com as proposições trazidas pelos/as professores/as. Cada um deles oferece às crianças a oportunidade de interagir com pessoas, com objetos, com situações, atribuindo-lhes um sentido pessoal. Os conhecimentos elaborados, reconhecidos pelo/a professor/a como fruto das experiências das crianças, são por ele/a mediados para qualificar e para aprofundar as aprendizagens feitas.Na perspectiva da integração entre a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental, os campos de experiências – organização interdisciplinar, por excelência – fundamentam importantes processos das crianças que terão continuidade nas demais etapas da Educação Básica. Os campos de experiências não são nomeados como áreas de conhecimento, pois as aquisições ocorridas não são apontadas em termos de domínio de conceitos, mas como capacidades construídas pela participação da criança em situações significativas.

“A criança constrói conhecimentos ao interagir com objetos, pessoas, situações e acontecimentos, enfim, com o mundo e no mundo que a cerca, e o jogo e a brincadeira são formas privilegiadas de ela estabelecer interações (NICOLAU e DIAS, 2007:29).

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Diante deste contexto, considerando a criança como um ser histórico e social, devemos olhar para o lúdico como um precioso recurso, deixando, assim, a aprendizagem mais interessante e significativa, pois o brincar e o interagir faz parte do mundo infantil. Na convivência com o outro, no brincar, na participação, na exploração e na comunicação a criança tem a oportunidade de interagir consigo mesma e com o outro, desenvolvendo e criando novas formas de aprender. Cabe a cada um de nós romper com alguns paradigmas da infância, permitindo e favorecendo possibilidades da criança entender e vivenciar o mundo que a rodeia, por meio do seu olhar.A partir dos estudos para a construção da Base Nacional Curricular Comum, são apontados seis princípios para organizar o trabalho pedagógico com cada Campo de Experiência, garantindo as formas privilegiadas da criança aprender. São eles:

Em seu processo de desenvolvimento, o ser humano usa linguagens diversas para significar o mundo e interagir com outros sujeitos da cultura. Linguagens essas que dependem da função simbólica, capacidade de construir símbolos e signos, que permitem evocar ou tornar presente o que está ausente, possibilitando a separação do sujeito da situação imediata. Nesse sentido, é importante propiciarmos às crianças experiências que contribuam para o desenvolvimento da linguagem e do pensamento, de forma a se apropriarem da cultura e de produzi-la. Assim, vão se constituindo como sujeitos, na medida em podem dizer e deixar marcas, expressar, compartilhar e comunicar significados, potencializando sua imaginação, seus pensamentos, suas lógicas e sua capacidade de representação e simbolização.Para tanto, é necessário criar condições para que desenvolvam suas formas próprias de compartilhar significados e expressão, valorizando seu saber, produzido por meio de palavras, gestos, dramatizações, desenhos, produções expressivas, ou seja, as múltiplas linguagens que as crianças usam para se apropriar do mundo, bem como para produzi-lo e transformá-lo.

CONVIVER democraticamente, com outras crianças e adultos, com eles interagir, utilizando diferentes linguagens, e ampliar o conhecimento e o respeito em relação à natureza, à cultura, às singularidades e às diferenças entre as pessoas;

BRINCAR cotidianamente de diversas formas e com diferentes parceiros, interagindo com as culturas infantis, construindo conhecimentos e desenvolvendo sua imaginação, sua criatividade, suas capacidades emocionais, motoras, cognitivas e relacionais;

PARTICIPAR, com protagonismo, tanto no planejamento como na realização das atividades recorrentes da vida cotidiana, na escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo linguagens e elaborando conhecimentos;

EXPLORAR movimentos, gestos, sons, palavras, histórias, objetos, elementos da natureza e do ambiente urbano e do campo, interagindo com diferentes grupos e ampliando seus saberes e linguagens;

COMUNICAR, com diferentes linguagens, opiniões, sentimentos e desejos, pedidos de ajuda, narrativas de experiências, registros de vivências e de conhecimentos, ao mesmo tempo em que aprende a compreender o que os outros lhe comunicam;

CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento nas diversas interações e brincadeiras vivenciadas na instituição de Educação Infantil.

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“É por meio do desenvolvimento da linguagem que o ser humano pensa de forma mais complexa, categoriza, constrói conceitos, ou seja, é capaz de simbolizar. A linguagem, pensada como construção humana, como marcas que os homens criam para significar sua existência, expressão de sua cultura, possibilita-nos colocarmo-nos no mundo, compreendê-lo, produzir história, memória e atribuir significado à nossa existência. Ou seja, permite “compreender o mundo e produzir mundos: expressar sensações, ideias, sentimentos e compartilhar as produções pessoais com os demais, participando da vida coletiva.” (BRASIL, 2009b, p. 86).

