Calculo como Fator de atenuação do ritmo alfa
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Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto- Politécnico do Porto 2º Ano de Neurofisiologia
Junho 2012 Vila Nova de Gaia
*aluna inscrita no 2º ano do grau de licenciatura em Neurofisiologia na Escola Superior de Tecnologia e saúde do Porto, nº 10090381
** aluna inscrita no 2º ano do grau de licenciatura em Neurofisiologia na Escola Superior de Tecnologia e saúde do Porto, nº 10100148
Trabalho no âmbito da Unidade Curricular de Análise do
Sinal Biológico
Autores: Ana Filipa Oliveira Rodrigues* ; Helena Cristina Nunes da Costa**
Docente responsável: Daniel Carrilho
Índice Índice de ilustrações ...................................................................................................................... 3
1ª Parte - Avaliação da reatividade do ritmo alfa ......................................................................... 4
Introdução ................................................................................................................................. 4
Método ...................................................................................................................................... 5
• Parâmetros técnicos: ........................................................................................................... 5
•Técnica utilizada: ................................................................................................................. 5
Resultados : ............................................................................................................................... 6
Individuo 1 ............................................................................................................................ 6
Individuo 2 .......................................................................................................................... 10
Discussão de resultados ........................................................................................................... 14
Intra-individuo (considerando os registos do individuo 1).................................................. 14
Inter-individuo ......................................................................................................................... 17
2ª Parte - Calculo com Fator de atenuação do alfa ...................................................................... 19
Introdução ............................................................................................................................... 19
Método .................................................................................................................................... 19
• Parâmetros técnicos: ......................................................................................................... 19
•Técnica utilizada: ............................................................................................................... 20
Resultados : ............................................................................................................................. 20
• 1ª Situação......................................................................................................................... 20
• 2ª situação ......................................................................................................................... 22
Conclusões: ............................................................................................................................. 24
• Atenuação do ritmo alfa na 1ª situação ............................................................................. 24
• Atenuação do ritmo alfa na 2ª situação ............................................................................. 24
• Relação da atenuação do ritmo alfa com o grau de dificuldade do cálculo mental. ......... 24
• Nota final: ......................................................................................................................... 24
Bibliografia .................................................................................................................................. 25
Índice de ilustrações Ilustração 1 ( ritmo alfa ; ilustração proveniente de:
http://www.psiquiatriageral.com.br/laboratorio/eletrencefalograma.htm) .................................... 4
Ilustração 2 ( trecho do 1º registo do individuo 1 de olhos fechados)........................................... 6
Ilustração 3 (transformada de Fourier do trecho do 1º registo do individuo 1 de olhos fechados) 6
Ilustração 4 (trecho do 1º registo, do individuo 1, de olhos abertos) ............................................ 7
Ilustração 5 ( transformada de Fourier do trecho do 1º registo do individuo 1 de olhos abertos) . 7
Ilustração 6 ( trecho do 2º registo do individuo 1 de olhos fechados)........................................... 8
Ilustração 7 (transformada de Fourier do trecho do 2º registo do individuo 1 de olhos fechados) 8
Ilustração 8 (trecho do 2º registo, do individuo 1, de olhos abertos) ............................................ 9
Ilustração 9 ( transformada de Fourier do trecho do 2º registo do individuo 1 de olhos abertos) . 9
Ilustração 10 ( trecho do 1º registo do individuo 2 de olhos fechados)....................................... 10
Ilustração 11 (transformada de Fourier do trecho do 1º registo do individuo 2 de olhos fechados)
..................................................................................................................................................... 10
