Calibração e determinação de caldas para pulverizadores com auxílio do software CCA – V.II.

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    Calibração e determinação de caldas para pulverizadores com auxílio

    do software CCA –  V.II.

    Autores: ALBERTO, J. A.1; PACHECO, J. E.2; MITJANS, B. M.3 

    *UniZambeze, Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal, Mocuba, Zambézia 

    [email protected];  [email protected];

     [email protected] 

    RESUMOO estudo teve como objectivo, calibrar os pulverizadores com auxílio do software CCA  –  

    V.II. O software foi desenvolvido para ser utilizado nas condições de campo sobre a base de

    medir as variáveis necessárias para completar os dados segundo o esquema de cálculo

    disponível para a calibragem dos pulverizadores. A importância do trabalho reside em

    constituir uma facilidade para resolver o problema do baixo nível de calibração de

     pulverizadores e determinação de caldas no sector agrário em condições práticas de

     produção, contribuindo também a mitigar o desequilíbrio da taxa de aplicação de agro-

    químicos que tem aumentado deste modo a resistência do indivíduo alvo e da toxidade no

     solo. Como principal resultado foi desenvolvido um software que pode ser utilizado mediante

    as condições de campo, bastando o operador seguir os procedimentos de calibração e fazer

    a inserção dos dados nos respectivos campos para a determinação da taxa de aplicação e da

    quantidade do defensivo agrícolas a utilizar de acordo com o tipo de pulverizador

     seleccionado.

    Palavras - chave:   Calibração; Determinação de caldas; Pulverizadores; Software CCA  –  

    V.II.

    1  Alberto José Alberto  –   Estudante, Curso de Licenciatura em Engenharia Agronómica na Faculdade deEngenharia Agronómica e Florestal da Universidade Zambeze2 Joel Pacheco Escobar –  Engenheiro em Mecanização Agrícola e Bachelor of Science em Engenharia Agrícola;Docente na Faculdade de Engenharia Agronómica e Engenharia Florestal da Universidade Zambeze.

    3 Barbarita Mitjans Moreno –  Engenheira, Mestre e Doutora em Ciências Florestais; Docente na Faculdade deEngenharia Agronómica e Engenharia Florestal da Universidade Zambeze.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    1.  INTRODUÇÃO

    A adopção de técnicas de aplicação adequadas, que favoreçam o depósito de produto no alvo

    desejado, é uma das formas de aumentar a eficiência das aplicações, além de diminuir perdas

    e riscos de contaminação ambiental (CUNHA, 2008; RODRIGUES et al., 2010; VAN ZYL

    et al ., 2013). Nesse aspecto, é fundamental atentar para factores como o pulverizador e as

     pontas utilizadas, tamanho e densidade de gotas, perdas para o solo e por deriva, além do

    volume de calda adequado para cada aplicação (SOUZA et al., 2011).

    A operação de calibração do pulverizador destina-se a conhecer, por medição, o seu débito a

    uma determinada pressão, e através deste e de outros parâmetros (largura e velocidade de

    trabalho), o volume de calda por unidade de área correspondente às condições de regulação

    desses parâmetros (ALVES et al., 2010).

    Apesar dos agro-tóxicos serem fundamentais para o sistema de produção agrícola, estes

     podem oferecer riscos para o ambiente, portanto a tecnologia de aplicação deve ser

     planificada de maneira responsável e sustentável, sempre visando minimizar o potencial dedanos a saúde humana, animal e aos recursos naturais.

     No entanto, o baixo nível de calibração de pulverizadores e determinação de caldas no sector

    agrário, contribui para o desequilíbrio da taxa de aplicação de agro-químicos aumentando

    deste modo a resistência do indivíduo alvo e da toxidade no solo. Desta forma, surge a

    seguinte questão: Como calibrar pulverizadores e determinar a quantidade de caldas com o

     software CCA – 

     V.II?

    Parte dos produtos aplicados é perdida para o ambiente pela deriva. Além do dano directo,

    uma das grandes preocupações actuais é com os efeitos que a deriva pode provocar pela

    dinâmica destes compostos no ambiente. Para melhorar este desempenho, são essenciais a

    utilização correcta e segura dos produtos fitossanitários e a capacitação da mão-de-obra para

    o uso eficaz dos equipamentos de aplicação.

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    Portanto, a calibração e determinação de caldas com auxílio do software CCA  –  V.II poderá

    contribuir para a redução da toxidade do solo bem como o aumento da eficiência no controlo

    do indivíduo alvo durante a aplicação de agro-tóxicos.

