Caderno de Produção e negócios

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É tempo de festa! NEGÓCIOS PRODUCÃO & ANO 1 - NÚMERO 43 RIO BRANCO, DOMINGO, 25.11.2012 Comércio lamenta um dos piores anos em vendas na capital acreana, mas deposita suas esperanças nas festas de fim de ano e na recuperação em 2013

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É tempo de festa!

NEGÓCIOSPRODUCÃO

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ANO 1 - NÚMERO 43RIO BRANCO, DOMINGO, 25.11.2012

Comércio lamenta um dos piores anos em vendas na capital acreana, mas deposita suas esperanças nas festas de fim de ano e na recuperação em 2013

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Juracy Xangai

A receita é simples, ensina Tancredo, ou simplesmente “Chefe” como é

popularmente conhecido o proprietário do Bazar Chefe que se mantêm em pé há 42 anos, sobrevivendo a algu-mas das piores crises econô-micas brasileiras que arrasa-ram e continuam arrasando muitas casas comerciais.

“O cliente tem sempre razão!” Afirma Chefe ca-tegoricamente, em seguida aconselha: “A variedade de produtos para atender os mais variados tipos de ne-cessidades e, especialmente, o bom atendimento é o que

cativa os clientes fazendo com que eles voltem sem-pre!”

Ao contrário da maioria dos comerciantes que estão se lamentando de um 2012 de poucas vendas e com perspectiva de um fim de ano bastante duvidoso, Chefe de-clara: “2012 foi um ano mui-to bom porque aqui atendo os agricultores, pecuaristas, donas de casa, médicos e de-putados, geralmente quando as coisas não estão muito boas para um lado, estão óti-mas para outro e se você tem fregueses bem diversificados vai vender sempre!”

E ele é taxativo com re-lação ao período natalino: “Fim de ano é tempo bom

Trabalhando a vida inteira no comér-cio, Cleyton Oli-veira, há quatro

anos, estabeleceu-se com a loja de confecções Santo-rim num dos pontos mais movimentados do calçadão do Colégio Acreano onde a calçada fervilha de clientes, mas com poucas sacolas na mão.

“Este foi o ano mais fra-co em vendas que já tivemos no comércio de Rio Branco, nossa esperança agora são as festas de Natal e ano novo e que as coisas melhorem em 2013. Quem trabalha nes-te ramo sabe que a melhor época de vendas é o fim de ano, isso costuma acontecer

no início de novembro, mas já passamos da metade do mês e as vendas caíram ain-da mais”, lamenta.

Sem encontrar uma ex-plicação razoável para essa situação atípica, Cleyton lembra que o movimento começou a cair com mais força a partir dos cortes de gastos do governo federal já a partir do início de 2011 quando R$ 55 bilhões dei-xaram de circular, mais R$ 55 bilhões neste ano. “Além disso não há ofertas de em-pregos, até os concursos públicos praticamente dei-xaram de acontecer e sem empregos não há dinheiro para movimentar o comér-cio!”

Vendas fracas e impostos assustadores

Bazar ChefeA diversidade de produtos que atendem

necessidades dos clientes do campo e da cidade garantem o sucesso da casa

para vender de tudo, da louça à válvula da panela de pressão, colheres de ma-

deira, rádios, fogões e espe-cialmente nossos fogos de artifício para dar boas vinda

ao ano novo que vem por aí com esperança de dias cada vez melhores!”

Há 42 anos o Bazar chefe garante clientela pela variedade de produtos e bom atendimento

Comerciantes estão assustados com a queda das vendas que se manteve pelo ano inteiro e com a fome do fisco

Já dentro das empresas, a carga de impostos assusta os micro e pequenos empreen-dedores que normalmente recolheriam 5% do Imposto Sobre Circulação de Mer-cadorias (ICMs) na entrada de suas mercadorias. “Em abril a Secretaria Estadual da Fazenda baixou decreto excluindo dessa vantagem todos os micro e pequenos empresários que não fossem optantes do Simples Na-cional, a partir de então as mercadorias que entram no Acre vindas dos estados do Sudeste e Sul pagam 18,5% de impostos e os do Nor-deste 13,5%. A mudança das regras, em abril, pegou

todos de surpresa, até por-que só poderemos optar pelo simples em janeiro de 2013, esse custo a mais tira nossa competitividade e isso está esvaindo os recursos de muitas empresas, por isso tantas lojas estão fechando as portas!”