Ilustração 12 (trecho do 1º registo, do individuo 2 de olhos abertos) ......................................... 11
Ilustração 13 ( transformada de Fourier do trecho do 1º registo do individuo 2 de olhos abertos)
..................................................................................................................................................... 11
Ilustração 14 ( trecho do 2º registo do individuo 2 de olhos fechados)....................................... 12
Ilustração 15 (transformada de Fourier do trecho do 2º registo do individuo 2 de olhos fechados)
..................................................................................................................................................... 12
Ilustração 16 (trecho do 2º registo, do individuo 2, de olhos abertos) ........................................ 13
Ilustração 17 (transformada de Fourier do trecho do 2º registo do individuo 2 de olhos abertos)
..................................................................................................................................................... 13
Ilustração 18 ( Trechos do registo 1 e 2 do individuo 1 com os olhos fechados; traçado
vermelho - registo 1 ; traçado azul- regiosto 2) .......................................................................... 14
Ilustração 19 ( transformadas de fourier do registo 1 e 2 de olhos fechados; vermelho- registo 1 ;
azul- registo 2) ............................................................................................................................. 15
Ilustração 20( Registo 1 do individuo 1 de olhos abertos - preto- e olhos fechados- verde) ...... 16
Ilustração 21 (FFT do registo1 do individuo 1 de olhos abertos - preto- e olhos fechados- verde)
..................................................................................................................................................... 16
Ilustração 22 (registo 1 do individuo 1 a vermelho , registo 2 do individuo 2 a azul, ambos de
olhos fechados) ............................................................................................................................ 17
Ilustração 23 (FFT do registo 1 do individuo 1 a vermelho, FFT do registo 2 do individuo 2 a
azul, ambos de olhos fechados .................................................................................................... 17
Ilustração 24 ( esquematização da 1ª situação - 92 ) .................................................................... 20
Ilustração 25 ( FFT referente ao Alfa pré-estimulo) .................................................................... 20
Ilustração 26 ( FFT referente á Resposta ao estimulo) ................................................................ 21
Ilustração 27 ( FFT referente ao Alfa pós-estimulo) ................................................................... 21
Ilustração 28 (esquematização da 2ª situação - 5+5 ) .................................................................. 22
Ilustração 29 ( FFT referente ao Alfa pré-estimulo) ................................................................... 22
Ilustração 30( FFT referente á Resposta ao estimulo) ................................................................. 23
Ilustração 31( FFT referente á Resposta ao estimulo) ................................................................. 23
Ilustração 1 ( ritmo alfa ; ilustração proveniente de:
http://www.psiquiatriageral.com.br/laboratorio/eletrencefalograma.htm)
1ª Parte - Avaliação da reatividade do ritmo alfa
Introdução
No cérebro, milhões de neurónios comunicam entre si emitindo sinais elétricos, de
forma, a manter-se eletricamente ativo noite e dia durante toda a existência do
individuo. Neste sentido, a atividade resultante das fontes de corrente extra-celular pode
ser registada, sob a forma de oscilações eletromagnéticas, através da
Eletroencefalografia (EEG), sendo que o registo dos sinais elétricos presentes no
escalpe indicam que a atividade elétrica no cérebro ocorre continuamente e a
intensidade e a ritmos variáveis mediante o grau de excitabilidade e estado de
consciência.
Assim, foram identificados vários padrões que refletem o funcionamento
fisiológico cerebral, exemplo disso será o ritmo alfa. Este constitui um ritmo fisiológico,
predominante bilateralmente na região posterior do cérebro, cuja máxima voltagem se
regista na região occipital, pode também ser designado como ritmo de fundo posterior.
O ritmo alfa caracteriza-se por uma frequência de 8-13Hz, amplitude variável quer de
indivíduo para indivíduo quer dentro da mesma pessoa, de momento para momento,
sendo a sua amplitude média de 50uV podendo ser assimétrico, com maior amplitude
no hemisfério direito, todavia estas
características apenas são aplicáveis no
adulto e em crianças a partir dos 10
anos de idade em estado de vigília
relaxada, com os olhos fechados e
sobre condições físicas de relaxamento
físico e relativa inatividade mental.
Possui, maioritariamente, uma
morfologia sinusoidal (como se pode
ver na figura 1).
O ritmo alfa é bloqueado ou atenuado pelo influxo de luz, como a abertura dos
olhos, mas também por outros estímulos aferentes (somatosensitivos, tacteis e
auditivos) e esforço mental. Todavia a atenuação resultante da abertura dos olhos é mais
proeminente quando comparada com os outros estímulos. O nível de reactividade do
ritmo alfa varia, podendo ser completamente bloqueado, suprimido ou atenuado com
redução da amplitude.
