Caderno de Produção e negócios

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NEGÓCIOS PRODUCÃO & ANO 1 - NÚMERO 37 RIO BRANCO, DOMINGO, 30.09.2012 Aprendendo a trabalhar Jovens treinam para conseguir seu primeiro emprego e profissionais mais antigos se requalificam para manter o emprego que já tem Aprendendo a trabalhar

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NEGÓCIOSPRODUCÃO

&

ANO 1 - NÚMERO 37RIO BRANCO, DOMINGO, 30.09.2012

Aprendendo a trabalhar

Jovens treinam para conseguir seu primeiro emprego

e profissionais mais antigos se

requalificam para manter o emprego

que já tem

Aprendendo a trabalhar

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Rio Branco – AC, DOMINGO, 30.09.2012Rio Branco – AC, DOMINGO, 30.09.2012 32NEGÓCIOS

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Aprender uma pro-fissão ou melho-rar mais o que já sabem é o prin-

cipal objetivo dos que bus-cam os cursos oferecidos regularmente pelo Centro de Tecnologia da Madeira e Móveis do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Senai-Cetemm localizado no Distrito Industrial de Rio Branco.

A diretora da Unidade Cetemm, Tânia Guimarãres explica que: “Além dos cur-sos de aperfeiçoamento dos profissionais que já atuam no mercado e para os jo-vens aprendizes, nós também atendemos as empresas e ins-tituições das áreas da madeira e construção civil oferecendo consultorias assessorias por-que o Senai funciona em rede nacional, d forma que quan-do nos solicitam alguma coi-sa para a qual não temos um instrutor, acessamos a rede e trazemos um especialista para resolver o assunto!”

Tânia informou que nes-te momento o Cetemm está oferecendo consultoria para 12 marcenarias que traba-lham para melhorar sua ges-

Uma nova ten-dência começa a ser praticada pelo mercado d

trabalho acreano nestes úl-timos três ou quatro anos, é o de oferecer treinamen-to para conseguir absorver profissionais mais quali-ficados que darão maior competitividade aos seus negócios e um dos grandes aliados nessa tarefa vem sendo a Escola Senai cel. Auton Furtado que vem atendendo as demandas coletivas de setores como as oficinas mecânicas, refri-geração e condicionamento de ar, construção civil e até grandes grupos do setor de energia como a Eletrobras, Guascor e, neste momen-to, a Energia Sustentável do Brasil que está construindo a usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia.

Para se ter uma idéia

Senai: A escola da indústriaProfissionais que já estão no mercado buscam aperfeiçoamento e os jovens a oportunidade

de conseguir o primeiro emprego com uma profissão definida

tão nas áreas da produção e para conseguir melhor quali-dade nos seus produtos. Esse trabalho foi iniciado em 2011 com a realização de um diag-nóstico em todo o sistema de gestão funcionamento e análise dos produtos fabrica-dos por aquelas marcenarias, assim foram detectados seus problemas que estão sendo solucionados agora por um especialista enviado ao Acre pelo Centro de Tecnologia do Mobiliário de Bento Gonçal-ves, Rio Grande do Sul.

Qualificar 4.000 jovens

Essa é a meta assumida pelo Senai-Cetemm com o Ministério do Desenvolvi-mento Social, para atender às ações sociais do Cad Único do Governo Federal, através do qual são encaminhados os jovens por meio da Secreta-ria Municipal de Ação Social de Rio Branco. “Além dos cursos técnicos e dos treina-mentos que oferecemos aos jovens aprendizes, sempre em parcerias com empresas, atenderemos 1.200 jovens en-caminhados pela ação social

como público do Pronatec”.Assim estão acontecendo

cursos técnicos de dois anos na área de design em móveis, como também para obras e edificações. Já os cursos de qualificação passam por áre-as como pedreiro, pintor, marceneiro, eletricista, acaba-mento em móveis, encanador e pequenos objetos em ma-deira.

“Boa parte dos técnicos e dos que buscam qualificação profissional, especialmente na área da construção civil, que é hoje o setor com maior carência de profissionais, já saem daqui empregados. Isso é muito bom porque estimula cada vez mais jovens a procu-rar nossos serviços para en-trar no mercado de trabalho com uma qualificação profis-sional!” Esclarece Tânia.