Apesar de todos os con-tratempos Cleyton não desa-nima e preparou a loja com novas coleções de roupas femininas e masculinas para aproveitar as vendas de fim de ano. “Hoje tenho quatro vendedoras e vamos contra-tar mais duas temporárias para trabalhar até fevereiro porque a gente enfrenta a crise é com trabalho!”Num ano de poucas vendas os impostos aumentaram

Lojistas não desanimam e esperam por mais clientes

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A inauguração das lojas de departa-mento instaladas no shopping Via

Verde com suas coleções e preços a perder de vista di-videm as vendas com as lo-jas de rua que encontram dificuldades para concorrer com elas, principalmente, no ramo das confecções.

Darci da Conceição ge-rente do Feirão da Moda, uma das maiores lojas de ven-da de confecções no calçadão do Colégio Acreano, explica

que: “Pra nós as vendas deste ano foram razoáveis, mas fi-caram bem abaixo das nossas expectativas que eram bem melhores, mas o comércio tem seus altos e baixos. O que estranhamos é que, até agora, novembro está sendo o mês mais fraco em vendas deste ano, quando o normal era elas estarem crescendo, caíram e ninguém sabe ao certo o porque disso!”

Outro comportamento atípico, apontado pelos co-merciantes, é o fato de que as

eleições sempre animaram as vendas, fato que acabou não ocorrendo neste ano. “Ano eleitoral sempre foi bom de vendas, mas neste as eleições não influenciaram o mer-cado. Acredito que há uma soma de motivos para essa queda, um dos principais é o endividamento das pesso-as com os cartões de crédi-to, CDC e consórcios, assim quando recebem, os consu-midores mal conseguem pa-gar suas contas e não sobra para gastar no comércio!”

Tal qual a maioria dos lo-jistas, Darci agora deposita suas esperanças de melhores resultados nas vendas de fim de ano. “Nesta época temos os pagamentos do 13º Salá-rio, férias e outras vantagens que permitem às pessoas comprar mais. Também tem os empregos temporários do próprio comércio, a maioria deles com pessoas desem-pregadas que com dinheiro também vão às compras e é isso que movimenta o co-mércio”.

Falando ainda sobre tra-balhadores temporários, Darci explica que a loja tra-balha com dez vendedores permanentes, mas que a par-tir da semana que vem, mais dez vendedores temporários vão reforçar o quadro. “Fim de ano vem mais clientes, então são necessários mais vendedores para melhor atender e assim multiplicar as vendas. É um investimen-to que vale a pena, porque no comércio o movimento é que faz aumentar os lucros!”

A gerente da loja Passo a Passo, Carmem Torquato concorda com os

demais comerciantes sobre o saldo negativo das vendas em 2012, mas a rede composta por três lojas espalhadas por Rio Branco cria promoções como forma de atrair mais clientes às compras.

“Este foi um ano inco-mum, fraco demais, mas a surpresa maior é que no-vembro está ainda pior que os outros, nem as eleições ajudaram o comércio como acontecia em todos os anos. A impressão é de que as pessoas estão mesmo muito endividadas, principalmente com os cartões de crédito”, destaca Carmem.

Diante dessa situação um tanto inesperada, a co-merciante explica que sua

Passo a PassoRede de lojas aposta nas promoções como forma de atrair mais clientes às compras pré natalinas

rede de lojas traçou estraté-gias para driblar o problema fazendo aumentar as ven-das. “Raramente fazíamos promoções, não precisava mesmo, mas agora estamos fazendo uma grande pro-moção com muitos produ-tos sendo vendidos com 50% de desconto, com isso muita gente está se animan-do a comprar mais!”

Gerando onze empregos de vendedoras nas três lojas, a gerente explica que: “Nós vamos contratar vendedores temporários para este fim de ano, mas o número vai de-pender da reação nas vendas que acredito devem aconte-cer a partir da semana que vem. Nossa grande esperança está mesmo na reação do co-mércio com as compras esti-muladas pelas festas de Natal e ano novo”.

Loja está com estoques prontos para encarar o melhor período de vendas do anoa

Passo a passo as vendas vão acontecendo apoiadas nas promoções

Feirão da ModaLojistas se esforçam para aproveitar todas as oportunidades de venda

Endividamento dos consumidores e o shopping Via Verde divide as vendas reduzindo vendas nas lojas de rua

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Árvores de natal com ta-manhos e preços varia-dos, enfeites para todos os gostos e bolsos, flo-

res, panelas, louças e todo tipo de utensílios domésticos lotam as pra-teleiras da loja Piscinas Confort que está pronta para atender sua clien-tela nas vendas de fim de ano.

