Caderno de Orientacoes-Poemas

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POEMAS CADERNO DE ORIENTAÇÕES

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POEMASC A D E R N O D E O R I E N T A Ç Õ E S

Por que ler poemas?

Brincar com palavras, sons e sentidos

Ver:Caderno de estudos

Em Convite, o poeta José Paulo Paes escreve:

“Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, piãoSó que bola, papagaio, pião gastam, as palavras não...”

s poemas convidam o leitor a jogar com os sons e sentidos das palavras. Para as crianças, assim como para muitas pessoas, a poesia é rima, é algo bonito, é como uma brincadeira. Poema é a poesia em

palavras e costuma ser identificado por sua forma gráfica com versos e estrofes. Porém, um de seus aspectos mais importantes é a sua capacidade de chamar atenção sobre si mesmo, ou seja, sobre a sua linguagem.

A repetição é um recurso linguístico que caracteriza esse tipo de texto. É comum encontrar a repetição de um mesmo som por meio de aliterações e rimas – “O barbeiro comprou um babeiro para a baba de seu filho: Baba agora, bebê babão, de babeiro, babar é bom.” (O barbeiro e o babeiro, Sérgio Caparelli). Recursos sonoros também são frequentes nos textos poéticos. Um deles é a onomatopeia, ou seja, a transcrição de um som tal como costuma ser emitido: “Blim, blim, blão, dedilha o violão. Blão, blão, blim, Serafim, Serafim.” (Serafim seresteiro, Sérgio Caparelli). Também há a presença de figuras de linguagem, como comparações e/ou metáfo-ras – “Leão! Leão! Leão! Rugindo como um trovão”. (O Leão, Vinicius de Moraes).

A liberdade para jogar com as palavras é outra característica dos textos poéticos. Além de colocar a linguagem em cena, uma das qualidades de um poema é justamente a sugestão, ou seja, a propriedade de dialogar com impressões, emoções e pensamentos do leitor a partir das imagens que surgem em sua mente. Esses estímulos podem ser visuais, sonoros, táteis ou articulados em torno de pensamentos e emoções. Mas são sempre o ponto de partida para a abertura da percepção e de nossa capacidade de nos surpreender com um poema e de admirá-lo. A poesia está quase sempre nos pequenos detalhes do mundo objetivo que nos colocam em contato com o nosso universo subjetivo.

Os textos poéticos na escola

A leitura de poemas pode proporcionar às crianças momentos de intenso prazer no contato com a linguagem. Aprende-se muito sobre a língua lendo, ouvindo, recitando ou se deliciando com os sons e as rimas presen-tes em um poema. Fora da escola, os poemas ocupam espaços nos recitais, saraus, festas populares, nos lares das crianças. Na escola, ele ainda é pouco trabalhado. Recentemente, diferentes autores têm mostrado que a relação entre o oral e o escrito presente nos textos poéticos revela-se um aspecto importante para o aprendi-zado da língua e do sistema de escrita pela criança. O trabalho com poemas é, portanto, possível e desejável, pois favorece que se criem situações didáticas com o uso de textos significativos e contribui para o processo de aprendizagem da leitura e da escrita na medida em que os aspectos sonoros, a linguagem usada, o aspecto

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formal, assim como a literalidade e a fixação desse tipo de texto, possibilitam que as crianças reflitam sobre as relações entre o oral e o escrito.

É possível imaginar situações de trabalho em sala que ampliem o repertório das crianças e, ao mesmo tempo, garantam que elas, enquanto apreciam os versos, aprendam sobre a língua.

Como trabalhar com os poemas

A matéria-prima do poema é a sonoridade. A forma gráfica do texto em versos e estrofes favorece a atenção e sua memorização e permite o exercício da recitação. A linguagem poética oferece ainda a vantagem da exigência de que a reprodução seja literal, uma vez que qualquer alteração faz com que o poema perca sua autoria. Essas características propiciam uma série de aprendizagens às crianças. Pode-se propor o trabalho com poemas em três formas distintas:

Escutar com ênfase na relação entre a oralidade, a voz falada e a musicalidade. Ler com ênfase na visualização da linha, do verso, do parágrafo e da estrofe. Produzir poemas tanto por meio da reescrita como também da criação.

O poema requer a voz e não só a leitura silenciosa. Requer também a atenção de quem escuta. Por isso é conveniente que as crianças possam participar de situações de recitação e leitura. A estrutura composicional dos poemas, em especial os que possuem rimas, convida à recitação. A semelhança sonora entre as pala-vras, a organização dos versos em estrofes e o ritmo resultante dessa interação são especialmente sentidos e apreciados quando pronunciamos um poema em voz alta. A musicalidade, seja ela fluente e cadenciada, seja truncada em tropeços intencionais, é uma forma peculiar de dar sentido ao que se lê e ao que se ouve.

É preciso não perder de vista a capacidade de sugerir e provocar admiração, que é própria da poesia, evitando ceder lugar para a técnica desprovida de sentido. Mais vale uma recitação polifônica, na qual várias vozes dão o tom em busca de um sentido pleno, do que uma recitação uníssona, na qual predomina uma só tona-lidade, que reduz a significação em um único ressoar. A poesia deve ecoar.

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Sobre os livros

s dois livros indicados para este Caderno são considerados clássicos da poesia escrita para crianças, obras de poetas brasileiros que viveram em tempos diferentes – Vinicius de Moraes (1913-1980) e Sérgio

Caparelli (poeta contemporâneo) –, cuja produção poética dialoga principalmente em seu aspecto lúdico.

A arca de NoéVinicius de MoraesIlustrações de LaurabeatrizSão Paulo: Companhia das Letrinhas, 1991.

