CANUDODiretório Central dos Estudantes - UFSC - Florianópolis, Agosto de 2011 - Nº 2 - www.dce.ufsc.br

Assembleia Geral dos EstudantesEsgotadas as vias institucionais, o Movimento Estudantil da UFSC convoca uma Assembleia Geral

de Estudantes para decidir o próximo passo das mobilizações estudantis

Assim como os demais atos da semana, a Assembleia Geral dos Estudantes da UFSC também está marcada para acontecer no hall da reitoria

25 de Agosto de 2011

Problemas gerados pelo fim do projeto REUNI e pelo corte de verbas, agravados pela greve de servidores técnico-admi-nistrativos deixaram os estu-dantes em condições precárias de permanência logo no início das aulas deste semestre.

O Diretório Central dos Estu-dantes (DCE) em conjunto de Centros Acadêmicos montam vigília de 24 horas no hall da reitoria da UFSC com previsão de ficarem no local até a a pró-xima quinta-feira, 25, quando acontece a Assembleia Geral dos Estudantes da UFSC.

A UFSC e os problemas de permanência

Estudantes montam vigília de 24 horas

Ato “Prata, Receba meu Recibo” reúne mais de 800 estudantes no hall da reitoria

CRISE NA UFSC ACAMPAMENTO NA REITORIA MANIFESTAÇÃO

Recibos de gastos com alimentação foram colados nos vidros da reitoria

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DCE reúne-se com reitoria e não obtém posicionamento concreto

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2 Agosto de 2011 DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC CANUDO

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ESTUDANTES - UFSC LUÍS TRAVASSOS

Agosto de 2011 - Nº 2

www.dce.ufsc.brcanudo.dceufsc@gmail.com

Quando uma universidade pode fun-cionar sem uma biblioteca só pode

significar duas coisas: ou o estudante não precisa ler ou há algo de errado. Nós acreditamos na segunda opção. Uma rei-toria que se omite quando os estudantes passam fome, não tem onde estudar, não tem professores, é uma reitoria que não existe, ou não deveria existir. Nós do DCE acreditamos que é a hora dos estudantes da UFSC tomarem os rumos dessa uni-versidade, já que a gestão Prata-Paraná se demonstrou inapta para tal tarefa.

Este jornal foi produzido com o in-tuito de divulgar o que vem acontecendo desde o início do semestre, um semestre totalmente atípico. Queremos que ele sir-va de material para discussão, para provo-carmos reação e para que todos nós, estu-dantes, possamos juntos, na quinta-feira, dia 25 de agosto, na Assembleia Geral dos

Estudantes da UFSC acharmos uma res-posta coletiva aos nossos problemas. Não vemos na vontade do Reitor a melhor so-lução e queremos explicar o porquê. Esta-mos acampando na Reitoria como forma de manifestação e queremos que vocês juntem-se a nós, seja questionando-nos ou aderindo.

Está sendo um desafio para nós escre-vermos este jornal ao mesmo tempo em que dedicamos nossa energia em uma vigília de 24 horas no hall da reitoria da universidade. Mesmo assim o mais im-portante para nossa redação, neste mo-mento, é fazermos com que os estudantes da UFSC entendam realmente os atuais acontecimentos, sejam capazes de se po-sicionar a respeito e que assim venham construir conosco as mobilizações desta semana. Boa leitura!

Editorial

REDAÇÃO Beatriz Aguiar, Fernando Vargas, João Gabriel Almeida, Tiago de Azevedo, Tito L. Pereira

EDIÇÃO Beatriz Aguiar, Fernando Vargas

DIAGRAMAÇÃO Fernando Vargas

FOTOGRAFIA Andrey Lolo Brigida, Tito L. Pereira

IMPRESSÃO Imprensa Universitária

TIRAGEM 1.000 exemplares

AssembleiA gerAl dos estudAntes dA uFsC

25 de Agosto no

HAll dA reitoriA

DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC 3Agosto de 2011CANUDO

Assembleia Geral dos Estudantes da UFSCDe acordo com entidades é possível que a assembleia de quinta-feira seja uma das maiores dos últimos anos

