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Capítulo 3 Para Fazer um Laço é Necessário Unir as Pontas... envolvimento entre família e escola Mariana Rodrigues Gaspar Correa * , Luize Bueno de Araujo e Vera Lúcia Israel 1. Introdução O desenvolvimento motor infantil ´ e caracterizado por Gallahue et al. (2005) e Haywood & Getchell (2010) como uma mudan¸ ca cont´ ınua, influenciada pela exigˆ encia das tarefas motoras, as carater´ ısticas do indiv´ ıduo e as condi¸ oes do ambiente. Para Papalia et al. (2010)o desenvolvimento infantil sofre influˆ encias desses trˆ es determinantes, os quais est˜ ao simbolizados na Tr´ ıade de Newell (1991 – Figura 1). Newell (1986), o autor da Tr´ ıade, refor¸ ca a necessidade de compreender a rela¸ ao do ser humano com o ambiente e com os outros seres humanos analisando a combina¸ ao das demandas do organismo, do ambiente e da tarefa em andamento. Os profissionais da sa´ ude, a fam´ ılia e os/as educadores/as s˜ ao os principais acompanhantes do desenvolvimento infantil e os respons´ aveis pelo cuidado da crian¸ ca. Portanto, conhecer como se caracteriza cada determinante/restri¸ ao e como se relacionam ´ e primordial para entender como ocorrem os processos de desenvolvimento, crescimento e perceber desvios no desenvolvimento infantil adequado. A teoria e a pr´ atica, quando relacionadas, quase sempre ao conflituosas. Entretanto, ´ e necess´ ario o conhecimento sobre os processos envolvidos em um acontecimento para solucionar problemas relativos ao fato. O presente cap´ ıtulo discorre sobre os principais envolvidos no cuidado `a crian¸ ca, ressalta a necessidade do v´ ınculo entre os cuidadores e caracteriza os ambientes que cercam a crian¸ ca, destacando quais s˜ao os fatores nocivos e os fatores prop´ ıcios para um bom desenvolvimento infantil. Bem como relata a experiˆ encia de um projeto de inicia¸ ao cient´ ıfica da Universidade Federal do Paran´ a, o qual tinha por objetivo “unir as pontas”, ou seja, * Autor para contato: [email protected] Luize Bueno de Araujo & Vera Lúcia Israel (Ed.), (2017) DOI: 10.7436/2017.dcfes.03 ISBN 978-85-64619-19-7

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Capítulo 3

Para Fazer um Laço é Necessário Unir as Pontas...envolvimento entre família e escola

Mariana Rodrigues Gaspar Correa∗,

Luize Bueno de Araujo e Vera Lúcia Israel

1. Introdução

O desenvolvimento motor infantil e caracterizado por Gallahue et al.(2005) e Haywood & Getchell (2010) como uma mudanca contınua,influenciada pela exigencia das tarefas motoras, as caraterısticas doindivıduo e as condicoes do ambiente. Para Papalia et al. (2010) odesenvolvimento infantil sofre influencias desses tres determinantes, osquais estao simbolizados na Trıade de Newell (1991 – Figura 1). Newell(1986), o autor da Trıade, reforca a necessidade de compreender a relacaodo ser humano com o ambiente e com os outros seres humanos analisandoa combinacao das demandas do organismo, do ambiente e da tarefa emandamento.

Os profissionais da saude, a famılia e os/as educadores/as sao osprincipais acompanhantes do desenvolvimento infantil e os responsaveispelo cuidado da crianca. Portanto, conhecer como se caracteriza cadadeterminante/restricao e como se relacionam e primordial para entendercomo ocorrem os processos de desenvolvimento, crescimento e perceberdesvios no desenvolvimento infantil adequado.

A teoria e a pratica, quando relacionadas, quase sempre saoconflituosas. Entretanto, e necessario o conhecimento sobre os processosenvolvidos em um acontecimento para solucionar problemas relativos aofato.

