CAMÕES LÍRICO prova substitutiva

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CAMES LRICO

Alma minha gentil, que te partisteTo cedo desta vida descontente, Repousa l no Cu eternamente, E viva eu c na terra sempre triste.

Se l no assento etrio, onde subiste,Memria desta vida se consente, No te esqueas daquele amor ardente Que j nos olhos meus to puro viste.

E se vires que pode merecer-te Alguma cousa a dor que me ficou Da mgoa, sem remdio, de perder-te;

Roga a Deus que teus anos encurtou,Que to cedo de c me leve a ver-te,Quo cedo de meus olhos te levou.

Este soneto, a que os bigrafos associam morte de Dinamene, chinesa com quem Cames teria vivido em Macau, dos mais conhecidos. Segundo a tradio, em uma viagem, por volta de 1560, o navio em que os dois estavam naufraga nas costa do Camboja, junto foz do rio Mekong. Cames teria conseguido salvar-se e salvarOs Lusadas, que trazia quase concludo, mas teria perdido Dinamene, a sua "alma gentil", relembrada em elevado tom elegaco, quase mstico.1. Marque (V) para verdadeiro e (F) para falso para as afirmaes feitas sobre esse poema: (1,0)I ( ) O platonismo revela-se, no soneto, pela sublimao eternizadora da amada, a partir de sua morte. O poeta contempla a amada transubstanciada em puro esprito ("l no assento etreo"),por via do muito amar.II ( ) A amada, que partiu para esse"mundo das idias e formas eternas",tambm se torna objeto de elevao e saudade. Mas a "reminiscncia", neste caso, tem mo dupla: do poeta, que se eleva beleza imaterial da amada, como usual, e tambm na direo oposta, pois o poeta sugere a possibilidade de que a amada se lembre dele,"l do assento etreo".III ( ) O texto, escrito em versos singelos e populares, exemplifica a fase camoniana de apego aos moldes literrios simples e populares do Trovadorismo.

IV ( ) No primeiro quarteto, o eu lrico menciona sua tristeza neste mundo, enquanto sua amada, j morta, repousa na eternidade; no segundo quarteto, o eu lrico pede amada que se esqueceu do amor ardente que viveram, que pea a Deus que ela possa se lembrar dele.

V ( )Ao dizer que o amor vivido entre os amantes era ardente e puro ao mesmo tempo, afirma o tipo de amor platnico idealizado pelo Renascimento: onde o amor no se manifesta fisicamente, com o desejo carnal.Este amor que vos tenho, limpo e puro,

De pensamento vil nunca tocado,

Em minha tenra idade comeado,

T-lo dentro nesta alma s procuro.

De haver nele mudana estou seguro,

Sem temer nenhum caso ou duro Fado,

Nem o supremo bem ou baixo estado.

Nem o tempo presente nem futuro.

A bonina e a flor asinha passa;

Tudo por terra o Inverno e o Estado deita;

S pra meu amor sempre Maio.

Mas ver-vos pra mim, Senhora, escassa,

E que essa ingratido tudo enjeita,

Traz este meu amor sempre em desmaio.

CAMES, Lus de. Lrica. Rio de Janeiro:

Nova Fronteira, 1992.2. Com suas palavras explique quais as temticas camonianas esto representadas neste soneto. (2,0)

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Texto 1 Texto 23. Dos dois textos transcritos, o primeiro de Lus Vaz de Cames (sculo XVI) e o segundo de Vincius de Moraes (sculo XX). Compare-os, discutindo, atravs da temtica os aspectos pelos quais eles se aproximam um do outro. (1,0)___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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4. (VUNESP)

Tanto de meu estado me acho incerto,

que em vivo ardor tremendo estou de frio;

sem causa, juntamente choro e rio,

o mundo todo abarco e nada aperto.

tudo quanto sinto, um desconcerto;

da alma um fogo me sai, da vista um rio;

agora espero, agora desconfio,

agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao cu voando,

numhora acho mil anos, e de jeito

que em mil anos no posso achar umhora.

Se me pergunta algum por que assi ando,

respondo que no sei; porm suspeito

que s porque vos vi, minha Senhora.

O soneto acima transcrito de Lus de Cames. Nele se acha uma caracterstica da poesia clssica renascentista. Assinale essa caracterstica, em uma das alternativas: (0,5)a) A suspeita de amor que o poeta declara na concluso.

b) O jogo de contradies e perplexidades que atormentam o poeta.

c) O fato de todos perguntarem ao poeta porque assim anda.

d) O fato de o poeta no saber responder a quem o interroga.

e) A utilizao de um soneto para relato das suas amarguras.Depreende-se da leitura desse soneto que: (0,5)a) o poeta, ao usar o vocativo minha Senhora, explicita o fato de ter como interlocutora uma mulher j madura e experiente, capaz, portanto, de lhe aliviar a dor.

b) um antigo envolvimento amoroso agora relembrado com alegria, provocando no poeta prazerosas e variadas sensaes.

c) o poeta, ao manifestar Senhora seu estado de esprito, faz indiretamente uma declarao amorosa.

d) a insegurana do poeta se deve ao fato de ter sido rejeitado, conforme se explicita no verso que s porque vosvi, minha Senhora (ltima estrofe).

e) o poeta, ao dizer respondo que no sei; porm suspeito revela uma contradio (no saber/suspeitar), poisno est em condies de descrever o momento que vive.

BOA PROVA!!

NOME:____________________________________________________________N:_____ SRIE/TURMA:______

PROFESSOR(A):Karla Mascarenhas DISCIPLINA: Lngua Portuguesa DATA:___/___/_____

ATIVIDADE AVALIATIVA SUBSTITUTIVA - P2 III TRIMESTRE

(valor: 5 pontos)nota:______