Já Marcelo Ruiz da Sil-va consultor de relações do Senai com o mercado com-plementou: “Muitos jovens preferem profissões que ga-rantam ambiente em ar con-dicionado e sempre limpo, acontece que um bom pro-fissional da área da constru-ção civil ou um operador de máquinas pesadas são muito bem pagos. Outro fato é o de que, antigamente, os serviços da construção civil no Acre era sazonal, ou seja, funcio-nava bem no verão e parava no inverno, agora ela fun-ciona o ano inteiro”. Mas ele nota um detalhe: “Estamos trinando muita gente que vai para o mercado, mesmo as-sim há uma grande demanda por trabalhadores, o que está acontecendo com boa parte desses novos profissionais ainda é uma incógnita!”

Novidades

Tânia lembra que: “O curso de design em móveis está sendo realizado pela pri-meira vez no Acre e que em 2013 o Senai estará oferecen-do seus primeiros cursos de ensino à distância em áreas como Eletrotécnica ou Obras e Edificações, com os alunos podendo estudar em casa, via internet, mas fazendo provas presenciais na instituição”.

Mas a grande novidade

fica por conta da transfor-mação da unidade do Senai--Cetemm de Rio Branco em Instituto Senai de Tecno-logia, graças a um investi-mento de R$ 6 milhões que vão garantir a construção de novos prédios, compra de equipamentos, treinamento das equipes e contratação de novos especialistas. O maior objetivo da criação deste ins-

tituto é oferecer treinamen-tos que garantam uma maior competitividade para o setor da madeira e móveis no Acre e na Amazônia como um todo porque vamos funcio-nar em caráter regional. Esse processo de instalação vai durar dois anos e com sete anos de funcionamento de-verá atingir um total amadu-recimento”.

Qualificar-se profissionalmente é fundamental para conseguir um bom emprego

A nova legislação exige que quando uma construtora entregar um imóvel novo, deve entregar ao usuário um manual explicando quais os materiais foram usados na construção e orientações de como conservá-lo, como por exemplo, que tipo de detergente usar quando for lavar uma parede. “As construtoras agora são responsá-veis pela conservação do imóvel durante cinco anos, mas quando o morador não seguir as recomendações perderá esse direito”, explica o instrutor do Senai, Francisco Pe-reira de Souza.

Para garantir que estas normas sejam obedecidas o Senai-Cetemm oferece o curso de Manutenção Predial. Duas turmas de jovens do Pronatec estão fazendo o cur-so que dura 160 horas. Mailson Santos, 18 anos, que está fazendo o curso de Manutenção Predial explicou que: “Aqui a gente aprende a consertar encanamentos, como limpar vidros e fazer outros reparos em casas e edifícios, ou seja, são coisas muito úteis no dia a dia. Acredito que isto vai me trazer oportunidade de emprego em empresas construtoras, condomínios e edifícios!”

Oportunidade ao primeiro emprego

Jovens aprendem mantenção predial no Senai Cetemm

Muito mais que aprendizado é a oportunidade!

Às vésperas de completar 50 anos o Senai cel. Auton Furtado, na Cadeia Velha. Vive uma permanente atualização para atender as necessidades de desenvolvimento do Acre

da dimensão deste traba-lho, a instituição treinou seis mil pessoas em 2011 e tem a meta de treinar sete mil at6é o final deste ano. “Além de uma série de cursos de aprendizagem, esta unidade do Senai oferece seis cursos técnicos nas áreas da eletro-técnica, segurança, manuten-ção de computadores e em 2013 estaremos oferecendo pela primeira vez o de técni-co em manutenção automoti-va”, explica Mozani Mariano de Almeida diretor da Escola Senai cel. Auton Furtado que funciona no bairro da Cadeia velha, em Rio Branco.