A organização dos trabalhos através dos Campos de Experiências e das Linguagens deverá orientar o planejamento curricular das Instituições Educação Infantil, preservando as especificidades das crianças de 0 a 5 anos.Referindo-se ainda aos estudos realizados para a construção da Base Nacional Curricular Comum, destacamos cinco grandes eixos que se relacionam às linguagens que precisam ser trabalhadas na Educação Infantil. São eles:

As crianças estão se constituindo, na interação com outras crianças e adultos, como alguém com um modo próprio de agir, sentir e pensar. Elas são curiosas em relação ao entorno social. Conforme vivem suas primeiras experiências na coletividade, elaboram perguntas sobre si e os demais, aprendendo a se perceberem e a se colocarem no ponto de vista do outro, entendendo os sentimentos, os motivos, as ideias e o cotidiano dos demais parceiros. Conhecer outros grupos sociais, outros modos de vida através de narrativas, de contatos com outras culturas, amplia o modo de perceber o outro e desfaz estereótipos e preconceitos. Ao mesmo tempo em que participam das relações sociais e dos cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado.

Desde o nascimento, as crianças são atraídas e se apropriam da língua materna em situações comunicativas cotidianas com pessoas de diferentes idades com quem interagem em diversificadas situações. A gestualidade, o movimento exigido nas brincadeiras ou jogos corporais, a aquisição da linguagem verbal (oral e escrita), ou em libras, potencializam tanto a comunicação, quanto a organização do pensamento das crianças e sua participação na cultura. Na pequena infância a aquisição e o domínio da linguagem verbal estão vinculados à constituição do pensamento, à fruição literária, e também é um instrumento de apropriação dos demais conhecimentos.

O corpo no contato com o mundo é essencial na construção de sentidos pelas crianças, inclusive para as que possuem algum tipo de deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades/superdotação. Por meio do tato, do gesto, o deslocamento, do jogo, da marcha, dos saltos, as crianças expressam-se, percebem, interagem, emocionam-se, reconhecem sensações, brincam, habitam espaços e neles se localizam, construindo conhecimento de si e do mundo.

O EU, O OUTRO, O NÓS

ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO

CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS

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Em todas as experiências, as crianças expressam diferentes linguagens de acordo com princípios políticos, éticos e estéticos. Retomando a afirmativa de que o currículo é um conjunto de experiências, em Contagem, esta organização da Educação Infantil também acontece por Campos de Experiências.Cada campo foi delimitado a partir do mapeamento das experiências que são desenvolvidas com as crianças nas instituições do município. Os Campos de Experiências são: mundo natural, mundo social, linguagem oral, música e linguagem musical, arte e linguagem plástica e visual, linguagem escrita, matemática, cuidado e relações, brincar e brincadeiras e corpo e linguagem corporal. Abordaremos uma síntese desta organização:

Entendemos que a criança aprende brincando, interagindo com outras crianças da mesma idade e de idades diferentes, imitando, repetindo, explorando e experimentando e através dessas formas privilegiadas se apropriam do mundo, constroem conhecimentos e cultura.É nesse sentido que as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, orientam, em seu art. 9º, que “as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira.” (BRASIL, 2009a, p. 4). Desse modo, o brincar se situa no cerne de todas as experiências propiciadas às crianças da Educação Infantil, imprimindo um caráter lúdico ao trabalho que ali se desenvolve. Entretanto, além de reconhecê-lo como “linguagem mediadora”, destacamos, também, neste caderno, o brincar como um dos campos de experiências que devem necessariamente ser vivenciadas pelas crianças.Esse destaque se deve ao reconhecimento da sua importância como um campo específico de saberes e conhecimentos que se constituem em patrimônio cultural da humanidade e como vivência fundamental para o desenvolvimento do pensamento, da afetividade e da sociabilidade humanas. O brincar é, assim, aprendido social e culturalmente.Brincadeiras, como afirma Debortoli, são “conhecimentos plenos de história, dignos de serem aprendidos e ensinados” (DEBORTOLI, 2006, p. 85). Nessa perspectiva, a instituição de Educação Infantil – IEI - deve se constituir em espaço educativo que promove essa

As crianças são curiosas e buscam compreender o ambiente em que vivem, suas características, qualidades, os usos e a procedência de diferentes elementos com os quais entram em contato, explicando o “como”e o “porquê” das coisas, dos fenômenos da natureza e fatos da sociedade. Para tanto, em suas práticas cotidianas elas aprendem a observar, medir, quantificar, estabelecer comparações, criar explicações e registros, criando uma relação como meio ambiente, com a sustentabilidade do planeta, com os conhecimentos tradicionais e locais, além do patrimônio científico, ambiental e tecnológico.

