Cancer de Colo de Utero

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1 Carcinoma in situ e outras formas apresentáveis de lesão neoplásica. Pesquisa realizada para interpretação sobre o câncer de colo uterino foram informações pesquisadas em livros e sites. Foi redigido pelos alunos do curso de Biomedicina Paulo Henrique C. Almeida & Felipe M. 1. INTRODUÇÃO O câncer de colo de útero é uma doença totalmente evitável em vários casos, sendo a única neoplasia maligna para a qual se dispõe de métodos para prevenção, detecção precoce para um tratamento. Geralmente são curáveis quando o diagnóstico feito precocemente (colpocitologia e Papanicolaou) detecta as lesões pré-invasivas (intra- epiteliais). Esta neoplasia maligna apresenta evolução lenta, passando da fase precursora, para doença invasiva no período medio de aproximadamente 10 anos. Após a invasão do carcinoma in situ, a morte pode ocorrer em cerca de três a 5 anos para as pacientes não tratadas e para aquelas não responsivas à terapêutica. Quanto mais precoce for à intervenção e identificação dos males para o colo de útero, maior sera a probabilidade de sobrevivência. No Brasil, em pesquisa recente realizada pelo IBGE - INCA (2006), cerca de 30 % das mulheres na região sudeste nunca se submeteram a exames de citologia cervical. Este número na região nordeste alcança em media de 38% das mulheres. Números assustadores como esses é que colocam o Brasil entre os países com maior incidência do câncer de colo do útero. Estatísticas recentes demonstram que o câncer de colo é a neoplasia maligna que mais incide no sexo feminino. Apesar da incidência elevada de neoplasia maligna cervical, a mortalidade feminina por câncer é maior para os tumores mamários, respiratórios e do aparelho digestivo vindo o tumor do colo uterino em 5° lugar. Podemos explicar essa diferença pelo menor potencial de agressão e maior

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Carcinoma in situ e outras formas apresentáveis de lesão neoplásica.

Pesquisa realizada para interpretação sobre o câncer de colo uterino foram informações pesquisadas em livros e sites. Foi redigido pelos alunos do curso de Biomedicina Paulo Henrique C. Almeida & Felipe M.

1. INTRODUÇÃO

O câncer de colo de útero é uma doença totalmente evitável em vários casos, sendo a única neoplasia maligna para a qual se dispõe de métodos para prevenção, detecção precoce para um tratamento. Geralmente são curáveis quando o diagnóstico feito precocemente (colpocitologia e Papanicolaou) detecta as lesões pré-invasivas (intra-epiteliais). Esta neoplasia maligna apresenta evolução lenta, passando da fase precursora, para doença invasiva no período medio de aproximadamente 10 anos. Após a invasão do carcinoma in situ, a morte pode ocorrer em cerca de três a 5 anos para as pacientes não tratadas e para aquelas não responsivas à terapêutica. Quanto mais precoce for à intervenção e identificação dos males para o colo de útero, maior sera a probabilidade de sobrevivência.

No Brasil, em pesquisa recente realizada pelo IBGE - INCA (2006), cerca de 30 % das mulheres na região sudeste nunca se submeteram a exames de citologia cervical. Este número na região nordeste alcança em media de 38% das mulheres. Números assustadores como esses é que colocam o Brasil entre os países com maior incidência do câncer de colo do útero. Estatísticas recentes demonstram que o câncer de colo é a neoplasia maligna que mais incide no sexo feminino.

Apesar da incidência elevada de neoplasia maligna cervical, a mortalidade feminina por câncer é maior para os tumores mamários, respiratórios e do aparelho digestivo vindo o tumor do colo uterino em 5° lugar. Podemos explicar essa diferença pelo menor potencial de agressão e maior facilidade de tratamento desta neoplasia em relação às demais.

A idade média de aparecimento da doença é de 52 anos, com uma distribuição de casos bimodais, com alges entre os 35 e os 39 anos e entre os 60 e aos 64 anos. Os fatores de risco para o câncer do colo uterino são aqueles os quais provocam agressões continuas às células cervicais ou que induzem a transformações diversas de neoplasias dessas células. Quanto mais tempo o fator atuar sobre o epitélio cervical, maior a chance de desenvolvimento um possível processo neoplasico. Há uma clara e inquestionável relação da doença com a atividade sexual devido à lesão causada durante a penetração e transmissão do HPV, que é um dos principais, mas não o único fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero.