Mozani explica que a falta de profissionais preparados para o trabalho no mercado local tem levado as empre-sas a procurar ajuda e bancar parte dos custos destes treina-mentos de forma coletiva ou sozinha como no caso da Co-mercial CG que bancou a pre-

da empresa, isso vem aconte-cendo com a construção civil ou o mecânico já que estamos com mais de 200 oficinas de automóveis só em Rio Bran-co. Então recorrem ao Senai e nós fazemos o que é possível para atende-los. Creio que um dos setores que está crescendo muito e que já está precisando disso é o da confecção onde nós temos um curso nosso e outros treinamentos que vem sendo dados em parceria com o Sebrae!”

Há muitas vagas para quem quer conseguir seu primeiro emprego ou tentar uma recolocação mais van-tajosa no mercado, mas Mo-zani adverte os interessados: “O trabalhador, principal-mente, o jovem precisa sen-tir qual é sua vocação, com que tipo de coisa ele gostaria de trabalhar, um dos cami-nhos para isso é visitar am-

bientes de trabalho. Outro fato que ele tem de consi-derar é se o mercado está querendo esse tipo de tra-balhador e ainda se o que esse trabalhador ganha vai satisfazer seus sonhos e necessidades. Hoje por exemplo, além da panifi-cação, da construção civil e setor automotivo, vemos as perspectivas de ativação de indústrias como a Ál-cool Verde, a Fábrica de Tacos e a Zona de Proces-samento de Exportações, mas também há um apa-gão, ou seja falta de pro-fissionais em profissões como a de açougueiro. O que tudo isso tem em comum é que o mercado muda sempre e, às vezes muito rápido como está acontecendo agora e, para sobreviver a isso é preciso qualificação profissional!”

paração de uma turma inteira. “As empresas precisam de gente preparada para trabalhar agora mesmo, não dá mais para treinar aprendizes dentro

Escola Senai dá cursos que vão da panificação à eletricidade e mecânica

Aprender fazendo é a filosofia que norteia os cursos do Senai

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PRODUCÃO&NEGÓCIOS

PRODUCÃO&

Energia limpa e sustentável

Até que enfim, uma luz no fim do tú-nel dos constantes apagões que asso-

lam Rio Branco e demais mu-nicípios acreanos causando transtornos e muitos prejuí-zos à população. É que em ja-neiro do ano que vem entram em operação as primeiras cin-co turbinas da usina hidrelé-trica de Jirau oferecendo uma energia limpa e estável que não consegue ser produzida pelos motores das termoelé-tricas que ainda abastecem a região.

Uma das boas novidades dessa obra que levará ainda alguns anos para estar total-mente pronta é o curso Téc-nico em Eletromecânica que está sendo oferecido pela Es-cola Senai cel. Auton Furtado para 33 jovens acreanos que estão sendo preparados para integrar a equipe de 210 téc-nicos e engenheiros que vão

Em junho de 2013 a Universidade Fe-deral do Acre re-ceberá sua primei-

ra turma de alunos do curso de engenharia elétrica que já é fruto da construção da usina de Jirau. A rapidez na instalação desse novo curso só está sendo possível porque o consórcio Energia Susten-tável do Brasil que constrói a usina está bancando a cons-trução do prédio e compra dos equipamentos necessá-rios ao aprendizado desses novos profissionais acreanos que terão a oportunidade de ingressar numa carreira de importância crescente.

A aula inaugural do curso de Eletromecânica realizada na manhã da última quinta--feira (27/09) no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Acre é mais um exemplo das transfor-mações que a usina vem pro-porcionando para avançar a educação profissionalizante acreana. Mais de 240 jovens inscreveram-se para concor-rer às 33 vagas do curso do Senai cel. Auton Furtado que vai durar dois anos, sendo um ano e meio deste tempo aplicado em adquirir conhe-cimento técnico e científico dos princípios eletromecâni-cos, montagem e manuten-ção de sistemas e, por fim o desenvolvimento de projetos. No restante do tempo eles passarão por um estágio na própria usina de Jirau onde terão a oportunidade de co-nhecer o sistema em funcio-namento e quem melhor se adaptar será contratado para integrar o quadro de 210 téc-nicos e engenheiros que vão operar este complexo que tem capacidade para gerar 250 mega watts de energia.