As crianças constituem sua identidade pessoal e social nas interações com diversos atores sociais, durante as quais elas se apropriam e aprendem a se expressarem por meio de múltiplas linguagens no contato com manifestações culturais locais e de outros países. Por isso, é importante que desde bebê as crianças tenham oportunidades de explorar diferentes materiais, recursos tecnológicos e multimídia, realizando suas produções com gestos, sons, traços, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens, de modo singular, inventivo e prazeroso, desenvolvendo sua sensibilidade.

ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES

TRAÇOS, SONS, CORES E IMAGENS

O brincar e as brincadeiras

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aprendizagem, resgatando brincadeiras historicamente construídas na cultura, além de socializar novas brincadeiras produzidas e vivenciadas na atualidade pelas crianças. Ademais, o brincar é espaço de construção ética, estética e experiência essencial à formação humana, que possibilita a construção da sensibilidade e de valores como a solidariedade, a cooperação, o respeito. Esse espaço possibilita que seja desenvolvido um trabalho em que as crianças possam agir e pensar sobre o racismo, o preconceito, a cidadania e a vida. O brincar, nesse sentido, é reconhecido como um dos direitos das crianças no seu processo de humanização.A Educação Infantil de Contagem é construída em três aspectos: o educar, o cuidar e o brincar, entendo dessa forma que a criança se desenvolve e aprende na integralidade desse processo. Através do brincar a criança aprende, exercita suas novas habilidades, percebe coisas novas, lida com suas emoções, explora e pesquisa o que há de novo ao seu redor.Por meio do jogo, da brincadeira ou do brinquedo, pode ser observado o comportamento das crianças, suas condições físicas e mentais, características de sociabilidade em suas atitudes, reações e emoções. Nesse sentido, é necessário que esteja conectado as experiências das crianças considerando suas aspirações e interesses.Para Piaget (1971), a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais das crianças. A atividade lúdica fornece informações de suma importância a respeito da criança: emoções, forma como se relaciona com seus pares, nível linguístico, estágio de desenvolvimento, desempenho físico-motor, sua formação moral.

É necessário que as Instituições de Educação Infantil incorporem de maneira desarticulada as funções de educar e cuidar não mais diferenciado, mas incorporando-as de forma integrada. As Instituições de Educação Infantil devem tornar acessível essa prática a todas crianças indiscriminadamente de seu tipo de cultura. Educar significa propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de maneira integrada e que contribuem para o desenvolvimento da criança.Os atos de educação e cuidado devem ser considerados como situações privilegiadas de interação que envolvem afetos significando para a criança oportunidades de socialização e aprendizagem das formas culturais. É importante que os/as profissionais da Educação Infantil se coloquem como sujeitos sensíveis e abertos para a construção de laços afetivos, transmitindo-lhes segurança e carinho.Para educar é necessário que crie situações significativas de aprendizagem contribuindo assim para a construção da formação humana. Nas interações estabelecidas com o mundo, mediadas pelo outro, as crianças estão se descobrindo como sujeitos, percebendo a si mesmas como seres humanos, como pertencentes a diferentes grupos, diferentes meios.

Este campo de experiência, na Educação Infantil, se diz respeito a aspectos afetivos e socioculturais da formação humana. Trata do autoconhecimento, da auto-organização, do cuidado e do autocuidado, da relação entre o eu e o outro.As crianças necessitam conhecer e significar o mundo que as cercam, descobrindo como ocupar um lugar singular nele, construindo sua identidade e se diferenciando do outro. Isso se dará de forma processual, por meio de interações estabelecidas com os adultos e com outras crianças; através da imitação, da exploração, da experimentação, do brincar, da afetividade e dos cuidados básicos de saúde, alimentação, higiene e segurança.Nesse processo, a criança ainda depende do adulto para sua sobrevivência, vai estabelecendo

Educar

O cuidado e as relações

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um vínculo afetivo com quem cuida dela. Desta forma, o cuidado e as relações que os adultos estabelecem com as crianças serão mediadores do seu desenvolvimento. Esses cuidados são marcados por aspectos afetivos e sociais que possibilitarão a inserção dessa criança na cultura e ao mesmo tempo contribuirão para o seu autoconhecimento, o conhecimento do outro, o aprendizado do autocuidado, o conhecimento de seu corpo e a construção de sua identidade.Cuidar significa uma atitude à qual está associada a responsabilidade, o respeito e o conhecimento da criança. No cuidado humano, o mais importante, significa compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano.Cuidar-educar constitui como um processo de aprendizagem e desenvolvimento que assume a integralidade da criança como elemento fundamental. Esta relação se caracteriza por estar com uma criança, ou seja, o adulto cuida e interage com a criança, no mundo dela. Ambos são participantes num processo de descoberta e aprendizagem mútua.Para que a criança possa ter um desenvolvimento integral o cuidado depende tanto das relações que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos do seu corpo e de sua saúde. Envolvendo assim, os processos de afetividade, relacionais, biológicos, alimentares e concernentes à saúde.Em todas as dimensões do cuidar e do educar, é importante considerar a singularidade de cada criança como suas necessidades, desejos, queixas, bem como as suas dimensões familiares, sociais e culturais. Ao se relacionar, vivenciar, construir, refletir, aprender, discutir e ouvir, a criança se constitui como sujeito único, com sentimentos, atitudes, valores e posturas próprios; amplia suas relações e os conhecimentos sobre si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo que a cerca, tornando-se cada vez mais humana.Portanto, profissionais da Educação Infantil devem cuidar da criança como um indivíduo que está num contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo assim, sua singularidade, identificando suas necessidades e respeitando suas escolhas. Desta maneira, contribuindo para o processo de independência.