A primeira edição de A arca de Noé foi publicada em 1970 e muito bem recebida pela crítica. A permanência des-ses poemas no imaginário das crianças é prova de que se trata de um clássico. Como o título sugere, a maioria dos poemas que compõem essa obra tem como tema os animais. São 32 poemas ao todo, sendo 23 dedicados aos bichos. Os demais versam sobre desde aspectos religiosos a objetos caseiros e elementos da natureza. Nos poemas sobre os animais, encontramos formatos diversos para os textos: há aqueles nos quais o próprio ani-mal se apresenta (A pulga e O porquinho), outros em que um suposto narrador conta em versos as peripécias ou características do bichinho (O pato, O peru, O gato), e também os que aparecem em forma de conversa (O pinguim e O elefantinho). Em todos eles, o humor se apresenta no modo irreverente como os animais desfilam em cada poema. Outro aspecto dessa obra é a musicalidade dos textos. Não só porque boa parte dos poemas virou música na parceria do autor com o compositor Toquinho – basta ouvir os CDs Arca de Noé I e Arca de Noé II –, mas também pelos recursos linguísticos utilizados. As ilustrações em preto e branco de Laurabea-triz apresentam um estilo leve, que opta pelo tracejado e pelo pontilhado em alguns casos. Os desenhos ocupam um pequeno espaço nas páginas e primam pela delicadeza. Folheando o livro de perto é que o leitor pode apreciar as imagens e associá-las aos textos.

Boi da cara pretaSérgio CapparelliIlustrações de CaulosPorto Alegre: L&PM, 2006.

Dos 25 poemas que compõem Boi da cara preta nenhum recebe o título que dá nome ao livro. No entanto, o universo das cantigas de ninar, trovinhas, parlendas e trava-línguas permeia toda a obra. Com doçura, os poemas embalam as crianças na candura própria das cantigas: “Dorme, dorme, meu menino, / o sono é um macaquinho. / Ele cata grãos de areia / pra jogar nos teus olhinhos.”(Macaquinho sem-vergonha). E com humor convidam a brincadeiras divertidas: “Vaca amarela / fez xixi na gamela, / cabrito mexeu, mexeu, / quem rir primeiro / bebeu o xixi dela.” (Vaca amarela).

A grande presença de estrofes em forma de quadrinhas reforça o caráter popular dos poemas. Essa forma de organizar o texto – grupos de 4 versos com rimas principalmente no segundo e no último – é própria dos re-

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pentes que fazem parte da tradição oral de nossa cultura e convida à memorização e à recitação: “A mulher barbada / tem barba de chocolate / e um cachorro bobo/ de bigode e cavanhaque”.

O tema mais recorrente são os animais: pato, tatu, barata, jacaré, tigre, grilo, lagartixa, sapo e tantos outros. Em diálogos inusitados: “Não sou sapo, sou sabiá, / cê sabia ou não sabiá?” (Os sapos inventores) –, comportando-se como gente – “Uma vaca entrou num bar / e pediu um guaraná.” (Guaraná com canudinho) – ou metendo-se em aventuras –, “O tatu cava um buraco, /perde o fôlego, geme, sua, / quando quer voltar atrás,/ leva um susto, está na lua” – os bichos trazem movimento e encantamento aos poemas.

As ilustrações de Caulos, emolduradas em tons ocre, cinza, branco e preto, preservam o humor e a delicade-za, ressaltando detalhes e convidando a um olhar atento. Pode-se perceber isso logo na primeira ilustração, para o poema O que Marina quer de aniversário. Observe-se que a menina segura nas mãos um suposto buquê composto com os três raios que estão faltando no sol que desponta na janela. Reconhecido como uma grande obra pela crítica literária – Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (1983), Certificado de Livro Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (1983) e selecionado para participar da Feira de Frankfurt (1994) –, Boi da cara preta enriquece o universo literário das crianças por resgatar com graça e delicadeza o melhor da tradição oral e por apresentar com inteligência e lingua-gem apurada aspectos da contemporaneidade que instigam o pequeno leitor.

O que há de comum nos dois livros?

O valor artístico dos poemas apoia-se principalmente no trabalho com a palavra e na escolha de temas que muito encantam as crianças. Em ambas as obras, encontramos poemas que têm os animais e seu curioso uni-verso como tema. Com relação ao trabalho com a palavra, os poetas fazem uso de recursos linguísticos, como:

1- Estrutura composicional em forma de diálogo ou suposta conversa, recheada de perguntas e respostas intrigantes ou engraçadas. Exemplos: “Bom dia, pinguim/ Onde vai assim/ Com ar apressado?”; “Cara barata! / Caro, meu caro!/ Sou o barato, barata./ Se vê pela cara, barato”. 2- Repetição de versos ou estrofes inteiras, compondo uma espécie de refrão que confere maior musicali-dade aos poemas. Exemplos: “Dorme, dorme, meu menino”; “Leão! Leão! Leão!/ És o rei da criação!”3- Figuras de linguagem como a onomatopeia, em que um som lembra o do objeto ou situação: “O rato Roque/ roque roque/ rói o queijo”; “Passa, tempo, tic-tac/ Tic-tac, passa, hora/ Chega logo, tic-tac/ Tic-tac, e vai-te embora”. 4- Composições que têm um padrão fixo de estrutura, o que contribui para a memorização e a recitação, já que permitem ao leitor antecipar partes do poema. Exemplos: no poema O buraco do tatu, todas as estrofes se iniciam do mesmo modo: “O tatu cava um buraco...”

Marcas poéticas diversas em cada uma das obras

As poéticas de Sérgio Capparelli e Vinicius de Moraes possuem mais semelhanças do que diferenças. Além da presença de temas comuns nos poemas dos dois livros, há marcas que se repetem na estrutura composicional.

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LembreteSabemos que, quando gostam de um poema, as crianças pedem para que seja recitado diversas vezes. Por isso, não hesite em ler e recitar várias vezes o mesmo poema junto com elas. A formação de futuros leitores se dará no equilíbrio de experiências em que eles possam ler e recitar poemas por puro prazer – desfrutando de literatura de qualidade – com outros momentos em que possam aprofundar conhecimentos sobre o texto. Portanto, o desafio está em não transformar a leitura de poemas numa atividade mecânica. Assim, procure garantir a leitura por prazer, de maneira independente das ativida-des com foco no texto. Este Caderno de orientações apresenta um roteiro de trabalho que não deve ser escolarizado, mas, ao contrário, servir de instrumento para que as crianças façam uma viagem pelo mundo da literatura e do conhecimento.