O presente capıtulo discorre sobre os principais envolvidos no cuidado acrianca, ressalta a necessidade do vınculo entre os cuidadores e caracterizaos ambientes que cercam a crianca, destacando quais sao os fatores nocivose os fatores propıcios para um bom desenvolvimento infantil. Bem comorelata a experiencia de um projeto de iniciacao cientıfica da UniversidadeFederal do Parana, o qual tinha por objetivo “unir as pontas”, ou seja,

∗Autor para contato: [email protected]

Luize Bueno de Araujo & Vera Lúcia Israel (Ed.), (2017) DOI: 10.7436/2017.dcfes.03 ISBN 978-85-64619-19-7

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Figura 1. Modelo das Restricoes de Newell. Fonte: Haywood & Getchell(2010, p. 26).

aproximar educadores/as e famılia e/ou responsaveis para alertar os ganhospara o desenvolvimento da crianca quando ha boa convivencia entre famıliae escola, alem de informar os marcos do desenvolvimento infantil e osbenefıcios neuromotores da estimulacao adequada.

Pois bem, ha uma convencao entre os estudiosos em ausentar o foco doconceito de doenca (modelo biomedico), o qual ainda predominante, temperdido espaco para o modelo biopsicossocial, possuidor de um conceitomais amplo em saude, sendo que este atende o ser humano de forma integral(Ayres, 2001; Demarco, 2003; Mandu, 2004; Pegoraro & Caldana, 2008;Zoboli, 2004).

O modelo biomedico ou mecanicista visualiza a pessoa como umamaquina, no qual o conceito de saude e definido como a ausencia dedoenca. Neste modelo, perde-se a visao holıstica do ser humano, naoexiste a integracao entre as dimensoes psicologicas e sociais, o que ganhadestaque e a doenca e sua cura, o diagnostico individual e o tratamento(Cutolo, 2006). Reitera-se que ate hoje o modelo biomedico predominana atencao a saude, em clınicas particulares, no Sistema Unico de Saude(SUS), sendo que dentro desse contexto o medico ou profissional da saudefaz sua entrevista e observacao clınica ao atender um paciente, focandoprincipalmente nos seus sinais e sintomas, isto e, na sua doenca.

Em contraponto, o modelo biopsicossocial e definido como “modelo quenao tem o foco apenas na doenca em si e o tratamento dela, mas em todosos aspectos que estariam diretamente relacionados ao fenomeno do adoecer,sejam eles fisiologicos, psicologicos, sociais, ambientais, dentre outros, os

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quais tambem devem ser considerados para que o tratamento seja eficaz”(Silva et al., 2001).

Seguindo o raciocınio acima, na Carta de Ottawa (Brasil, 2002), omodelo biomedico foi considerado necessario, porem insuficiente para darconta da saude numa estrategia de promocao. Assim, a aproximacao domodelo biopsicossocial de saude faz com que o atendimento oferecido sejaum cuidado participativo, estendido a comunidade, fazendo com que, pormeio da prevencao de doencas e de medidas para a promocao da saude,sejam ampliadas tanto a cobertura como a abrangencia desse atendimento.

Dessa forma, no cuidado a crianca, para que haja um modeloparticipativo de intervencao, e necessario que as pessoas que cercam acrianca se envolvam, tornando-se atentas as fases do desenvolvimentoneuropsicomotor, e sejam capazes de identificar algum atraso nesteprocesso. Tais medidas, poderiam reduzir ainda mais os problemas futuros,uma vez que a falta de estimulacao adequada da crianca pode acarretarprejuızos que se estendem ate a vida adulta.

Em particular, os primeiros anos de vida da crianca sao os maissignificativos para o seu desenvolvimento completo e as experienciasacumuladas durante este perıodo tem uma influencia por toda a vida(Johnston, 2009). O tecido nervoso apresenta seu maior crescimento ematuracao durante este perıodo e, portanto, mais suscetıvel a lesoes. Porcausa do alto grau de plasticidade das criancas, tambem e nesta fase queelas respondem melhor a intervencoes de promocao e ou tratamentos eainda a estimulacao neuromotora e ambiental. No entanto, para receberessas intervencoes, e necessario identificar o atraso e orientar, o maisrapidamente possıvel, a crianca a servicos especializados. Portanto, enecessario que os profissionais atuantes na atencao basica, a propria famıliae os responsaveis pela crianca, monitorem o desenvolvimento e identifiquemde maneira preliminar os fatores de risco, bem como as necessidadesespecıficas, isso com o objetivo de garantir um adequado desenvolvimentoda crianca ou um rapido encaminhamento para a intervencao precoce.

