Capitulo 2 - O Fim Ultimo Do Homem

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Esta contemplação da verdade, ademais, não pode ser a contemplação que se dá pelas ciências, que dizem respeito às coisas inferiores, pois a felicidade deve consistir na operação da inteligência que diz respeito às mais nobres entre todas as coisas inteligíveis. A felicidade última do homem só pode consistir, portanto, na contemplação da sabedoria" 126.

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  • A maioria dos sistemas educacionais contemporneos foram construdos sem que se procedesse a umainvestigao prvia da ordem csmica. Os homens que elaboraram as polticaseducacionais dos pases modernos no pararam para discutir se existe ou no existeuma ordem no Universo; estavam, na maioria dos casos, apenas preocupados comproblemas que afligiam de modo imediato as sociedades em que viviam.

    Santo Toms de Aquino tratou deste problema no incio da Prima Secundae da Summa Theologiae. A ele afirmaque no apenas no cosmos que se observa a existncia de um fim. Ao contrrio, anatureza humana tal que o homem, justamente enquanto homem, agenecessariamente tendo em vista um fim.Cumpre, portanto, investigarmos que fim este, e se est em consonncia com o fim do cosmos.

    Porque a felicidade o fim ltimo da vontade humana. Ora, a vontade no homem sempre segue uma apreenso dainteligncia.Desta afirmao segue-se que no em qualquer operao da intelignciaque consiste a felicidade do homem.Ela tem que ser, em primeiro lugar, uma operaoda inteligncia especulativa, isto , aquela que tem por objeto o necessrio, poroposio ao contingente, que objeto das operaes da inteligncia prtica.

    A perfeita felicidade, portanto, no consiste em qualquer especulao da sabedoria, mas naquela que conduzidaat contemplao da verdade. Assim, portanto, fica evidente que a perfeita felicidadedo homem consiste na contemplao do intelecto.

    Esta contemplao da verdade, ademais, no pode ser a contemplao que se d pelas cincias, que dizem respeitos coisas inferiores, pois a felicidade deve consistir na operao da inteligncia quediz respeito s mais nobres entre todas as coisas inteligveis. A felicidade ltima dohomem s pode consistir, portanto, na contemplao da sabedoria".