Tanto em A arca de Noé quanto em Boi da cara preta, nota-se certa irreverência expressa na forma e no humor do conteúdo. A presença de poemas que utilizam estruturas semelhantes às adivinhas e aos trava-línguas é um bom exemplo do que estamos querendo dizer: “Quer ver a foca/ Ficar feliz?/ É pôr uma bola/ No seu nariz”; “Pita pinto pinga pita/ pia pintos pingos pingam”. A ênfase no uso de onomatopeias também indica preferência pela construção direta e concreta do significado. É o que vemos em “Glu, glu, glu/ Abram alas pro peru!” ou em “O rato Roque/ roque roque/ rói o queijo/ roque roque/ rói a cama”. Por fim, a presença de certa molecagem em alguns versos de A arca de Noé se aproxima do bom humor presente em Boi da cara preta. Basta colocar lado a lado os poemas O ar e Vaca amarela e esperar a gargalhada certa das crianças ao final da leitura.

Apesar do predomínio das semelhanças entre as duas obras, podemos destacar uma diferença importante. Os dois poetas exploram de modo diferente a musicalidade dos versos. Enquanto em Boi da cara preta predominam os ritmos populares, presentes, por exemplo, na organização das estrofes em quadrinhas e nas melodias que embalam, como nas cantigas de ninar, em A arca de Noé, a variedade de ritmos é maior.

É possível verificar isso na diversidade da organização dos versos e estrofes em A arca de Noé. Nesse livro, encontramos textos mais longos, com refrões que se repetem várias vezes, como é o caso do poema O leão. Quando musicados, esses poemas ultrapassam os gêneros musicais mais tradicionais na música popular brasi-leira, como o forró e o samba, por exemplo, e são cantados em blues (O leão) e valsa (A porta). A apreciação dos CDs A arca de Noé I e A arca de Noé II, que trazem os poemas do livro musicados, também permite observar essa variedade de ritmos e gêneros musicais.

As atividades desenvolvidas aqui são referência para a exploração de livros com poemas. O livro A arca de Noé serviu de referência para a elaboração das propostas apresentadas a seguir. Contudo, você pode experimentar o mesmo tipo de atividade com outros poemas. Este caderno é um convite para que você coloque em jogo seus conhecimentos, ampliando-os com as sugestões apresentadas. É por essa razão que já indicamos neste texto outro livro que compõe o acervo enviado junto com o material. Bom trabalho!

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Atividade 1 Conversar sobre as características dos poemas

Atividade 2 Identificar palavras que rimam

Atividade 3 Brincar com rimas

Atividade 4 Observar a estrutura e criar versos para o poema

Atividade 5 Fazer uma lista de palavras que acham bonitas

Atividade 6 Ditar um poema conhecido

Atividade 7 Ensaiar um recital com diferentes vozes

Atividade 8 Preparar a apresentação para o recital

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Sumário

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Atividade 1

professor apresenta o livro A arca de Noé e chama a atenção para as características próprias de um livro de poemas. Apresenta o sumário

e realiza, na frente das crianças, uma prática comum entre os leitores: localizar, no sumário, em qual página está o poema que será lido. Lê alguns poemas do livro e depois convida as crianças a comentarem a estrutura desse texto.

Roteiro de trabalho

Preparação Ler o livro e treinar a leitura em voz alta de alguns poemas para recitar às crianças: A porta, A casa, O Pinguin, O elefantinho, A foca e O pato.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade coletiva. As crianças devem estar organizadas de forma que se sintam confortáveis e consigam visualizar o livro.

Orientações para o professor Apresentar o livro A arca de Noé, ler o título e o nome do autor e contar que esse é um livro de poemas.

Folhear o livro, mostrar às crianças o texto dos poemas e ler seus títulos.

Mostrar o sumário e explicar que ali está escrito o título de todos os poemas do livro A arca de Noé e procurar na frente das crianças em qual página está o primeiro poema que será lido. Você pode dizer: “Nesta página do livro há um sumário. Alguém sabe o que é um sumário? Nele tem uma lista com os títulos dos poemas do livro e o número da página em que se encontram. Vou ler para vocês o poema que se chama O Pato. Vamos ver em qual página está?”

Ler o poema com ritmo e entonação.

Fazer perguntas sobre a sua leitura: “O que vocês acharam da leitura desse poema? O modo que eu li é igual ou diferente do modo que leio histórias? O que é diferente?”

Ler mais um poema do livro, mostrando visualmente a forma gráfica (verso e estrofe) e acompanhando o texto com o dedo enquanto lê.

Fazer perguntas que ajudem as crianças a buscar semelhanças na forma gráfica (verso e estrofe) dos dois textos: “O que vocês observaram de semelhante na forma como estão escritos esses dois poemas que

Comparar os textos dos poemas encontrando semelhanças na forma gráfica.

Apreciar a leitura de um poema e diferenciá-la da leitura de histórias.

O que as crianças podem pensar, dizer e fazer.

Conversar sobre as características dos poemas

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li para vocês? Vocês repararam que há várias linhas que são agrupadas? Por que será que os poemas são escritos assim?” Deixar que as crianças comentem livremente e circular pelo grupo o livro para que observem de perto como são escritos os versos. Se tiver outros livros de poemas na sala, você pode deixar que as crianças manuseiem observando a forma do texto.

Compartilhar com as crianças que durante alguns dias elas vão ouvir outros poemas deste livro e realizar diferentes atividades, e que, no final, realizarão um recital de poemas.

O que as crianças podem aprender Ao convidar as crianças a observar o livro de poemas e escutar a leitura de alguns deles, favorece-se que elas

aprendam comportamentos leitores e explorem o livro como objeto, conhecendo suas características.

Ao conversar sobre a maneira como os poemas são lidos, possibilita-se que as crianças identifiquem dife-renças entre a leitura de diversos textos.

Ao propor que observem a forma gráfica do poema, possibilita-se que ampliem seu conhecimento sobre a estrutura do texto para além de seu conteúdo.

