Cap. 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
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Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
1
TECNOLOGIAS DE REDES DE LONGA DISTÂNCIA
1. Introdução
Conforme já definida em capítulos anteriores, uma rede de comunicação de dados é uma WAN que tem como objetivo
interligar redes de usuários que na maioria dos casos são LANs.
Uma rede de comunicação de dados é formada por vários multiplex flexíveis interligados por um sistema de
transmissão. O sinal digital do usuário levado até ao multiplex através da rede de acesso e dos modens digitais.
2. Circuito de Comunicação de Dados
Um circuito de comunicação de dados é a interligação física e lógica entre dois pontos de um usuário passando pela
rede de comunicação de dados. Este circuito compreende o modem, a rede de acesso, o multiplex e principalmente, o
canal ocupando entre os multiplex.
Dependendo da maneira como estes circuitos de comunicação de dados trabalham, as redes podem ser classificadas
como redes determinísticas e redes estatísticas.
Uma rede de comunicação de dados determinística disponibiliza circuitos de comunicação de dados determinísticos
para seus usuários. Por outro lado, uma rede de comunicação de dados estatística disponibiliza circuitos de
comunicação de dados estatísticos para seus usuários.
3. Modem
O termo modem formado pela contração de modulação e demodulação. O modem é um equipamento que faz a
adaptação de um sinal digital de uma fonte digital (computador ou roteador) ao meio de transmissão, a fim de a
informação possa ser transmitida em grandes distâncias.
Os modens são classificados em dois tipos: modens analógicos e modens digitais.
3.1 Modem Analógico
São equipamentos que convertem os sinais digitais de saída de um computador ou equipamento de interconexão de rede
(roteador) em sinais analógicos cuja banda produzida está dentro da faixa de um canal de voz (de 0 a 4 kHz). Uma vez
que Normalmente este tipo de modem é utilizado para acesso em linha discada, ou seja, através de uma central
telefônica. Um exemplo de modem analógico é a placa FAX/MODEM instaladas nos computadores residenciais.
São exemplos de taxas de velocidade padronizadas de modens analógicos: 9600 bps, 14400 bps, 28800 bps, 33600 bps
e 56 Kbps.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
2
Vale observar que o uso dos modens analógicos está deixando de ser usados, sendo substituídos pelos modens digitais.
Tx
Rx Rx
Tx
MODEM ANALÓGICO
A figura a seguir ilustra a interligação de um computador até a central telefônica via modem analógico e rede de acesso.
ESTAÇÃO DE
TELECOMUNICAÇÕES
CENTRAL TELEFÔNICACENTRAL TELEFÔNICA
MODEM
ANALÓGICO
AMBIENTE DO
CLIENTE
PAR METÁLICO DA REDE DE ACESSO
3.2 Modem Digital
São equipamentos que convertem os sinais digitais de saída de um computador ou equipamento de interconexão de rede
(roteador) em outro sinal digital de maior potência e forma de onda digital diferente, a fim de permitir a sua transmissão
em pares metálicos da rede de acesso. Este tipo de modem na realidade é um conversor digital, por isso o termo mais
correto para este equipamento é conversor digital.
São exemplos de taxas de transmissão padronizadas: 64 kbps, 128 kbps, 256 kbps, 512 kbps, 1024 kbps (ou 1 Mbps) e
2048 kbps (ou 2 Mbps).
Os modens digitais são empregados em sua maioria para interligar LANs via multiplex. Também, os modens digitais
são empregados em acessos à Internet banda larga.