Devido a precariedade das condições de permanên-

cia dos estudantes da UFSC logo no início do semestre, agravadas pela demora das negociações entre o governo federal e os servidores grevis-tas, fez com que o movimento estudantil local se mobilizasse. Porém, mesmo depois de uma série de atos, manifestações e até mesmo uma reunião com a própria administração central da UFSC ocorrida na última sexta-feira, 19, verificou-se um completo descaso por parte da reitoria perante situação dos estudantes.

Por este motivo o Diretório Central dos Estudantes (DCE) convocou uma Assembleia Geral para que as entidades representativas em conjun-to com o máximo possível de alunos possa decidir, coletiva-mente, os rumos das mobiliza-ções estudantis e que medidas devem ser tomadas de agora em diante, já que a reitoria da UFSC se esquiva de responsa-bilidade administrativa e polí-tica.

O QUE É UMA ASSEMBLEIA?

O termo “assembleia” sig-nifica a reunião do conjunto de representantes de um deter-minado grupo, os quais pos-suem poderes legislativos, ou seja, a possibilidade de decisão

coletiva. No âmbito estudan-til, uma assembleia tem como objetivo a discussão e decisão de determinadas questões ba-seadas na situação em que os estudantes estão inseridos.

Neste momento na UFSC, uma assembleia de estudan-tes serve para decidirmos os rumos das mobilizações que estão ocorrendo desde o início das aulas deste semestre.

POR QUE DEVO PARTICIPAR?

A participação dos estu-dantes é essencial para que possa fortalecer as discussões e legitimar as decisões tomadas coletivamente. Isto significa que quanto mais alunos par-ticiparem da assembleia, mais as discussões e decisões vão se aproximar das reais necessida-des dos estudantes da UFSC e não somente nos objetivos das entidades representativas. Uma baixa participação pode gerar um efeito contrário, po-dendo enfraquecer o movi-mento estudantil e possibili-tando, assim, uma queda ainda maior na qualidade de ensino da toda a UFSC, influenciando negativamente toda a comuni-dade acadêmica.

A UFSC aplica desde 2007 um projeto de ex-pansão, o REUNI, que teria como objetivo ampliar as vagas de ensino e permanência nas univer-sidades federais. O que vemos 5 anos depois é somente 30% das obras prometidas concluídas, uma defasagem de 150 professores na quantida-de estipulada, além do não aumento do valor da bolsa permanência e atrasos na ampliação do RU, Moradia e BU, aumentando o número de es-tudantes sem oferecer as mínimas condições de permanência para uma graduação de qualidade.

Este crescimento sem uma estrutura que o suporte acarreta uma queda de qualidade, nota-

da em questões cotidianas como a falta de salas de aula, professores e filas por toda a Universida-de. Isso afetou toda a comunidade acadêmica e levou até os servidores técnico-administrativos a entrarem em greve, não apenas pelas más con-dições de trabalho mas também pela ameaça de terem seus salários congelados por cerca de 10 anos, fruto de uma política de redução orça-mentária federal que afeta a educação, uma das causas do não cumprimento de metas do REUNI.

Como resultado, todos os problemas se acentuaram e agora nós, estudantes, ficamos sem condições mínimas para estudar.

FEDERAL CATARINENSE EM CRISE

A convocação de uma assembleia de estudantes só acontece quando nota-se a real necessidade de os estudantes decidirem os rumos de sua universidade

Assembleias estudantis são importantes espaços de deliberações

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DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES - UFSC4 Agosto de 2011 CANUDO

Manifestação na reitoria reúne centenasAto no hall da reitoria contou com mais de 800 estudantes, almoço e colagem de recibos nas paredes