O que mais é possível fazerComo a última proposta deste Caderno de orientações é realizar um recital de poemas com as crianças, é importante que conheçam outros poemas deste livro. Para tanto, organize outros momentos de leitura e apre-ciação dos poemas, de forma a garantir que memorizem alguns deles. Para que possam saber de memória alguns poemas, é importante sempre voltar ao livro e relê-los, convidando as crianças a recitar. Com essa prática, as crianças também podem ganhar desenvoltura na recitação.

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Conversar sobre as características dos poemas

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Recitar partes do poema de memória.

O que as crianças podem pensar, dizer e fazer.

Atividade 2

professor retoma com as crianças o poema A foca e depois propõe que elas identifiquem e observem as semelhanças nas palavras

que rimam.

Roteiro de trabalho

Preparação Para esta atividade é importante que as crianças já conheçam o poema que será trabalhado. Preparar um cartaz com o poema escrito em letra de imprensa maiúscula, respeitando sua forma gráfica.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade coletiva. Organizar as crianças de forma que vejam o cartaz e possam se ouvir e se olhar (podem sentar em roda no chão, ou fazer uma roda de cadeiras, por exemplo).

Orientações para o professor Iniciar a atividade apresentando o cartaz com o poema A foca e propor que as crianças retomem de

memória os versos. Você pode dizer: “Hoje vamos conversar sobre o poema A foca e recitá-lo para lembrar. Faremos assim, eu leio os dois primeiros versos e vocês dizem os dois versos seguintes”.

Propor uma nova leitura do poema, dessa vez circulando as palavras que rimam: “Agora que já conhecemos muito bem esse poema, vamos encontrar as palavras que rimam. Eu vou ler cada estrofe e circular as palavras que rimam. Prestem bastante atenção, pois, ao final, vamos descobrir por que essas palavras rimam”.

Ler a primeira estrofe e circular as palavras FELIZ e NARIZ. Dizer que estas duas palavras rimam. Ler as palavras, marcar os finais iguais (IZ) e perguntar o que elas têm de parecido.

Ajudar as crianças a estabelecer relações entre a grafia e o som das palavras: “Então vocês perceberam que nessas duas palavras há partes iguais! Vou ler essas partes. Quando lemos, elas também são parecidas? Então é por isso que estas palavras rimam. Vamos identificar outras palavras que rimam?”

Seguir desse modo até que todas as palavras do poema que rimam tenham sido identificadas pelas crianças.

Propor uma brincadeira com as rimas desse poema. Você diz: “Lá vai a barquinha carregada de...” (fala uma das palavras identificadas no poema), e as crianças devem completar com palavras que rimem. Podem

Identificar no texto do poema palavras que rimam.

Observar partes semelhantes na grafia das palavras.

Dizer palavras que rimam a partir de uma palavra dada.

Identificar palavras que rimam

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ser as palavras do poema ou outras que conheçam (Beatriz/ giz/ atriz/ raiz; formiga/ espiga/ amiga). Você pode dizer: “Vamos fazer uma brincadeira com as rimas? Eu digo: Lá vai uma barquinha carregada de dentes e vocês têm de falar outra palavra que rime com esta, como, por exemplo, dormentes, ardentes, sorridentes etc.”

Combinar as regras da brincadeira com as crianças: cada uma terá a sua vez de falar; no começo podem ser palavras repetidas, mas depois (para criar mais desafios) não poderão repetir as palavras já ditas por outros colegas; lembrar que precisam prestar atenção ao som para achar uma palavra que rima.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, no momento da brincadeira da barquinha, você pode listar, juntamente com elas, algumas rimas para as palavras do poema antes de iniciar a brincadeira.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor na brincadeira da barquinha outras palavras que não aparecem no poema para que elas criem novas rimas.

O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças identifiquem as palavras que rimam observando as partes semelhantes na grafia e

na sonoridade, contribui-se para que elas aprendam sobre as características das palavras rimadas.

Ao estimulá-las a participar de desafios de formar duplas de palavras rimadas, favorece-se que joguem com a linguagem (atividade metalinguística).

O que mais é possível fazerVocê pode propor esta mesma brincadeira com palavras de outros poemas conhecidos.

O que é possível fazer em casaSugerir que façam, em casa, com os pais ou irmãos a mesma brincadeira, e que tragam no dia seguinte duas du-plas de palavras que rimam.

QUER VER A FOCABATER PALMINHA?É DAR A ELAUMA SARDINHA.

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Criar rimasa partir de uma palavra.

O que as crianças podem pensar, dizer e fazer.

Atividade 3

professor retoma com as crianças algumas rimas dos poemas conhecidos e propõe uma brincadeira com elas. Mostra cartelas

com palavras dos poemas escritas e propõe diferentes maneiras de brincar com as rimas daquelas palavras: 1º. O professor diz uma palavra – as crianças dizem outra que rima.

2º. O professor mostra duas cartelas e lê as palavras escritas – as crianças dizem se rimam e por quê.

3º. O professor mostra uma cartela com uma palavra escrita – as crianças reconhecem a palavra e dizem outra que rime com aquela.

4º. O professor mostra uma cartela com uma palavra escrita – as crianças reconhecem a palavra e escrevem outra que rime com aquela.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoProduzir cartões com palavras (escritas em letras de imprensa maiúsculas) retiradas dos poemas mais conhecidos das crianças no livro A arca de Noé. Cuidar para selecionar palavras que sejam fáceis de rimar e que estejam no repertório de poemas que vem sendo trabalhado.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade com dois momentos. Um primeiro, coletivo, em que as crianças devem estar organiza-das de forma que todas possam visualizar os cartões que serão apresentados. E outro, em dupla, para a escrita de palavras que rimam.

Orientações para o professor Apresentar as cartelas às crianças contando que farão uma brincadeira com as palavras que estão nelas.

Você pode dizer: “Nós já sabemos o que são rimas e já conhecemos muitas palavras que rimam nos diversos poemas que lemos. Hoje vamos fazer uma brincadeira com elas. Para isso, eu escrevi, nestas cartelas, algumas palavras que estão nos poemas que conhecemos. Vamos ler todas elas?” Ler todas as cartelas em voz alta, tomando cuidado para não silabar enquanto lê.