Incluídas no Plano de Ace-leração do Crescimento do governo federal, a construção das usinas hi drelétricas de Ji-rau e Rondônia fazem parte do complexo energético do Rio Madeira que prevê ainda a construção de mais três usi-nas dessa categoria. Mas que considerar-se que quem está se preparando para trabalhar na área da geração de energia, terá ainda como opções de

Começam os treinamentos dos primeiros acreanos que vão trabalhar na operação da usina hidrelétrica de Jirau que começa a gerar energia a partir de janeiro de 2013

Usina vai gerar muito mais que energia elétrica

A construção da Usina Hidrelétrica de Jirau criou dezenas de milhares de empregos na obra e vai impulsionar o desenvolvimento econômico, social e até a educação da região

garantir o funcionamento permanente da usina.

Aldo Nascimento, 23 anos que já havia feito o curso de um ano e meio de Manuten-ção Elétrica Predial e Indus-trial no Senai é um dos que estão fazendo o curso Técni-co em Eletromecânica com a esperança de conseguir um emprego em Jirau. “Fiquei muito contente de ter sido selecionado dentre mais de 250 candidatos para fazer este curso. Como já trabalho na empresa Juruá Serviços Técnicos que faz manuten-ção do aeroporto de Rio Branco, o próprio patrão, seu Vilela, que me incentivou e mudou minha escala para que eu possa participar de todo o treinamento. Para mim, esta é a oportunidade que dese-jo para crescer como profis-sional, então é uma chance muito grande que a gente não pode jogar fora!”

Sentado ao lado de Aldo, durante a aula inaugural do surdo de eletrotécnico, Alan Nascimento Honório de 19 anos, que também está fazen-do o treinamento explicou que: “Já fiz um curso de ele-tricidade básica e outro para a montagem e manutenção de computadores no Senai, mas este de técnico em Eletrome-cânica é a oportunidade de fazer carreira nessa profissão porque esse é um mercado que está crescendo cada vez mais. Na verdade nunca visi-tei uma usina, então não te-nho a menor ideia de como será a vida num serviço como esse, mas acredito que vai dar certo!”

De olho no mercado

A aula inaugural contou com a presença de muitos jovens ainda novos para participar do curso, mas que foram para saber o que é a Eletromecânica e, quem sabe, um dia decidir por essa profissão. Uma de-las é Tayane Oliveira Vas-concelos, 15 anos que está cursando o primeiro ano do ensino médio, a qual explicou que: “Até agora tenho tentado entrar para a carreira de modelo, mas essa é uma profissão incer-ta e, como sou curiosa, vim assistir a esta aula sobre o curso de Técnico em Ele-tromecânica, pois acredito que a gente precisa pensar bem antes de investir numa carreira de trabalho. A ver-dade é que além de mode-lo, eu sempre quis estudar alguma coisa relacionada com engenharia ou arqui-tetura, mas a eletromecâni-ca também me parece uma área muito bonita e com futuro!”

Já Caio Matheus de Al-meida Lima que tem ape-nas 14 anos e que cursa o primeiro ano do ensino médio, também está de olho no mercado de tra-balho. “Estava na escola quando convidaram os que quisessem assistir à aula inaugural deste curso, eu achei interessante conhecer porque com isso posso de-finir melhor qual faculdade posso fazer. Eu morava em Brasiléia e o pessoal do Ifac foi dar um curso de biotecnologia, achei inte-ressante, fiquei com vonta-de de conhecer mais, mas me mudei pra Rio Branco, acredito que a gente precisa procurar alguma coisa que se identifique com nosso jeito de ser!”

Aldo e Alan são alunos do curso de eletromecânica e sonham trabalhar em Jirau

Caio, 14 anos, pesquisando a futura

profissão

emprego, outras cinco usinas que estão sendo construídas pelo governo Peruano ao longo da Estrada do Pacífico.