Tx
Rx Rx
Tx
MODEM DIGITAL
A figura a seguir ilustra a interligação de roteador de uma LAN até um multiplex via modem digital e rede de acesso.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
3
MODEM DIGITAL
MULTIPLEX TDM
PAR METÁLICO DA REDE DE ACESSO
ROTEADOR
MODEM DIGITAL
AMBIENTE DO
CLIENTE
ESTAÇÃO DE
TELECOMUNICAÇÕES
3.2.1 Modem DSL
A tecnologia de DSL é relativamente nova que traz uma grande largura de banda à transmissão de dados, para os
simples consumidores e pequenas empresas, através de um simples cabo telefónico. Basicamente, o que esta tecnologia
faz é “introduzir” uma grande quantidade de bits num cabo telefónico normal, como os que toda gente tem em casa.
xDSL refere-se às diferentes variações do DSL, como por exemplo, ADSL, HDSL ou VDSL. A diferença entre os
vários tipos de xDSL prende-se, basicamente, com a velocidade e a distância do cabo.
Assumindo que uma casa ou empresa, está suficientemente perto de uma central telefónica, pode-se começar a pensar
em receber dados com uma taxa de transmissão na ordem dos 6,1 Mbps(teoricamente 8,5 Mbps). Com esta velocidade é
possível receber, continuamente, vídeo, áudio e até efeitos 3D. As ligações mais comuns fornecem uma taxa de
transmissão de 512Kbps a 1,5Kbps, para recepção de dados, e 128Kbps para envio de dados. Mesmo estes valores já
são impressionantes, se compararmos com as restantes tecnologias existentes, como se pode ver na figura 1.
Como se pode ver, o cable modem e o xDSL fazem parecer os outros tipos de acesso um David muito mais pequeno, do
que aquele que defrontou Golias. A única diferença é que desta vez quem vai ganhar é o Golias. Só para exemplificar a
pequenez do modem normal e da RDIS, o xDSL, em qualquer uma das suas variações, consegue enviar dados com uma
velocidade superior à de recepção dos outros.
O que a figura mostra, é um cable modem com taxas entre 300Kbps e 10Mbps, e o xDSL com taxas compreendidas
entre 512Kbps e quase 52Mbps. Embora as variações mais comuns do DSL apenas consigam taxas na ordem dos
8,5Mbps, existe em fase de desenvolvimento uma variação chamada VDSL(Very high Digital Subscriber Line), que
promete taxas na ordem dos 52Mbps. Mas com tanta velocidade com certeza que há algo de mau. De facto, esse “algo”
é a distância. A distância é inversamente proporcional à taxa de transmissão, senão veja-se a figura 2.
Como exemplo colocou-se o gráfico do ADSL, que relaciona o velocidade com a distância. Como se pode ver, à
medida que a distância do cabo aumenta, a taxa de transmissão desce consideravelmente. Esta é claramente uma das
desvantagens do DSL.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
4
A instalação do DSL começou em 1998 e continua a crescer a um grande ritmo durante 1999 por toda a América e,
desde à pouco tempo, também em alguns países da Europa. O crescimento é tal que já existem fabricantes de
computadores a incluírem nos seus PC’s modems ADSL, como é o caso da IBM e da Dell. A Dataquest fez um estudo
de mercado e prevê que até ao fim do século estejam instaladas cerca de 6 milhões de linhas DSL, isto só na América.
Existem diversas variações de DSL, embora actualmente ainda só existam standards para três dessas tecnologias:
ADSL, HDSL e G.Lite. As restantes são semelhantes a estas diferenciando-se apenas em algumas questões de
pormenor, e pela marca que inventou as respectivas tecnologias. Existem outras porém que são a plataforma de
desenvolvimento destas novas tecnologias. Neste ponto ver-se-á as diferenças de todas estas tecnologias e estudar-se-á
aquelas mais relevantes.
3.2.2 ADSL
O ADSL (Asymetric Digital Subscriver Line) é a variante mais popular do DSL. Esta tecnologia tem como
particularidade o facto de ser assimétrica, ou seja, utiliza diferentes larguras de banda de e para o subscritor. Isto é
devido ao crosstalk, como se verá de seguida, e em grande parte à Internet, porque a maioria dos dados são enviados ao
utilizador(programas, vídeos, sons, etc) enquanto ele só envia alguns bits(teclas premidas, clicks de rato, etc).