Contar às crianças que vai começar com a brincadeira. Mostrar uma cartela, ler a palavra e pedir que as crianças digam outra que rime com aquela. Nesse momento, você pode organizar a turma de forma que cada criança fale uma palavra.

Brincar com rimas

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Identificar palavras que rimam e justificar.

Seguir com essa orientação uma ou duas vezes e propor um desafio maior. Mostrar duas cartelas (ora com pala-vras que rimam, ora com palavras que não rimam), ler as palavras e pedir que as crianças digam se rimam e por quê.

Aumentar o desafio, quando achar que é possível, dizendo que você não vai mais ler as palavras, vai apenas mostrar a cartela e as crianças deverão ler a palavra e dizer outra que rime com aquela: “Vou mostrar uma palavra escrita; eu não falo nada, e vocês devem falar outra palavra que rime”.

Propor, depois que as crianças leiam a palavra na cartela, que escrevam outra que rime com aquela. Para isso, é preciso organizá-las em duplas. Mostrar uma cartela, pedir que elas leiam em silêncio a palavra e, juntamente com suas duplas de trabalho, busquem uma palavra que rime com aquela e escrevam no papel.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto pareça muito difícil para algumas crianças, você pode realizar essa proposta sem pedir que elas escrevam palavras que rimem, mas apenas digam.

Se o desafio proposto se mostrar muito fácil para algumas crianças, você pode propor que, em pequenos grupos, escrevam uma lista de palavras que rimam, e não apenas uma. Depois troque as listas entre os grupos para que eles possam verificar se aquelas palavras realmente rimam.

O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças criem rimas a partir de uma palavra lida pelo professor, favorece-se que coloquem

atenção sobre a sonoridade das palavras e utilizem seus conhecimentos para criar novas rimas.

Ao propor que as crianças leiam as palavras nas cartelas para depois criar uma rima, possibilita-se que elas façam uso dos conhecimentos gráficos e sonoros e possam compreender as relações entre oralidade e escrita.

Ao propor que as crianças escrevam rimas a partir da palavra lida na cartela, favorece-se que ponham em prática conhecimentos gráficos e sonoros enquanto refletem sobre como se escreve.

O que mais é possível fazerVocê pode propor outras atividades de leitura e escrita com os poemas conhecidos, como, por exemplo, fazer lista das palavras que mais gostam nos poemas.

Ler a palavra e criar uma rima.

Ler a palavra e escrever outra que rime com aquela que foi lida.

Barriga

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Criar um novo versodentro da estruturado poema.

O que as crianças podem pensar, dizer e fazer.

Atividade 4

professor lê o poema A Porta e conversa sobre as repetições e rimas presentes. Depois convida as crianças a criar novos versos

brincando com as rimas.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoTreinar a leitura do poema A Porta. Identificar as repetições e rimas presentes na segunda estrofe. Garantir que as crianças tenham escutado o poema e brincado bastante com as rimas antes de propor essa atividade.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade coletiva. Organize as crianças de modo que elas consigam se ouvir enquanto criam novas estrofes com repetições e rimas.

Orientações para o professor Iniciar a atividade retomando o poema A Porta. Você pode reler o poema inteiro, propondo que as crianças

que souberem recitem com você.

Escrever a segunda estrofe do poema na lousa (ou em um cartaz grande) em letra de imprensa maiúscu-la e ler em voz alta acompanhando com o dedo.

Propor que as crianças identifiquem as rimas dessa estrofe. “Vou ler esta estrofe e vocês devem observar que palavras rimam. Nesses dois versos EU ABRO DEVAGARINHO / PRA PASSAR O MENININHO, quais são as palavras que rimam? E nos dois versos seguintes? ”

Chamar a atenção para as repetições presentes nessa estrofe. Você pode dizer: “Vocês repararam que nesta estrofe do poema os versos começam sempre do mesmo jeito? Ou começa com EU ABRO... ou então com: PRA PASSAR... Vamos observar aqui na escrita da lousa onde estão essas repetições?”

Retomar com as crianças a estrutura dessa estrofe do poema. Você pode dizer: “Vamos retomar o que descobrimos dessa estrofe do poema. Seus versos começam sempre iguais e as palavras rimam”.

Propor que as crianças inventem novos versos para o poema: “Vamos criar novos versos para este poema? De que outras formas a porta pode se abrir?”

Escrever na lousa ou em um papel grande, em forma de lista, as sugestões das crianças. Caso ache necessá-rio você poderá dar alguns exemplos: “eu abro muito rápido, eu abro com gentileza, eu abro fazendo barulho, etc.”

Observar a estrutura e criar versos para o poema

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Iniciar a criação dos novos versos. “Agora que temos muitas outras formas que a porta pode se abrir, vamos inventar os novos versos. Lembrem-se que as palavras devem rimar. Por exemplo: Eu abro a porta com gentileza. Pra passar a princesa”.

Escrever na lousa (ou num cartaz) os novos versos que forem sendo criados.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode, em vez de propor que criem novos versos, brincar com os versos já existentes. Pode perguntar quem mais poderia passar pela porta quando ela abre bem devagarinho, e quando ela abre de supetão.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que elas criem os novos versos em duplas, para depois socializar com a turma. Para isso, entregue folha e lápis para cada dupla escrever seus novos versos.

O que as crianças podem aprender Ao propor que observem as partes que se repetem e criem novos versos dentro da estrutura do poema, favore-

ce-se que as crianças explorem, de maneira mais analítica, as características e os recursos deste poema.

Ao propor que as crianças criem duplas de rimas para compor os novos versos, favorece-se que coloquem atenção sobre a sonoridade das palavras e utilizem seus conhecimentos para criar novas rimas.

O que mais é possível fazerVocê pode combinar com as crianças que vai escrever todos os novos versos criados e produzir um livro de coletânea de versos. Uma ideia é propor que as crianças levem para casa esse livro para ler com seus familiares. Para isso, faça um sorteio para definir a ordem que será feito esse rodízio.