Este campo de experiência diz respeito à escuta, a apreciação, ao fazer musical. A música além de ser uma arte, é uma linguagem criada pelo homem para expressar sentimentos, emoções e pensamentos, ultrapassando os limites da palavra. É uma linguagem pois é uma forma de interação capaz de expressar o mundo interno do indivíduo.Enquanto linguagem a música é aprendida pelos sujeitos no contexto social e cultural onde se inserem e importante em qualquer sociedade.Para trabalhar música com as crianças é importante que as (os) professoras(res) conheçam as qualidades do som e o que torna um som diferente do outro.Ao combinarmos as diversas qualidades do som produzimos e reproduzimos músicas com melodias, ritmos, harmonias e andamentos diversos. Para integrar a música ao contexto das instituições, devemos refletir sobre o seu sentido para as crianças a partir da importância da expressão, criação e manifestação social da música. É preciso repensar as práticas das Instituições de Educação Infantil quando estas focam:

• memorização de versos;• imitação dos gestos ou modelos a serem reproduzidos;• cd’s que tocam como música de fundo e mais parecem poluição sonora do que objeto de

apreciação musical;• simples repetição automática que tem como objetivo condicionar os comportamentos

das crianças;• induzir ao consumo comercial e não proporcionar uma variedade estética.

Para não absorvermos a “monocultura musical”, as instituições devem selecionar aquilo que as crianças ouvem, ampliar a sensibilidade estética e o desenvolvimento da escuta. É importante

A música e a linguagem musical

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saber que a escuta requer silêncio e no trabalho pedagógico é preciso desenvolver nas crianças a capacidade de escutar os sons do entorno, da rua, da voz, do corpo, dos instrumentos musicais, das músicas, aprendendo, também a respeitar o silêncio, para que haja equilíbrio entre o som e o silêncio.Para possibilitar às crianças o fazer musical é fundamental colocá-las desde muito cedo em contato com instrumentos musicais como violão, flauta, piano, tambor, caixas de fósforo, latas de refrigerantes, tampinhas de garrafa, saquinho plástico, tubos de PVC entre outros, partindo da exploração de sons e da livre combinação de diversos materiais. Com tantas fontes sonoras, as crianças podem fazer música por meio da criação e da reprodução que garantem a interpretação, a improvisação e a composição. Trabalhar com este fazer musical amplia as possibilidades de ação na educação infantil e coloca o desafio da formação aos(às) profissionais da Educação Infantil.Outro aspecto fundamental nesse campo de experiência musical diz respeito à relação entre música, movimento e dança. Dança é um aspecto da corporeidade e tem uma íntima relação com a música.Mas isso não significa que são a mesma coisa, música e dança são duas manifestações distintas, mas que guardam entre si aspectos comuns como o ritmo e o pulso, a energia, a força e o volume dos sons.Incentivar as crianças a fazerem, música, a se movimentarem e dançarem é atender à necessidade que elas tem de se expressar e de brincar. A organização entre sons e silêncio, ultrapassa as técnicas e faz dessa arte/linguagem algo capaz de mexer com todas as emoções possibilitando a formação humana.A exploração musical é intuitiva e revela pouco controle ou domínio técnico sobre o material sonoro. Com o desenvolvimento gradativo da motricidade, as crianças vão conseguindo controlar melhor os movimentos, o que viabiliza a manipulação intencional dos instrumentos e outras fontes sonoras quer seja nas brincadeiras, nos projetos de trabalho ou, em outros momentos, na instituição ou fora dela.Já afirmamos que as crianças aprendem, estabelecendo relações e interações com objetos e pessoas e, como a música está em todos ambientes, as Instituições de Educação Infantil podem oferecer experiências de exploração musical nos seus tempos e espaços, tendo como desafio coordenar essa aprendizagem com outras, porque a criança aprende enquanto experimenta o mundo, dando um significado à sua existência. E importante considerar que uma das formas de superação das desigualdades sociais está nas possibilidades de acesso ao conhecimento e aos saberes e na forma como eles são compartilhados.Nesse contexto, as experiências possibilitadas às crianças devem ultrapassar as barreiras das deficiências, cor da pele, orientação sexual ou religião, considerando toda riqueza de sons e danças de origem africana e que hoje se definem como ritmos afro-brasileiros, é necessário construir e reconstruir saberes e conhecimento de respeito e valorização da memória africana. Nessa linha é importante considerar a influência indígena. Trabalhar nessa perspectiva é uma forma de garantir aprendizagem e formação humana dentro do princípio da diversidade. Para refletirmos sobre o trabalho pedagógico com a música na Educação Infantil é preciso ter em vista o perfil de profissional que irá desenvolvê-lo. Mesmo sem ter estudado música, a (o) professora (or) deve saber sobre a importância dessa linguagem para as crianças. E também do seu papel na organização do espaço, do tempo, do material e das formas de intervenção nas relações entre as crianças.