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2. CAUSAS DA PATOLOGIA ENVOLVIDA

O câncer de colo do útero começa com alterações anormais no tecido do colo

do útero. O risco de desenvolver estas alterações anormais tem sido associado

a alguns fatores, inclusive anterior a infecção com o vírus do papiloma

humano (HPV), contato sexual precoce, múltiplos parceiros sexuais,

tabagismo e uso de contraceptivo oral.

Formas de HPV, um vírus cujo tipo de pele poderá causar verrugas , verrugas

genitais, e outros distúrbios da superfície do corpo, têm sido mostrado para

levarem muitas das alterações nas células cervicais que podem levar ao

câncer. Não é somente o papilomavirus humano que levará uma mulher a ter

um câncer de colo de útero, HPV é uma das formas de se adquirir o câncer, e

não a única.

- Material genético que vem de certos tipos de HPV foi encontrado em tecidos

do colo do útero que mostram as mudanças pré-cancerosas ou cancerosas. 

- Além disso, as mulheres que foram diagnosticadas com HPV são mais

propensas a desenvolver câncer cervical, que tem material genético

correspondente a cepa do vírus que causou a infecção. Estes resultados

demonstram uma forte ligação entre o vírus e o câncer cervical. 

- Como o HPV pode ser transmitido pelo contato sexual, feito precocemente e

ter múltiplos parceiros sexuais foram identificados como fatores de risco forte

para o desenvolvimento de lesões cervicais que podem evoluir para câncer.

O tabagismo é outro fator de risco para o desenvolvimento do câncer

cervical. Os produtos químicos na fumaça do cigarro interagem com as células

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do colo do útero, provocando alterações pré-cancerosas que podem com o

tempo de evolução para o câncer de colo uterino.

Os contraceptivos orais ("pílula") podem aumentar o risco de câncer cervical,

especialmente em mulheres que usam contraceptivos orais por mais de cinco

anos.

3. ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS EVIDENCIADAS

O grau histológico identificado é um indicador otimo da agressividade do tumoral em relação à invasão do miométrio, metástases e a respostas à terapias, tanto em pacientes com a doença em estádios iniciais, quanto em pacientes de estádios avançados.

O teste de Papanicolaou não é totalmente confiavel para o rastreio do câncer de endométrio, porem identifica boa parte das pacientes com neoplasia por este exame.

A pesquisa de câncer por avaliação histológica está indicada em algumas circunstâncias previas são elas:

(1)Pré-menopausa: Obesidade extrema, anovulação crónica, sangramento anormal no climatério;(2)Pós-menopausa: Obesidade extrema, qualquer sangramento uterino, piométrio, presença de células endometriais na citologia vaginal mesmo que de aspecto benigno.

A NIC possui algumas características histológicas que as diferenciam dos epitélios normais(metaplásicos) alguns criterios são considerados como diagnósticos desta alteração sendo Imaturidade celular, Desorganização celular ,Anormalidades nucleares e Aumento da atividade mitótica.

A extensão da atividade mitótica, da proliferação celular imatura e da disfunção nuclear, identificam o grau de neoplasia. Se houver mitoses e células imaturas no terço inferior do epitélio, podemos dizer que temos NIC I (displasia leve) se o acometimento alcançar partes da porção do terço médio, NIC II (displasia moderada), e se envolver todo o epitélio, apresenta um quadro de NIC III (displasia acentuada). Em 1990, Richart reclassificou as NIC como de baixo grau (NIC I e condiloma plano) e alto grau (NIC I e II).

Devido a dificuldade na diferenciação entre displasia acentuada e carcinoma in situ e tendo os dois o mesmo prognóstico, ambos são considerados conjuntamente como NIC III. Embora as lesões iniciais tenham tendência a regredir, todas têm potencial de progressão para carcinoma invasor.

ADENOCARCINOMA ENDOMETRIÓIDE

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Este tipo de material histológico acomete cerca de 80% dos casos de neoplasias malignas do endométrio. As células são geralmente cilíndricas com os núcleos mantendo-se em orientação basal. A presença de áreas sólidas, a diferenciação escamosa, o estroma desmoplásico e a orientação das glândulas voltadas opostas umas para as outras, denotam invasão.

CARCINOMA MUCINOSO

Representa cerca de 5% dos carcinomas do endométrio. As células com mucina intracitoplasmática compõem mais de 50% do material contido no tumor. Tem prognostico razoavelmente bom.