O ritmo alfa já foi relacionado a grau de inteligência e tipos de personalidade, mas é
difícil estabelecer um parâmetro e variações interindividuais são comuns. Variações
intraindividuais são tambem observadas, por exemplo com o ciclo menstrual, a
temperatura corporal e até a tensão emocional e ansiedade.
Método
• Parâmetros técnicos:
• Frequência De amostragem: 200 A/s
• Ganho: 50000
• Filtro passa- baixo: 35Hz
• Filtro passa- alto: 1 HZ
•Técnica utilizada:
Numa amostra de dois indivíduos, individuo 1 do sexo feminino com 22 anos e
individuo 2 do sexo masculino 30 anos, foi aplicada uma montagem de apenas um
canal, constituído pelos eletrodos T6 e O2. Antes da aquisição pediu-se que durante
cinco minutos aos indivíduos que relaxassem, de forma a manterem-se em relativa
inatividade mental e física durante o registo.
Num primeiro registo ambos os indivíduos foram expostos a uma reação de
suspensão ao longo da qual foi lhes pedido que fechassem ou abrissem os olhos,
aquando da voz de comando.
Já num segundo registo pediu-se aos individuos que, de livre vontade e de forma
aleatória, abrissem e fechassem os olhos por períodos de tempo de duração moderada,
sem que o técnico estivesse a visualizar os individuos em estudo.
Ilustração 2 ( trecho do 1º registo do individuo 1 de olhos fechados)
Ilustração 3 (transformada de Fourier do trecho do 1º registo do individuo 1 de olhos
fechados)
Resultados :
Para efeitos de tratamento de dados foram atribuídos aos indivíduos em estudo o
nome individuo 1 e individuo 2, respetivamente.
Individuo 1
1º registo:
O individuo mostrou-se colaborante, tendo demonstrado a atenuação de alfa
aquando da abertura dos olhos e um alfa exuberante aquando do seu fecho.
Escolhendo um trecho,
enquanto o individuo tinha os
olhos fechados, dos 16 aos 22
segundos (como demonstra a
figura 2), podemos de forma
aproximada caracterizar este
ritmo posterior como tendo
amplitudes de 0.05585 volts,
uma frequência entre os 10 e os
12 Hz, sustentado, reativo e
sinusoidal. Tendo os valores de frequência e amplitude sido obtidos a partir da
Transformada de Fourier como é representado na figura 3.
No que respeita ao momento em que o individuo em estudo se encontra de olhos
abertos, escolheu-se um trecho compreendido entre os 24 e os 30 segundos ( figura 4).
Neste sentido a actividade de base registada caracteriza-se por ter um amplitude de
0.10162 aos 0.00120 Volts e uma frequência entre 0 e 30 Hz, uma vez que não nos foi
possível identificar uma amplitude máxima que corresponda ao ritmo alfa ( figura 5).
Ilustração 4 (trecho do 1º registo, do individuo 1, de olhos abertos)
Ilustração 5 ( transformada de Fourier do trecho do 1º registo do individuo 1 de olhos abertos)
2º Registo:
Graças á boa reatividade de alfa no individuo 1, é percetível ao técnico, mesmo
sem visualizar o individuo em estudo, o momento em que este fecha ou abre os olhos.
Tendo sido neste registo escolhido um trecho relativo a um período em que o
individuo se encontrava com os olhos fechados, dos 12 aos 20 segundos (como
demonstra a figura 6). Neste sentido tendo em conta a transformada de Fourier
representada na figura 7 podemos caracterizar alfa como sustentado, reativo e
sinusoidal, com uma amplitude de 0.003472 volts e uma frequência entre os 11.23 e os
12.011 Hz.
Ilustração 6 ( trecho do 2º registo do individuo 1 de olhos fechados)
Ilustração 7 (transformada de Fourier do trecho do 2º registo do individuo 1 de olhos fechados)
Por fim, no trecho com os olhos abertos, dos 42 aos 56 segundos (figura 8), a
atividade de base registada caracteriza-se por ter um amplitude de 0.00211 aos 0.07839
Volts e uma frequência entre 0 e 35 Hz (Figura 9).