O que é possível fazer em casaCada vez que uma criança levar o livro de coletâneas de versos para casa, você pode pedir que, em casa, ela faça um desenho de um dos versos criados para ser colocado no mural da sala.

EU ABRO DEVAGARINHOPRA PASSAR O MENININHOEU ABRO BEM COM CUIDADOPRA PASSAR O NAMORADO.

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Identificar e eleger palavrasque acham bonitasno poema.

O que as crianças podem pensar, dizer e fazer.

Atividade 5

professor convida as crianças a conhecer um novo poema do livro A arca de Noé e propõe que elas prestem atenção na leitura para

eleger as palavras que elas acham as mais bonitas. Por fim, convida as crianças a ditarem uma lista com estas palavras.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoTreinar a leitura do poema O leão para ler com entonação e ritmo. Separar um papel grande para elaborar uma lista de palavras bonitas do poema.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade coletiva. As crianças podem estar organizadas de forma confortável, de modo que consigam visualizar a lista.

Orientações para o professor Contar às crianças que vão conhecer um novo poema do livro A arca de Noé e propor que prestem atenção

nas palavras do poema que achem bonitas. Você pode dizer: “Hoje vamos conhecer um novo poema do livro A arca de Noé. Prestem bastante atenção na leitura, que depois eu vou pedir para vocês me dizerem quais as palavras do poema que acharam mais bonitas”.

Ler o poema O leão, preocupando-se em colocar ritmo e entonação na leitura.

Pedir que as crianças digam quais palavras elas acharam mais bonitas e escrevê-las no papel. Nesse momento, você poderá ajudá-las a justificar suas escolhas: “Você me disse que a palavra ‘labareda’ é bonita. Vou ler novamente a estrofe em que aparece essa palavra, para que você me diga por que acha ela bonita”. É importante que as crianças digam o porquê de suas escolhas, porém, não há certo e errado. As escolhas podem ser simplesmente pela sonoridade ou porque as palavras têm rimas, são difíceis, representam coisas gostosas etc.

Propor que as crianças digam outras palavras que achem bonitas para ampliar a lista.

Combinar que, sempre que encontrarem palavras que achem bonitas em outros poemas, elas vão colocar nessa lista que ficará na parede da sala.

Possíveis adaptações Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode eleger

Fazer uma lista de palavras que acham bonitas

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uma ou duas palavras que considere bonitas para exemplificar antes de propor que elas escolham as delas. Nesse momento, é importante que você justifique suas escolhas.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que elas escrevam, ao final da proposta, uma lista de palavras que achem bonitas.

O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças identifiquem no poema as palavras que consideram bonitas, favorece-se que

atentem para a forma das palavras nesse texto e a função poética no poema.

Ao propor que as crianças ditem uma lista de palavras que acham bonitas, possibilita-se que ampliem o vocabulário de palavras que consideram bonitas.

O que mais é possível fazerVocê pode realizar outras listas de palavras com os diferentes poemas deste livro, como, por exemplo, lista de palavras que tenham letras e sons iguais ou de palavras que comecem com a mesma letra.

O que é possível fazer em casaVocê pode propor que as crianças contem em casa sobre as palavras que elegeram como as mais bonitas do poema e perguntar aos pais, irmãos e vizinhos se sabem dizer palavras que considerem bonitas.

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Adequar o ritmo do ditado ao da escrita do professor.

O que as crianças podem pensar, dizer e fazer.

Atividade 6

professor retoma com as crianças os poemas do livro A arca de Noé que elas já sabem de memória. Em seguida, divide as crianças

em grupos e propõe que escolham um desses poemas e ditem para ele escrever.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoGarantir que as crianças saibam de memória o poema que será ditado, para que não precisem consultar o livro durante a atividade.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade com dois momentos; um primeiro, coletivo, e outro em pequenos grupos. Porém, você deve organizar a turma para que, enquanto estiver trabalhando com um grupo, o restante das crianças esteja realizando outra proposta que saibam fazer sozinhas, como brincar com jogos conhecidos, por exemplo. Ao longo de alguns dias, você fará essa mesma proposta de forma a atender cada grupo separadamente.

Orientações para o professor Sentar com as crianças em roda e propor que digam quais os poemas do livro A arca de Noé que já sabem

de memória para que você possa organizá-los em uma lista.

Contar às crianças que a proposta é que, divididas em pequenos grupos, cada um escolha um poema para ditar. Você pode dizer: “Agora que já listaram todos os poemas que sabem de cor, vou dividir vocês em grupos, mas cada grupo fará uma atividade diferente. Alguns terão jogos para brincar e um único grupo sentará comi-go para escrever um poema do livro A arca de Noé”.

Explicar, já no pequeno grupo, que, primeiro, as crianças vão escolher o poema que vão ditar. Lembrar que todos do grupo devem saber o poema escolhido de memória. Uma dica é pedir que recitem o poema para verificar se realmente sabem o texto de memória.

Iniciar a proposta de escrita do poema lembrando às crianças os cuidados que precisam tomar ao ditar para que você possa escrever: “Vamos começar a escrever o poema escolhido. Vou escrever tudo o que vocês me ditarem, mas tentem falar devagar e um de cada vez, para que eu possa escrever tudo que vocês me disserem”.

Propor questões que ajudem as crianças a observar a unidade gráfica do poema (linha do verso, tre-cho da estrofe). Por exemplo, se a criança ditar duas linhas de uma vez, você pode perguntar: “Olha só, até

Observar a disposição gráfica do texto (linhas, verso e estrofe).

Ditar um poema conhecido

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aqui eu escrevi uma parte do que você me falou. Onde eu escrevo a outra parte, junto com essa ou em outra li-nha?” Ou ainda: “Tudo isso que vocês me ditaram agora é uma estrofe inteira. Continuo escrevendo ao lado desta linha ou em outra?”

Reler a parte do poema que já foi escrita para que as crianças o recuperem, se localizem e continuem ditando a partir do ponto que pararam.