CARCINOMA SEROSO-PAPILAR

Representa aproximadamente 3 a 4% das neoplasias malignas do endométrio. É composto de células de padrão tubário, com alto grau de transformação atípicas nuclear, formato com certa complexidade e necrose aparente. Materiais como os corpos de Psammoma, são frequentemente encontrados em boa parte dos casos com essa neoplasia. Esta neoplasia comporta-se agressivamente, com tendência à invasão linfática e comprometimento precoce do miométrio.

CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS

Essas neoplasias são encontrado em menos de 5% dos casos. É comum em mulheres com idade avançada. Em sua histologia, é observado células com núcleos extremamente atípicos e citoplasma abundante e claro. Possui comportamento muito agressivo, com tendência de comprometer os espaços perivasculares linfático e invadir o miométrio.

CARCINOMA ESCAMOSO OU EPIDERMÓIDE

É um tumor muito difícil a ser encontrado quase que raro, estando frequentemente associado àpiométrio, inflamação crónica e a estenose cervical no momento de seu diagnóstico. Seu prognóstico é negativo mesmo no estagio primario.

Não existe um screening proposto para o carcinoma do endométrio, uma vez que ainda não dispomos de um teste apropriado, de baixo custo e aceitável, que reduza a mortalidade (a exemplo da citologia de Papanicolau, para o câncer de endométrio).

Alteraçoes não especificas:

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Todas essas são alteraçoes não especificas do epitelio escamoso (por ordem temos;queratinizaçao;disqueratose;paraqueratose;paraqueratose).

Halos

Halos de maturaçao seguidos de halos promovidos por coilocitoses/coelocitose. (Provavelmente promovidos pelo virus HPV).

Metaplasida escamosa

Hiperplasia de celulas de reserva /metaplasia escamosa. Apartir da figura, vemos uma luz no centro presença do epitelio colunar sendo recoberto pelo epitelio de celulas subcolunares.

Cisto de retenção glandular (Naboth)

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glandula do epitelio colunar recoberta, formando a glandula de Naboth.

Metaplasia escamosa imatura

celulas escamosas metaplasicas imaturas e celulas escamosas metaplasicas maduras.

Polipo endocervical

Polipo endocervical (coloscopico e histologico). Estao ligados a reaçoes inflamatorias porem sua degeneraçao muitas vezes não gera neoplasias.

Leucoplasia

Leucoplasia acentuada com certo grau de queratinização do epitélio escamoso. Apresenta capa de queratinização na superfície com leve camada granulosa.

Chlamydia trachomatis

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Não é muito encontrada mais essas transformações feitas pela Chlamydia são lesões provocadas na zona de transição fazendo com que possa gerar metaplasias malignas.

Mucorréia

Sugestivo de lesão tecidual.

Herpes simples

Células multinucleadas sugestivo de lesão viral. Uma provável herpes simples.

HPV condilona acuminado

Imagens de colposcopia e histologia de células do cérvice afetadas pelo vírus HPV.

LSIL/NIC I/ Displasia discreta

LSIL/NIC I/ Displasia discreta o que pode indicar lesões pré-cancerosas.

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HSIL/NIC II/ Displasia moderada

HSIL/NIC II/ Displasia moderada há uma grande chance de estabelecimento de uma neoplasia pois as células já chegam a superfície sem conseguir se diferenciar.

HSIL/NIC III/ Displasia acentuada

Celulas escamosas aqui estao apresentando um grau elevado de anormalidades muito evidente, (hipercromasia, grumos e espaços claros no conteudo cromatico, irregularidade da forma nuclear espessamentos da membrana nuclear). As celulas tem uma similaridade com celulas basais e parabasais. Em geral as celulas de HSIL tem poucos aspectos de celulas afetadas pelo virus do HPV, mais não dizendo que o virus HPV se encontre ausente no citoplasma celular.

HSIL/NIC III/ Carcinoma “in situ”

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Nessas imagens apresentam um processo de metaplasia escamosa, que evoluiu diretamente com atipias intensas e perda da organizaçao do novo epitelio. Sendo o quadro citologico do carcinoma de celulas escamosas "in situ" é representado por celulas com aspecto de profundas, praticamente basais, com atipias nucleares muito intensas e alta RNC, alem disso tambem vemos sincicios formados por blocos de celulas que descamam agrupadas com limites pouco nitidos.