Na Educação Infantil, o campo de experiência diz respeito a aspectos relacionados ao corpo, com destaque nos movimentos, na expressividade, nas sensações, na saúde e na sexualidade.A primeira forma de linguagem da criança é o movimento e ela utiliza o corpo para dialogar com o outro. A capacidade de movimentar-se e criar movimentos amplia a interação entre

O corpo e a linguagem corporal

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os humanos, assim o corpo biológico vai, gradativamente, sendo marcado e continuamente alterado pelos valores de determinado tempo histórico, é nele que a cultura deixa suas marcas. É no corpo que a vida se consolida, se revela, se apresenta, se materializa. Portanto, não se pode conceber o corpo como instrumento, mas como lugar e espaço da manifestação da nossa humanidade.A criança não aprende apenas a andar, a falar, comer, a controlar os esfíncteres. Ela aprende, também, a maneira de andar, de se comportar e falar nos diferentes lugares, o gosto por determinados alimentos, o manuseio dos artefatos culturais para se alimentar, a forma correta de usar o banheiro. A cultura molda nossos gestos, nossa forma de expressar sentimentos e emoções, nossas sensações, hábitos de higiene, saúde e nossa sexualidade.Como resultado da cultura, o corpo sente o mundo, não é estático, ele é provisório, mutável e mutante.É necessário refletir sobre a integralidade da criança, admitindo que corpo, sensações e emoções, aspectos indissociáveis da humanidade, são determinados pelo biológico, social e cultural, dessa forma a instituição de ensino deve criar possibilidades interativas que instiguem nas crianças o seu desejo natural de explorar a multiplicidade de manifestações culturais relacionadas ao corpo, considerando os movimentos, as sensações e a expressividade do corpo como formas privilegiadas de manifestação de cultura, de prazer e de aprendizagem. Valorizar as brincadeiras infantis, o teatro e a dança, sendo eles aliados no processo de construção e expressão de conhecimentos e saberes, de humanização da criança. O trabalho com o corpo possibilita a criança a conquistar sua independência.A criança também precisa sentir que sua curiosidade natural sobre as questões relacionadas à sua sexualidade é considerada, respeitada e respondida pelos adultos com quais lida cotidianamente, levando em conta que a sexualidade faz parte da vida da criança desde o seu nascimento.Finalmente, o que se deseja mesmo é que todos que lidam com a educação da criança compreendam o corpo como construção biológica e cultural. Trabalhar na perspectiva da formação humana requer atenção a esse campo de experiência, afinal, nossos corpos dizem muito de nós, nossas origens, mas também dizem muito da instituição e da sociedade a que pertencemos.

A Educação Infantil deve aproveitar da curiosidade sobre o mundo natural para estimular as crianças, através da busca de significados e construção de saberes e conhecimentos. Dessa forma, vão, progressivamente, enriquecendo as suas possibilidades de descoberta e compreensão do mundo, e se reconhecendo, cada vez mais, como parte integrante da natureza.Quando falamos em elementos e fenômenos físicos, químicos e biológicos estamos nos referindo a tudo que constitui o mundo natural, como ele funciona e se transforma e é transformado pelo homem. É sobre o conhecimento desse meio ambiente que as crianças manifestam sua curiosidade.

O mundo natural

As crianças devem ter contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questões significativas para observá-los e explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-los e representá-los. (BRA SIL, 1998, p. 166).

Assim, quanto mais as crianças experimentam o meio em que vivem, maior será o sentimento de pertencimento. A intenção, portanto, é de possibilitar a elas experiências para atuar no meio, modificando-o, mas de forma sustentável, preservando-o e conservando-o. É importante que a criança conheça e compreenda a natureza se religando com o mundo natural, reinventando outros caminhos para conhecer o mundo e dizendo não ao