Reler o poema, após ter sido escrito por inteiro, para que as crianças decidam se falta algo: “Vou reler o que me ditaram para que vocês possam verificar se é necessário mudar algo, para que fique igual ao poema que conhecemos”.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode compartilhar suas decisões de quebra de linha, de estrofe e de verso. Por exemplo, assim que elas ditarem uma parte, diga que aquele pedaço é uma estrofe do poema e que nela há três linhas e que por esse motivo você vai escrever um verso em cada linha e separar as estrofes.

Se o desafio proposto parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que elas se revezem no papel de quem vai escrever. Assim, além de ditar o poema, elas terão também o desafio de escrevê-lo.

O que as crianças podem aprender Ao solicitar que as crianças ditem um texto, favorece-se que elas coloquem em jogo seus conhecimentos

sobre as características da linguagem escrita.

Ao participar de uma escrita coletiva na qual elas ditam e acompanham o que o professor escreve, as crianças podem aprender alguns comportamentos de escritor e atentar para as características gráficas do poema.

Ao reler para as crianças aquilo que foi ditado, solicitando que pensem sobre a necessidade de mudar algo no texto, contribui-se para que elas se apropriem da linguagem escrita nos textos.

O que mais é possível fazerVocê pode propor outras atividades que ajudem as crianças a conhecer as estruturas características dos poemas. Um exemplo é entregar em tiras de papel todos os versos de um poema bem conhecido das crianças e pedir que elas, em duplas ou em pequenos grupos, os organizem por estrofes.

Verificar se há modificações para fazer no texto.

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Atividade 7

professor propõe que as crianças ensaiem uma recitação de poemas com diferentes vozes. Para isso, organiza a sala em grupos para que

possam treinar e conversar sobre como melhorar o recital.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoGarantir que cada criança já tenha escolhido o poema que vai recitar e que o saiba de memória. Para esse dia prepare uma folha com os poemas escolhidos pelas crianças escritos em letras de imprensa maiúsculas.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade em pequenos grupos (que devem ser divididos por escolha igual de poema) e, enquanto você trabalha com um deles, orientando-o no ensaio para o recital, os demais devem estar realizando uma atividade que saibam fazer sozinhos. Ao longo de alguns dias você fará essa mesma proposta de modo que possa acompanhar todos os grupos separadamente.

Orientações para o professor Propor às crianças um ensaio para o recital em pequenos grupos. Para isso você pode organizar uma

grande roda e dizer: “Agora que vocês já escolheram o poema que sabem de memória e que querem recitar, vamos fazer um ensaio para o recital. Dividi vocês em pequenos grupos, deixando juntas as crianças que escolheram o mesmo poema. Vou ajudar um grupo de cada vez, então, enquanto eu trabalho com um grupo, os demais poderão escolher um jogo para brincar”.

Organizar os grupos. Para isso, retome com elas os poemas que escolheram e organize as crianças de forma que estejam no mesmo grupo que aquelas que escolheram o mesmo poema. É importante que cada grupo tenha 4 ou 5 crianças. Caso necessário, organize mais de um grupo para o mesmo poema.

Contar às crianças, já no pequeno grupo, que elas vão treinar a recitação do poema para a apresentação.Entregar a folha com o poema escrito para cada criança do grupo e contar que naquela folha está escrito o poema que elas escolheram. Ler o poema em voz alta e pedir que acompanhem a leitura.

Explicar que elas vão, no dia do recital, declamar o poema em diferentes vozes, cada criança dizendo uma ou mais estrofes.

Combinar qual passagem cada criança vai recitar e, na frente de cada uma delas, marcar essa parte no papel em que está escrito o poema. Explicar que você fará isso para que elas possam acompanhar a recitação do colega e saber quando será a sua vez de recitar.

Ensaiar um recital com diferentes vozes

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Recitar sua parte do poema considerando a ordem sequencial do texto.

O que as crianças podem pensar, dizer e fazer.

Conversar com as crianças sobre qual seria a melhor maneira de recitar um poema. Nesse momento, você pode retomar a conversa que tiveram na primeira atividade sobre a importância de ler um poema com ritmo e entonação.

Realizar a primeira recitação com diferentes vozes e explicar ao grupo que elas devem ficar atentas enquanto cada uma delas recita a sua parte, para que possam saber quando é a sua hora de recitar. Nesse primeiro ensaio, ajude as crianças informando o momento de cada uma recitar.

Propor às crianças do grupo, após o primeiro ensaio, que conversem sobre como melhorar a recitação, considerando entonação, ritmo, expressão, altura da voz, clareza na fala etc.

Repetir a recitação levando em conta o que foi conversado anteriormente.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode se colocar como um integrante do grupo, recitando uma parte do poema. Dessa forma, as crianças terão uma parte menor para decorar e recitar.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que elas formem duplas e não grupos para recitar o poema.

O que as crianças podem aprender Ao pedir que as crianças recitem respeitando o seu momento de falar e o momento do outro, possibilita-

se que acompanhem a ordem sequencial do texto e adaptem a sua participação desenvolvendo atenção para a atividade.

Ao propor que as crianças conversem sobre o seu desempenho, possibilita-se que aprimorem alguns proce-dimentos de recitação de poema, como ritmo e entonação de voz.

O que mais é possível fazer Você pode gravar a recitação dos grupos para que as crianças possam ouvir e aprimorar suas declamações.

O que é possível fazer em casaVocê pode sugerir que as crianças levem para casa a folha com o poema escrito e façam mais um treino de suas recitações.

Identificar o que pode ser melhorado na recitação.

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Pensar sobre a posição que devem ficar durante a recitação e como colocar a voz.

O que as crianças podem pensar, dizer e fazer.

Atividade 8

professor propõe que as crianças realizem o ensaio final para o recital, organizando uma apresentação de todos os grupos.

Conversa com as crianças sobre como devem colocar a voz durante a recitação, como devem ficar organizadas e como devem se comportar enquanto escutam o recital dos colegas. Roteiro de trabalho

PreparaçãoGarantir que todas as crianças tenham participado do ensaio em pequenos grupos antes de propor o ensaio final.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade coletiva. É importante considerar que o espaço deve estar organizado de forma que, enquanto as crianças recitam, elas estejam bem visíveis e que haja o silêncio necessário.