Carcinoma escamoso invasor

Nota-se de imediato a total desorganização epitelial, com células com núcleos muito atípicos, muitas vezes de aspecto aberrante. Um detalhe precioso é que grandes nucléolos, não raramente adotam aspecto fibroso, alongado, característico da invasão. A invasão quebra o padrão citológico presente nas chamadas lesões percussoras, tanto no aspecto epitelial como no da região do estroma. Não são raras as mitoses, mesmo na citologia, por vezes atípicas. Essa variação extrema de forma e tamanho explica-se em geral pela perda da contenção que há entre as células no epitélio integro, apos o inicio da invasão.

Adenocarcinoma

Pode-se diferencia-lo do carcinoma de células escamosas em geral pela presença extensiva de vacuolização, pelo citoplasma "espumoso", pelo esboço de acinos, que caracterizam a neoplasia de origem cervical glandular. Tendo

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nitidamente origem glandular da neoplasia, com formação de elementos glandulares irregulares, anômalos, com arquitetura atípica. Com frequência bem menor os adenocarcinomas ditos malpighianos ou epidermóides ou de células escamosas, também é encontrado a sua contrapartida glandular, os adenocarcinomas. Neste estágio começa a aparecer o tipo de HPV na sua origem, particularmente o 18.

4. SINAIS CLÍNICOS / SINTOMAS

Geralmente não são visíveis, podendo acontecer mesmo se a pessoa não

apresenta o câncer. Deverá haver o cuidado suficiente na observação dos

sinais de câncer cervical e seus sintomas. No entanto, existem alguns casos

que, infelizmente, os sintomas do câncer do colo do útero não são visíveis o

suficiente até que o câncer está em seu estágio avançado, pois o câncer

cervical precoce geralmente não dá qualquer sintomologia. É por conseqüência

disto que existe o rastreamento adequado, pois é muito importante.

OS PRIMEIROS SINTOMAIS OU SINAIS DE ALERTA

Muitas vezes a doença permanece assintomática nos estágios iniciais, com

progressão silenciosa, porém, algumas mulheres apresentarão alguns

sintomas:

O sangramento anormal da vagina

Câncer do colo do útero pode se manifestar sob a forma de distúrbios da

menstruação ou sangramento anormal, como:

- Sangramento após o coito;

- Sangramento inter-menstrual;

- Sangramento ao esforço físico (defecar, por exemplo);

- Sangramento após a menopausa;

- Ciclos menstruais irregulares;

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- Sangramento contínuo;

- O sangramento excessivo.

Descarga anormal da vagina

O câncer cervical pode também se manifestar sob a forma de descarga

anormal da vagina, que é sob a forma de:

- Corrimento branco excessivo;

- Corrimento e secreções com presença de sangue;

- Quitações que não produz coceira.

Os sintomas acima referidos, são para alertar sobre o câncer do colo do

útero, especialmente quando os mesmos estão presente em mulheres com

fatores de alto risco para câncer de colo do útero.

SINTOMAS E SINAIS DO CANCER MAIS AVANÇADO DO COLO DE ÚTERO

- Existe um sangramento leve durante o período menstrual. Após a relação

sexual não é uma ocorrência de sangramento anormal. Pode haver novo

sangramento, mesmo que uma mulher esteja em período de menopausa;

- Dor pélvica a qual não está detectado a partir do ciclo menstrual. Poderá

aparecer uma dor incômoda que irá durar por algumas horas. Esse sintoma

pode ser grave ou leve;

- A dor da bexiga ou a dor durante a micção pode ser o sintoma de um câncer

de colo de útero avançado;

- O sangramento entre períodos menstruais regulares, após a relação sexual,

exame pélvico ou douching: durante essas atividades há sangramento da

vagina. Isto é devido ao colo de útero que fica irritada. Há muitas situações em

que pode ocorrer sangramento, como depois de fazer sexo, o colo do útero que

é saudável apresenta uma pequena quantidade de sangramento. Se houver

sangramento incomum, isso pode ser um dos sintomas do câncer cervical;

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- O aumento do corrimento vaginal pode levar a um sintoma de um câncer

cervical. O muco nesta circunstancia se apresenta espesso, pegajoso e tem um

odor desagradável.

5. MECANISMO DE LESÃO

A ápice do interior do canal cervical (endocérvice) é revestido superficialmente por epitélio colunar simples, que contém glândulas as quais são responsáveis pela secreção mucosa cervical. Formando um epitélio delgado extremamente sensível a agressões externas. Já a superfície externa do colo uterino (ectocervice) é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, sendo assim mais resistente às agressões do meio. A ectocervice possui quatro camadas: basal, parabasal, intermediária e superficial.