2. Fatores de Risco Para o Desenvolvimento Infantil

Visto que o desenvolvimento infantil e resultante de uma interacao entre ascaracterısticas biologicas e as experiencias proporcionadas pelo ambiente esuas vivencias de tarefas realizadas, fatores adversos nestas areas podemmodificar o ritmo esperado. A possibilidade que isto ocorra e chamada derisco para o desenvolvimento (Ribeiro et al., 2014 apud Rutter & Sroufe,2000).

Multiplos fatores podem ser responsaveis pelos problemas dedesenvolvimento nas criancas. Na maioria das vezes nao se podeestabelecer uma unica causa, existindo uma associacao de diversasetiologias possivelmente associadas com o atraso.

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Como por exemplo, a falta de afeto, de amor nos primeiros anos devida deixara marcas definitivas no desenvolvimento da crianca, formandoum dos riscos mais importantes para o bom desenvolvimento.

Os riscos para o desenvolvimento infantil pode ser classificados embiologicos e ambientais (Figueiras et al., 2005), ambos podem aumentara possibilidade de riscos ao DNPM e tambem atuar como protetores.Os riscos biologicos abordam intercorrencias no perıodo pre, peri e pos-natais, como exemplo as desordens geneticas, a ma-formacao congenita,meningites, prematuridade e sındromes. Ja as experiencias adversas devida ligadas a famılia, ao meio ambiente e a sociedade sao consideradascomo riscos ambientais, como exemplo, as condicoes precarias de saude, afalta de recursos sociais e educacionais, a educacao materna e paterna, osestresses intrafamiliares, como violencia, abuso e maus-tratos e as praticasinadequadas de cuidado e educacao, dentre outros (Graminha & Martins,1997).

Quanto maior o acumulo de fatores de risco, maiores as chances de acrianca desenvolver- se de forma mais lenta, quando comparada a outrasda mesma faixa etaria (De Andraca et al., 1998). Dessa forma, o bebe pre-termo em ambiente fısico improprio, entendido como risco ambiental, comnıvel socioeconomico baixo, apresenta maior probabilidade de problemasno desenvolvimento do que, por exemplo, o bebe com risco apenas pelaprematuridade (Halpern et al., 2000; Linhares et al., 2004).

Halpern et al. (2000) em seu estudo com 1.363 criancas aos 12 meses deidade percebeu que 34% das criancas apresentavam riscos para problemasno desenvolvimento motor. Ao observar os fatores de risco, percebeu-se queas criancas que tinham maior risco de atraso no desenvolvimento foram asmais pobres, as que nasceram com baixo peso, as pre-termo e aquelas quenao receberam leite materno ou foram amamentadas por menos de 3 meses.

Ao conhecer os fatores de risco estabelecidos ao DNPM, e possıvelrefletir sobre as medidas protetoras, bem como a dinamicidade ecomplexidade do tema proposto.

3. Acompanhamento da Saúde da Criança: Melhorias eAspectos que Devem ser Evitados

Historicamente a escola desenvolve atividades de saude das criancasainda que seja apenas o encaminhamento para unidade de saude quandoapresentam dificuldades. Na famılia, por sua vez, os pais, ou quem ossubstitui, sao os responsaveis pelo cuidado a crianca, sendo que informama situacao da saude da crianca e buscam solucoes para os problemasencontrados. Isto revela que a atencao a crianca em idade escolar sematerializa no encontro destes tres eixos – servico de saude, escola e famılia.

Embora exista um acordo entre os profissionais sobre a necessidadeno acompanhamento do desenvolvimento da crianca, o modo como

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faze-lo ainda e discutıvel. Sao varias propostas e modelos para esteacompanhamento, abaixo estao algumas delas que constam no Manual paraVigilancia do Desenvolvimento Infantil no Contexto da Atencao Integradaas Doencas Prevalentes na Infancia (AIDPI) (Figueiras et al., 2005):

• Screenings de Desenvolvimento: Utiliza-se a aplicacao de testes detriagem ou escalas, exames e outros procedimentos para checagem dodesenvolvimento das criancas tıpicas, com o objetivo de se identificarcriancas de alto risco para problemas de desenvolvimento.