Ativação em etapas

O diretor Institucional da Energia Sustentável do Brasil, José Lúcio de Arruda Gomes que prestigiou a aula inaugu-ral dos futuros técnicos em eletromecânica. Ele informou que: “A operação da usina vai gerar 270 empregos diretos e muitos outros indiretos, mas o mais importante é sua con-tribuição permanente para o desenvolvimento desta região do Acre e Rondônia produ-zindo energia elétrica de for-ma limpa e sustentável. Uma das principais preocupações de nossa empresa é com o bem estar das pessoas, como por exemplo na transferência de 400 famílias da vila Mu-tum Paraná que receberam novas moradias e uma infra-estrutura que faz dela uma das melhores cidades de Ron-dônia. Também transferimos 50 famílias rurais que foram reassentadas, as quais estão recebendo orientação e assis-tência técnica para produzir mais e melhor!”

Já Isac Teixeira o diretor de operações da usina explica que: “A usina já conta com 80

técnicos e engenheiros que vão dar inicio ao funciona-mento das turbinas a partir de janeiro. De 2013, até o fim daquele mês teremos cinco turbinas em operação, duas delas vão gerar energia exclu-sivamente para abastecer o Acre!”

Novas oportunidades

O presidente da Federa-ção das indústrias do Estado

do Acre, Carlos Sasai, desta-cou a importância do curso e parabenizou os jovens que se candidataram para o curso de eletromecânica. “O Acre avança de maneira sustentá-vel investindo no conheci-mento e estes jovens repre-sentam esse futuro. Por isso quero parabenizar a todos que iniciaram hoje uma nova etapa que trará grandes opor-tunidades às suas vidas con-tribuindo para o desenvolvi-mento do nosso Estado.

Enquanto o diretor do Senai, João César Dotto des-tacou: “O início deste curso marca um momento históri-co que começou em março quando o deputado federal Sibá Machado que é um dos conselheiros da Usina de Ji-rau nos procurou a fim de propor a realização deste cur-so de eletromecânica a fim de preparar nossos jovens para que tenham a oportunidade de trabalhar na usina”.

O deputado federal Sibá Machado destacou que as obras de construção das usi-nas de Jirau e Santo Antô-nio fazem parte do Plano de Aceleração Econômica im-plementado pela presidente Dilma Roussef que está in-vestindo R$ 955 bilhões em obras de melhoria da infraes-trutura do Brasil. “A usina re-presenta uma fonte de ener-gia limpa e de qualidade que vai alavancar o desenvolvi-mento do Acre. O consórcio Energia Sustentável do Bra-sil está bancando a criação de um Centro de Excelência em Energia que já está sendo construído na Ufac e receberá seus primeiros alunos de en-genharia elétrica em junho do ano que vem. O centro será referência para a formação de profissionais dessa área para toda a Amazônia e, possivel-mente para os países vizinhos como Bolívia e Peru!”

Isac e José Lúcio representantes do consórcio Energia Sustentável do Brasil parabenizam Sibá pela iniciativa dos cursos

Aula inaugural do curso de eletromecânica na Fieac dá início a uma nova fase no desenvolvimento acreano

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PRODUCÃO&NEGÓCIOS

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O velho provérbio chinês de que “Melhor que dar o peixe é ensinar

a pescar”, adapta-se perfeita-mente ao atual momento vi-vido no Acre onde a piscicul-tura recebe destaque como um sistema de produção lu-crativo e ecológicamente cor-reto. Mas para ser assim, pre-cisa contar com profissionais devidamente qualificados para oferecer orientações e assistência técnica aos produ-tores desde a construção dos açudes, fabricação de ração, manejo da criação, despesca e beneficiamento da carne de pescado na indústria.

Para cada vaga oferecida

Os últimos 20 anos foram marcados por uma verda-deira transforma-

ção nos hábitos alimentares acreanos que com a conclusão do asfaltamento da BR-364 de Rio Branco para Porto Velho passou a ter regularidade no abastecimento dos mercados e supermercados que assim ganharam variedade de fru-tas, verduras, massas e carnes. Mas, neste momento, a dita-dura da beleza e a busca por uma vida mais saudável gera novas transformações dentre as quais vem se destacando a multiplicação das soparias e das casas de comida japonsesa que são menos “engordiets”.