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Assim, as experiências proporcionadas por meio desse campo de experiência devem estar relacionadas às vivências e acontecimentos socioculturais, que se dão em feiras, teatros, excursões, brincadeiras, atividades culinárias, esportivas, exposições, jogos, dentre outros que direta ou indiretamente fazem parte da vida das crianças e que ocorrem em determinados espaços e tempos.O trabalho pedagógico com esse campo de experiência parte da premissa de que o homem é um sujeito sócio-histórico e cultural. Desenvolver um trabalho sobre o Mundo Social, junto às crianças, a partir dessa premissa, significa levar em consideração, no trabalho cotidiano da IEI, tudo aquilo que a humanidade construiu ao longo de sua história em tempos e espaços diversos. Significa, principalmente, possibilitar experiências que contribuam para que elas comecem a compreender o mundo por meio das práticas sociais que vivenciam nos diferentes espaços de convivência, não só na instituição de Educação Infantil. Consideramos nesse campo de experiência o espaço como o local onde os indivíduos interagem para a construção do todo social. Esse lugar pode ser a instituição, a casa ou ambiente familiar, a instituições religiosas, o espaço de trabalho do adulto e outros tantos. Essas práticas dizem respeito ao “conjunto de atividades culturais, esportivas, políticas, de lazer, familiares e escolares desenvolvidas, tanto por sujeitos individuais, fora de um grupo socialmente constituído, quanto na dinâmica dos grupos [...]”. (NASCIMENTO, 2005, p.14). Remetem ainda a experiências relacionadas a outras sociedades, outras culturas contemporâneas e de outros tempos, que se desenvolvem ou se desenvolveram em outros ambientes geográficos e sociais.Já o tempo, é visto aqui como a sucessão de atos e transformações que se desenvolvem em determinados períodos por exemplo: o tempo de vida de uma criança, o atendimento de tempo integral de uma creche, o tempo de um dia que vai desde o nascimento do sol, pela manhã e se estende até à noite.Assim, tudo que ocorre no mundo social e que é objeto de curiosidade e interesse das crianças tem uma história que se desenvolve em determinados tempos e espaços, num determinado ambiente social. Dessa forma, existe relação entre tudo o que ocorre no planeta e, em se tratando de atos humanos, existe neles sempre algum sentido social. Esses atos atrelados a acontecimentos ou a vivências podem ter uma implicação maior ou menor no contexto social ou nos indivíduos, no nosso caso, na vida das crianças.

De acordo com as DCNEI’s em seu artigo 7º, inciso V,:

O mundo social

[...] a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil devem garantir que elas cumpram plenamente sua função sociopolítica e pedagógica, [...] construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa. (BRASIL, 2009, p. 2).

consumismo e ao desperdício. (TIRIBA,2010). Uma proposta baseada nesses objetivos possibilitará a construção de outra forma de viver no mundo, pautada pelo respeito.Vale ressaltar que ao se buscar garantir experiências com o mundo natural, a preocupação da Instituição de Educação Infantil, não deve ser com o acúmulo de conhecimentos e com a elaboração de conceitos pelas crianças, mas com o desenvolvimento das capacidades de perguntar, levantar hipóteses, explorar, experimentar, buscar informações em fontes diversas, estabelecendo relações entre elas, elaborar ideias, argumentar. Ao mesmo tempo, a IEI deve se preocupar em desenvolver atitudes de curiosidade, criatividade e criticidade, possibilitando às crianças perceberem que o conhecimento não é algo pronto e que elas podem redescobrir e transformar o mundo de maneira positiva e sustentável.

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A Arte nos permite desenvolver o pensamento crítico e, por meio dele, ampliar a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. Possibilita ainda, conhecer, apreciar e refletir sobre os elementos da natureza e sobre as produções artísticas, individuais e coletivas, de várias culturas e épocas. Assim, se constitui como conhecimento e como linguagem significativa, que possibilita a criatividade, elemento essencial do desenvolvimento infantil. Também se traduz na expressão de um rico repertório que propicia tanto a apropriação do conceito de belo e colorido, como a comunicação de ideias, sentimentos, sensações.A Arte é um conhecimento histórico construído pelo homem através dos tempos e todo ser humano tem direito a se expressar por meio dela e de ter acesso a esse saber. Nesse processo histórico, a humanidade criou diferentes modalidades de expressão artística, tais como a linguagem plástica e a visual, em suas diversas formas: desenho, pintura, fotografia, modelagem, escultura, gravura, arquitetura e bordado, além de outras.Dentre essas diferentes formas de linguagem plástica e visual, destacamos, na Educação Infantil, o desenho, que, na singularidade da sua expressão, oferece a possibilidade de representação da realidade, de formas e elementos do dia a dia. O desenho é, portanto, um modo privilegiado de expressão pela criança, possuindo uma sintaxe própria e se constituindo numa forma da criança lidar com seus sentimentos, fantasias e com a realidade que a cerca.Este campo de experiência, na Educação Infantil, tratada em sua dupla dimensão: como linguagem e como conhecimento. Enquanto linguagem tem como eixos a apreciação e o fazer artístico, possibilitando o compartilhamento de significados por meio de diferentes modalidades, tais como a linguagem plástica e a visual, em suas diversas formas: desenho, pintura, fotografia, modelagem, escultura, gravura, arquitetura, bordado, articulando-se também com a dança e o teatro. Enquanto campo de conhecimento, envolve tanto o conhecimento sobre a História da Arte, quanto o conhecimento e a utilização de diversos elementos, suportes, materiais, instrumentos, técnicas e procedimentos. Essas duas dimensões estão intrinsecamente articuladas. Ao tratarmos de todas essas modalidades artísticas em uma instituição educativa, alguns eixos devem ser norteadores do trabalho: a experiência do fazer artístico, que contempla a criatividade, considerando o processo único e individual vivido por cada sujeito, mas não deixando de lado o uso das técnicas; a apreciação de obras de arte, ou seja, o contato com imagens para decodificação, leitura e fruição, sendo que a leitura de imagens pode gerar novas e diversificadas interpretações, visto que não existe uma interpretação única e correta.Cabe aos profissionais que trabalham com Educação Infantil a responsabilidade de ampliar o contato das crianças com o mundo da Arte, entendendo esse contato como uma experiência essencial no processo de humanização.