• Vigilancia do Desenvolvimento: Esse modelo inclui as atividadesrelacionadas a promocao do desenvolvimento tıpico e a deteccaode problemas de desenvolvimento, na atencao primaria a saudeda crianca, sendo um processo contınuo, flexıvel, envolvendoinformacoes da famılia, professores/as, profissionais de saude eoutros.

• Avaliacao do desenvolvimento: Investigacao mais detalhada decriancas com suspeita de problemas no desenvolvimento, sendogeralmente multidisciplinar e diagnostica.

• Monitoramento ou Acompanhamento do desenvolvimento:Procedimento de assistir de forma proxima o desenvolvimentoda crianca, sem implicar na aplicacao de tecnica ou processoespecıfico, podendo ser periodico ou contınuo, sistematico ouinformal e envolver ou nao processo de screening, vigilancia ouavaliacao.

Todas essas propostas tem o seu espaco no estudo do desenvolvimentoda crianca. Desta forma, quando o objetivo for rastrear criancas com maiorou menor risco para problemas no desenvolvimento, os testes de screeningsao a melhor opcao. No acompanhamento individual da crianca, nao restaduvida da supremacia da vigilancia do desenvolvimento. Muitas vezes umprocedimento estara unido a outro permitindo um melhor resultado. Epossıvel que na vigilancia do desenvolvimento seja necessario o uso dealguma escala, para servir de roteiro no exame do desenvolvimento.

Deve se destacar a opiniao da famılia sobre o desenvolvimento dassuas criancas, principalmente na “vigilancia do desenvolvimento”. Ha umconsenso na literatura de que os pais sao bons observadores e detectoresapurados das alteracoes observadas em seus filhos, mostrando uma altasensibilidade na deteccao de problemas no desenvolvimento dos mesmos.

Na Tabela 1 serao apresentadas algumas formas de promover umdesenvolvimento infantil pleno, visando uma melhoria em suas condicoese qualidade de vida, como tambem aspectos que devem ser evitados(Figueiras et al., 2005).

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Tabela 1. Manual para vigilancia do desenvolvimento infantil no contextoda AIDPI (Figueiras et al., 2005).

Caracterısticas IndividuaisO que fazer O que evitar

Apoiar e amar a crianca sempre(incondicionalmente)Elogiar a crianca sempre que elafaca algo corretamente ou esta seesforcando

Falta de atencao, carinho, amor ecuidados com a criancaSer autoritaria demais com acrianca

Deixar a crianca expressar suasvontades e desejos e respeita-laDar oportunidade para a criancapara fazer coisas sozinha

Superproteger a criancaNao deixar a crianca experimentarcoisas novas

Realizar atividades com prazer ealegriaAmbiente alegre e festivo

Falta de espaco para brincadeirasValorizar situacoes negativas etragicas

Deixar a crianca criar e brincarlivrementeOferecer materiais (seguros) paraa crianca brincar

Nao estimular a criancaRegras rıgidas ou severas

Caracterısticas FamiliaresO que fazer O que evitar

Valorizar um ambiente familiarharmonioso e de confiancaSaber escutar a crianca e observarseu bem-estar

Conflitos familiares constantesViolencia e/ou maus tratos com acriancaAbandonar a crianca no casode morte ou separacao de entesqueridos

Caracterısticas da ComunidadeO que fazer O que evitar

Importancia de resgatar evalorizar a cultura localGestores e comunidade cominteresse pela crianca

Falta de espacos ludicos e de lazerpara a criancaFalta de coesao e solidariedade nacomunidade

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4. A Família como uma das Pontas do Desenvolvimento Infantil