A mudança é notada pela instrutora de gastronomia Fernanda da Costa Ferreira que orienta professores e alu-nos dos cursos de culinária que acontecem regularmen-te no Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio, o Senac que tem uma unida-de de treinamento em Rio Branco e outra em Cruzeiro do Sul. “Notamos que os sa-duíches ainda são muito po-pulares, mas estão perdendo espaço rapidamente para a sopa, as saladas e a comida japonesa e essa é uma ten-dência natural dos que estão de direta ou buscando uma forma de vida mais saudável . O que vem crescendo muito mesmo são as soparias que se multiplicam pela cidade e as mais pedidas são as sopas de legumes”.

Essa tendência não atra-palha o crescimento de se-tores como o da panificação que continua em franca ex-pansão e exige o treinamento permanente de novos profis-sionais, mas é nos restauran-tes que as mudança são no-tadas com maior facilidade. “Os clientes estão cada vez mais exigentes, as pessoas buscam novos sabores por isso iniciamos dois cursos de gastronomia que estão acon-tecendo com 20 alunos cada um e iniciaremos outro nesta segunda-feira. Cada um de-les tem duração de um ano e neste período os novos cozi-nheiros aprendem a calcular desde o valor energético ou calórico dos alimentos até a elaboração da ficha técnica que garante padrão de qua-lidade e sabor aos pratos. Contar com trabalhadores qualificados que garantem padrão na textura e sabor dos alimentos é fundamental

Quem quer emprego?O Sistema Nacional de Empregos atende trabalhadores em busca de nova locação,

os jovens que estão em busca de seu primeiro emprego e empresa em busca de trabalhadores

pelas empresas, o Serviço Na-cional de Empregos –Sine-, ligado ao Ministério do Tra-balho e Emprego, encaminha cinco candidatos na esperan-ça de que um deles atenda as expectativas do contratante. Assim, mais de seis mil traba-lhadores já foram encaminha-dos para as vagas de emprego em Rio Branco, só neste ano e pelo menos 2.800 consegui-ram uma colocação. Só para o Atacadão/Carrefour foram 900 candidatos.

O grande problema está no fato de que boa parte desses trabalhadores não têm qualifi-cação para os empregos ofere-cidos, então o Sine oferece cur-sos para que possam atender

Piscicultura é a que mais avança no campo, mas precisa de mão de obra especializada

Restaurantes pegam clientes pela bocaPara atender aos fregueses cada vez mais exigentes, restaurantes, pensões e lanchonetes

investem na melhoria da qualidade dos produtos e no atendimento

para quem quer conquistar e reter clientes”, adverte Fer-nanda.

O treinamento é funda-mental para quem quer con-quistar um emprego per-manente como esclarece a instrutora: “Neste momento estamos com dois cursos de panificação e confeitaria, um com 15 alunos e outro com 20 que receberão 220 horas

de aulas. Depois disso eles vão estagiar nas panificadoras e mais da metade deles são contratados pelas empresas, alguns vão trabalhar por con-ta e outros formam socieda-de para trabalhar juntos neste ramo!”

Mas as mudanças também são notadas nos ambientes de festa ou de maior sofisticação quando aparência e sabor fa-

zem a alegria dos consumi-dores. Segundo Fernanda os tradicionais canapés de pão e biscoito com coberturas de maionese e outros recheios, agora estão sendo substituí-dos por porções de mini refei-ções recheadas com galinha picante, cremes de hortaliças, risoto e outros. “Nos cursos notamos o interesse dos alu-nos em aprender a fazer cup

caqk, petit gateau, brownies e outras delícias de tamanho mais delicado e que os cozi-nheiros podem produzir em casa para vender. Na verdade clientes e alunos querem no-vidades e quem deseja entrar no ramo precisa estar atento a essas mudanças de hábito dos consumidores porque isso faz toda diferença no su-cesso de seu negócio”.

Saladas estão entre a preferência de consumo de quem quer uma vida mais saudável

Soparias estão cada vez mais populares, principalmente entre

os que fazem dieta

essas necessidades do mercado de trabalho. E a procura é tão grande que já não há mais va-gas para todos os cursos que o Sine estará oferecendo até de-zembro deste ano.