A modulação usada é o CAP. As performances do ADSL podem ser vistas no quadro seguinte:
Nome Taxa de transmissão Velocidade vs. Distância
ADSL - Asymetric
Digital Subscriver
Line
1,5Mbps a 8.5Mbps downstream;
64Kbps a 640Kbps upstream;
num cabo de 0,4 ou 0,5mm
1,544Mbps 5,5Km
2,048Mbps 4,9Km
6,312Mbps 3,7Km
8,448Mbps 2,75Km
Downstream refere-se ao tráfego da central telefónica para o utilizador e upstream ao contrário.
3.2.3 HDSL
O HDSL(High bit-rate Digital Subscriver Line) foi das primeiras tecnologias a obter algum sucesso. Esta variação é
muito utilizada para quem necessita de grande largura de banda upstream e downstream. Quem mais utiliza este tipo são
as empresas, muitas das vezes têm servidores de http, ftp, etc, a correr. A principal característica é o facto de ser
simétrica, ou seja, a largura de banda disponível é igual para o upstream e downstream. Por esta razão é que é um pouco
mais lento do que o ADSL.
Esta ligação é duplex e a modulação usada nesta variação é o CAP. No início do desenvolvimento do HDSL usou-se a
modulação 2B1Q, mas as melhores performances do CAP venceram.
Nome Taxa de transmissão Distância
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
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HDSL – High bit-rate Digital Subscriver Line
1,54Mbps em 2 pares entrançados
2,048Mbps em 3 pares entrançados
3,7Km num cabo de 0,5mm
4 Rede Determinística
A figura a seguir ilustra uma rede determinística formada por três multiplex flexíveis determinísticos. Para entender o
funcionamento desta rede, vamos considerar como exemplo uma empresa que possui uma rede corporativa formada por
quatro LANs (matriz e filiais 1, 2 e 3) distribuídas em três cidades diferentes. Observe que as filiais 1 e 2 estão na
mesma cidade, mas em bairros diferentes.
A empresa deseja que a rede local da matriz seja interligada às três filiais com as seguintes taxas de velocidades:
- Circuito de comunicação de dados da matriz para a filial 1: 256 kbps;
- Circuito de comunicação de dados da matriz para a filial 2: 128 kbps;
- Circuito de comunicação de dados da matriz para a filial 3: 512 kbps.
Portanto, a concessionária do serviço de comunicação de dados (Telemar, Embratel ou Telefônica) disponibiliza três
circuitos de comunicação de dados determinísticos nas taxas de velocidades solicitadas.
HubRoteador
Servidor Estações de Trabalho
REDE LOCAL - FILIAL 1
Hub
Roteador
Servidor Estações de Trabalho
Modem
Hub
Roteador
Servidor Estações de Trabalho
Modem
Hub
Roteador com
3 portas WANs
ServidorEstações de
Trabalho
REDE LOCAL DA
MATRIZ
Modem
MUX
MUX
REDE LOCAL - FILIAL 2
REDE LOCAL - FILIAL 3
MUX
Modem
Modem
Modem
Modem
Modem
Circuito de Comunicação de
Dados Ligando a Matriz à Filial 1
Circuito de Comunicação de
Dados Ligando a Matriz à Filial 2
Circuito de Comunicação de
Dados Ligando a Matriz à Filial 3
Observando agora o detalhamento da interligação entre os multiplex da rede da figura anterior, podemos concluir:
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
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O circuito de 256 kbps da matriz para a filial 1 ocupa 4 times slots (4 x 64 kbps = 256 kbps) entre os multiplex;
O circuito de 128 kbps da matriz para a filial 2 ocupa 2 times slots (2 x 64 kbps = 128 kbps) entre os multiplex;
O circuito de 512 kbps da matriz para a filial 3 ocupa 8 times slots (8 x 64 kbps = 512 kbps) entre os multiplex.
Se por exemplo no final do dia todos os computadores de uma filial forem desligados, não haverá tráfego de dados no
circuito correspondente entre esta filial e a matriz. Entretanto, o canal ainda assim estará disponível e reservado na rede
para esta interligação.