A famılia, um dos primeiros ambientes de socializacao do indivıduo, atuacomo conciliadora principal dos padroes, modelos e influencias culturais(Amazonas et al., 2003), e a primeira mediadora entre a pessoa e a cultura,e considerada a origem de toda aprendizagem humana, com significadose praticas culturais proprias que resultam na construcao do indivıduo eda sociedade, bem como proporcionam a formacao do comportamento,das acoes para resolucao de problemas (Dessen & Polonia, 2007). Econsiderada como a primeira instituicao social que procura proteger,transmitir valores, crencas, e significados que estao presentes na sociedade(Kreppner, 2000). Ela tem, portanto, um impacto expressivo e forteinfluencia no comportamento das pessoas, principalmente das criancas, queaprendem as diferentes formas de existir, de ver o mundo e construir as suasrelacoes sociais (Dessen & Polonia, 2007).

No ambiente familiar, a crianca aprende a controlar as emocoes, lidarcom as adversidades da vida, administrar e resolver conflitos, expressardiversos sentimentos (Dessen & Polonia, 2007). Essas habilidades sociaise suas expressoes que sao desenvolvidas primeiramente no ambito familiar,tem repercussoes em outros ambientes com os quais a crianca, o adolescenteou mesmo o adulto convivem, ativando aspectos beneficos ou provocandoproblemas e alterando a saude mental e fısica dos indivıduos (Del Prette& Del Prette, 2001 apud Dessen & Polonia, 2007).

Por saber a relevancia que o ambiente familiar tem no desenvolvimentode habilidades sociais, cabe destacar alguns fatores que favorecem asocializacao das criancas como a seguranca do apego interpessoal, aobservacao do comportamento dos pais/maes e o compromisso mutuo entrepais/maes e filhos/as (Koshanska et al., 2002). O modo como os pais/maescuidam da socializacao do/a filho/a, e tambem o temperamento da criancae a qualidade do relacionamento entre eles pode ajudar a prever se asocializacao sera facil ou difıcil (Koshanska et al., 2002).

Outro fator de risco para o desenvolvimento infantil e a privacao do pai(Araujo, 2013; De Andraca et al., 1998; Barros et al., 2003; Cia et al.,2005; Pilz & Schermann, 2007; Amorim et al., 2009; Almeida, 2009).Alguns estudos apontam que a presenca do pai e fundamental para odesenvolvimento da crianca (Manfroi et al., 2001).

Uma pesquisa feita por Pilz & Schermann (2007) realizada noMunicıpio de Canoas/RS, utilizando o teste de Denver II, constatouque 27% da amostra exibiu prevalencia de suspeita de atraso nodesenvolvimento. Apos analise de multiplos fatores, perceberam que aprobabilidade de criancas cujas maes nao recebem apoio dos pais nacriacao dos filhos apresentarem suspeita de atraso no desenvolvimentoneuropsicomotor e sete vezes maior do que aquelas cujas maes possuemapoio dos pais. No estudo de Anme et al. (2012) no Japao aponta o apoio

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do conjuge esteve significativamente relacionado ao desenvolvimento dovocabulario das criancas avaliadas.

Diversos fatores interferem na relacao da figura do pai nodesenvolvimento infantil nos aspectos social e motor, a saber:harmonizacao da famılia, favorecendo um envolvimento mais afetivoda mae com os filhos; a dinamica familiar, auxiliando nas atividadesdomesticas e, dessa forma, transmitindo valores e exemplo de cooperacao;o envolvimento nos cuidados basicos (higiene, alimentacao) das criancas,assim aumentando a proximidade com os filhos/as; e tambem, asbrincadeiras que aumentam a interacao entre pai e filho (Manfroiet al., 2001). Portanto, constata-se que o pai atua como protetor dodesenvolvimento infantil, pela interacao e relacionamento com a crianca,representacao e apoio para a mae e tambem por auxiliar nas condicoessocioeconomicas da casa (De Andraca et al., 1998; Barros et al., 2003;Almeida, 2009).

A neuroplasticidade ocorre principalmente e ricamente no inicio da vidado ser humano e interfere diretamente nos aspectos individuais (crianca),ambientais (onde ela vive) e as tarefas propostas (atividades e movimentosvivenciados). Bem como o desenvolvimento neuroplastico e suscetıvel aestimulacao, originarao mudancas no comportamento motor desta crianca,repercutindo na determinacao de um desenvolvimento neuromotor pleno,com o aperfeicoamento de todas as potencialidades e expansao do acervomotor (Araujo, 2013).