Ilustração 8 (trecho do 2º registo, do individuo 1, de olhos abertos)
Ilustração 9 ( transformada de Fourier do trecho do 2º registo do individuo 1 de olhos abertos)
Individuo 2
1º registo:
O individuo 2 mostrou-se igualmente colaborante, tendo demonstrado a atenuação de
alfa aquando da abertura dos olhos e um alfa exuberante aquando do seu fecho.
No que respeita ao trecho, enquanto o individuo 2 tinha os olhos fechados, dos 5,57
aos 10,77 segundos (como demonstra a figura 10), podemos de forma aproximada
caracterizar este ritmo posterior como tendo amplitudes entre 0,0392 e os 0,07769 volts,
uma frequência entre os 9 e os 12Hz, sustentado, reativo e sinusoidal. Tendo os valores
de frequência e amplitude sido obtidos a partir da Transformada de Forrier como é
representado na figura 11.
Ilustração 10 ( trecho do 1º registo do individuo 2 de olhos fechados)
Ilustração 11 (transformada de Fourier do trecho do 1º registo do individuo 2 de olhos fechados)
No que respeita ao momento em que o individuo em estudo se encontra de olhos
abertos, escolheu-se um trecho compreendido entre os 1,91 e os 5,25 segundos (figura
12). Neste sentido a actividade de base registada caracteriza-se por ter um amplitude
entre os 0,03369 e os 0,00431 Volts e uma frequência entre os 0 e os 40 Hz, uma vez
que não nos foi possível identificar uma amplitude máxima que corresponda ao ritmo
alfa (figura 13).
Ilustração 12 (trecho do 1º registo, do individuo 2 de olhos abertos)
Ilustração 13 ( transformada de Fourier do trecho do 1º registo do individuo 2 de olhos abertos)
2º Registo:
No segundo registo foi escolhido um trecho relativo a um período em que o
individuo se encontrava com os olhos fechados, dos 21,49 aos 27,45 segundos (como
demonstra a figura 14). Neste sentido tendo em conta a transformada de Forrier
representada na figura 15 podemos caracterizar alfa como sustentado, reativo e
sinusoidal, com uma amplitudes entre 0,04133 e 0,04643 volts e uma frequência entre 9
e os 12 Hz.
Ilustração 14 ( trecho do 2º registo do individuo 2 de olhos fechados)
Ilustração 15 (transformada de Fourier do trecho do 2º registo do individuo 2 de olhos fechados)
Por fim, no trecho com os olhos abertos, dos 14,4 aos 20,28 segundos (figura
16), a atividade de base registada caracteriza-se por ter uma amplitude de 0,02276 aos
0.00203 Volts e uma frequência entre 0 e 35 Hz (figura 17).
Ilustração 16 (trecho do 2º registo, do individuo 2, de olhos abertos)
Ilustração 17 (transformada de Fourier do trecho do 2º registo do individuo 2 de olhos abertos)
Discussão de resultados
Intra-individuo (considerando os registos do individuo 1)
→ Comparação da variabilidade de alfa dentro do mesmo individuo
Observa-se, como era esperado, uma grande variabilidade no ritmo alfa quanto á sua
amplitude, dentro do mesmo individuo, sendo a frequência um parâmetro bastante mais
estável.
Comparando, um trecho do registo 1 de olhos fechados com um trecho do
registo 2 igualmente de olhos fechados (presentes na figura 18) conclui-se , que embora
o sujeito seja o mesmo , verifica-se um aumento de amplitude em cerca de 1508.582 %
em diferentes momentos.
Como as condições de registo externas ao individuo se mantiveram iguais, em
ambas as aquisições, pode inferir-se que a razão da variabilidade se deve a condições
intrínsecas ao individuo, tais como estado emocional, ansiedade e temperatura corporal.