A junção escamo-colunar (JEC) é a união entre o epitélio cilíndrico simples endocervical e o epitélio escamoso ectocervical. Pode haver variações dependendo da faixa etária, da paridade, dos níveis hormonais, de traumatismos e de infecções.

Um exemplo é dado na menopausa quando há baixos níveis de estrogênio, a JEC costuma estar dentro do canal cervical, no periodo gestacional com altos níveis hormonais frequentemente é encontrado a junção fora do limite anatômico do orifício externo do colo uterino. Em processos inflamatórios cervicais e durante uso de hormônios, é evidenciado a JEC exteriorizada da linha anatômica. Subentendendo-se o porque a ectocervice não é sinônimo de epitélio escamoso, e a endocérvice de epitélio colunar.

O termo ectopia é utilizado quando a JEC encontrase além do limite anatômico(no exterior do canal cervical), na região ectocervical. Em momentos que o epitélio é "ectópico", o epitélio colunar encontra-se além dos seus limites anatômicos, fato o propícia as lesões localizadas, pois células da endocervise resistem pouco às agressões de meios ectocervicais e vaginais.

Quando ocorre a ectopia em um organismo o mesmo irá, de forma natural, tentar recompor o epitélio original da região. Assim existindo dois mecanismos fisiológicos:

- Reestruturaçao do epitelio direta: Quando o epitélio escamoso ectocervical retoma sua posição anatómica original. Sendo o processo citológico mais

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adequado para a reconstrução natural da ectocervice anteriormente tomada pela endocervice.

- Metaplasia escamosa: metaplasia é transformação de um tipo de epitélio bem diferenciado em outro tipo de epitélio bem diferenciado. Assim sendo, na metaplasia escamosa o epitélio colunar endocervical se transforma em epitélio epitélio escamaso ectocervical, essa metaplasia prossegue internamente pela região da JEC em direção ao ostio externo do colo, formando uma junção nova chamada de escamo-colunar.

Este processo estabelece uma nova área compreendida entre a JEC original (mais proximal, externa) e a nova junção (mais distal, interna) denominada de zona de transformação aonde as lesões ocorrem.

A metaplasia, não é considerada uma lesão neoplásica, entretanto, durante o processo de transformação dos epitelios, o colo uterino torna-se vulnerável à ação de interventores pro-oncogênicos, fazendo com que a JEC com metaplasia imatura seja mais susceptível à transformação neoplásica. Porem, depois da metaplasia estar completa, algumas glândulas do epitélio cilíndrico original permanecer no local, sendo recobertas pelo epitélio escamoso metaplásico novo. Essas normalmente continuam a secretarão do muco. Quando isto acontece, formam-se cistos de retenção por razão do acumulo do muco, pois ele não consegue ser secretado através do epitélio escamoso. Estes cistos chamam-se cistos de Naboth.

A fase primaria de transformações da mucosa cervical em lesões pré-maligna é considerada pela neoplasia intra-epitelial cervical. Esta é uma lesão invasiva preliminar do colo uterino, sendo principal precursora do câncer invasivo.

A NICI se adéqua ao termo displasia epitelial,o qual tem significância que o epitélio sofreu uma maturação anormal. A displasia é compreendida pela OMS como uma lesão a qual parte do epitélio é substituída por células as quais mostram graus variados de diferenciações atípicas. Já o carcinoma in situ ocorre quando uma lesão apresenta em totalidade ou na maior parte de seu epitélio, células com aspecto de carcinomicos.

Não deve-se confundir , as alterações displásica com metaplasia escamosa do colo uterino, sendo esta última uma desordem comum, que não influi para a evolução do câncer invasivo. Por outro lado, deve-se entender que o epitélio metaplásico é a base para a formação da NIC, uma vez que durante o processo de alteração metaplásica, o epitélio fica mais susceptível à ação de fatores pro-oncogênicos. Facilitando observar que a NIC geralmente se origina em algum foco da zona de transformação (epitélio metaplásico).

Dentre os fatores oncogênicos, os quais são grandes responsáveis pela transformação neoplásica de um epitélio metaplasico, o HPV é sem dúvida o mais importante nesse fator. A combinação de infecção pelo HPV e metaplasia escamosa pode vir a levar ao surgimento da NIC, a qual eventualmente, pode evoluir para carcinoma invasivo. O HPV está tão relacionado com os casos de neoplasias porque cerca de 90% das NIC são causadas pela sua presença.