Por fim, a famılia nao e o unico contexto em que a crianca temoportunidade de acumular experiencias e ampliar o seu repertorio comosujeito de aprendizagem e desenvolvimento (Formiga et al., 2004; Marques,2001; Rego, 2003).

5. A Escola como Outra Ponta do Desenvolvimento Infantil

Um programa de educacao em saude na escola tem como objetivoproporcionar um ambiente favoravel ao desenvolvimento da crianca.Portanto, os familiares ou responsaveis pela crianca devem estar atentos,pois a qualidade da escola, alem de ser determinante para a educacaosanitaria e ambiental, contribui para a competencia cognitiva e psicossocialdesta crianca (Marshall, 2004).

Assim as atividades de sala de aula devem ultrapassam o pensar eo aprender, atingindo campos da memoria seletiva, raciocınio abstrato,criatividade, pensamento logico, tendo o/a professor/a como principalfomentador dessas ideias (Marques, 2001). Tambem o movimento corporalda crianca deve ser estimulado dentro da sala de aula que favoreceum crescimento saudavel e um desenvolvimento completo, favorecendo oaprendizado.

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Na concepcao de Marques (2001) a escola, no seculo XXI, temcomo objetivo estimular a crianca (estudante) a adquirir conhecimentoglobal, considerando o perfil sociocultural de cada um. Com isso,Marques sinaliza tres objetivos que devem ser conseguidos pelas escolas naatualidade, sao eles: desenvolver a cidadania e a habilidade de interferenciasocial; promover o desenvolvimento fısico, afetivo, moral, cognitivo e depersonalidade; gerar uma aprendizagem contınua, proporcionando formasvariadas de aprender e condicoes de inclusao no mercado de trabalho. Istonecessita da promocao de atividades atreladas as esferas afetiva, motora,social e cognitiva, de forma condizente a realidade de cada crianca.

Portanto, o ambiente escolar e essencial para o progresso da sociedadee da humanidade (Rego, 2003). Ele deve ser capaz de acompanhar aevolucao da globalizacao e informar os alunos, assim como seus funcionariose pais, para se adaptarem as mudancas da atualidade, preparando-os paraas dificuldades, o que contribui para o desenvolvimento nao so dos seusalunos, mas de todos os indivıduos.

Em sıntese, a escola e uma instituicao de atividades educativas formais,porem com uma responsabilidade no desenvolvimento e interacao entrediversos contextos da sociedade, incluindo a crianca e sua famılia.

6. A Interação Entre as Pontas... o Laço

A introducao de modelos, teorias e maneiras praticas de propiciar ainteracao entre a famılia e a escola, reconhecendo a contribuicao e os limitesda famılia na educacao infantil, e fundamental para“diversificar os sistemasde ensino e envolver, nas parcerias educativas, as famılias e os diversosatores sociais” (Delors et al., 2000, p. 56).

A famılia e a escola surgem como duas instituicoes fundamentais paradesencadear os processos evolutivos da crianca, atuando como propulsoresou inibidores do seu crescimento fısico, intelectual e social (Polonia &Dessen, 2005).

O ambiente familiar tem forte influencia na permanencia do estudantena escola, impedindo ou intensificando a evasao e a repetencia na escola. Ascaracterısticas individuais, a falta de habitos de estudo, a ausencia nas aulase os problemas de comportamento sao determinantes para esta situacao(Dessen & Polonia, 2007 apud Fitzpatrick & Yoles, 1992). Por maisque a escola contribua positivamente para reverter esses determinantes,e necessario que o sistema escolar consiga a colaboracao de outros agentesde impacto na formacao do aluno, incluindo a famılia (Dessen & Polonia,2007 apud Fantuzzo et al., 2000).

Avaliar cada contexto e imprescindıvel para identificar qualquer conflitodo desenvolvimento da crianca e a comunicacao entre as partes torna-secondicao determinante.