Na análise das respetivas transformadas de Fourier ( figura 19) a diferença de
amplitudes sai evidenciada, existindo uma pequena deslocação de frequência para a
direita no registo 2, ainda que não seja muito significativa uma vez que se mantêm entre
Ilustração 18 ( Trechos do registo 1 e 2 do individuo 1 com os olhos fechados; traçado vermelho - registo 1 ; traçado azul- regiosto 2)
os 10 e os 12 Hz. Deste modo justifica-se a valorização da análise da frequência no
contexto clinico em detrimento da amplitude que devido á sua variabilidade, apenas em
valores extremamente afastados dos normativos, são considerados na avaliação
diagnóstica.
Ilustração 19 ( transformadas de fourier do registo 1 e 2 de olhos fechados; vermelho- registo 1 ; azul- registo
2)
→Comparação da atividade de fundo entre registo de olhos abertos e olhos
fechados no registo 1:
Tendo em conta o que é descrito na bibliografia, registou-se um bloqueio
evidente do ritmo alfa com a abertura ocular. Bloqueio esse que se traduz numa
atividade de fundo que se caracteriza por uma gama de frequências mais extensa sem
que nenhuma componente se destaque por um maior valor de energia, resultando num
traçado de baixa amplitude em que nenhuma componente em frequência é passível de
ser identificada, como é visível na figura 20. Tal é confirmado pela analise da
transformada de Fourier que demonstra um conjunto de componentes em frequência de
baixa amplitude que se espalha por todo o domínio entre 0 e 30 HZ (Figura 21).
Ilustração 20( Registo 1 do individuo 1 de olhos abertos - preto- e olhos fechados- verde)
Ilustração 21 (FFT do registo1 do individuo 1 de olhos abertos - preto- e olhos fechados- verde)
Com o fecho ocular, a atividade de fundo torna-se mais sinusoidal e bem
definida, evidenciando a existência de uma componente em frequência com mais
energia que modela todo o sinal. Ocorre ainda, um aumento da amplitude (figura 20).
Com uma análise mais detalhada, através da transformada de Fourier, confirma-
se a teoria de uma componente em frequência dominadora, uma vez que possuímos uma
maior deflexão ao nível da gama de frequência entre os 10 e os 12 Hz com um
acréscimo em amplitude de 4554,166 % em relação FFT anterior (figura 21).
Inter-individuo
Ilustração 22 (registo 1 do individuo 1 a vermelho , registo 2 do individuo 2 a azul, ambos de olhos fechados)
Ilustração 23 (FFT do registo 1 do individuo 1 a vermelho, FFT do registo 2 do individuo 2 a azul, ambos de
olhos fechados
Com a análise dos traçados de cada individuo pode verificar-se que os resultados
obtidos vão de encontro ao que, no início do estudo, se tinha previsto. Com isto, quer-se
dizer que existe, de facto, grande variabilidade, principalmente, na amplitude, mas
também na frequência e morfologia do ritmo alfa entre ambos os indivíduos em estudo.
Uma vez que a amostra usada não é representativa nem possui um número
expressivo, é impossível especular quais as razões intrínsecas a esta variabilidade, sendo
difícil correlacionar estes achados com a infinidade de características que diferem inter-
indivíduo e que podem alterar as variáveis em estudo, tais como o grau de inteligência e
tipos de personalidade.
Embora não seja viável obter conclusões acerca das variações inter-individuo, é
oportuno nomeá-las. De acordo com a FFT (figura 23):
- o individuo 1 apresenta um ritmo alfa com uma amplitude mais elevada em relação ao
individuo 2, em cerca de 20,28 %.;
- no que toca à frequência dominante, mais uma vez, esta demonstra ser um parâmetro
mais estável, que, embora, possua alguma variabilidade, os valores encontram-se, em
ambos os casos, entre os 8 e os 13 Hz, como é preconizado pela bibliografia de
referência;
- o individuo 1 possui apenas uma componente em frequência mais proeminente em
amplitude, ao passo que o individuo 2 apresenta mais componentes em frequência com
amplitudes que se destacam, embora se mantenham na mesma gama de frequências do
individuo 1. Contudo, tal facto não é passível de explicação com os dados ao dispor.