    O estudo teve como objectivo principal, calibrar os pulverizadores com auxílio do software

    CCA –  V.II, onde foi desenvolvido o software para a calibração e determinação caldas para

     pulverizadores, descrito o seu painel de funcionalidade, e ostentado como o software poderá

    ser utilizado mediante as condições de campo.

    2. 

    METODOLOGIA

    2.1.  Descrição do software CCA  –  V.II 

    O software CCA  –   V.II foi criado em 2014 com o objectivo de contribuir para o

    desenvolvimento tecnológico do agricultor no país através do fornecimento de produtos e

    serviços na área de aplicação de agro-químicos e assistência técnica agraria. É um software

    que aprimora o conhecimento sobre a calibração e determinação de caldas para

     pulverizadores como forma de minimizar a toxidade do solo pelo uso inadequado de agro-químicos.

    Este programa permite ser executado em qualquer sistema operacional Windows, Mac e

    Linux, desde que neste esteja instalado uma JVM (Java Virtual Machine). Portanto para o seu

    correcto uso, necessita duma colecta de dados obtidos no campo durante a calibração, e

     posteriormente o cálculo da taxa de aplicação do produto.

    2.2.  Descrição do estudo

    O estudo será dividido em duas fases, sendo a primeira compreendendo a criação e

    apresentação do software, e a segunda fase compreendera o teste do software no campo para

    a verificação da sua efectividade. Portanto, o presente estudo estará concentrado na primeira

    fase de estudo, onde será desenvolvido o software e será apresentado como o software poderá

    ser utilizado mediante as condições de campo e descrição do seu painel de funcionalidade.

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    Serão descritos os seguintes conteúdos:

      Painéis do software;

      Débito médio dos bicos;

      Volume de água por hectare;

      Tempo para pulverizar toda área;

      Factor de redução.

    3.  RESULTADOS E DISCURSÃO

    3.1.  Painéis do software

    O software conta com três painéis, distribuídos para cada tipo de pulverização, onde no

     primeiro estão descritos os procedimentos a seguir para a calibração do pulverizador, no

    segundo encontram-se os campos para o preenchimento dos dados obtidos durante a

    calibração, e por fim no terceiro, onde serão apresentados os resultados da determinação de

    caldas, assim como apresenta a figura 1.

    Figura 1: Painéis do software, onde A é o painel com a descrição dos procedimentos a seguir na calibração, B é

    o painel com campo para o preenchimento dos dados do campo, e C é o painel para a apresentação dos

    resultados.

    A B

    C

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    Segundo Marer (1988) citado por Silveira (2007), a principal razão para a calibração dos

     pulverizadores é a determinação da quantidade de defensivo que se deve colocar no

    reservatório de calda para assegurar que a quantidade correcta de princípio activo seja

    aplicada, para o efectivo controlo da praga, da protecção humana e do ambiente, prevenindo

    desperdícios e cumprindo com a legislação.

    3.2.  Débito médio dos bicos

    O débito médio dos bicos, expresso em litros por minutos, é um dos dados no CCA  –  V.II na

    determinação de caldas para a aplicação com pulverizador rebocado por tractor e na aplicação

    em bandas com pulverizador rebocado pelo tractor, portanto este é de extrema importância

     para a determinação do debito do pulverizador, volume de agua a utilizar por hectare e a área

    a tratar por tanque.

    Figura 2: Painel de dados colectados, destacando-se o campo para preenchimento do débito médio dos bicos.

    Para a determinação do débito médio dos bicos, deve-se colectar o volume pulverizado em

    todas as pontas durante pelo menos 1 minuto, onde posteriormente será mensurado o peso do

    volume colectado, seguido duma conversão considerando-se a densidade média da água

    como sendo 1,0 kg/L, onde a massa indicada em quilograma resultara numa vazão

    equivalente de cada ponta, em litros por minuto (L/min).

    3.3.  Volume de água por hectare

    O volume de água por hectare, na aplicação com pulverizador dorsal, é obtido pela razão

    entre o produto da área total pelo volume gasto de água pela área tratada, como vem

    apresentado na expressão matemática a seguir:

    2O/ha)

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    Portanto, para a aplicação com pulverizador rebocado por tractor e a aplicação em bandas

    com pulverizador rebocado ao tractor, obedece a seguinte expressão matemática que se segue

    abaixo.

    2O/ha)

    Com isso torna-se necessário a inserção dos dados requeridos pelo CCA  –  V.II nos campos

    de número total de bicos, distância entre bicos, débito médio dos bicos e o tempo percorrido

     pelo tractor em 100 metro, como representa a figura 4.

    Figura 3: Painel de dados colectados, destacando-se o campo determinação do volume de água em um hectare.