MUX
3
MUX
1
MUX
2
4
6
10
30
1
2
3
5
7
8
9
11
31
30
1 2 3 4 5 7 8 9 1131
0
610
0
Desse modo, podemos definir um circuito de comunicação de dados determinístico àquele onde o canal é reservado
somente para um circuito, independente se o usuário gera tráfego de dados ou não. A grande vantagem desse circuito é
que a velocidade do mesmo será constante independente do tráfego, pois os times slots do canal são exclusivos, não
podendo ser compartilhado com outros circuitos. Por exemplo, o circuito da matriz para a filial 3 terá uma taxa fixa de
512 kbps independente da hora do dia ou da situação da rede determinística.
Por outro lado, a desvantagem de um circuito determinístico é o alto preço cobrado pela concessionária do serviço de
comunicação de dados para reservar um canal exclusivo para um cliente. Além disso, existe a questão do desperdício
por parte do cliente, pois o mesmo paga o aluguel de um circuito determinístico para mantê-lo ligado durante 24 horas
do dia, mas nem sempre existe a necessidade enviar dados entre suas LANs.
4.1 Rede Determinística com Conexão Cruzada
Numa rede determinística existem multiplex com função de conexão cruzada (mux cross conect), cujo objetivo desses
equipamentos é interligar canais entre os multiplex de acesso. A conexão cruzada pode ser definida com a operação de
interligação entre canais de feixes diferentes.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
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A figura a seguir ilustra uma rede determinística formada por quatro multiplex flexíveis determinísticos interligados a
um mux central que faz a conexão cruzada entre os feixes E1 dos quatro multiplex. Para entender o funcionamento
desta rede, vamos considerar como exemplo de aplicação uma empresa que possui uma rede corporativa formada por
cinco LANs (matriz e filiais 1, 2, 3 e 4) distribuídas em quatro cidades diferentes. A empresa deseja que a rede local da
matriz seja interligada às redes locais das quatro filiais nas taxas de velocidades identificadas na figura. Portanto, a
concessionária do serviço de comunicação de dados (Telemar, Embratel ou Telefônica) disponibiliza quatro circuitos de
dados dedicados nas seguintes velocidades:
- Circuito da matriz para a filial 1: 256 kbps;
- Circuito da matriz para a filial 2: 64 kbps;
- Circuito da matriz para a filial 3: 128 kbps;
- Circuito da matriz para a filial 4: 64 kbps.
Com relação à rede determinística podemos fazer as seguintes considerações:
- Os multiplex de acesso são interligados através de enlaces de 2 Mbps ao multiplex cross conect;
- O multiplex cross conect não possui portas de acesso aos usuários. A sua função básica é servir de
interligação dos multiplex de acesso, possibilitando a passagem de canal de um mux para outro. Esta
implementação é denominada de conexão cruzada (cross conect);
- Através do multiplex cross conect é possível a implantação de um circuito entre os multiplex de acesso 2,
3 e 4;
- Uma vez que os quatros circuitos de dados são determinísticos, o roteador da rede local da matriz deve
possuir quatro portas WANs (portas seriais), conforme mostrado na figura.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
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Hub
Roteador
Servidor Estações de Trabalho
Modem
REDE LOCAL - FILIAL 2
HubRoteador
Servidor Estações de Trabalho
REDE LOCAL - FILIAL 1
Hub
Roteador
Servidor Estações de Trabalho
Modem
Hub
Roteador
Servidor Estações de Trabalho
ModemHub
Roteador
ServidorEstações de
Trabalho
REDE LOCAL
DA MATRIZ
MUX
4
REDE LOCAL - FILIAL 3
REDE LOCAL - FILIAL 4
Modem
256 kbps
MUX
1
MUX
3
MUX
2
MUX
CROSS
CONECT
2 Mbps
2 Mbps
2 Mbps
2 Mbps
256 kbps
128 kbps
512 kbps
256 kbps
512 kbps
128 kbps256 kbps
Modem
Para implantar os quatro circuitos de dados determinísticos da rede corporativa da empresa são “gastos” na rede os
seguintes quantitativos de times slots:
a) Do mux 1 para o cross conect: 18 times slots que correspondem a uma taxa total de 1152 kbps. Isto
significa que na localidade onde está instalado o mux 1 existem disponíveis 832 kbps para outros usuários;
b) Do mux 2 para o cross conect: 6 times slots que correspondem a uma taxa total de 384 kbps. Isto significa
que na localidade onde está instalado o mux 2 existem disponíveis 1600 kbps para outros usuários;
c) Do mux 3 para o cross conect: 8 times slots que correspondem a uma taxa total de 512 kbps. Isto significa
que na localidade onde está instalado o mux 3 existem disponíveis 1472 kbps para outros usuários;
d) Do mux 4 para o cross conect: 4 times slots que correspondem a uma taxa total de 256 kbps. Isto significa
que na localidade onde está instalado o mux 4 existem disponíveis 1728 kbps para outros usuários.