Na manhã da última quar-ta-feira, 17, a Reitoria da

Universidade Federal de Santa Catarina foi tomada por cerca de 800 estudantes no ato de-nominado “Prata, Receba meu Recibo”, com o objetivo de pressionar o atual reitor Alva-res Prata a se posicionar publi-camente perante os problemas que a UFSC hoje apresenta. A necessidade de melhores con-dições de permanência, defi-nição dos prazos das obras em andamento, mais agilidade nas

negociações entre os servido-res e o governo federal e um posicionamento contra o corte de vagas nos cursos de gradua-ção foram algumas das princi-

pais exigências dos estudantes. A manifestação contou

também com um almoço co-letivo em resposta ao fecha-mento do Restaurante Univer-

sitário (RU) e com a colagem de recibos dos gastos com alimentação nas paredes da reitoria.

No período da tarde os estudantes deram início a um acampamento no local, com previsão de continuar até a próxima quinta-feira, 25 de Agosto, data marcada para a Assembleia Geral dos Estu-dantes da UFSC, onde será decidido o próximo passo das mobilizações estudantis na Universidade.

Movimento estudantil em vigíliaEstudantes montam acampamento no prédio da administração central da federal catarinense

Desde a última quarta-fei-ra, 17 de agosto, o Diretó-

rio Central dos Estudantes da UFSC em conjunto com Cen-tros Acadêmicos e diversos estudantes estão mantendo um acampamento dentro da reitoria da UFSC com duração prevista de no mínimo nove dias, até a Assembleia Geral dos Estudantes que acontece na quinta-feira, 25, onde os estudantes irão decidir o pró-ximo passo das mobilizações.

A organização do acam-pamento está sendo feita por meio de comissões para se-

parar as principais tarefas de forma eficaz, como comuni-cação, finanças, articulação, limpeza, entre outras. Como o acampamento é aberto e está sendo construído por diversos estudantes e não somente pe-las entidades representativas, toda a comunidade acadêmica está convidada a participar da vigília, construindo o espaço coletivamente, mesmo sem ser necessário ficar no local du-rante o período da noite.

De acordo com o DCE, a vigília tem dos objetivos prin-cipais: Servir como uma mani-

festação contínua por melho-res condições de permanência na universidade, incluindo os campi do interior, chamando atenção dos meios de comuni-cação e pressionando a reitoria

para que se posicione publi-camente perante as exigências dos estudantes e também ser-vindo como um “comando central” das mobilizações para as próximas semanas.

Na última sexta-feira, 19 de Agosto, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) em reunião da UFSC com o reitor Alvares Prata, apresentou as reivindicações dos estudan-tes e exigiu a necessidade da reitoria se po-sicionar publicamente perante a precariza-ção da universidade. Até o final da reunião, a reitoria não tomou posição alguma.

Nosso reitor concordou que não houve a discussão devida na questão do corte de vagas já em andamento no curso de econo-mia, mas não quis fazer a discussão voltar

ao próprio CSE, além de não interferir na po-lítica da PREG de ser favorável e recomen-dar o corte em diversos cursos. Não propôs nenhuma atitude para pressionar o governo buscando uma solução para a greve. Apre-sentou também que o último prazo para as obras do Restaurante Universitário era de dois dias antes da própria reunião.

Esgotadas as vias institucionais, depois de inúmeras e exaustivas tentativas de con-versas sem resultados definidos, ainda nos deparamos com o cargo político e adminis-

trativo máximo dessa instituição se recusan-do a assumir a postura que seu posto exige; assim, o que temos a dizer é que a cadeira de reitor está vaga na nossa universidade.

Sem uma carta pública do reitor se posicionando, permaneceremos acampa-dos, organizando a partir da reitoria a As-sembleia Estudantil de quinta-feira, 25 de Agosto, para que nós estudantes possamos discutir como podemos definir os rumos das mobilizações e, assim, da própria Universi-dade Federal de Santa Catarina.

RESPOSTA DA REITORIA DA UFSC

Estudantes na vigília se organizam por meio de comissões abertas

A colagem de recibos foi uma atitude em resposta ao RU fechado

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