A arte e a linguagem plástica e visual

A linguagem oralA linguagem oral é a capacidade de transformar o pensamento em palavras, dando sentido às ideias, sentimentos, opiniões, desejos, necessidades. Por meio da fala, que é a manifestação concreta da língua; e da escuta, que é a compreensão de textos orais enunciados pelo outro em vários contextos de uso, essa linguagem possibilita aos sujeitos de uma cultura compartilharem significados, experiências vivenciadas, expressando sentimentos, diversificando e ampliando conhecimentos e saberes.A linguagem tem também papel fundamental na constituição do pensamento e, consequentemente, na formação das subjetividades, nos constituindo como seres humanos, participantes da cultura na qual estamos inseridos. Para Vygotsky (1996), a linguagem é matéria prima para o pensamento. Segundo ele, em suas origens, pensamento e linguagem

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possuem raízes diferenciadas e linhas diferentes de evolução. Num determinado momento do desenvolvimento humano, as linhas do pensamento e da linguagem se cruzam, possibilitando que a linguagem se torne intelectual e o pensamento verbal.A linguagem tem também papel fundamental na produção e transmissão da cultura, constituindo os sujeitos nela inseridos enquanto seres de relações e de interação. Por meio da linguagem, nos fazemos presentes, interagimos, aprendemos, inventamos, participamos, argumentamos, narramos.Na Educação Infantil, uma vez que a linguagem é mediadora das diversas interações ocorridas, quer seja entre adultos e crianças, quer entre as próprias crianças, é fundamental propiciar experiências ricas e significativas de fala e escuta, desde os bebês. Cabe ainda à instituição de Educação Infantil propiciar situações significativas de reflexão sobre a língua, focando numa dupla dimensão dessa proposta. Uma primeira dimensão diz do trabalho com a sonoridade das palavras, o que possibilita o desenvolvimento da consciência fonológica que é o conhecimento acerca da estrutura sonora da linguagem. É na relação da criança com diferentes formas de expressão oral que a consciência fonológica desenvolve-se. Essa sonoridade pode ser explorada em diversas manifestações culturais, tais como, as músicas, as cantigas de roda, as poesias, as parlendas, os jogos orais, e a fala, propriamente dita. Outra dimensão trata da organização de textos orais, considerando o processo de produção e/ou reprodução desses textos no contexto em que ocorrem.

Participando de práticas reais de escrita e de leitura, as crianças compreendem a relação entre o falar e o escrever, as diferentes formas de organizar e estruturar os diversos tipos de texto, os usos e funções sociais da linguagem escrita, ampliam seu repertório linguístico, além de compreenderem a si mesmas e o mundo por meio da palavra.Assim, a construção de saberes e conhecimentos sobre essa linguagem pressupõe a apropriação de seus usos e funções sociais (comunicação à distância, registro, memória, etc.), bem como de aspectos textuais (estrutura, tramas, organização e suportes adequados aos diferentes gêneros textuais, coerência, coesão, clareza, objetividade dos textos), dos aspectos gráficos ( formas de letras, separação entre as palavras, orientação espacial da escrita, etc.) além da compreensão do sistema alfabético de representação (o conhecimento das relações entre grafemas e fonemas e suas diversas posições e combinações na palavra). Esses aspectos vão ser trabalhados nos processos de leitura, de escrita e a partir da reflexão sobre a língua.Na Educação Infantil, o trabalho com a consciência fonológica pode ser realizado, por exemplo, através da proposição de experiências relacionadas a jogos e brincadeiras com rimas, poemas, músicas e parlendas o que possibilita às crianças focarem sua atenção na busca de semelhança entre os sons das palavras, ao invés de se centrarem nas semelhanças entre os objetos ou ideias.Então, é papel da instituição de Educação Infantil criar tempos e espaços para ler, ouvir e apreciar os textos literários, possibilitando, por meio da palavra, o envolvimento emocional, a criatividade, a vivência artística, a experiência estética, o sentido de pertencimento e a reflexão sobre a diversidade e o uso social da linguagem escrita e as possibilidades da responder indagações científicas. Por exemplo, de onde vem o arco íris?É importante que a leitura literária seja, de fato, vivenciada como prática cultural, artística, estética, interativa e inclusiva.No que se refere a aprendizagem da linguagem escrita, a escola foi, historicamente, modificando suas formas de trabalhar esse conhecimento. A alfabetização e o letramento não eram compreendidos como processos que se articulavam e sim de maneira fragmentada. O modo como se constituía o trabalho com a linguagem escrita se pautava por uma lógica transmissiva: de um lado havia alguém que ensinava, dava aula e de outro alguém que recebia os conhecimentos transmitidos. Isso refletia a falta de conhecimentos sobre como ocorre a