A figura a seguir detalha o processo de conexão cruzada entre os canais dos feixes E1 dos multiplex 1, 2, 3 e 4.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
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MUX
1
MUX
2
MUX
CROSS
CONECT
MUX
4
MUX
3
4
6
10
12
3
5
78
9
11
31
0
15
1213
14
16
19
1718
20
4
6
10
12
3
5
78
9
31
0
4
6
10
12
3
5
78
9
31
0
4
6
10
1
2
3
5
7
8
9
31
0
4.2 Rede Determinística de Alta Capacidade
A fim de facilitar o entendimento do leitor, consideramos didaticamente, redes determinísticas onde cada mutiplex tem
apenas uma saída E1. Na prática, um multiplex com apenas uma saída E1 é considerando um equipamento de baixa
capacidade, portanto, para estações com grande demanda de circuitos de comunicação de dados os multiplex instalados
devem possuir uma escalabilidade. Desse modo, os multiplex de alta capacidade têm como característica principal a
grande quantidade de portas de entrada, sendo que para isso é necessário mais de um feixe E1 de saída.
Podemos classificar os multiplex de alta capacidade em dois grupos: o primeiro é formado por multiplex com N portas
E1 de saída. O segundo é formado por multiplex com uma saída de agregados de feixe E1, por exemplo, uma saída E2
ou E3. A figura a seguir ilustra os dois casos.
MULTIPLEX
1
2
3
4
5
M
E1
E1
E1
E1
E1
M Portas de
Entrada
N Feixes E1
MULTIPLEX
1
2
3
4
5
M
E3
M Portas de
Entrada
Agregado E3 de Saída
com 16 feixes E1
A figura a seguir ilustra uma rede determinística formada por multiplex de diferentes capacidades:
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
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a) O mux 1 tem capacidade para 6 Mbps (3x2Mbps);
b) O mux 2 tem saída agregada E3 com capacidade para 34 Mbps (16 x 2 Mbps);
c) O mux 3 tem apenas uma saída de 2 Mbps;
d) O mux 4 tem saída agregada E2 com capacidade para 8 Mbps (4 x 2 Mbps).
Nesta solução da figura a seguir, observamos que o multiplex que implementa a conexão cruzada também deve ser de
alta capacidade.
MUX
4
MUX
1
MUX
3
MUX
2
MUX
CROSS
CONECT
8 Mbps
2 Mbps
3 x 2 Mbps
34 Mbps
5 Rede Estatística
Uma rede estatística pode ser definida como um conjunto de multiplex estatísticos interligados através de meios de
transmissão. Para o usuário, uma rede de comunicação de dados estatística disponibiliza circuitos de comunicação de
dados estatísticos.