Orientações para o professor Propor às crianças um ensaio final para o recital. Você pode dizer: “Hoje faremos um ensaio geral do

nosso recital. Cada grupo vai se apresentar e todas as crianças da sala vão assistir, como se fosse o dia do nosso recital. Quando acharmos que estamos prontos, podemos convidar os pais ou os colegas de outra classe para assistir”.

Conversar sobre a importância das crianças ficarem em silêncio e atentas à recitação dos colegas.

Organizar a ordem da apresentação dos grupos e chamar a atenção para a organização das crianças que estão recitando e como devem colocar a voz, para que todos possam ouvir: “Como vocês devem ficar, enquanto se apresentam, para que todos possam vê-los? E para que todos escutem como vocês devem declamar o poema?”

Iniciar a recitação dos grupos.

Conversar com as crianças sobre como foi a apresentação dos grupos em relação à maneira que eles recitaram considerando o público: “Todos conseguiram ouvir a recitação dos grupos? O que podemos melhorar na maneira de recitar os poemas?”

Propor que as crianças falem sobre como foi o desafio de se apresentar em público. Você pode dizer: “Como vocês se sentiram ao se apresentar? O que foi mais difícil?”

Pensar sobre como melhorar a recitação considerando os desafios de se apresentar em público.

Recitar o poemaem diferentes vozes.

Preparar a apresentação para o recital

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Combinar que elas ensaiarão até que estejam seguras para convidar seus pais ou outras crianças para o recital.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode propor, antes do ensaio final, um ensaio no qual um grupo apresenta para apenas outro grupo, sem que todos da sala assistam.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor um ensaio final com a presença de outros adultos da escola.

O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças ensaiem para um recital de poemas, favorece-se que elas desenvolvam a capaci-

dade de se apresentar em público e participar de uma prática social.

Ao propor que as crianças conversem sobre seu desempenho, possibilita-se que aprimorem alguns proce-dimentos de recitação de poema, como ritmo e entonação da voz, desenvolvam atenção sobre a linguagem e pensem sobre a sua própria ação.

Ao pedir que as crianças recitem respeitando o seu momento de falar e o momento do outro, possibilita-se que atuem de maneira colaborativa, identificando sua contribuição para o trabalho conjunto.

O que mais é possível fazerVocê pode combinar com as crianças quem serão os convidados para o recital (crianças de outras salas, funcionários e os pais) e escrever coletivamente um convite.

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Créditos institucionais

TRILHAS

Iniciativa:Instituto NaturaMinistério da Educação/ Secretaria da Educação Básica

Realização:Programa Crer para Ver, Instituto Natura

Desenvolvimento: Comunidade Educativa Cedac

Ficha Técnica

Programa Crer para Ver, Instituto NaturaCoordenação:Maria Lucia Guardia

Comunidade Educativa CedacCoordenação:Beatriz Cardoso e Tereza Perez

Concepção do conteúdo e supervisão:Ana Teberosky

Direção editorial: Beatriz Cardoso e Beatriz Ferraz

Consultoria literária:Maria José Nóbrega

Equipe de redação:Ângela Carvalho, Beatriz Cardoso, Beatriz Ferraz, Debora Samori, Maria Grembecki, Milou Sequerra, Patrícia Diaz

“ESTE CADERNO TEM OS DIREITOS RESERVADOS E NÃO PODE SER COPIADO OU REPRODUZIDO, PARCIAL OU TOTALMENTE, SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DO PROGRAMA CRER PARA VER, DO INSTITUTO NATURA,COMUNIDADE EDUCATIVA CEDAC E DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.”

Equipe da Gerência de Educação e Sociedade, Instituto Natura:Maria Lucia Guardia, Lilia Asuca Sumiya, Maria Eugênia Franco, Fabiana Shiroma, Eliane Santos, Isabel Ferreira, Luara Maranhão, Marcio Picolo

Edição de texto:Marco Antonio Araujo

Coordenação de produção:Fátima Assumpção

Projeto gráfico: SM&A Design/ Samuel Ribeiro Jr.

Ilustrações: Vicente Mendonça

Revisão: Ali Onaissi

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Índice para catálogo sistemático:1. Rudimentos de leitura : Educação elementar 372.41 2. Literatura infantil : Estudo e ensino 087.5

(Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507)

C122 Caderno de orientações : poemas. – São Paulo, SP : Ministério da Educação, 2011. 24 p. : il. ; 28 cm. – (Trilhas ; v. 13)

ISBN 978-85-7783-075-6

1. Leitura (Educação pré-escolar). 2. Literatura infantil - Estudo e ensino (Pré-escolar). 3. Literatura infantil - Poesia. 4. Literatura infantil - Rimas. 5. Leitores - Formação. 6. Crianças - Linguagem - Aprendizagem. 7. Recital. I. Série. CDU 372.41 CDD 372.4

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O Q U E É O P R O J E T O T R I L H A S

D esde 1995, a NATURA desenvolve o Programa Crer para Ver, que tem o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da educação pública do Brasil. No contexto desse programa,

o Instituto Natura desenvolveu, em parceria com a Comunidade Educativa CEDAC, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, o projeto TRILHAS, que visa orientar e instrumentalizar os professores e diretores de escolas para o trabalho com os alunos de 6 anos, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades de leitura e escrita.

O Ministério da Educação (MEC), desejando implementar uma política pública, concluiu que a metodologia e a estratégia desenvolvidas pelo projeto TRILHAS, assim como os materiais e publicações concebidos e produzidos por esse projeto, são particularmente especiais e compatíveis com as diretrizes do MEC.

Este material contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do acesso à leitura de obras da literatura infantil. A escolha da leitura como o principal tema do projeto justifica-se por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para a aprendizagem e melhoria do desempenho escolar ao longo de toda a vida do estudante.

Com o objetivo de promover a qualidade da educação nas escolas públicas do país, o MEC apoia e distribui o conjunto de materiais do TRILHAS, que visa contribuir para o desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade dos alunos de 6 anos de idade.

Esperamos que você possa utilizá-lo da melhor forma para que a melhoria da educação pública seja concretizada em nosso país.