    Depois da determinação do volume de agua, é necessário que se leia o rotulo do produto para

    verificar se este volume esta ou não dentro dos limites recomendados. Se o volume obtido for

    superior ou inferior a 10% do volume recomendado no rótulo, deve-se mudar o bico do

     pulverizador para uma de vazão maior ou menor, conforme o caso. Portanto, caso haja

    necessidade da troca dos bicos, o procedimento de calibração devera ser repetido.

    De acordo com Souza (2012), cada modelo de bico de pulverizador apresenta características

     peculiares que as diferencia. No entanto, todas apresentam uma faixa ideal de pressão de

    trabalho e estão disponíveis com aberturas de diferentes tamanhos. O tipo e tamanhos mais

    adequados são seleccionados em função do produto fitossanitário que se deseja aplicar, da

    superfície a ser tratada e do volume de calda necessária.

    Segundo Alves (2010), o volume de pulverização a ser utilizado sempre será consequência daaplicação eficaz e nunca uma condição pré-estabelecida, pois depende de factores tais como:

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    o alvo desejado, o tipo de bico utilizado, as condições climáticas, a arquitectura da planta e o

    tipo de produto a ser aplicado. No entanto, de acordo com Cunha (2008), as aplicações com

    volumes de calda menores têm sido preferidas por razões económicas, tanto pela busca por

    maior capacidade operacional dos pulverizadores como pelo menor consumo de água.

    3.4.  Tempo para pulverizar toda área

    O tempo para pulverizar toda área, mostra-nos a estimativa do período de tempo necessário

     para garantir que toda a área seja tratada num determinado tempo previsto, de modo a

    racionalizar o tempo de outras actividades subsequentes.

     No entanto, para a determinação deste tempo torna-se necessário a inserção dos dados

    requeridos pelo CCA  –   V.II, nos campos de tempo percorrido pelo tractor, área total e o

    comprimento da barra (que é obtida pelo produto do número de bicos pela distância entre os

     bicos), tal como apresenta a figura 4, sendo que o tempo percorrido pelo tractor refere-se ao

    tempo gasto pelo tractor a uma velocidade constante e suficiente para percorrer 100 metros.

    Figura 4: Painel de dados colectados, destacando-se o campo para preenchimento do número de bicos, distância

    entre bicos do débito médio dos bicos, tempo percorrido pelo tractor e da área total.

     Neste contexto, a representação matemática usada que melhor representa o cálculo do tempo

     para pulverizar toda área é a que se segue abaixo:

    Onde:

    t = Tempo para pulverizar toda área;

    temp.precor.tractor = Tempo percorrido pelo tractor;

    compr.barra = Comprimento da barra.

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    4.  CONCLUSÕES

    O software CCA –  V.II desenvolvido foi testado para diferentes requerimentos de normas deaplicação de caldas e mostrou resultados de precisão.

    O software pode ser utilizado mediante as condições de campo, bastando o operador seguir os

     procedimentos descritos na calibração e posteriormente fazer a inserção dos resultados

    obtidos na calibração nos respectivos campos para a determinação da taxa de aplicação e da

    quantidade do defensivo agrícolas a utilizar de acordo com o tipo de pulverizador

    seleccionado.

    5.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

      ALVES, Fernando et al. (2010).  Manutenção, Regulação e Calibração do Pulverizador

    Vitícola; ADVID - Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense; Caderno

    Técnico no 3.

      CHRISTOFFOLETI, P. J. et al. (2008).  Aspectos da resistência de plantas daninhas a

    herbicidas. 3.ed. Campinas: Associação Brasileira de Acção a Resistência de Plantas

    Daninhas aos Herbicidas (HRACBR).

      CUNHA, J. P. A. R. (2008). Simulação da deriva de agrotóxicos em diferentes condições

    de pulverização. Ci. Agrotecnol., v. 32.

      RODRIGUES, A. C. P. et al. (2010).  Avaliação qualitativa e quantitativa na deposição

    de calda de pulverização em Commelina benghalensis. Planta Daninha, v. 28.

      SILVEIRA, João C. M. da (2007).  Pulverizadores pneumáticos; Universidade Federal de

    Viçosa –  UFV; Viçosa, MG. 

      SOUZA, L. A. et al . (2012). Deposição do herbicida 2,4D amina com diferentes volumes

    e pontas de pulverização em plantas infestantes. R. Ci. Agron., v. 43.

      VAN ZIL, J. G. et al . (2013). Spray deposition assessment and benchmarks for control of

     Alternaria brown spot on mandarin leaves with copper oxychloride. Crop Protec, v. 46.