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A infecção pelo HPV provoca no colo uterino alterações celulares chamadas de coilocitose. Inicialmente, o HPV invade as células basais e parabasais que na interferência nuclear causada pelo vírus exerce um potencial pro-oncogênico nas celulas, e também por fatores predisponentes da mulher, a doença pode desenvolver-se de várias formas diferentes. Na maioria dos casos, a infecção genital é suprimida ou eliminada mesmo antes de haver qualquer manifestação clínica.

Em uma minoria dos casos encontrados, há incorporação do genoma viral à célula. Um mecanismo conhecido como imortalização, que faz com que as células se dividam encontrolavelmente e tornem-se incapazes de se diferenciar. Com isso o surgimento do fenômeno de imortalização um dos principais fatores necessária a expressão descontrolada dos genes E6 e E7 do genoma viral. A oncoproteína E6 tem propriedade de aumentar a degradação da proteína supressora tumoral p-53. A oncoproteína E7 liga-se a uma outra proteína supressora tumoral, a pRb, interferindo em sua função supressora. A oncoproteína E7 aparentemente diminui a expressão de antígenos de histocompatibilidade nas células tumorais, o que dificulta a resposta imune do hospedeiro contra células diferenciadas. O processo de carcinogênese do câncer de endométrio, embora ainda não seja totalmente compreendido, provavelmente envolve mutações no gene supressor tumoral p53, levando à alteração funcional e estimulo à proliferação celular

As duas formas de progressão do câncer do colo uterino são a exofítica, quando o carcinoma cresce para fora do colo e a endofítica quando o crescimento é para o interior do colo. O tumor propaga-se mais frequentemente por contiguidade com os tecidos vizinhos, envolvendo os fórnices vaginais, inicialmente, e, posteriormente, o restante da vagina. A propagação para os paramétrios em direção à parede óssea da bacia pode obstruir os ureteres, levando a uropatia obstrutiva e hidronefrose. Em fases avançadas, a bexiga e o reto são envolvidos.

A propagação por via linfática compromete os linfonodos paracervícais, obturadores, ilíacos e paraaór- ticos, fenómeno que explica o edema de membros inferiores. O comprometimento linfonodal é fator de mau prognóstico que reduz pela metade a sobrevida de pacientes.

A disseminação também pode ocorrer por via hematogênica, embora esta seja pouco comum (5%) e tardia. Os órgãos mais acometidos são: fígado, pulmão, coração, pele e cérebro.

6. TRATAMENTO E PREVENÇÃO

Há quatro tratamentos comuns para colo cervical. Trata-se de cirurgia,

quimioterapia, radioterapia e terapia alternativa. No entanto, antes de quaisquer

opções de tratamento, muitos fatores devem ser colocados em prática,

incluindo o tipo e estágio do câncer cervical, condição de saúde, idade e estado

civil do paciente.

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Cirurgia: este processo envolve a remoção cirúrgica dos linfonodos, colo do

útero e seu tecido circundante, ou a remoção do útero, colo e uma parte da

vagina. Em alguns casos, porém, ovários e trompas também são removidos.

Este tratamento é adequado para mulheres que já passaram da idade de ter

uma criança ou aquelas que já tomaram a decisão de não ter mais filhos. O

efeito colateral é que muitas mulheres acham difícil psicologicamente para lidar

com os avanços sexuais de seu marido após esta cirurgia por causa de

mudanças hormonais e corporais.

Quimioterapia: Trata-se do tratamento de células cancerosas com as drogas. 

Essas drogas são feitas para matar as células cancerosas, mas na maioria das

vezes eles também destroem as células boas no corpo, resultando em mais

mal do que bem.

Radioterapia: Este é um processo pelo qual se usa raios-X ou outros tipos de

radiação para reduzir o tamanho do tumor ou para matar células

cancerosas. No entanto, os efeitos colaterais desta situação são exatamente

igual a dos tratamentos de quimioterapia, como os raios destroem células

cancerosas, também podem destruir acidentalmente as células boas no corpo,

causando grande destruição a todo o sistema no longo prazo.

Terapia alternativa: Trata-se do tratamento do câncer de colo do útero através

de ervas. Este método tem provado ser o método mais seguro e eficaz de luta

contra esta doença mortal. A razão é simples, enquanto as tentativas de outros

métodos, quer cortar as células, ou a parte do corpo já infectados, ou ao uso de

drogas em uma tentativa de destruir as células; terapia alternativa faz algo

estranhamente diferente e eficaz.