A diferença da tecnologia da rede determinística em relação à estatística é que na primeira o canal entre os multiplex é
reservado e utilizado apenas por uma porta de entrada, o canal permanece disponível para o circuito mesmo que não
haja tráfego. Por outro lado, na tecnologia estatística o canal é utilizado por um ou mais circuitos e a sua ocupação
ocorre de forma dinâmica. Portanto, uma vez que o canal da rede estatistica é ocupado dinamicamente, a taxa de
velocidade dos circuitos de comunicação na rede estatística é variável, flutuante entre um valor máximo e um mínimo.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
11
Para entender melhor a vantagem da tecnologia estatística em relação à estatística, considere duas LANs interligadas
por um circuito de comunicação de dados, se a ocupação do canal entre os multiplex for determinística não significa
que exista um tráfego contínuo. O que ocorre são rajadas de dados nos dois sentidos através do canal, intercalados por
períodos sem tráfegos. Esta questão não é interessante para a operadora do serviço, pois o seu meio está sendo
subtilizado, nem tão pouco para o cliente que pagará caro por um serviço. A solução encontrada para se resolver esta
questão de otimização do uso dos meios de transmissão (canal de comunicação) foi criar uma solução onde os canais
dos multiplex só serão utilizados quando houver a necessidade de transmissão de dados. Esta solução é denominada de
multiplexação estatística.
Basicamente, na técnica de multiplexação estatística, vários usuários compartilham um único meio de transmissão,
sendo cada canal do meio pode ser utilizado por mais de uma entrada.
É importante observar que esta otimização dos meios gera tarifas mais baixas, pois o usuário só paga pelo tempo de uso,
ou seja, pelo volume de informações que trafegam na rede, entretanto, a taxa de transmissão do circuito de comunicação
de dados é variável entre um limite máximo e um mínimo.
Resumindo, as características de uma rede estatística são as seguintes:
- Os circuitos de comunicação de dados ocupam os canais de forma dinâmica;
- As taxas de transmissão dos circuitos de comunicação de dados são variáveis (banda flutuante) entre os
multiplex.
5.1 Exemplo de uma Rede Estatística
A figura a seguir ilustra uma rede estatística formada por três multiplex estatísticos interligados a 2 Mbps. Para entender
o funcionamento desta rede, vamos considerar como exemplo uma empresa que possui uma rede corporativa formada
por cinco LANs (matriz e filiais 1, 2, 3 e 4) distribuídas em três cidades diferentes. Observe que as filiais 1 e 2 estão na
mesma cidade e as filiais 3 e 4 em uma outra cidade, mas todas em bairros diferentes.
A empresa deseja que a rede local da matriz seja interligada às quatro filiais com as seguintes taxas de velocidades:
- Circuito de comunicação de dados da matriz para a filial 1 com taxa máxima de 256 kbps e mínima de 128 kbps;
- Circuito de comunicação de dados da matriz para a filial 2 com taxa máxima de 256 kbps e mínima de 128 kbps;
- Circuito de comunicação de dados da matriz para a filial 3 com taxa máxima de 512 kbps e mínima de 256 kbps;
- Circuito de comunicação de dados da matriz para a filial 4 com taxa máxima de 512 kbps e mínima de 256 kbps.
Portanto, a concessionária do serviço de comunicação de dados (Telemar, Embratel ou Telefônica) disponibiliza quatro
circuitos de comunicação de dados estatísticos nas taxas de velocidades solicitadas, cuja interligações são mostradas na
figura a seguir:
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
12
HubRoteador
Servidor Estações de Trabalho
Modem
REDE LOCAL - FILIAL 4
HubRoteador
Servidor Estações de Trabalho
REDE LOCAL - FILIAL 1
Hub
Roteador
Servidor Estações de Trabalho
Modem
Hub
Roteador
Servidor Estações de Trabalho
Modem
Hub
Roteador
ServidorEstações de
Trabalho
REDE LOCAL
DA MATRIZ
Modem
MUX 3
MUX 1
REDE LOCAL - FILIAL 2
REDE LOCAL - FILIAL 3
MUX 2
Modem
Modem
Modem
Modem
Modem
Modem
Quanto à rede estatística da figura podemos fazer as seguintes considerações:
- A estrutura da rede de acesso é semelhante à rede determinística com portas de entrada multiplexadas
numa única porta de saída, entretanto só existirá tráfego na saída (ocupação de canal) se houver tráfego;
- Na rede estatística são empregados MUX TDM interligados através de enlaces de 2 Mbps utilizando meios
de transmissão como fibra óptica, rádio digital ou satélite semelhante às redes determinísticas.