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7. Relato de uma Experiência em Projeto de Iniciação Científicana Universidade

Uma explicacao breve para quem nao conhece o projeto. Um projetode iniciacao cientıfica (IC) procura atender uma missao da Universidadedenominada de pesquisa, que leva a insercao de estudantes de graduacao,previamente selecionados, para acoes controladas e supervisionadas nacomunidade. No caso deste projeto de IC a pesquisa foi desenvolvidaem parceria com a secretaria de educacao de um municıpio do litoralparanaense com a intencao de avaliar criancas pequenas e intervir comestas criancas e suas famılias e com os profissionais das escolas. Aposa coleta dos dados referentes as avaliacoes do desenvolvimento infantil,como finalizacao do estudo, houve uma devolutiva da equipe de pesquisada Iniciacao Cientıfica para os pais/responsaveis pelas criancas e outra paraa equipe pedagogica do CEI (Centro de Educacao Infantil) que envolveuprofessores/as, diretores/as, coordenadores/as, os quais foram convidadosa participar. O objetivo da devolutiva dos resultados do projeto foi instruı-los sobre a estimulacao, o desenvolvimento e a saude infantil.

Na reuniao com familiares a orientacao foi feita por meio de um jogode tabuleiro “gigante” em que os familiares eram os “peoes” do jogo. Cadacasa do jogo continha orientacoes em saude, como alimentacao saudavele vacinacao, e formas de estimulacao para idade especıfica e areas dodesenvolvimento neuropsicomotor. Em alguns locais do tabuleiro haviajogos para que os pais vivenciassem como estimular seu filho por meio debrincadeiras e do ludico. Nao foram considerados os detalhes das avaliacoesindividuais dos alunos, e nos casos identificados como risco foi solicitadouma reuniao para a famılia, os pais e/ou responsaveis para esclarecer asituacao de cada crianca.

Os temas abordados na devolutiva com os familiares foram:desenvolvimento infantil, estimulacao precoce, alimentacao adequada,a importancia da vacinacao, os principais marcos motores nodesenvolvimento da crianca, nutricao infantil, mitos e verdades noconhecimento popular, o ambiente familiar adequado, e a importancia datroca de experiencias entre a famılia, a escola e o profissional da saude.

Na devolutiva para as educadoras e cuidadoras do CEI,pesquisadores/as e profissionais da educacao trocaram experienciaspor meio de rodas de conversa. Houve uma orientacao para os/aseducadores/as do CEI sobre estimulacao motora para cada faixa etariae como prevenir e identificar atrasos motores e psicomotores e comoestimular a crianca durante as atividades do CEI. Esta devolutiva tambemteve o objetivo de apresentar os resultados das avaliacoes das criancas.

Os principais temas abordados na devolutiva foram: desenvolvimentoinfantil, promocao e prevencao de saude na educacao infantil, o cuidar e oeducar, o ludico como forma de avaliacao e tratamento, a importancia da

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interacao famılia-escola, formas de acompanhamento do desenvolvimentoda crianca, o que e considerado risco para o desenvolvimento infantil, asmaneiras de avaliar uma crianca com metodos adequados.

As Figuras 2, 3, 4 e 5 sao exemplos de algumas atividades desenvolvidasno projeto.

Figura 2. Mae participando de atividade ludica. Colocar os objetivos,coordenacao motora global, identificacao de cores.

Figura 3. A, B e C: Casas do Tabuleiro. As casas do tabuleiro tinhamdiversos objetivos: informar sobre saude da crianca, orientar sobre marcos

do desenvolvimento infantil, estimular habitos saudaveis, promoverbrincadeiras que estimulam o desenvolvimento motor da crianca.

Fonte: (Araujo, 2013).

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Figura 4. A e D. Casas do tabuleiro. Objetivo: Dicas sobre promocao dasaude. B e C. Maes participando de atividade ludica. Objetivo: informarsobre saude da crianca, orientar sobre marcos do desenvolvimento infantil,

estimular habitos saudaveis, promover brincadeiras que estimulam odesenvolvimento motor da crianca.

Fonte: (Araujo, 2013).

Figura 5. Equipe de pesquisa de Iniciacao Cientıfica.

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Referências

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