Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

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Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal da Póvoa de Lanhoso, "Poesias" de Maria do Carmo Celestino.

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Page 1: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

Poesia

Maria do Carmo

Celestino

Page 2: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

HAI-KAI DE CARIBA

A voz não se pinta

Se fala.

A tua tem a ternura dos

teus pincéis.

Há meninos correndo

em tua voz.

Page 3: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

ORAÇÃO DO PECADOR

Meu Deus, meu Deus!

À vossa cruz, castiga-me

Há na minha alma,

Uma taça de dores,

O sangue escorre,

Devagar…

Ao ver-te morto,

Sinto a morte…

MORTA!

Em Ti Senhor,

Faz-me RESSUSCITAR!

Page 4: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

QUADRINHA

ENVERGONHADA

No meu sorriso

escondido

Há uma mágoa

esquecida

Que anda chorando comigo

Pelos caminhos da vida…

Page 5: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

AMANTE

O amante

Faz o seu papel

Maior

Quando se torna

amado

Page 6: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

O PARAÍSO

Lembranças de um amor?

O rosto pálido, não envelheceu…

Fez-se mulher de um tempo muito

antigo,

A perfumar o amor que não

esqueceu…

O Paraíso, amor, o paraíso,

Serão teus olhos, a fitar os meus…

Lágrimas, não…

Dá-me um sorriso

Se tu és o meu céu,

Nada é preciso,

Para encontrar o paraíso

Page 7: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

O BARCO DO DESTINO

No mar da minha vida, há um

barco,

Sem timoneiro, sem qualquer

razão.

O comando maior está à deriva,

Um marujo, que se chama,

Coração.

Na proa, ou na popa ele navega,

A depender do tempo, melhorar.

Os amores vêm, amores vão…

Retornam sempre as suas bases,

Vê se não choras,

Coração…

Page 8: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

O BEIJO

O beijo pode sentir,

O coração a bater.

Só queria lhe pedir,

Pra você não me

esquecer…

Um beijo o tempo levou,

Só o beijo da saudade,

No meu coração,

Ficou…

Page 9: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

BORDADO ANTIGO

Eterno de nós,

Passado eterno,

A dois, somente a dois,

Se faz presente.

É como se coubesse

À vossa volta,

Tudo o que fomos claramente…

Que o mundo corra,

Avance a passos largos,

E que dentro de dois nós,

Uma corrente,

Faça cingir aos nossos pulsos,

Como se o tempo fosse o impulso,

Que nos aproxima lentamente…

Page 10: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

ALMA TRISTE

Pobre! Sempre só,

Sempre, minha alma,

Não se chorar se consolou…

Canto cantos de amor a adormecê-la,

Conto histórias de reis,

- nunca rei sou…

Andorinha sem par,

Vai pelo norte!

Há lá frio, há neve,

Sem, calor.

No meu peito

Resvala noite,

Vai!

Não anda o lume,

Aonde a cinza for…

Page 11: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

A VIDA

Relógio parado,

Relógio de parede,

De corda, de pau e

madeira,

Marcas as horas de uma

vida inteira…

Sem cuco, sem canto,

Guardado no encanto

Profundo do pranto,

- O relógio paro

Page 12: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

EU TE AMO

Eternamente e sempre,

Eu te amo.

O tempo é o tempo.

E se o tempo,

Parasse?

E me perguntasse,

Eu não respondia,

Apenas dizia:

- Eu te amo.

Page 13: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

POEMA DO FIM

Fim de mim.

Fim de noite.

Fim de mundo.

Fim do fim…

Pronto, acabou…

Page 14: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

FESTIM

O amor virá, quem te dirá?

- Dezembro.

Porque se haverá, se saberá:

- sabores.

Cheirando todas as cores e

amanhãs,

E nos vestidos longos de cetim

Há gotas de sol

E carmesim,

É Dezembro festivo,

Pois afinal,

Seremos nós os anjos de Natal?

Page 15: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

À bandeira portuguesa

Quanta alegria me dás, verde e vermelho!

Quanta vontade de cantar!

Essa ternura…

- essa saudade presa…

É como um beijo,

Que se dá,

E se morre

De ventura.

Não imaginas quanto!...

Eu gosto tanto

De viver abraçada

Ao teu carinho…

Minha doce bandeira!

-Abençoada

Quanto mais te vejo

Mais amada…

Minha voz tremulada,

Intemporal,

Grita, berra, desespera,

Meu amor,

Minha quimera

- Minha terra!

Portugal

Page 16: Caderno N.º 14 Biblioteca Municipal

Poesia

Maria do Carmo

Celestino

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CADERNOS DA BIBLIOTECA MUNICIPAL DA PÓVOA DE LANHOSO,2008

Nº 14