- Os circuitos de acesso possuem as seguintes taxas de velocidade:
a) Da Matriz ao MUX 1: 768 kbps que corresponde à soma de todas as velocidades mínimas;
b) Da LAN 1 ao MUX 2: 256 kbps que corresponde a velocidade máxima;
c) Da LAN 2 ao MUX 2: 256 kbps que corresponde a velocidade máxima;
d) Da LAN 3 ao MUX 3: 521 kbps que corresponde a velocidade máxima;
e) Da LAN 4 ao MUX 3: 512 kbps que corresponde a velocidade máxima.
- Entre o MUX 1 e o MUX 2 existem dois circuitos de 256 kbps que atendem as interligações da matriz com
as LANs 1 e 2 e que compartilham o feixe de 2 Mbps com outros circuitos. Assim, pode ocorrer instantes
onde a demanda de tráfego entre os dois MUX aumente tal que a soma das velocidades máximas de todos
os circuitos supere a taxa máxima de interligação entre os MUX que é de 2 Mbps. Neste caso, as
velocidades dos circuitos devem cair. No caso dos circuitos das LANs 1 e 2 com a matriz, os limites
mínimos são de 128 kbps;
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
13
- Entre o MUX 1 e o MUX 3 existem dois circuitos de 512 kbps que atendem as interligações da matriz com
as LANs 3 e 4 e que compartilham o feixe de 2 Mbps com outros circuitos. Assim, pode ocorrer instantes
onde a demanda de tráfego entre os dois MUX aumente tal que a soma das velocidades máximas de todos
os circuitos supere a taxa máxima de interligação entre os MUX que é de 2 Mbps. Neste caso, as
velocidades dos circuitos devem cair. No caso dos circuitos das LANs 3 e 4 com a matriz, os limites
mínimos são de 256 kbps;
- As taxas de velocidades mínimas são os taxa de velocidade comprometida (CIR) onde a operadora se
compromete a não reduzir a taxa do circuito do cliente abaixo desse limite;
- Uma vez que os circuitos irão compartilhar o mesmo feixe de 2 Mbps entre os multiplex, cada um dos
circuitos são identificados por um circuito virtual permanente correspondente, denominado de PVC. Cada
PVC é caracterizado por endereços (identificadores) na rede denominados de identificadores de conexão
de enlace de dados (DLCI);
- Portanto teremos os seguintes PVCs:
a) Um PVC da matriz para a filial 1com respectivos DLCIs; um do lado do mux 1 e outro no mux 2;
b) Um PVC da matriz para a filial 2 com respectivos DLCIs; um do lado do mux 1 e outro no mux 2;
c) Um PVC da matriz para a filial 3 com respectivos DLCIs; um do lado do mux 1 e outro no mux 3;
d) Um PVC da matriz para a filial 4 com respectivos DLCIs; um do lado do mux 1 e outro no mux 3.
5.3 Diferenças entre o Multiplex Determinístico e o Estatístico
A diferença básica entre o multiplex determinístico e o estatístico está na técnica de multiplexação empregada. O
multiplex determinístico recebe pela sua porta de entrada uma seqüência binária vinda do circuito de acesso, em
seguida, coloca nos canais de saída os bits sem tratar as informações transportadas. Entretanto, os bits de cada porta de
entrada são identificados pelo seu canal corresponde na saída compartilhada. A figura a seguir resume ilustra a
multiplexação determinística.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
14
MUX E1
DETERMINÍSTICO
1
2
P
O
R
T
A
S
. . .10001100 . . .
Saída multiplexada de 2 Mbps com sequencia binária separada por canal
. . .11100100 . . .
. . .111100000 . . .
. . .10001100 . . .
. . .11100100 . . .
N
. . .10101010 . . .