2ª Parte - Calculo com Fator de atenuação do alfa
Introdução
O calculo é uma função cognitiva complexa que envolve diferentes processos
cognitivos desde a estimativa de quantidades, conhecimento dos números e símbolos
aritméticos á memória de trabalho. Logo vão ser recrutadas diferentes estruturas
neuronais de ambos os hemisférios, em especial do esquerdo, se este for o dominante.
Contudo coloca-se uma questão : Como o pensamento analítico vai influenciar m ritmo
que surge maioriatariamente do córtex visual, no lobo occipital?
A bibliografia nada sugere a cerca das verdadeiras relações entre a função visual
e o calculo numérico pelo que partimos em busca de uma resposta.
Encontramos como denominador comum o giro Angular que é a área de
associação para a interpretação da informação visual que se encontra associada á área de
wernick, area ativada no momento da pergunta do calculo a executar. Mas nesse
sentido o que estaria na base da atenuação? O calculo ou a interpretação auditiva do que
foi pedida ao individuo? Se assim fosse a atenuação não poderia demorar um período de
tempo tão prolongado como o registado.
Sabemos também que no lobo occipital direito se encontram as áreas de
interpretação de conceitos abstratos. O que é um número ou uma operação matemática
senão um conceito abstrato criado ela civilização? Logo pensamos que a ativação desta
área, pelo cálculo, irá gerar uma maior dessincronização no lobo occipital devido a uma
maior ativação de diferentes dipolos o que gera sinais elétricos que, devido às diferentes
polaridades, vão se suplantar ao registo do ritmo alfa, atenuando-o.
Acreditamos assim serem estas as bases anatómicas que desencadeiam a
atenuação do alfa pelo cálculo numérico.
Método
• Parâmetros técnicos:
• Frequência De amostragem: 200 A/s
• Ganho: 50000
• Filtro passa- baixo: 35Hz
• Filtro passa- alto: 1 Hz
•Técnica utilizada:
Numa amostra de um indivíduos, do sexo feminino com 22 anos , foi aplicada uma
montagem de apenas um canal, constituído pelos eletrodos O1 e O2. Antes da aquisição
pediu-se que durante cinco minutos ao indivíduo que relaxasse.
Com individuo de olhos fechados foi-lhe pedido que respondesse aos seguintes
cálculos: 1ª situação - 92
e 2ª situação – 5+5. No decorrer deste registo, á medida que se
ia perguntando e o individuo respondendo colocaram-se os respetivos marcadores.
Resultados :
• 1ª Situação
→ Alfa pré-estimulo:
Com os olhos fechados, antes do estímulo o alfa pode caracterizar-se como
tendo amplitudes de 0,02541 aos 0,04693 volts, uma frequência entre os 9,18 e os 12,11
Hz, sustentado, reativo e sinusoidal. Tendo os valores de frequência e amplitude sido
obtidos a partir da Transformada de Fourier como é representado na figura 2.
Ilustração 25 ( FFT referente ao Alfa pré-estimulo)
Ilustração 24 ( esquematização da 1ª situação - 92 )
→Resposta ao estimulo:
No que respeita ao momento em que o individuo em estudo foi estimulado, a
actividade de base registada caracteriza-se por ter um amplitude de 0,00106 aos 0,00244
Volts e uma frequência entre 0 e 35 Hz, uma vez que não nos foi possível identificar
uma amplitude máxima que corresponda ao ritmo alfa ( ver figura 3).
Ilustração 26 ( FFT referente á Resposta ao estimulo)
→ Alfa pós-estimulo:
Após a estimulação o individuo apresenta novamente uma atividade de base que
podemos caracterizar como alfa sustentado, reativo e sinusoidal que, tendo em conta a
transformada de Fourier representada na figura 4, possui uma amplitude 0,03093 de
0,09370 volts e uma frequência entre os 9 e os 12 Hz.