A ciência médica tem sido capaz de encontrar duas abordagens para o

tratamento de câncer. O primeiro é para destruir a fonte da doença, cortando

parte ou a totalidade do órgão afetado, e a segunda abordagem é aumentar a

capacidade do corpo para combater a doença.

A ironia do fato é que quando o medicamento é usado para matar as células

cancerosas, as células boas são destruídas primeiro. Quando os suplementos

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alimentares são utilizados para alimentar o corpo a aumentar a imunidade, as

células cancerosas também são nutridas e eles se tornam mais fortes. Ambas

as formas, as vitórias as células cancerosas e, assim, resultar na morte de

suas vítimas.

Qual é então a saída? Estudos recentes têm demonstrado que células de

câncer prosperam em ambientes puramente ácidas. Cerca de 85% dos

pacientes com câncer são ácidas no seu sistema sanguíneo. A condição

corporal saudável deve ter um pH de cerca de 7,35 - 7,45.

Células cancerosas não conseguem sobreviver em um ambiente puramente

alcalino. Isso explica porque os bebês não têm câncer, seu pH é conhecido por

ser puramente alcalino. Como as pessoas crescem na idade adulta, o que

comem e o estilo de vida que vivem afeta gradualmente seu pH do corpo

tornando-o ácida. Isso ajuda células cancerosas a crescerem.

Um renomado professor americano nutricionista Ragnar Berg disse que a

alimentação diária deve consistir de 20% ácida e 80% alimentos alcalinos para

manter um corpo saudável. Alimentos ácidos são carnes, frutos do mar, arroz,

açúcar, queijo, alimentos enlatados. Estes formam a maior parte de cada dieta

diária do adulto, mesmo que supostamente são apenas 20% da dieta diária. Os

alimentos alcalinos são legumes, frutas e tubérculos. Estes suposto fazer cerca

de 80% da dieta diária para ter um corpo saudável. A comida de um adulto

médio neste mundo contemporâneo contém ácido 100% e não alcalino. Este é

um terreno fértil bom para o câncer.

A terapia alternativa utiliza um método comprovado de transformar a natureza

ácida do corpo para a alcalinidade. Isso ajuda a enfraquecer as células

cancerosas e restaurar a boa saúde do corpo.

PREVENÇÃO

A chave para a prevenção do câncer cervical invasivo é detectar em

qualquer célula algumas alterações precoces, antes de se tornarem

cancerosas. Fazer exames pélvicos e Papanicolaou são as melhores maneiras

de fazer a prevenção.

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O numero de vezes no qual a mulher deverá fazer um exame pélvico e/ou

Papanicolaou depende de sua situação individual.

- Mulher deverá ter o seu primeiro esfregaço de Papanicolaou quando se

tornam sexualmente ativos, não importando a idade.  Não sendo sexualmente

ativa, o primeiro esfregaço Papanicolaou deverá ser feito com 18 anos de

idade ou mais cedo. 

- Em ambos os casos, deverá ser feito um exame de Papanicolau a cada ano,

por pelo menos três anos recomendado pelo guia dos EUA para Clínica de

Serviços Preventivos.

- Se este Papanicolaou não revelar células anormais é que a pessoa tem

poucos fatores de risco para o câncer cervical.

- Como os fatores de risco de uma mulher podem mudar com o seu estilo de

vida, muitos médicos preferem que cada mulher tenha um exame de

Papanicolaou anual até a idade de 65 anos ou mais, independentemente do

número de testes negativos que você teve no passado. 

- Se a mulher já havia apresentado mudanças pré-cancerosas ou câncer do

colo do útero, o ginecologista irá recomendar um programa de exames de

acompanhamento e testes.

A prevenção de infecção pelo papilomavírus humano (HPV) está se tornando

cada vez mais importante na prevenção de alterações pré-cancerosas e

cancerosas do colo do útero. Obs. Vale lembra que o HPV não é a única forma

de se adquirir o câncer do colo de útero.

- idade precoce na primeira relação sexual está associada a um risco

aumentado. Abstinência é recomendado como uma forma de prevenir a

transmissão do HPV. 

- Da mesma forma, a proteção de barreira, como o uso do preservativo, pode

impedir a infecção pelo HPV, embora este ainda não foi completamente

estudado. 

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- Uma vacina para proteger as mulheres contra o câncer de colo do útero pode

estar disponível em cinco anos. Testes preliminares encontraram uma vacina

experimental para ser eficaz contra o vírus responsável por metade dos casos

de câncer cervical. A vacina tem como alvo uma estirpe de HPV. A vacina não

seria eficaz para mulheres que já têm HPV.