Diante dessa necessida-de, acontecem cursos desti-nados a atender as empresas urbanas e rurais. Para a cida-de há treinamentos como os de auxiliar de produção em marcenaria , acabamento em móveis de madeira maciça, manutenção e instalação de equipamentos de refrigeração e eletroeletrônicos, decorador de vitrines, auxiliar de admi-nistração, massagem, opera-dor de empilhadeira, auxiliar de produção de compensa-

dos e laminados, gestão de cooperativas e planejamento estratégico.

Já para a zona rural o des-taque é mesmo a piscicultura onde há pessoas aprendendo

técnicas de alevinagem, pro-dução de embutidos de peixe, técnicas de processamento de pescado, além da fabricação de ração e outros insumos para a criação de peixes.

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PRODUCÃO&

Precisa-se de ca-minhoneiro! En-quanto os velhos c aminhone i ros

que ao longo dos anos con-tribuíram para o desenvol-vimento do Brasil estão se aposentando, o setor enfrenta um verdadeiro “apagão” de profissionais, ou seja, a falta de novos motoristas interessados em substituí-los e até eles não querem que os filhos sigam a mesma profissão.

Formar esses novos profissionais é uma das preocupações principais do Serviço Social de Aprendi-zagem dos Transportes, o Sest, braço de qualificação do Serviço Nacional dos Transportes, em Rio Bran-co. “Está cada vez menor o número de novos moto-ristas interessados em dedi-car se aos vários ramos dos transportes de carga e pas-sageiros, por isso estamos oferecendo curso de 160 horas para a primeira tur-ma ainda neste ano”, expli-ca Antônia Márcia oliveira coordenadora do Senat no Acre.

Pé na estradaAs longas viagens, baixos salários e a insegurança nas estradas fazem com que cada vez

menos jovens busquem a profissão de motorista

“Se meu filho quiser, eu não

quero!”

Quando entrevistamos o caminhoneiro gaúcho, Le-andro Miguel Klein descobri-mos que estava estacionado há quatro dias num dos pos-tos de gasolina da BR-364 na

saída para Porto Velho, sem poder sair do Estado porque a empresa que o contratou para levar uma carga de ma-deira para Goiás dizia não ter R$ 500 para pagar o imposto da nota.

“Nós somos desrespei-tados pelas pessoas e pelas próprias empresas que con-

tratam nossos serviços porque precisam dele para movimentar a economia do Brasil. Quem vai pagar os dias parados que estou aqui, enquanto espero uma solução a prestação do ca-minhão continua correndo no banco. Já aconteceu de eu ter que pagar esse tipo de imposto para não ficar parado e a gente não tem garantia de que a empresa contratante vá cobrir esse custo!” Reclama Klein.

Por essas e outras o ca-minhoneiro desfiou uma carreira de reclamações que vão da insegurança nas estradas, roubo de cargas, às novas exigências de pa-rada e descanso sem que haja locais apropriados para isso ao longo das es-tradas. “Trabalhei minha vida inteira como cami-nhoneiro e hoje é uma pro-fissão que não compensa por causa do desrespeito e do baixo ganho para quem investe muito dinheiro na compra de um caminhão. Por isso, se meu filho qui-ser ser caminhoneiro, eu não quero!”

Mas a necessidade e os treinamentos também se es-tendem a diversas outras áre-as e, para atendê-las o Sest oferece também cursos de operador de empilhadeiras, operador de caixa, frentista abastecedor e outros que es-tão sendo financiados pelo Pronatec.

E também aqui nota-se que as mudanças de hábito da população dá origem a novas profissões como a de motota-xistas que são regidas por leis que exigem que eles tenham treinamentos bem específi-cos para a função. “Dia 22 de outubro vamos iniciar o primeiro curso para 30 mo-tofretistas que diferente dos mototaxistas que trabalham transportando passageiros, estes utilizam suas motos para transportar lanches,água e gás, marmitas, remédios, documentos e até pequenos animais atendendo aos pet shops . Por incrível que pa-reça já existem mais de 600 profissionais atuando nessa área só em Rio Branco e essa nova profissão cresce porque as pessoas agora fazem com-pras sem sair de casa!”

Leandro Klein lamenta as agruras de ser caminhoneiro