Ilustração 27 ( FFT referente ao Alfa pós-estimulo)
• 2ª situação
→ Alfa pré estimulo:
Com os olhos fechados, antes do estimulo o alfa pode caracterizar-se como
tendo amplitudes de 0,15552 volts, uma frequência entre os 9 e os 13 Hz, sustentado,
reativo e sinusoidal. Tendo os valores de frequência e amplitude sido obtidos a partir da
Transformada de Fourier como é representado na figura 6.
Ilustração 28 (esquematização da 2ª situação - 5+5 )
Ilustração 29 ( FFT referente ao Alfa pré-estimulo)
→Resposta ao estimulo:
No que respeita ao momento de estimulação do individuo em estudo, a atividade
de base registada caracteriza-se por ter um amplitude de 0,00206 aos 0,01493 Volts e
uma frequência entre 0 e 35 Hz (Figura 7).
→ Alfa pós estimulo:
Após a estimulação o individuo apresenta novamente uma atividade de base que
podemos caracterizar como alfa sustentado, reativo e sinusoidal que, tendo em conta a
transformada de Fourier representada na figura 8, possui uma amplitude de 0,15791
volts e uma frequência entre os 10 e os 12 Hz.
Ilustração 30( FFT referente á Resposta ao estimulo)
Ilustração 31( FFT referente á Resposta ao estimulo)
Conclusões:
• Atenuação do ritmo alfa na 1ª situação
Tendo em conta o que é descrito na bibliografia, registou-se um bloqueio
evidente do ritmo alfa com o cálculo mental. Bloqueio esse que se traduz numa
atividade de fundo que se caracteriza por uma gama de frequências mais extensa sem
que nenhuma componente se destaque por um maior valor de energia, resultando num
traçado de baixa amplitude. Tal é confirmado pela análise da transformada de Fourier
do momento do estímulo, que demonstra um conjunto de componentes em frequência
de baixa amplitude que se espalha por todo o domínio entre 0 e 35 HZ (Figura 3).
Com uma análise mais detalhada, através da comparação das transformadas de
Fourier do momento do estimulo e do momento pré-estimulo, confirma-se a teoria de
atenuação do rito alfa existindo um decréscimo em amplitude de 94.8 % entre as
respetivas FFT’s. (figura2 e 3). Por outro lado, na comparação das FFT’s no momento
do estímulo e no momento pós estímulo verifica-se um acréscimo de amplitude de
3740.2 %.
• Atenuação do ritmo alfa na 2ª situação
Através da comparação das transformadas de Fourier do momento do estimulo e
do momento pré-estimulo na 2ª situação, verifica-se um decréscimo em amplitude de
90.4 % entre as respetivas FFT’s. (figura 6 e 7). Por outro lado, na comparação das
FFT’s no momento do estímulo e no momento pós estímulo verifica-se um acréscimo
de amplitude de 957.7 %.
• Relação da atenuação do ritmo alfa com o grau de dificuldade do cálculo mental.
Observa-se, como era esperado, uma variabilidade da atenuação no ritmo alfa de
acordo com o grau de dificuldade do cálculo efetuado.
Comparando a 1ª situação com a 2ª (presentes na figura 1 e 5) conclui-se, que
atenuação é maior com o aumento do grau de dificuldade da tarefa pedida, verificando-
se uma maior atenuação na 1ª situação do que na 2ª, sendo que a amplitude do sinal no
momento do estimulo é menor na 1ª situação em 83.7 % quando comparada com a
amplitude do sinal no momento do estimulo na 2ª situação.
• Nota final:
É também de referir que existe uma relação de coincidência entre o tempo que
dura a atenuação do ritmo alfa e o tempo que o individuo demorou a responder.
Bibliografia Para a execução deste relatório foram consultados os apontamentos da Unidade
Curricular de EEG I, do 2º ano, do Grau de Licenciatura de Neurofisiologia, lecionada
pela docente Diana Tavares.