O tabagismo é outro fator de risco para o câncer cervical, que pode ser

prevenida. Parar de fumar pode diminuir as chances de haver o

desenvolvimento do câncer de colo de útero.

7. DIAGNÓSTICO (PRINCIPAL EXAME E EXAMES

COMPLEMENTARES)

Detecção e diagnóstico

Médicos recomendam que as mulheres ajudem a reduzir o risco de câncer

cervical fazendo testes de Papanicolaou com regularidade. O exame de

Papanicolaou é um teste simples usado para examinar as células do colo do

útero ou células anormais que podem levar ao câncer cervical.

Encontrar e tratar células anormais pode prevenir o câncer cervical. Além

disso, o teste de Papanicolaou pode ajudar a descobrir o câncer precocemente,

e quando isso ocorre, o tratamento provavelmente será mais eficaz.

Para a maioria das mulheres, o exame de Papanicolaou não é doloroso. É feito

em um consultório médico ou clínica durante um exame pélvico. Consiste

basicamente na colheita de material do colo uterino com uma espátula

especial, sendo este material colocado em uma lâmina e

analisado posteriormente em um laboratório no qual se verifica as alterações

celulares sob um microscópio. Na maioria das vezes, as células anormais

encontradas por um exame de Papanicolaou não são cancerosos. A mesma

amostra de células podem ser testados para infecção pelo HPV.

Resultados do Exame Preventivo (Papanicolaou):

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Negativo para câncer (células malignas): se é o primeiro resultado negativo, a

mulher deverá fazer novo exame preventivo em um ano. Se tiver um resultado

negativo no ano anterior, o exame deverá ser repetido em 3 anos.

Alteração tipo NIC I: repetir o exame em 6 meses;

Alterações tipo NIC II e NIC III: o médico deverá decidir a melhor conduta.

Novos exames, como a colposcopia, deverão ser realizadas;

Infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido em 6 meses;

ASCUS e ASGUS (alteração atípica com significado incerto): o médico deve

indicar a conduta a seguir conforme cada caso. Pode ser a repetição do exame

em 12 meses ou tratamento de infecção ou fazer uma colposcopia (exame em

que se visualiza o colo do útero com lente de aumento de 10 vezes ou mais).

Amostra insatisfatória: a quantidade de material não foi suficiente para fazer o

exame. O exame deve ser repetido logo que for possível.

Independente desses resultados, você pode ter alguma outra infecção que será

tratada. Siga o tratamento corretamente. Muitas vezes, é necessário que o seu

parceiro também receba tratamento.

Se o exame Papanicolaou de alguma mulher der alterado ou anormal ou o

resultado anormal do teste de HPV, o médico irá sugerir testes

complementares para se fazer um diagnóstico mais detalhado.

- Colposcopia : O médico utiliza um colposcópio para analisar o colo do útero.

O colposcópio combina uma luz brilhante com uma lupa para fazer a melhor

visualização do tecido. O colposcópio não é inserido na vagina. A colposcopia

é geralmente feito no consultório ou na clínica.

- Biópsia: Biópsia de colo do útero é a retirada de um fragmento que será

enviado para exame. Pode ser feita no consultório e é um procedimento

praticamente indolor. O material coletado é enviado para estudo

anatomopatológico no qual irá fazer a observações de celular anormais.

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- Punção-biópsia : o médico usa um instrumento afiado para beliscar

pequenas amostras de tecido do colo do útero para a analise.

- CAF : o médico usa um laço de fio elétrico para cortar um pedaço redondo e

fino de tecido do colo do útero para a analise.

- Raspagem endocervical : O médico utiliza uma cureta (colher, em forma de

pequeno instrumento) para raspar uma pequena amostra de tecido do colo do

útero. Alguns médicos podem usar uma escova fina (citobrush) e macia ao

invés de uma cureta.

- Conização : o médico remove uma amostra em forma de cone de tecido. A

conização ou biópsia em cone, permite que o patologista possa ver se as

células anormais são no tecido abaixo da superfície do colo do útero. O médico

pode fazer este teste no hospital sob anestesia geral.

A remoção de tecido do colo do útero pode causar algum sangramento ou

outras secreções. A área normalmente cicatriza rapidamente. Algumas

mulheres também sentem algumas dores semelhantes às cólicas menstruais.

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