A linguagem escrita

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apropriação dessa linguagem pela criança, o que resultava em um trabalho com letras e sílabas isoladas.Com relação à Educação Infantil, vale destacar e refletir sobre o fato de que, durante muito tempo, essa etapa educacional foi tratada como período preparatório para as etapas seguintes, cujo papel era, essencialmente, trabalhar a “prontidão” das crianças para a alfabetização. Assim, baseada numa concepção equivocada de aprendizagem da linguagem escrita, centrava sua prática na proposição de exercícios repetitivos e mecânicos de coordenação motora fina e de percepção visual.Desta forma, todas as crianças podem, de algum modo, se apropriar e construir conhecimentos e saberes sobre a linguagem escrita, cada uma a seu tempo e de acordo com suas potencialidades. Por isso, reafirmamos a necessidade de termos sempre um olhar atento, escutar as crianças, percebê-las e agir com sensibilidade para contribuir com seu processo de apropriação, produção e transformação de saberes e conhecimentos sobre a linguagem escrita e, consequentemente, com seu processo de humanização.

Quando falamos em matemática, as primeiras imagens que vêm à cabeça são: números e contas. Só em segundo plano pensamos em formas geométricas; medidas de distância, comprimento, valor, capacidade, gráficos, tabelas, entre outros. É considerado um dos campos de conhecimento mais aplicados em nosso cotidiano. Um simples olhar ao nosso redor e nos certificaremos da presença da matemática nas formas, nos contornos, nas medidas.Nesse sentido, é fundamental pensar num trabalho com o conhecimento matemático que o torne significativo para as crianças, que considere seu modo de ser, que está intimamente ligado à sua classe social, origem etnico-racial, gênero e cultura. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, no seu artigo 9º, definem que:

O trabalho com a matemática na Educação Infantil é rico de possibilidades, pois ela está presente na arte, na música, nas histórias, nas brincadeiras, na dança, no mundo natural e social. As crianças estão vivendo a matemática quando descobrem coisas iguais e diferentes, organizam, classificam e criam coleções, estabelecem relações, observam os tamanhos das coisas, brincam com as formas, ocupam um espaço.Entender a forma como as crianças se apropriam dos conhecimentos matemáticos significa discutir como, a partir de suas especificidades, elas interagem com a matemática presente no cotidiano. Ou seja, a criança já nasce em um mundo repleto de produções culturais do qual o conhecimento matemático é parte integrante, enquanto um objeto de uso social. De acordo com Dias e Faria (2007), para que a criança se aproprie desse conhecimento é fundamental que ela seja incentivada a elaborar hipóteses, a estabelecer relações, a dialogar com adultos e com outras crianças num “ambiente matematizador”. Nesse sentido, o trabalho com a matemática deve possibilitar à criança vivenciar e perceber, de forma significativa, os usos e as funções da matemática na sociedade, por meio da interação, das brincadeiras, da imitação, da experimentação, da exploração que são as formas como ela aprende e se desenvolve.

A criança e a matemática

As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que, [...] IV- recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais. (BRASIL, 2009, p. 4).

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Referências Bibliográficas

Podemos concluir que cabe a Instituição de Educação Infantil garantir as condições necessárias ao trabalho pedagógico nesta etapa da educação: a organização de espaços que ofereçam às crianças oportunidades de interação, exploração e descobertas; o acesso a materiais diversificados geradores de enredos para as explorações, para as produções e para as brincadeiras infantis e a gestão do tempo, proporcionando uma jornada que lhes dê o tempo necessário para viverem suas experiências cotidianas, valorizando, especialmente, as oportunidades de interações e brincadeiras. Cabe ainda, prover subsídios para pensar formas de acompanhamento e de avaliação do trabalho com as crianças no que se refere ao que foi aqui exposto.

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