“Neste ano a loja foi prepara-da mais cedo para as vendas, mas a reação que todos esperavam para o início de novembro ainda não aconteceu. Aqui vendemos desde brinquedos, artigos de decoração, utensílios domésticos, brinquedos infláveis, até cadeiras e mesas plás-ticas para festas”, explica Keila Mu-niz vendedora da Piscinas Confort.

Apesar das expectativas um tan-to sombrias, Keila não desanima: “O fim de ano sempre fi a me-lhor época para o comércio, então a expectativa é muito boa, espe-cialmente porque é também nes-ta época que as pessoas, além dos brinquedos e presentes, costumam comprar mais utensílios de cozinha para presentear familiares e amigos. Por isso creio que as coisas vão me-lhorar bastante a partir da semana que vem!”

Camelódromo também sofre

Nem os preços mais populares do

camelódromo estão conseguindo atrair mais compradores.

Nancy Leão vai arrumando os estoques de brinquedos e ou-tros produtos que estão pron-tos para atender seus clientes

que vão às compras de Natal em busca dos preços mais populares no camelódromo, mas segundo ela, mesmo ali, todos senti-ram a queda nas vendas ao longo de 2012.

“Trabalho no comércio há mais de 20 anos e este foi o ano mais fraco que já vi no comércio do Acre, por isso mesmo, nossa expectativa são as vendas de Natal onde as pessoas fazem questão de comprar pelo menos um presentinho para seus ami-gos e parentes”, afirma Nancy.

Para ela, o endividamento das pessoas com cartões de crédito e financiadoras es-tão na raiz do problema que atinge o co-

mércio de uma forma geral. “A coisa está feia mesmo, essa crise está atingindo todos os ramos do comércio e ninguém sabe ao certo o que está acontecendo, o certo é que as pessoas não tem dinheiro para gastar”.

Sua amiga Sebastiana Silva que mantêm sua banca de vendas próxima à da Nancy, concorda com a avaliação da comerciante. “O ano não foi bom e novembro está pior ainda, as pessoas olham as mercadorias, querem comprar, mas não têm dinheiro!” Afirma taxativamente.

Apesar disso, “Tiana” já abasteceu a banca com brinquedos, árvores de natal e variados presentes para atender a clientela. “A gente tem que estar pronto para atender as pessoas, esse é o nosso negócio e quem não investe, aí é que não ganha mesmo!”

À espera dos clientesLojas adiantaram suas compras para formar seus estoques de fim de ano, agora aguardam a freguesia

Promoções chamam atenção para todos os produtos do comércio

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OusadiaTrabalhando sem-

pre no comércio, há oito anos Ma-rileusa Parazzi

estabeleceu sua loja, a Pa-tricinha Fashion, em Rio Branco e reconhece que neste ano de 2012 a vida dos comerciantes acreanos foi de muita incerteza.

“Destes oito anos que estou aqui, este foi o mais fraco em vendas, muita gente fala do endividamen-to, outras que a crise da Eu-ropa e Estados Unidos está contagiando o Brasil, mas ninguém sabe exatamente o que está acontecendo, ex-ceto que as vendas caíram muito mesmo. Nem as elei-

ções que sempre ajudaram muito o comércio, neste ano não causaram melhoria nas vendas!” Constata a co-merciante.

Mantendo duas lojas no centro da Capital, outras duas no Bosque e Estação experimental e uma quin-ta no shopping Via Verde, ela explica que: “As vendas no shopping me surpreen-deram porque foram bem melhores que as das lojas de rua, para dizer a verda-de, superaram minhas ex-pectativas. Mas tenho de reconhecer que o sistema de funcionamento de uma loja num shopping é muito diferente de uma loja de rua

e, pelo que parece, vem fun-cionando muito bem!”

Apesar do ano fraco em vendas, ela acosta na recu-peração durante as vendas de fim de ano e investiu nisso. “Momentos de cri-se exigem estratégias mais ousadas de venda, estamos com coleções novas que trzem muitas novidades e isso atrai muita gente. Além disso, só para esta loja que já tem cinco vendedoras nós estamos contratando mais duas na semana que vem, além de um segurança. Como se vê, o fim de ano melhora as vendas e gera empregos e isso é bom pra todos.

Em momentos de crise:

Loja especializada na venda de acessórios femininos aposta nas novidades e estratégias de venda mais ousadas

Estilo e bom gosto com as vendoras da Patricinha Fashion

Marilena Parazzi trabalha estratégias mais ousadas para garantir vendas de fim de ano