. . .10101010 . . .3
. . .111100000 . . .
O multiplex estatístico, por outro lado, ao receber pela sua porta de entrada uma seqüência binária vinda do circuito de
acesso, antes de colocar na saída os bits, trata a seqüência binária, obedecendo as seguintes etapas:
1° Recebe a seqüência binária e forma o quadro;
2° Em seguida verifica na parte de controle do quadro o número do DLCI;
3° Consulta na sua tabela de encaminhamento que está armazenada na sua memória a saída para onde o quadro
deve ser encaminhado;
4° Por último, encaminha o quadro para a saída determinada na tabela de encaminhamento.
A figura a seguir resume as etapas da multiplex estatística.
QUADRO
Dados Controle O Quadro é formado pelos dados do usuário mais dados de controle
delimitado por dois flags com código 01111110.
0 1 1 1 1 1 1 0 . . . 1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 . . . 0 1 1 1 1 1 1 0
FlagFlag
Uma sequência binária é enviada do roteador para o mux
Ao chegar pela porta correspondente ao circuito de acesso o mux forma o quadro.
Observe que o quadro tem início e fim identificados por um byte com código 01111110.
ControleA parte de controle contém o DLCI. O mux retira o DLCI para identificar para
onde deve ser enviado o quadro. Para isso, o mux consulta uma tabela de
encaminhamento e determina para onde o quadro deve ser encaminhado.
Fazendo um mapeamento com os conceitos de arquitetura de rede do modelo OSI, podemos afirmar que o multiplex
determinístico trabalha na camada física, enquanto o multiplex estatístico trabalha na camada de enlace. Por isso, o
multiplex estatístico também é denominado de switch.
Observe na figura a seguir uma ilustração da multiplexação estatística.
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
15
1
2
P
O
R
T
A
S
Saídas com quadros multiplexado em canal único de 2 Mbps
N
Quadro PVC 2 Quadro PVC 5
MUX E1
ESTATÍSTICO
Quadro PVC 1
Quadro PVC 3 Quadro PVC 1Quadro PVC 4 Quadro PVC 2
Quadro PVC 5
Quadro PVC N Quadro PVC 4 Quadro PVC 3
Quadro PVC N
A figura a seguir ilustra também o funcionamento do multiplex estatístico na rede. Observe que o MUX 1 e o MUX 2
criam um PVC 2. Já o MUX 1 com o MUX 3 criam o PVC 3.
MUX
1
MUX
2
MUX
3
Quadro do PVC 1
Quadro do PVC 2
Quadro do PVC 2
Quadro do PVC 1
Feixe E1
Feixe E1
Outra diferença entre o multiplex determinístico e o estatístico refere-se à quantidade de circuitos de acesso. Na rede
determinística deve existir um circuito de acesso para cada circuito de comunicação de dados, pois a seqüência binária
que chega pela porta não é tratada em nível de quadro. Portanto, a conexão deve ser em nível físico e, assim, cada
circuito deve ocupar uma porta do multiplex, conforme ilustrado na figura a seguir. Observe na figura que temos três
circuitos de acesso físicos para cada circuito de comunicação de dados.
Hub
Roteador
ServidorEstações de
Trabalho
REDE LOCAL
DA MATRIZ
Modem
REDE COM MULTIPLEX
DETERMINÍSTICOS
Circuito 1Circuito 2Circuito 3
Capítulo 4 - Tecnologias de Redes de Longa Distância
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Por sua vez, na rede estatística, deve existir apenas um circuito de acesso e, sobre este, os circuitos lógicos (PVCs), pois
a multiplexação ocorre em nível de quadros. A conexão neste caso é lógica, conforme ilustrado na figura a seguir.
Observe na figura que temos um circuito físico de acesso e três circuitos lógicos no circuito físico.
Hub
Roteador
ServidorEstações de
Trabalho
REDE LOCAL
DA MATRIZ
REDE COM MULTIPLEX
ESTATÍSTICOS
PVC 1
PVC 2
PVC 3